Há mais 290 infetados, um máximo de 24 de julho. Morreram mais três pessoas com Covid-19

Nas últimas 24 horas foram identificados 290 novos casos do novo coronavírus em Portugal., um máximo de 24 de julho. O número total de pessoas infetadas sobe para 52.351.

A Direção-Geral de Saúde (DGS) identificou 290 novos casos de infeção por Covid-19, elevando para 52.351 o número total de infetados desde o início da pandemia. Trata-se de uma subida de 0,56% face ao dia anterior. Nas últimas 24 horas morreram mais três pessoas vítimas da doença, de acordo com a última atualização das autoridades de saúde.

Este é o registo mais elevado de novas infeções a nível nacional desde 24 de julho — quando tinham sido identificados 313 novos casos –, ou seja, em cerca duas semanas. No seguimento do que se tem vindo a observar desde meados de maio, a maioria das novas infeções foi registada na região de Lisboa e Vale do Tejo (LVT).

Foram ainda identificados 208 novos casos nesta região, o que representa 71,72% do total. Esta é também a maior percentagem desde 14 de julho, quando a região registou 61,37% de novos casos. Esta é também a maior percentagem desde 24 de julho, quando a região registou 80,83% de novos casos.

Lisboa é, assim, a região com mais casos registados até ao momento (26.928 casos de infeção e 611 mortes), à frente do Norte (18.952 casos e 831 mortes), do Centro (4.508 casos e 252 mortes), do Algarve (911 casos e 15 mortes) e do Alentejo (661 casos e 21 mortes, uma descida de um caso face ao dia anterior que a DGS justifica com a “correção da série histórica e da real atribuição dos mesmos a outras regiões de saúde)”. Nas regiões autónomas, os Açores registam 170 casos e 15 mortos, enquanto a Madeira tem 121 pessoas infetadas.

Boletim epidemiológico de 7 de agosto:

Quanto à caracterização clínica, a maioria dos infetados está a recuperar em casa, sendo que 356 estão internados (menos 13 face ao dia anterior), dos quais 36 em unidades de cuidados intensivos (menos seis). Há 1.425 pessoas a aguardar resultados laboratoriais, enquanto mais de 37 mil pessoas estão sob vigilância das autoridades de saúde.

Desde que a pandemia chegou a Portugal, a 2 de março, morreram 1.746 pessoas vítimas da doença, mais três nas últimas 24 horas, sendo que todos os novos óbitos foram decretados na região de Lisboa e Vale do Tejo. Quanto ao número de pessoas dadas como recuperadas, são agora 38.087, ou seja, mais 247 pessoas do que ontem.

Portugal é o sexto país da UE que faz mais testes à Covid-19, garante secretário de Estado

Na conferência de imprensa desta sexta-feira, o secretária de Estado da Saúde voltou a fazer uma atualização quanto ao número de testes a Covid-19, salientando que Portugal é o “sexto país da União Europeia” que mais testes de despiste realizou por milhão de habitantes.

“Portugal já fez desde o dia 1 de março mais de 1.700.000 testes diagnósticos à Covid-19. Em agosto, a média de testes por dia é superior a 13 mil, o que faz com que sejamos o sexto pais da União europeia com mais testes por milhão de habitantes“, disse António Lacerda Sales, em declarações transmitidas pelas televisões.

Além disso, o secretário de Estado da Saúde aproveitou para sublinhar o reforço de recursos humanos realizado no Serviço Nacional de Saúde (SNS) para fazer face à pandemia, adiantando que já foram contratados “cerca de 4.300 profissionais de saúde, dos quais mais de 1.800 assistentes operacionais, mais de 1.300 enfermeiros, cerca de 170 médicos, entre outros”, referiu.

Questionado sobre uma eventual estabilização de novos casos na região de Lisboa e Vale do Tejo (LVT), o sub-diretor da DGS afirma que “estamos há cinco semanas a reduzir as medidas em Lisboa e Vale do Tejo”, mas reitera que é preciso continuar a olhar para os números “como uma enorme preocupação, como um desafio, sendo que a análise “tem de ser feita caso a caso”.

(Notícia atualizada pela última vez às 15h49)

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Miguel Stilwell diz que aumento de capital da EDP “foi um sucesso” e mostra “grande alinhamento” com os acionistas

O CEO interino da EDP está satisfeito com a conclusão do aumento de capital da elétrica. É prova do "grande alinhamento entre a empresa e acionistas", diz, em reação aos resultados da operação.

A subscrição integral do aumento de capital da EDP, com uma procura 2,6 vezes superior à oferta, demonstra o “grande alinhamento entre a empresa e os seus acionistas”. Para o CEO interino da EDP EDP 1,48% , “este feedback claramente positivo é ainda mais importante no contexto de elevada incerteza económica mundial”.

“O aumento de capital foi um sucesso e é demonstrativo do grande alinhamento entre a empresa e os seus acionistas. Não só foi integralmente subscrito, como ainda existiu por parte dos acionistas um montante significativo de pedidos adicionais de subscrição de novas ações, tendo a procura ultrapassado a oferta em 2,6 vezes”, aponta Miguel Stilwell d’Andrade, numa declaração remetida à imprensa.

É, por isso, um feedback “claramente positivo” e “ainda mais importante no contexto de elevada incerteza económica mundial, o que muito nos orgulha e reforça a nossa confiança em prosseguirmos uma estratégia de liderança da transição energética, assente num crescimento focado, sobretudo em ativos renováveis e redes”, refere o gestor, que preside a EDP em substituição de António Mexia, suspenso de funções no âmbito de um processo judicial.

O aumento de capital foi um sucesso e é demonstrativo do grande alinhamento entre a empresa e os seus acionistas.

Miguel Stilwell d'Andrade

CEO interino da EDP

A EDP informou esta sexta-feira os mercados de que o aumento de capital de 1.020 milhões de euros que estava em curso “foi totalmente subscrito”. A procura excedeu a oferta em 2,6 vezes.

“A EDP torna público que foi totalmente subscrito o aumento de capital […], compreendendo a emissão de 309.143.297 ações ordinárias, escriturais e nominativas, com o valor nominal de um euro cada, ao preço de subscrição unitário de 3,30 euros com um ágio de 2,30 euros por nova ação”, lê-se numa nota submetida à CMVM.

Esta operação, avaliada em 1.020 milhões de euros, visa angariar capital para financiar parte da compra da Viesgo em Espanha. As quase 310 milhões de novas ações representam “um total de aproximadamente 8,45% do capital social da EDP”, apontou a empresa numa nota divulgada em julho, aquando do anúncio.

(Notícia atualizada pela última vez às 14h46)

Cotação das ações da EDP na bolsa de Lisboa

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Investimento através de vistos gold cai 43% em julho para 56 milhões

  • Lusa
  • 7 Agosto 2020

Em julho, o investimento resultante da concessão de vistos gold recuaram 43%, em termos homólogos, e diminuíram 37% face a junho, para 56 milhões de euros. China lidera a atribuição de vistos.

O investimento captado através dos vistos gold recuaram 43% em julho, em termos homólogos, e diminuíram 37% face a junho, para 56 milhões de euros, segundo contas feitas pela Lusa com base nas estatísticas do SEF.

Em julho, o investimento resultante da concessão de Autorização de Residência para Investimento (ARI) totalizou 56.005.967,76 euros, o que representa uma queda de 42,9% face a igual mês de 2019. Face a junho, o investimento recuou 37%.

No mês passado, foram atribuídos 108 vistos gold, dos quais 98 por via da aquisição de bens imóveis (37 na compra de imóveis para reabilitação urbana) e 10 através do critério de transferência de capital.

A compra de bens imóveis em julho totalizou 50,3 milhões de euros (a reabilitação urbana ascendeu a 13,1 milhões de euros) e a transferência de capitais a 5,7 milhões de euros.

Do total das concessões de vistos gold em julho, 21 foram provenientes da China, 12 dos Estados Unidos, nove do Brasil, oito do Vietname e sete do Líbano.

No acumulado do ano, o montante captado por via dos vistos gold ascendeu a 439 milhões de euros, uma queda de 37% face aos primeiros sete meses de 2019. Entre janeiro e junho, foram atribuídos 808 vistos ‘dourados’

Em mais de sete anos – o programa ARI foi lançado em outubro de 2012 –, o investimento acumulado até julho passado totalizou 5.431.263.518,27 euros, com a aquisição de bens imóveis a somar 4.908.676.856,49 euros. Do total de investimento em compras de imóveis, 248.497.089,08 euros correspondem ao requisito de aquisição tendo em vista a reabilitação urbana. Já os vistos atribuídos por transferência de capitais totalizaram 522.586.661,78 euros.

Desde a criação deste instrumento, que visa a captação de investimento estrangeiro, foram atribuídos 9.015 ARI: dois em 2012, 494 em 2013, 1.526 em 2014, 766 em 2015, 1.414 em 2016, 1.351 em 2017, 1.409 em 2018, 1.245 em 2019 e 808 em 2020.

Até julho, em termos acumulados, foram atribuídos 8.487 vistos gold por via da compra de imóveis, dos quais 690 tendo em vista a reabilitação urbana.

Por requisito da transferência de capital, os vistos concedidos continuam a totalizar 501 e foram atribuídos 17 por via da criação de, pelo menos, 10 postos de trabalho (nos últimos meses não tem sido registado qualquer visto atribuído por esta via).

Por nacionalidades, a China lidera a atribuição de vistos (4.652), seguida do Brasil (956), Turquia (433), África do Sul (370) e Rússia (340). Desde o início do programa foram atribuídas 15.431 autorizações de residência a familiares reagrupados, das quais 808 em 2020.

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Lisboa vai ter 18 quiosques onde pode tirar passe na hora

A instalação dos 18 novos quiosques na Área Metropolitana de Lisboa deverá ser concluída durante o primeiro trimestre de 2021.

Vão existir mais locais para tirar e carregar o passe do metro da capital, mas estes têm uma novidade: terá o passe disponível na hora. Serão 18 novos quiosques onde é feita a emissão, em tempo real, do cartão Lisboa Viva e o carregamento imediato dos diversos títulos de transporte, anunciou a Área Metropolitana de Lisboa (AML). Os quiosques deverão ficar disponíveis durante o primeiro trimestre de 2021.

Para utilizar a máquina, apenas será necessário ter um único documento para completar o processo: o cartão de cidadão. “A adjudicação dos equipamentos, no valor de 186 mil euros, foi concluída esta semana, na reunião da comissão executiva da Área Metropolitana de Lisboa”, adianta a autarquia, em comunicado.

Este tipo de quiosques já estava a ser testado, em dois pontos do país, o Espaço Cliente da Carris no Arco do Cego, em Lisboa, e na Estação da Fertagus do Pragal, na Margem Sul. O custo do processo para obter o passe nesses quiosques fixa-se nos 12 euros, que igual ao montante cobrado pelo cartão urgente.

Já no início desta semana, o Metropolitano anunciou o regresso de uma modalidade de compra de títulos ocasionais na internet, diversificando assim as formas de adquirir os cartões. São os vouchers Viva, que se compram previamente através de uma plataforma online, sendo depois levantados nas máquinas de venda automática do metro.

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Aumento de capital da EDP “totalmente subscrito”. Procura foi 2,6 vezes superior à oferta

O aumento de capital da EDP "foi totalmente subscrito", resultando num encaixe de 1.020 milhões de euros. A procura esteve 256% acima da oferta e as novas ações chegam à bolsa em meados do mês.

A EDP informou esta sexta-feira que o aumento de capital em curso “foi totalmente subscrito”. “A procura total registada no presente aumento de capital representou cerca de 256% do montante da oferta”, indica a elétrica em comunicado.

“A EDP torna público que foi totalmente subscrito o aumento de capital […], compreendendo a emissão de 309.143.297 ações ordinárias, escriturais e nominativas, com o valor nominal de um euro cada, ao preço de subscrição unitário de 3,30 euros com um ágio de 2,30 euros por nova ação”, lê-se numa nota submetida à CMVM.

Esta operação, avaliada em 1.020 milhões de euros, visa angariar capital para financiar parte da compra da Viesgo em Espanha. As quase 310 milhões de novas ações representam “um total de aproximadamente 8,45% do capital social da EDP”, apontou a empresa numa nota divulgada em julho, aquando do anúncio.

Agora, a EDP vem dar conta da conclusão do aumento de capital: “No exercício de direitos de subscrição foram objeto de subscrição proporcional 289.872.956 novas ações, representativas de cerca de 93,8% do total de novas ações a emitir no âmbito da presente oferta, tendo ficado disponíveis para rateio 19.270.341 novas ações.” Ora, de acordo com o grupo português, “os pedidos suplementares de ações sujeitos a rateio totalizaram 501.535.122 ações, excedendo cerca de 26 vezes a quantidade disponível para o efeito”.

“Deste modo, a procura total registada no presente aumento de capital representou cerca de 256% do montante da oferta”, refere a EDP. Isto é, uma procura que é superior à oferta em mais de duas vezes, tendo o encaixe financeiro correspondido aos 1.020 milhões que a EDP pretendia obter com a operação.

Mais informa a EDP que “a liquidação das novas ações subscritas no exercício dos direitos de subscrição ocorre na presente data e a liquidação financeira das novas ações atribuídas em rateio deverá ocorrer a 11 de agosto”.

“O processo de rateio entre todos os subscritores que manifestaram interesse em subscrever um número de ações superior àquele a que teriam proporcionalmente direito deu lugar a sucessivas iterações, atribuindo-se ações no respeito da proporção do valor das respetivas subscrições, com arredondamento por defeito”, aponta também a nota.

As novas ações da EDP serão admitidas a negociação em bolsa pela Euronext Lisbon na data prevista de 17 de agosto, “ou em data aproximada”. Tal acontecerá “após o registo do aumento de capital junto da Conservatória do Registo Comercial”.

Depois do anúncio dos resultados da operação, as ações da EDP estão a perder 1,81%, para 4,33 euros, na bolsa de Lisboa.

Numa reação à operação, Miguel Stilwell d’Andrade, presidente executivo interino da EDP, disse que “o aumento de capital foi um sucesso e é demonstrativo do grande alinhamento entre a empresa e os seus acionistas”. “Este feedback claramente positivo é ainda mais importante no contexto de elevada incerteza económica mundial, o que muito nos orgulha e reforça a nossa confiança em prosseguirmos uma estratégia de liderança da transição energética, assente num crescimento focado, sobretudo em ativos renováveis e redes”, afirmou.

Chineses mantêm controlo da EDP

Apesar do aumento de capital, não se espera uma mudança profunda na estrutura acionista da EDP. A empresa estatal chinesa China Three Gorges deverá manter-se como maior acionista, depois de ter investido 220 milhões de euros para evitar uma diluição da sua posição, que é superior a 21%. Esta deverá, assim, manter-se intacta.

Também o grupo espanhol Oppidum Capital, até aqui o segundo maior acionista, investiu 73,8 milhões de euros em novas ações da elétrica portuguesa, detendo atualmente mais de 7% da companhia. A informação foi anunciada no início da semana.

De resto, destaque para o investimento do CEO interino da EDP, Miguel Stilwell d’Andrade, que aplicou quase 40 mil euros em novas ações da elétrica. O CEO suspenso, António Mexia, também participou na operação, investindo mais de 26 mil euros em novas ações, em conjunto com a mãe, Maria da Graça Mexia.

Já o administrador António Martins da Costa avançou com um total de 15.232,80 euros, enquanto o administrador Rui Lopes Martins investiu 8.457,90 euros, acompanhado pela mulher, Lina Dantas Martins, com 1.633,50 euros. Já a administradora Maria Isabel Pereira investiu um total de pouco mais de 20 mil euros.

(Notícia atualizada pela última vez às 14h44)

Correção: Uma versão anterior indicava que a procura teria sido superior à oferta em três vezes. Na verdade, foi 2,6 vezes superior. Aos leitores e visados, as nossas desculpas.

Cotação das ações da EDP na bolsa de Lisboa

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Covid-19: Seguradoras renegociaram 1,3 milhões de contratos a favor dos consumidores

  • ECO Seguros e Lusa
  • 7 Agosto 2020

Entre meados de maio e final de junho, as seguradoras renegociaram condições de 660 mil contratos de seguro automóvel, no âmbito de medidas excecionais mais favoráveis aos segurados devido à Covid-19.

A Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) divulgou resultados da aplicação das medidas previstas no Decreto-Lei n.º 20-F/2020, de 12 de maio, que estabeleceu o regime excecional e temporário relativo aos contratos de seguro – no quadro da pandemia (Covid19), com impacto nos consumidores.

As seguradoras renegociaram o pagamento dos prémios de 1,3 milhões de contratos, sobretudo nos ramos automóvel e de doença, para aplicação de um regime mais favorável ao tomador do seguro devido à pandemia, revelou o organismo liderado por Margarida Corrêa de Aguiar.

Num comunicado que faz o balanço da aplicação das medidas previstas no Decreto-lei de 12 maio – que estabelece um regime excecional e temporário relativo aos contratos de seguro na sequência da pandemia de covid-19 – a Supervisão adianta que foram “objeto de acordo entre as partes, com vista à aplicação de um regime mais favorável ao tomador do seguro”, cerca de 1,3 milhões de contratos, dos quais 660 mil no âmbito dos seguros automóvel e 400 mil de doença.

A análise da ASF tem por base a informação reportada pelas empresas de seguros relativamente ao período de 13 de maio a 30 de junho de 2020, para os quatro principais segmentos de negócio dos ramos Não Vida (seguros automóvel, acidentes de trabalho, doença e incêndio e outros danos), representativos de 86,7% dos prémios brutos emitidos nestes segmentos em 2019.

Segundo o supervisor, em aproximadamente 3,3 milhões de apólices – a maioria dos seguros automóvel (1,9 milhões) e de incêndio e outros danos (1,2 milhões) – a validade das coberturas obrigatórias foi prolongada em 60 dias, tendo ainda os prémios sido reduzidos em 42 mil contratos que cobrem atividades que foram suspensas ou que sofreram uma redução substancial, ou cujos estabelecimentos encerraram devido medidas excecionais e temporárias adotadas em resposta à pandemia.

Os dados da ASF apontam também que “um pouco mais de 1.200 apólices correspondentes às mesmas atividades foram ainda objeto de aplicação de um regime de fracionamento do prémio sem custos adicionais”.

Conforme explica o supervisor, a pandemia de covid-19 “conduziu à aplicação de um conjunto de medidas que têm impacto no setor, em especial se considerado o período de confinamento decretado com vista a limitar a propagação do vírus”.

Assim, “a diminuição da atividade económica, em alguns casos, e a limitação de circulação, noutros, esteve na base de ajustamentos nas condições dos contratos de seguros em resultado da alteração do perfil de risco das carteiras das empresas de seguros”.

De acordo com a análise da ASF, os diversos ajustamentos no setor segurador em Portugal resultantes da situação de pandemia foram feitos em três fases, “não compartimentadas no tempo”.

A primeira fase inclui alterações contratuais implementadas por iniciativa de algumas empresas de seguros, nomeadamente a criação de um bónus de renovação para o seguro automóvel em caso de ausência de sinistros ou a devolução de prémios que haviam já sido cobrados; a segunda prevê medidas resultantes da aplicação do decreto-lei n.º 20-F/2020; e a terceira inclui ajustamentos dos contratos de seguros em resposta aos impactos da situação epidemiológica em Portugal, efetuados na sequência de recomendações da ASF.

O relatório agora divulgado pela autoridade de seguros analisa, contudo, apenas o impacto da aplicação das medidas previstas no decreto-lei n.º 20-F, para o período de 13 de maio a 30 de junho de 2020, com impacto nos consumidores, tendo a ASF previstos novos reportes da implementação desta legislação, já que esta estará em vigor até 30 de setembro.

Entre as outras medidas implementadas por algumas seguradoras, mas não consideradas neste relatório, estão a redução dos prémios aplicados nas modalidades de acidentes de trabalho; a suspensão de ajustamentos tarifários nas renovações de algumas apólices; a comparticipação dos seguros de doença em testes de diagnóstico da covid-19 e isenção de copagamento nos casos com prescrição médica; a não cobrança ou estorno de frações de prémios correspondentes a coberturas de estomatologia enquanto os prestadores tinham as clínicas encerradas; ou o alargamento das coberturas às consequências da covid-19 em alguns casos em que estava excluída.

Também houve seguradras que reportaram ASF a suspensão da anulação automática nos seguros de vida e alargamento do prazo para pagamento dos recibos para seis meses nos seguros associados ao crédito à habitação; o alargamento do âmbito de seguros de equipamento eletrónico e/ou de ‘cyber risks’ aos computadores particulares dos colaboradores de empresas em teletrabalho durante a pandemia; e a oferta de serviços de assistência ao domicílio para todos os clientes com mais de 70 anos e de assistência ao lar para os clientes profissionais de saúde.

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Bares e discotecas não querem ser pastelarias. Medida do Governo sem adesão

  • Lusa
  • 7 Agosto 2020

Uma semana depois da entrada em vigor da nova regra que permite às discotecas funcionarem como pastelarias ou cafés, os empresários de diversão noturna reiteram a inviabilidade da alternativa.

Uma semana depois da entrada em vigor da nova regra que permite às discotecas funcionarem como pastelarias ou cafés, os empresários de diversão noturna reiteram a inviabilidade da alternativa e alertam para o colapso do setor.

“Isto não vem resolver nada. É uma não resposta e faz com que permaneçam os mesmos problemas no setor. O que diz é que as discotecas têm de continuar fechadas”, afirma à Lusa José Gouveia, da Associação Nacional de Discotecas.

Em 30 de julho, após a reunião semanal do Conselho de Ministros, a ministra de Estado e da Presidência explicou que, no contexto da “situação epidemiológica do país mais controlada”, foi determinada “a possibilidade de os estabelecimentos que são bares na sua origem funcionarem enquanto pastelarias e cafés, seguindo as mesmas regras de distanciamento que estas instituições têm”.

A ministra esclareceu que os bares e discotecas continuam encerrados, permitindo-se apenas que os que queiram funcionar como cafés e pastelarias o possam fazer “sem alterar a sua atividade” oficialmente, como estava a acontecer. Estes estabelecimentos estão encerrados desde março.

Os bares e discotecas que optem por esta possibilidade podem funcionar até às 20h00 na Área Metropolitana de Lisboa e até às 01h00 (com limite de entrada às 24h00) no resto do território continental, como a restauração. “Quem achou que o podia fazer já o fez ainda antes desta determinação, mas insisto que no caso das discotecas, pelas suas características, é totalmente inviável. Aquilo que precisamos é de um apoio porque a nossa situação está insustentável”, sublinhou José Gouveia, também presidente da Associação de Discotecas de Lisboa.

No mesmo sentido, o empresário João Fernandes, que integra o grupo de trabalho constituído com a tutela sobre esta matéria, assegura que “está fora de questão” uma readaptação de uma discoteca a uma pastelaria ou café”. “O foco de qualquer discoteca é entre a 01h00 e as 05h00. Não há nenhuma discoteca que consiga funcionar até às 20h00”, diz, afirmando que esta medida serviu apenas para “atirar areia para os olhos da comunicação social”.

Nesse sentido, João Fernandes, que é proprietário de três estabelecimentos de diversão noturna em Lisboa, ressalva que na capital apenas se concretizou a readaptação de alguns bares, que ajustaram a sua atividade para poder fazer venda de rua, situação que fica agora mais facilitada com o diploma do Governo.

A nova possibilidade não é só a questão do horário [limitado até à 01h00], é a limitação de dizer que tem de por mesas na pista. Por amor de Deus, uma discoteca é uma discoteca. As mesas não dançam, nem consomem, nem faturam.

João Fernandes

Membro do grupo de trabalho constituído com a tutela e proprietário de três bares

Mais a norte, na cidade do Porto, a situação é semelhante e, segundo disseram à Lusa associações do setor, nenhuma discoteca reabriu nos moldes de pastelaria ou café. “A nova possibilidade não é só a questão do horário [limitado até à 01h00], é a limitação de dizer que tem de por mesas na pista. Por amor de Deus, uma discoteca é uma discoteca. As mesas não dançam, nem consomem, nem faturam”, afirmou à Lusa o presidente da Associação de Bares da Zona Histórica do Porto, António Fonseca.

O empresário, que classificou as regras como “ridículas”, indicou que não abriu nenhuma das discotecas da zona histórica da cidade, nomeadamente o Indústria, o Pérola Negra, a Boîte e o Plano B. António Fonseca adiantou ainda que a associação a que preside enviou na quinta-feira uma proposta ao Governo para a abertura das discotecas além da 01h00, após parecer favorável da Direção-Geral da Saúde.

“A Associação vai propor que se avance com uma abertura das discotecas em função das condições que cada uma oferece, ou seja, a abertura durante o período da pandemia só poderá acontecer com um parecer da Direção-Geral da Saúde (DGS), o qual terá de ser elaborado após visita in loco aos estabelecimentos que tenham formalizado um pedido”, explicou.

Na região do Algarve, também não se verificou qualquer adesão à possibilidade deixada em aberto pelo Governo para transformar discotecas em cafés ou pastelarias, segundo referiu o presidente da Associação de Discotecas do Sul e Algarve (ADSA). “Ninguém aderiu a isso porque as discotecas têm como horário de abertura o horário que nos foi dado para o encerramento. Já foi o tempo, nos anos 1980, que abria a discoteca às 22h00. Agora não, agora temos as discotecas a abrir às 00h00 ou à 01h00, aliás as pessoas só vão para a discoteca depois de estarem nos bares e os bares agora também têm um horário mais alargado”, justificou Liberto Mealha.

Ninguém aderiu a isso porque as discotecas têm como horário de abertura o horário que nos foi dado para o encerramento. Já foi o tempo, nos anos 1980, que abria a discoteca às 22h00. Agora não, agora temos as discotecas a abrir às 00h00 ou à 01h00.

Liberto Mealha

Presidente da Associação de Discotecas do Sul e Algarve (ADSA)

O dirigente da ADSA considerou que “esta solução não interessa” às discotecas e previu que “não haverá negócio nenhum” durante todo este ano e início do próximo.

Apesar de predominar o pessimismo junto dos empresários do setor, existem exemplos de negócios que se conseguiram “reinventar”, ainda que antes e não nos moldes preconizados há uma semana pelo Governo. Um deles foi o clube noturno Lust In Rio, situado no Cais do Sodré, em Lisboa, que aproveitou há dois meses a sua “ampla esplanada”, com 1.400 metros para converter o espaço num restaurante e poder funcionar até à 01h00.

“Assim que nós percebemos que o setor estava a ser completamente desprezado pelo Governo e como tínhamos CAE (Código de Atividade Económica) da restauração, e porque o espaço assim o permite, transformámos em restaurante”, contou à Lusa o proprietário do espaço, Samuel Lopes.

A criação de espaço de restaurante, que já estava prevista num projeto futuro, representou um investimento de 300 mil euros, mas, segundo o empresário, foi “essencial para “não cair no esquecimento”. “Fizemos isto na base de não perder marca, de não perdermos clientes, de não ficarmos esquecidos. O grande problema que está aqui é também ficar esquecidos. Eu não conheço quem consiga estar cinco meses sem trabalhar que consiga sobreviver”, sublinhou, lamentando que o setor esteja a ser “posto de lado”.

A Lusa questionou os ministérios das Finanças e da Justiça sobre o número de empresas de diversão noturna que tinham solicitado a mudança de atividade, mas não obteve resposta até ao momento.

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Portugal continental em alerta por causa dos fogos até “final de domingo”

  • Lusa
  • 7 Agosto 2020

Portugal continental vai manter-se em situação de alerta por causa do risco de incêndio até ao "final de domingo". É proibida a realização de queimadas e o fogo-de-artifício, entre outras coisas.

O Governo anunciou o prolongamento “até ao final de domingo” da declaração de situação de alerta em todos os distritos de Portugal continental, face ao risco de incêndio rural, apelando ao cumprimento da proibição do uso do fogo.

“As próximas 48 horas continuam a inspirar cuidado, inspiram atenção, vamos manter alguns distritos em alerta vermelho e também outros em alerta laranja. Fruto disso, a decisão foi de prolongar a declaração de situação de alerta a todo território nacional [continental] até ao final do dia de domingo”, afirmou a secretária de Estado da Administração Interna.

Patrícia Gaspar falava no final de uma reunião do Centro de Coordenação Operacional Nacional (CCON), que decorreu na sede da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), em Carnaxide, Oeiras, distrito de Lisboa.

Na quarta-feira, o Governo anunciou que Portugal continental entraria em situação de alerta a partir das 00h00 de quinta-feira e até às 23h59 de sexta-feira, face à previsão de “um significativo agravamento do risco de incêndio rural”. Em comunicado, o Ministério da Administração Interna (MAI) justificava a decisão com as previsões meteorológicas de um significativo agravamento do risco de incêndio rural.

Em situação de alerta é proibida a realização de queimadas e o uso de fogo-de-artifício ou de outros artefactos pirotécnicos, e são proibidos o acesso, a circulação e a permanência em espaços florestais “previamente definidos nos Planos Municipais de Defesa da Floresta Contra Incêndios”. Também não são permitidos trabalhos florestais e rurais com equipamentos elétricos em espaços, como motorroçadoras, corta-matos, destroçadores e máquinas com lâminas ou pá frontal.

É permitido, no entanto, alimentação de animais, execução de podas, regas, extração de cortiça e mel, colheitas de culturas agrícolas, desde que “sejam de caráter essencial e inadiável”, em zonas de regadio, sem materiais inflamáveis e fora de floresta e mata. São permitidos ainda trabalhos de construção civil, “desde que inadiáveis e que sejam adotadas as adequadas medidas de mitigação de risco de incêndio rural”.

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Acionista do Haitong Bank aumenta capital em 2,4 mil milhões de euros

  • Lusa
  • 7 Agosto 2020

O Haitong Securities aumentou o seu capital em 2,4 mil milhões de euros, através da colocação privada de ações, divulgou o banco esta sexta-feira num comunicado.

O acionista do Haitong Bank aumentou o seu capital em 2,4 mil milhões de euros, através da colocação privada de ações, divulgou o banco em comunicado.

As ações emitidas pelo Haitong Securities, acionista principal do Haitong Bank (ex-BES Investimento), serão admitidas à negociação na bolsa de Xangai.

O comunicado indica ainda que o aumento de capital “permitirá à Haitong Securities continuar a crescer como um dos principais bancos de investimento e sociedade de intermediação de valores mobiliários na China, pioneira na prestação de diversos serviços financeiros em mercados internacionais”.

A Haitong Securities está cotada nas bolsas de Xangai e Hong Kong, com uma capitalização bolsista total de 162,4 mil milhões de renminbi, o equivalente a 19,7 mil milhões de euros.

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Governo investe 36,7 milhões na linha SNS24 nos próximos três anos

  • Lusa e ECO
  • 7 Agosto 2020

O investimento tem como objetivo manter a dimensão e capacidade de atendimento conseguida durante a pandemia.

O Governo vai investir 36,7 milhões de euros no centro de contacto do SNS24 para manter a dimensão e capacidade de atendimento conseguida durante a pandemia, afirmou esta sexta-feira a secretária de Estado Adjunta e da Saúde.

O contrato a lançar este ano, que vigorará pelos próximos três anos, representa “um reforço de 10 milhões de euros face ao valor do anterior”, declarou Jamila Madeira aos jornalistas após uma visita ao centro de contacto do SNS24, em Lisboa.

O investimento vai ser aplicado também em novos serviços, na adoção de ferramentas de inteligência artificial e em canais mais modernos – não apenas telefónicos – de atendimento aos utentes, e para tornar definitivos serviços como o atendimento em saúde mental, criado durante o período do confinamento imposto pela covid-19.

O responsável pela linha SNS24, Luís Goes Pinheiro, afirmou aos jornalistas que com a pandemia deste ano, a procura da linha cresceu 75 por cento. Se não fosse a pandemia, estima que essa procura teria crescido 40%. “O que queremos que aconteça neste novo contrato é que esse crescimento continue e que o SNS24 se consagre definitivamente como a primeira porta de entrada no Serviço Nacional de Saúde”, declarou.

Salientou que o que o serviço precisa é de flexibilidade e “este contrato procurará garantir essa flexibilidade” para responder a picos de procura, que “acontecem de forma inesperada”, como demonstrou a pandemia da covid-19. “Se for preciso abrir um novo centro de contacto, que seja aberto. Se for preciso alargar os recursos existentes, que isso aconteça. Se for preciso ter operadores que estejam em plantão de emergência, que estejam”, indicou.

SNS24 atendeu este ano cerca de 1,5 milhões de chamadas

A linha SNS24 atendeu nos primeiros sete meses do ano perto de 1,5 milhões de chamadas, um número que ultrapassou o total das realizadas em 2019, segundo um balanço divulgado esta sexta-feira pelos Serviços Partilhados do Ministério da saúde. Segundo o “balanço da Atividade da Linha SNS24 2017 – 2020”, foram atendidas, em 2017, 864.939 chamadas, número que subiu para 1.200.171 no ano seguinte e para 1.485.808 em 2019.

Nos sete primeiros meses do ano (até 31 de julho) foram atendidas 1.494.928 chamadas, uma média de 4.095 por dia, no Centro de Contacto do Serviço Nacional de Saúde, coordenado pelos Serviços Partilhados do Ministério da saúde (SPMS). Uma fonte dos SPMS adiantou à Lusa que a situação da pandemia da covid-19 fez “aumentar bastante” o volume de chamadas para o centro do contato.

“Fizemos em seis meses mais do que tínhamos feito no ano anterior”, disse a mesma fonte, adiantando que nos meses de março e abril, durante o “estado de emergência”, muitas das chamadas realizadas para a linha eram para esclarecimentos de dúvidas sobre a covid-19.

Segundo os dados avançados à agência Lusa, o serviço de triagem realizado por enfermeiros reencaminhou 30.488 utentes para áreas dedicadas à covid-19 nos cuidados de saúde primários e 83.631 para serviços de urgência hospitalar com esta valência. A maioria (131.823) ficaram em autovigilância em casa, segundo orientações da Direção-Geral da Saúde (DGS), que criou algoritmos específico para orientação dos doentes infetados com o vírus SARS-Cov-2, que causa da doença covid-19.

Os dados mostram que as triagens realizadas pelos enfermeiros ao longo dos últimos três anos, que envolvem avaliações clínicas, têm vindo a aumentar de ano para ano. Assim, em 2017 foram encaminhados 688.736 utentes para vários serviços, número que subiu para 867.180 em 2019 e para 1.051.574 em 2019.

Este ano, foram encaminhados 985.781 utentes para o Centro de Informação Antivenenos (CIAV), centros de saúde, Instituto Nacional de Emergência Médica (INE) e serviços de urgência, mas também para ficarem em autocuidados, indicam os dados da SMPS.

No dia 1 de abril, arrancou o serviço de aconselhamento psicológico dedicado a utentes e profissionais de saúde. Até 5 de agosto, recebeu 27.118 chamadas, das quais 24.846 de utentes e 2.272 de profissionais de saúde. Foi também disponibilizado no ‘site’ do SNS24, a 21 de abril, um novo canal de acesso para cidadãos surdos, através de ferramenta de videochamada, em articulação com o Instituto Nacional para a Reabilitação.

Desde 21 de abril até 5 de agosto deste ano, realizou 559 atendimentos por um intérprete de língua gestual portuguesa a cidadãos surdos, dos quais 267 se referem a triagens. De acordo com a SPMS, os atendimentos através de intérprete de língua gestual portuguesa a cidadãos surdos, estão também disponíveis para cidadãos surdos que necessitem de mediação no Serviço Nacional de Saúde (centros de saúde e hospitais).

O Portal do SNS 24, lançado em janeiro de 2019, teve nesse ano 1.455.792 utilizadores e este ano, até 05 de agosto, 4.730.105, representando um crescimento superior a 900% em relação período homólogo”, refere a SPMS, adiantando que os conteúdos informativos do âmbito covid-19 já sofreram mais de 60 atualizações.

O serviço “Avaliar Sintomas”, que permite ao utente fazer uma avaliação dos seus sintomas ou de outra pessoa, foi utilizado por 33.499 utentes em 2018 e este ano por 380.184. “Considera-se que a adesão a este serviço foi bastante significativa, uma vez que o volume de ativações nos primeiros seis meses de 2020, foi de mais de 1 milhão e 800 mil vezes, tendo o algoritmo COVID-19 registado mais de 485 mil utilizações”, sublinha.

Quanto aos recursos humanos, a SPMS refere que o número de enfermeiros “é dinâmico”, em função da procura, tendo passado de menos de 1.000 para cerca de 1.400 no pico da pandemia. Neste momento, conta com 1.006 enfermeiros, que trabalham em turnos de quatro a oito horas, e tem ainda disponível uma bolsa de recurso, ativada sempre que necessário, de mais 326 profissionais de saúde.

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Empresas têm até 31 de agosto para definir pagamentos diferidos à Segurança Social

  • Lusa
  • 7 Agosto 2020

Os empregadores com contribuições sociais em atraso têm até ao final deste mês para definir tranches e prazos de pagamento das dívidas à Segurança Social, segundo o diploma publicado em DR.

Os empregadores com contribuições sociais em atraso têm até ao final deste mês para definir tranches e prazos de pagamento das dívidas à Segurança Social, segundo um diploma publicado esta sexta-feira.

O adiamento por mais um mês, a terminar em 31 de agosto, da definição do plano de pagamento das contribuições das empresas adiadas, ao abrigo de um regime excecional criado pelo Governo em resposta à pandemia do novo coronavírus, foi publicado esta sexta-feira em Diário da República.

“Em julho ou agosto de 2020, as entidades empregadoras devem indicar na Segurança Social Direta qual dos prazos de pagamento”, lê-se no diploma.

Terminava em julho o prazo para as entidades empregadoras indicarem à Segurança Social a forma de pagamento das contribuições sociais diferidas, mas em 30 desse mês, em comunicado do Conselho de Ministros, o Governo anunciou o adiamento por mais um mês.

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O banco “bom” do Novo Banco está bom?

Olhando apenas para o lado “bom” do Novo Banco há sinais positivos mas também alguns preocupantes na análise das contas da primeira metade do ano em comparação com os pares.

O Novo Banco continua a dar prejuízos. Seis anos depois da sua criação, após a resolução do BES no verão de 2014, a instituição liderada por António Ramalho mantém-se com as contas no “vermelho”, penalizada pelos ativos tóxicos que ficaram no balanço. Retirando o legacy e olhando apenas para o banco recorrente, os números da instituição financeira liderada por António Ramalho já são bem diferentes. Mas estará o “banco bom” assim tão bom?

Olhando apenas para o lado “bom” do Novo Banco, que a instituição passou a revelar de forma separada desde o primeiro trimestre de 2019, há sinais positivos mas também alguns negativos nas contas da primeira metade do ano. O banco recorrente terminou o semestre com lucros de 34 milhões de euros, um resultado positivo mas que representa uma quebra de 70% face ao obtido no período homólogo, tendo sido fortemente penalizado pela assunção de imparidades e provisões devido à crise.

Novo Banco “bom” com derrapagem de 70% nos lucros

Nota: * Novo Banco recorrente

A descida nos resultados do Novo Banco “bom”, apesar de mais aprofundada, acompanha no entanto a tendência do setor. A que foi registada em concreto pelos principais bancos nacionais que também foram afetados pela necessidade de colocarem dinheiro de parte para fazerem face à esperada subida do incumprimento devido às consequências da pandemia.

O BPI foi o que, a seguir ao Novo Banco, registou a maior quebra de lucros (68,3%, para 42,6 milhões de euros), seguido pelo BCP (55,2%, para 76 milhões). As menores quebras foram registadas pelo Santander (37,3%, para os 172,9 milhões) e pela Caixa Geral de Depósitos (40,5%, para 248,6 milhões) que obteve o melhor resultado do semestre entre os maiores bancos.

Provisões e imparidades mais contidas no banco “bom”

Voltando ao Novo Banco, e olhando para a instituição como um todo, foram colocados de parte 138 milhões de euros para fazer face a eventuais perdas com incumprimento no crédito. Trata-se do segundo montante mais elevado entre os cinco maiores bancos nacionais, apenas atrás da CGD que registou em balanço um total de 156 milhões de euros com esse fim.

Imparidades e provisões na primeira metade do ano

Nota: * Novo Banco recorrente

Mas se formos restringir a análise apenas ao banco “bom”, o valor registado é bastante menor. Aí foram reservados 98 milhões de euros, com o Novo Banco a ficar apenas acima do BPI que guardou 83 milhões para fazer face à crise e abaixo da CGD, BCP e Santander. Os restantes 40 milhões em imparidades e provisões foram registadas no Novo Banco “mau”, ou seja, o legacy.

Novo Banco “bom” lidera crescimento na margem

Já em termos operacionais, e olhando para a margem financeira, — que resulta dos juros recebidos nos empréstimos menos os juros pagos nos depósitos — o banco “bom” destaca-se pela positiva face aos pares em termos da evolução conseguida face há um ano.

Dos cinco maiores bancos nacionais, apenas três apresentaram uma evolução positiva neste indicador, sendo que o Novo Banco “bom” revelou o maior crescimento. A sua margem financeira subiu 6,44%, para 251,2 milhões de euros, acima do aumento de 2,42% e 2,57% registado pelo BPI e pelo BCP. Pelo contrário, o Santander e a CGD registaram uma degradação deste indicador na ordem dos 6,86% e 6,44%, respetivamente.

Margem financeira do Novo Banco “bom” cresce mais de 6%

Nota: * Novo Banco recorrente

Nas contas apresentadas a 31 de julho, o Novo Banco justificava a subida da sua margem financeira com “o aumento nos volumes médios [crédito], mantendo o foco na disciplina de preços”. Ou seja, a disciplina entre os valores dos juros cobrados e dos pagos.

A melhoria da margem financeira do Novo Banco recorrente ocorreu ainda num semestre em que a instituição teve um maior crescimento do stock de crédito comparativamente à evolução registada pelos pares. A subida foi de 5,51%, para um total de 23,7 mil milhões de euros. Essa evolução compara, por exemplo, com uma redução de 2,3% no stock de crédito do maior banco nacional: a CGD.

Novo Banco recorrente com maior crescimento no crédito

Nota: * Novo Banco recorrente, ** Crédito bruto

Já os depósitos do Novo Banco foram reforçados em 3,5%, mais 972 milhões de euros, para perto de 28,8 mil milhões de euros. O grosso dos concorrentes registou subidas mais acentuadas que chegam ao limite de quase 11% no caso do banco público. Tendo em conta que o atual contexto em que os juros estão historicamente baixos, mesmo negativos, a captação de depósitos não é necessariamente uma prioridade para os bancos. Em vez disso, têm focado a sua atenção na retenção de clientes e na cobrança de comissões.

No documento das suas contas da primeira metade do ano, a instituição financeira diz mesmo que “continuou com a sua política de redução do preçário dos depósitos”.

Depósitos no Novo Banco “bom” crescem menos

Nota: * Novo banco recorrente

O Novo Banco “bom” fica menos bem precisamente no que se refere às comissões. Nos primeiros seis meses do ano, as comissões do Novo Banco recorrente baixaram 9,4% (menos 16,1 milhões de euros) por causa do confinamento, para 136,6 milhões de euros. “Neste período as comissões registaram uma diminuição generalizada a nível de produtos, condicionadas por um menor nível de transações e pelo atual contexto da atividade bancária em Portugal, negativamente afetada pela pandemia Covid-19″, explicava a instituição liderada por António Ramalho no documento que sintetiza os resultados da primeira metade do ano.

Contudo, a maioria dos pares também viu as suas contas penalizadas pelo confinamento. O BCP foi exceção nessa tendência, tendo beneficiado de um aumento de 0,9%, com as comissões captadas a ascenderem a 345,2 milhões de euros. Já a Caixa e o Santander registaram quebras de 3% e 5% nas comissões angariadas na primeira metade, respetivamente, para 297 milhões de euros e 183,1 milhões de euros. No Novo Banco “bom” o nível de captação de receitas via comissões ainda está bastante aquém desses valores.

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