“Indústria não tem futuro se não pagar melhor”, adverte Brilhante Dias

Perante empresários têxteis, o secretário de Estado da Internacionalização, Eurico Brilhante Dias, disse que a indústria tradicional tem de subir salários para ser mais competitiva no mercado laboral.

O secretário de Estado da Internacionalização, Eurico Brilhante Dias, alertou esta quinta-feira que as indústrias mais tradicionais, como o têxtil, o vestuário e o calçado, “não têm futuro se não pagarem melhores salários”.

À margem de uma visita à feira Première Vision, em Paris, o governante reconheceu que a capacidade de fixar talento e a falta de mão-de-obra qualificada é um dos obstáculos que a indústria atravessa e que é urgente “criar melhores condições de atratividade e fixação de recursos”.

“Quando chegarmos à valorização da remuneração do trabalho, vamos ter melhores condições de fixar talento. Muitos jovens não ficam nestas indústrias porque as condições remuneratórias são mais atrativas nas concorrentes. A indústria não tem futuro se não for capaz de pagar melhor. É nesse caminho que vamos ter de trabalhar. Para sermos mais competitivos temos que ter melhores salários”, insistiu Brilhante Dias.

Presente em França para acompanhar a comitiva de empresários portugueses, destacou aos jornalistas que a indústria portuguesa precisa de ter “uma oferta mais qualificada e diferenciadora, não só a nível do saber-fazer na produção, mas também na capacidade de design, de gerar marcas portuguesas com mais valor acrescentado e criar melhores condições de atratividade e fixação de recursos”.

Indústria investe na sustentabilidade

Nesta feira francesa, o setor do têxtil e do vestuário procura marcar diferença pela aposta na sustentabilidade, seja através de matérias reciclados ou de fibras feitas a partir de desperdícios alimentares, como o café ou as uvas. Eurico Brilhante Dias realçou aos jornalistas que este caminho para a indústria ser mais sustentável tem vindo a ser construído ao longo dos últimos anos.

“Há uma preocupação das empresas em serem mais sustentáveis. A sustentabilidade está muito ligada aos tecidos, à reciclagem e a reutilização dos tecidos. A indústria portuguesa fez, no passado, um esforço por ser mais sustentável, seja no têxtil, no vestuário ou no calçado”, insistiu o secretário de Estado da Internacionalização.

A Première Vision conta com 56 empresas portuguesas e a grande maioria do tecido industrial está a a apostar fortemente no campo da sustentabilidade e da economia circular. É o caso, por exemplo, da Adalberto Estampados, da Somami, da Tintex e da Tearfil, entre outras.

António Braz Costa, diretor-geral do Centro Tecnológico da Indústria Têxtil e do Vestuário (Citeve), conta ao ECO que Portugal está bem posicionado nesta matéria e que “já está a agarrar essa oportunidade”. “As apostas que fizemos em termos de sustentabilidade estão a dar frutos. Neste momento, o nível de sustentabilidade dos produtos portugueses são uma chave para atrair clientes exigentes, incluindo de luxo“, destaca.

O líder do Citeve sublinha ainda que Portugal tem recebido contactos das grandes marcas de referência, como a Channel, que “querem montar as suas fábricas em Portugal e estão decididas em apostar em Portugal no campo da sustentabilidade”.

Mário Jorge Machado (ATP), Eurico Brilhante Dias, o embaixador Jorge Torres Pereira e César Araújo (Anivec).Fátima Castro/ECO

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Presidente da Evergrande apela a que se faça “tudo o possível” para honrar compromissos

  • Lusa
  • 23 Setembro 2021

Xu Jiayin, presidente do Evergrande Group, apelou aos executivos da empresa para "dedicarem toda a sua energia à retomada do trabalho, à produção e à entrega de bens imóveis".

O presidente do grupo de imobiliário Evergrande, cuja possível falência pode abalar a economia chinesa, pediu esta quinta-feira à empresa que “faça tudo o possível” para honrar os seus compromissos, refere a imprensa do país asiático.

O conglomerado privado está a ter dificuldades em cumprir com o serviço de dívida, que ascende ao equivalente a 260 mil milhões de euros — superior ao Produto Interno Bruto (PIB) de Portugal. A entrada em incumprimento pode resultar numa forte desaceleração nos setores de construção da China e causar turbulência nos mercados financeiros mundiais.

O Evergrande enfrenta há várias semanas, em todo a China, manifestações de compradores de apartamentos e investidores que exigem as casas, muitas que ficaram inacabadas, ou o dinheiro que investiram.

O presidente do grupo, Xu Jiayin, convocou mais de 4.000 executivos da empresa para exortá-los a “dedicar toda a sua energia à retomada do trabalho, à produção e à entrega de bens imóveis”. Outrora dono de uma das maiores fortunas da China, Xu também destacou que o grupo deve “fazer tudo o possível para honrar” os seus compromissos.

O Evergrande enfrenta novo prazo hoje para cumprir o pagamento de 83,5 milhões de dólares (71 milhões de euros), em juros, sobre obrigações emitidas em dólares norte-americanos. Incapaz de obter empréstimos nos mercados financeiros e com falta de liquidez, o grupo tentou reembolsar alguns destes credores com lugares de estacionamento e imóveis inacabados.

“Só com a recuperação plena e total das nossas obras, da nossa produção, das nossas vendas e das nossas operações é que poderemos garantir os direitos e interesses dos proprietários dos apartamentos e garantir o pagamento aos investidores”, apontou Xu Jiayin, de acordo com o jornal de notícias financeiras China Securities Journal.

O Governo chinês não indicou ainda se pretende ou não intervir a favor do conglomerado privado.

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PCP pede apreciação parlamentar do decreto sobre apoios a micro e pequenas empresas

  • Lusa
  • 23 Setembro 2021

O PCP aponta que, com quase três meses de atraso face ao prazo determinado, em julho, o Governo publicou um decreto "deixando para regulamentação posterior elementos essenciais do apoio".

O PCP requereu esta quinta-feira a apreciação parlamentar do decreto referente à criação de uma linha de apoio à tesouraria de micro e pequenas empresas, considerando que o Governo não cumpre a lei de Orçamento do Estado para 2021.

Em comunicado, a bancada comunista refere que o Orçamento do Estado para 2021 determinou que até ao final do primeiro trimestre de 2021 o Governo deveria criar esta linha de apoio para micro e pequenas empresas.

No entanto, o PCP aponta que, com quase três meses de atraso face ao prazo determinado, em julho, o Governo publicou um decreto “deixando para regulamentação posterior elementos essenciais do apoio, nomeadamente, o prazo de maturidade, taxa de juro, período de carência de capital, eventuais aumentos de dotação e os critérios de elegibilidade”.

“Mesmo após o encerramento de milhares de empresas e perante a situação de falência iminente de milhares de micro, pequenas e médias empresas, é particularmente grave o atraso do Governo PS na criação e regulamentação desta linha de apoio. É igualmente grave que, à semelhança de outras medidas, a regulamentação e operacionalização desta linha fique sujeita à publicação de mais diplomas legais que atrasam o processo, desvirtuam os propósitos iniciais e criam dificuldades no acesso e na candidatura aos apoios prometidos”, critica a bancada comunista.

No comunicado, o PCP refere-se também a uma portaria do Governo publicada este mês.

“Foram precisos quase dois meses para regulamentar um apoio que foi criado com três meses de atraso e, mesmo com a experiência do passado, o Governo insiste em pôr entraves ao acesso generalizado das empresas que dele necessitam a este instrumento”, assinala este partido.

De acordo com o PCP, nesta portaria existem critérios de elegibilidade que “violam o disposto no artigo 185.º da Lei do Orçamento que lhe deu origem, sendo disso exemplo a definição de um prazo máximo de quatro anos para o reembolso do apoio financeiro e de 12 meses de período de carência de capital”.

Nesse artigo da lei do Orçamento, segundo o Grupo Parlamentar do PCP, estabelece-se que o apoio é reembolsável “no prazo máximo de dez anos com período de 18 meses de carência de capital”.

“Existem inclusivamente critérios de elegibilidade que violam o artigo 359.º da Lei do Orçamento do Estado – que estabelece a não discriminação no apoio a empresas – cujo cumprimento o PCP tanto exigiu ao longo do ano de 2021 e do qual o Governo sempre fez tábua rasa na regulamentação inicial de outras medidas de apoio, como no programa Apoiar”, acrescenta-se na mesma nota.

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Consumo dita queda da taxa de poupança dos portugueses no segundo trimestre

A taxa de poupança dos portugueses fixou-se nos 11,5% no segundo trimestre de 2021, após ter atingido um máximo histórico de 14,2% no arranque do ano.

No segundo trimestre deste ano, período marcado pelo desconfinamento e a retirada de restrições ao consumo, a taxa de poupança dos portugueses baixou para 11,5% do rendimento disponível, de acordo com os dados divulgados esta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). No primeiro trimestre a taxa tinha atingido os 14,2%, o valor mais elevado desde que a série estatística começou em 1999.

“A taxa de poupança das Famílias atingiu 11,5% do rendimento disponível, o que correspondeu a uma redução de 2,7 p.p. relativamente ao trimestre anterior”, revela o INE, explicando que “este resultado foi consequência do aumento de 4,4% da despesa de consumo (variação de -1,8% no trimestre anterior), que mais que compensou o aumento de 1,3% do rendimento disponível“.

Esta queda da taxa de poupança era esperada pelos economistas, tal como o ECO escreveu. O desconfinamento do segundo trimestre aliado ao avanço do processo de desconfinamento deu confiança dos particulares para gastarem mais e, assim, pouparem menos do seu rendimento, ao contrário do que tinha acontecido desde o início da pandemia. A expectativa é que a taxa continue a baixar à medida que a economia normalize, regressando aos níveis pré-pandemia.

Taxa de poupança desce após pico

Fonte: INE. Taxa de poupança equivale à percentagem do rendimento disponível que não foi consumido.

A taxa de poupança mede a parte do rendimento disponível que não é utilizado em consumo final, sendo calculada através do rácio entre a poupança bruta e o rendimento disponível (inclui ajustamento pela variação da participação líquida das famílias nos fundos de pensões). Ou seja, em termos simples, é a fatia do salário que não é gasta.

Em 2020, a taxa de poupança dos portugueses aumentou para 12,8% do rendimento disponível — o que representa uma revisão em alta de quatro décimas face ao que tinha sido estimado —, o valor mais elevado desde 2002, de acordo com a série histórica do INE. A pandemia provocou um aumento de 5,6 pontos percentuais face a 2019 por causa da “poupança forçada” pelas restrições de movimentação que levou no ano passado à maior queda do consumo desde 1995, ano em que arranca a série do INE.

O Eurostat irá divulgar em breve os dados da taxa de poupança agregada da Zona Euro e aí será possível ver se, como os portugueses, também os europeus pouparam menos entre abril e junho. Apesar do aumento da poupança dos portugueses, durante este período a taxa média de poupança na Zona Euro (acima de 20%) foi superior à de Portugal, tal como acontecia antes da pandemia.

Poupança desce por causa do aumento do consumo

Não há margem para dúvidas: foi o disparar do consumo privado no segundo trimestre, seja pelas menores restrições seja pela concretização de compras adiadas, que levou a uma queda da taxa de poupança. Os números do INE mostram que o rendimento disponível cresceu, mas esse crescimento ficou bastante aquém do salto dado pelo consumo, como é visível neste gráfico:

Fonte: INE.

 

Apesar do crescimento do rendimento disponível ter sido mais baixo, há um pormenor a assinalar: o contributo das remunerações para esse aumento foi o maior de todos, de 1,5 pontos percentuais, o que fica acima do contributo dado noutros trimestres antes da pandemia. Isto sugere que houve um aumento significativo dos salários no segundo trimestre deste ano.

O INE revela ainda que o rendimento disponível bruto (antes de impostos) dos cidadãos, ajustado per capita, fixou-se nos 16,6 mil euros no ano terminado no segundo trimestre de 2021, mais 1,4% do que no ano terminado no primeiro trimestre de 2021.

“Note-se que o RDB ajustado difere do RDB por incluir o valor dos bens e serviços adquiridos ou produzidos pelas AP [administrações públicas] ou ISFLSF [instituições sem fins lucrativos) de e que se destinam ao consumo das Famílias, como sejam, por exemplo, comparticipações na aquisição de medicamentos pelas famílias”, explica o gabinete de estatísticas.

(Notícia atualizada às 13h57 com mais informação)

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Injex de Famalicão entra na lista restrita de fornecedores automóveis

A certificação internacional obtida pela produtora minhota de componentes técnicos em plástico permite-lhe entrar no grupo de fornecedores regulares das grandes construtoras do ramo automóvel.

A Injex, especializada em plásticos técnicos injetados, acaba de entrar no “grupo muito restrito de empresas” portuguesas que produzem componentes para a indústria automóvel, com a obtenção de uma certificação internacional que lhe permite entrar nas listas de fornecedores regulares das grandes construtoras.

A empresa de Vila Nova de Famalicão anunciou esta quinta-feira que foi certificada de acordo com o referencial IATF 16949, que garante aos clientes que, ao longo de toda a cadeia de valor, a empresa adota sistemas de gestão da qualidade orientados para a melhoria contínua, para a prevenção de defeitos e para a redução do desperdício e de variações na produção.

“É um momento de grande alegria, que consolida a Injex como fabricante de peças para a indústria automóvel mundial, de acordo com as exigências mais avançadas do setor”, destaca, em comunicado, José Duarte Pinheiro de Lacerda, fundador e CEO da empresa, que no ano passado faturou 1,4 milhões de euros e prepara-se para investir no aumento da capacidade para duplicar as vendas em 2022.

José Duarte Pinheiro de Lacerda, fundador e CEO da Injex.D.R.

A Injex fabrica anualmente mais de 50 milhões de peças de plástico, com destaque para a produção de símbolos para marcas como a Peugeot, Alfa Romeo, Jaguar, Volkswagen, Audi e Mercedes. Exporta mais de 90% da produção e está neste momento à procura de terrenos para construir uma nova fábrica de raiz, que pretende abrir já no próximo ano, para aumentar a capacidade industrial neste concelho do distrito de Braga.

A empresa minhota sublinha, no mesmo comunicado, que “percorreu um longo caminho” até obter esta certificação, “tendo ultrapassado os diferentes níveis de geração de valor, designadamente a produção de componentes, a construção de moldes, o desenvolvimento de processos, o estudo e design de produtos, a impressão 3D, o produto certificado (serviço de certificação finlandês) e o crescimento contínuo das exportações”.

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Desconfinamento ajuda a reduzir défice para 5,5% do PIB no primeiro semestre

O desconfinamento do segundo trimestre permitiu uma redução do défice face ao primeiro trimestre em que este foi afetado pelo segundo confinamento.

O desconfinamento levou o défice orçamental do primeiro semestre deste ano para os 5,5% do PIB em contabilidade nacional, a que interessa para comparações internacionais, o que representa uma melhoria face aos 5,7% do PIB registados no primeiro trimestre, o qual foi afetado pelo segundo confinamento e o regresso das medidas de apoio à economia, e aos 5,6% registados no primeiro semestre de 2020.

Esta é a primeira estimativa do Instituto Nacional de Estatística (INE) para o primeiro semestre e reflete o impacto da pandemia nas contas públicas, seja pela queda das receitas seja pelo aumento da despesa. Em 2020, o défice anual fixou-se nos 5,8% do PIB (foi revisto uma décima em alta) e o Governo tem o objetivo de o baixar para 4,5% do PIB em 2021, uma meta que poderá ser revista na proposta do Orçamento do Estado para 2022 (OE 2022) que será entregue a 11 de outubro. No ano passado, no primeiro semestre o défice orçamental tinha sido de 5,6% do PIB.

Considerando valores para o conjunto do primeiro semestre, o saldo das Administrações Públicas passou de -5,6% do PIB no primeiro semestre de 2020 para -5,5% em igual período de 2021, observando-se um crescimento da receita total (6,9%) superior ao da despesa (6,5%)“, explica o INE. Na comparação homóloga focando apenas no segundo trimestre, o crescimento da receita (14,3%) é ainda maior do que o da despesa (3,1%).

Na receita destacam-se os aumentos dos impostos sobre a produção e importação (6,0%), das contribuições sociais (5,8%) e da outra receita corrente (46,1%). Porém, a receita com impostos sobre o rendimento (IRS) e património caiu 2,8% face ao ano passado.

Do lado da despesa salientam-se os aumentos dos subsídios (75,5%), do investimento (30,9%) e da outra despesa corrente (10,0%). A despesa com juros da dívida e as outras despesas de capital (como as injeções no Novo Banco) são as únicas a cair.

Isolando apenas o segundo trimestre deste ano, a redução é ainda maior face ao primeiro trimestre uma vez que o défice orçamental ficou pelos 5,3% do PIB. Estes valores refletem já, em parte, a melhoria das contas públicas provocada pelo maior dinamismo da economia e, portanto, da receita fiscal, entre abril e junho. A expectativa é que o défice continue a descer, salvo alguma surpresa, para perto dos valores previstos pelo Governo para o ano inteiro.

Mais: este valor representa metade dos 10,6% do PIB de défice orçamental registado no segundo trimestre de 2020, que foi o mais afetado pela pandemia. Não só o PIB caiu a pique nesse trimestre como houve receita adiada (pagamento de impostos prolongado) e a despesa subiu significativamente com a criação de uma série de apoios ajustados à situação pandémica, como é o caso do lay-off simplificado que ainda existe.

Este valor é um dos que João Leão terá em atenção quando definir as previsões para a evolução das contas públicas em 2021 e 2022, a qual constará da proposta do Orçamento do Estado para 2022 (OE 2022) que será entregue no Parlamento a 11 de outubro. O ponto de partida de 2021, para o qual o número do défice do primeiro semestre dá indicações, é essencial para se saber o défice de 2022, nomeadamente se se mantém a vontade de o reduzir para 3,2% do PIB, como previa o Programa de Estabilidade 2021-2025 em abril.

Para já, não há mudanças. Nos documentos do INE que são enviados ao Eurostat, também consta a previsão do Ministério das Finanças para 2021 e esta manteve-se nos 4,5% do PIB no caso do défice e 128% do PIB no caso da dívida pública. No que toca ao rácio da dívida pública, este situava-se nos 132,8% do PIB no segundo trimestre de 2021, de acordo com o Banco de Portugal, mas este número deverá ser revisto uma vez que o PIB sofreu várias revisões em 2019, 2020 e 2021.

(Notícia atualizada às 13h39 com mais informação)

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Consumo de gasolina aumentou 5,2% em agosto

Apesar do aumento no consumo de gasolina em agosto, o gasóleo rodoviário caiu 1,6%, face ao ano passado.

O consumo de gasolina aumentou 5,2% em agosto, face ao mês homólogo, de acordo com o boletim da Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG) divulgado esta quinta-feira. O gasóleo agrícola também viu um aumento no consumo nesse mês, aproximadamente de 10% face a 2020, enquanto o gasóleo rodoviário caiu 1,6%.

Quanto ao consumo de combustíveis nas empresas, o jet fuel no setor da aviação continuou a recuperar, como já tinha acontecido nos meses anteriores, apresentando um aumento de 68,2%, face a 2020. Isto numa altura em que já foram amenizadas as restrições devido à Covid-19, permitindo mais turismo e viagens.

Já olhando para a eletricidade e gás natural, o consumo doméstico recuou, o que “poderá dever-se em boa parte à ausência das famílias das suas residências para gozo de férias, algo que no ano anterior ainda era muito restrito devido às medidas que então vigoravam no combate à pandemia”, nota a DGEG.

Registou-se uma diminuição de 3,9% do consumo de eletricidade no setor doméstico em agosto, e de 4,3% no consumo de gás natural. A tendência foi a mesma no setor da indústria, que viu uma redução no consumo de eletricidade de 2,4% face ao mês homólogo, e de 1,5% no gás natural.

Por outro lado, os serviços consumiram mais energia que no ano passado. O consumo de energia elétrica no setor dos serviços aumentou 7,1% no mês de agosto, enquanto de gás natural subiu cerca de 4,0% em agosto, em relação ao mesmo mês de 2020.

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Afinal a economia contraiu mais em 2020. PIB caiu 8,4%

Em vez dos 7,6% inicialmente estimados, a economia portuguesa contraiu 8,4%, reviu o INE. Assim, a dívida pública subiu para 135,2% do PIB em vez dos 133,6% estimados até agora.

A economia portuguesa contraiu mais em 2020 do que tinha sido estimado anteriormente. O PIB caiu 8,4%, em vez dos 7,6% que até aqui o Instituto Nacional de Estatística (INE) calculava. É uma diferença de oito décimas que tem repercussões no rácio da dívida pública, o qual subiu para 135,2% do PIB em vez dos 133,6% estimados até agora. A introdução de mais informação, que revelou uma quebra maior no alojamento, restauração e transportes, ditou a revisão do PIB no ano da pandemia.

“Os resultados apresentados, que correspondem à versão final de 2019 e à versão provisória de 2020 das Contas Nacionais, traduzem uma revisão em alta do PIB em 2019, de 0,2% em valor e volume, e uma revisão em baixa em 2020, de 1,3% em valor e 0,8% em volume, relativamente aos dados anteriormente divulgados”, revela o INE.

A revisão dos valores referentes a 2020 foi fundamentalmente determinada pela ainda maior contração que a inicialmente estimada das atividades de alojamento e restauração e transporte e armazenagem“, explica o INE no destaque divulgado esta quinta-feira, esclarecendo que “esta revisão traduziu sobretudo a incorporação dos resultados da Informação Empresarial Simplificada referente a 2020 entretanto disponibilizada”.

PIB contraiu 8,4% em 2020, a maior queda desde que há dados

Fonte: INE. Variação anual do PIB em volume.

O gabinete de estatísticas atualiza também os dados das contas públicas fruto desta revisão em alta da queda do PIB. O INE estima agora que o défice orçamental tenha sido de 5,8%, mais uma décima do que o estimado anteriormente. A maior quebra da economia tem um impacto mais significativo no rácio da dívida pública que passa de 133,6% do PIB para 135,2% em 2020.

Assim, tanto no que toca ao PIB como à dívida pública, isto significa que o Governo tem um caminho maior pela frente para voltar aos níveis pré-pandemia. Estas revisões poderão ter impacto também no cenário macroeconómico do Orçamento do Estado para 2022 (OE 2022) que está a ser preparado pelo Ministério das Finanças para ser entregue com a proposta do OE a 11 de outubro.

É de notar ainda que o crescimento do PIB em 2019 foi revisto em alta em duas décimas para os 2,7%.

No ano de 2020, marcado pelos efeitos económicos da pandemia COVID-19, o Produto Interno Bruto (PIB) ascendeu a 200,1 mil milhões de euros“, quantifica o INE.

Como já se sabia, a quebra das exportações e do consumo privado explicam a maior parte da contração do PIB: “Focando a análise nas variações em volume, as exportações de bens e serviços e a despesa de consumo final das famílias, com contributos de -5,4 p.p. e -2,6 p.p. (+0,7 p.p. e +1,2 p.p. no ano anterior), foram responsáveis por 96% da contração do PIB”, diz o gabinete de estatísticas. Só a queda das exportações dos serviços (principalmente turismo) é responsável por um contributo negativo de 3,7 pontos percentuais.

Fonte: INE.

Na ótica da produção, o VAB (valor acrescentado bruto) caiu 7,2%, mas há grandes diferenças entre os vários setores. “O VAB das atividades de alojamento e restauração diminuiu 46,3% e o dos transportes e armazenagem contraiu 19,5%, sendo as atividades onde se fez sentir mais intensamente o impacto da pandemia Covid-19, refletindo os condicionamentos à mobilidade das pessoas no contexto da pandemia, nomeadamente às deslocações turísticas e ao transporte aéreo”, descreve o INE.

Por outro lado, “reduções mais moderadas do VAB ocorreram nas atividades financeiras e seguros (-1,6%), imobiliárias (-1,2%) e Administração Pública, saúde e educação (-1,4%)”. E há ainda o caso dos ramos da construção e dos serviços de informação e comunicação, com crescimentos de 3,0% e 4,1%, respetivamente, que “constituíram as exceções à contração da atividade económica”, semelhante ao que já se sabia.

Revisões são “inerentes” à produção de Contas Nacionais, justifica o INE

Esta revisão acontece no mesmo dia em que também o INE espanhol reviu em forte baixa o crescimento do PIB no segundo trimestre. Ambos os institutos defendem-se, argumentando que é normal haver atualizações. “A existência de revisões é inerente ao processo de produção de Contas Nacionais”, escreve o INE no destaque, dando como motivos disso “a disponibilidade crescente de informação relativamente ao período de referência nos dois anos posteriores e as limitações inerentes aos métodos utilizados para obter estimativas de elevada frequência (trimestral) a partir de informação parcial”.

Em particular no caso das contas preliminares, a estimativa do PIB baseia-se sobretudo na ótica da despesa, visto que a informação disponível para o apuramento do PIB na ótica da produção é muito parcial“, explica, referindo que os valores do VAB nessa estimativa preliminar são obtidos assumindo-se que “a relação técnica entre produção e consumos intermédios não se altera tendencialmente”. É a chegada da Informação Empresarial Simplificada, que abrange mais de 490 mil respostas de empresas, que “muda o jogo” em termos de estatísticas.

O próprio INE assume a importância desses documentos e do impacto particular que teve nas estatísticas compiladas durante um período impactado pela Covid-19: “Num ano marcado pelo choque da pandemia, a IES referente a 2020 veio revelar uma maior intensidade da crise económica que a inicialmente apurada no âmbito das estimativas trimestrais, com destaque para dois ramos: alojamento e restauração e transportes e armazenagem“, esclarece.

E essa informação mostrou que a relação técnica entre produção e consumos intermédios modificou-se com a pandemia, principalmente nos setores mais afetados. “O aumento do peso do consumo intermédio, implicando a redução do peso relativo do VAB no valor da produção, sugere que, em muitas empresas, para preservar a capacidade de produção instalada, sob a hipótese que a crise seria temporalmente limitada, a expressiva redução da produção não foi proporcionalmente transmitida às despesas de funcionamento“, nota o INE.

(Notícia atualizada às 13h19 com mais informação)

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Bruxelas pressiona Portugal para transpor nova lei das telecomunicações

  • Lusa e ECO
  • 23 Setembro 2021

Portugal e 17 outros países europeus só vão ter mais dois meses para transporem o Código Europeu das Comunicações Eletrónicas. Caso contrário, a Comissão ameaça enviar o caso para a Justiça.

A Comissão Europeia instou Portugal e 17 outros países da União Europeia (UE) a transporem integralmente para lei nacional as novas regras das telecomunicações, dando-lhes dois meses para o fazerem.

“A Comissão decidiu hoje [quinta-feira] enviar pareceres fundamentados à Estónia, Espanha, Croácia, Irlanda, Itália, Chipre, Letónia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Países Baixos, Áustria, Polónia, Portugal, Roménia, Eslovénia, Eslováquia e Suécia por não terem notificado a Comissão sobre a transposição integral do Código Europeu das Comunicações Eletrónicas”, indica o executivo comunitário em comunicado de imprensa.

Os Estados-membros deveriam ter transposto as novas regras das telecomunicações para a legislação nacional até 21 de dezembro de 2020, mas estes 18 países não o fizeram, e este aviso é já o segundo de Bruxelas, após um primeiro em fevereiro deste ano.

Os países em causa têm agora dois meses para responder à Comissão Europeia ou a instituição remete o caso para o Tribunal de Justiça da União Europeia.

Bruxelas adianta que estas novas regras “modernizam o quadro regulamentar europeu das comunicações eletrónicas, reforçando as escolhas e os direitos dos consumidores e incentivando os operadores a investir em redes de muito alta capacidade e na implantação de fibra e 5G [quinta geração]”.

O Código Europeu de Comunicações Eletrónicas é uma diretiva da UE que regula redes e serviços de comunicações eletrónicas. Foi adotado em dezembro de 2018 e reformulou o quadro regulamentar existente. Atualmente, a proposta de transposição está em discussão na especialidade na Assembleia da República.

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Ampliar teletrabalho permitiria reduzir poluição até 10%, alertam investigadores

Esta é a principal conclusão de um estudo elaborado pelo Instituto de Ciencia y Tecnología Ambientales, da Universidade Autónoma de Barcelona (ICTA-UAB).

Implementar um regime de teletrabalho dois, três ou quatro dias por semana permitira reduzir os níveis de dióxido de nitrogénio (NO2) em 4%, 8% e 10%, respetivamente. Esta é a principal conclusão de um estudo elaborado pelo Instituto de Ciencia y Tecnología Ambientales, da Universidade Autónoma de Barcelona (ICTA-UAB).

Depois de verificarem a melhoria da qualidade do ar em virtude das restrições de mobilidade impostas pela pandemia da Covid-19, os investigadores do ICTA-UAB realizaram um estudo-piloto em larga escala “que permitiu refletir sobre as lições aprendidas durante o confinamento em termos de redução da poluição do ar”, escrevem os autores, citados pela La Vanguardia (acesso livre, conteúdo em espanhol).

Com base em três cenários distintos — de dois, três e quatro dias de teletrabalho por semana — os investigadores estudaram as mudanças na poluição do ar para cada uma das hipóteses. O primeiro cenário originaria uma redução das viagens para o escritório em torno de 12,5%, se 20% dos trabalhadores do setor de serviços adotasse este regime; uma diminuição de 5% das emissões relacionadas com o tráfego; e uma queda de 4% dos níveis de NO2.

Já o segundo cenário — em que são impostos três dias de teletrabalho por semana — reduziria as emissões em 10% e os níveis de NO2 em 8%, reduzindo, por sua vez, as viagens para o escritório em 25%, se 30% dos funcionários do setor de serviços escolhessem esta opção laboral.

Finalmente, o terceiro cenário, em que quatro dias por semana são passados a trabalhar a partir de casa, permitiria uma redução de 15% nas emissões de tráfego, de 10% nos níveis de NO2 e de 37,5% nas deslocações casa-trabalho (caso 40% dos funcionários dos serviços trabalhassem neste regime).

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Economia portuguesa estabiliza após regresso ao trabalho

Depois de o regresso ao trabalho ter puxado pela economia portuguesa, o indicador diário de atividade económica do Banco de Portugal estabilizou na semana seguinte, que acabou a 19 de setembro.

A economia portuguesa estabilizou na semana que terminou a 19 de setembro, sugerem as leituras do indicador diário de atividade económica do Banco de Portugal.

“Na semana terminada a 19 de setembro, o indicador diário de atividade económica (DEI) e a taxa bienal correspondente evoluíram em linha com as semanas anteriores”, refere o banco central num comunicado.

Indicador diário de atividade económica:

Fonte: Banco de Portugal

A estabilização segue-se à aceleração registada na semana anterior, terminada a 12 de setembro, período marcado pelo regresso de muitos portugueses ao trabalho após as férias do verão.

Uma semana depois, entre 13 e 19 de setembro, o DEI registou uma leitura média de 2,1, o que sinaliza que a atividade económica se manteve acima do registado no mesmo período de 2020. Na taxa bienal, que compara o período de 2021 com o mesmo período de 2019, antes da pandemia, a variação continua muito próxima do zero.

Evolução da taxa bienal do DEI:

Fonte: DEI

O cálculo do DEI incorpora um conjunto de dados estatísticos, incluindo o tráfego rodoviário de pesados nas autoestradas, o consumo de eletricidade e de gás natural, a carga e correio desembarcados nos aeroportos nacionais e as compras feitas com cartão em Portugal por residentes e não residentes. É um indicador económico de alta frequência, em comparação com o principal indicador, o Produto Interno Bruto (PIB), que apenas é conhecido trimestralmente.

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Mercadona abre loja em Leça e chega às 2.300 pessoas em Portugal

Retalhista abre a 7 de outubro o 2.º supermercado em Matosinhos, perto da refinaria fechada pela Galp. Já contratou 600 este ano e tem seis recrutamentos em aberto para 2022, de Guimarães a Setúbal.

É em Leça da Palmeira, nas imediações da Exponor e a cerca de um quilómetro da antiga refinaria – cujo encerramento levou António Costa a prometer dar uma “lição” à Galp –, que a Mercadona vai abrir no dia 7 de outubro o 25.º supermercado em Portugal.

Com uma área de vendas de 1.900 metros quadrados e situada junto a um dos principais eixos de acesso às praias, esta é a segunda loja da retalhista de origem espanhola no concelho de Matosinhos, juntando-se à que inaugurou em julho de 2019 no centro da cidade, no edifício da antiga fábrica de conservas Vasco da Gama.

Esta nova unidade comercial vai gerar 65 novos postos de trabalho. De acordo com os dados fornecidos ao ECO, a Mercadona contabiliza já 2.300 trabalhadores em Portugal, o que significa que a empresa de Valência avançou com 600 contratações no país desde o arranque deste ano, em que previa investir 150 milhões de euros.

Vila do Conde, Felgueiras, Santa Maria da Feira e Valongo são as quatro localidades que, até dezembro, ainda vão acolher novas superfícies comerciais da líder de mercado no país vizinho. Cumprindo assim o plano de terminar o ano de 2021 com 29 lojas em Portugal, nesta que é a sua primeira experiência de internacionalização.

Seis recrutamentos, de Guimarães a Setúbal

Apesar de ainda não querer divulgar o número total de aberturas para 2022, estão já abertos os processos de recrutamentos para seis localizações: Guimarães, Braga, Póvoa de Varzim, Santarém, Montijo e Setúbal. Estas três últimas são as primeiras do plano de expansão nas zonas Centro e Sul do país, que serão servidas por um novo centro de distribuição que está a ser construído em Almeirim.

Em 2020, com um total de 20 supermercados, a Mercadona atingiu vendas de 186 milhões de euros e pagou 32 milhões de euros em impostos através da empresa Irmãdona, sediada em Vila Nova de Gaia. Foi para o município da margem sul do Douro, onde abriu o primeiro super há mais de dois anos, que passou a sede e os escritórios centrais, deixando as instalações arrendadas na zona da Boavista (Porto).

Na semana passada, a empresa abriu um centro de co-inovação em Lisboa para estudar os gostos e hábitos de consumo dos clientes nacionais – tem outro semelhante em Matosinhos -, no qual investiu 2,2 milhões de euros. Instalado no espaço da antiga livraria da Porto Editora, na Avenida Estados Unidos da América, tem uma área de 2.400 m2, com espaços para cozinhar, fazer provas cegas, recriar a exposição dos produtos nas prateleiras, um auditório e salas de reuniões.

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