EDP Renováveis cai 5% e Lisboa regressa a valores de dezembro

A EDP Renováveis chegou a afundar 9% na sessão, tendo aliviado a queda e encerrando a perder 5%. O deslize castigou a bolsa de Lisboa num dia de perdas na Europa.

A bolsa de Lisboa recuou mais de 2% numa sessão marcada por quedas expressivas nas principais praças europeias. O aumento generalizado das infeções por Covid-19 está a gerar incerteza sobre a prometida recuperação económica em 2021, levando os investidores a venderem ações.

Enquanto o Stoxx 600 perdeu 1,1%, o alemão DAX caiu 1,6%, o francês CAC-40 cedeu 1,1%, o espanhol IBEX-35 desvalorizou 1,3% e o britânico FTSE 100 caiu 1,2%.

Portugal tem-se destacado pela negativa no cenário pandémico internacional e as ações portuguesas foram particularmente castigadas, com o PSI-20 a cair 2,2%, para 4.785,16 pontos, cotação que não era vista desde meados de dezembro.

A EDP Renováveis fixou o pior desempenho da sessão e contribuiu significativamente para esta que foi a sexta sessão consecutiva de quedas para a bolsa portuguesa. As ações da elétrica corrigiram e eliminaram os fortes ganhos que foram registando desde o início do mês. Os títulos, que chegaram a perder 9% na sessão, acabaram por fechar a valer 22,15 euros, uma queda de 5,14%.

Na banca, o BCP recuou 1,91%, para 11,31 cêntimos, e os CTT cederam 3,12%, para 2,33 euros. A EDP perdeu 2,30%, para 5,096 euros, pressionando também o índice lisboeta. No setor petrolífero, a queda da Galp Energia foi menos expressiva, ainda assim de 0,49%, para 8,578 euros cada título.

Os investidores estão mais cautelosos face ao aumento do número de casos de Covid-19, num dia em que Portugal voltou a bater recordes, com mais de 15 mil novas infeções e quase 300 mortes em apenas 24 horas.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Há cinco portuguesas no índice para a igualdade de género da Bloomberg

EDP, Galp, Jerónimo Martins, BCP e REN são as empresas nacionais que fazem parte do índice que seleciona as companhias cotadas mais envolvidas no desenvolvimento da igualdade de género.

Este ano, a Bloomberg escolheu cinco empresas nacionais para integrarem o “Bloomberg Gender Equality Index”, um índice de referência que seleciona as companhias cotadas mais envolvidas no desenvolvimento da igualdade entre mulheres e homens no mundo. EDP, Galp, Jerónimo Martins, BCP e REN são as portuguesas que fazem parte deste índice.

Gender Equality Index 2021 é composto por um total de 380 empresas, dos mais diversos setores de negócio, desde a banca à engenharia, passando pela indústria automóvel, pela construção ou pelo retalho. Estão representados, ao todo, 44 países, sendo que, pela primeira vez, a Indonésia e as Bermudas fazem parte do índice.

Para a EDP, que tanto a empresa-mãe como a EDP Renováveis são mencionadas na seleção feita pela Bloomberg, a inclusão neste índice demonstra a “valorização do trabalho desenvolvido pela empresa para promover a igualdade de oportunidades profissionais, através de políticas de desenvolvimento, representação e transparência”, refere a energética em comunicado.

Já o grupo Jerónimo Martins, que é pela primeira vez selecionado, “a estreia neste prestigiado índice é mais um marco e reconhecimento” encarado com satisfação e sentido de responsabilidade, refere Susana Correia de Campos, head of corporate employee relations, em comunicado. “Somos um Grupo internacional, com mais de 115 mil colaboradores em três países, que se orgulha de ter 67% de mulheres a desempenharem cargos de gestão“, acrescenta.

A metodologia do “Bloomberg Gender Equality Index” passa pela ponderação de dois fatores: 30% para “disclosure” (divulgação de informação) e 70% para “data excellence” (desempenho). No total, o índice avalia mais de 100 indicadores.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Decreto de Marcelo “permitirá que as escolas possam ter ensino à distância”, diz Rui Rio

O líder do PSD, Rui Rio, defende também que só devem ser vacinados os políticos que "estão em cargos completamente nevrálgicos" no combate à pandemia. "Não faz sentido nenhum vacinar à AR toda", diz.

O líder do PSD, depois da audição com o Presidente da República, confirmou que o decreto presidencial vai incluir a possibilidade ensino à distância. “O Decreto permitirá que as escolas possam ter ensino à distância”, disse, em declarações transmitidas pelas televisões.

O social-democrata disse que “não vale a pena continuar a fingir” que o Governo “apenas empurrou o ano letivo 15 dias para a frente”, já que “todos nós percebemos que as escolas terão de permanecer fechadas mais tempo”. Nesse sentido, Rui Rio confirmou que o decreto presidencial, que regulará o novo estado de emergência e que deverá ser conhecido esta quarta-feira, “permitirá que as escolas possam ter ensino à distância”.

Ao mesmo tempo, o líder do PSD criticou o Executivo por ter proibido que as escolas continuam-se as aulas com ensino à distância. “Não faz qualquer sentido se há escolas preparadas para isso, privadas e públicas, prejudicar esses porque algumas escolas não o fizeram ou o Ministério não tratou”, apontou.

Além disso, Rui Rio apontou o dedo ao Governo devido à falta de profissionais de saúde no combate à pandemia, referindo que sugeriu ao Presidente da república que sejam “acionados mecanismos para pedir a colaboração de médicos e enfermeiros reformados“. “Obviamente uma pessoa que esteja reforma e que já esteja com 90 anos ou 90 e muitos anos provavelmente não esta em condições, mas se tiver 60 e muitos, 70 anos está em condições de ajudar o pais”, defendeu.

Quanto à vacinação dos titulares de órgãos políticos, Rui Rio disse ainda que discorda “da demagogia de não vacinar político nenhum”, mas considera que “não faz sentido vacinar a Assembleia da República toda”. Rui Rio defende que devem ser vacinados os políticos que “estão em cargos completamente nevrálgicos” no combate à pandemia. Questionado sobre se aceitaria receber a vacina, o líder do PSD diz que não se considera um “caso nevrálgico”, mas admite receber a vacina caso exista “consenso nacional”.

PS diz que Portugal está “em período essencial de confinamento”

À esquerda, o secretário-geral adjunto do PS, José Luís Carneiro, disse que “manifestou o seu apoio” ao Presidente da República para que seja renovado o estado de emergência, avisando que as próximas semanas serão de elevada pressão nos sistemas de saúde. “Temos aqui um período essencial de confinamento para que daqui a duas a três semanas avaliarmos se estamos ou não a conseguir achatar” a evolução da pandemia, apontou.

Questionado pelos jornalistas sobre se as escolas poderão abrir depois do Carnaval, José Luís Carneiro avisa que “ainda é muito cedo” para antecipar cenários. Quanto ao atraso do Governo na aquisição de computadores para o ensino à distância, o socialista diz que “nenhum outro país europeu tinha respostas preparadas para um problema desta natureza” e que a procura não é só nacional, mas também “internacional, o que dificulta as entregas”.

Portugal dificilmente “terá condições para reabrir normalmente as escolas”, após a pausa letiva

Após a audição com o Presidente da República, Catarina Martins assumiu que após a pausa letiva, “dificilmente o país terá condições para reabrir normalmente as escolas” já que “continuará numa situação muito complicada”, disse, em declarações transmitidas pelas televisões. Assim, o BE apelou ao Governo que se prepare para o ensino à distância, num regime misto, defendendo que terminada a suspensão de aulas, prevista para 5 de fevereiro, o Executivo deve “criar condições” para que, pelo menos as crianças que estão nas “creches, pré-escolar e 1ª ciclo” possam retomar o ensino presencial. Para esta “reabertura em segurança”, o BE sugere que sejam feitos “rastreios ao pessoal docente e não docente”.

Além disso, os bloquistas defendem ainda o alargamento do apoio para os 100%, ao invés dos atuais 66%. “Entretanto não podemos ter os pais ou as mães em casa simplesmente com dois terços do seu salário. O lay-off ja é pago a 100%. O apoio aos pais que ficam em casa também deve ser pago a 100%“, apontou. Além disso, o BE diz que são precisas políticas a longo-prazo, pedindo, por isso, o reforço do Serviço Nacional de Saúde, nomeadamente através da “capacidade de reter e contratar profissionais”, apontou. Além disso, o BE pede que os subsídios de desemprego que terminaram em dezembro sejam renovados automaticamente. “Esta é uma lacuna grave e que deve ser resolvida o quanto antes”, aponta.

PCP diz que é preciso acelerar vacinação contra a Covid-19

À semelhança do BE, o PCP centrou as suas preocupações nos apoios sociais e no reforço do SNS. “Impõe-se o apoio à proteção social e salvaguarda das remunerações a 100% para os trabalhadores, dos direitos daqueles que em situação de teletrabalho incluindo de assistência à família. Impõe-se responder ao futuro de milhares de pequenas empresas a par de uma decisiva aposta no investimento público capaz de contribuir para a dinamização económica”, assinalou Jerónimo de Sousa. Ao mesmo tempo, o secretário-geral do PCP diz que é necessário “acelerar o processo de vacinação” contra a Covid-19 “a toda a população, recorrendo se necessário à diversificação da sua aquisição”, sublinhou.

Esta foi a segunda ronda de audições feita pelo Presidente da República aos partidos com assento parlamentar para avaliar a renovação do estado de emergência, que termina a 30 de janeiro. Na audição de terça-feira, ficou claro que o novo decreto será muito semelhante ao atual, contudo, segundo o PEV, o Chefe de Estado assumiu que o novo documento poderá abrir a porta ao fecho de fronteiras “caso isso seja necessário”, bem como à possibilidade de venda de livros nos hipermercados. Além disso, Marcelo quer dar cobertura legal para que o ensino à distância seja permitido no setor público, privado e cooperativo.

(Notícia atualizada)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Leão confirma revisão em baixa do PIB e défice maior em 2021

Se 2020 foi melhor do que o esperado, 2021 caminha para ser pior. O Ministério das Finanças admite que o crescimento da economia este ano será revisto em baixa e que o défice orçamental será maior.

O Ministério das Finanças admitiu esta quarta-feira que o crescimento da economia portuguesa em 2021 deverá ser revisto em baixa e que o défice orçamental deverá ser maior face ao estimado no Orçamento do Estado para 2021 (OE 2021). O comunicado do gabinete de João Leão sobre a execução orçamental vem confirmar aquilo que o ministro das Finanças tinha sinalizado numa audição no Parlamento Europeu esta semana: este forte agravamento da pandemia que levou a um novo confinamento não estava nos planos do Governo, em termos económicos, e terá consequências.

A primeira notícia do comunicado é boa, pelo menos na ótica das contas públicas: o défice de 2020 deverá ficar abaixo do previsto em outubro no OE 2021 (7,3% do PIB) e “mais próximo” dos 6,3% do PIB previstos no Orçamento Suplementar de 2020, em junho.

Contudo, esta melhoria do défice no ano passado não terá impacto na “meta” para 2021: “Apesar desta revisão para 2020 ter um efeito base positivo, não se antecipa uma melhoria da previsão do saldo orçamental para 2021“. Pelo contrário, o cenário mais provável atualmente aponta para que o défice fique acima dos 4,3% do PIB estimados no OE 2021 dado que será necessário gastar mais em apoios à economia (e deverá entrar menos receita fiscal nos cofres do Estado).

A má notícia também se aplica à recuperação da economia. “A segunda vaga da pandemia, mais intensa do que o esperado, e as medidas restritivas de confinamento associadas, com maiores apoios ao rendimento das famílias e às empresas, deverão conduzir a uma revisão em baixa do cenário macroeconómico e do saldo orçamental para 2021“, admite o Ministério das Finanças. Ou seja, o crescimento do PIB de 5,4% em 2021, com o qual foi construído o OE 2021, será inferior.

Há quem seja ainda mais pessimista e aponte já para um cenário de continuada recessão, com o PIB a cair 2% em 2021, como é o caso da Católica. Contudo, esse ainda não é o cenário central da maioria dos economistas, nem do Fundo Monetário Internacional, ainda que este tenha revisto em baixa o crescimento da Zona Euro em 2021 para 4,2%. Não foram atualizadas as previsões do FMI para Portugal.

Na segunda-feira, numa audição no Parlamento Europeu, João Leão admitiu que “a terceira vaga da pandemia está a ser bastante mais intensa e mais forte do que era esperado e isso irá afetar as perspetivas económicas de recuperação neste ano em toda a Europa”, incluindo Portugal. “Esta vaga está a ter um efeito tremendo sobre a economia europeia, com medidas muito restritivas sobre vários setores de atividade e, por isso mesmo, é muito importante que as medidas de apoio à economia se mantenham“, afirmou, definindo como objetivo que o “plano de recuperação europeu e os diferentes planos de recuperação a nível nacional sejam aprovados o mais rapidamente possível, para garantir que a economia começa a sentir o efeito desses planos no terreno”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Episódio #5 A Voz do Negócio: o modelo prático Business Avenue

  • BRANDS' ECO
  • 27 Janeiro 2021

Vera Costa Pereira, CEO e fundadora da Business Avenue, dedica o quinto episódio deste videocast a partilhar a base-matriz da sua consultora.

Vera Costa Pereira, especialista em desenvolvimento de negócios, gestão de parcerias, estratégia e inovação, pretende neste episódio explicar o modelo prático utilizado na sua própria consultora, a Bussiness Avenue, para ajudar no desenvolvimento dos negócios.

Depois de falar sobre a mente do empresário, a construção da ideia para o negócio, do pricing e da análise da concorrência, Vera Costa Pereira explica a matriz técnica da Business Avenue e como chegar até lá, revendo o modelo do negócio do início ao fim. Desde a identificação do propósito, à construção da jornada do cliente, passando pelo benchmarking, análise SWOT e construção da proposta de valor, descubra todo o processo.

Assista aqui ao 5º episódio do videocast “A Voz do Negócio”:

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Governo suspende voos de e para o Brasil a partir de sexta-feira

  • Lusa
  • 27 Janeiro 2021

O Governo decidiu suspender os voos de e para o Brasil, a partir da meia noite de sexta-feira, devido à evolução da pandemia e à nova estirpe.

O Governo decidiu suspender os voos de e para o Brasil, a partir das 00:00 de sexta-feira, devido à evolução da pandemia, ao aumento dos casos de infeção pelo novo coronavírus e à deteção de novas estirpes.

“Até ao dia 14 de fevereiro, estão suspensos todos os voos, comerciais ou privados, de todas as companhias aéreas, de e para o Brasil. As regras agora estabelecidas são igualmente aplicáveis aos voos de e para o Reino Unido”, refere o Ministério da Administração Interna, em comunicado.

O Governo justifica esta suspensão dos voos de e para o Brasil com a evolução da situação epidemiológica a nível mundial, o aumento dos casos de infeção por SARS-CoV-2 em Portugal e a deteção de novas estirpes do vírus.

Fora da suspensão, refere o MAI, estão apenas os voos de natureza humanitária para efeito de repatriamento dos cidadãos nacionais e membros das respetivas famílias, bem como de titulares de autorização de residência em Portugal.

Nos voos de caráter humanitário podem também embarcar cidadãos nacionais da União Europeia, nacionais de Estados associados ao Espaço Schengen e respetivas famílias e os nacionais de países terceiros com residência legal num Estado-membro da União Europeia, exclusivamente para efeitos de repatriamento.

Adianta a nota que todos cidadãos têm de apresentar, no momento da partida, “um comprovativo de realização de teste molecular por RT-PCR para despiste da infeção por SARS-CoV-2 com resultado negativo, realizado nas 72 horas anteriores à hora do embarque”.

Além disso, “à chegada a território nacional têm de cumprir, obrigatoriamente, um período de 14 dias de quarentena no domicílio ou em local indicado pelas autoridades de saúde”.

Em caso de voos de ligação têm de aguardar em local próprio no interior do aeroporto.

Portugal registou esta quarta-feira 293 mortos relacionados com a Covid-19, um novo máximo diário desde o início da pandemia, em março de 2020, e 15.073 novos casos de infeção com o novo coronavirus, segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS).

(Notícia atualização às 16h46 com mais informação)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

2020 fecha com um défice de 10,3 mil milhões de euros. Finanças dizem que ficará abaixo dos 7,3% do PIB

O défice orçamental disparou para 10,3 mil milhões de euros em 2020, de acordo com o Ministério das Finanças, mas na ótica que interessa deverá ficar abaixo dos 7,3% do PIB previstos em outubro.

Fruto da pandemia, o Estado português registou um défice de 10,3 mil milhões de euros em contabilidade pública (ótica de caixa) em 2020. Esta não é a ótica que interessa para comparações internacionais, a qual só irá ser divulgada mais tarde pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), mas dá indicação do estado das contas públicas. Os números foram divulgados pelas Finanças esta quarta-feira em antecipação do boletim da Direção-Geral do Orçamento (DGO) que é publicado ao final da tarde.

“O défice das Administrações Públicas em contabilidade pública, no ano de 2020, situou-se nos 10.320 milhões de euros, um agravamento de 9.704 milhões de euros face a 2019, explicado pela pandemia COVID-19”, revelam as Finanças em comunicado, ressalvando, porém, que “o défice orçamental em contas nacionais de 2020 deverá ficar abaixo dos 7,3% previstos no Orçamento do Estado para 2021”. O Governo estima que o valor final do défice nessa ótica fique “mais próximo” dos 6,3% do PIB previstos no Orçamento Suplementar de 2020.

A última estimativa do Governo, que consta da proposta do Orçamento do Estado para 2021 (OE 2021), para o défice em contabilidade pública em 2020 era de 13,8 mil milhões de euros. Ora, terminado o ano, o défice nesta ótica acabou por encolher 3,5 mil milhões de euros face à estimativa de outubro, o que ajudará a explicar o porquê de ficar abaixo da “meta” também em contas nacionais. O gabinete de João Leão justifica a melhoria com a “evolução mais positiva do emprego, com reflexo na receita fiscal e contributiva”.

Em contabilidade nacional (contas nacionais), a ótica que interessa para o cumprimento das regras orçamentais europeias (que estão suspensas neste momento), esse défice orçamental estimado em outubro subiria para 14,4 mil milhões de euros, o que corresponde a 7,3% do PIB, caso a previsão de contração da economia de 8,4% se concretize. Contudo, a economia terá contraído menos, de acordo com as previsões que existem, principalmente por causa da forte recuperação do terceiro trimestre.

Em 2019, Portugal tinha alcançado um excedente orçamental de 0,1% do PIB em contabilidade nacional e em contabilidade pública um défice de 569 milhões de euros. A comparação com o número final de 2020 em contabilidade pública mostra bem o impacto que a crise pandémica teve nas contas públicas de várias formas, seja pela redução da receita, seja pela subida da despesa, independentemente de o défice ter ficado aquém das últimas previsões.

A concretizar-se um défice em contabilidade nacional “mais próximo” dos 6,3% do PIB do Orçamento Suplementar, o Ministério das Finanças, agora sob a liderança de João Leão, conseguirá novamente superar as previsões das outras instituições: a OCDE, o FMI, o Conselho das Finanças Públicas e a Comissão Europeia apontavam todos para um défice orçamental acima de 7% do PIB em 2020. O valor oficial só será divulgado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) em março.

O que explica o défice abaixo da “meta” em 2020?

Excecionalmente, esta quarta-feira o Ministério das Finanças decidiu fazer um comentário sobre o saldo orçamental em contabilidade nacional. “O saldo orçamental em contabilidade pública de 2020, hoje conhecido, difere significativamente do saldo em contas nacionais“, começa por explicar o gabinete de Leão, referindo que, “entre outros aspetos, o saldo em contas nacionais incorpora informação adicional que apenas será apurada em março”.

As Finanças reconhecem o “impacto muito acentuado” da crise pandémica na economia e nas contas públicas em 2020, mas assinalam que o “comportamento do mercado de trabalho foi bastante mais favorável do que o previsto, o que deverá ter um impacto positivo” no défice. A esse comportamento do emprego não será alheia a despesa do Estado de 881 milhões de euros com o lay-off simplificado (entre outras medidas) no ano passado, permitindo manter postos de trabalho apesar do encerramento de várias atividades económicas.

É essa “evolução mais positiva do emprego, com reflexo na receita fiscal e contributiva” — cujo comportamento foi “bastante superior ao esperado” — que dá confiança a João Leão de que o défice ficará abaixo dos 7,3% do PIB estimados em outubro e “mais próximo” dos 6,3% do Suplementar. As Finanças notam em especial a receita de IRS e IRC e das contribuições para a Segurança Social como surpresas positivas da execução orçamental.

O comunicado dá mais ênfase à receita ter ficado acima do esperado, mas é preciso olhar também para a despesa para calcular o valor final do défice. Sobre isso, as Finanças dizem que “a evolução da despesa terá ficado próximo do valor previsto na estimativa de 2020 incluída no Orçamento do Estado para 2021”.

Porém, é preciso recordar que no OE 2021 a despesa já tinha sido revista em baixa face ao Orçamento Suplementar: em junho, a despesa prevista para executar em 2020 era de 101 mil milhões de euros, mas em outubro já tinha baixado para 97 mil milhões de euros. O comunicado sinaliza que a execução terá ficado abaixo deste último valor, contribuindo também para a redução do défice.

Défice agravou-se em 9.704 milhões de euros num só ano marcado pela pandemia

Em contabilidade pública, o défice agravou-se em 9.704 milhões de euros “explicado pela pandemia COVID-19”. Esta degradação do saldo orçamental “resulta do efeito conjugado de redução da receita (-5,6%) e acréscimo da despesa (+5,3%)“. Parte é explicada por medidas tomadas pelo Governo e a outra parte pelo impacto da pandemia na economia.

Começando pelas medidas do Governo do lado da receita, há desde logo a suspensão dos pagamentos por conta (-695 milhões de euros) e a perda de receita contributiva pela isenção de pagamento de TSU no âmbito do regime de lay-off simplificado, apoio à retoma progressiva e incentivo financeiro à normalização da atividade empresarial (-509 milhões de euros). “A estes efeitos acresce a prorrogação do pagamento do IVA, da suspensão de execuções da receita e de medidas de isenção ou redução da taxa contributiva (-222 milhões de euros)“, recordam as Finanças.

Do lado da despesa, o maior gasto foi o lay-off simplificado (+881 milhões de euros), seguindo-se os outros apoios suportados pela Segurança Social (+740 milhões de euros), a aquisição de equipamentos na área da saúde (+641 milhões de euros) e o incentivo extraordinário à normalização (+284 milhões de euros).

Quanto ao efeito da contração da economia, o impacto na receita foi transversal à generalidade dos impostos, com destaque para a quebra de 8,6% da receita do IVA. Porém, no que toca às contribuições para a Segurança Social, a queda é de apenas 0,8% em 2020 “na sequência do abrandamento da atividade económica e dos meses mais intensos do lay-off simplificado, bem como da isenção de pagamentos no âmbito das medidas anteriormente enunciadas”.

Na despesa, o destaque vai para o aumento de 27,5% dos gastos com prestações de desemprego na sequência do aumento da taxa de desemprego ao longo de 2020. Além disso, o Governo decidiu prorrogar a vigência do subsídio de desemprego para os beneficiários que iam deixar de o receber nos primeiros meses da pandemia.

(Notícia atualizada pela última vez às 17h23 com mais informação sobre a execução orçamental)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Finanças ainda vão inspecionar venda de barragens da EDP e podem aplicar cláusula anti-abuso

O secretário de Estado dos Assuntos Fiscais garante que os impostos devidos pela venda das barragens da EDP vão ser canalizados para um fundo gerido pelos municípios para o desenvolvimento local.

O secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, António Mendonça Mendes, garantiu esta quarta-feira numa audição na comissão de Ambiente, Energia e Ordenamento do Território na Assembleia da República, que a venda de seis barragens da EDP no Douro à francesa Engie por 2,2 mil milhões de euros ainda passará por uma fase de inspeção por parte da Autoridade Tributária, com vista a “defender o erário público e fazer as correções devidas”.

Se nesta operação [de venda das barragens da EDP] existiu algum planeamento fiscal abusivo ou agressivo, o primeiro interessado em corrigir a situação é a Administração Fiscal. Não tenho a menor dúvida que, perante factos que lhe permitam aplicar a cláusula anti-abuso, a Administração Fiscal fá-lo-á. Se for preciso, será feito“, disse Mendonça Mendes, sublinhando que o sistema fiscal é baseado na confiança das declarações dos contribuintes.

“O Estado verifica e corrige, a Autoridade Tributária (AT) inspeciona”, explicou o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, garantindo que todos os impostos devidos pela venda das barragens da EDP vão ser canalizados para um fundo gerido pelos municípios e alocado ao desenvolvimento das regiões afetadas.

Em causa está o pagamento de vários impostos — como o imposto de selo, IMI, IMT, IVA e IRC — que as deputadas do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, e do PSD, Isabel Lopes, que pediram a audição ao Governo, questionam agora se foi ou não feito pela EDP e pela Engie ao Estado.

“A Autoridade Tributária não tem de ser consultada e não tem de validar previamente as operações jurídicas entre privados. Pode ser consultada previamente através de pedidos de pedidos de informação vinculativa e responder”, disse Mendonça Mendes, esclarecendo que a unidade de grandes contribuintes da AT (onde se inclui a EDP) tem um Programa de Assistência Pré-Declarativa.

Sem poder pronunciar-se sobre contribuintes em específico, Mendonça Mendes esclareceu que, por regra, cabe às empresas autoliquidar o imposto de selo, e não à AT notificar previamente os contribuintes. “As operações societárias podem ou não ser objeto de incidência de Imposto do Selo em função da sua configuração concreta. O Ministério das Finanças não atribui quaisquer isenções nos termos do Código do Imposto do Selo”, esclareceu.

Já sobre o IMT e IMI, o governante disse que as barragens vendidas pela EDP não se qualificam como prédios para efeitos tributários porque têm estatuto de utilidade pública e património do Estado. Quanto à derrama municipal do IRC, Mendonça Mendes confirmou que a mesma é devida, e essas verbas serão canalizadas para o mesmo fundo que será gerido pelo conjunto dos vários municípios.

O mesmo defendeu o ministro do Ambiente e Ação Climática, Matos Fernandes, no final da sua intervenção inicial da audição. “Se houver imposto pago ou a pagar, o montante será, com certeza, entregue aos municípios”, atestou, garantindo tratar-se de “um negócio privado entre empresas privadas, a EDP e o consórcio liderado pela ENGIE, no qual o Estado podia exercer o direito de preferência, mas optou por não o fazer.

O ministro garante mesmo que vê “com bons olhos a entrada da Engie no setor elétrico nacional”, tendo em conta que traz mais concorrência. “O comprador das barragens é uma entidade credível e reforça posição com compra de barragens”, disse, em resposta às questões dos deputados.

“Estava em causa a transmissão de títulos de aproveitamentos hidroelétricos, ou seja, de utilização de bens do domínio público, e das licenças de produção de energia. Competia à Agência Portuguesa do Ambiente, à Direção-Geral de Energia e Geologia e às REN – Redes Elétricas Nacionais avaliarem a operação”, disse Matos Fernandes, sublinhando que todas deram o seu parecer favorável até ao final de 2020.

Além disso, o Governo decidiu ainda criar um Grupo de Trabalho, em conjunto com os municípios, a Autoridade Tributária e a Direção Geral das Autarquias Locais, que já reuniu várias vezes e que apresentará, em março, propostas para um roteiro para o desenvolvimento sustentável da região, “projeto que beneficiará dos impostos que vierem a ser pagos no âmbito deste negócio”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

É assim que funciona o novo apoio aos trabalhadores sem proteção. 16 perguntas e respostas

É uma das grandes bandeiras do Orçamento do Estado para 2021 e está agora pronta para ser colocada no terreno. Novo apoio social varia entre 50 euros e 501,16 euros.

O apoio extraordinário ao rendimento dos trabalhadores está pronto para começar a funcionar. A medida estava prevista no Orçamento do Estado para 2021 — aliás, foi uma das grandes bandeiras do Executivo, nesse âmbito –, mas faltava uma portaria para se tornar realidade. O diploma foi, entretanto, publicado e já se conhecem, por isso, todos os contornos e regras desta nova prestação social.

O Governo estima que o apoio em causa poderá vir a abranger mais de 250 mil pessoas, que receberão um ajuda entre 50 euros e 501,16 euros. Para ter acesso a esta medida, é preciso estar em desproteção económica, situação reconhecida mediante verificação de uma condição de recursos muito criticada pela esquerda, por ser “muito apertada” e deixar de fora muitos trabalhadores.

A legislação esclarece que o apoio estará disponível até ao final do ano, mas o período de concessão do apoio não é igual para todos os trabalhadores.

Quem tem acesso?

  • Os trabalhadores por conta de outrem, incluindo os trabalhadores do serviço doméstico, os trabalhadores independentes e os membros de órgãos estatutários com funções de direção, cuja prestação de proteção no desemprego termine após 1 de janeiro, data de entrada em vigor da lei do Orçamento do Estado;
  • Os trabalhadores por conta de outrem, incluindo os trabalhadores do serviço doméstico, os trabalhadores independentes economicamente dependentes (isto é, com mais de 50% dos seus serviços a uma mesma entidade) e os membros de órgãos estatutários com funções de direção que, por razões que não lhes sejam imputáveis, ficaram em situação de desemprego, sem acesso à respetiva prestação, e que tenham, pelo menos, três meses de contribuições nos 12 meses imediatamente anteriores à situação de desemprego;
  • Os trabalhadores independentes e os trabalhadores do serviço doméstico (com regime diário ou horário) que tenham, pelo menos, três meses de contribuições nos 12 meses imediatamente anteriores ao requerimento do apoio e que apresentem uma quebra do rendimento relevante médio mensal superior a 40%, no período de março a dezembro de 2020, face ao rendimento relevante médio mensal de 2019 e, cumulativamente, entre a última declaração trimestral disponível à data do requerimento do apoio e o rendimento relevante médio mensal de 2019;
  • Os trabalhadores informais, isto é, os trabalhadores em situação de desproteção económica e social que não tenham acesso a qualquer instrumento ou mecanismo de proteção social e que se vinculem ao sistema de Segurança Social como trabalhadores independentes e mantenham essa vinculação durante a atribuição do apoio e nos 30 meses subsequentes. A esse período pode ser deduzido o número de meses com contribuições efetuadas para a Segurança Social nos 12 meses anteriores à data de concessão do apoio, como trabalhador independente ou trabalhador por conta de outrem;
  • Os gerentes das micro e pequenas empresas, tenham ou não participação no capital da empresa, empresários em nome individual, e os membros dos órgãos estatutários de fundações, associações ou cooperativas com funções equivalentes às daqueles, que estejam, nessa qualidade, exclusivamente abrangidos pelos regimes de Segurança Social, que tenham, pelo menos, três meses seguidos ou seis meses interpolados de contribuições nos 12 meses imediatamente anteriores ao requerimento do apoio, que estejam: em paragem total da atividade por causa da pandemia ou em situação de quebra abrupta e acentuada de 40%, nos 30 dias anteriores ao pedido face à média mensal dos dois meses anteriores ou ao período homólogo. Isto mediante declaração do próprio conjuntamente com certidão de contabilista certificado;
  • Os trabalhadores estagiários ao abrigo da medida de estágios profissionais.

Que outros critérios são precisos cumprir?

Além de ter de se enquadrar num dos referidos grupos, os candidatos a este apoio têm de se encontrar em situação de desproteção económica e residir em território nacional.

No caso dos trabalhadores informais, é preciso também que tenham aberto, entretanto, atividade como trabalhadores independentes para ter acesso a este apoio.

Como se determina a situação de desproteção económica?

O reconhecimento da situação de desproteção económica é feito mediante verificação de condição de recursos, definida em função do rendimento médio mensal per capita do agregado familiar do requerente, que não pode ser superior a 80% do salário mínimo (isto é, 532 euros).

Para esse cálculo, contam os valores ilíquidos provenientes do trabalho por conta de outrem e ou por conta própria, os valores das pensões e outras prestações substitutivas de rendimentos de trabalho, incluindo prestações complementares das concedidas pelos regimes de Segurança Social, os valores ilíquidos de rendimento de capital ou de outros proventos regulares e os valores das pensões de alimentos judicialmente fixadas a favor do requerente da prestação. O imóvel destinado a habitação permanente não é tido em conta para a verificação da condição de recursos, no caso deste apoio.

Quando é verificada a situação de desproteção social?

  • No caso dos trabalhadores dependentes (incluindo do serviço doméstico) que tenham perdido a prestação de proteção no desemprego e dos estagiários, a verificação acontece no momento de determinação do montante do apoio;
  • No caso dos trabalhadores independentes e dos membros de órgãos estatutários que tenham perdido a proteção no desemprego, bem como dos demais trabalhadores abrangidos por este regime (à exceção dos referidos no ponto anterior), a situação de desproteção económica é verificada enquanto condição de acesso ao apoio extraordinário. Considera-se que a condição está satisfeita se o rendimento médio mensal do agregado familiar determinado for inferior a 501,16 euros.

Que valor tem o apoio?

O valor do apoio não é igual para todos, mas varia, de modo geral, entre 50 euros e 501,16 euros. Para os sócios-gerentes, a ajuda pode chegar aos 1.995 euros.

Como se calcula o apoio?

  • No caso dos trabalhadores dependentes (incluindo do serviço doméstico), a prestação consiste na diferença entre 501,16 euros e rendimento médio mensal por adulto equivalente do agregado familiar. O valor não pode ser superior ao rendimento líquido da remuneração de referência que o trabalhador auferia;
  • Para os trabalhadores independentes e membros dos órgãos estatutários que tenham ficado sem trabalho, o apoio corresponde ao valor da quebra do rendimento relevante médio mensal entre a última declaração trimestral disponível à data do requerimento do apoio e o rendimento relevante médio mensal de 2019. O limite máximo é 501,16 euros e o apoio não pode ser superior ao rendimento relevante médio mensal de 2019;
  • No caso dos trabalhadores independentes e do serviço doméstico com quebras de, pelo menos, 40%, o apoio corresponde a dois terços desse decréscimo de rendimentos, com o limite máximo de 501,16 euros. O apoio não pode ser superior ao rendimento relevante médio mensal de 2019;
  • No caso dos trabalhadores informais, aplica-se uma de duas opções. Se tiver exercido trabalho por conta de outrem, o apoio é a diferença entre 501,16 euros e o rendimento médio mensal por adulto equivalente do agregado familiar. Se estiver a exercer trabalho independente, o apoio é o correspondente a dois terços da quebra de faturação, com o limite de 501,16 euros. Nas situações em que não é possível determinar a natureza do trabalho prestado, considera-se que o trabalho é independente;
  • Para os gerentes de micro e pequenas empresas, empresários em nome individual e membros de órgãos estatutários o apoio corresponde, em caso de paragem total da atividade, ao valor da remuneração registada como base de incidência contributiva, nas situações em que esse valor é inferior a 1,5 IAS (cerca de 658,2 euros) ou a dois terços do valor da remuneração registada como base de incidência contributiva, nas situações em que esse é superior ou igual a 1,5 IAS. Neste caso, o limite é o triplo do salário mínimo, ou seja, 1.995 euros. Em caso de quebra de faturação, o cálculo é o mesmo, mas o valor deve ainda a ser multiplicado pela quebra, expressa em termos percentuais, isto é, o apoio é proporcional.

Há exceções ao limite mínimo de 50 euros?

Na generalidade das situações, o apoio tem como limite mínimo 50 euros, mas há duas exceções.

  • Quando a perda de rendimentos do trabalho independente foi superior a um IAS (438,81 euros), o apoio tem como limite mínimo 0,5 IAS, isto é, 219,4 euros;
  • Quando a perda de rendimento do trabalho independente se situar entre 0,5 IAS e 1 IAS, o apoio tem como limite mínimo 50 % do valor da perda.

Há condições especiais para trabalhadores mais afetados pela pandemia?

Os trabalhadores dependentes, os trabalhadores independentes e os membros de órgãos estatutários com funções de direção que tenham perdido a proteção no desemprego e cujas atividades estejam suspensas por imposição legal, o apoio é concedido sem verificação da condição de recursos, nos primeiros seis meses, correspondendo ao valor do subsídio de desemprego que auferiam à data da sua cessação ou que teriam direito, até 501,16. Em alternativa, os trabalhadores podem também pedir a prorrogação por seis meses do subsídio de desemprego.

Por outro lado, no caso dos trabalhadores independentes, informais ou sócios-gerentes que tenham beneficiado de medidas extraordinários, desde 1 de janeiro, por causa do confinamento, é deduzido o período de concessão daqueles apoios a este novo apoio extraordinário.

Que deveres têm os beneficiários deste apoio?

Os mesmos que os beneficiários de prestações de desemprego, isto é:

  • Aceitar emprego conveniente;
  • Aceitar trabalho socialmente necessário;
  • Aceitar formação profissional;
  • Aceitar outras medidas ativas de emprego em vigor não previstas nas alíneas anteriores desde que ajustadas ao perfil dos beneficiários;
  • Procurar ativamente emprego pelos seus próprios meios e efetuar a sua demonstração perante o centro de emprego;
  • Cumprir o dever de apresentação quinzenal e efetuar a sua demonstração perante o centro de emprego;
  • Sujeitar-se a medidas de avaliação, acompanhamento e controlo, nomeadamente comparecer nas datas e nos locais que lhes forem determinados pelo centro de emprego.

Durante quanto tempo é atribuído este apoio?

O apoio ficará disponível até ao final de dezembro deste ano.

  • Para os trabalhadores que perderam a proteção no desemprego ou ficaram sem trabalho e sem acesso a proteção (tendo três meses de descontos nos últimos 12), o apoio é pago por 12 meses.
  • Nos demais casos, é pago por seis meses, seguidos ou interpolados.
  • Regra diferente têm os gerentes de micro e pequenas empresas, empresários em nome individual e membros de órgãos estatutários. Neste caso, o apoio tem a duração de um mês, sendo prorrogável mensalmente até um máximo de seis meses.

Este apoio é cumulável com outros?

Não. O apoio não é acumulável com outras prestações de desemprego, por cessação ou redução de atividade, ou de compensação retributiva por suspensão do contrato.

De notar, contudo, que os trabalhadores que, por terem perdido o subsídio de desemprego, têm direito a subsídio social de desemprego a partir de 1 de janeiro de 2020 é atribuído um complemento extraordinário, que corresponde à diferença entre o valor desse subsídio e o valor a que teriam direito do apoio em causa, se o subsídio for inferior.

Tenho filhos e não cumpro as condições de acesso. Há alguma ajuda?

Sim. Os trabalhadores com dependentes que não tenham preencham a condição de recursos recebem uma vez em cada semestre, um montante adicional do abono de família a que os dependentes tenham direito, até ao terceiro escalão.

Como requerer este apoio?

O requerimento é efetuado via Segurança Social Direta, em formulário próprio, no mês seguinte ao do mês de referência do apoio. Ou seja, em fevereiro relativamente a janeiro.

Quando será pago o apoio?

O apoio extraordinário previsto no presente diploma é devido desde o início do mês anterior ao da apresentação do requerimento. Ou seja, se pedir em fevereiro, tem direito a um apoio para o mês completo de janeiro.

Desistir do apoio implica devolver o apoio?

Para os trabalhadores informais, sim. A desistência do apoio extraordinário durante o período da sua concessão determina a devolução da totalidade dos valores pagos, a qual pode ser efetuada no prazo máximo de 12 meses sem que haja lugar ao pagamento de juros de mora. Esses trabalhadores também têm de devolver os apoios se falharem o período de “fidelização” à Segurança Social e fecharem atividade.

É preciso guardar os documentos?

Sim, pelos próximos três anos. Diz a legislação: “Os trabalhadores beneficiários do apoio extraordinário devem, para efeitos de comprovação dos factos em que se baseia o pedido e respetivas prorrogações, conservar a informação relevante durante o período de três anos”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Parlamento vai ouvir PGR sobre vigilância a jornalistas no caso e-toupeira

  • Lusa
  • 27 Janeiro 2021

O parlamento aprovou a audição da procuradora-geral da República, sindicato dos jornalistas, dos magistrados do Ministério Público e da ERC sobre a vigilância pela polícia a jornalistas.

O parlamento aprovou esta quarta-feira a audição da procuradora-geral da República, sindicato dos jornalistas, dos magistrados do Ministério Público e da ERC sobre a vigilância pela polícia a jornalistas no caso e-toupeira.

O pedido tinha sido feito pelo Bloco de Esquerda e foi aprovado esta quarta-feira, por maioria, na comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, com os votos do PS, BE e PAN e o voto contra do PSD.

Na reunião desta quarta-feira, o PCP juntou uma proposta para a audição do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público, também aprovada, a par de uma reunião com o Conselho Superior do Ministério Público.

José Manuel Pureza, do BE, afirmou que o propósito dos bloquistas nestas audições “não é, nem podia ser”, qualquer interferência neste processo, mas sim fazer uma “avaliação quanto a procedimentos de investigação criminal que põem em causa direitos fundamentais”.

Os sociais-democratas, através de Carlos Peixoto, justificaram o voto contra por ser impossível que, nas audições, não se venha a discutir “o caso concreto”, noticiado pela revista Sábado, de que a procuradora Andrea Marques, do DIAP, ordenou à PSP que fizesse vigilâncias a jornalistas.

O caso já levou a Federação Europeia de Jornalistas (FEJ) a notificar Portugal, junto do Conselho da Europa, sendo esta a primeira vez que Portugal é alvo de um “alerta” na plataforma criada em 2015 para denunciar violações da liberdade de imprensa e proteger o jornalismo.

A revista noticiou que que, “entre abril e maio de 2018”, a PSP “vigiou secretamente quatro jornalistas no âmbito de uma investigação” sobre ‘fuga de informação relacionados com o caso de corrupção ‘e-toupeira’, “por ordem da procuradora Andrea Marques (…) sem prévia autorização de um juiz de instrução e com vista a identificar as fontes dos jornalistas”.

Referem ainda que os jornalistas sob vigilância são Sílvia Caneco (Visão), Isabel Horta (SIC), Carlos Rodrigues Lima (Sábado) e Henrique Machado (Correio da Manhã e TVI) e que “a polícia extraiu as trocas de SMS dos jornalistas e, para um deles, obteve acesso à conta bancária pessoal”.

A polícia “também acompanhou Rodrigues Lima por vários dias, em 30 de novembro de 2020, interrogou-o como suspeito”, sendo que “em 08 de janeiro de 2021 Machado foi também interrogado como suspeito”, salientam.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Interessado em minimizar riscos da internet? Ainda está a tempo de inscrever-se no curso “Cidadão Seguro”

O objetivo da formação é promover a adoção de comportamentos que protejam o cidadão, bem como os próprios equipamentos e o  ambiente em que são utilizados, seja a casa ou o local de trabalho.

Tem até 17 de fevereiro para inscrever-se no curso “Cidadão Seguro”, ministrado pelo Centro Nacional de Cibersegurança. A formação tem três horas de duração e inclui uma avaliação final para a obtenção do certificado. O objetivo é promover a adoção de comportamentos que protejam o cidadão, os próprios equipamentos e o ambiente em que são utilizados, seja a casa ou o local de trabalho.

O curso encontra-se disponível desde fevereiro de 2020 no site da NAU, um serviço da Unidade FCCN da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) que oferece aos utilizadores do ciberespaço as ferramentas necessárias para evitarem os riscos quando usam as Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC). Os tópicos abordados passam por identidade, redes e navegação, comportamento social e posto de trabalho, e ciber-higiene.

Até agora, o curso conta com cerca de dez mil matriculados, sendo que esta é a última oportunidade para frequentá-lo, avança a NAU em comunicado. “Trata-se de uma oportunidade de dotar todos os utilizadores das TIC de ferramentas que os permitam salvaguardar-se de perigos existentes na internet e desta forma evitar riscos desnecessários”, afirma Pedro Barbosa Cabral, gestor do projeto NAU.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Novo terminal de contentores de Leixões custa 190 milhões e é lançado ainda em 2021

  • Lusa
  • 27 Janeiro 2021

A data do lançamento da obra é incerta devido a questões procedimentais internas, mas será ainda este ano, diz a Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo.

A administração portuária de Leixões previu esta quarta-feira que o concurso para o novo terminal de contentores seja lançado ainda em 2021 e estimou um investimento na obra de cerca de 190 milhões de euros.

“A nossa estimativa orçamental para a construção do novo terminal, ou reconversão do multiúsos, entre construção civil e equipamentos, é de 190 milhões de euros. O valor inclui ainda a reconversão do porto de pesca. Quanto ao lançamento da obra, questões procedimentais interna impedem-nos, para já, de avançar uma data, mas será ainda este ano”, afirmou à agência Lusa o presidente da Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL), Nuno Araújo.

A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) já divulgou um parecer positivo ao novo terminal, condicionado à mitigação de ruídos e dos impactos visuais negativos na zona balnear de Matosinhos, mas, conforme atenuam os autores do parecer, os impactes ambientais negativos esperados são, no geral, “pouco significativos” e mais detetáveis na fase de construção, contrapondo que a nova infraestrutura “será capaz de gerar impactes sociais e económicos positivos ou muito significativos na região”.

O novo terminal vai ficar na zona do atual terminal multiúsos, “sobrepondo-se parcialmente” ao porto de pesca, que terá de ser reformulado. O projeto aponta para um terminal com uma capacidade anual de movimentação no terrapleno de pelo menos 480 mil TEU e uma capacidade de movimentação anual no cais de pelo menos 435 mil TEU. Cada TEU (siga da expressão inglesa Twenty-foot Equivalent Unit) equivale à capacidade de carga de um contentor de 20 pés (6,096 metros) de comprimento.

O projeto prevê igualmente um terminal Ro-Ro (abreviatura da expressão inglesa “roll on-roll off”) para carga geral solta, como veículos.

Em estado mais adiantado está, entretanto, o projeto para prolongamento do quebra-mar do porto de Leixões. Nuno Araújo disse que já foi obtido o visto do Tribunal de Contas para esta obra e está a ser recolhida documentação que permita consignar os trabalhos, se possível, já em fevereiro. Trata-se de um investimento de 147 milhões de euros, com um prazo de execução de 30 meses, que compreende o prolongamento do quebra-mar em 300 metros e a dragagem da bacia de rotação.

“Quando tivermos o quebra-mar e quando construirmos o novo terminal de contentores, vamos poder receber também navios de maior dimensão. Navios que hoje escalam noutros portos, espanhóis ou não, poderão escalar em Leixões e isso vai beneficiar nomeadamente as empresas desta região, com ganhos na cadeia na logística”, afirmou o presidente da APDL.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.