Ministra da Coesão “só se sentirá confortável quando as portagens das ex-Scut forem abolidas”

“Esta ministra só estará satisfeita quando não tivermos portagens nas ex-Scut. Mas estas têm de ser reduções orçamentalmente sustentáveis", disse Ana Abrunhosa no Parlamento.

“A ministra só se sentirá confortável quando as portagens das ex-Scut forem abolidas”. A afirmação é da própria ministra da Coesão que recusa demitir-se caso o Tribunal Constitucional decida que a redução de 50% nas portagens nas ex-SCUT é ilegal.

Em causa está o facto de o gabinete jurídico do primeiro-ministro estar a estudar se “foi ou não legal” a decisão da Assembleia da República relativa à redução de 50% nas portagens nas ex-SCUT prevista para julho. O deputado social-democrata Carlos Peixoto atacou a ministra por ter sido a própria a anunciar, há duas semanas, que o Executivo estava a estudar esta matéria e lamentou que tivesse perdido “a oportunidade de mostrar o seu peso politico”. “Saber isto da boca da ministra da Coesão Territorial não lembra ao diabo”, atirou Carlos Peixoto.

Naquele que foi o único momento aceso da audição da ministra da Coesão no Parlamento, Ana Abrunhosa, puxou dos pergaminhos, retorquiu que não fala “sobre o interior com leviandade” já que tem um doutoramento na área. “A intervenção do senhor deputado é um excelente exemplo do que os portugueses estão cansados”, disse a ministra. “Se calhar, as pessoas estão mesmo cansadas dos políticos do sistema – que sou eu e o senhor — porque vêm para aqui debitar buzzwords”. “Sei que faz bem mais do que isso”, disse já num tom mais apaziguador.

Mas Carlos Peixoto voltou à carga na segunda volta questionando a ministra se esta se demitiria caso a redução das portagens das ex-Scut acabe por não avançar. “Se o Governo decidir que há aqui uma fragilidade legal e se o Tribunal Constitucional a confirmar, naturalmente que me manterei em funções, porque quero cumprir esta promessa de gradualmente extinguir estas portagens”, respondeu.

Ana Abrunhosa explicou que primeiro tem de haver dúvidas, isto porque “o gabinete jurídico do primeiro-ministro ainda não tomou qualquer decisão”, garantiu. Depois tem de haver um pedido de avaliação ao Tribunal Constitucional.

Apesar de garantir nada ter a ver com a avaliação que o gabinete do PM está a levar a cabo, garante compreender que “havendo dúvidas jurídicas estas tenham de ser esclarecidas”, “até porque estão em causa negociações com entidades terceiras”. E as dúvidas “podem pôr em causa o processo”. “Estamos a falar de contratos de concessão que são complicadíssimos. O senhor deputado é um ilustre advogado e sabe disto. Por isso quando vamos para a negociação temos de ter a certeza que não há qualquer fragilidade do ponto de vista jurídico”, sublinhou.

Se não houver dúvidas legais não vejo por que razão o Governo não haveria de cumprir uma lei da Assembleia da República”, disse a ministra respondendo a outra das perguntas que o deputado social-democrata lhe fez.

Mas deixou uma ressalva: “Esta ministra só estará satisfeita quando não tivermos portagens nas ex-Scut. Mas estas têm de ser reduções orçamentalmente sustentáveis”, concluiu.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Bava, primo de Salgado, Caixa BI entre os alvos de multas de milhões da CMVM

Em sete processos de contraordenação, o regulador dos mercados aplicou coimas no valor de quase quatro milhões de euros. Três milhões dizem respeito ao caso PT/GES, mas foi reduzida pelo tribunal.

Ao todo são sete processos de contraordenação que a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) divulgou esta quarta-feira e dos quais resultaram coimas (iniciais) de quase quatro milhões de euros. São vários os visados do regulador dos mercados nestes processos, desde a Pharol e Zeinal Bava, no conhecido caso dos investimentos da PT em dívida do Grupo Espírito Santo, até ao primo de Ricardo Salgado e ao banco de investimento da Caixa Geral de Depósitos (CGD).

O maior processo (tanto em número de visados como em montante das coimas) prende-se com a antiga Portugal Telecom e os investimentos em dívida Grupo Espírito Santo. Em março do ano passado, a CMVM aplicou uma coima total de 3,5 milhões de euros neste caso e que viria a ser contestada e reduzida para 2,2 milhões em tribunal.

Neste processo, a Pharol (ex-PT SGPS) foi alvo da maior coima, no valor de um milhão de euros que foi suspensa na totalidade pelo tribunal. Zeinal Bava e Henrique Granadeiro, antigos CEO e chairman da PT, foram multados em 600 mil euros e 750 mil euros, mas o tribunal veio a baixar as coimas para 310 mil euros e 420 mil euros, respetivamente. Luís Pacheco de Melo (ex-CFO da PT) e Amílcar Morais Pires (ex-administrador do BES) também viram as suas coimas reduzidas para 300 mil euros e 180 mil euros respetivamente.

Num outro processo de contraordenação, António Ricardo Espírito Santo Bustorff (primo de Ricardo Salgado) e Stefano Marini Luwisch foram alvos de duas coimas no valor de 75 mil euros (parcialmente suspensas em 2/3) por falhas nos deveres dos intermediários financeiros. Ambos foram multados na qualidade de administradores da BMF – Sociedade de Gestão de Patrimónios. A CMVM acusou-os de terem utilizado dinheiro que estava depositado na conta junto dos clientes da BMFSA no interesse de um dos clientes, cuja carteira tinha um saldo de liquidez negativo, entre outras acusações.

No processo envolvendo a Caixa BI, a CMVM aplicou uma coima de 100 mil euros (suspensa em metade durante dois anos) ao banco de investimento, acusando-o de ter inserido “ofertas de compra de ações admitidas à negociação em mercado regulamentado, que eram suscetíveis de pôr em risco a regularidade, a transparência e a credibilidade do mercado, porquanto não correspondiam a uma verdadeira intenção compradora, antes se destinavam a sustentar e a marcar o preço de tais ações”.

Neste caso, também a IAMC – Investment and Assets Management Consulting foi multada em 100 mil euros (integralmente suspensa) pelo regulador por ter dado as ordens de compra conducentes à inserção das ofertas.

O regulador liderado por Gabriela Figueiredo Dias divulgou outros quatro processos de contraordenação em que não são conhecidos os visados. Dois deles visaram auditores (dever de rotação do sócio responsável pela orientação e dever de execução direta da revisão legal das contas de uma entidade de interesse público) e outro visou um fundo de investimento (violação, a título doloso, do dever de não deter mais de 50% de obrigações de um mesmo emitente).

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Estado vai usar fundos europeus para levar rede onde 5G não chegar

“Em breve saberemos qual o território coberto pelo leilão e qual fica a descoberto e aí a nossa intenção é apoiar com fundos comunitários os municípios" para cobertura de rede, disse Ana Abrunhosa.

O Estado vai assumir a responsabilidade de levar as redes de última geração ao território que não seja coberto pelas operadoras depois do leilão do 5G, revelou a ministra da Coesão. O investimento necessário vai ser assegurado com o apoio do próximo quadro comunitário, o Portugal 2030, já que este tipo de investimento voltou a ser elegível.

“Em breve saberemos qual o território coberto pelo leilão e qual o território que fica a descoberto e, aí, a nossa intenção é apoiar com verbas dos fundos comunitários os municípios, têm de ser eles os atores, para garantir o máximo de cobertura da rede digital”, disse Ana Abrunhosa na audição regimental na Assembleia da República, esta quarta-feira, numa referência ao leilão do 5G atualmente em curso.

Este leilão do 5G é promovido pela Anacom, que irá atribuir às operadoras as frequências para poderem explorar comercialmente esta tecnologia. O lançamento oficial da rede deverá acontecer ainda neste semestre e as empresas que adquiram frequências vão estar sujeitas a certas obrigações de cobertura. No entanto, o setor tem apelado ao Governo para que promova investimento público, no sentido de dotar de cobertura as regiões do país onde não seja rentável o investimento privado.

“No QREN houve um investimento muito grande ao nível da banda larga fixa ou móvel nos territórios do interior, mas no PT 2020 essa foi uma elegibilidade negativa, não foi possível continuar a financiar essa infraestruturação de cobertura de rede digital. Mas, no próximo quadro comunitário, já vai ser possível”, acrescentou, especificando que tem reunido frequentemente com o presidente da Anacom para acompanhar esta matéria.

Ana Abrunhosa recordou também que, de acordo com o regulamento do leilão desenhado pela Anacom, está previsto que, até 2023, 75% das freguesias do interior tenham cobertura de rede de quinta geração.

Além disso, o Governo já está a “trabalhar nas zonas industriais antigas para que tenham banda larga fixa e móvel”. A ministra da Coesão precisou que este trabalho só está a ser desenvolvido ao nível das zonas mais antigas, porque “as novas já garantem esse investimento”. O objetivo é tornar possível o trabalho “a partir do interior para o mundo”.

Estimular as Câmaras a criarem áreas de localização empresarial é uma das apostas do Ministério da Coesão. Por isso, os Programas Operacionais Regionais já apoiaram 93 áreas de acolhimento — “já concluídas ou em obra” — com um investimento de mais de 200 milhões de euros, avançou a responsável. “Esta é uma área em que temos de continuar a investir”, disse, avançando que tendo em conta as candidaturas apresentadas existem intenções de investimentos de mais de 100 milhões de euros.

“Pretendemos colocar no Programa de Recuperação e Resiliência uma verba significativa à volta de 300 milhões de euros para requalificar estas zonas industriais”, explicou Ana Abrunhosa.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Pedido de ajuda ao estrangeiro está a ser equacionado mas ainda não foi formalizado

  • Lusa
  • 27 Janeiro 2021

O recurso ao mecanismo de cooperação europeu para apoiar no combate à pandemia está a ser equacionado pelo Governo português, mas ainda não foi "formalizado completamente", disse Lacerda Sales.

O recurso ao mecanismo de cooperação europeu para apoiar no combate à pandemia está a ser equacionado pelo Governo português, mas ainda não foi “formalizado completamente”, afirmou esta quarta-feira o secretário de Estado Adjunto e da Saúde.

“Esse mecanismo ainda não foi formalizado completamente mas está a ser equacionado, no sistema de cooperação europeu“, disse António Lacerda Sales, quando questionado pela agência Lusa se Portugal já recorreu a ajuda europeia para fazer face à pandemia de Covid-19.

O membro do Governo reconheceu que a área dos recursos humanos na saúde “é sempre uma área difícil” para Portugal, admitindo que possa haver recurso à cooperação internacional.“Enquanto formos tendo respostas e capacidade de responder às necessidades dos portugueses, vamos respondendo. Obviamente que equacionamos cenários e planeamos sempre a possibilidade de acionar mecanismos de cooperação europeu”, frisou.

António Lacerda Sales falava aos jornalistas após uma visita a uma estrutura de retaguarda de combate à Covid-19, instalada no Hospital Militar de Coimbra.

A pandemia de Covid-19 provocou, pelo menos, 2.149.818 mortos resultantes de mais de 100 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço da Universidade Johns Hopkins, dos EUA. Em Portugal, morreram 11.012 pessoas dos 653.878 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Câmara de Lisboa vai dar “cheque” de 500 euros a cada taxista para compensar quebra pelo confinamento

A autarquia tem dois milhões de euros para ajudar o setor dos táxis. Vai dar a cada taxista da cidade de Lisboa 500 euros para compensar a quebra de clientes.

A Câmara de Lisboa (CML) anunciou esta quarta-feira novos apoios às empresas e famílias da cidade, num total de 35 milhões de euros a fundo perdido. E, desta vez, um dos setores de atividade a ser apoiado será o dos táxis. Fernando Medina anunciou que vai dar a cada taxista da cidade 500 euros a fundo perdido para compensar a quebra de clientes durante este novo confinamento.

“Trata-se de um apoio específico ao setor do táxi, que tem sido particularmente atingido pela pandemia, não só pela quebra do turismo, mas fundamentalmente pela obrigatoriedade do teletrabalho”, disse o presidente da CML, durante uma conferência de imprensa, referindo que o objetivo da autarquia é que os apoios “cheguem diretamente aos profissionais do setor, aos taxistas“.

Assim, Fernando Medina vai dar a cada taxista da cidade de Lisboa “500 euros a fundo perdido”, com um limite de dois profissionais por cada táxi matriculado no município de Lisboa. Abrangidos estão os taxistas que são trabalhadores por contra doutrem ou que pertencem a uma cooperativa de táxis.

“Queremos que este apoio chegue de forma rápida, célere, aos profissionais”, disse o autarca, referindo que os taxistas “contribuem de forma muito significativa para uma melhor mobilidade na cidade de Lisboa”.

A Federação Portuguesa do Táxi já reagiu, saudando este apoio financeiro. “Sabendo que este apoio não resolve o problema da quebra de procura junto do serviço público de transporte em táxi mas mitiga o seu impacto, sabendo que o momento é de dificuldade para a toda a comunidade: este gesto faz a diferença“, escreveu a federação, em comunicado.

A CML anunciou um conjunto de novas medidas para apoiar empresas e famílias da cidade, destacando-se o alargamento dos apoios a mais atividades económicas e a criação de novos escalões de faturação. Destaque ainda para a parceria assinada com os CTT, que prevê entregas gratuitas de compras feitas no comércio local da cidade de Lisboa.

(Notícia atualizada às 15h02 com reação da Federação Portuguesa do Táxi)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Re Skill Hub: Cascais e Nova SBE querem antecipar as competências do futuro

Projeto desenvolvido pela câmara de Cascais, pela Nova SBE e pela Invest Cascais é apresentado online esta quarta-feira. Plataforma quer juntar empresas, trabalhadores e educadores.

A câmara de Cascais, em parceria com a Nova SBE e com a Invest Cascais, apresenta esta quarta-feira o Re Skill Hub, uma plataforma que tem como objetivo juntar empresas, trabalhadores e educadores, ajudando as instituições a entender e a agir perante as necessidades do mercado.

O desenvolvimento do projeto com feito com base nas conclusões de um estudo feito pela universidade e pela McKenzie, sobre a forma como a tecnologia ia levar a perdas de adequabilidade das pessoas, com riscos para os salários e para o emprego.

“Havia uma necessidade que todos nós trabalhássemos, em conjunto, para as competências do futuro, sejam elas digitais, tecnológicas, de cultura, e também, agora, de trabalho à distância e gestão de agenda”, explica Daniel Traça, dean na Nova SBE, em conversa com a Pessoas/ECO.

Desenvolvida pela Nova SBE em parceria com a agência Cascais Invest e com a câmara Municipal de Cascais, a plataforma Re Skill Hub quer ajudar a “enfrentar desafios e criar respostas” através de um mapeamento, coordenação e avaliação do processo de requalificação de competências dos trabalhadores em Portugal. “O que o Hub faz é criar uma plataforma com uma metodologia que permite às empresas dar nota de que tipo de competências estão à procura, e trabalhar com as escolas que queiram participar na criação de programas para responder a essas necessidades”, adianta o dean da Nova SBE.

No limite, o objetivo é que o Re Skill Hub contribua para um impacto na “competitividade da economia em Portugal”, assinala o responsável. “Começamos com um piloto em cascais, mas pode ser interessante fazê-lo crescer a um nível nacional e até internacional. Porque, no contexto atual, ou nos preparamos ou ficamos para trás. Já estamos, na universidade, a preparar as gerações mais jovens mas este é um trabalho que vai chegar nos próximos 10 anos. É necessário reciclar e repreparar todos os que já estão no mercado de trabalho”.

A apresentação da plataforma, sob a coordenação do professor João Duarte, está marcada para as 15 horas, via Zoom. As inscrições podem ser feitas através do email drpp@cm-cascais.pt. António Saraiva, presidente da Cascais Invest, Miguel Pinto Luz, vice-presidente da câmara municipal de Cascais, Daniel Traça, diretor da Nova SBE e João Duarte, professor da Nova SBE, estarão presentes na apresentação. A sessão de encerramento fica a cargo do presidente da câmara de Cascais, Carlos Carreiras.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Manuel Godinho condenado a mais dois anos de prisão suspensa por fraude fiscal

  • Lusa
  • 27 Janeiro 2021

O empresário Manuel Godinho foi condenado a dois anos de prisão suspensa por fraude fiscal, ainda que o Tribunal de Aveiro tenha concluído que não houve prejuízo para o Estado.

O empresário Manuel Godinho, principal arguido do caso Face Oculta, foi condenado, esta quarta-feira, a dois anos de prisão suspensa, num processo por fraude fiscal, ainda que o Tribunal de Aveiro tenha concluído que não houve prejuízo para o Estado.

Durante a leitura do acórdão, o juiz presidente do coletivo de julgou o caso disse que resultaram provados dois crimes de fraude fiscal, de que os arguidos estavam acusados, relativos à venda de duas máquinas entre duas empresas do mesmo grupo, sem que houvesse a venda de qualquer imobilizado, nem os quantitativos inscritos nas faturas fossem pagos.

A acusação referia que, desta forma, os arguidos lograram obter deduções dos montantes de IVA no valor total de 65.385 euros, mas o tribunal concluiu que a administração tributária não chegou a devolver esse montante e, em consequência, não houve prejuízo para o Estado.

Quanto às faturas relativas ao transporte de areias e de sucata, o tribunal concluiu que esses serviços foram efetivamente realizados, ao contrário do que dizia a acusação, mas não pelos valores faturados, pelo que também aqui não houve prejuízo para o Estado em termos de impostos.

Manuel Godinho foi condenado a um ano e nove meses de prisão, por cada um dos dois crimes de fraude fiscal qualificada, tendo-lhe sido aplicada, em cúmulo jurídico, uma pena única de dois anos de prisão, suspensa na sua execução por igual período.

A mesma pena foi aplicada ao seu filho João Godinho, que foi condenado pelo mesmo número de crimes.

No mesmo processo foram ainda condenados dois administradores de empresas do grupo do sucateiro a penas de um ano e nove meses de prisão suspensa, cada um.

O tribunal declarou ainda extinta a responsabilidade criminal da empresa O2, com o encerramento da liquidação da sociedade.

“É caso para dizer que a montanha pariu um rato, porque efetivamente o Estado, a autoridade tributária em causa, não sofreu qualquer prejuízo sobre estas operações que, para mim, foram todas legais e licitas”, disse aos jornalistas o advogado Paulo Martel, que defendia um dos arguidos, admitindo que pondera apresentar recurso da decisão.

Segundo o despacho de pronúncia, consultado pela Lusa, o esquema passava pela emissão de faturas entre empresas do mesmo grupo que não correspondiam a qualquer transação comercial.

O Ministério Púbico concluiu que os arguidos obtiveram vantagens fiscais indevidas em sede de IVA e IRC, no valor de 330 mil euros, relativos aos anos de 2010 e 2011.

Em 2014, Manuel Godinho foi condenado no Tribunal de Aveiro a 17 anos e meio de prisão, no âmbito do processo Face Oculta, por 49 crimes de associação criminosa, corrupção, tráfico de influência, furto qualificado, burla, falsificação e perturbação de arrematação pública.

No entanto, esta pena foi reduzida para 12 anos de prisão após vários recursos e a prescrição de alguns crimes. O sucateiro encontra-se ainda em liberdade a aguardar a decisão de um recurso para o Tribunal Constitucional.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Centro europeu de doenças prepara orientações sobre máscaras comunitárias

  • Lusa
  • 27 Janeiro 2021

O ECDC aponta que uma máscara comunitária “deve ser construída com múltiplas camadas – duas a três – de material” e respeitar a “norma europeia para a criação de máscaras não médicas”.

O Centro Europeu para Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC) está a preparar orientações sobre a utilização de máscaras faciais comunitárias contra a covid-19, após alguns países europeus terem obrigado ao uso de máscaras cirúrgicas ou FFP2.

“Está prevista uma atualização das orientações do ECDC sobre máscaras faciais comunitárias, em data a ser confirmada”, diz esta agência europeia em resposta escrita enviada à Lusa. Ainda assim, o ECDC vinca que a sua posição sobre as máscaras faciais ainda “não mudou” e que “continuam a ser válidas” as recomendações feitas no início da pandemia de covid-19, que admitem máscaras comunitárias feitas com “múltiplas camadas” de tecido.

A posição surge depois de, devido às novas variantes do SARS-CoV-2, a Alemanha e a França terem tornado obrigatória a utilização de máscaras cirúrgicas ou FFP2 em locais como transportes públicos e lojas, proibindo as máscaras comunitárias (fabricadas de forma artesanal). Espanha, por seu lado, vai debater a situação e o Reino Unido resiste a tal imposição.

Na resposta à Lusa, o ECDC remete a sua posição para a informação publicada no seu ‘site’, que refere que uma máscara comunitária “deve ser construída com múltiplas camadas – duas a três – de material” e respeitar a “norma europeia para a criação de máscaras não médicas”.

Ainda assim, a agência europeia de apoio aos Estados-membros em questões de saúde pública destaca a “eficácia ligeiramente superior das máscaras médicas do que das máscaras não médicas”. Nessas recomendações, o ECDC aponta que “a utilização de máscaras faciais médicas – geralmente de cor azul-claro e disponíveis nas farmácias – pode reduzir o risco de infetar outras pessoas”, ainda que admita também outros tipos.

“Considere a utilização de uma máscara facial quando visitar espaços ocupados e fechados onde não seja possível manter distância física suficiente de outras pessoas, tais como mercearias e centros comerciais ou quando utilizar transportes públicos”, aconselha ainda o ECDC.

Já na resposta enviada à Lusa, o centro europeu avisa que “a utilização de máscaras faciais não deve substituir outras medidas recomendadas para evitar a transmissão da covid-19, tais como distanciamento físico, etiqueta respiratória, higiene meticulosa das mãos e evitar tocar no rosto, nariz, olhos e boca”.

“A chave para a utilização eficaz das máscaras faciais é a sua utilização correta e consistente”, salienta. Relativamente às novas variantes do novo coronavírus detetadas no Reino Unido, África do Sul e Brasil, que se revelam mais contagiosas, o ECDC sublinha a “importância das intervenções não-farmacêuticas”, isto é, da adoção de restrições, como recomendado num relatório divulgado na semana passada.

“Uma maior transmissibilidade implica que a eficácia de várias intervenções não-farmacêuticas individuais – por exemplo, distanciamento físico ou utilização de máscaras faciais – pode ser reduzida e que será necessária uma camada mais intensiva de intervenções não-farmacêuticas para alcançar resultados semelhantes”, como a introdução de confinamentos ou o encerramento de determinados locais públicos, conclui o ECDC na resposta dada à Lusa.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.140.687 mortos resultantes de mais de 99,6 milhões de casos de infeção em todo o mundo.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Boeing 737 Max recebe “luz verde” para regressar aos céus na União Europeia

  • Lusa
  • 27 Janeiro 2021

O Boeing 737 Max recebeu autorização do regulador europeu para regressar aos céus na União Europeia, depois de decisão semelhante nos EUA no ano passado.

A Agência Europeia para Segurança da Aviação (EASA) aprovou esta quarta-feira o regresso da aeronave Boeing 737 Max aos céus da União Europeia (UE), que esteve proibida devido a graves acidentes, desde que cumpridos requisitos técnicos e de pilotagem.

“A EASA deu o seu selo de aprovação para o regresso ao serviço de uma versão modificada do Boeing 737 Max, impondo um pacote de atualizações de software, trabalho elétrico, verificações de manutenção, atualizações do manual de operações e formação da tripulação, permitindo à aeronave voar em segurança nos céus europeus após quase dois anos em terra”, informa a agência em comunicado de imprensa.

Depois de, em meados de novembro de 2020, os Estados Unidos terem dado ‘luz verde’ ao regresso da aeronave, que esteve fora do mercado devido a dois acidentes que mataram 346 pessoas em seis meses, é agora a vez de a UE o autorizar, estipulando condições para tal.

Em concreto, e como as investigações da EASA mostram que a principal causa dos acidentes foi relativa a um software que se destinava a tornar a aeronave mais fácil de manusear, a agência europeia exige que este programa operacional seja revisto e que passem a ser emitidos alertas em caso de mau funcionamento, para evitar uma “total perda de controlo da aeronave”.

A agência conclui também que muitos pilotos não sabiam trabalhar com este ‘software’, pelo que passou a exigir formação obrigatória para todos os pilotos do 737 Max, bem como atualizações nos manuais de voos.

A EASA obriga, ainda, a testes dos sistemas e a um primeiro voo de teste sem passageiros antes da utilização comercial de cada aeronave desta gama.

Para chegar a estas conclusões, a EASA teve 20 peritos envolvidos numa investigação à aeronave que durou 20 meses.

Citado pelo comunicado, o diretor executivo da EASA, Patrick Ky, sublinha que “a aeronave é segura”, tendo sido esta uma “condição prévia” para a autorização.

Ainda assim, “continuaremos a acompanhar de perto as operações do 737 Max à medida que a aeronave retomar o serviço e, em paralelo, por nossa insistência, a Boeing também se comprometeu a trabalhar para melhorar ainda mais a aeronave a médio prazo, a fim de alcançar um nível de segurança ainda mais elevado”, adianta Patrick Ky.

Tal como a EASA, a administração federal de aviação dos Estados Unidos exigiu algumas modificações nos aviões antes de estes poderem voltar operar, bem como formação necessária para pilotos e trabalhos de manutenção e de verificação nos aparelhos.

O Boeing 737 Max fará o seu regresso num setor duramente atingido pela pandemia de Covid-19.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Há despedimentos na Portugália. “Não vamos conseguir contribuir para a recuperação” da TAP, diz sindicato

SIPLA diz que a Portugália é uma empresa já otimizada e que os cortes vão gerar uma "ineficiência de operação", que irá impedir dar contributos para a recuperação do grupo.

O Governo diz querer usar a Portugália como alavanca para a recuperação do grupo TAP, deixando a empresa de fora dos despedimentos e redução da frota. Mas o Sindicato Independente de Pilotos de Linhas Aéreas (SIPLA) denuncia que estão a ser feitos despedimentos de pilotos e rejeita que seja possível garantir a atividade com menos operacionais.

“Na Portugália, há 15 pilotos no desemprego, que não efetivaram ao contrário dos colegas da TAP”, disse João Leão, presidente do Sindicato Independente de Pilotos de Linhas Aéreas (SIPLA), numa audição parlamentar esta terça-feira. “Foi assinado um memorando que prevê a recontratação desses pilotos, que já nos foi dito que não será cumprido“.

A Portugália tem cerca de 160 pilotos, tendo o ministro Pedro Nuno Santos garantido que não haveria despedimentos. Ainda assim, os salários dos trabalhadores desta empresa do grupo sofreriam igualmente cortes. “Seriam pedidos cortes de 25% na massa salarial aos pilotos e que as cláusulas do acordo de empresa seriam englobadas nesse corte. O que nos foi apresentado foi um corte muito superior. Pelos nossos cálculos o corte é de 70%“, afirmou Leão, sublinhando que os pilotos da Portugália têm já salários 20% abaixo do praticado pelo grupo.

“A Portugália é uma empresa já por si otimizada. Estes cortes vão atirar a Portugália para uma ineficiência de operação e não vão conseguir contribuir para a recuperação do grupo”, acrescentou o presidente do SIPLA.

Tripulantes já perderam 1.200 contratados a termo

Mais de três mil trabalhadores irão sair da TAP nos próximos anos, de acordo com o plano de reestruturação enviado a Bruxelas. Só em contratos não renovados são 1.259 pessoas (entre janeiro de 2020 e março 2021), a que acresce a redução de mais dois mil efetivos: 500 pilotos, 750 tripulantes de bordo, 450 da manutenção e engenharia e 250 trabalhadores de outras aéreas.

Henrique Louro Martins, presidente do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) — que representa os tripulantes de cabine da TAP e Portugália — diz que os números poderão superiores. “1.200 contratados a termo já saíram da empresa. Se se concretizar a realidade que nos foi apresentada pela administração serão mais 750 trabalhadores. Não faz qualquer sentido porque a TAP daqui a um já vai começar a recontratar segundo a própria afirma. Não é preciso despedir, é preciso sim negociar”, disse na mesma audição.

Os técnicos de manutenção de aeronaves (tma) rejeitam da mesma forma que seja possível operar com menos trabalhadores, sob pena de a empresa ter de pedir a empresas externas que realizem a manutenção dos aviões, o que terá custos acrescidos. Atualmente são 908 tma, sendo que o sindicato considera que seriam necessários 1.305 tma para a frota. Saíram já 15% dos profissionais deste setor tanto em contratos a prazo como trabalhadores dos quadros do grupo TAP.

Chegámos a trabalhar com um técnico para dois aviões, o que não é nada seguro“, afirmou Paulo Manso, presidente da direção do Sindicato dos Técnicos de Manutenção de Aeronaves (SITEMA). “O que nos tem sido apresentado são cortes em cima de cortes. É um corte de 44% em termos de corte da massa salarial. Não é possível acomodar este número”, referiu. “Estamos muito aquém do número de pessoas suficientes para fazer a manutenção da nossa frota e temos pago muito dinheiro para fazer fora a manutenção que não conseguimos fazer dentro“.

Sindicatos fazem contrapropostas à TAP

A proposta de plano de reestruturação enviada pelas autoridades portuguesas ainda não obteve resposta da Comissão Europeia e, enquanto Bruxelas faz essa avaliação, a administração da TAP está a realizar uma série de encontros com os sindicatos para tentar fechar um acordo de emergência ainda em janeiro. Os representantes dos trabalhadores garantem que têm feito contrapropostas, mantendo-se o impasse entre as duas partes.

“Falam-se em negociações, mas não há nada de mais falacioso”, garante André Teives, representante da Plataforma de Sindicatos de Terra do Grupo TAP. “Não participámos em momento algum em nada que tivesse a ver com o plano de reestruturação. Já participámos em duas reuniões em que tudo o que a TAP não quer é negociar. Assim não conseguimos trabalhar com rigor nem tão pouco estamos perto de chegar a um acordo”.

De forma geral, os sindicatos estão a propor o maior recurso a reformas antecipadas, licenças sem vencimento, trabalho a tempo parcial conjugado com o regresso ao lay-off e rescisões por mútuo acordo, que acreditam que poderia minimizar o número de despedimentos. No entanto, ainda não foi aberto qualquer programa voluntário.

“Temos estado a trabalhar para tentar alcançar as metas financeiras que a TAP tem de cumprir em Bruxelas, que na nossa opinião tem um grande impacto social e de eliminação de regras de trabalho. Estamos, em termos de sindicato, a fazer tudo o que é possível para conseguir chegar a acordo com a TAP e com a tutela para reverter tudo o que foi feito“, apontou Alfredo Mendonça, presidente do Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC).

O mesmo pedido de que sejam reduzidos os despedimentos é feito por Cristina Carrilho, coordenadora da Comissão de Trabalhadores da TAP. “Não entendemos porque é que os trabalhadores têm de ser penalizados, houve vários erros de gestão, que o Estado ficou a ver. Só quando veio uma pandemia é que o Estado decidiu fazer alguma coisa. Os trabalhadores são o maior capital da empresa e acreditamos que o caminho a seguir devia ser um plano de contingência sem despedimentos”, afirmou.

(Notícia atualizada às 12h45)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Empresa italiana desenvolve avião para transportar vacina contra Covid-19

No TravelCar, os assentos dos passageiros foram removidos e deram lugar a congeladores. O avião tem capacidade para transportar até 115 mil doses de vacina por viagem.

A Tecnam, empresa aeronáutica italiana, desenvolveu uma aeronave com o propósito de transportar a vacina Covid-19. Chama-se TravelCar P2012 e tem capacidade para transportar até 115 mil doses por viagem.

O TravelCar foi concebido exclusivamente para o transporte de vacinas e, como tal, os assentos dos passageiros foram removidos e deram lugar a congeladores. Outra das características desta aeronave é que, devido ao seu tamanho, tem mais flexibilidade em termos de aterragem.

A empresa italiana garante que o avião pode aterrar em terra, relva ou pistas de cascalho — que seriam perigosas para aviões maiores — e que pode chegar muito mais rapidamente ao destino do que uma carrinha, camião ou helicóptero, escreve o Jalopnik.

Para além da rapidez e da facilidade de aterragem, a Tecnam adianta que esta solução pode reduzir o custo de distribuição a apenas meio cêntimo por dose por cada hora de voo.

A vacina da Covid-19 desenvolvida pela Pfizer deve ser mantida a uma temperatura de 70 graus celsius negativos. Garantir essas temperaturas tem sido um grande desafio para a cadeia de distribuição.

Para a empresa aeronáutica, que aliou-se ao fabricante italiano de congeladores Desmon, o transporte das vacinas não requer apenas soluções de refrigeração especializadas, mas toda uma infraestrutura de unidades de transporte e sistemas de armazenamento especializados “para que nenhum desses frascos salva-vidas seja desperdiçado”.

“Nos últimos meses, todos nós desejamos uma vacina contra Covid-19 e a Pfizer/BioNTech tornou isso possível. Mas, não seria um ponto de viragem para a pandemia mundial sem a cadeia de distribuição capilar precisa, eficiente e acessível que agora somos capazes de fornecer”, destaca o diretor executivo da Tecnam, Giovanni Pascale Langer, citado em comunicado.

 

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Malparado da banca europeia pode disparar 40% com a pandemia

Crédito em incumprimento deverá subir para 700 mil milhões de euros nos balanços dos bancos europeus até final do ano, por causa da crise pandémica.

O crédito malparado deverá disparar 40% nos bancos da União Europeia por causa da pandemia, devendo superar os 700 mil milhões de euros no final deste ano, segundo as estimativas da Banca Ifis.

O nível de empréstimos em incumprimento (NPL, non performing loans) tem vindo a decrescer nos últimos anos, tendo recuado para 526 mil milhões (rácio de 3% do total do crédito) em junho do ano passado, cerca de metade do pico registado em junho de 2015 (rácio de 6%).

Porém, por conta da pandemia e dos confinamentos generalizados, os bancos deverão inverter essa marcha daqui para a frente e assistirão a um agravamento da qualidade dos ativos assim que famílias e empresas em dificuldades começarem a falhar os pagamentos das prestações do crédito. Em Portugal, bem como noutros países europeus, estão em vigor moratórias de crédito, mas estas vão desaparecer no final de setembro.

No pior cenário, as estimativas apontam para 1,4 biliões de NPL (um número já avançado pelo Banco Central Europeu). A Banca Ifis aponta para metade desse valor no final do quarto trimestre de 2021, ainda assim, aquém dos 1,1 biliões de NPL que os bancos europeus tinham em 2015.

Não há dados específicos para Portugal. Os bancos nacionais chegaram a setembro de 2020 com um rácio de NPL na ordem dos 5,3%, o que correspondia a mais de 15 mil milhões de euros em empréstimos não produtivos nos balanços no final do terceiro trimestre (cerca de 6,8 mil milhões de euros líquidos de imparidades). Era o terceiro mais elevado da Zona Euro.

Como o ECO avançou, bancos como o Novo Banco, BCP e BPI aceleraram a venda de carteiras destes ativos problemáticos no final do ano passado, tendo colocado no mercado cerca de dois mil milhões de euros, depois de a pandemia ter paralisado muitos processos. Mais carteiras de NPL são esperadas para este ano num esforço de limpeza antes do impacto da pandemia começar a fazer-se sentir.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.