Decreto de Marcelo para o estado de emergência prevê possibilidade de fechar as fronteiras, diz o PEV

O Presidente da República recebe os partidos com assento parlamentar para discutir a renovação do estado de emergência, que termina a 30 de janeiro.

O Presidente da República está inclinado para renovar o estado de emergência por mais 15 dias, mantendo as restrições atualmente em vigor, isto é, Portugal continuará em confinamento geral, com as escolas fechadas.

Em visita ao Hospital das Forças Armadas, que fez acompanhado do primeiro-ministro, António Costa, e da ministra da Saúde, Marta Temido, o Presidente da República sustentou ter “toda a lógica que a renovação do estado de emergência seja um prolongamento” das medidas que foram associadas ao anterior, sendo também “integradas” as restrições anunciadas mais recentemente, nomeadamente a do encerramento das escolas.

Entre esta terça-feira à tarde e quarta-feira, o Presidente da República está a receber os partidos com assento parlamentar para discutir o prolongamento do estado de emergência, que termina a 30 de janeiro. Além do confinamento, também foi discutida a vacinação dos órgãos de soberania. E o PEV revela que o decreto prevê a possibilidade de fechar as fronteiras.

Ventura quer órgãos de soberania vacinados, mas em função do “risco”

Depois da audição com o Presidente da República, o deputado único do Chega concorda que os órgãos de soberania sejam vacinados, mas tendo em conta o risco. “Não compreendo que deputados com a minha idade ou outros membros de órgãos de soberania que sejam relativamente jovens e saudáveis sejam vacinados antes dos outros“, disse André Ventura, em declarações transmitidas pela RTP3. Segundo o deputado “este deve ser o critério”, pelo que compreende que o Presidente da República seja vacinado, já que se trata de “uma pessoa de risco” e não pelo cargo que ocupa, reiterou.

Quanto à renovação do estado de emergência, Ventura reafirmou a intenção de manter o sentido de voto, isto é, contra, caso o Governo não altere as restrições atualmente em vigor. “Estamos a matar a nossa economia aos poucos, o país só se preocupa com o estado de emergência. Ponham os olhos no que Espanha está a fazer, em equilíbrio de medidas e saúde pública, estão a salvar mais que nós, nós estamos a destruir tudo”, apontou. Além disso, o deputado único do Chega pediu a Marcelo Rebelo de Sousa que “sensibilizasse” o Governo quanto a “três aspetos”: a restauração, a criação de “um plano especial para algumas regiões” e que criasse “uma escala com maior e menor” gravidade no que respeita à proibição de circulação entre concelhos.

IL vai apresentar “nova abordagem estratégica ao combate à pandemia”

O deputado único da Iniciativa Liberal foi bastante crítico quanto à ação do Governo no combate à pandemia e anunciou que o partido apresentar uma iniciativa legislativa que prevê uma “nova abordagem estratégica para o combate à pandemia“. Em causa está uma aposta na testagem, nomeadamente através de testes rápidos de modo a “voltar a ganhar controlo das cadeias de transmissão”, bem como, uma maior exigência no plano de vacinação contra a Covid-19 e um maior seguimento dos recuperados do novo coronavírus.

Apesar de admitir “que é necessário confinamento geral”, João Cotrim Figueiredo considera que o atual estado de emergência “dá poderes excessivos ao Governo”, dando como exemplo o que se passou com as escolas. “O vírus não se apanha por Zoom, portanto proibir escolas de fazer o ensino à distância é um abuso total daquilo que são os poderes presidenciais”, defendeu.

PAN “vai viabilizar” novo estado de emergência

À saída da audição com o Presidente da República, o líder do PAN confirmou que o partido “vai viabilizar” o prolongamento do estado de emergência, acrescentado que pediu a Marcelo Rebelo de Sousa que deixasse expresso no decreto presidencial, como exceção a possibilidade de existirem visitas a pessoas institucionalizadas, nomeadamente os idosos. “Prevendo as medidas de segurança, é fundamental que estas pessoas sejam vacinadas e que possam ser acompanhadas pelos seus familiares”, apontou André Silva. Ao mesmo tempo, o partido alertou ainda para a “pressão” que está a ser exercida nas unidades de saúde primárias que “estão a sofrer com os planos de vacinação”, pelo que apela a que sejam criados “centros de vacinação alternativos aos centros de saúde”.

Além disso, quanto às escolas, o PAN espera que o Executivo consiga “implementar a transição digital nos estabelecimentos ensino público”, tal como prometeu e permita que o “ensino à distância ocorra em todos os estabelecimentos de ensino, de modo a que não haja “disparidades entre ritmos pedagógicos”, sublinhou. Quanto à vacinação dos titulares de órgãos de soberania, o partido defende “que os titulares de cargos políticos com elevada responsabilidade e elevada exposição devem ser vacinados”, dando como exemplo, o Presidente da República, o Presidente da Assembleia da República, assim como os “ministros e secretários de Estado que estão na linha da frente, como a ministra da Saúde”, elencou.

Decreto presidencial abre a porta a fecho de fronteiras, diz PEV

Mariana Silva, do PEV, disse que o diploma que vai regular o próximo estado de emergência “será muito semelhante ao último foi votado”, contudo, sublinha que este documento “terá ligeiras alterações”, devido ao encerramento das escolas, “vendas de livros” e abrirá a porta à “possibilidade de fechar fronteiras caso isso seja necessário”, apontou.

No encontro com o Presidente da República, o PEV deixou ainda claro a “preocupação” com os centros de saúde, dado que se está a aproximar a vacinação a um grupo mais alargado da população.Tememos que os centros de saúde não tenham condições para receber um número tão elevado de pessoas”, alertou Mariana Silva, apelando a que o Governo crie “condições em termos administrativos” para contactar as pessoas que tenham de ser vacinadas, bem como “condições físicas para que as pessoas possam ser vacinadas” sem haver uma sobrelotação destes serviços.

CDS não quer apenas os centros de saúde a vacinar

O líder do CDS mostrou-se preocupado com os números da pandemia no país e admitiu estar de acordo com o novo decreto de estado de emergência. No entanto, Francisco Rodrigues dos Santos admitiu estar preocupado com o que o Governo vai efetivamente fazer, uma vez que já “perdeu 15 dias no combate ao vírus”. Por isso, é a favor do encerramento de fronteiras que o mais rápido possível, caso contrário “vamos estar a sacrificar vidas de pessoas e a atingir recordes diários de mortalidade e contágios”.

Para o represente do CDS, o Governo terá que fazer mudanças na operacionalização do plano de vacinação contra a Covid-19. É necessário “criar plataformas onde a vacinação possa ocorrer” pois os centros de saúde são “insuficientes para dar vazão a quantidade de vacinas que é preciso tomar nesta altura”. Para tal, o partido sugere farmácias ou outras infraestruturas. Adicionalmente, Francisco Rodrigues dos Santos, é contra o alargamento da prioridade na vacinação aos órgãos de soberania, pois considera que se devia proteger primeiro todas “as pessoas com mais de 80 anos”.

(Notícia atualizada às 19h30)

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ADSE com 868 novas inscrições no âmbito do alargamento aos contratos individuais

  • Lusa
  • 26 Janeiro 2021

ADSE registou até agora 868 novas inscrições de beneficiários titulares e 32 familiares no âmbito do alargamento do subsistema de saúde aos contratos individuais do Estado.

A ADSE registou até agora 868 novas inscrições de beneficiários titulares e 32 familiares no âmbito do alargamento do subsistema de saúde aos contratos individuais do Estado, que arrancou no início do mês, disse à Lusa fonte oficial.

“Já estão inscritos 868 beneficiários titulares e 32 beneficiários familiares”, afirmou fonte oficial do Ministério da Modernização do Estado e da Administração Pública.

O alargamento do universo de beneficiários da ADSE aos cerca de 100 mil contratos individuais do Estado arrancou em 09 de janeiro, com a publicação do decreto-lei em Diário da República, depois de negociações com os sindicatos que duraram cerca de três anos.

“Os trabalhadores com contrato individual de trabalho que, à data de entrada em vigor do presente decreto-lei”, exerçam funções em entidades públicaspodem requerer a sua inscrição como beneficiário titular no prazo de seis meses a contar daquela data com exceção dos que hajam anteriormente renunciado à qualidade de beneficiário”, estabelece o diploma.

A aceitação da inscrição dos trabalhadores será feita “de forma faseada, em termos a definir pelo Conselho Diretivo da ADSE”, após ouvido o Conselho Geral e de Supervisão do instituto de proteção e assistência na doença dos funcionários públicos, de acordo com a lei.

Segundo disse a ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública, Alexandra Leitão, as inscrições serão apreciadas por ordem de entrada.

A inscrição na ADSE abrange entidades de natureza jurídica pública no âmbito da Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas, as entidades públicas empresariais, independentemente de serem do Estado, regionais ou municipais, mas “desde que não tenham caráter industrial ou comercial”, como é o caso dos hospitais EPE.

O diploma abrange ainda as instituições de ensino superior públicas, independentemente da sua forma e natureza.

A nova lei estabelece ainda que os novos trabalhadores que forem contratados passam a estar inscritos automaticamente na ADSE, deixando de ser necessário fazer o pedido, tendo os serviços um mês para o fazer.

Se pretenderem recusar a inscrição, terão de se pronunciar nesse sentido e ficam impossibilitados de aderir novamente.

Já os novos trabalhadores com contrato a termo (em funções públicas ou com contrato individual) terão de continuar a fazer o pedido e têm três meses para fazê-lo após o primeiro contrato.

Quanto aos pensionistas beneficiários da ADSE, o diploma estabelece que passam a estar isentos do desconto de 3,5% os que recebem uma pensão até 635 euros, deixando este limite de estar indexado ao valor do salário mínimo nacional.

Em 22 de dezembro, após o Conselho de Ministros que aprovou o alargamento da ADSE aos contratos individuais, a ministra disse que a medida irá abranger um universo potencial de cerca de 100 mil trabalhadores “dos quais 60 mil são do setor da saúde”, a que acrescem 60 mil beneficiários não titulares, ou seja, os cônjuges e descendentes dos titulares.

A medida terá um impacto anual de 67 milhões de euros nas receitas da ADSE, disse Alexandra Leitão.

O alargamento da ADSE aos contratos individuais é um processo que dura há cerca de três anos, com avanços e recuos, marcado pelo receio sobre o seu impacto na sustentabilidade da ADSE, sistema que é financiado em exclusivo pelos descontos dos beneficiários.

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Consumidores espanhóis querem seguros que previnam em vez de remediar

  • ECO Seguros
  • 26 Janeiro 2021

Clientes de seguros querem uma indústria mais reativa, que ajude a prevenir efeitos de eventos adversos. Inquérito das seguradoras espanholas confirma também novos paradigmas a nível de produto.

A Unespa (Asociación Empresarial del Seguro), entidade que agrega cerca de 200 companhias representando 98% do mercado em Espanha, apresentou os resultados de um amplo inquérito junto da clientela de seguros. O estudo, cujas conclusões acabam de ser divulgadas, visou definir a função dos seguros no futuro pós-Covid e foi desenvolvido pela consultora catalã Salvetti Llombart, a pedido do Consejo Asesor de Innovación da Unespa.

Apresentado como “reflexão setorial” envolvendo mais de 1500 horas de entrevistas a consumidores dos 25 aos 70 anos (pessoas de diversas profissões, clientes de diferentes tipos de seguros e coberturas) em todo o território espanhol, o trabalho “Impacto de covid-19 en las conversaciones sobre el futuro del sector assegurador” fornece respostas a múltiplas questões viradas para o futuro.

O relatório revela que a pandemia (Covid-19) dinamizou os contactos entre as seguradoras e os seus clientes e que os consumidores exigem um maior envolvimento das instituições na reconstrução da era pós-covid19, bem como maior transparência no sentido de criar confiança.

Do lado do produto, por exemplo, os consumidores salientam que, em termos de mobilidade, a sua prioridade agora é circular em segurança. “Querem proteger a sua saúde de uma forma acessível e abrangente”. Na habitação, em vez de proteger uma casa, “querem cobrir um espaço de acordo com o uso que lhe é dado”. Finalmente, reconhecem que as poupanças são mais relevantes no rescaldo da pandemia, devido às incertezas que rodeiam o futuro.

Na área dos benefícios, o estudo identifica um desejo claro dos consumidores: “ter uma proteção abrangente”. Ou seja, que para além de um indivíduo, toda a família fique coberta; que os benefícios oferecidos pelo seguro devem ser modulares e que as poupanças estejam disponíveis se a situação pessoal assim o exigir (casos de perda de emprego e outras circunstâncias).

À luz da transformação e inovação tecnológica, os utilizadores estão cada vez mais receosos de entregar os seus dados a terceiros e querem que lhes seja dada possibilidade de limitar a utilização da informação que geram, por exemplo, através dos sistemas de geolocalização e dos assistentes virtuais.

A pandemia intensificou reflexões que já estavam em curso, tais como os efeitos da comunicação digital, a razão de ser do setor dos seguros, as experiências dos clientes ou o futuro da distribuição. Após a COVID-19, os utilizadores assumem que a relação com a sua seguradora será baseada na comunicação híbrida, combinando elementos digitais e pessoais. Desta forma, será possível combinar as virtudes do digital (simplicidade, rapidez, adaptabilidade) com as vantagens do presencial (proximidade, personalização).

De acordo com as conclusões, os inquiridos acreditam que, “tendo em conta a década que acaba de começar, os seguros devem deixar de ser uma indústria reativa – ou seja, que resolve problemas – para se tornar um setor orientado pela sua própria iniciativa – por outras palavras, um setor que ajuda a prevenir acontecimentos adversos”. Esta mudança de paradigma “irá enriquecer a experiência do cliente (ou seja, serviços centrados na prevenção, formação, sensibilização, etc.)”, explica a associação de seguros e resseguros.

Além disso, reforça a Unespa, “esta experiência será marcada pela interação com vários canais de contacto (plataformas digitais e comunicação interpessoal). Em termos de distribuição, o relatório indica que os seguros “devem estar conscientes das necessidades reais dos seus clientes e desenvolver uma interação dinâmica com eles. O trabalho de aconselhamento ganhará importância, o produto tornar-se-á mais sofisticado e o processo de contratação tornar-se-á mais pessoal”.

Por último, a pandemia convidou a indústria a refletir sobre os novos riscos que afetam agora as sociedades modernas. “Para além das ameaças tradicionais (por exemplo, catástrofes materiais), existem agora outros riscos (por exemplo, catástrofes digitais). A experiência mostra que, para além das vicissitudes pessoais ou locais, podem ser acrescentadas outras de natureza global, que transcendem fronteiras ou grupos mais ou menos homogéneos de pessoas. Os consumidores procuram, portanto, uma proteção holística”, explica o comunicado da patronal espanhola.

Tendo em vista a reconstrução social e económica pós Covid-19, “o seguro é visto como uma indústria que pode fomentar os laços interpessoais e fortalecer o tecido social”, complementa a fonte.

Finalmente, o estudo aponta para a capacidade do seguro para acompanhar e aconselhar pessoas e empresas em questões jurídicas e legais. A regulamentação “tem influência crescente na vida quotidiana e, por esta razão, o seguro pode fornecer apoio em questões jurídicas (ou seja, defesa jurídica e responsabilidade civil)”.

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Segurança Social passa a disponibilizar atendimento por videoconferência

  • Lusa
  • 26 Janeiro 2021

Objetivo é reduzir os tempos médios de espera dos beneficiários localizados em zonas onde existe uma maior demora entre a marcação e o atendimento.

A Segurança Social inicia, esta terça-feira, um projeto-piloto de atendimento por videoconferência através dos quais poderão ser tratadas questões relacionadas com contribuições, proteção jurídica ou o pedido do Cartão Europeu de Seguro de Doença.

Com esta nova solução, a Segurança Social pretende reduzir os tempos médios de espera dos beneficiários localizados em zonas em que o atendimento não é garantindo em tempo útil, ou seja, onde existe um maior compasso de espera entre a marcação e o atendimento.

Em comunicado, o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social adianta que para já o atendimento por videoconferência vai funcionar em nove serviços de atendimento de quatro Centros Distritais, sendo este operacionalizado através da plataforma Teams.

“Nesta fase inicial, o encaminhamento para o atendimento remoto por videoconferência será assegurado apenas através da Linha da Segurança Social, que poderá propor esta alternativa quando não estiver disponível um atendimento presencial célere”, detalha o mesmo comunicado.

Entre os serviços dedicados a cidadãos e empresas que estão disponíveis incluem-se da área das contribuições ou proteção jurídica e ainda da área das relações internacionais, como o Cartão Europeu de Seguro de Doença, que poderá ser pedido através desta nova modalidade de atendimento.

O ministério tutelado por Ana Mendes Godinho assinala que com esta nova solução, o atendimento pode ser efetuado também pelos trabalhadores que se encontram em teletrabalho, devido às medidas de controlo da propagação da pandemia de Covid-19, o que permitirá reduzir os tempos de espera de atendimento.

Segundo a mesma informação o tempo médio de espera a nível nacional entre a marcação e o atendimento é de nove dias, mas este prazo é “mais dilatado” em alguns centros urbanos, ao mesmo tempo em que outras zonas do país, os serviços da Segura-a Social conseguem garantir a marcação em menos de três dias.

Após o arranque deste projeto-piloto e de avaliados os resultados, é intenção da Segurança Social alargar o número de balcões com atendimento por videoconferência e permitir que mais assuntos possam ser tratados por esta via, acrescenta a mesma informação.

Em 2020, a Linha da Segurança Social registou perto de três milhões de chamadas, cerca de mais meio milhão do que as registadas no ano anterior.

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Reino Unido é o primeiro país europeu a ultrapassar as 100 mil mortes por Covid-19

O número de hospitalizações e óbitos devido à Covid-19 no Reino Unido tem vindo a aumentar. A nova estirpe detetada no país é mais contagiosa e pode também ser mais letal.

O número de mortos no Reino Unido devido à Covid-19, desde o início da pandemia, superou os 100 mil. É o primeiro país europeu a ultrapassar este marco, numa altura em que uma variante inicialmente detetada no país se mostra mais contagiosa e possivelmente mais letal, segundo admitiu o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson.

“Lamento profundamente cada vida que foi perdida e, claro, como primeiro-ministro, assumo total responsabilidade por tudo o que o governo fez. O que posso dizer é que realmente fizemos tudo o que podíamos e continuamos a fazer tudo o que podemos para minimizar a perda de vidas e minimizar o sofrimento durante o que tem sido uma fase muito difícil de uma crise muito difícil para o nosso país”, disse Boris Johnson, durante uma conferência de imprensa.

O país encontra-se atualmente no terceiro confinamento nacional, enfrentando uma onda de infeções, e subsequentes hospitalizações e mortes, causadas pela variante mais transmissível do vírus. Esta estirpe foi descoberta pela primeira vez no sudeste da Inglaterra no ano passado, tendo-se espalhado para Londres e sendo agora responsável pela maioria das novas infeções.

As mortes registadas na capital britânica, que está atualmente no centro do surto, estão 84% acima da média a cinco anos, de acordo com a Bloomberg (acesso condicionado, conteúdo em inglês). Na semana passada, o primeiro-ministro britânico apontou que, ao contrário do que se pensava até agora, para além de se espalhar mais rapidamente, também parece haver algumas provas de que a nova variante “pode estar associada a um maior grau de mortalidade”, de cerca de 30%.

Com o maior nível de contágio, aumentaram também as hospitalizações, sendo que existem atualmente 37.561 pacientes hospitalizados com Covid-19 em todo o país. Apesar deste cenário, o confinamento decretado ajudou a reduzir o número médio de novos casos registados na semana passada, para quase metade do pico do início de janeiro, aliviando a pressão sobre os hospitais.

Num esforço para detetar as estirpes que vão surgindo, o Reino Unido decidiu também disponibilizar o seu conhecimento sobre genomas para ajudar os países que não tenham recursos suficientes a identificarem novas variantes do vírus, adiantou a Embaixada Britânica, em comunicado. Como tal, será facultado aos outros países o acesso aos recursos para analisar novas variantes, através do lançamento da Nova Plataforma de Avaliação de Variantes.

(Notícia atualizada às 18h30)

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Mercadona elimina sacos de plástico de uso único em todas as lojas

A partir de agora, estão à disposição nas lojas da marca sacos compostáveis feitos de fécula de batata, que depois de usados devem ser depositados no contentor de lixo orgânico.

A Mercadona anunciou esta terça-feira que cumpriu o primeiro eixo do seu plano de sustentabilidade Estratégia 6.25 e eliminou os sacos de plástico de uso único em todas as secções das suas lojas. Esta ação culminou a 26 de janeiro de 2021 e foi levada a cabo ao longo de todo o ano de 2020. Representa uma redução de 3.200 toneladas de plástico por ano.

A partir de agora, estão à disposição nas lojas da marca sacos compostáveis feitos de fécula de batata, que depois de usados devem ser depositados no contentor de lixo orgânico, tal como está indicado nos próprios sacos. Esta informação sobre como separar e reciclar estes resíduos está também presente nos sacos disponíveis na linha de caixas, em três opções reutilizáveis e sustentáveis.

Além dos sacos de fécula de batata, nas lojas da Mercadona passa também a haver caixotes para a deposição seletiva dos resíduos em todas as secções. O objetivo é incentivar os clientes a contribuir para a economia circular.

Nos últimos quatro meses, a Mercadona adaptou um total de 72 lojas em Espanha e Portugal ao modelo de Loja 6.25, que será alargado a toda a cadeia durante 2021. Em Portugal já existe um supermercado com este conceito, em Matosinhos (Porto).

A Estratégia 6.25 da Mercadona tem o triplo objetivo de, até 2025, reduzir 25% do plástico das embalagens, ter todas as embalagens de plástico recicláveis e reciclar todos os resíduos de plástico gerados nas suas instalações.

Este objetivo está a ser cumprido através de um total de seis ações que envolvem modificações em diferentes processos da empresa, desde redesenhar as embalagens em coordenação com os fornecedores, a adequar lojas e logística, a gestão de resíduos, entre outros. No seu conjunto, a empresa prevê investir mais de 140 milhões de euros nos próximos quatro anos para a concretização de todas as ações que integram esta estratégia.

A Mercadona conta já com 1.350 lugares de estacionamento com pontos de recarga para veículos elétricos, localizados nos parques de estacionamentos de 501 lojas, prevendo continuar a aumentar este número ao longo de 2021.

Em março de 2020, juntou-se à Smart Waste Portugal para promover a Economia Circular no país, tendo também feito a adesão ao Pacto Português para os Plásticos. Esta plataforma colaborativa pretende fomentar a Economia Circular dos plásticos em Portugal e evitar que estes se transformem em resíduos.

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Dona do Multibanco fora do IVAucher. Pagaqui sozinha na corrida

A SIBS, detida pelos bancos e que opera a rede Multibanco, decidiu não participar no concurso para a implementação do programa IVAucher. Apenas a Pagaqui apresentou proposta.

A SIBS decidiu não entrar na corrida à implementação do programa IVAucher, isto depois das dúvidas lançadas pela Autoridade da Concorrência em relação às regras do concurso público lançado pelo Governo e que daria vantagem concorrencial à dona da rede Multibanco, avança o Expresso (acesso pago). O ECO sabe que apenas uma empresa foi ao concurso: a Pagaqui. O Ministério das Finanças diz que “decorre neste momento a respetiva fase de avaliação”.

“Em resposta ao concurso público realizado pela Autoridade Tributária para a aquisição de serviços de processamento de comparticipação de pagamentos eletrónicos com cartões bancários, a SIBS entendeu não apresentar proposta“, disse a SIBS em resposta ao Expresso.

O ECO sabe que a empresa Pagaqui foi a única a ir a concurso. A própria empresa anunciou em comunicado que entrouna corrida em consórcio com a instituição de crédito islandesa Borgun HF, que também pertence à SaltPay.

“O Grupo SaltPay tem todas as condições para assegurar a implementação deste programa lançado pelo Governo, e cumprimos todos os requisitos do concurso público internacional. Como sabemos que a relação qualidade-preço será avaliada, apresentaremos uma solução que garanta o sucesso do programa IVAucher”, afirmou o CEO da Pagaqui, João Barros, em comunicado.

Quem ficou também de fora foi a Viva Wallet e a Revolut. Pedro Saldanha, Country Manager da Viva Wallet Portugal, disse ao ECO que “nunca considerou participar no concurso pois sempre acreditou que o modelo a implementar seria aberto a todos os players no mercado”. “A Viva Wallet congratula a única entidade que concorreu pois a solução configurada é aberta a qualquer entidade certificada que queira implementar o IVAucher, permitindo que os seus clientes usufruam deste incentivo governamental, pelo que aguarda a adjudicação e implementação do sistema, sem demoras”, acrescentou o responsável.

Já a Revolut explicou ao ECO que a sua infraestrutura não correspondia aos critérios de adjudicação definidos no concurso público, pelo que não teria condições para participar. “Neste momento, o nosso objetivo é apenas alertar para a necessidade da entidade selecionada para operacionalizar o programa de promoção do consumo não limitar a sua implementação a uma única rede de pagamentos”, frisou.

Recorde-se que a Autoridade da Concorrência enviou um parecer ao Governo a alertar para os riscos do concurso e cujos critérios de adjudiação “podiam resultar em distorções de concorrência ao nível dos serviços de pagamento”.

Contactado, o Ministério das Finanças sublinha que, “no âmbito da colaboração institucional com a Autoridade da Concorrência, avaliará e terá em conta as recomendações apresentadas no dia 23 de janeiro por esta autoridade, tal como aconteceu com as anteriores recomendações”.

“Terminado o prazo para apresentação de propostas, decorre neste momento a respetiva fase de avaliação”, acrescenta o ministério de João Leão.

(Notícia atualizada pela última vez às 10h18 de 27 de janeiro com declarações do Ministério das Finanças e Revolut)

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Cláudia Azevedo defende que é possível “conjugar retorno financeiro com a criação de valor social”, em Davos

A CEO da Sonae defendeu que, neste ano, "os conselhos de administração das empresas devem focar-se no planeta e nas pessoas".

O Fórum Económico Mundial de Davos arrancou esta segunda-feira em modo totalmente digital. Para além de António Guterres, Portugal esteve também representado por Cláudia Azevedo. A CEO da Sonae defendeu que, principalmente depois do impacto da pandemia no ano passado, é possível “conjugar retorno financeiro com a criação de valor social”.

“Na Sonae temos a missão de criar valor económico e social de longo prazo, mas quando me tornei CEO da Sonae houve quem comentasse que era impossível conjugar retorno financeiro com a criação de valor social. O último ano veio demonstrar que isso era possível e desejável”, apontou Cláudia Azevedo, esta terça-feira, num painel sobre a reorientação dos conselhos de administração das empresas para o longo prazo.

A filha de Belmiro de Azevedo ajudou a refletir sobre “a pressão que acionistas e stakeholders exercem para que os conselhos de administração apresentem resultados financeiros de forma responsável e focados no ambiente e saúde da empresa a longo prazo”. A CEO da Sonae argumentou que “a pandemia veio demonstrar a importância dos valores, do propósito e das pessoas para as empresas”, contexto que deu uma nova relevância à missão das empresas.

“Em 2021, os conselhos de administração das empresas devem focar-se no planeta e nas pessoas, estabelecendo objetivos ambiciosos, envolvendo todos e premiando o esforço de cada um”, reiterou a CEO da Sonae, no evento que junta os principais líderes internacionais, empresários e diferentes entidades.

O painel contou também com Jean Raby, presidente executivo do Natixis; André Hoffmann, chairman do Massellaz; Masayuki Hyodo, presidente e CEO da Sumitomo Corporation; Paul Bulcke, chairman da Nestlé e Adam Robbins, responsável pelas iniciativas futuras de investimento do Fórum Económico Mundial.

Veja o vídeo:

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Operadoras preparam chegada do 5G e já se conhecem primeiros preços

A Meo já anunciou uma oferta comercial de 5G por 60 euros por ano, condicionada a uma promoção. Também a Nos já tem tarifários "5G ready" e a Vodafone promove no seu site os benefícios da tecnologia.

As principais operadoras de telecomunicações já estão a preparar a chegada das primeiras ofertas comerciais de 5G, com novos tarifários “sem limites” ou mesmo a venda antecipada do acesso à rede de quinta geração. Com o leilão em curso, espera-se que a rede seja lançada em Portugal ainda neste semestre.

A Meo é uma das operadoras que já está a anunciar preços para o 5G. “Sê o primeiro a sentir o 5G. Com o lançamento comercial do 5G, poderás adicionar ao teu tarifário móvel Meo a opção de internet móvel 5G à velocidade máxima por apenas +5€/mês”, lê-se num anúncio presente numa página adicionada recentemente ao site da empresa, na qual a empresa promove os benefícios da quinta geração e a venda de telemóveis com capacidade para se ligarem à nova rede.

O anúncio de 5G disponível no site da Meo.

Há mais para além das aparências. A proposta da Meo não se trata já de uma primeira oferta geral de 5G. Contactada pelo ECO, fonte oficial da Altice Portugal explicou que o anúncio é de de uma promoção no âmbito da venda do novo telemóvel 5G da Samsung. Ao comprarem o Galaxy S21 na loja da Meo, com um preço a começar nos 1.279,99 euros, os clientes são convidados a pagar mais 60 euros por um ano de 5G (o equivalente a cinco euros por mês).

“A campanha promocional do novo Samsung Galaxy S21 com 12 meses de internet móvel 5G à velocidade máxima é uma oferta exclusiva Samsung (com o valor comercial de 5 euros/mês correspondente a 60 euros). Os 12 meses de serviço 5G iniciarão a sua contabilização na data de lançamento comercial da tecnologia 5G na rede Meo. Todas as condicionantes do serviço são explanadas ao cliente”, indicou a referida fonte.

Além disso, este aditivo ao tarifário móvel para 5G, para os clientes que adquiram o telemóvel da marca sul-coreana, também não está disponível para todos os clientes. Em letras pequenas no site da Meo está escrito que a oferta não está disponível para os clientes com “tarifários para telemóvel M móvel pós-pago ilimitados e para PC e tablet M Net Móvel 300 GB, 60 GB e todo o tráfego incluído”.

A Meo esclarece ainda que “por internet móvel 5G à velocidade máxima deve entender-se a velocidade máxima que vier a ser disponibilizada pela Meo, a partir da data de lançamento comercial da tecnologia 5G, a qual poderá ser de até 1 Gbps”

As letras pequenas na oferta de 5G anunciada no site da Meo.

Também a Nos já está a promover a chegada comercial do 5G a Portugal. Em outubro de 2020, a operadora lançou o que chamou de “o primeiro tarifário pronto para o 5G”.

“Em duas opções, o Sem Limites e o Sem Limites Max estão já disponíveis com dados móveis, chamadas e SMS ilimitados, para clientes de serviço pós-pago stand alone e pacotes convergentes, que querem usufruir de um serviço com total despreocupação pelo consumo de dados ou minutos, sem abdicar de fazer downloads instantâneos, jogarem online ou verem os seus vídeos onde quer que estejam”, anunciou a Nos na altura.

A Nos está a vender o Sem Limites com velocidades até 10 Mbps por 34,99 euros por mês, enquanto o Sem Limites Max, com a “máxima velocidade”, a 44,99 euros mensais. Além disso, “as opções Sem Limites e Sem Limites Max” estão disponíveis em pacotes com telemóvel “no valor de 69,99 euros e 79,99 euros, respetivamente”.

“O tarifário ‘Sem Limites’ foi desenhado para responder aos padrões de consumo de dados que a nova geração de comunicações móveis vai trazer. A Nos tem vindo ao longo dos últimos anos a preparar-se para o lançamento do 5G, como a disponibilização deste tarifário comprova. Naturalmente que quando o 5G for uma realidade em Portugal, a Nos terá uma oferta pensada para que os seus clientes possam tirar o máximo partido de todas as potencialidades que a nova tecnologia traz”, acrescenta ao ECO fonte oficial da empresa.

Também a Vodafone já anuncia “Rede 5G” no seu site, com uma página dedicada a prestar informação aos clientes sobre a nova tecnologia. A empresa antecipa que a chegada do 5G trará “mais velocidade”, “menor tempo de resposta”, “mais dispositivos ligados entre si” e “cobertura e fiabilidade”.

Decorre atualmente a fase principal de licitações do leilão do 5G, promovido pela Anacom, que irá atribuir às operadoras as frequências para poderem explorar comercialmente esta tecnologia. O lançamento oficial da rede deverá acontecer ainda neste primeiro semestre.

Como o leilão ainda corre, as verdadeiras ofertas gerais de 5G só deverão ser conhecidas depois de anunciados os resultados do leilão em curso, altura em que Meo, Nos e Vodafone saberão exatamente com que quantidades de espetro vão contar. Assim, contactada pelo ECO, no sentido de saber se já tem preços de ofertas de 5G, fonte oficial da Vodafone disse: “O leilão para a aquisição de espetro que permitirá lançar o 5G em Portugal está atualmente a decorrer. Nesse sentido, a Vodafone entende ser prematuro falar sobre este tema.”

(Notícia atualizada às 18h10 com resposta da Nos)

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Regulador europeu deve aprovar vacina da AstraZeneca esta semana e avalia a russa

  • Lusa e ECO
  • 26 Janeiro 2021

EMA está em contacto com 15 produtores de vacinas, incluindo a vacina russa Sputnik V. Vacina da Janssen ainda não tem prazo para a sua aprovação e novos tratamentos à Covid-19 estão a ser avaliados.

A Agência Europeia de Medicamentos (EMA, sigla em inglês) prevê aprovar, até ao final desta semana, a vacina da farmacêutica AstraZeneca contra a Covid-19, apesar dos problemas de fornecimento, estando ainda em contacto com as autoridades russas relativamente à Sputnik V.

“Há duas vacinas que estão neste momento a ser avaliadas, as vacinas da AstraZeneca e da Janssen. Recebemos o pedido para comercialização da vacina da AstraZeneca a 11 de janeiro e prevemos a conclusão do processo no final desta semana, após a reunião do comité de medicamentos humanos”, declarou a diretora da EMA, Emer Cooke.

Falando numa audição por videoconferência na comissão parlamentar de Saúde Pública do Parlamento Europeu, a responsável apontou, ainda assim, estar ciente dos “problemas nas entregas das vacinas” anunciados pela AstraZeneca, esperando que “isso seja resolvido entretanto”. Por parte da EMA, segundo indicou a diretora, a única maneira em que podem tentar colmatar este atraso é ajudar no processo de produção. De resto, “a Comissão [Europeia] está a resolver o assunto”, notou.

Já quanto à vacina da Janssen, “ainda não existe um prazo para a sua aprovação”, acrescentou Emer Cooke.

De momento, estão a ser usadas na União Europeia (UE) as vacinas da BioNtech e Pfizer, que está a ser utilizada desde final de dezembro passado, e a da Moderna, em uso desde meados deste mês no espaço comunitário, ambas assentes na tecnologia do ARN mensageiro.

Tendo em conta estas quatro vacinas, que compõem o portefólio assegurado pela Comissão Europeia, a EMA está “em contacto com 15 produtores de vacinas, o que inclui a vacina russa Sputnik V, indicou Emer Cooke.

Aludindo às novas mutações do SARS-CoV-2 (que são mais contagiosas e foram detetadas em locais como Reino Unido, Brasil e África do Sul), a responsável pela agência europeia notou que “o surgimento de novas variantes requer monitorização contínua das vacinas e da sua ação perante” estas estirpes. “Os dados disponíveis até ao momento indicam que as duas vacinas baseadas no ARN mensageiro dão um nível elevado de proteção” face às novas mutações, observou Emer Cooke, admitindo ainda assim ser necessária mais análise e informação.

Quanto à transmissibilidade, os estudos das vacinas “não foram desenhados para ver se trava a transmissão”, mas a diretora do regulador adiantou que estão a pedir esses dados às farmacêuticas que já viram as suas vacinas autorizadas, bem como às empresas que ainda não submeteram os seus pedidos.

No que toca a eventuais medicamentos para o novo coronavírus, a EMA está em contacto com 180 empresas farmacêuticas, segundo a responsável. “Também precisamos de tratamentos para curar os pacientes”, adiantou.

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Constâncio avisa que reguladores vão ter de intervir para travar crise no crédito

"O elevado nível de NPL (non performing loans) e o aumento das provisões irá, este ano e no próximo, afetar a rentabilidade dos bancos", diz o ex-vice-presidente do BCE.

O aumento do crédito malparado e as provisões que a banca terá de fazer irá, nos próximos dois anos, penalizar a rentabilidade do setor, segundo avisa Vítor Constâncio. Neste cenário de pressão, o economista e ex-vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE) considera que os reguladores terão de intervir para travar uma crise no crédito.

O elevado nível de NPL (non-performing loans) e o aumento das provisões irá, este ano e no próximo, afetar a rentabilidade dos bancos“, explicou Constâncio, na conferência virtual The Portuguese presidency: On the Road to a European Recovery Post-Covid, organizada pela CFA Society Portugal em colaboração com o CFA Institute. “E haverá uma redução nos ganhos com os mercados de capitais porque os mercados de capitais não podem continuar a contribuir com estes níveis de retornos”.

O ex-governador apresentou dados do impacto da Covid-19 na banca europeia que indicam que a rentabilidade tem recuado devido à quebra na margem financeira, que não foi compensada pelo aumento da concessão de crédito. Em simultâneo, antecipa que o crescimento do crédito desacelere “drasticamente” em 2021 e que o risco de crédito aumente acentuadamente. Por isso, “os reguladores têm de estar preparados para fazer o que for necessário para evitar uma crise no crédito“, avisou Constâncio.

Vítor Constâncio considera que o BCE poderá vir a ajudar a reduzir o risco reforçar o financiamento de baixos custos à banca. Já Luís Silva Morais, chair do Centro de Investigação sobre Regulação e Supervisão Financeira (CIRSF) e Mário Centeno, governador do Banco de Portugal — que partilhavam o painel sobre estabilidade financeira na recuperação pós-Covid — elogiam a resposta da Comissão Europeia no que diz respeito à dinamização do mercado secundário de crédito malparado.

Centeno queria gestora europeia para o malparado

“A Comissão Europeia vai na direção certa”, afirma Centeno. “Um mercado secundário que funcione bem é fundamental para que os bancos possam negociar ativos não produtivos por isso este ímpeto da Comissão Europeia é muito importante“, disse, lembrando que a situação é hoje muito diferente da vivida na crise da dívida soberana dada a redução do fardo do malparado, bem como a criação de um plano de ação a nível europeu para os NPL em 2017.

Apesar de elogiar a ação de Bruxelas no que diz respeito ao mercado secundário, Centeno gostaria de ver uma rede de entidades gestoras de ativos ou “bancos maus” para enfrentar de forma mais ágil e eficiente o aumento de crédito em incumprimento na Europa, tal como o presidente do Conselho de Supervisão do BCE, Andrea Enria. “Infelizmente, a Comissão não prevê a possibilidade de estabelecer uma empresa gestora de ativos”, lamentou o português.

Falando de forma mais alargada sobre o impacto da pandemia na estabilidade financeira, o governador do Banco de Portugal defendeu que “olhando para 2021, para que se prepare o caminho da recuperação, é preciso medidas adaptadas à evolução da situação” e “aproveitar todas as sinergias que resultam de uma ação coordenada”.

A necessidade de ir acompanhando a evolução e adaptando medidas é uma ideia partilhada pelo Secretário de Estado das Finanças João Nuno Medes, que garantiu que o Governo está a monitorizar a solvência das empresas, especialmente de setores mais penalizados como o turismo ou os serviços. Mas pediu às instituições financeiras que façam o seu trabalho. “É preciso que os bancos preparem agora o fim das moratórias. Tem de haver um nível de análise de cada crédito para que não tenhamos uma surpresa no dia seguinte“, acrescentou.

(Notícia atualizada às 17h55)

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Já está disponível novo apoio para os trabalhadores sem proteção

Os trabalhadores que estejam sem proteção já têm à disposição o apoio ao rendimento. Medida estava prevista no Orçamento do Estado, mas faltava uma portaria para se tornar realidade.

O apoio extraordinário aos rendimentos dos trabalhadores é uma das medidas emblemáticas do Orçamento do Estado para 2021, mas faltava uma portaria para ser colocada efetivamente no terreno. O diploma foi agora publicado, abrindo-se a porta à operacionalização deste apoio, que se destina aos trabalhadores que a pandemia deixou em situação de desproteção económica. O Governo estima que a prestação poderá vir a abranger mais de 250 mil pessoas.

“O presente apoio extraordinário tem como objetivo assegurar a continuidade dos rendimentos dos trabalhadores que perderam os rendimentos de trabalho e não reúnam as condições de acesso às prestações sociais que protegem na eventualidade de desemprego, ou tendo acedido às mesmas, estas tenham terminado”, lê-se na portaria publicada esta segunda-feira.

Nesse diploma, o Executivo explica que o acesso a este apoio é “aferido em função de verificação de insuficiência económica” e sublinha que a medida dirige-se aos trabalhadores que, por força da crise pandémica, “se encontrem com rendimentos abaixo do limiar da pobreza“, isto é, 501,16 euros.

De notar que os trabalhadores precisam de comprovar que estão em situação de desproteção económica, o que é feito através da verificação da condição de recursos, que é definida em função do rendimento médio mensal do agregado familiar do requerente. Neste cálculo, os rendimentos per capita não podem ultrapassar 80% do salário mínimo.

Há vários grupos de profissionais que têm acesso a este apoio:

  • Os trabalhadores por conta de outrem (incluindo serviço doméstico), os trabalhadores independentes e os membros de órgãos estatutários com funções de direção, cuja prestação de proteção no desemprego termine após 1 de janeiro.
  • Os trabalhadores por conta de outrem (incluindo serviço doméstico), os trabalhadores independentes economicamente dependentes (isto é, com mais de 50% dos seus serviços à mesma entidade) ou membros de órgãos estatutários com funções de direção que tenham perdido o posto de trabalho, sem acesso à proteção social, e que tenham, pelo menos, três meses de contribuições nos 12 meses imediatamente anteriores à situação de desemprego.
  • Os trabalhadores independentes e do serviço doméstico (regime diário ou horário) que tenham, pelo menos, três meses de contribuições nos 12 meses imediatamente anteriores ao pedido de apoio e que apresentem uma quebra do rendimento relevante médio mensal superior a 40 % no período de março a dezembro de 2020 face ao rendimento relevante médio mensal de 2019 e, cumulativamente, entre a última declaração trimestral disponível à data do requerimento do apoio e o rendimento relevante médio mensal de 2019.
  • Os trabalhadores em situação de desproteção económica e social que não tenham acesso a qualquer instrumento ou mecanismo de proteção social, que se “fidelizem” à Segurança Social como trabalhadores independentes e mantenham essa vinculação durante a atribuição do apoio e nos 30 meses seguintes. Em causa estão os chamados trabalhadores informais.
  • Os gerentes das micro e pequenas empresas (tenham ou não participação no capital da empresa), os empresários em nome individual e os membros dos órgãos estatutários de fundações, associações ou cooperativas com funções equivalentes às de gestão e que estejam exclusivamente abrangidos pela Segurança Social. Isto desde que tenham, pelo menos, três meses seguidos ou seis meses interpolados de contribuições nos 12 meses imediatamente anteriores ao pedido de apoio e estejam ou em paragem total da sua atividade (ou da atividade do respetivo setor) ou em situação de quebra abrupta e acentuada de, pelo menos, 40% da faturação no período de trinta dias anterior ao do requerimento face à média mensal dos dois meses anteriores a esse período, ou face ao período homólogo do ano anterior.
  • Os trabalhadores estagiários ao abrigo da medida de estágios profissionais.

Além disso, o apoio a atribuir não é igual para todos, variando entre 50 euros e 501,16 euros. O pedido deve ser feito através da Segurança Social Direta, em formulário próprio. O ECO já perguntou ao Ministério do Trabalho se esse documento já está disponível, mas ainda não obteve resposta. De todo o modo, o pedido deve ser formalizado no mês seguinte àquele a que se refere o apoio, ou seja, em fevereiro por referência a janeiro.

O apoio é atribuído por 12 meses aos trabalhadores que tenham perdido a prestação de desemprego após 26 de janeiro e por seis meses aos restantes.

Esta foi uma das medidas negociadas entre o Governo e o Bloco de Esquerda, partido do qual mereceu duras críticas por ter uma condição de recursos demasiado “apertada”, na opinião da bancada de Catarina Martins.

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