Bankinter com lucros de 1,14 mil milhões. Portugal contribui com 26 milhões

  • Lusa e ECO
  • 22 Julho 2021

Resultado antes de impostos do Bankinter Portugal nos primeiros seis meses do ano foi de 26 milhões de euros, o que representa um crescimento de 50% relativamente ao semestre homólogo.

O espanhol Bankinter teve lucros de 1.140 milhões de euros no primeiro semestre de 2021, que inclui uma mais-valia de 896 milhões pela alienação da ‘Línea Directa’, com os balcões em Portugal a contribuírem com 26 milhões de euros.

Em comunicado publicado esta quinta-feira pela Comissão Nacional do Mercado de Valores Mobiliários (CNMV) espanhola, o grupo bancário informa que, excluindo a mais-valia da transação não recorrente da ‘Línea Directa’, o banco obteve um benefício líquido 244,5 milhões, 124,1% mais elevado do que no primeiro semestre de 2020.

A ‘Línea Directa’ era a filial de seguros do Bankinter que entrou na bolsa de valores de Madrid em 29 de abril último, com 82,6% do seu capital a ser distribuído pelos acionistas do grupo no segundo trimestre do ano.

O banco assegura que todas as rubricas da conta de resultados são superiores às do mesmo período de 2020 e também de 2019, com o banco a obter receitas superiores às do ano anterior à pandemia.

O grupo espanhol também regista “valores recordes” em hipotecas concedidas nos primeiros seis meses do ano, com 3.000 milhões de euros, o dobro do alcançado no primeiro semestre de 2020.

De acordo com a informação divulgada, a área que mais contribuiu para a margem bruta no primeiro semestre foi o negócio de banca comercial, com especial destaque para a atividade dos segmentos de clientes com maior património.

Os principais indicadores do banco evoluíram de forma positiva: o rácio de morosidade foi de 2,34% (2,50% no primeiro semestre de 2020), o índice de cobertura de 62% (59%), o CET 1 fully loaded de 12,2% (11,8%) e a rentabilidade dos capitais próprios (ROE) de 9,5% (7,6%).

O Bankinter destaca que a sua sucursal em Portugal “registou uma dinâmica muito positiva” durante este semestre, o que levou ao crescimento de todas as rubricas da conta de resultados: a margem de juros aumentou 7%; a margem bruta cresceu 15% impulsionada pelas comissões líquidas que tiveram um desempenho extraordinário e a margem antes de provisões cresceu 33%.

O resultado antes de impostos do Bankinter Portugal nos primeiros seis meses do ano foi de 26 milhões de euros, o que representa um crescimento de 50% relativamente ao primeiro semestre do ano anterior.

No que se refere a indicadores de negócio, a carteira de crédito do Bankinter Portugal atingiu 6.800 milhões de euros, mais 6%.

Por outro dado, os recursos de clientes apresentam um crescimento de 19%, alcançando 5.500 milhões de euros e os recursos geridos fora de balanço crescem 14%, atingindo os 3.900 milhões de euros.

Banco não tem previstos despedimentos

A direção do grupo espanhol Bankinter considera “enormemente rentável” a sua sucursal em Portugal e revela que a instituição “está a crescer de uma forma enormemente rentável”, afirmou a presidente do grupo espanhol, María Dolores Dancausa, na videoconferência de apresentação dos resultados do primeiro semestre do corrente ano, que decorreu em Madrid.

A responsável do banco também assegurou que não está prevista qualquer redução do pessoal em Portugal ou em Espanha.

Na mesma videoconferência de imprensa foi revelado que o Bankinter Portugal tem moratórias num total de “menos de 865 milhões de euros” (1.000 milhões no primeiro semestre de 2020), dos quais cerca de 500 milhões de euros em habitação/hipotecas (570 milhões) e 360 milhões em apoio às empresas (430 milhões).

Por outro dado, os recursos de clientes apresentam um crescimento de 19%, alcançando 5.500 milhões de euros, e os recursos geridos fora de balanço cresceram 14%, atingindo os 3.900 milhões de euros.

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Nos lidera ganhos do PSI-20 após apresentar resultados

Com a grande maioria das "cotadas" em terreno positivo na praça lisboeta, a Nos destaca-se pela positiva, com os investidores a aplaudirem os resultados da operadora.

A bolsa de Lisboa arrancou a sessão em terreno positivo, em linha com as restantes praças europeias. A puxar pelo desempenho do PSI-20 está a Nos, que chegou a subir mais de 3% na abertura, com os investidores a aplaudirem os resultados da operadora, que viu os lucros mais do que duplicarem no semestre.

Pela Europa, o Stoxx 600 valoriza 0,5% a par com o francês CAC-40 e com o espanhol IBEX-35, ao passo que o alemão DAX ganha 0,7% e o britânico FTSE 100 sobe 0,1%. Lisboa acompanha o sentimento positivo nas praças europeias, com o PSI-20 a somar 0,41% para 5,007.520 pontos.

Com a grande maioria das “cotadas” em terreno positivo, na praça lisboeta a Nos destacou-se pela positiva no arranque da sessão, ao avançar 3,30% para 3,0640 euros, depois de na quarta-feira ter apresentado as contas ao mercado. Os lucros da operadora de telecomunicações mais do que duplicaram no primeiro semestre, crescendo 111,2% face ao semestre homólogo de 2020, para 73,9 milhões de euros. Entretanto, os ganhos da Nos recuaram ligeiramente, estando agora a subir 1,08% para 2,9980 euros por ação.

Entre os “pesos pesados”, nota positiva ainda para o BCP, cujos títulos ganham 1,53% para 12,58 cêntimos, num dia que será marcado pela reunião do Banco Central Europeu (BCE). Ao mesmo tempo, no setor energético, subsidiária EDP Renováveis soma 1,26% para os 20,84 euros, um dia depois de ter anunciado que vai entrar no mercado onshore do Reino Unido, e de ter vendido de um portefólio eólico de 221 megawatts, em Portugal, à Onex Renewables, uma operação estimada em 530 milhões de euros. Já a “casa mãe” valoriza 0,94% para 4,4920 euros.

Em contraciclo, e a evitar ganhos mais expressivos do PSI-20 estão as perdas da Galp Energia. Os títulos da petrolífera portuguesa recuam 0,19% para 8,5080 euros, penalizada pela queda das cotações de petróleo nos mercados internacionais. O Brent, de referência europeia, recua 0,18% para os 72.,10 dólares, ao passo que o WTI cede 0,21% para os 70,15 dólares, em Nova Iorque.

(Noticia atualizada pela última vez às 08h43)

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“É natural” que devedores fiquem na mira da Justiça, diz Fernando Anastácio

  • ECO
  • 22 Julho 2021

Fernando Anastácio aponta que os grandes devedores “criaram um prejuízo tremendo” ao Novo Banco, pelo que  diz que é "natural" que estejam na mira da Justiça.

Fernando Anastácio, deputado relator da comissão de inquérito ao Novo Banco, aponta que os grandes devedores “criaram um prejuízo tremendo” à instituição, pelo que diz que é “natural” que os portugueses esperem que “as instâncias competentes os responsabilizem”, sublinha, em entrevista ao Jornal de Negócios (acesso pago).

Questionado ainda sobre se espera que além de Luís Filipe Vieira, os restantes grandes devedores sejam responsabilizados pela Justiça, o deputado socialista assinala que esse é “um trabalho da Justiça” e dos bancos, que têm de cobrar os seus créditos, mas espera que “quando há incumprimento haja ação de quem tem obrigação de cobrar”.

“E espero que as medidas sejam cada vez mais eficazes para que os contribuintes não sejam confrontados com as perdas no sistema financeiro e bancário”, refere, ao mesmo jornal. Entre as melhorias que podem ser feitas em comissões de inquérito do género, Fernando Anastácio admite ter havido “alguns constrangimentos de acesso a documentação”, devido à confidencialidade da documentação.

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Hoje nas notícias: Novo Banco, Justiça e teletrabalho

  • ECO
  • 22 Julho 2021

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

Fernando Anastácio considera expectável que os grandes devedores do Novo Banco fiquem na mira da Justiça. A marcar o dia está ainda a notícia de que este ano o Ministério Público tem menos magistrados em funções. Por outro lado, o Governo quer que pais com filhos menores de oito anos possam ficar em teletrabalho se as funções o permitam. E André Ventura foi quem recebeu mais subvenções públicas, na sequência das Presidenciais.

“É natural” que devedores fiquem na mira da Justiça, diz Fernando Anastácio

Fernando Anastácio, deputado relator da comissão de inquérito do Novo Banco, aponta que os grandes devedores “criaram um prejuízo tremendo” à instituição, pelo que diz que é “natural” que os portugueses esperem que “as instâncias competentes os responsabilizem”, sublinha em entrevista ao Jornal de Negócios. “E espero que as medidas sejam cada vez mais eficazes para que os contribuintes não sejam confrontados com as perdas no sistema financeiro e bancário”, diz o deputado socialista.

Leia a entrevista completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

Governo quer que pais com filhos menores de 8 anos possam ficar em teletrabalho

O Governo quer que pais e mães com filhos menores de oito anos tenham possam ficar em teletrabalho caso as funções desempenhadas o permitam. Esta é uma das propostas apresentadas pelo Executivo aos parceiros sociais na reunião de quarta-feira da concertação onde se discutiu o Livro Verde sobre o Futuro do Trabalho. O Governo sugeriu também aos parceiros que, em certos casos, avós, tios e irmãos possam receber a licença parental que só pode ser atribuída ao pai e à mãe.

Leia a notícia completa na TSF (acesso livre)

Concursos desertos e obras mais caras atrasam ferrovia

A subida do preço dos materiais de construção e a necessidade de abrir novos concursos públicos obrigaram a Infraestruturas de Portugal a definir um novo calendário para os trabalhos do Ferrovia 2020, inicialmente avaliados em 2,175 mil milhões de euros. Quase todos os troços só vão ficar prontos na data limite para obter fundos comunitários.

Leia a notícia no Jornal de Notícias (link indisponível)

 

Ventura teve a subvenção mais alta nas Presidenciais e Marcelo foi quem menos recebeu

As últimas eleições presidenciais foram as mais baratas para os cofres do Estado desde que as contas são auditadas. Dos três candidatos com direito a subvenção, André Ventura foi quem recebeu o montante mais elevado, seguido por Ana Gomes e Marcelo Rebelo de Sousa. O líder do Chega, que ficou em terceiro lugar, teve direito a uma subvenção pública no valor de 146.072 euros, a antiga eurodeputada socialista obteve 132.434 euros e, bem mais longe, o Presidente da República recebeu 23.826 euros.

Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso pago)

Ministério Público tem menos magistrados em funções, apesar do aumento do quadro

Este ano, o Ministério Público (MP) tem menos magistrados em funções, apesar de terem entrado 24 funcionários no quadro. Segundo o relatório do Conselho Superior do Ministério Público (CSMP), no início do mês de julho havia um total de 1.678 magistrados, mas apenas 1.559 estavam em efetividade de funções nas Procuradorias da República, Departamentos do Ministério Público e Tribunais. Esta discrepância é justificada por ter havido, em simultâneo, mais baixas, ausências prolongadas e comissões de serviço.

Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado)

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Governo quer que pais com filhos menores de oito anos possam ficar em teletrabalho

  • ECO
  • 22 Julho 2021

Executivo também sugeriu aos parceiros sociais que, em certos casos, avós, tios e irmãos possam receber a licença parental que só pode ser atribuída ao pai e à mãe.

O Governo quer que pais e mães com filhos menores de oito anos tenham possam ficar em teletrabalho caso as funções desempenhadas o permitam. Esta é uma das propostas apresentadas pelo Executivo aos parceiros sociais na reunião de quarta-feira da concertação onde se discutiu o Livro Verde sobre o Futuro do Trabalho, revelam esta quinta-feira a TSF (acesso livre) e o Jornal de Negócios (acesso pago).

A decisão de ficar em teletrabalho pode ser tomada à revelia do empregador, mas o Executivo impõe uma condição: o teletrabalho tem de ser partilhado entre os progenitores. Até agora apenas os progenitores com filhos até aos três podiam ficar em teletrabalho. Esta sugestão, que consta dos documentos entregues aos parceiros, vai ao encontro da diretiva europeia que tem de ser transposta para a legislação nacional até agosto de 2022, que dita que os trabalhadores com filhos até oito anos e os cuidadores informais tenham direito a um regime de trabalho flexível ou um regime de teletrabalho.

No encontro, o Executivo sugeriu também aos parceiros que, em certos casos, avós, tios e irmãos possam receber a licença parental que só pode ser atribuída ao pai e à mãe.

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Quais os europeus que pagam mais pela luz?

Já com impostos incluídos, alemães, dinamarqueses e belgas são os campeões dos preços altos na fatura da luz. Portugal surge em oitavo lugar nesta lista, mas tem a terceira maior carga fiscal da UE.

Quando o assunto é preços da eletricidade, Portugal, por norma, não fica bem na figura: de acordo com o Eurostat, registou na segunda metade de 2020 a terceira maior carga fiscal paga pelos consumidores domésticos entre os 27 da União Europeia (UE), depois da Dinamarca e da Alemanha. Este lugar no pódio faz com que surja em 8.º lugar na lista dos países com os preços da luz mais caros na UE.

Incluindo impostos, as famílias portuguesas pagaram 21,3 cêntimos por cada kWh de eletricidade no segundo semestre de 2020, em linha com a média europeia, diz o gabinete de estatística da UE.

No entanto, para um consumidor doméstico europeu com um gasto anual entre 2500 kWh e 5000 kWh, os campeões dos preços altos na fatura da luz são mesmo os alemães (que pagam mais de 30 cêntimos por cada kWh), os dinamarqueses (28,1 cêntimos/kWh) e os belgas (27 cêntimos/kWh). O top 10 fica completo com a Irlanda, Espanha, Áustria, Itália, Portugal, Luxemburgo e França.

No extremo oposto, com os preços mais baixos, está a Bulgária (9 cêntimos/kWh), Hungria (10 cêntimos por kWh) e Estónia (12 cêntimos/kWh).

“Na Alemanha, o preço da eletricidade para os consumidores domésticos é mais do que três vezes superior ao da Bulgária”, nota o Eurostat. Já o preço médio da UE situou-se nos 21,3 cêntimos por kWh entre junho e dezembro do ano passado. Os dados foram divulgados pelo Eurostat em abril de 2021 e serão atualizados em outubro.

Em termos de poder de compra das famílias, a eletricidade mais cara da UE para consumo doméstico é encontrada na República Checa, Espanha, Alemanha e Portugal. Os dados são também do Eurostat, que faz as contas à fatura da luz ajustando os preços a uma fórmula que elimina as diferenças entre os países (paridade de poder de compra).

Quanto ao peso das taxas e impostos nos preços da energia elétrica, voltam a ser os dinamarqueses (67,8%) e os alemães (mais de 50%) os mais sobrecarregados, seguidos imediatamente por Portugal, diz o Eurostat. Nos Países Baixos, a carga fiscal na fatura da luz chega a ser negativa (-0,3%), tendo em conta o reembolso dado pelo Governo. Malta e Bulgária também têm um impacto reduzido dos impostos na conta da luz. Em média, na luz, os impostos e taxas representaram 40% das faturas cobradas às famílias.

Já o IVA que incide sobre o preço da luz na UE-27 representa, em média, 15% do preço total e varia entre 4,8% em Malta e 21,3% na Hungria.

De acordo com o Eurostat, no 2.º semestre de 2020, os preços médios da eletricidade para as famílias na UE diminuíram ligeiramente face ao período homólogo, para os 21,3 euros por 100 kWh (em comparação com 21,7 euros por 100 kWh em 2019).

Os números mostram que os preços da eletricidade caíram em 14 Estados-membros da UE. As maiores reduções foram observadas nos Países Baixos (-33,8%), seguidos por Chipre (-24,1%) e Suécia (-17,2%). Em contrapartida, o maior aumento foi registado no Luxemburgo (10,3%), à frente da Polónia (9,7%) e da Eslováquia (8,8%). O custo da energia foi o principal fator para esses aumentos.

Quais são os hotéis mais caros do país? Quem são as personalidades mais influentes no TikTok? E os gestores mais bem pagos da nossa bolsa? De segunda a sexta-feira, todos os dias há um ranking para ver aqui no ECO.

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Um em cada quatro não responde ou diz “não” ao SMS da vacinação contra a Covid

Grande maioria das respostas aos mais de cinco milhões e meio de SMS enviados para a vacina da Covid-19 foi positiva. Mas quase 25% não responderam ou recusaram o agendamento proposto. 

Desde que começou a vacinação contra a Covid-19, as autoridades de saúde enviaram mais de 5,5 milhões de mensagens, incluindo as marcações feitas pelos centros de saúde, bem como as confirmações do auto-agendamento. A grande maioria das respostas foi positiva, mas quase 25% ficaram por responder ou foi recusado o agendamento.

Até esta terça feira, “foram enviadas 5.535.977 SMS de agendamento de vacinação contra a Covid-19″, de acordo com os dados fornecidos pela task force, ao ECO. Deste total, 75,23% (4.164.834 pessoas) responderam “sim” à inoculação e 2,62% (144.821) recusaram o agendamento sugerido.

Os restantes 22,15%, o que corresponde a mais de 1,2 milhões de portugueses, não responderam à mensagem. Feitas as contas, é possível constatar que um em cada quatro utentes (24,77% do total), não responderam ou recusaram o agendamento.

Face à rápida disseminação da variante Delta, nas últimas duas semanas a vacinação contra a Covid-19, tem sido acelerada tendo sido administradas cerca de 1,7 milhões de doses nesse período. Em Portugal, mais de 4,8 milhões de portugueses completaram, o processo de inoculação, o que representa 47% da população portuguesa.

Além do agendamento central e do agendamento local, o auto-agendamento é neste momento o método mais utilizado para acelerar o processo de vacinação em Portugal, sendo que até esta terça-feira já tinham sido submetidos mais de 2,5 milhões de pedidos através deste portal, o que representa cerca de um quarto da população portuguesa, segundo revelou a task force ao ECO.

Lançado a 23 e abril, desde a semana passada, que o auto-agendamento está disponível para os utentes com idade igual ou superior a 23 anos. Contudo, a grande adesão está a provocar filas de espera e há vários distritos sem qualquer vaga. Só na última segunda-feira, estavam 90 mil pessoas em lista de espera, segundo revelou o vice-almirante Gouveia e Melo, ao Público (acesso pago).

Assim, por forma a não sobrecarregar o sistema e devido à quantidade de vacinas que estão disponíveis em Portugal, o planeamento da vacinação teve que ser revisto, pelo que o auto-agendamento dos maiores de 20 anos, que era para ter arrancado no dia 14 de julho, só vai abrir na próxima semana. “A ideia, agora, é abrir o auto-agendamento logo a partir dos 18 anos, em vez de ser apenas a partir de 20 anos, todos ao mesmo tempo, e na próxima semana”, explicou fonte da task force, ao Público.

Face a esta situação, a ministra da Saúde veio esclarecer que Portugal deverá receber, nos próximos dias, mais doses de vacinas Pfizer, mediante a cedência de outros países e ” cujas campanhas de vacinação estão noutra fase”, explicou Marta Temido.

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De Vila Real à Póvoa de Varzim, passando por Coimbra, estes 73 concelhos estão em risco de recuarem no desconfinamento

Há 43 concelhos que estão em "risco elevado" que podem passar a "muito elevado" e outros 30 concelhos, hoje em alerta, que podem recuar no confinamento esta quinta-feira.

De Vila Real à Póvoa de Varzim, passando por Coimbra e até Vila do Bispo, a situação epidemiológica do país está a agravar-se, apesar o risco de transmissão da Covid-19 estar mais lento. Esta quinta-feira, o Governo reúne, em Conselho de Ministros, para fazer uma nova avaliação, sendo que há 73 concelhos em risco de recuarem no desconfinamento, ficando com regras mais apertadas.

O ritmo de transmissão [da Covid-19] é mais baixo do que na semana passada, parecendo verificar-se alguma diminuição da velocidade de crescimento”, assinalou a ministra de Estado e da Presidência, após o Conselho de Ministros na quinta-feira passada. Contudo, Mariana Vieira da Silva avisou que “a incidência ainda é muito elevada”, pelo que o país continua na zona vermelha da matriz de risco e há cada vez mais concelhos com regras mais apertadas.

Assim, e tal como acontece desde maio, Portugal continua a desconfinar a três “velocidades”, com a generalidade do território continental com medidas mais aliviadas (188 concelhos), que permitem, por exemplo, aos restaurantes funcionarem até à uma da manhã e sem imposições de horários ao comércio. No entanto, de semana para semana, a lista de concelhos sujeitos a restrições mais apertadas tem aumentado, havendo atualmente 43 municípios em “risco elevado” e 47 concelhos em “risco muito elevado”. Só na semana passada, 44 municípios recuaram nas medidas.

Neste contexto, há 43 concelhos em “risco elevado” que podem seguir as “pisadas” de Lisboa, Porto e Albufeira (entre outros), caso a incidência não tenha melhorado. São eles:

  • Alcobaça
  • Alenquer
  • Arouca
  • Arraiolos
  • Azambuja
  • Barcelos
  • Batalha
  • Bombarral
  • Braga
  • Cantanhede
  • Cartaxo
  • Castro Marim
  • Chaves
  • Coimbra
  • Constância
  • Espinho
  • Figueira da Foz
  • Gondomar
  • Guimarães
  • Leiria
  • Lousada
  • Maia
  • Monchique
  • Montemor-o-Novo
  • Óbidos
  • Paredes
  • Paredes de Coura
  • Pedrógão Grande
  • Porto de Mós
  • Póvoa de Varzim
  • Rio Maior
  • Salvaterra de Magos
  • Santarém
  • Santiago do Cacém
  • Tavira
  • Torres Vedras
  • Trancoso
  • Trofa
  • Valongo
  • Viana do Alentejo
  • Vila do Bispo
  • Vila Nova de Famalicão
  • Vila Real de Sto António

Assim, a verificar-se um recuo, esta alteração tem impacto nas regras aplicadas dentro de cada concelho. Além do teletrabalho continuar a ser obrigatório, os horários dos estabelecimentos alteram-se: os espetáculos culturais têm de acabar às 22h30 e o comércio fecha às 21h durante a semana e às 19h ao fim de semana e feriados se for retalho alimentar, se for não alimentar passa para as 15h30. Quanto à restauração o número de pessoas por mesa diminui para seis na esplanada e quatro no interior e também os horários apertam, fechando às 22h30 todos os dias (sendo que a partir das 19h de sexta-feira e durante todo o fim de semana e feriados é exigido a apresentação de certificado digital ou teste negativo à Covid para aceder aos espaços interiores).

Além disso, os casamentos e batizados passam a ter uma lotação de 25% e as lojas de cidadão têm atendimento presencial apenas por marcação.

Não obstante, estes não são os únicos concelhos em risco de recuarem no desconfinamento. Na última conferência de imprensa, após o Conselho de Ministros, a ministra de Estado e da Presidência mostrou um “cartão amarelo” a outros 30 concelhos, que ficaram em alerta, pelo que se voltarem a ter uma segunda avaliação negativa consecutiva podem ficar com regras mais apertadas. São eles:

  • Águeda
  • Alcoutim
  • Aljustrel
  • Amarante
  • Anadia
  • Cadaval
  • Caldas da Rainha
  • Castelo de Paiva
  • Estarreja
  • Fafe
  • Felgueiras
  • Guarda
  • Marco de Canaveses
  • Marinha Grande
  • Mogadouro
  • Montemor-o-Velho
  • Murtosa
  • Ourém
  • Ovar
  • Paços de Ferreira
  • Penafiel
  • Santa Maria da Feira
  • São João da Madeira
  • Serpa
  • Valpaços
  • Viana do Castelo
  • Vila do Conde
  • Vila Real
  • Vila Viçosa
  • Vizela

Assim, se nesta segunda avaliação, estes 30 municípios registarem uma incidência superior a 120 casos por 100 mil habitantes (ou 240 no caso dos concelhos de baixa densidade), vão ter de fazer marcha-atrás no desconfinamento, ficando com medidas como as que estão a ser aplicadas em Alcobaça, Santarém ou Paredes de Coura, por exemplo.

Assim, a verificar-se o recuo, o teletrabalho vai passar a ser obrigatório, sempre que as atividades o permitam e a restauração e espetáculos culturais fecham mais cedo, às 22h30 (no caso dos restaurantes sob as mesmas condições aplicadas durante o fim de semana aos concelhos de “risco muito elevado” e com um máximo de seis pessoas por mesa no interior e dez na esplanada, tal como acontece nos concelhos com medidas mais aliviadas). Também o comércio terá de fechar mais cedo, às 21h. Adicionalmente, as lojas do cidadão voltam a ter atendimento presencial apenas por marcação.

Além das regras já mencionadas anteriormente, se recuarem, nestes concelhos os cidadãos devem abster-se de circular depois das 23h, sendo que esta medida se aplica aos concelhos de “risco elevado” e “risco muito elevado” da Covid. Importa ainda sublinhar que para além da exigência de apresentação de certificado digital ou teste à negativo à Covid para aceder ao interior de um restaurante nos concelhos com maior risco, esta exigência estende-se também ao setor da hotelaria, que inclui hotéis e alojamentos locais, em todo o território nacional. E há multas para quem não cumprir.

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5 coisas que vão marcar o dia

É dia de Conselho de Ministros. Será feita a revisão dos concelhos de risco elevado e muito elevado, mas também haverá novidades sobre os fundos europeus. Lá fora, atenções viradas para o BCE.

O Conselho de Ministros vai fazer a revisão dos concelhos de risco elevado e muito elevado, podendo aumentar a lista dos que passam a ter regras mais apertadas por causa da Covid-19. Na mesma reunião será feita a programação do Portugal 2030, já noutra reunião, desta feita do BCE, será decidido o rumo da política monetária da Zona Euro.

Conselho de Ministros revê concelhos de alto risco

O Governo vai fazer a revisão semanal dos concelhos de risco elevado e muito elevado, numa altura em que o número de casos de infeção pelo novo coronavírus continua a aumentar. Há 73 concelhos em risco de recuarem no desconfinamento, ficando com regras mais apertadas.

Governo faz a programação dos fundos comunitários

Governo vai aprovar, em Conselho de Ministros, a macro programação do Portugal 2030, linha financeira da União Europeia que ascende a 23 mil milhões euros. Aprovada a programação dos fundos, a etapa seguinte será a da definição das medidas de cada um dos programas do Portugal 2030. E, depois, começará a negociação do novo quadro financeiro plurianual com a Comissão Europeia.

Depois da revisão estratégica, a reunião do BCE

Depois de aprovar a revisão de estratégica que vai permitir que a inflação, o principal foco de atuação da autoridade monetária da Zona Euro, possa subir de forma mais expressiva sem haver uma mudança na política monetária, vem aí a primeira reunião do Banco Central Europeu. A expectativa é de que a taxa de juro se mantenha inalterada, mas será importante seguir os sinais dados por Christine Lagarde quanto ao programa de compra de dívida. Haverá tensão entre os governadores.

Banco de Portugal mede pulso à economia

O Banco de Portugal vai publicar mais um Indicador Diário de Atividade Económica. Na última auscultação, a economia portuguesa continuava a crescer face a 2020, mas o ritmo de crescimento desacelerou. O travão pode ser explicado tanto pelo maior nível de restrições por causa da propagação da variante Delta, assim como pela maior base de comparação em 2020 dado que o país já estava desconfinado.

Prosseguem os resultados, agora da banca

A época de resultados já arrancou. Algumas empresas deram a conhecer os números dos primeiros seis meses, mas chega agora a vez dos bancos mostrarem as contas. Antes da banca portuguesa, é a vez de instituições financeiras espanholas presentes em Portugal revelarem os resultados alcançados nos primeiros seis meses do ano. É o caso do Bankinter e do Abanca.

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Peso dos impostos nos combustíveis bate média europeia. Fiscalidade na gasolina é a quinta mais elevada

Petróleo puxou pelos preços dos combustíveis. ENSE aponta o dedo às margens das gasolineiras, mais do que aos impostos mas o peso destes no valor pago na bomba é dos mais altos da UE.

Mais uma semana, mais uma subida do preço dos combustíveis. E novos máximos da gasolina e do gasóleo pagos pelos consumidores na hora de atestarem o depósito do carro. É reflexo da escalada dos preços do petróleo nos mercados internacionais, mas também, acredita o Governo, do aumento das margens por parte das petrolíferas — que serão, em breve, travadas por decreto. E os impostos não ajudam. O peso da fiscalidade encarece de forma expressiva os valores por litro, representando cerca de 60% do total pago pelos portugueses. É das mais elevadas da Europa.

Foram semanas consecutivas de agravamento do preço dos combustíveis nos postos de abastecimento nacionais — que a queda abrupta do petróleo após o acordo na OPEP+ pode vir, em breve, a travar. Gasolina e gasóleo tocaram máximos desde antes da pandemia, com o preço médio a ascender a cerca de 1,68 euros por litro no caso da primeira e de 1,46 euros por litro no caso do combustível mais utilizado pelos portugueses, o diesel.

"[Subida dos preços dos combustíveis] é mais justificada pelo aumento dos preços antes de impostos e das margens do que pelo aumento do peso da fiscalidade.”

ENSE

A Entidade Nacional para o Setor Energético (ENSE) considera que a escalada do petróleo tem puxado pelos preços pagos pelos consumidores nos postos nacionais. Mas tem outra explicação para esta subida expressiva recente. Diz que tem-se assistido a um diferencial cada vez mais elevado entre os valores de referência calculados pela entidade fiscalizadora do mercado de combustíveis e o de venda ao público. Esse diferencial começou a aumentar com o primeiro confinamento, mantendo-se desde então.

Diz a ENSE que a subida dos preços dos combustíveis nos postos de abastecimento tem muito a ver com as margens das gasolineiras. E Matos Fernandes, o ministro do Ambiente, rapidamente anunciar que vai avançar com um decreto-lei que permite que atue sobre as margens de comercialização dos combustíveis, para evitar “subidas duvidosas” e para que a descida dos preços seja sentida pelos consumidores.

A subida dos preços “é mais justificada pelo aumento dos preços antes de impostos e das margens do que pelo aumento do peso da fiscalidade”, atirou, na semana passada, a entidade liderada por Filipe Meirinho. Mas os impostos pesam. E em Portugal, pesam mais do que em muitos outros países europeus.

De acordo com dados da Comissão Europeia, Portugal conta, atualmente, com uma das gasolinas mais caras da Europa — está em quinto lugar no “ranking” –, sendo que no caso do diesel entra também no top: o litro do gasóleo é o sexto mais caro entre os 27 estados-membros. E estes lugares cimeiros repetem-se quando se olha para a fiscalidade, que inclui o ISP e outras taxas, mas também o IVA.

Na gasolina, da análise aos dados da Comissão Europeia na semana terminada a 12 de julho, é possível perceber que os impostos “levam” 58,7% do valor total pago pelos consumidores nos postos de abastecimento. Do valor médio de 1,671 euros por litro, 98 cêntimos eram impostos.

Estes 58,7% registados na gasolina em Portugal só são superados por sete dos restantes 26 países europeus, com Itália, Países Baixos e Grécia à cabeça, todos eles com a fiscalidade a pesar mais de 62% do custo total por litro deste combustível. E o peso da fiscalidade em Portugal na gasolina compara com o de 58,3% na média da Zona Euro e os 57,2% no total da União Europeia.

No caso do diesel, Portugal está ainda mais no top. Considerando o preço médio de 1,455 euros por litro, verifica-se que 78,5 cêntimos são impostos. Ou seja, 54% são divididos entre ISP e outras taxas, como a de carbono, e o IVA, que recai sobre o preço base do combustível e os impostos.

Só em França, Itália, Bélgica, Irlanda e Malta a fiscalidade tem um peso superior ao registado em Portugal que também nesta comparação apresenta um “fardo” superior à média da Zona Euro e a da UE. Entre os países que partilham a moeda única, a fiscalidade sobre o litro do diesel ascende a 53,5%, enquanto no total dos 27 esta representa 52,4%.

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Belgas fundem Ageas e Ocidental e criam terceira maior seguradora Não Vida

Ocidental Seguros vai ser absorvida pela Ageas, mas as duas marcas vão manter-se ativas. Belgas asseguram que fusão que visa poupanças não terá impacto nos mais de 600 trabalhadores.

A Ageas Portugal vai absorver a Ocidental Seguros, sendo que ambas companhias detidas pelo grupo belga Ageas e juntas formarão aquela que será a terceira maior seguradora do ramo Não Vida em Portugal.

Com esta operação, a Ocidental Seguros extingue-se, mas a marca mantém-se, assim como os pontos de contacto e oferta não vão registar quaisquer alterações, explicou fonte oficial da Ageas ao ECO. A fusão “surge no âmbito da missão de simplificação da estrutura jurídica corporativa” pelo que “não irá ter impactos internos ou externos, mantendo-se ativa a marca Ocidental, assim como todos os pontos de contacto e a oferta de produtos e serviços inerentes ao seu negócio”, detalha a mesma fonte.

Por outro lado, a fusão não vai colocar em perigo qualquer posto de trabalho, garante o grupo liderado por Hans de Cuyper. Trabalham nas duas companhias mais de 600 trabalhadores: a Ageas Portugal tinha 448 trabalhadores e a Ocidental Seguros tinha 223 trabalhadores no final do ano passado.

O contrato de distribuição de seguros com o banco BCP também se manterá tal como está. “Existe um compromisso de longo prazo sólido com o Millennium bcp, não se antevendo no âmbito desta fusão impactos ao nível contratual”, reitera a mesma fonte.

Ambas as companhias são já detidas pela Ageas Portugal Holdings, sendo que o banco liderado por Miguel Maya, que detém uma ação da Ocidental Seguros, passará a deter uma ação da Ageas após esta transação.

Tanto a Ageas Portugal como a Ocidental Seguros atuam no ramo Não Vida, e “juntas” vão passar a deter mais de 13% de quota de mercado em termos de produção de seguro direto, posicionando-se no terceiro lugar do ranking das maiores seguradoras em Portugal, apenas atrás da Fidelidade (27,6%) e Generali (18,4%).

Fusão à espera do regulador

A fusão será feita através da “transferência global do património da sociedade Ocidental para a Ageas Portugal, com a extinção da primeira”, lê-se no projeto de fusão, com os órgãos de administração das suas sociedades a considerarem a fusão e a modalidade da operação como “perfeitamente justificadas essencialmente pelos motivos de racionalidade económica e de reorganização de atividades e reestruturação societária”.

“Tendo em consideração a desnecessária duplicação de estruturas para o mesmo fim, a projetadas fusão visa concentrar a sociedade incorporante (Ageas Portugal) a atividade de seguro e resseguro Não Vida, atualmente prosseguida por duas sociedades no mesmo grupo com o mesmo objeto social, que atuam nos mesmos mercados e com a sobreposição de atividades”, detalha o projeto de fusão.

A transferência da carteira de seguros da Ocidental para a Ageas está agora dependente da autorização da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF).

Em causa estão ativos e passivos de 1900 milhões da Ageas e de mais de 700 milhões da Ocidental, de acordo com os balanços das duas companhias relativas ao final de 2020. Tanto uma como outra tiveram lucros de mais de 20 milhões no ano passado.

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Unanimidade no BCE enfrenta teste com estímulos em risco

Unanimidade quanto à nova estratégia do BCE promete ser desafiada já nesta reunião. Nem todos os governadores têm as mesmas perspetivas quanto à retoma e isso é uma ameaça aos estímulos.

Unanimidade. Foi desta forma que o Banco Central Europeu aprovou a revisão de estratégica que vai permitir que a inflação, o principal foco de atuação da autoridade monetária da Zona Euro, possa subir de forma mais expressiva sem haver uma mudança na política monetária. Mas essa unanimidade na estratégia promete ser desafiada já nesta reunião do banco central. É que nem todos têm a mesma perspetiva sobre a retoma pós-pandemia.

Se antes o BCE definia uma meta de “abaixo, mas perto de 2%”, agora “a estabilidade de preços é assegurada mais eficazmente com um objetivo de 2% para a inflação a médio prazo”. Ou seja, a inflação pode subir mais do que antes, que é na prática o que está a acontecer atualmente, com os preços a registarem fortes aumentos na comparação com 2020, o ano da pandemia.

Esta mudança veio dar mais margem de manobra a Christine Lagarde, mas até a presidente do BCE está ciente de que essa folga não trará reuniões de política monetária tranquilas, a começar por esta. “Nunca tive a expectativa nem a ilusão de que teremos uma unanimidade em todas as decisões que tomamos”, admitiu Lagarde ao Financial Times.

“Esta reunião é importante, já que o BCE vai ter de clarificar o seu roteiro na sequência do seu anúncio de revisão estratégica a 8 de julho”, diz Franck Dixmier, global CIO de fixed income da Allianz Global Investors. “Assume o palco principal já que deverá ser diferente, controversa e com implicações tangíveis” em termos de política monetária, defende o Commerzbank.

A expectativa é de que a falta de consenso no conselho de governadores fique já explícita. Isto porque nem todos os governadores dos vários bancos centrais têm a mesma perspetiva quanto à retoma da economia, num contexto que continua a ser ainda de grandes incertezas por causa das variantes da Covid-19. Isto apesar do acelerado ritmo de vacinação contra o vírus abrir boas perspetivas.

Relativamente à taxa de juro, e às perspetivas para esta, deverá manter-se tudo igual, mesmo com algumas vozes críticas. “É possível que o BCE anuncie que não irá aumentar as taxas até que a inflação e outros indicadores (tais como a inflação subjacente, salários ou preços das casas) sejam coerentes com o novo objetivo”, diz o BPI. “Este ajustamento sugerirá que o BCE poderá manter uma política acomodatícia durante mais algum tempo”, nota.

"[Esta reunião do BCE] assume o palco principal já que deverá ser diferente, controversa e com implicações tangíveis em termos de política monetária.”

Commerzbank

O problema estará nos estímulos. A presidente do BCE já antecipou que programa de emergência lançado para fazer face à pandemia, que prevê a compra de 1,85 biliões de euros de dívida pública poderá continuar. E, de facto, a nova política para a inflação dá maior apoio para que este programa se mantenha, mas nem todos os governadores querem que tal aconteça.

Lagarde admitiu, recentemente, que as compras do BCE possam assumir “um novo formato” em breve, mas defende que continuem. Os governadores de países mais endividados, que necessitam deste programa para manterem os custos de financiamento baixos após o forte aumento da dívida por causa da pandemia, também querem. É o caso de Mário Centeno, mas também de Ignazio Visco, de Itália.

Do outro lado está a Alemanha. Não está sozinha, é certo, mas tem sido mais vocal na sua oposição à estratégia do BCE. Isabel Schnabel, membro do conselho do BCE, já veio dizer que a inflação poderá convergir com a meta do BCE “mais cedo do que algumas pessoas esperam”, o que forçará ao banco central a agir.

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