“Leite excessivamente barato acabou”, diz presidente da Agros

  • ECO
  • 31 Agosto 2022

O presidente da Agros diz que os custos de produção para produzir leite aumentaram cerca de 50% no último ano, pelo que alerta que os preços em todo o elo da cadeia devem subir.

O presidente da Agros avisa, numa entrevista à Rádio Renascença, que o paradigma do “leite excessivamente barato ao consumidor acabou”, depois de os custos de produção terem subido cerca de 50% no último ano.

“O preço do litro de leite, que dá para alimentar uma família média de quatro pessoas por dia, é mais barato do que um café”, alerta Idalino Leão, referindo que, “neste momento, é mais caro em cerca de 50% produzir um litro de leite do que era no período homólogo”. Já o preço do leite subiu à volta de 18 a 20% ao produtor, “um défice que não foi colmatado” e que implicará a subida do preço do leite ao produtor “de forma a ser sustentável e que se deverá repercutir “nos elos da cadeia seguintes, ou seja, na indústria e na distribuição”.

“Neste momento, a curto prazo, se o preço não acompanhar a subida nos três elos da cadeia, não tenho a menor dúvida que a curto/médio prazo poderá não haver leite nacional para abastecer as necessidades dos portugueses”, avisa o presidente da Agros. Idalino Leão adianta AINDA que nos últimos dois anos já foram encerradas 300 explorações que integravam a união de cooperativas que formam a Agros, sendo atualmente 900. “Não há memória de uma exploração que encerra e volta a abrir”, disse.

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Inflação em França desacelera para 6,5% em agosto

A taxa de inflação na segunda maior economia da Zona Euro foi de 6,5% em agosto, o que representa uma desaceleração face aos 6,8% registados no mês anterior. 

A taxa de inflação em França foi de 6,5% em agosto face a igual período do ano passado, o que representa uma desaceleração face aos 6,8% registados no mês anterior. Estes dados ficam abaixo do esperado pelos analistas consultados pela Bloomberg, que apontavam para uma taxa de inflação de 6,7%.

A contribuir para a taxa de inflação em França esteve uma subida mais ligeira dos preços da energia. No entanto, os preços dos serviços mantiveram o mesmo ritmo de julho e os preços dos alimentos e indústria continuam a acelerar.

Apesar de estes dados ajudarem a aliviar um pouco a pressão exercida sobre o Banco Central Europeu (BCE) para voltar a subir as taxas de juro, esta quarta-feira as atenções vão estar centradas nos dados relativos à inflação na Zona Euro. O banco central, que tem como missão assegurar a estabilidade dos preços na ordem dos 2%, reúne-se a 8 de setembro e deverá anunciar uma subida das taxas de juro em 50 pontos base ou superior, isto já depois do aumento de 50 pontos em julho.

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Lisboa avança e tenta pôr fim a ciclo de seis sessões a cair

Bolsa prepara-se para se despedir de agosto em alta, apesar das perdas de mais de 1% acumuladas desde o início do mês. Investidores europeus de olhos postos nos dados da inflação.

A bolsa de Lisboa avança na sessão desta quarta-feira e tenta colocar um ponto final a um ciclo de seis sessões com desempenhos negativos, o pior período desde o início da guerra da Rússia na Ucrânia. O dia ficará marcado pela divulgação dos dados da inflação, que poderão determinar a subida dos juros do Banco Central Europeu (BCE) na próxima semana.

O PSI avança 0,46% para 6.048,04 pontos no arranque da sessão e prepara-se para se despedir de agosto em alta, ainda que o mês não lhe tenha sido favorável: acumula perdas de mais de 1% desde o dia 1.

São nove as cotadas em alta, com a Jerónimo Martins e a EDP Renováveis a liderarem os ganhos: a retalhista dona do Pingo Doce está em alta de 1,39% para 21,9 euros e a empresa de energias renováveis valoriza 1,23% para 24,75 euros. A casa-mãe EDP também soma 0,39% para 4,904 euros, depois de ter anunciado na véspera o negócio da venda de uma hidroelétrica no Brasil por 240 milhões de euros.

EDP Renováveis em alta

EDPR 1,60%

Por outro lado, três cotadas travam uma maior ambição na praça portuguesa, incluindo a Galp: as ações da petrolífera cedem 0,18%. A empresa anunciou na terça-feira um aumento médio de oito euros na fatura do gás para as famílias.

Também foi positivo o arranque da sessão lá fora: o índice de referência europeu Stoxx 600 soma 0,3% e as praças de Paris, Frankfurt e Madrid registam ganhos entre 0,2% e 0,4%.

Os investidores aguardam com expectativa pelos dados da inflação em relação ao mês de agosto. O Eurostat divulgará o índice de preços no consumidor pelas 9h30. O BCE tem reunião marcada para a próxima semana para decidir um novo aumento das taxas de juro e há responsáveis a pedirem aumentos de 50 a 75 pontos base para travar a escalada dos preços.

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Da gestão de despesas ao recrutamento. Três serviços que prometem agilizar a vida dos RH

A Pleo, a Payflow e a Harpoon.jobs dispõem de alguns serviços que pretendem tornar os processos nos departamentos de RH mais ágeis, rápidos e eficazes.

Desde a gestão de despesas até aos pedidos de adiantamento de salário, passando ainda pelos, muitas vezes, morosos processos de recrutamento, há uma série de serviços no mercado que prometem trabalhar a par e passo com os departamentos de recursos humanos das organizações, de modo a tornar os processos mais ágeis, rápidos e eficazes.

Estes são apenas alguns serviços que lhe poderão interessar:

  • Pleo. Gestão de despesas numa plataforma

A Pleo propõe às empresas uma solução para a gestão de despesas, com a emissão de cartões de empresa com limite de gastos individuais, bem como a digitalização do registo de despesas. Em Portugal, diz a fintech dinamarquesa que acaba de chegar a Portugal, 55% das empresas usam o Excell e gastam dois dias nesse processo de registo.

A ideia é, no fundo, fornecer uma solução que permita que as organizações reduzam os processos manuais e, ao mesmo tempo, se foquem na digitalização.

  • Payflow. Salários ‘à la carte’

A Payflow é uma solução de HR tech que permite aos trabalhadores receberem parcelas de salário que lhes são devidas pelo seu trabalho sem terem de esperar pelo final do mês. É uma espécie de serviço de salários ‘à la carte’, que permite às empresas oferecerem a remuneração aos seus colaboradores quando for mais conveniente para eles.

“Permitimos que os colaboradores tenham acesso ao dinheiro pelo qual já trabalharam, em qualquer altura do mês. As empresas pagam a 30 dias por três questões essenciais: fundo de maneio, organização interna e trabalho associado ao processamento de salários. A Payflow simplifica todo este processo e permite a qualquer empresa oferecer a possibilidade de receber o seu salário à la carte, um benefício totalmente gratuito para os colaboradores”, explica Afonso Anjos, country manager da Payflow para o mercado nacional da startup fundada em Barcelona, em entrevista à Pessoas.

  • Harpoon.jobs. Recrutar com a ajuda da “inteligência coletiva”

A Harpoon.jobs nasceu há seis anos, como uma solução de recrutamento com uma base tecnológica forte, à qual se junta aquilo a que o fundador da empresa chama de inteligência coletiva: “utilizar a tecnologia para potenciarmos a rede de contactos; o matching também é feito por referenciadores e advisors que temos espalhados pelo mundo todo”, esclarece Mathieu Douziech, fundador e coCEO da Harpoon.jobs.

Progressivamente, ao longo dos anos e fruto de pedido dos clientes e de conhecimento do mercado, a Harpoon.jobs tornou-se uma solução mais abrangente. Uma “power house do talento” que tem como core business o recrutamento, mas que vai mais longe. Atualmente, a plataforma conta com um conjunto de soluções que permitem acompanhar candidatos e empresas ao longo dos vários ciclos da vida. Uma nova vertente de negócio, business to candidate, faz a ponte entre os candidatos e uma pool de coaches e assessores de carreira, presente na própria plataforma.

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Preço do gás sobe mais de 5%. Rússia já suspendeu gasoduto

Futuros do gás natural para outubro avançam 5,53%, no dia em que a Rússia voltou a suspender o abastecimento deste combustível através do gasoduto Nord Stream 1.

Os preços do gás natural na Europa recuperam terreno esta quarta-feira, dia marcado pela suspensão do abastecimento da Rússia ao continente através do gasoduto Nord Stream 1. Os receios de que Moscovo não volte a enviar gás para a região no final da manutenção programada de três dias está a ajudar os futuros de referência TTF para entrega em outubro a subirem 5,53%, para 280 euros por MWh (megawatt-hora).

Futuros do TTF para entrega em outubro

Gráfico obtido às 8h00 de 31 de agosto de 2022 | Fonte: Barchart

Desde as duas da manhã de Lisboa que os fluxos de gás no importante gasoduto que liga a Rússia à Alemanha estão reduzidos a zero. E assim deverão permanecer até 3 de setembro, com a estatal russa Gazprom a justificar o encerramento com uma manutenção programada. Mas, no ocidente, teme-se que seja um pretexto para pressionar os países europeus no contexto da guerra na Ucrânia e das sanções. Vários líderes já acusaram o Presidente russo Vladimir Putin de usar a energia como “arma de guerra”.

Estes constrangimentos acontecem numa altura em que os países tentam assegurar as reservas de gás natural necessárias para o inverno — o pico do consumo tende a ser em janeiro, dado que a queima de gás para aquecimento ou geração de eletricidade é bastante influenciada pelas temperaturas. Os últimos meses têm sido pródigos em notícias e alertas sobre racionamento de energia neste inverno, depois de os preços grossistas do gás já terem disparado mais de 400% desde agosto do ano passado, segundo a Reuters.

Assim, o aumento dos preços do gás tem levado a subidas expressivas nos preços da eletricidade. Na semana passada, o MWh de eletricidade no mercado grossista em França superou 1.000 euros, um preço que fez tremer a Comissão Europeia e precipitou a promessa de intervenção de emergência por parte de Bruxelas, que está a desenhar um pacote de medidas para apresentar nas próximas semanas.

Para o próximo dia 9 de setembro está ainda marcado um Conselho extraordinário, por via do qual os ministros da energia da União Europeia vão discutir medidas para dar resposta à crise energética. Vários países, incluindo a Alemanha e a Áustria, têm mostrado abertura a uma medida semelhante ao “mecanismo ibérico” aprovado por Portugal e Espanha, que limita os preços do gás para tentar travar a subida dos preços da luz.

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Petróleo regressa aos 100 dólares após afundar 5%

Semana tem sido marcada por uma autêntica montanha-russa nos preços do petróleo. Esta quarta-feira, o barril de Brent regressa aos 100 dólares depois de afundar mais de 5% na terça.

Os preços do petróleo continuam numa autêntica montanha-russa esta semana. Aceleraram mais de 4% na segunda-feira e afundaram mais de 5% na terça. Agora voltam as subidas, com o barril de Brent a superar novamente os 100 dólares.

O contrato de referência para a Europa avança 0,74% para 100,04 dólares e, em Nova Iorque, o crude WTI segue a mesma tendência altista, com um avanço de 0,82% para 92,39 dólares.

Se as cotações do “ouro negro” continuam elevadas por causa da oferta apertada, na sequência da guerra da Rússia na Ucrânia, o risco de uma recessão e a previsível consequência de quebra na procura estão a condicionar os preços nos tempos mais recentes. A extrema volatilidade das últimas sessões terá a ver com a baixa liquidez, dizem os analistas.

“Baixa liquidez significa que teremos movimentações mais voláteis”, disse o analista da Commonwealth Bank Vivek Dhar.

Petróleo avança

Os dados do American Petroleum Institute mostram que os inventários de gasolina caíram em cerca de 3,4 milhões de barris, enquanto os stocks de produtos como diesel e jet fuel recuaram cerca de 1,7 milhões de barris na última semana, sinalizando um aumento do consumo.

Contudo, a API também revelou que os stocks de petróleo aumentaram cerca de 600 mil barris, quando os analistas esperavam uma queda na ordem dos 1,5 milhões de barris.

O mercado cambial também conta para a dinâmica do preço do petróleo. A baixa do dólar dá suporte à cotação dos barris, pois torna as compras dos países estrangeiros mais baratas, com o aumento da procura a animar os preços.

A próxima semana poderá trazer novidades importantes para o que pode ser o mercado no futuro próximo. A OPEP+ tem reunião marcada para o dia 5 de setembro e o cartel poderá anunciar um corte na produção para estabilizar o mercado.

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Hoje nas notícias: Comboios, comissões e preços do leite

  • ECO
  • 31 Agosto 2022

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

Os concursos da futura linha de alta velocidade Lisboa-Porto deverão ser lançados dentro de um ano. No primeiro semestre deste ano, o Estado português pagou 42 milhões de euros em comissões associadas à dívida pública e os empréstimos da “bazuca” já pesam na “fatura”. O presidente da Agros avisa que o preço do leite tem de subir, dado o aumento dos custos de produção. A marcar o dia está a ainda a notícia de que várias metas para a inclusão de deficientes estão por cumprir.

Concursos para obras da alta velocidade lançados daqui a um ano

Os primeiros dois projetos da futura linha de alta velocidade Lisboa-Porto deverão ser entregues pela Infraestruturas de Portugal (IP) à Agência Portuguesa do Ambiente (APA) no último trimestre. O objetivo é que, na segunda metade de 2023, sejam lançados os concursos para a construção dos dois lotes que integram a primeira fase. Fonte oficial da IP diz que está a concluir os estudos relativos ao troço Campanhã-Soure, de cerca de 140 quilómetros.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

Comissões da dívida pública custam 42 milhões ao país até junho

Nos primeiros seis meses deste ano, o Estado português pagou 42 milhões de euros em comissões relacionadas com a dívida pública. A maior fatia dos encargos diz respeito a operações de dívida e ao “rating”, bem como com despesas relativas ao regaste da troika. Contudo, desde 2021 que os empréstimos da “bazuca” europeia também estão a ter custos para Portugal, puxando pela “fatura”.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (ligação indisponível).

“Leite excessivamente barato acabou”, diz presidente da Agros

O presidente da Agros considera que o paradigma do “leite excessivamente barato ao consumidor acabou”, depois de os custos de produção terem subido cerca de 50% no último ano. Já o preço subiu à volta de 20%, “um défice que não foi colmatado” e que implicará a subida do preço do leite ao produtor “de forma a ser sustentável. Idalino Leão adianta que nos últimos dois anos já foram encerradas 300 explorações que integravam a união de cooperativas que formam a Agros, sendo atualmente 900. “Não há memória de uma exploração que encerra e volta a abrir”, disse.

Leia a entrevista completa na Rádio Renascença (acesso livre).

Governo falha quase todas as metas para a inclusão de deficientes

Há várias medidas propostas para 2021 incluídas na Estratégia Nacional para a Inclusão de Pessoas com Deficiência (ENIPD) que estão por cumprir. As barreiras arquitetónicas estão por eliminar, os guias para a prevenção da violência não existem e o diagnóstico sobre a empregabilidade não foi feito. A ENIPD entrou em vigor a 1 de setembro de 2021 e nela constam 170 medidas, das quais 70 deviam ter sido iniciadas ou concluídas no ano passado. Ao Jornal de Notícias, o Ministério do Trabalho e da Segurança Social justifica o atraso com o facto de algumas medidas serem “inovadoras” e, por isso, foi preciso construir “uma base de suporte técnico” ou inclui-las nos planos de atividade das organizações envolvidas.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (ligação indisponível).

“Questão é quando é que a recessão chega”, diz líder da CIP

O líder da Confederação Empresarial de Portugal (CIP) já dá uma recessão como certa. “A questão não é se vamos ter uma recessão. A questão é quando é que ela chega”, refere António Saraiva, comentando a queda do indicador do clima de confiança no setor da transformação para os níveis registados na pandemia. “Era de esperar esta nova crise. (…) “Estamos a somar uma nova crise à crise da Covid. Com o aumento exponencial dos custos de energia, não há tesouraria que aguente”, disse.

Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado).

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Tem até hoje para pagar a segunda prestação do IMI

  • Lusa
  • 31 Agosto 2022

Proprietários de imóveis com IMI superior a 500 euros, que não tenham optado em maio pelo pagamento total do imposto, têm até hoje para pagar a segunda prestação.

Os proprietários de imóveis com um valor de IMI superior a 500 euros e que não tenham optado em maio pelo pagamento integral do imposto, têm até esta quarta-feira para pagar a segunda prestação do imposto.

Segundo os dados da Autoridade Tributária e Aduaneira (AT), do total de liquidações emitidas este ano (para o IMI relativo a 2021) um total de 679.435 superam os 500 euros.

De acordo com as regras legais que enquadram o IMI, sempre que um proprietário tem um valor de imposto que supera os 500 euros este é automaticamente dividido em três prestações de igual montante, sendo a segunda paga durante o mês de agosto.

O pagamento do Imposto Municipal sobre os Imóveis (IMI) iniciou-se em maio, com a emissão de 4.009.718 notas de liquidação, das quais 895.969 eram de valor inferior a 100 euros, gerando, por isso, uma nota de pagamento único.

Para as restantes, o pagamento é desdobrado em duas ou três prestações, a serem pagas em maio e novembro ou maio, agosto e novembro, caso o seu valor esteja balizado entre, respetivamente, os 100 e os 500 euros ou supere os 500 euros. De fora deste faseamento ficam os proprietários que em maio optam pelo pagamento integral do imposto.

De acordo com fonte oficial da AT este ano foram pagas integralmente em maio, dentro do prazo, um total de 580.811 notas de liquidação de valor acima dos 100 euros. Este número traduz uma subida de 3,85% face aos que no ano passado usaram esta opção de pagamento do Imposto Municipal sobre os Imóveis numa única vez.

As taxas do IMI são anualmente fixadas pelas autarquias, num intervalo entre 0,3% e 0,45% (para os prédios urbanos), cabendo-lhes também decidir sobre a adesão ao IMI familiar, mecanismo que dá um desconto às famílias residentes, ou sobre a aplicação das taxas agravadas nos prédios devolutos ou em ruínas.

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Nova interrupção do gasoduto Nord Stream 1 volta a colocar “enorme pressão sobre os stocks” para o inverno

Interrupção de três dias volta a colocar "enorme pressão sobre os stocks" de inverno, aumentando os riscos de o Nord Stream não reabrir ou de enviar "fluxos residuais" para a Europa.

Até ao dia 2 de setembro, o principal gasoduto que liga a Rússia à Europa, através da Alemanha, vai permanecer encerrado por motivos de manutenção. A notícia fez com que os preços do gás voltassem a atingir novos máximos – provocando um efeito colateral também nos preços da eletricidade – e arrefecessem ainda mais as expectativas de que os fluxos enviados para o bloco europeu regressariam aos níveis anteriores à guerra na Ucrânia. Sendo esta a segunda vez que o Nord Stream encerra por motivos de manutenção – depois das sucessivas reduções nos envios de gás –, os 27 Estados-membros já trabalham considerando um cenário em que o Nord Stream 1 não voltará a abrir. E, caso reabra, a capacidade poderá ser abaixo dos atuais 20%.

“Os fluxos podem ser retomados, mas a capacidade pode ser reduzida para 15% ou até mais baixo. Vai ser residual o envio de gás para a Europa”, frisa ao ECO/Capital Verde o professor Carlos Santos Silva, do departamento de engenharia mecânica do Instituto Superior Técnico (IST). “Apesar de serem só três dias, [esta suspensão] coloca uma enorme pressão sobre os stocks de gás para o inverno. O risco é grande”.

Esta é a segunda vez no ano que o envio de gás através do Nord Stream para o bloco europeu são suspensos alegando motivos de manutenção, isto depois de vários países, como a Alemanha e a Itália, terem sentido sucessivas reduções no volume de gás enviado de Moscovo, desde o início da guerra. França foi a vítima mais recente. Esta terça-feira, a empresa estatal Gazprom anunciou que iria reduzir as suas entregas a uma das principais empresas francesas do setor, a Engie. “Muito claramente a Rússia está a utilizar o gás como arma de guerra e temos de nos preparar para o pior cenário, que seria uma interrupção completa dos fornecimentos”, disse a ministra francesa da Transição Energética, Agnes Pannier-Runacher, em declarações à rádio France Inter.

A 21 de julho, quando o gasoduto voltou a reabrir ao fim de 10 dias, os líderes europeus respiraram de alívio perante o risco de um inverno sem reservas de gás. No entanto, a calma foi de pouca dura, uma vez que o gasoduto operava apenas a 20% da capacidade. A realidade obrigou a Comissão Europeia a lançar um apelo aos restantes países do bloco europeu: “Estamos a pedir aos Estados membros que reduzam em 15% o consumo de gás. 15% porquê? É o equivalente a 45 bcm [mil milhões de metros cúbicos] de gás e, com tal redução, podemos ultrapassar com segurança este inverno”, afirmou a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, na apresentação da medida, no passado dia 20 de julho.

A iniciativa, que decorre até março de 2023, pede que os países reduzam o consumo, mas em especial à Alemanha que é a maior dependente do gás russo – cerca de 40% do seu mix energético corresponde ao gás natural de Moscovo. Apesar do desafio, o chanceler Olaf Sholz já deixou garantias de que as reservas alemãs serão suficientes para enfrentar o inverno. “As medidas tomadas pelo governo alemão “contribuíram em termos de segurança do abastecimento para estarmos agora numa situação muito melhor do que era previsível há alguns meses e podermos lidar muito bem com as ameaças que vêm da Rússia“, assegurou, esta terça-feira.

A verdade é que os alegados períodos de manutenção, citados pela Rússia, previstos para esta altura do ano são, de acordo com o professor do IST, “motivos válidos” para suspender o envio de gás para a Europa, uma vez que “as turbinas, as bombas e os compressores que permitem fazer o abastecimento ao longo de vários quilómetros, precisam de uma manutenção preventiva, e às vezes corretiva“, sendo, por isso, “normal nestas alturas de menor consumo que se façam estas operações de manutenção que podem durar alguns dias ou semanas”. No entanto, ressalva que, nesta situação em particular, “não há motivo especial para durar mais do que os três dias previstos”.

Em termos de procura, se forem mesmo três dias, é gerível porque estamos a armazenar stocks, mas mais uma vez, invés de a Europa estar a armazenar para o inverno que é quando vai precisar de reservas, vai ter que recorrer a estes stocks [durante as interrupções]. Põe sempre alguma pressão, apesar de ser por pouco tempo

Professor Carlos Santos Silva, do Instituto Superior Técnico

Quanto aos impactos que pode ter nas reservas de gás para o inverno, Carlos Santos Silva sublinha que apesar da interrupção ser mais curta do que a primeira, “pode ter algum impacto, tal como teve nos preços“, que “começaram a subir assim que a decisão foi anunciada”. A 24 de agosto, o preço do gás natural na Europa ultrapassou os 300 euros por megawatt/hora (MWh), um máximo desde o recorde histórico registado no início de março, no início da invasão russa da Ucrânia.

Estamos a chegar a uma altura mais crítica. Estamos no fim do verão, tipicamente o consumo de gás costuma começar a crescer a seguir às férias. Aumenta a atividade industrial. Em termos de procura, se forem mesmo três dias, é gerível porque estamos a armazenar stocks, mas mais uma vez, invés de a Europa estar a armazenar para o inverno que é quando vai precisar de reservas, vai ter que recorrer a estes stocks [durante as interrupções]. Poe sempre alguma pressão, apesar de ser por pouco tempo”, argumenta o docente.

A nova suspensão do Nord Stream acontece um dia depois da União Europeia ter atingido os 80% de armazenamento de gás, dois meses antes da data limite prevista (1 de novembro). A meta seguinte é garantir reservas até 90% da capacidade antes dos períodos de inverno seguintes. Os 27 Estados-membros importam 90% do gás que consomem, sendo a Rússia responsável por cerca de 45% dessas importações, em níveis variáveis entre os Estados-membros. Em Portugal, o gás russo representou, em 2021, menos de 10% do total importado.

“Estão reunidas as condições” para gasoduto ibérico

Perante o risco de um fecho total à torneira do gás russo, renasceu o debate em torno do gasoduto que liga Portugal e Espanha à Europa, através da França. Desta vez, o tema foi trazido à esfera pública pela Alemanha que, face ao risco de sucessivos invernos instáveis, dado não haver fim à vista para a guerra na Ucrânia, estuda alternativas para colmatar as falhas provocadas pela Rússia.

Além da construção de terminais para a ‘regasificação’ de gás natural liquefeito (GNL) na costa alemã, que, segundo o ministro da Economia, poderão ser utilizados para a importação de hidrogénio, o governo de Sholz olha agora para o gasoduto ibérico como parte da resposta para concretizar a independência ao gás russo – ainda que a França continue a ser a principal opositora à obra, argumentando que “levaria anos” até a ligação ficar concluída.

Apesar de continuar a ser pouco viável uma interconexão entre a Península Ibérica e a Europa, através dos Pirinéus, Bruxelas coloca agora em cima da mesa uma solução alternativa: que o gasoduto passe por Itália.Acho que estão reunidos os contextos políticos para se avançar com um plano, pelo menos via Itália. É a forma mais clara de colmatar o acesso ao gás no espaço de um ano“, sublinha o professor Carlos Santos Silva.

Se só a infraestrutura seria suficiente para garantir a independência? “Não, nunca seria suficiente”, no entanto, seria “mais um passo para tal“. “A Alemanha recebe tanto gás da Rússia que seria muito difícil. Mas com a expansão deste gasoduto, mais a construção das centrais de gasificação em offshore, mais uma redução na procura, acho que para o ano a Alemanha já teria mais capacidade para ter um inverno mais calmo e com menos stress. Nunca vai ser uma substituição total, mas vai ser sempre uma das soluções para combater essa dependência da Rússia“, afirmou o responsável.

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Governo absoluto de Costa acumula casos em cinco meses

Entre os 17 ministros do executivo, pelo menos seis já estiveram envolvidos em uma ou mais polémicas nos últimos 150 dias. 

“Desta vez, a tormenta não dá sequer dois meses de estado de graça” ao novo Governo. Quando António Costa tomou posse, pela terceira vez, como primeiro-ministro de Portugal, não considerava, nos piores cenários, que o seu Governo de maioria absoluta não iria passar por tantas polémicas e casos em apenas cinco meses.

Entre os 17 ministros do executivo, pelo menos seis já estiveram envolvidos em uma ou mais polémicas nos últimos 150 dias.

Abaixo, recorde alguns dos casos dos últimos meses e que enfraquecem um Governo que enfrenta os efeitos da guerra na Ucrânia e da subida galopante dos preços da energia e de muitos outros bens, por conta da taxa de inflação.

Presidente soube do Governo pela televisão

Por causa da repetição das eleições no círculo da Europa, o novo Governo apenas tomou posse em 30 de março, dois meses depois das eleições. Mas a semana anterior tinha ficado marcada pelo primeiro caso do novo Governo.

Na tarde de 23 de março, a comunicação social começou a divulgar a lista dos novos ministros, mesmo antes da apresentação formal do primeiro-ministro, António Costa, ao Presidente da República.

Marcelo Rebelo de Sousa ficou irritado com a situação e cancelou a receção a António Costa, que estava prevista para essa noite. “Se o que corre na comunicação social estiver confirmado, dispensa-se uma audiência”, atirou o chefe de Estado.

Só posso partilhar da mesma irritação”, afirmou horas mais tarde o primeiro-ministro.

Contribuição extraordinária por avançar

Pouco mais de uma semana de Governo em funções e já havia mais um caso. Em plena apresentação do Programa de Governo, o ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva, estreou-se no Parlamento a admitir taxar os lucros extraordinários das energéticas, seguindo a recomendação da Comissão Europeia e da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento (OCDE).

“Quando se preocupa com a questão dos impostos, sobretudo com os lucros aleatórios que as empresas têm, nós em primeiro lugar não podemos hostilizar as empresas. O que vamos fazer é falar com elas e provavelmente considerar um imposto, um windfall tax, para os lucros aleatórios e inesperados que elas estão a ter“, afirmou António Costa Silva, em resposta à questão de Mariana Mortágua que tinha criticado a distribuição de dividendos por parte da EDP e da Galp Energia.

Um fim de semana depois, Costa Silva começou a suavizar o discurso e a falar que tal medida seria uma “solução de último caso”. As semanas passaram, a medida foi adotada por países como Espanha e Bélgica mas a medida nunca passou à prática em Portugal.

A ideia foi retomada em meados de agosto pelo primeiro-ministro, que afirmou que o Governo estava a “estudar e analisar profundamente” uma windfall tax sobre o setor petrolífero, embora descartando impostos extra sobre a banca e as elétricas.

Falhas no controlo das fronteiras

Os primeiros problemas deram-se no final e maio: uma reunião de um dos três sindicatos dos trabalhadores do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) deixou o controlo de passaportes a funcionar com serviços mínimos entre as 6h00 e as 9h00 da manhã. O resultado foram filas de muitas centenas de pessoas.

Com os números do turismo à beira dos recordes pré-pandemia, o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, teve de apresentar, dois dias depois, um plano de contingência.

A ideia passou por mobilizar recursos humanos do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) de todo o país e de diversos serviços”, mas também de agentes da PSP e que visava responder ao “pico da procura” em determinadas horas do dia.

O plano ainda demorou em entrar em ação, porque no início de junho voltaram a existir problemas no aeroporto Humberto Delgado. O ministro ameaçou com a mudança na liderança de equipas: “Uma falha desta natureza tem que levar à substituição imediata de quem tem essa responsabilidade no aeroporto”. Em velocidade de cruzeiro, o plano de contingência dura até setembro.

Feriados com problemas nas urgências

Marta Temido também teve de lançar um plano de contingência por causa dos problemas na organização de escalas de urgência externa de ginecologia e obstetrícia, logo no início de junho. Foi neste período que começaram os fechos das urgências destas especialidades em várias partes do país.

A ministra da Saúde afirmou que o plano de contingência permitiria o “funcionamento mais articulado, antecipado e organizado das urgências” do Serviço Nacional de Saúde (SNS), numa lógica de rede, e “eventualmente também com a precaução de questões remuneratórias associadas”, como o aumento do valor a pagar pelas horas extras.

Os problemas acabaram por não ser resolvidos na totalidade, com a morte de um bebé em Caldas da Rainha (em junho), de um bebé em Setúbal (em julho) e de uma grávida após transferência por falta de vagas (em agosto).

A ministra acabou por acumular um conjunto de polémicas mesmo no primeiro Governo absoluto de António Costa.

Aeroportos iam ‘despachando’ Pedro Nuno

No dia 29 de junho à tarde, o ECO revelou que o Governo tinha decidido avançar com um novo plano aeroportuário, que passava pela construção do aeroporto complementar do Montijo e, a prazo, com o novo aeroporto em Alcochete em substituição da Portela. O ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos divulgou um despacho ao final desse dia com os detalhes dessa opção e até deu entrevistas para duas televisões.

O primeiro-ministro, o Presidente da República e o principal partido da oposição não sabiam de nada a título oficial e apenas tomaram conhecimento do projeto pela comunicação social. Enquanto decorria a cimeira da NATO em Madrid, António Costa só falou com Pedro Nuno Santos de madrugada.

Na manha seguinte, António Costa deu ordem para revogar o despacho e estava criada uma crise política. Sem pedir a demissão, Pedro Nuno Santos acabaria por pedir desculpas em público e manteve-se no Governo, mais afastado do secretário-geral do PS.

Quanto ao futuro do aeroporto de Lisboa, passaram dois meses e o processo continua parado, com o Governo e o PSD a trocarem acusações.

Empréstimo do PRR para empresa de Mário Ferreira

Logo na semana seguinte houve mais um caso ligado ao Governo: a Pluris Investments, sociedade do empresário Mário Ferreira, iria receber mais de metade (52%) dos 76,7 milhões de euros de apoio à capitalização de empresas afetadas pela pandemia, segundo a edição de 5 de julho do jornal Público. Ao jornal, o gestor explicava que estes 40 milhões de euros do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) iriam apoiar um aumento de capital da empresa de navios turísticos Mystic Cruises: “Ninguém esta a dar nada a ninguém, vão ganhar muito dinheiro com este empréstimo.”

A Pluris é a sociedade que soma participações em dezenas de empresas de setores que vão do turismo ao imobiliário, passando pelos seguros e media – detém 35,38% da Media Capital (dona da TVI).

A situação acabou por levar PSD, BE e PAN a apresentarem requerimentos para audições do ministro da Economia e do Mar, do secretário de Estado do Planeamento e da presidente executiva do Banco Português de Fomento.

No primeiro dia de agosto, o grupo de Mário Ferreira acabaria por anunciar que iria prescindir do empréstimo e que o aumento de capital seria feito com fundos próprios.

Despacho contra Endesa

31 de julho foi o início de mais uma polémica. O presidente executivo da Endesa em Portugal, Nuno Ribeiro da Silva, alega que a conta da luz vai aumentar até 40% por causa do mecanismo ibérico para limitar os preços do gás, em entrevista ao Jornal de Negócios e Antena 1.

No próprio dia, o ministério do Ambiente e da Ação Climática acusa Nuno Ribeiro da Silva de alarmismo. Em 1 de agosto, a Endesa comprometeu-se em manter os preços contratuais até dezembro e cumprir os compromissos estabelecidos no mecanismo ibérico.

Mas o Governo não perdoou: o primeiro-ministro assinou um despacho para que as faturas pagas à Endesa pelo Estado sejam sujeitas a validação do secretário de Estado do Ambiente e da Energia, João Galamba. A Endesa tinha estabelecido contratos de quase 100 milhões de euros com o Estado.

Os preços do gás não pararam de subir. Consumidores e empresas vão sentir impactos nas faturas a partir de outubro, segundo a Goldenergy, EDP e Galp. As famílias poderão mudar para a tarifa regulada do gás a partir de outubro.

Contratação de Sérgio Figueiredo pelas Finanças

Notícia de 8 de agosto: Fernando Medina convidou Sérgio Figueiredo, ex-diretor de informação da TVI, para consultor estratégico especializado. A ideia era apoiar o “desenho, implementação e acompanhamento de políticas públicas, incluindo a auscultação de partes interessadas na economia portuguesa e a avaliação e monitorização dessas mesmas políticas”, escreveu o Jornal de Negócios em 8 de agosto.

A autorização para a contratação deste tipo de serviços foi publicada em Diário da República e o contrato deveria ser assinado nessa mesma semana. Mas a polémica escalou rapidamente: Fernando Medina tinha sido comentador na TVI antes de ir para o Governo durante cinco anos. Fora convidado por Sérgio Figueiredo. Além disso, o Estado tem uma entidade de planeamento de políticas, a PlanAPP., e o próprio ministério das Finanças tem o Gabinete de Planeamento, Estratégia, Avaliação e Relações Internacionais (GPEARI).

No total, o ex-diretor de informação da TVI iria receber, em bruto, 139.990 euros, mais IVA, pagos em 24 prestações mensais. Ou seja, 5.832 euros por mês, durante dois anos. Mais do que recebe Fernando Medina. Em troca, Sérgio Figueiredo tinha o dever de sigilo e de respeitar o regime de incompatibilidades.

O primeiro-ministro acabou por afastar-se da escolha de Fernando Medina. Mesmo antes de assinar contrato, Sérgio Figueiredo acabaria por renunciar ao cargo. “Ficou insuportável tanta agressividade e tamanha afronta, tantos insultos e insinuações. Não tolero estes moralistas sem vergonha, analistas sem memória. Vergo-me aos assassínios de caráter, atingido pela manada em fúria, ferido por um linchamento público e impiedoso”, escreveu em artigo de opinião.

Seca põe ministra da Agricultura contra a CAP

Dia 11 de agosto, a Confederação dos Agricultores (CAP) criticou a escassez de medidas para mitigar o impacto da seca no setor da produção e da alimentação animal. A ministra da Agricultura não gostou e atirou-se à CAP: “É melhor perguntar porque é que, durante a campanha eleitoral, a própria CAP aconselhou os eleitores a não votar no Partido Socialista”, afirmou Maria do Céu Antunes.

A CAP acusou a governante de bullying político. Maria do Céu Antunes não deu mais resposta e guardou as declarações sobre o assunto para uma futura ida ao Parlamento, na sequência de um pedido da Iniciativa Liberal. À data da redação deste artigo, a audição ainda não estava agendada.

A primeira demissão

Precisamente cinco meses depois de tomar posse, Marta Temido demitiu-se na madrugada desta terça-feira. Foi a saída mais rápida dos Governos de António Costa: antes disso, João Soares tinha renunciado ao Ministério da Cultura, em 8 de abril de 2016, mais de cinco meses após ter tomado posse no primeiro executivo de António Costa.

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Marque na agenda: É o último dia para pagar IRS

Se recebeu uma nota de cobrança, tem até ao final de agosto para pagar os montantes referentes aos rendimentos do ano passado.

Se está entre as pessoas que não receberam de reembolso mas ao invés vão ter de pagar IRS à Autoridade Tributária e Aduaneira (AT), não se esqueça que só tem até esta quarta-feira para o fazer. O prazo para pagar termina no final do mês de agosto, mas quem entregou a declaração fora do prazo tem até dezembro para saldar a dívida (que para além do imposto pode incluir também uma coima).

Os dados para pagamento deste imposto ao Fisco são enviados para o domicílio fiscal ou para a caixa postal do “Via CTT” se o contribuinte tiver aderido a este meio.

Pode saldar a dívida por multibanco, online, por cheque e até em prestações, opção para a qual é necessário fazer o pedido ao Fisco (até 15 dias depois de terminar a data limite de pagamento, ou seja, 15 de setembro). É ainda possível a opção de débito direto, mas é necessário fazer o pedido no Portal das Finanças.

Segundo o último balanço das Finanças, até 29 de junho, o penúltimo dia da campanha deste ano, foram emitidas cerca de 883,6 mil notas de cobrança, num total de aproximadamente 1.354 milhões de euros.

Na síntese de execução orçamental de julho deste ano, já era referido que “relativamente aos impostos diretos, observou-se um crescimento de 2.471 milhões de euros (ou 26%) impulsionado pelo crescimento da receita do IRS em 784,9 milhões de euros (aumento em 12%) e do IRC em 1.633,8 milhões de euros (ou 59,4%), quando comparado com o período homólogo”.

“A evolução positiva do IRS pode ser justificada pelo aumento da população empregada e pelo aumento da remuneração bruta total mensal média por trabalhador no segundo trimestre de 2022, comparativamente ao trimestre homólogo”, lê-se no balanço da Direção-Geral do Orçamento.

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Operadoras resistem a anunciar aumentos de preços

Meo continua sem "plano para alteração de preços", mas admite que a maioria dos clientes têm contratos indexados à inflação. Vodafone assume "enormes desafios" para manter os preços nos níveis atuais.

Sobem os preços da luz. Sobem os preços do gás. Em janeiro, aumentam as rendas, as portagens e até a manutenção do elevador do prédio. As despesas mensais das famílias portuguesas não param de engordar, à medida que as empresas vão anunciando aumentos para cobrir os seus próprios custos. Mas as telecomunicações têm destoado desta realidade – pelo menos até agora.

O setor das telecomunicações não esconde os desafios que enfrenta, nem se compromete a manter os preços. Mas as principais operadoras de telecomunicações garantem ainda não ter mexido nas faturas mensais dos clientes, apesar de o poderem fazer. Em resposta a questões do ECO, a postura continua a ser a de aguardar para ver. Facto é que dificilmente os preços vão continuar nos níveis atuais, à luz das leituras da taxa de inflação, que parece não querer dar sinais de abrandar.

“A esta data, não é possível antecipar a expressão ou timings [o momento] de eventuais alterações de preços”, disse fonte oficial da Vodafone Portugal esta terça-feira. Já a Meo, detida pela Altice Portugal, insistiu na resposta que tem vindo a dar desde o segundo trimestre: “O contexto de inflação está a ser monitorizado pela equipa de gestão da Altice Portugal com o objetivo de mitigar efeitos na estrutura e na operação. De momento não há qualquer plano para alteração de preços”. Fonte oficial da Nos não respondeu até ao fecho deste artigo.

O Instituto Nacional de Estatística (INE) publica esta quarta-feira, pelas 9h30, a estimativa rápida da evolução do Índice de Preços no Consumidor em agosto. Os dados, que só serão confirmados mais tarde, em setembro, ganham relevância pois vão permitir calcular já, por exemplo, o coeficiente para a atualização das rendas em janeiro de 2023, ainda que numa versão preliminar.

Sem surpresa, a taxa deverá continuar historicamente elevada, à semelhança do que está a acontecer um pouco por todo o mundo ocidental, no contexto da guerra e do encarecimento da energia. As operadoras estão conscientes disso e admitem que dificilmente conseguirão não passar, ainda que parcialmente, este aumento de custos para a respetiva base de clientes.

Sobre este assunto, a Vodafone tinha afirmado em maio: “Estamos a fazer um esforço para que [a conjuntura] não se reflita nos preços — que, em Portugal, são dos mais baixos a nível europeu — mas não podemos comprometer-nos.” Agora, a mesma fonte confessa: “A expressiva taxa de inflação a que temos estado sujeitos tem colocado à Vodafone enormes desafios internos de forma a evitar refletir esses impactos nos preços dos serviços. Contudo, esse é um esforço não compatível com a expressão da taxa de inflação ou com o seu caráter de médio longo prazo.”

Dito isto, remata: “O setor é fortemente impactado pela inflação, em particular pelos custos de energia e dos combustíveis, bem como pelos distúrbios das cadeias logísticas e consequente aumento de preços e prazos de entrega dos equipamentos. Este aumento de custos tem impacto acrescido num momento em que a Vodafone está a desenvolver múltiplos planos de modernização da rede e de implementação do plano de obrigações de cobertura 5G.”

A expressiva taxa de inflação a que temos estado sujeitos tem colocado à Vodafone enormes desafios internos de forma a evitar refletir esses impactos nos preços dos serviços.

Fonte oficial da Vodafone

Contratos expostos à inflação

No caso da Meo, nos últimos anos, a empresa atualiza em janeiro as mensalidades dos clientes atuais com base na inflação, impondo um aumento mínimo de 50 cêntimos. Mas, nessas alturas, o IPC estava muito longe dos valores atuais, o que significava que, regra geral, as mensalidades subiam meio euro a cada ano, até acabar o prazo de fidelização.

Em julho, um analista questionou o administrador financeiro da Altice International sobre este assunto. Malo Corbin respondeu que 75% dos clientes da Meo têm contratos indexados à taxa de inflação. Apesar de não admitir claramente uma subida, a declaração não tranquiliza os clientes – muitos deles já esmagados pelos preços cada vez mais elevados dos alimentos, bem como pelas faturas mais altas da eletricidade, do gás, dos combustíveis, e, eventualmente, até da água.

Quanto aos novos contratos, o impacto da inflação é bastante mais difícil de medir. As ofertas das operadoras são complexas e incluem diversos descontos e promoções que dificultam a comparação. Ora, a Anacom tem acompanhado de perto a evolução dos preços no mercado, baseando-se no detalhe do IPC divulgado pelo INE. No mais recente relatório, a entidade aponta que os preços das telecomunicações em julho eram 1,7% mais elevados do que em julho de 2021. Mas importa notar que, apesar de representar uma subida, nesse mês, a inflação em Portugal atingiu 9,1%.

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