Vodafone está livre de pagar um milhão de euros à Meo pelo acesso a postes. Altice admite recorrer à polícia

Para já, a Vodafone está livre de pagar um milhão de euros à Meo. Processo que põe as duas operadoras frente a frente teve um revés, depois de a Anacom ter suspendido os efeitos da sua decisão.

A Anacom decidiu suspender os efeitos de uma decisão recente que obrigava a Vodafone a pagar cerca de um milhão de euros à Meo, apurou o ECO. A operadora liderada por Mário Vaz tinha reclamado da deliberação, num processo em que a Meo se queixava de que a Vodafone deixou de pagar a utilização de postes que são da Altice Portugal, mas cujo acesso é regulado.

Como o ECO avançou na semana passada, a Meo acusava a Vodafone de ainda não ter pago o valor alegadamente em dívida mesmo depois da intervenção da Anacom. Mas a decisão da Anacom estará agora suspensa, a pedido da Vodafone. O montante envolvido não é público, mas o ECO já tinha apurado estarem em causa cerca de um milhão de euros, 780 mil euros diretamente associados às ocupações dos postes que tinham sido consideradas irregulares pela Anacom.

“No seguimento da reclamação apresentada pela Vodafone junto do regulador, sobre a decisão referente à ocupação dos postes da Altice/Meo, a Anacom decidiu suspender todos os efeitos desta decisão, incluindo a obrigação de pagamento”, disse ao ECO fonte oficial da Vodafone. Acrescenta ainda que “esta decisão vem dar razão aos argumentos da Vodafone, levando a que o regulador repondere o que havia decidido”.

No entanto, fonte oficial da Anacom disse que o regulador apenas suspendeu os efeitos da decisão até que a mesma seja reavaliada à luz da reclamação da Vodafone, a pedido desta última. Ou seja, não está aqui em causa uma decisão final que seja contra ou a favor de qualquer uma das operadoras.

Meo acusa Anacom de ser “sensível” a pressões. Ataca Vodafone por manter “comportamentos ilegais”

Em reação a este desenvolvimento, Alexandre Fonseca, presidente executivo da Altice Portugal, mostrou-se surpreendido com a suspensão da decisão da Anacom. “Tenho de reagir com surpresa. Surpresa, porque uma vez mais o nosso regulador regula na comunicação social. A Altice Portugal foi notificada pela comunicação social em primeiro lugar. Em segundo lugar, obviamente não deixa de ser caricato”, disse.

O gestor lembrou que o regulador publicou uma decisão e “disse publicamente que o recurso da Vodafone não tinha efeito suspensivo”. O líder da Meo garantiu também que já passou “o prazo legal” da Vodafone para regularizar o pagamento e que a Anacom vem agora “dar o dito por não dito”, numa decisão que põe “em risco” a “componente financeira” que é devida à Altice Portugal “por lei e por regulação”.

“Só me apraz dizer que, provavelmente, sofrendo pressões, e sendo sensível a essas mesmas pressões que nós não conhecemos, e obviamente não concordamos, [a Anacom] vem agora dar o dito por não dito, baralhar-se mais uma vez, mostrando que não conhece o setor em profundidade”, afirmou Alexandre Fonseca, à margem de uma iniciativa da empresa que decorre esta segunda-feira no norte do país. “É com muita preocupação que, além do caricato que a situação tem, vemos com muita apreensão e preocupação uma postura que consideramos ser pouco responsável por parte do regulador”, concluiu.

Queixa da Meo teve resposta da Vodafone

Tudo começou quando, em agosto de 2017, a Vodafone terá deixado de apresentar à Meo os pedidos de intervenção nos postes da Altice Portugal para estabelecer ligações a clientes finais. A empresa também terá deixado de pagar os preços tabelados para este acesso, segundo a decisão final do regulador, agora suspensa. A Meo queixou-se ainda de que a Vodafone a impediu “de saber a real dimensão das ocupações indevidas”.

Numa deliberação datada de 21 de junho, a Anacom concluía que a Vodafone tinha mesmo de pagar este acesso aos postes da Meo e voltar a comunicar previamente as intervenções. Mas, dois meses depois, a operadora da Altice Portugal acusou a Vodafone de também não respeitar a decisão do regulador. Alegadamente, a operadora presidida por Mário Vaz não chegou a pagar a alegada dívida à Meo, mesmo após intervenção da Anacom. Na semana passada, numa resposta ao ECO, fonte oficial da Altice Portugal considerou “lamentável o não-cumprimento da decisão do regulador” por parte da concorrente.

Pelo meio, a Vodafone também apresentou uma queixa à Anacom contra a Meo, acusando-a de dar “respostas erradas” a pedidos da Vodafone no acesso aos postes. Ainda não há decisão final, mas o regulador liderado por João Cadete de Matos já emitiu um sentido provável de decisão, no qual está inclinado para obrigar a Meo ao “pagamento à Vodafone de uma penalidade de 200 euros correspondente a cada resposta errada a cada pedido de análise de viabilidade submetido”.

Apesar de a queixa da Vodafone não inibir a operadora de cumprir o deliberado na decisão da queixa feita pela Meo, a Anacom decidiu agora suspender a sua própria decisão, a pedido da Vodafone. E livra a operadora, pelo menos para já, de pagar cerca de um milhão de euros à Altice Portugal.

Segundo uma resposta da Vodafone ao ECO, que cita a notificação da Anacom, o regulador “obteve conhecimento e informação, mais extensos e detalhados, sobre os procedimentos seguidos, e/ou preços aplicados às demais beneficiárias” da oferta em causa, pelo que vai proceder à análise de “todo o novo acervo de dados de que agora dispõe, na medida em que os mesmos parecem ser geradores de incerteza quanto aos efeitos do que foi decidido”.

Meo admite recorrer à polícia para impedir o acesso da Vodafone aos postes

Na manhã desta segunda-feira, antes de conhecidos estes desenvolvimentos, a Altice admitiu pedir a intervenção policial para impedir o acesso não autorizado da Vodafone aos postes da Meo, caso entenda estar “em risco a vida das pessoas ou a integridade de bens”, disse o presidente executivo à Lusa. “Se existirem situações que ponham em risco a vida das pessoas ou a integridade de bens teremos também de utilizar outros mecanismos, nomeadamente as autoridades policiais competentes para esse efeito”, afirmou Alexandre Fonseca em declarações à agência Lusa.

Segundo explicou, a intervenção da Vodafone em postes da Meo sem autorização prévia desta — que é “a proprietária” dos equipamentos e quem faz a sua “gestão” — é “lamentável”, mas sobretudo “preocupante”, porque pode “colocar em risco pessoas e bens”. “Nada nos garante que a subida a um poste por um técnico que não sabemos se está credenciado, o carregar esse poste com mais uma quantidade de cabos, com o peso correspondente e as tensões que exercem sobre esse poste, não possa um dia levar um desses postes a cair e provocar uma fatalidade”, sustentou o presidente executivo da Altice.

Salientando que isto “é algo que preocupa sobremaneira” a Altice, Alexandre Fonseca disse que a empresa está “obviamente a tomar medidas junto das autoridades competentes para não só fazer valer aquilo que é de lei e que lhe é devido”, mas também “para garantir a segurança e a integridade das pessoas que circulam na via pública, junto dos postes espalhados por todo o país”.

Contactada pela agência Lusa, fonte oficial da Vodafone Portugal refutou estarem em causa questões de segurança, sustentando que “a própria Anacom considerou que ‘os drops de cliente, pelas suas características específicas, não constituem risco significativo na estabilidade física dos postes”. Segundo a Vodafone, a Anacom nota que “a Meo não identificou nem logrou provar existir uma situação real de ocorrência de queda de um poste em resultado da instalação de um ‘drop’ de cliente”.

(Notícia atualizada às 18h37 com mais informações)

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Altice Portugal quer o novo canal de desporto da FPF

A dona da Meo está interessada em incluir na sua grelha o canal de desporto que a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) tenciona lançar no ano que vem.

A Meo está interessada no novo canal de desporto que a FPF quer lançar no próximo ano. A notícia foi avançada pelo Observador e confirmada pelo ECO junto de fonte oficial da empresa. Já era conhecida a intenção da federação de lançar o Canal 11, um projeto televisivo focado no desporto e que será dirigido pelo antigo diretor de informação da RTP, Nuno Santos. Deverá estar no ar em março de 2019 e a operadora da Altice demonstra agora o interesse em incluí-lo na sua grelha.

São firmes os laços que unem a Altice Portugal à Federação Portuguesa de Futebol (FPF). As duas entidades têm vindo a assinar diversos protocolos, como aquele que torna a Meo a patrocinadora oficial da seleção nacional até 2024, que foi assinado em novembro passado. Na passada sexta-feira, a dona da Meo aprofundou essa parceria com a assinatura de um novo protocolo com a FPF que passa também “por uma forte componente tecnológica”.

À margem da apresentação desse protocolo, Alexandre Fonseca, presidente executivo da Altice Portugal, afirmou que “o Canal 11 tem tudo para ser um sucesso” e garantiu que a empresa vai continuar “a apoiar” a federação que tutela o futebol profissional em Portugal. As declarações surgem num vídeo publicado pela federação no YouTube:

Os primeiros detalhes sobre o Canal 11 da FPF surgiram em meados de junho, revelados pelo Público (acesso condicionado). Na altura, o jornal revelou que o projeto televisivo da federação vai ser lançado em março de 2019 e terá Nuno Santos na direção, o ex-diretor de informação da RTP e antigo diretor da SIC Notícias. O objetivo passa por alcançar quatro milhões de famílias com conteúdos ligados ao desporto-rei, havendo ainda a intenção de concorrer no mercado dos conteúdos desportivos. Ou seja, o projeto poderá representar a entrada de mais um player no mercado, com a Sport TV a ganhar mais um concorrente, depois da chegada da Eleven Sports este ano.

Não se conhecem mais detalhes sobre que outras ideias pode a Altice pôr em marcha para apoiar o Canal 11 da FPF, mas a inclusão do canal na plataforma de televisão da Meo é a principal hipótese em cima da mesa.

O nascimento de mais um canal de desporto em Portugal surge numa altura em que arrancam os concursos para a atribuição das duas últimas licenças do serviço de TDT a operadores privados. O Governo pretende ver na TDT um canal temático de informação e um canal temático de desporto. O serviço de TDT está concessionado à Altice Portugal.

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17 anos depois, Meo paga dívida de 27 milhões de euros à Nos

A Meo já pagou à Nos a dívida de 27,3 milhões de euros que ainda vem do tempo da TMN. Na mesma semana de julho, processou a Nos e exige 26,8 milhões por alegadas portabilidades irregulares.

A Meo teve de pagar 27,3 milhões de euros à Nos no início de julho, na sequência de um processo em tribunal que ainda vem do tempo da TMN. A decisão tornou-se efetiva em abril, depois de a Meo ter esgotado todas as formas de apresentar recurso nos tribunais, incluindo o Tribunal Constitucional. Encerrado este processo, agora é a vez de a Meo pedir 26,7 milhões de euros à operadora liderada por Miguel Almeida.

Há vários anos que ambas as operadoras estão envolvidas em litígios. Outrora chamadas TMN e Optimus, estas, que são as maiores empresas de telecomunicações do país, têm alguns processos que se arrastam há anos nos tribunais portugueses. Um deles conheceu um desfecho no mês passado, quando a Nos acabou por receber o pagamento de mais de 27 milhões de euros por parte da Meo, na sequência de um processo que teve início em 2001.

Há 17 anos, as duas empresas não chegaram a um acordo quanto a preço que tinham de cobrar uma à outra por receberem chamadas de clientes da outra empresa. O problema escalou à Anacom e à Justiça, com a PT Comunicações a recorrer a um suposto crédito de 12 milhões de euros que dizia ter para com a Optimus para compensar uma dívida. A Nos não reconheceu legitimidade nesta compensação unilateral e recorreu à Justiça para travar estas compensações e exigir o pagamento do montante, com juros.

O dossiê tramitou na Justiça, sempre em sentido desfavorável à Meo, ao ponto de a empresa recorrer ao Tribunal Constitucional, que também deu razão à Nos. Já sem forma de interpor recurso, a Meo viu-se obrigada a pagar 27,3 milhões de euros, um montante com juros de mora que “foi recebido a 3 de julho de 2018” pela Nos, de acordo com o relatório e contas da operadora relativo ao primeiro semestre.

Meo lança contra-ataque

O ponto final do processo da Nos contra a Meo coincide com o arranque de um outro. Na mesma semana em que a Nos recebeu o dinheiro da Meo, a operadora liderada por Alexandre Fonseca fez avançar um processo contra a Nos, em que exige o pagamento de uma indemnização de 26,8 milhões de euros.

A informação está patente no relatório divulgado esta semana pela Nos. “No início de julho de 2018, a Nos foi citada da instauração pela Meo de uma ação judicial relativa a compensações de portabilidade em que a Meo reclama da Nos o direito, a esse título, a aproximadamente 26,8 milhões de euros”, lê-se nas contas da operadora.

Segundo o documento, o processo dá seguimento a uma notificação judicial avulsa enviada pela Meo à Nos em julho de 2015. Mas, apesar de não dar mais detalhes, o Jornal Económico noticiou em meados de julho deste ano que, em causa, estarão 136.000 casos de alegadas portabilidades irregulares — isto é, de clientes da Meo que terão transitado irregularmente para o portefólio da Nos. Atualmente, segundo a Nos, “encontra-se a decorrer o prazo de contestação”, que vai terminar já em setembro.

Há um terceiro processo em curso

As portabilidades, através das quais um cliente pode mudar de prestador de serviço e levar com ele o mesmo número de telefone, é motivo para um terceiro processo citado no relatório e contas da Nos. Como o primeiro, opõe a Nos à Meo, com a empresa encabeçada por Miguel Almeida a exigir 22,4 milhões de euros à operadora da Altice, por “danos sofridos” decorrentes da “violação do Regulamento da Portabilidade”.

Concretamente, a Nos queixa-se “do avultado número de recusas injustificadas de pedidos de portabilidade pela Meo no período entre fevereiro de 2008 a fevereiro de 2011”. A Justiça já decretou uma “prova pericial de índole técnica”, que já foi realizada e que produziu um relatório já apresentado às partes envolvidas. Em simultâneo, foi solicitada pela Nos e aceite pelo tribunal uma “perícia económico-financeira” que “deverá estar terminada nos primeiros meses” deste segundo semestre.

Sobre este processo de 22,4 milhões de euros contra a Meo, a administração da Nos está confiante de que tem argumentos suficientemente convincentes para conquistar uma vitória. “É entendimento do Conselho de Administração, corroborado pelos advogados que acompanham o processo, de que existem, em termos substantivos, boas probabilidades de a Nos poder obter vencimento na ação”, sublinha a empresa.

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Relvas quer comprar a Meo, mas a Altice não vende. Diz que “é fulcral para o crescimento”

Miguel Relvas está a preparar-se para a compra da Meo. Um negócio que, diz a Altice, não acontecerá, já que não está à venda. "É fulcral para o crescimento" da empresa.

“É falso”. A Altice desmente que esteja a ponderar vender o negócio em Portugal, operação que estará, de acordo com o Expresso, na mira de Miguel Relvas, antigo ministro que tem estado a tentar juntar investidores para ficar com a antiga PT. A operadora vem, mais uma vez, afirmar que a Meo não está à venda. “É fulcral para o crescimento”, diz.

De acordo com o semanário, há conversas a correr, com o ex-ministro e atual consultor internacional a assumir um papel ativo no processo de compra da Altice Portugal. Para já, “não há nada”, diz Relvas. E a Altice diz o mesmo, afastando totalmente uma venda.

"O Grupo Altice reafirma, uma vez mais, que a Altice Portugal é e continua a ser uma peça fulcral na sua estratégia de crescimento.”

Altice

É falso e infundado que a Altice Europe esteja a considerar vender a operação da Altice Portugal“, diz a operadora, em comunicado. “Mais uma vez, a Altice Portugal vem esclarecer que não há qualquer processo de alienação em análise. A Altice Portugal reitera que não há qualquer proposta de compra, nem é equacionada qualquer intenção de venda da operação em Portugal”.

“O Grupo Altice reafirma, uma vez mais, que a Altice Portugal é e continua a ser uma peça fulcral na sua estratégia de crescimento, já que detém alguns dos principais ativos do grupo, como é exemplo o Data Center da Covilhã, a Altice Labs ou o Projeto de infraestruturação de Portugal com fibra ótica”, remata.

O Expresso (acesso pago) nota que a venda acabará por acontecer, tendo em conta a situação financeira da Altice Europe, mas também da própria Altice Portugal que, no ano passado, registou prejuízos de 157 milhões de euros.

A Altice ataca o destaque dado aos números, afirmando que “não pode deixar de manifestar a sua estranheza com a referência aos prejuízos quando o próprio Grupo detentor do Expresso, tem vindo reiteradamente a mostrar preocupantes níveis de endividamento, apesar de, ao que tudo indica, continuar a fazer contratos milionários”, numa referêcia à contratação de Cristina Ferreira pela SIC à TVI.

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Aumentos salariais na Altice Portugal vão custar 2,5 milhões por ano

Os aumentos salariais entre 1% e 4% na Altice Portugal, definidos no novo acordo coletivo de trabalho, vão aumentar o peso da massa salarial da empresa em 2,5 milhões de euros por ano.

A Altice Portugal estima que os aumentos salariais previstos no novo acordo coletivo de trabalho vão custar 2,5 milhões de euros anuais à empresa, mas destaca a “flexibilidade” dos sindicatos nos últimos “dois meses” de negociações. O número foi avançado pelo presidente executivo, Alexandre Fonseca, na cerimónia de assinatura do documento com as estruturas sindicais que representam os trabalhadores da dona da Meo.

O acordo prevê aumentos entre 1% e 4%, consoante o rendimento base de cada trabalhador. Na prática, um salário entre 800 e 1.000 euros será aumentado em 20 euros mensais, enquanto a uma remuneração base entre 1.000 e 1.500 euros serão acrescidos mais 15 euros todos os meses, segundo cálculos de um sindicato.

Aos representantes dos trabalhadores, Alexandre Fonseca, presidente executivo da companhia, destacou a “justiça social” deste aumento, salientando que o aumento real andará em “valores próximos de 1% para a maioria dos colaboradores da Altice Portugal”. Este aumento representa mais “2,5 milhões de euros anuais na massa salarial” da dona da Meo, revelou.

Segundo o presidente, este acordo foi subscrito por todas as estruturas sindicais, algo que considerou “histórico e inédito no passado recente da Altice Portugal”. Deixou, por isso, uma “palavra de apreço e reconhecimento pela flexibilidade, abertura e empenho” dos sindicatos nos “dois meses” de negociações para esta revisão do acordo coletivo de trabalho. O discurso foi aplaudido pelos representantes das associações sindicais.

O acordo deverá trazer a “paz social” à empresa depois de mais de um ano de braço de ferro entre a companhia e os trabalhadores, marcado por uma greve geral em meados do ano passado. Esta quarta-feira, Alexandre Fonseca reconheceu valor na motivação dos trabalhadores para que a empresa consiga “reforçar a liderança” no mercado: “Queremos ter os melhores, queremos ter os trabalhadores mais motivados”, disse, lembrando que a empresa precisa de ter um “ambiente de trabalho” que propicie isso.

O líder da Altice Portugal, no momento da assinatura do novo acordo coletivo de trabalho da empresa.Altice Portugal 11 Julho, 2018

O acordo, em detalhe

O ECO teve acesso ao protocolo assinado entre a Altice Portugal e os sindicatos. O documento acrescenta mais detalhes ao que já tinha sido divulgado publicamente pela empresa.

Num dos pontos, a Altice Portugal compromete-se a “garantir um número mínimo de 200 movimentos de evolução profissional em 2018, designadamente 100 progressões, 50 promoções e 50 movimentos de evolução profissional (progressão ou promoção), a serem definidos em função das necessidades da empresa”. A empresa compromete-se ainda a mais 50 movimentos de evolução profissional até 30 de junho de 2019.

Em relação ao dia adicional de férias, o documento prevê que seja atribuído apenas aos trabalhadores que não tenham dado qualquer falta injustificada. “No caso de o trabalhador, no ano a que as férias se reportam e desde que seja um ano civil completo, não tenha qualquer falta injustificada, a duração do período de férias é acrescida de um dia”, lê-se no documento.

Foi ainda criado um subsídio para “os trabalhadores que, no exercício das suas funções, tenham que subir a torres de telecomunicações”. “Receberão por cada intervenção, com subida e execução de trabalhos a uma altura igual ou superior a 30 metros, um subsídio por trabalho a grande altura”, no valor de 13 euros. Se a intervenção tiver uma duração superior a três horas, o trabalhador recebe o subsídio em duplicado.

Quanto ao acesso à reforma, um trabalhador que peça a reforma por velhice ou invalidez, tem direito a um prémio indexado ao número de anos em que está na empresa. O montante varia entre os 220 euros para antiguidades entre os 15 e os 19 anos, e 3.000 euros para antiguidades iguais ou superiores a 47 anos ao serviço da companhia.

(Notícia atualizada às 15h18 com mais detalhes sobre o acordo que foi assinado)

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Altice põe fim ao conflito com trabalhadores. Há descontos nos tarifários, aumentos nos salários e mais dias de férias

A Altice Portugal e os sindicatos vão assinar esta quarta-feira o novo acordo coletivo de trabalho, que entrou em vigor já este mês. Deverá pôr fim a um conflito que dura há mais de um ano.

Com Alexandre Fonseca ao leme, a Altice Portugal poderá finalmente ter alcançado a tão esperada “paz social”.Paula Nunes/ECO

Os sindicatos do setor das telecomunicações e a Altice Portugal vão assinar esta quarta-feira um acordo coletivo de trabalho que é considerado “um entendimento inédito” pela empresa. Espera-se que o documento ponha fim a um braço de ferro que dura há mais de um ano e que chegou a motivar uma greve geral em meados do ano passado.

“Esta assinatura é o culminar de um processo de mais de dois meses de intensas negociações e que as partes acreditam servir a comunidade de trabalho da Altice Portugal em diversas vertentes”, escreve a dona da Meo num comunicado. O acordo será assinado por volta das 10h00 e entra em vigor já neste mês de julho.

O novo acordo coletivo de trabalho, que abrange milhares de trabalhadores do tempo da Portugal Telecom, prevê aumentos salariais entre 1% e 4%, e entre os 10 e os 25 euros, consoante o rendimento base do funcionário. Isto é, os aumentos “começam nos 4% para salários mais baixos”, revelou a empresa no final de junho.

Nessa altura, quando foi anunciado este entendimento, Jorge Félix, presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Grupo Portugal Telecom (STPT), explicou que “os trabalhadores até 800 euros vão levar mais 25 euros por mês para casa, valor que é de 20 euros para quem ganha entre 800 e 1.000 euros, de 15 euros para quem recebe 1.000 a 1.500 e de 10 euros para quem ganha até 3.000 euros”.

Esta revisão é considerada “ambiciosa e abrangente” pela Altice Portugal, pois “cobre um conjunto de diferentes matérias”. O acordo dá mais um dia de férias aos trabalhadores, “indexado à assiduidade” e reforça a “proteção da parentalidade, da conciliação entre a vida pessoal e profissional e de medidas de responsabilidade social”.

Também cria “condições mais atrativas em determinados regimes de trabalho caracterizados por penosidade acrescida”, dá “melhores condições de acesso à reforma e revê os “benefícios de comunicações concedidos” aos funcionários da dona da Meo.

A revisão do ACT [acordo coletivo de trabalho], ambiciosa e abrangente, cobre um conjunto de diferentes matérias e vai ter reflexo já a partir deste mês de julho.

Altice Portugal

O conflito entre os trabalhadores e a Altice Portugal começou ainda no tempo em que Paulo Neves era presidente executivo da companhia. Na altura, centenas de funcionários foram transferidos para o chamado “quadro de mobilidade”, ficando empregados mas sem funções, à espera de um acordo de rescisão contratual amigável. A empresa chegou mesmo a ser acusada de assédio moral pelos sindicatos.

Depois, com Cláudia Goya na liderança, foram promovidas reuniões entre sindicatos e administração da companhia. Mas o facto de alguns trabalhadores estarem a ser transferidos para empresas parceiras ou subsidiárias da Altice, bem como o relatório da Autoridade para as Condições do Trabalho que detetou 150 infrações na companhia, acabou por deitar as negociações por terra. Os sindicatos acabaram em greve geral a 21 de julho de 2017, com os trabalhadores a desfilarem de Picoas até São Bento em protesto.

Este foi um dossiê que acabou por transitar para as mãos de Alexandre Fonseca, antigo administrador tecnológico da PT Portugal, que assumiu a liderança da dona da Meo em novembro do ano passado. O gestor, agora presidente, acabou por promover reuniões regulares com as estruturas representativas dos trabalhadores da companhia e criou um conselho consultivo para garantir a “paz social”.

Agora, ficando firmado o acordo de trabalho, a Altice Portugal vem reafirmar o “esforço pelo consenso e a importância que tem sido dada à política de proximidade interna e à estabilidade laboral, essencial para a prossecução do melhor caminho para a consolidação da liderança de mercado”. A assinatura do documento irá decorrer na sede da Altice Portugal.

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Vender negócio em Portugal? “É peça fulcral”, diz a Altice

A Altice garante que não há qualquer processo de venda do negócio em Portugal, até porque a Meo é uma "peça fulcral na sua estratégia. Desmente assim a notícia avançada na imprensa internacional.

A Altice Europe garante que não está a pensar vender a operação da Altice Portugal. A imprensa internacional escreveu que a companhia está a avaliar a hipótese de alienar o negócio no país à Telefónica ou à Orange, mas o grupo vem agora desmentir: a Meo “continua a ser uma peça fulcral na sua estratégia de crescimento”.

“É falso e infundado que a Altice Europe esteja a considerar vender a operação da Altice Portugal”, começa por dizer a dona da Meo, num comunicado enviado às redações. “Não há qualquer processo de alienação em análise. Trata-se de rumores sem fundamento, já que não há qualquer proposta de compra, nem é equacionada qualquer intenção de venda da operação em Portugal”, refere a companhia.

A empresa justifica ainda o porquê de considerar o negócio em Portugal uma “peça fulcral”. “É aqui que detém alguns dos principais ativos do grupo, como é exemplo o data center da Covilhã, a Altice Labs ou o projeto de infraestruturação de Portugal com fibra ótica”, refere no comunicado. “A Altice Portugal reforça que mantém a sua estratégia de Investimento, Inovação, Tecnologia e Intervenção Social no país, apostando em Portugal como um todo, numa lógica de proximidade ao território e aos portugueses”, conclui.

Esta sexta-feira, as ações da Altice negociaram em alta face à notícia da TMT Finance, dando conta da possibilidade de o grupo vir a alienar o negócio em Portugal. Os títulos da empresa liderada por Patrick Drahi valorizaram 3,73% para 3,284 euros cada ação. Segundo aquela publicação especializada, a Altice estará a avaliar a possibilidade de vender as operações em Portugal aos espanhóis da Telefónica ou aos franceses da Orange. A Altice detém ativos como a operadora Meo ou a PT Empresas.

(Notícia atualizada às 18h12 com mais informações)

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Altice pode vender negócio em Portugal. Ações disparam

Segundo a imprensa internacional, a Altice poderá alienar as operações em Portugal à Telefónica ou à Orange. Títulos do grupo em Amesterdão disparam mais de 4%.

Os investidores estão a reagir positivamente a uma notícia na imprensa internacional que dá conta de que a Altice poderá vender o negócio em Portugal à Telefónica ou à Orange. Os títulos da empresa de Patrick Drahi chegaram a somar 6,7% nesta sessão, estando agora a avançar 4,04% para 3,294 euros na bolsa de Amesterdão.

Segundo o Jornal de Negócios (acesso condicionado), que cita a publicação especializada TMT Finance (acesso pago), o grupo internacional estará a avaliar a possibilidade de vender as operações em Portugal aos espanhóis da Telefónica ou aos franceses da Orange. A Altice detém ativos como a operadora Meo ou a PT Empresas.

Estas são informações não oficiais, que a empresa não quis comentar quando contactada pela Bloomberg. Uma operação deste género poderá valer qualquer coisa como entre 7.000 a 8.000 milhões de euros, segundo cálculos da empresa de research New Street, citados pelo Negócios. A Altice comprou a antiga PT Portugal à Oi em 2015 e pagou 5,789 mil milhões de euros: 4,920 mil milhões para a operadora brasileira e 869 milhões para limpar as dívidas da companhia.

Não são novos os rumores de que a Altice se poderá desfazer das operações no país. A empresa tem estado focada em reforçar a sua liquidez, embora, no passado, todos os rumores tenham acabado por ser desmentidos pelo grupo e até pela Telefónica. O multimilionário Patrick Drahi, que controla o grupo internacional, também já teve ocasião de criticar as notícias que dão conta de que está a vender operações em alguns países, incluindo França. Atualmente, a Altice só confirma que está a vender o negócio na República Dominicana.

(Notícia atualizada às 15h39 com mais informações)

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Altice “repudia” corte de preços da TDT decidido pela Anacom. Diz que vai agravar “prejuízos” com o serviço

A Altice "estranha" a decisão da Anacom de cortar em mais de 15% os preços pagos pela RTP, SIC e TVI pelo serviço de TDT. Operadora vai contestar.

A Altice diz que foi “surpreendida” quando soube da proposta da Anacom para cortar em mais de 15% o preço que os canais de televisão pagam para estarem na grelha da TDT. Num comunicado, a empresa “estranha” o sentido provável de decisão do regulador e garante que, a avançar, a medida vai agravar ainda mais os “prejuízos” em que a operadora “vem incorrendo com a TDT”. Isto de forma “completamente inesperada, infundada e injusta”.

Para a dona da Meo, os preços “estão abaixo dos custos”, “abaixo dos preços apresentados no concurso” e “fazem com que o projeto TDT se mantenha num nível muito deficitário para a Altice Portugal”. A empresa “não reconhece” que estejam verificadas as condições legais para uma intervenção deste género por parte do regulador e garante que vai tomar uma “posição formal”.

“A manter-se este sentido provável de decisão do regulador, a Altice Portugal será confrontada com o agravamento dos prejuízos em que vem incorrendo com a TDT”, garante a empresa. Isto “não obstante estar a cumprir todas as suas obrigações de cobertura, não-discriminação e transparência”, aponta a empresa liderada por Alexandre Fonseca.

O desrespeito e desprezo da Anacom pelo setor merece a total oposição da Altice Portugal.

Altice Portugal

Nesse sentido, a Altice garante que vai “pronunciar-se e expor o seu entendimento à Anacom no âmbito do processo de audiência prévia em curso”. Acusa ainda a o regulador, liderado por João Cadete de Matos, de não primar pela boa-fé e de “comunicar as suas propostas e decisões à opinião pública sem dialogar com os operadores”. “O desrespeito e desprezo da Anacom pelo setor merece a total oposição da Altice Portugal”, reforça a companhia.

A dona da Meo termina, recuperando ainda o caso da tentativa falhada da compra da Media Capital, dona da TVI. Lembra que “várias entidades” alertaram para a “suposta incapacidade dos reguladores setoriais poderem efetivamente zelar e garantir o cumprimento das obrigações da Altice relativamente à TDT”, algo que se demonstra “uma falácia” com esta decisão da Anacom de obrigar a Meo a cortar os preços do serviço.

(Notícia atualizada às 20h49 com mais informações)

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Altice Portugal: Leilão do 5G não deve servir para financiar a Anacom

  • ECO
  • 4 Julho 2018

A Altice apresentou a nova rede 5G com demonstrações na sua sede em Lisboa. O desenvolvimento da tecnologia levantou questões sobre a forma de atribuição do espetro pela Anacom.

A corrida para o 5G está a intensificar-se, e a Altice quer chegar primeiro. Mas Alexandre Fonseca, o presidente executivo da dona da Meo, quer ter a certeza de que o leilão de espetro, que deverá ser o modelo escolhido para atribuir as frequências às operadoras, “não sirva para financiar os reguladores”.

As declarações foram feitas numa demonstração da rede 5G, no showroom da Altice em Lisboa, com um terminal pré-comercial que ainda não será lançado no mercado, Para a ocasião esteve também presente o líder da Huawei em Portugal, parceiro tecnológico da operadora, Chris Lu, que garantiu que os telemóveis com capacidade para o 5G deverão chegar já a partir do início da próxima década.

Ainda no rescaldo da compra falhada da Media Capital, Alexandre Fonseca teceu críticas à Anacom, regulador das comunicações, em várias áreas. O anúncio de que a faixa vai ser libertada para o 5G, obrigando os utilizadores de TDT a sintonizar de novo os canais, foi “uma surpresa” cujo procedimento não foi consensual no setor.

Quando a faixa estiver livre, o passo seguinte será distribuir as frequências. O modelo de leilão será provavelmente o utilizado, mas para Alexandre Fonseca, “tem de ser feito de forma diferente do que da última vez, mais inclusiva, pondo os operadores dentro da discussão”. O gestor referia-se ao leilão do 4G, um processo concluído em 2012.

O CEO da Altice lembrou que o setor perdeu receitas, na ordem dos dois mil milhões em dez anos, e que, no mesmo período, as taxas de regulamentação aumentaram. “Estamos a pagar mais pela regulamentação quando temos menos receitas”, continuou.

O líder da Huawei Portugal (à esquerda), com o líder da Altice (à direita).Altice

As operadoras têm reservas relativamente ao modelo de leilão, devido aos custos associados, até porque e o 4G ainda não terá sido totalmente rentabilizado pelas empresas do setor. Nesta linha, Alexandre Fonseca afirmou que “não podemos cair na tentação de ver o leilão como uma ferramenta de financiar reguladores ou Estados“.

Desenvolver o 5G é uma prioridade estratégica para a Altice, mas que vai avançar ao ritmo dos consumidores. A rede de 4G+, que é um avanço tecnológico em relação ao 4G, ainda apresenta taxas de utilização reduzidas, e “só neste ano é que ultrapassou o número de terminais 3G. Por isso, ainda é preciso tempo para maduração do mercado”.

Por enquanto ficam as demonstrações, que estiveram a cargo de Luís Alveirinho, administrador tecnológico da Altice Portugal. Foi o anfitrião que apresentou os use cases, de streaming de vídeo em 4K HDR através da rede 5G. A empresa escolheu um dos jogos de Portugal no Mundial para demonstrar a qualidade da imagem.

Não podemos cair na tentação de ver o leilão como uma ferramenta de financiar reguladores ou Estados.

Alexandre Fonseca

Presidente executivo da Altice Portugal

Uma antena com 64 emissores e recetores, envia a informação para um terminal, ou router, da Huawei, que tem um aspeto interessante. “Fica bem na sala de estar, as mulheres vão gostar”, brinca Luís Alveirinho. Foi usada a banda dos 3,6 GHz, que atingiu velocidades à volta de 1,5 Gbps, demonstrada através de um gerador de tráfego num computador.

A operadora fez questão de destacar que é a primeira vez que uma demonstração deste tipo é feita fora de ambiente laboratorial, em Portugal. “Alguns concorrentes estão a dar ênfase ao 5G mas nós já tínhamos antes”, diz o responsável tecnológico. A aposta da Altice no 5G começou há dois anos e o polo tecnológico de Aveiro tem tido um papel importante no processo.

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Meo, Nos e Vodafone namoram 5G com três eventos no mesmo dia… e à mesma hora

As três principais operadoras portuguesas agendaram eventos para esta quarta-feira de manhã, direta ou indiretamente relacionados com o 5G. E um dia depois de a Anacom dar um passo neste dossiê.

Meo, Nos e Vodafone querem que saiba que estão empenhadas em disponibilizar o 5G aos consumidores portugueses. Há três eventos no mesmo dia… à mesma hora.Pixabay

As três maiores operadoras portuguesas querem mostrar que estão a dar tudo no campo do 5G. E tanto a Meo como a Nos e a Vodafone promovem eventos nas suas sedes em Lisboa esta quarta-feira de manhã.

Enquanto a Meo e a Nos vão demonstrar o potencial e as aplicações da quinta geração de rede móvel, a Vodafone (que já tinha feito esta primeira abordagem num evento no mês passado), dá o passo em frente e apresenta uma nova gama de dispositivos conectados para o segmento de consumo. A somar a isto, as apresentações das três empresas acontecem um dia depois de a Anacom anunciar o roteiro para a libertação da faixa do espetro eletromagnético onde vai funcionar a próxima geração da rede. Coincidência?

Às 10h30, a Vodafone Portugal vai apresentar uma “nova gama de soluções IoT para o segmento de consumo”. IoT significa internet ofthings, ou “internet das coisas”, que é uma tendência tecnológica que só vai ser acelerada pelo 5G.

Basicamente, são todos aqueles aparelhos comuns, mas que vão passar a estar ligados à internet — como os sensores nas casas e outros dispositivos que permitem controlar coisas à distância. A empresa garante ser a primeira a “abrir o leque de soluções” deste género ao consumidor final. Tem como objetivo “transformar a vida dos portugueses”, tornando-lhes o dia-a-dia mais inteligente e mais simples.

Também às 10h30, a Meo, detida pela Altice Portugal, terá um evento relacionado com o 5G na sua sede em Picoas, Lisboa. Chama-lhe uma “demonstração do 5G” em “primeira mão”, “fora do laboratório”.

“Alinhada com a agenda estratégica da União Europeia definida para o 5G, a Altice Portugal reitera a sua posição de liderança do 5G roadmap em Portugal já iniciada há mais de um ano”, aponta a empresa no convite enviado aos jornalistas. Diz que se prepara agora para “uma demonstração em ambiente de rede comercial e com terminal pré-comercial 5G da Huawei, a funcionar na banda dos 3,6 GHz, que alcançará velocidades na ordem dos 1,5 Gbps”. Ou seja, muito superior ao que a tecnologia atual permite.

Para as 11h00 está agendado um evento na sede da Nos, onde a empresa promete anunciar algumas das aplicações e potencialidades do 5G. Pouco se sabe em concreto sobre o que a empresa liderada por Miguel Almeida tem na manga, mas o evento chama-se “5G TEK Day – Download the Future”, o que deixa uma ideia geral do que aí vem.

Neste evento da Nos, estará presente a secretária de Estado da Indústria, Ana Teresa Lehmann. O ECO sabe que a empresa irá apresentar aqui o seu próprio roadmap para o desenvolvimento do 5G.

Estes três encontros em Lisboa, com maior ou menor grau de ligação ao 5G, acontecem um dia depois de também a Anacom dar mais um passo neste processo. Uma vez que as frequências acordadas ao nível comunitário para o 5G — a faixa dos 700 MHz — se encontram ocupadas em Portugal pela Televisão Digital Terrestre (TDT), terá de ser feita a deslocação desse serviço para outra frequência.

Isso, anunciou o regulador, começará a acontecer a partir do último trimestre de 2019 e até ao final de junho de 2020. E a transição vai implicar que todos os utilizadores de TDT tenham de sintonizar novamente os seus equipamentos, como explicou o ECO em detalhe esta terça-feira.

Ainda em relação ao 5G, a esmagadora maioria das operadoras de telecomunicações em todo o mundo está a preparar-se para esta nova realidade, que a Comissão Europeia tenciona que arranque já no início da próxima década. A transição deverá ser gradual, na medida em que as próprias gamas de equipamentos eletrónicos terão de ser atualizadas para passar a suportar esta tecnologia. É o caso dos smartphones e dos computadores, mas também de outros aparelhos da “internet das coisas” e até dos carros autónomos e inteligentes.

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Altice Portugal e sindicatos chegam a acordo. Aumentos salariais começam nos 4%

A dona da Meo já chegou a um entendimento com os sindicatos para a revisão do acordo coletivo de trabalho. Aumentos salariais começam nos 4% para os salários mais baixos.

Os sindicatos que representam os trabalhadores da Altice Portugal chegaram a acordo com a empresa na negociação do acordo coletivo de trabalho. O acordo prevê “aumentos salariais que começam nos 4% para salários mais baixos”, mais um dia de férias “indexado à assiduidade”, entre outras medidas a benefício dos funcionários.

“A Altice Portugal e as associações sindicais chegaram a um entendimento inédito no que respeita a matérias constantes no acordo coletivo de trabalho”, avança a empresa numa nota enviada à comunicação social. “Este foi um processo que culminou ao fim de mais de dois meses de intensas negociações e que as partes acreditam servir a comunidade de trabalho da Altice Portugal em diversas vertentes”, acrescenta a dona da Meo.

A revisão do acordo coletivo de trabalho da antiga PT é vista pela empresa como “ambiciosa e abrangente”. As medidas acordadas foram:

  • “Aumentos salariais que começam nos 4% para salários mais baixos”;
  • “Acréscimo de um dia de férias, indexado à assiduidade”;
  • “Reforço da proteção da parentalidade, da conciliação entre a vida pessoal e profissional e de medidas de responsabilidade social”;
  • “Criação de condições mais atrativas em determinados regimes de trabalho caracterizados por penosidade acrescida”;
  • “Melhores condições de acesso à reforma”;
  • “Revisão dos benefícios de comunicações concedidos”.

A Altice Portugal, liderada por Alexandre Fonseca, “empenhou-se profundamente no diálogo social e na relação com as estruturas de representantes dos trabalhadores”. “O presente entendimento vem reforçar e confirmar a capacidade de diálogo social da Altice Portugal, que já havia demonstrado no processo negocial de 2016”, diz a empresa em comunicado.

Sindicato considera “positiva” a negociação

O Sindicato dos Trabalhadores do Grupo Portugal Telecom (STPT) classificou como “positiva” a negociação com a Altice para revisão do acordo coletivo de trabalho, há muito pedida e agora concluída, nomeadamente pela garantia de inexistência de despedimentos.

O presidente do STPT destacou ainda que o documento prevê aumentos salariais, há muito pedidos pelos trabalhadores, entre 1% e 4% e entre 10 e 25 euros, consoante o rendimento base.

“Os trabalhadores até 800 euros vão levar mais 25 euros por mês para casa, valor que é de 20 euros para quem ganha entre 800 e 1.000 euros, de 15 euros para quem recebe 1.000 a 1.500 e de 10 euros para quem ganha até 3.000 euros”, precisou Jorge Félix.

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