SocGen: “Dividendos já não pagam riscos da EDP”

O Société Générale vê grandes desafios no futuro da elétrica portuguesa. De tal forma que cortou a recomendação das ações para "vender". Os títulos caem quase 2%.

A Energia de Portugal (EDP) está a ser pressionada em bolsa. As ações estão em queda acentuada perante o cenário pessimista traçado pelo Société Générale para a elétrica nacional que levou o banco de investimento a cortar a recomendação para “vender”. Diz que os “dividendos já não pagam riscos da EDP”.

As ações da elétrica seguem a cair 1,73% para 2,782 euros, tendo chegado a perder um máximo de 2,72% durante a sessão. Uma queda acentuada que está a colocar pressão na bolsa nacional tendo em conta a elevada ponderação que a cotada liderada por António Mexia tem no índice de referência português. O PSI-20 já esteve a perder quase 1%.

Este desempenho negativo está ser espoletado por uma nota de investimento em que o Société Générale cortou a recomendação das ações para “vender”, justificando a decisão com “as dificuldades que a empresa terá para crescer”, de acordo com o research citado pela Bloomberg assinado pelo analista Jorge Alonso.

"Os elevados dividendos que a empresa paga aos acionistas já não são suficientemente atrativos para compensarem os desafios.”

Jorge Alonso

Analista do Société Générale

O banco alerta que num cenário de subida dos juros da dívida, como o atual, “a venda de ativos de energias renováveis e a securitização do défice tarifário deverão tornar-se mais difíceis”, salienta. A EDP tem realizado várias destas operações com as quais tem cristalizado valor das renováveis e reduzido o seu nível de endividamento.

É perante este novo contexto que o Société Générale apresenta uma visão negativa para o futuro da EDP. Diz mesmo que “os elevados dividendos que a empresa paga aos acionistas já não são suficientemente atrativos para compensarem os desafios” que a empresa liderada por António Mexia vai enfrentar daqui em diante.

Nota: A informação apresentada tem por base a nota emitida pelo banco de investimento, não constituindo uma qualquer recomendação por parte do ECO. Para efeitos de decisão de investimento, o leitor deve procurar junto do banco de investimento a nota na íntegra e consultar o seu intermediário financeiro.

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EDP contrata bancos para vender negócio de distribuição de gás em Espanha

A EDP está a explorar a venda do negócio de distribuição de gás natural em Espanha e já contratou bancos para avaliar a venda da Naturgas. O negócio pode render dois mil milhões de euros.

A EDP EDP 0,00% contratou o JPMorgan Chase e o Morgan Stanley para avaliar as opções de venda da Naturgas, que opera no mercado de distribuição de gás natural em Espanha, segundo avançaram fontes próximas da operação à agência Bloomberg.

O negócio deverá render cerca de dois mil milhões de euros e poderá atrair o interesse de alguns fundos de investimento e fundos de pensões, assim como outras companhias, adiantou uma das fontes.

O processo de venda deverá arrancar ainda neste primeiro trimestre. Ainda não foram tomadas decisões acerca da venda, com outra das fontes a indicar que a EDP só vai desencadear o processo de alienação com base no interesse do mercado por ativos similares.

Contactados pela agência, os responsáveis da EDP e do Morgan Stanley recusaram prestar qualquer declaração.

A concretizar-se, a venda da Naturgas reforça a tendência de consolidação no setor da distribuição de gás natural em Espanha. O Goldman Sachs está a intermediar a venda da Redexis, uma operação que deverá ajudar os responsáveis da elétrica portuguesa a decidir se vendem ou não o seu negócio espanhol.

As ações da EDP encerraram esta terça-feira a cair quase 2% para 2,74 euros.

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Mercado liberalizado cresce. EDP lidera

A elétrica continua a defender a sua posição enquanto principal operador no mercado livre. O consumo também está aumentar num mercado que já conta com quase cinco milhões de clientes.

A EDP Comercial manteve a sua posição enquanto principal operador no mercado livre, mantendo a sua quota em termos de consumo apesar de uma ligeira redução no número de clientes métrica na qual a Goldenergy foi a única a crescer. A Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) revela que este mercado já tem quase cinco milhões de clientes.

“Em outubro de 2016, a EDP Comercial manteve a sua posição como o principal operador no mercado livre em número de clientes (85% do total de clientes) e em consumos (cerca de 46% dos fornecimentos no mercado livre). Face a setembro de 2016 a sua quota manteve-se em consumo, mas retraiu-se em 0,1 pontos percentuais em número de clientes”, explica o regulador no relatório sobre o mercado liberalizado de eletricidade.

EDP tem 85% dos clientes no mercado

eletricidade
Fonte: ERSEERSE

Entre as outras comercializadoras, a ERSE acrescenta que apenas a Goldenergy aumentou a sua quota em termos de clientes em 0,2 pontos percentuais. As outras fornecedoras mantiveram praticamente as suas quotas de mercado: a Galp com 5,6%, a Endesa nos 3,5%, a Iberdrola com 2,2%, GN Fenosa nos 0,8% e a Ylce a deter 0,2%.

“O mercado livre alcançou um número acumulado de cerca de 4,7 milhões de clientes em outubro, com um crescimento líquido de cerca de 24 mil clientes face a setembro de 2016, o que representa um crescimento de aproximadamente 10% face ao homólogo”, acrescenta a ERSE.

O regulador refere que a “quase totalidade dos grandes consumidores está já no mercado livre, enquanto a percentagem de domésticos continua a aumentar, representando em setembro cerca de 81% do consumo total do segmento, face aos 74% registados no mês homólogo”.

“Em termos de consumo, registou-se um aumento de 103 GW face a setembro para 40 185 GW, o que representa um acréscimo de 0,3% face ao mês anterior e de cerca de 2% face ao homólogo”, explica a ERSE, acrescentando que o consumo no mercado livre representa mais de 91% do consumo total registado em Portugal continental.

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Nuno Alves deixa Comissão Executiva da EDP Renováveis

  • Lusa
  • 17 Dezembro 2016

Nuno Alves continuará a integrar o Conselho de Administração da empresa liderada por Manso Neto.

O gestor Nuno Alves renunciou ao cargo de membro da Comissão Executiva da EDP Renováveis, que ficará reduzida a quatro membros, mas continuará a integrar o Conselho de Administração da empresa liderada por Manso Neto.

Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a EDP Renováveis informou que Nuno Alves apresentou a renúncia aos cargos de membro da Comissão Executiva e de membro da comissão de operações entre partes relacionadas.

No seguimento desta renúncia, a Comissão Executiva da EDP Renováveis é agora composta por quatro membros – João Manso Neto, presidente, Miguel Dias Amaro, João Paulo Costeira e Gabriel Imaz – em vez dos cinco membros, previstos no organograma do governo corporativo.

Além de continuar a integrar o Conselho de Administração da EDP Renováveis – mandato que termina em 2018 -, Nuno Alves é membro do Conselho Executivo da EDP, como administrador financeiro da elétrica liderada por António Mexia.

O Conselho de Administração escolheu Acácio Piloto para preencher o lugar vago na comissão de operações entre partes relacionadas da EDP Renováveis, que assim passa a ser composto exclusivamente por membros independentes.

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EDP tropeçou em Trump. Há crise?

A EDP lançou-se numa queda livre quando se soube que Donald Trump seria o novo Presidente dos EUA.. E o para-quedas parece não querer abrir. Há motivos de preocupação, ou é tudo um exagero?

As ações das energéticas portuguesas reagiram negativamente à nomeação de Donald Trump. O republicano não ficou conhecido durante a sua campanha por apoiar as energias renováveis. Pelo contrário. E os receios quanto a medidas contra o setor contagiaram o grupo EDP, pesando na bolsa de Lisboa. Há ou não motivos de preocupação para as energéticas?

“A EDP Renováveis reagiu de forma negativa aos resultados das eleições nos Estados Unidos, comportamento compreensível no seguimento da vitória de um candidato pouco favorável às energias renováveis“, refere a equipa de research do BiG. A EDP, a casa-mãe da empresa de energia renovável, também recuou, “replicando o sentimento mas penalizador que a EDP Renováveis irá enfrentar no mercado norte-americano nos próximos quatro anos”, acrescenta.

No programa de Governo, Donald Trump promete libertar 50 biliões de dólares de reservas de gás natural, petróleo e xisto. E ainda centenas de reservas de carvão, ignorando as energias “verdes”. Para além disso, quer ajudar os EUA a tornarem-se, e manterem-se, totalmente independentes da importação de energia da OPEP ou de quaisquer países “hostis aos nossos interesses”.

EDP ficou sob pressão, mas já recupera

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Fonte: Bloomberg

A equipa de research do BiG nota que apesar da posição do republicano em relação às políticas energéticas, continuam a existir oportunidades de negócio. E isto é crucial, uma vez que a América do Norte representa 46% do EBITDA previsto da EDP Renováveis para 2017, segundo o BPI.

O BiG refere que “tendo em conta que a vitória de Donald Trump constringe, mas não extingue as perspetivas de crescimento da EDP Renováveis nos Estados Unidos”, continuam a “cristalizar-se oportunidades de investimento pela empresa que confirmam o seu perfil de crescimento. Pelo que consideramos que as ações da EDP Renováveis poderão recuperar do embate que foi a vitória de Donald Trump”, assim como vai acontecer com a EDP, pela participação de 75% que tem na empresa de energias renováveis.

Outros analistas falam mesmo de uma reação exagerada ou especulação no mercado acionista. Um analista do setor disse ao ECO que a queda inicial foi “mais causada pela incerteza do que vem a seguir do que por um fator mais concreto” e que os projetos nos EUA não estão nem vou ficar em causa. A empresa liderada por Manso Neto tem vários contratos assinados com empresas privadas para produzir 1.000 megawatts durante 10 ou 20 anos. “Por isso, isto não depende do Presidente”, esclarece o especialista.

EUA “mandam” na EDP Renováveis

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Fonte: EDP (Valores em capacidade instalada em MW, dados referentes ao primeiro semestre de 2016)

Mas há perspetivas contrárias entre os analistas. Eduardo Silva, gestor da corretora XTB, diz que o negócio da subsidiária da EDP pode ser impactado a nível dos projetos de investimento e da estratégia de financiamento. “Trump assumiu que é contra os subsídios às renováveis e considera que a energia solar e eólica são caras, assumindo a energia nuclear e fóssil como a alternativa viável para criar independência energética nos EUA”, nota o gestor.

Foi a incerteza em torno dos próximos passos de Donald Trump a nível da política energética que pressionou o grupo EDP e, de forma mais generalizada, o setor. As utilities europeias caíram quase 4% nos dias que se seguiram ao resultados das eleições dos EUA. Já a EDP e a EDP Renováveis perderam cerca de 5% após a vitória do republicano. Uma queda abrupta que levou os administradores da EDP, incluindo António Mexia, ao mercado, comprando ações para tentarem dar um sinal de confiança aos investidores.

EDP acompanha tendência do setor das utilities

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Fonte: Bloomberg (valores em pontos; base 100)

No entanto, o gestor da XTB também diz que a reação das ações foi exagerada. Eduardo Silva refere que o “período de eleições, que foi dos mais divisivos de sempre, gerou alguma extrapolação para um nível de exagero“. Por isso, o caminho dos títulos deve ser o da recuperação. Tudo agora depende da posição de Donald Trump em relação à energia.

“Claro que Trump como presidente dos EUA, não será o mesmo que Trump em campanha. Com as promessas eleitorais a cair a um ritmo considerável, existe uma grande indefinição em setores chave”, como é o caso do energético, explica Eduardo Silva. Por isso, os investidores vão reagir a quaisquer sinais sobre quais serão as políticas energéticas implementadas e se isso terá algum impacto no negócio das empresas presentes nos EUA.

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Dados, internet das coisas e eficiência energética levaram startups ao palco da EDP no Web Summit

  • ECO + EDP
  • 18 Novembro 2016

Sistema de análise de dados para aumentar a produtividade e ciclo de vida das turbinas eólicas é o mais recente projecto apoiado pela empresa. Mas há mais.

São muitas as vantagens da energia eólica mas as empresas que a produzem deparam-se com um problema: como aumentar a produtividade e o tempo de vida das turbinas sem que isso implique um aumento dos custos de operação e manutenção que resulte em encargos maiores para os consumidores e para a economia?

Esse é um desafio que começa a ter respostas. E a mais promissora acaba de chegar de uma pequena startup brasileira de Fortaleza, a Delfos Predictivie Maintenance. Fundada pelos engenheiros Adão Muniz e Samuel Lima e pelo gestor Guilherme Studart, a Delfos desenvolveu um sistema de monitorização e análise de dados que permite detetar e antecipar eventuais problemas nas turbinas de energia eólica.

A inovação valeu-lhe o prémio EDP Open Innovation, revelado no início de novembro em Lisboa. Ao vencer o desafio, a Delfos recebe um prémio de 50 mil euros para continuar a desenvolver o seu sistema e garantiu a presença da Web Summit, que decorreu no início de novembro, em Lisboa.

Procurar, estimular e capacitar a inovação na área da energia onde quer que ela se encontre é precisamente o objetivo do EDP Open Innovation, que foi este ano alargado ao Brasil e a Espanha, onde a empresa portuguesa tem operações importantes.

Mas a Delfos não foi a única startup a expor o seu trabalho no stand da EDP na Web Summit. A Glartek e a Sunshine Rocks, segunda e terceira classificadas no mesmo concurso de inovação, também estiveram na “meca” do empreendedorismo europeu, apresentando o resultado dos seus processos de inovação aos mais de 50 mil participantes no evento, entre empreendedores, investidores e jornalistas de todo o mundo.

Estas três startups fazem parte do grupo de 11 projetos inovadores que a EDP levou à Web Summit. As restantes oito — Datasonar, Agroop, Ionseed, Egg Electronics, Pro-Drone, Isgreen, Blackblock e Optishower — foram selecionadas entre as duas dezenas que estão atualmente na EDP Starter, o programa de aceleração de startups tecnológicas da empresa. Este instrumento, em conjunto com o fundo de capital de risco EDP Ventures, são o veículo preferencial da EDP Inovação, a empresa do grupo que procura, numa estratégia de inovação aberta, tecnologias e modelos de negócios inovadores para o setor energético.

Os resultados destes instrumentos são visíveis. Já foram apoiadas cerca de 30 startups, tendo algumas sido investidas pelo fundo. No seu conjunto, este ecossistema deverá atingir no final de 2016 um volume de negócios superior a 40 milhões de euros, tendo sido criados mais de 300 postos de trabalho. A criação da EDP Starter, em 2013, permitiu à EDP aceder ao top 10 das empresas europeias que mais apoiam startups. Esta análise, realizada pela Innovation Foundation Nesta com o apoio da Startup Europe Partnership (SEP), premiou os resultados do sistema de promoção da inovação e empreendedorismo desenvolvido pela EDP, essencialmente focado nas energias limpas.

Até 2020, a empresa prevê investir cerca de 200 milhões de euros em Investigação e Desenvolvimento, um dos cinco compromissos de combate às alterações climáticas assumidos aquando da Cimeira do Clima COP 21, em dezembro de 2015. Um investimento significativo, repartido por várias iniciativas com um objetivo comum: contribuir para que a energia seja cada vez mais um fator de desenvolvimento sustentável.

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António Mexia aproveita queda para reforçar na EDP

O CEO e administrador Rui Teixeira reforçaram a sua posição na EDP no dia em que a energética afundou. O objetivo foi transmitir calma ao mercado, mas o resultado foi negativo para as suas carteiras.

António Mexia e Rui Teixeira aproveitaram a queda das ações para reforçarem as suas posições no capital da EDP. A compra de títulos serviu para acalmar os mercados, mas foi negativa para as suas carteiras. O CEO e o administrador da casa-mãe da EDP Renováveis estão a perder dinheiro.

Num comunicado enviado ao regulador, a EDP revelou que António Mexia comprou 10 mil ações no dia em que a energética que lidera caiu quase 5%, a 10 de novembro. Rui Teixeira, um dos membros do conselho de administração, também adquiriu mil títulos.

O objetivo seria acalmar os mercados, uma vez que a incerteza em torno da vitória de Donald Trump nas eleições e a exposição das energéticas portuguesas ao mercado norte-americano pressionaram a EDP e a EDP Renováveis. E o objetivo foi cumprido. A EDP está a subir quase 2% e a subsidiária a valorizar 0,8%, depois de terem caído 4,7% e 5,8%, respetivamente, no dia em que António Mexia e Rui Teixeira compraram os títulos.

EDP valoriza quase 2%

Fonte: Bloomberg (Valores em euros)
Fonte: Bloomberg (Valores em euros)

Mas a compra dos títulos está a ser negativa para as suas carteiras. O CEO comprou os títulos a um preço de 2,789 euros, mas as ações valem hoje 2,69 euros. Por isso, estamos a falar de uma perda potencial de 990 euros para António Mexia. Já o administrador Rui Teixeira comprou a um preço de 2,709 euros por ação. Portanto, perde quase 200 euros.

A EDP foi arrastada pela subsidiária EDP Renováveis nos dias que se seguiram à vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos EUA. Em dois dias, as duas empresas perderam quase 1,5 mil milhões de euros de valor em bolsa. Um analista do setor explicou ao ECO que a reação foi “exagerada” e motivada pela exposição das empresas ao mercado norte-americano.

Os EUA têm um grande peso na energia eólica da EDP Renováveis. Mas, segundo o especialista, os projetos da empresa de energia renovável não estão em causa nem vão ficar. A empresa liderada por Manso Neto tem vários contratos assinados com empresas privadas para produzir 1.000 megawatts durante 10 ou 20 anos. “Por isso, isto não depende do Governo”, esclarece o especialista.

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Já não há cotadas de 10 mil milhões no PSI-20

A queda do setor energético nos últimos dias levou a EDP abaixo dos 10 mil milhões de euros, passando a valer menos que a Galp. Já não há cotadas com uma capitalização de mercado acima deste patamar.

A vitória de Donald Trump nas eleições dos EUA trouxe incerteza ao mercado. E provocou quedas acentuadas no setor energético nacional. Fortes desvalorizações que já custaram mais de mil milhões de euros ao valor de mercado da EDP e EDP Renováveis. A EDP baixou mesmo dos 10 mil milhões. Já não há cotadas portuguesas acima deste patamar.

A EDP e a EDP Renováveis já perderam 1,5 mil milhões de euros em dois dias. E tudo por causa da incerteza no mercado quanto aos próximos passos do novo Presidente dos EUA para o setor energético. “É uma reação exagerada”, segundo um analista do setor. Mas uma reação que já teve consequências: a capitalização de mercado da EDP está abaixo dos 10 mil milhões de euros.

Agora, já não há empresas cotadas na praça lisboeta com uma capitalização acima deste patamar de 10 mil milhões. A EDP, a Galp Energia e a Jerónimo Martins estão na marca dos nove mil milhões.

Todas as cotadas abaixo dos 10 mil milhões

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Fonte: Bloomberg (Valores em milhões de euros)

Mas há uma alteração ainda mais pertinente: a EDP perdeu o primeiro lugar na capitalização das empresas portuguesas. A energética já não vale mais que a petrolífera Galp Energia, como acontecia até agora. As duas empresas do setor energético têm vindo a trocar constantemente de posição no “ranking” das mais valiosas em Lisboa.

Lisboa perde dois mil milhões

A energia custou 1,5 mil milhões à bolsa nacional. Mas maior parte das empresas perdeu valor, o que fez encolher a capitalização bolsista das maiores cotadas portuguesas em mais de dois mil milhões de euros em apenas dois dias.

Além da EDP e da EDP Renováveis, a pesar no valor dos títulos nacional esteve também a Jerónimo Martins que “emagreceu” em mais de 400 milhões de euros neste curto período de tempo. No total, a capitalização bolsista das empresas do PSI-20 baixou da fasquia dos 50 mil milhões de euros num período marcado pela tensão em torno da eleição de Trump.

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OE2017: António Mexia continua a acreditar na redução progressiva da CESE

  • Lusa
  • 4 Novembro 2016

António Mexia acredita numa redução progressiva da contribuição extraordinária sobre o setor energético, que se vai manter inalterada no próximo ano segundo a proposta do OE2017.

António Mexia diz, em conferência com os analistas para a apresentação dos resultados da EDP, que está confiante num redução progressiva deste imposto extraordinário, fixado em 0,85% sobre os ativos das empresas do setor energético.

A decisão do Governo de manter, pelo quarto ano consecutivo, a CESE, “não altera as expetativas” da EDP, afirmou aos analistas o presidente executivo da EDP.

Em vigor desde 2014, a CESE está fixada em 0,85% sobre os ativos das empresas de energia, incidindo sobre a produção, transporte ou distribuição de eletricidade e de gás natural, bem como a refinação, tratamento, armazenamento, transporte, distribuição ou comercialização grossista de petróleo e produtos de petróleo.

De fora, fica a proposta do Bloco de Esquerda que queria ver a CESE alargada ao setor das renováveis.

Em 2014, a CESE representou uma receita de 65,1 milhões de euros e, em 2015, o valor totalizou 115,5 milhões de euros, sendo uma parte desta verba destinada a abater ao défice tarifário.

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Cinco conselhos de Mexia para as startups

António Mexia, presidente executivo da EDP, deixou cinco conselhos aos empreendedores para perseguirem o sucesso. Conheça-as.

António Mexia a dar conselhos a startups? Sim. Em antecipação ao Web Summit, o presidente executivo da EDP recebeu um conjunto de novas empresas, apresentando-lhe de como podem rumar ao sucesso.

Os conselhos do presidente da elétrica nacional foram dados esta quarta-feira, de manhã, durante um encontro entre o gestor e oito das 11 startups que a EDP vai levar à Web Summit.

No encontro — onde estiveram também presentes António Vidigal, Luís Manuel e Carla Pimenta, da EDP Inovação — marcado pelo espírito de abertura, António Mexia deu a sua visão sobre o mundo do empreendedorismo e da inovação.

Para Mexia, para uma startup ter sucesso tem que estar focada, pensar global, ser pioneira, ser inovadora e nunca desistir. Veja o vídeo.

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Ações da EDP cedem com investigação da Concorrência

Bolsa nacional iniciou sessão condicionada por 16 cotadas. Entre as quedas estava a EDP, depois de a Autoridade da Concorrência ter avançado com uma investigação à elétrica liderada por António Mexia.

Seguindo em queda pela terceira sessão, o PSI-20, o principal índice português, perdia 0,77% até aos 4.589,12 pontos, pressionado por 16 das 18 cotadas que compõem o índice. Entre as principais quedas estava a EDP, cujas ações desvalorizavam cerca de 0,5% até 2,96 euros, depois de a Autoridade da Concorrência ter decidido avançar com uma investigação contra-ordenacional à EDP por considerar haver indícios de práticas restritivas da concorrência no mercado de serviços de sistema.

Entre os pesos-pesados, também a Galp e a Jerónimo Martins cediam em torno de 0,5%. No caso da petrolífera, a desvalorização das ações acompanha a queda dos preços do petróleo nos mercados internacionais.

Ações da EDP em queda nos últimos dias

Fonte: Bloomberg (Valores em euros)
Fonte: Bloomberg (Valores em euros)

“A abertura nacional deverá ser marcada pela deterioração da conjuntura externa”, antecipavam os analistas do BPI no Diário de Bolsa, ainda antes da abertura dos mercados. “A incerteza relativa à campanha presidencial americana deverá continuar a afetar os mercados europeus. Além do impacto direto, o reacender da incerteza no panorama político americano causa a debilidade do dólar e por consequência a valorização do euro”, reforçavam os analistas.

"A incerteza relativa à campanha presidencial americana deverá continuar a afetar os mercados europeus. Além do impacto direto, o reacender da incerteza no panorama político americano causa a debilidade do dólar e por consequência a valorização do euro.”

Analistas do BPI

Diário de Bolsa

Ainda na praça lisboeta, nota para as ações do BCP, que voltam às quedas depois de ontem ter registado a primeira valorização desde que procedeu à fusão dos títulos. Caem 0,9% até 1,22 euros. Na próxima semana discute-se o futuro da instituição liderada por Nuno Amado: há relatório e contas a apresentar no dia 8 e, logo no dia a seguir, os acionistas reúnem-se em assembleia geral para abrir caminho à entrada do grupo chinês Fosun.

No plano europeu, as quedas eram mais acentuadas no arranque desta quarta-feira. As perdas nos índices de Frankfurt, Milão, Paris e Madrid superavam os 1% perante a relativa aversão ao risco que se observou também nos mercados asiáticos à medida que se aproximam as eleições presidenciais na maior economia do mundo.

(notícia em atualizada às 8h22 com mais informações)

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AdC abre investigação à EDP

A AdC entende haver indícios de práticas restritivas da concorrência. A EDP pode ser alvo de uma coima que ascende a 10% das receitas.

A Autoridade da Concorrência (AdC) decidiu avançar com uma investigação contra-ordenacional à EDP por considerar haver indícios de práticas restritivas da concorrência no mercado de serviços de sistema. Essas práticas terão sido identificadas entre 2009 e 2014, diz o Público.

O jornal refere (acesso pago) que a conduta da empresa liderada por António Mexia no mercado de serviços e sistemas, no qual tem uma posição dominante, esteve a ser escrutinada por um auditor independente, a sociedade norte-americana Brattle Group.

Foi no seguimento desta avaliação que a AdC decidiu avançar com a abertura da investigação à EDP. O Público refere que esta decisão já foi comunicada pelo regulador ao secretário de Estado da Energia, Jorge Seguro Sanches.

Contactada, fonte oficial da AdC recusou fazer qualquer comentário. A EDP não comenta, mas em declarações anteriores, a propósito das conclusões da auditoria, fonte oficial afirmou que a eléctrica “está convicta de ter actuado sempre de acordo com a legislação aplicável”.

Este trabalho foi acompanhado pela AdC, pela Direção-geral de Energia (DGEG), pelo regulador da energia (ERSE) e pela REN (que gere estes serviços, destinados a assegurar a cada momento o equilíbrio perfeito entre a procura e a oferta de eletricidade).

Caso a AdC venha a condenar a EDP, na eventualidade de uma coima a empresa liderada por António Mexia poderá ter de pagar até 10% do volume de negócios da empresa.

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