Balança comercial: Portugal com quinto valor mais negativo na UE

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 15 Fevereiro 2017

Reino Unido, França, Espanha e Grécia apresentam valores mais negativos. Alemanha tem o maior excedente no comércio de bens.

O défice da balança comercial de mercadorias de 10,8 mil milhões de euros no conjunto de 2016 é dos mais significativos no seio da União Europeia.

De acordo com os dados do Eurostat, publicados esta quarta-feira, só Reino Unido, França, Espanha e Grécia apresentam dados mais negativos. No extremo oposto está a Alemanha, com um excedente superior a 257 mil milhões de euros.

Fonte: Eurostat (valores em mil milhões de euros)

A primeira estimativa do Eurostat para a zona euro indica que o comércio de bens com o resto do mundo registou um excedente de 28,1 mil milhões de euros em dezembro. Já no conjunto do ano, o saldo entre exportações e importações foi positivo em 273,9 mil milhões de euros. Em ambos os casos, os valores são mais elevados comparando com o ano anterior.

Por seu turno, o comércio de bens da União Europeia com o resto do mundo registou um excedente de 20,9 mil milhões de euros em dezembro (acima dos 20,6 mil milhões de euros no mês homólogo) e de 39,3 mil milhões de euros no conjunto do ano (registando aqui uma quebra face aos 59,9 mil milhões de euros em 2015). As exportações tiveram como destino principal os Estados Unidos da América, seguindo-se a China e a Suíça. Já no que toca às importações para a UE, a China revela-se o principal país de origem.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Metro ligeiro poderá ligar Portela ao Montijo

  • ECO
  • 15 Fevereiro 2017

Uma linha ferroviária ligeira na ponte Vasco da Gama pode ser a solução de ligação entre o Aeroporto Humberto Delgado e a base aérea do Montijo.

Com a expansão do aeroporto de Lisboa para a base do Montijo tida como quase certa, a concessionária Vinci, que gere os aeroportos portugueses, vai agora desenvolver estudos para perceber qual a melhor forma de fazer a ligação entre o Aeroporto Humberto Delgado, antigo Aeroporto da Portela, e a expansão na outra margem do Tejo. Segundo escreve esta quarta-feira o Público (acesso pago), há várias hipóteses possíveis, entre elas um metro ligeiro sobre a ponte Vasco da Gama para ligar as duas partes.

O memorando de entendimento entre o Governo e a ANA – Aeroportos de Portugal foi assinado esta quarta-feira: um compromisso de “estudar aprofundadamente” o aeroporto complementar no Montijo. É possível que o tráfego a ser transferido para a margem Sul do Tejo seja principalmente o das operadoras low cost.

Para soluções de ligação entre os o Aeroporto Humberto Delgado e a expansão no Montijo, o Público escreve que está em cima da mesa a construção de uma linha ferroviária ligeira na ponte Vasco da Gama.

O mesmo jornal noticia ainda que o Governo vai adiar a renegociação da Parceria Público-Privada (PPP) com a Lusoponte, devido à posição negocial mais favorável com que ficará com a expansão para a margem Sul, que deverá aumentar o tráfego sobre o rio.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Centeno sobe a parada: “Défice não será superior a 2,1%”

  • Margarida Peixoto
  • 15 Fevereiro 2017

O ministro das Finanças garante que o cumprimento da meta orçamental não dependeu das medidas extraordinárias.

O ministro das Finanças, Mário Centeno, foi esta quarta-feira prestar esclarecimentos aos deputados da Comissão de Orçamento e Finanças.Paula Nunes / ECO 15 fevereiro, 2017

Pressionado pela polémica da Caixa Geral de Depósitos, o ministro das Finanças, Mário Centeno, levou um trunfo para mostrar aos deputados da Comissão de Orçamento e Finanças: “O défice em 2016 será o mais baixo da história da nossa democracia, e não será superior a 2,1%”.

Mário Centeno está esta quarta-feira no Parlamento, para uma audição regular, ao abrigo do regimento da Assembleia da República. Perante os deputados, defendeu que o défice será ainda mais baixo do que a última estimativa apresentada pela Comissão Europeia esta segunda-feira: em vez de 2,3%, Centeno garante que o défice não será mais de 2,1% do PIB.

A confirmar-se, este valor fica abaixo da meta mais recente que foi fixada pelo Executivo (de 2,4%), mas também abaixo do objetivo definido em fevereiro, de 2,2%.

Este número permite ainda a Mário Centeno defender que não foi à custa de medidas extraordinárias que o Governo cumpriu a meta do défice: “As medidas tidas como ‘extraordinárias’ apenas melhorarão a meta orçamental estabelecida pelo Governo”, disse o ministro, defendendo ainda que a consolidação orçamental obtida é “sólida e perene”.

Os dados sobre o défice do ano passado só serão apurados pelo Instituto Nacional de Estatística e pelo Eurostat em abril, sendo um dos fatores determinantes para decidir se Portugal sairá do Procedimento por Défice Excessivo este ano. A outra condição é manter uma trajetória previsível de continuação da redução do défice orçamental.

Mas o ministro das Finanças garantiu desde já essa saída da vigilância reforçada por parte da Comissão Europeia: “Portugal vai, finalmente, sair do Procedimento por Défice Excessivo”.

Além dos resultados orçamentais, Mário Centeno fez questão de sublinhar outros indicadores económicos que atribuiu à governação socialista. Frisou o crescimento económico de 1,9% obtido no quarto trimestre de 2016 — “a maior taxa de variação homóloga de crescimento desde o segundo trimestre de 2010”, frisou Centeno — o desempenho das exportações, as melhorias nas expectativas de investimento, o aumento da confiança dos consumidores, a diminuição da taxa de desemprego.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Justiça francesa investiga Natixis

  • ECO
  • 15 Fevereiro 2017

O banco de investimento Natixis está a ser investigado pela Justiça francesa pela sua conduta durante a crise do 'subprime'.

O banco de investimento Natixis, que sofreu as perdas mais avultadas durante a crise financeira mundial, está a ser alvo de uma investigação em França por causa das comunicações feitas há quase dez anos.

Em comunicado, o banco revelou que foi acusado pelos magistrados franceses por dois comunicados divulgados no segundo semestre de 2007. “A investigação foca-se apenas na informação divulgada pelo Natixis em dois comunicados feitos em 2007, e não questiona as comunicações anteriores e subsequentes”, confirmou o banco hoje, em comunicado citado pela Bloomberg. O Natixis “forneceu ao público, em boa-fé, a informação que tinha disponível relativamente à sua exposição e sempre que fosse o caso, os riscos identificados”, disse o banco liderado por François Perol.

O banco garante que pretende ajudar as autoridades a obter uma compreensão completo dos acontecimentos. O banco sedeado em Paris disse que a crise “foi uma situação sem precedentes para o Natixis e não poderia ter previsto, na altura, a sua total extensão, ou consequências da crise”.

"Foi uma situação sem precedentes para o Natixis e não poderia ter previsto, na altura, a sua total extensão, ou consequências da crise.”

Natixis

Em comunicado

O Natixis foi criado em 2006 pela fusão das atividades de banca de investimento do Banque Populaire e Caisse d’Epargne. Em novembro de 2007, o Natixis anunciou que a queda do mercado das hipotecas subprime reduziu as receitas do banco em 407 milhões de euros, incluindo perdas comerciais e imparidades parciais na sua unidade norte-americana de emissão de obrigações. Um ano depois, o Natixis disse que as perdas tinham aumentado para 1,22 mil milhões de euros.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Portugal consegue juros negativos recorde por dívida de curto prazo

Os dois leilões que o Tesouro português realizou esta manhã registaram taxas negativas recorde. Levantou 1.250 milhões de euros em dívida a três e 11 meses. Analistas relativizam sucesso da operação.

Os custos de financiamento de curto prazo de Portugal afundaram para mínimos recorde nos dois leilões que o Tesouro português realizou esta manhã. Foram levantados 1.250 milhões de euros em bilhetes a três e 11 meses. E ambas as maturidades registaram taxas negativas recorde, contrariando a tendência de agravamento dos juros em mercado secundário que se verifica em 2017.

No leilão a 11 meses, o IGCP conseguiu angariar um total de 1.000 milhões de euros, tendo pago um juro médio de -0,096%. Trata-se da taxa mais baixa de sempre, comparando com o juro de 0,006% que a agência liderada por Cristina Casalinho havia pago no último leilão comparável, realizado a 19 de outubro de 2016.

Também no leilão a três meses, os custos baixaram para mínimos históricos. Os 250 milhões de euros emitidos em bilhetes do Tesouro com maturidade em maio de 2017 registaram um juro de -0,211%, abaixo da taxa de -0,012% observada na última operação de financiamento com o mesmo prazo.

Taxa a 11 meses em valores negativos

Fonte: IGCP (valores em %)

A sólida procura por estes títulos de curto prazo ajudou a baixar os custos da operação, ao contrário do que aconteceu nas duas emissões de longo prazo que o IGCP realizou este ano. No último leilão de dívida a sete anos, realizado há apenas uma semana, a taxa obtida foi quase o dobro da registada há oito meses, em reflexo da turbulência que tem afetado o mercado de dívida nacional desde o início do ano.

Para Filipe Silva, diretor da Gestão de Ativos do Banco Carregosa, este resultado não foi uma surpresa. “Portugal acompanha a curva das taxas de dívida de curto prazo que se verifica na Europa, aproveitando para emitir com taxas negativas, o que é sempre positivo para o país”. “No caso da emissão de dívida a 3 meses, a descida da taxa foi bastante acentuada e levou-nos para mínimos históricos – Portugal nunca se financiou a taxa tão baixa como esta”, sublinha Filipe Silva.

"Portugal acompanha a curva das taxas de dívida de curto prazo que se verifica na Europa, aproveitando para emitir com taxas negativas, o que é sempre positivo para o país.”

Filipe Silva

Diretor da Gestão de Ativos do Banco Carregosa

Tiago da Costa Cardoso, gestor da corretora XTB Portugal, também relativiza o sucesso da operação. “Apesar de ser positivo este novo ‘rollover’ de dívida, falamos de um valor bastante pequeno, 250 milhões de euros a três meses e mil milhões a 12 meses, algo que não traz um impacto muito grande ao bolo global do pagamento de juros de dívida“, explica o gestor. “Ainda assim, acaba por obviamente ser positiva esta emissão, pois a expectativa de ter juros negativos mais baixos foi alcançada”, acrescenta.

(Notícia atualizada às 11h04)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Nova amortização da dívida ao FMI será feita “muito brevemente”

O ministro das Finanças volta a ser confrontado com as polémicas em torno da Caixa Geral de Depósitos, depois de o ECO ter revelado as cartas trocadas com António Domingues.

Mário Centeno volta esta manhã ao Parlamento para responder perante os deputados na Comissão de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa, ao abrigo do regimento. O ministro das Finanças deverá ser novamente confrontado com a polémica em torno da entrega das declarações de rendimento e património ao Tribunal Constitucional por parte da anterior administração da Caixa de Depósitos (CGD).

Recorde as primeiras declarações do ministro Mário Centeno e as primeiras intervenções dos deputados.

O ECO vai acompanhar a audição em direto, neste live blog.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Juros aliviam em dia de regresso de Portugal aos mercados

Yield a dez anos mantém-se acima dos 4%, mas a taxa a dois anos já está em mínimos de sempre. Dados positivos sobre a economia portuguesa ajudam.

Os juros da dívida soberana nacional aliviam em todas as frentes no dia em que Portugal regressa aos mercados para realizar dois leilões de curto prazo. No prazo a dois anos, a yield a dois anos está em mínimos de sempre. Apesar da quebra generalizada, a yield para o prazo a dez anos mantém-se acima da fasquia dos 4%, mas muito perto de a quebrar.

A taxa de juro a dez anos da dívida nacional recua três pontos base, para os 4,012%, com as restantes maturidades a seguirem no mesmo sentido. No prazo a dois anos está mesmo em mínimos de sempre, com a taxa nesse prazo a recuar dois pontos base para fixar-se nos 0,026% Nos restantes países periféricos o sentimento é semelhante, com estes a contrariarem também o agravamento dos juros alemães. A yield espanhola a dez anos cai um ponto base, para os 1,658%, enquanto a italiana recua quase três pontos base, para os 2,205%. Já a taxa de juro das bunds alemãs a dez anos sobe ligeiramente, quase um ponto base, para os 0,372%.

Taxa a dez anos em queda

Fonte: Bloomberg

O alívio da pressão sobre os juros soberanos nacionais acontece no mesmo dia em que o Tesouro português volta a testar o apetite dos investidores com a realização de dois leilões de dívida de curto prazo. Esta manhã, o IGCP vai tentar colocar um montante indicativo, entre mil milhões e 1.250 milhões, através de dois leilões com maturidades de três e onze meses.

Trata-se da segunda vez em 2017 que o IGCP vai ao mercado para emitir dívida de curto prazo, depois de esta semana o Tesouro ter obtido um financiamento de 1.180 milhões de euros em obrigações do tesouro a cinco e sete anos. Esta operação ficou aquém do máximo previsto (1.250 milhões de euros), tendo o Estado pago também acima das emissões anteriores comparáveis. Um resultado menos positivo que coincidiu com um período de agravamento dos juros soberanos nacionais, com a taxa a dez anos a fixar-se em máximos de março de 2014, acima dos 4%.

Os últimos dias têm contudo, sido marcados por um alívio da pressão sobre os juros. Ainda nesta terça-feira a taxa a dez anos caiu para valores inferiores à fasquia dos 4% depois na divulgação de dados positivos sobre a economia portuguesa. A economia portuguesa cresceu 1,4% no conjunto de 2016, uma performance que superou tanto as expectativas dos economistas, que apontavam para um aumento de 1,3%, como a meta definida pelo próprio Governo em outubro, que era de 1,2%.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Farmacêutica Bluepharma investe 15 milhões de euros em nova unidade industrial em Coimbra

  • Lusa
  • 15 Fevereiro 2017

O novo edifício vai ser construído num terreno de 23 mil metros quadrados e deverá estar concluído dentro de três anos.

A empresa farmacêutica Bluepharma vai investir 15 milhões de euros na construção de uma nova unidade industrial em Coimbra, junto às atuais instalações, projeto que vai criar uma centena de postos de trabalho, anunciou hoje a administração.

O novo edifício vai ser construído num terreno de 23 mil metros quadrados e deverá estar concluído dentro de três anos, disse à agência Lusa o presidente Paulo Barradas Rebelo.

“Este investimento é o corolário do que temos vindo a fazer e do crescimento que temos registado”, salientou o responsável do grupo.

Segundo Paulo Barradas Rebelo, a nova unidade destina-se a aumentar a produção de medicamentos, sobretudo comprimidos e cápsulas, libertando as atuais instalações para a ampliação do Centro de Investigação e Desenvolvimento e incubadora de novas tecnologias.

O grupo farmacêutico, que completa 16 anos de atividade este mês, tem um laboratório próprio de investigação e desenvolvimento, com uma centena de investigadores, e é a primeira empresa do setor da indústria farmacêutica em Portugal com certificação integrada.

Além de se dedicar à investigação, desenvolvimento e registo de medicamentos, o grupo farmacêutico produz medicamentos próprios e para terceiros e comercializa fármacos genéricos.

O terreno onde a nova unidade vai ser construída foi adquirido ao município de Coimbra por 326 mil euros e a escritura notarial será realizada hoje. “É um projeto com um impacto muito grande para Coimbra continuar a crescer e contrariar o movimento negativo na cidade”, sublinhou Paulo Barradas Rebelo, que pretende continuar a “investir para inovar e a inovar para internacionalizar”.

A Bluepharma iniciou a sua atividade em 2001, quando um grupo de profissionais, ligados à indústria farmacêutica, comprou uma unidade industrial da alemã Bayer, com 58 trabalhadores, tornando-se, 16 anos depois, num grupo de 20 empresas que emprega cerca de 450 trabalhadores altamente qualificados.

Em 2016, ultrapassou a taxa de exportação de 85% da sua produção para mais de 40 territórios, entre os mais exigentes mercados do mundo, em particular os Estados Unidos da América, tendo sido nomeada campeã nacional nos European Business Awards 2015/2016 na categoria Importação/Exportação.

A farmacêutica de Coimbra, de capital português, produz medicamentos para mais de 100 marcas e investiu nos últimos três anos mais de 15 milhões de euros em investigação e desenvolvimento, nomeadamente nas áreas da oncologia, nanotecnologia e biotecnologia.

Além de Portugal e Estados Unidos da América, possui ainda sucursais em Espanha, Angola, Moçambique, Colômbia, Chile e Brasil.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Assembleia de credores decide liquidar património de Duarte Lima

  • Lusa
  • 15 Fevereiro 2017

Em causa estão dívidas à empresa Parvalorem, a 'holding' estatal que ficou com ativos 'tóxicos' do BPN, aos herdeiros de Tomé Feteira e ao Novo Banco.

A assembleia de credores no processo de insolvência de Duarte Lima, que integra a Parvalorem, Novo Banco e herdeiros do empresário Tomé Feteira, decidiu ontem liquidar o património do ex-deputado do PSD, avançou a Lusa.

O processo de insolvência de Duarte Lima está a decorrer no Tribunal de Comércio de Lisboa e na sessão de ontem a assembleia de credores decidiu pela liquidação do património para que fossem ressarcidos das dívidas.

Em causa, segundo a Lusa, estão dívidas à empresa Parvalorem, a ‘holding’ estatal que ficou com ativos ‘tóxicos’ do BPN, de cerca de 20 milhões de euros, aos herdeiros de Tomé Feteira de cerca nove milhões e ao Novo Banco.

Na prática, com esta decisão de liquidação de património, os credores ficam com o direito de vender todos os bens de Duarte Lima para que possam liquidar as dívidas que reclamam.

Já foi criada uma comissão de credores, formada pela Parvalorem, herdeiros de Tomé Feteira e Novo Banco, para identificar os bens do ex-deputado e vendê-los.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Lucros da Euronext crescem 14% em 2016. Dividendos sobem em linha

Os lucros da plataforma ascenderam a 197 milhões de euros em 2016, com o forte desempenho operacional a compensar a pressão sobre os volumes de negociação anunciou a Euronext.

A Euronext terminou o ano passado com um crescimento de 14% nos seus lucros, um resultado que a plataforma bolsista que reúne as bolsas de Amesterdão, Bruxelas, Londres, Paris e Lisboa atribui ao desempenho operacional que terá mais do que compensado a pressão exercida sobre os volumes de negociação.

Em comunicado, a Euronext anunciou esta quarta-feira que os seus lucros ascenderam a 197 milhões de euros, em 2016, um valor que compara com um resultado de 172,7 milhões de euros alcançado no ano anterior. A plataforma bolsista europeia explicou que a melhoria do resultado registada no ano passado se deveu a uma “disciplina de custos que resultou numa forte redução nas despesas operacionais” que permitiu reduzir o impacto negativo resultante da quebra de receitas, num período marcado pela volatilidade e pela incerteza em torno do referendo ao Brexit e das eleições nos EUA.

Foi perante este contexto que as receitas da Euronext baixaram 4,3% no ano passado, para totalizarem 496,4 milhões de euros. Em 2015, as receitas tinham ascendido a 518,5 milhões de euros, naquele que foi o melhor ano desde 2008, tanto em termos de volume de negociação como da atividade dos mercados primários. Já as despesas operacionais, excluindo depreciações e amortizações, baixaram 9,4%, para 212,5 milhões de euros, no ano passado. Um resultado que a gestora a plataforma Euronext atribui à execução do plano estratégico de redução de custos levado a cabo desde o segundo trimestre de 2016.

“Este forte foco nos custos permitiu conter o impacto da redução das receitas sobre o EBITDA, que se manteve estável em 2016, nos 283,9 milhões de euros, representando uma margem de 57,2%”, explica a Euronext.

O crescimento dos resultados verificado no ano passado, leva a Euronext a avançar com uma proposta de aumento dos dividendos a distribuir pelos acionistas na ordem dos 14,5% na próxima assembleia de acionistas que decorre a 19 de maio. Em causa estará a distribuição de um dividendo de 1,42 euros por ação. Ou seja, metade dos lucros de 2,83 euros por ação alcançados no ano passado.

“A nossa base de custos foi reduzida significativamente, e atualmente é totalmente coberta pela receita não relacionada com os volumes. Em resultado, a nossa rentabilidade e o EPS (lucros por ação na sigla inglesa) aumentou significativamente e estamos por isso numa posição de propor a aprovação na nossa assembleia geral a 19 de maio, com base na nossa política de dividendos consistente, o pagamento de um dividendo de 1,42 euros por ação, que aumenta 14,5% face ao ano passado”, afirmou Stéphane Boujnah, CEO da Euronext em comunicado.

Euronext compra Clearnet

No mesmo comunicado, Stéphane Boujnah antecipa que 2017 será um ano “crítico” para a indústria, avançando que o objetivo da empresa que gere as cinco bolsas europeias, incluindo a nacional, irá manter-se “focado na execução da agilidade no sentido da estratégia de crescimento e maximização de oportunidades que possam surgir”, tal como fizeram “com o acordo para a potencial aquisição da LCH.Clearnet”. Nesta terça-feira, a Euronext anunciou que notificou há uma semana a Autoridade da Concorrência (AdC) sobre a compra da Clearnet, atualmente designada de LCH.

A LCH.Clearnet é uma câmara de compensação com sede em Paris, França, que presta serviços de compensação para transações realizadas em plataformas de negociação e mercados de balcão (“over the counter” ou “OTC”) a nível mundial, incluindo ações, obrigações, acordos de recompra e derivados. Atualmente, a LCH pertence ao LCH.Clearnet Group, um grupo multinacional de câmaras de compensação de múltiplas classes de ativos que servem bolsas, plataformas e mercados OTC.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Revista de imprensa internacional

  • Marta Santos Silva
  • 15 Fevereiro 2017

Goldman Sachs quebra recordes com uma década, Fillon encontra mais um entrave no caminho da Presidência francesa, Trump põe pressão na NATO, e outras três notícias que marcam esta quarta-feira.

Donald Trump põe pressão nos aliados da NATO ao mesmo tempo que enfrenta ameaças internas, com a Casa Branca em xeque após a saída de um conselheiro com ligações a Moscovo. Na Europa, Fillon tem novas acusações contra a sua equipa, e o Governo de Rajoy divulga alguns pormenores da reforma de pensões que prepara. Leia aqui as seis notícias que marcam a atualidade mundial esta quarta-feira.

The Wall Street Journal

Trump pressiona aliados da NATO a gastar mais em Defesa

O Presidente dos Estados Unidos enviou representantes para a União Europeia com o objetivo de pressionarem os membros da NATO a aumentarem os seus orçamentos para a Defesa. O principal alvo desta pressão será a Alemanha, país que segundo a Casa Branca deveria aumentar a sua despesa nesta área em milhares de milhões de dólares. A vontade de Trump de que os aliados da NATO começassem a investir mais no setor militar já vem desde os dias da campanha presidencial. Leia a notícia completa no Wall Street Journal. (Conteúdo em inglês / Acesso pago)

Le Monde

Porta-voz de François Fillon suspeito de fraude fiscal

Não deixam de surgir novos entraves ao candidato da direita ao Eliseu, François Fillon, que se tem batido nas últimas semanas com revelações de que terá remunerado com dinheiros públicos a sua mulher e os seus filhos por trabalho enquanto assistentes que eles poderão não ter realizado. Agora, o mesmo jornal que tem feito as acusações anteriores a Fillon, revela que o seu porta-voz, Thierry Solère, está a ser investigado por fuga ao Fisco entre 2010 e 2013. Leia a notícia completa no Le Monde. (Conteúdo em francês / Acesso gratuito)

Financial Times

Ações da Goldman Sachs quebram recorde de dez anos

Os títulos da Goldman Sachs ultrapassaram o seu anterior recorde de 2007 esta terça-feira, para chegar a um novo pico, graças a expectativas de que a Administração de Donald Trump traga juros mais altos, impostos mais baixos e menos regulamentação, uma combinação que aumentaria os lucros do banco. Leia a notícia completa no Financial Times. (Conteúdo em inglês / Acesso pago)

 

Estadão

Citado na Lava Jato é confirmado como ministro e ganha imunidade

Moreira Franco, o novo braço direito do Governo brasileiro de Michel Temer, foi confirmado como ministro pelo Supremo Tribunal brasileiro. Citado mais de 30 vezes na Operação Lava Jato de combate à corrupção, o novo ministro passa agora a desfrutar de foro privilegiado — ou seja, só pode ser julgado pelo Supremo. Recorde-se que no ano passado a nomeação de Lula da Silva para ministro de Dilma Rousseff, em circunstâncias muito semelhantes, foi vetada pela mesma instância. Leia a notícia completa no Estadão. (Conteúdo em português / Acesso gratuito)

The Washington Post

Crise na Casa Branca entre crescentes acusações de influência russa

A saída do conselheiro de Donald Trump para a segurança nacional, Michael Flynn, por se saber agora que manteve contacto com diplomatas russos durante a campanha presidencial, não marca o fim dos problemas na Casa Branca. As relações entre Trump e o congresso de maioria republicana saem danificadas do escândalo, especialmente após informação de que o Presidente soube, durante semanas, que Flynn tinha enganado o vice-presidente acerca do conteúdo dos seus contactos com os russos antes de Mike Pence ser informado. Leia a notícia completa no Washington Post. (Conteúdo em inglês / Acesso pago)

Cinco Días

Governo espanhol prevê subir contribuições máximas e pensões máximas

“O que as pessoas querem é mais Segurança Social, não menos”, disse o secretário de Estado desse pelouro no Governo, Tomás Burgos, ao apresentar num debate as linhas gerais do plano de Rajoy de reformar o sistema de pensões espanhol. Prevê-se aumentar as contribuições máximas, o que virá obrigatoriamente acompanhado de um aumento das pensões máximas, afirmou Burgos. Leia a notícia completa no Cinco Días. (Conteúdo em espanhol / Acesso gratuito)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Montijo: o primeiro passo para o ‘Portela+1’

  • Lusa e ECO
  • 15 Fevereiro 2017

O Governo e a ANA - Aeroportos de Portugal assinam hoje um memorando de entendimento para “estudar aprofundadamente” um aeroporto no Montijo complementar ao de Lisboa, dez anos depois.

O Governo e a ANA – Aeroportos de Portugal assinam hoje um memorando de entendimento para “estudar aprofundadamente” um aeroporto no Montijo complementar ao de Lisboa, dez anos depois de ter sido equacionada a hipótese “Portela + 1”, abandonada em 2008. As companhias aéreas pedem rapidez no aumento da capacidade do aeroporto de Lisboa, mas a TAP já alertou: “está fora de questão” transferir parte da sua operação para a outra margem.

A construção de um novo aeroporto na região de Lisboa ou a existência de uma infraestrutura complementar ao Aeroporto Humberto Delgado tem estado em discussão nos últimos anos, tendo sido realizados vários estudos e analisadas diversas localizações, sendo a construção da infraestrutura em Alcochete, concelho de Alenquer, a que esteve mais próxima de se tornar realidade. Hoje é assinado o acordo de entendimento “depois do aeroporto de Lisboa ter ultrapassado os 22 milhões de passageiros em 2016, um ano de recordes de tráfego em todos os aeroportos portugueses”, segundo divulgou na segunda-feira a ANA, gerida pela VINCI Airports.

“Perante os constrangimentos que a Portela já apresenta é necessária uma solução e cabe aos decisores políticos a escolha”, disse o presidente da RENA, Paulo Geisler, em declarações à Lusa. Para Paulo Geisler, esta decisão, no entanto, “terá que ser rápida e acompanhada de medidas transitórias imediatas que permitam manter o crescimento da atividade das companhias aéreas com qualidade de serviço, entre os quais o aumento de movimentos em faixas horárias mais restritas e a otimização destas”.

TAP também vê com bons olhos a solução de um aeroporto complementar no Montijo para aumentar a capacidade do Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, mas diz “estar fora de questão” transferir parte da sua operação para a outra margem. Em declarações à Lusa, o porta-voz da empresa, André Soares, explicou que a TAP é a única companhia que opera no aeroporto Humberto Delgado no esquema de ‘hub’, isto é, como plataforma de transferência de passageiros.

“Ou seja, nós trazemos passageiros das américas e de África para a Europa, chegam a Lisboa e apanham outros voos para outros destinos na Europa, 60% do tráfego da TAP é para este tipo de passageiros”, disse. Por esta razão, para a TAP, “está fora de questão transferir parte de operação no Montijo e manter outra parte em Lisboa, porque isso não permitiria dar resposta as necessidades de tráfego da companhia”.

[Para a TAP], está fora de questão transferir parte de operação no Montijo e manter outra parte em Lisboa, porque isso não permitiria dar resposta as necessidades de tráfego da companhia.

André Soares

Porta-voz da TAP

Segundo o responsável, hoje em dia o crescimento da TAP torna-se “cada vez mais difícil” no aeroporto Humberto Delgado “por limitações várias e porque o aeroporto está muito perto do seu esgotamento”. “O aeroporto do Montijo, a confirmar-se essa possibilidade, responde” à necessidade “que existe de maior capacidade aeroportuária na região de Lisboa, uma vez que a atual infraestrutura já não tem a capacidade necessária para o atual movimento de passageiros”, referiu.

Low cost no Montijo não é discriminação

Para a RENA, que congrega vários associados, cada qual com a sua estratégia e modelo de negócio, as preocupações passam por assegurar que as infraestruturas estejam em condições de responder à procura e que o preço (as taxas) seja fixado “de forma adequada e objetiva”.

Questionado sobre se as companhias aéreas de baixo custo (low cost) se sentirão discriminadas se passarem a sua operação para a base aérea do Montijo, Paulo Geisler rejeitou essa possibilidade. “Não cremos que haja qualquer discriminação se houver opção. A decisão será sempre de cada companhia, tendo em conta o modelo de negócio (se se dedica a voos ponto a ponto ou se faz voos de ligação, se tem acordos de ‘code share’ ou não, etc.), o custo e a oferta que pretende dar aos clientes”, disse o responsável à Lusa.

É um facto que as taxas aeroportuários em Portugal, neste momento, são um obstáculo ao desenvolvimento do turismo e a RENA espera que o modelo seja revisto na sua globalidade.

Paulo Geisler

Presidente da RENA

No entanto, acrescentou, “é um facto que as taxas aeroportuários em Portugal, neste momento, são um obstáculo ao desenvolvimento do turismo e a RENA espera que o modelo seja revisto na sua globalidade”. Em termos concretos, sublinhou, “o que preocupa é saber quais os custos da opção política e quem os vai suportar (e não podem ser os passageiros atuais a pagar encargos futuros)”.

Já o presidente da Associação dos Pilotos Portugueses de Linha Aérea (APPLA) avisou que a base aérea do Montijo não poderá ser alternativa ao aeroporto de Lisboa nos voos de longo curso caso avance a desativação de uma das duas pistas do Aeroporto Humberto Delgado. O presidente do Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil afirmou, por seu turno, que a partilha de espaço aéreo com militares é “sempre um constrangimento”, mas que há soluções.

 

Opção Montijo ainda depende do impacto ambiental

 

Apesar da assinatura do memorando de entendimento, o primeiro-ministro lembrou, a semana passada, que uma decisão definitiva sobre a localização do futuro aeroporto no Montijo está condicionada à conclusão de um relatório sobre o impacto da migração de aves naquela zona.

“Temos acordado com a ANA que é necessário aprofundar o estudo relativamente à solução que aparenta viabilidade, que é a do Montijo, mas é uma viabilidade que está condicionada ainda a dados que só poderemos ter no final do ano, designadamente sobre o impacto de ser uma zona de migração de pássaros”, afirmou António Costa, no debate quinzenal.

“O resultado sobre esse impacto, sobre a migração dos pássaros, só pode estar concluído no final do ano. Não permitirá decisões definitivas até essa altura, mas permite concentrar a nossa avaliação relativamente a uma das várias soluções possíveis e ir desenvolver o trabalho nesse sentido”, afirmou ainda António Costa, sublinhando que a “segurança aeronáutica” pode conflituar com esse percurso migratório de aves, que passa pelo Montijo.

Já na quinta-feira, o ministro do Planeamento e das Infraestruturas garantiu que “não há adiamento” da parte do Governo em relação ao projeto do novo aeroporto no Montijo, quando questionado sobre as declarações do primeiro-ministro.

“Não há adiamento de natureza nenhuma, vamos dar passos próximos para o desenvolvimento do projeto. O projeto tem várias etapas e uma é exatamente aquela que, espero eu, nos próximos dias ou nas próximas semanas será dada. Em breve terão conhecimento do que se trata”, disse Pedro Marques.

 

 

Retomar um projeto dez anos depois

Em 2007, quando era ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações Mário Lino e a construção do novo aeroporto de Lisboa estava prevista para a Ota (localização inicialmente confirmada em 1999 e na qual foram gastos em estudos mais de 40 milhões de euros, segundo revelou o Tribunal de Contas em 2011), a localização da infraestrutura tornou-se um tema político incontornável.

Em novembro desse ano, a Associação Comercial do Porto (ACP), na altura liderada por Rui Moreira, atual presidente da Câmara do Porto, entregou ao Governo socialista de José Sócrates um estudo, realizado pelo Centro de Estudos de Gestão e Economia Aplicada da Católica, que analisou a construção do aeroporto na Ota ou em Alcochete e a manutenção da Portela aliada à construção de uma nova infraestrutura aeroportuária em Alcochete ou no Montijo.

Os autores concluíram que a opção mais vantajosa era a solução designada “Portela + Montijo”.

Mas, em maio de 2008, o Conselho de Ministros aprovou uma resolução que confirmou a localização do novo aeroporto internacional de Lisboa na zona do Campo de Tiro de Alcochete, seguindo as conclusões do relatório ambiental final elaborado pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), a pedido do executivo da altura.

O projeto representava um investimento de cerca de 4,9 mil milhões de euros (incluindo a construção e o valor a investir no período da concessão).

Os primeiros trabalhos chegaram a avançar, em agosto, com prospeção e sondagens no terreno, mas o novo aeroporto acabou por não avançar e a decisão foi revertida no Executivo de Pedro Passos Coelho, surgindo a hipótese de uma base militar funcionar como aeroporto complementar ao de Lisboa, designadamente o Montijo.

No Governo PSD/CDS-PP, quando era secretário de Estado dos Transportes Sérgio Monteiro, é então retomada a solução “Portela +1” e criado um grupo para avaliar a viabilidade de um aeroporto complementar, estando em cima da mesa as bases aéreas de Sintra, Alverca ou Montijo.

Mas as conclusões deste grupo de trabalho acabaram por nunca ser conhecidas até ao final da legislatura.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.