Farfetch distribui 37 milhões em ações pelos colaboradores

Unicórnio português alterou regime de incentivos aos funcionários. Vai oferecer 37 milhões de euros em ações aos seus colaboradores, numa altura que está cada vez mais perto a entrada na bolsa.

A Farfetch vai oferecer 40 milhões de dólares (37 milhões de euros) em ações da empresa a todos os 1.300 funcionários do grupo como parte do novo plano de incentivos implementado pelo primeiro unicórnio português, que deverá estrear-se em breve no mercado de capitais.

A informação foi comunicada aos trabalhadores esta quarta-feira, dia em que a medida começou a vigorar. A “Farfetch para Todos”, como se chama a iniciativa, engloba os 11 escritórios em todo o mundo, abrangendo todos os funcionários da tecnológica portuguesa, “desde o staff júnior até aos executivos”.

“Estamos muito orgulhosos das nossas conquistas e queremos premiar os colaboradores que nos ajudaram a chegar até aqui“, referiu José Neves, CEO do primeiro unicórnio português. “A cultura e os valores da nossa empresa foram construídos em torno da importância de trabalhar em conjunto e aspirar a uma visão comum. Ao lançar o ‘Farfetch Para Todos’ estamos a reforçar esta mensagem para todos os nossos colaboradores e a premiar todos os que participaram nesta caminhada, esperando atrair novos talentos que abracem estes valores enquanto olhamos para o futuro”, acrescentou.

José Neves está neste momento a preparar a entrada da Farfetch na bolsa, o que deverá decorrer ainda este ano, depois de ter nomeado em novembro do ano passado Stephanie Phair como nova CSO, diretora de estratégia da empresa. Uma informação que foi também comunicada por José Neves esta quarta-feira aos funcionários, não tendo adiantado datas, apurou o ECO.

"Estamos muito orgulhosos das nossas conquistas e queremos premiar os colaboradores que nos ajudaram a chegar até aqui. Ao lançar o ‘Farfetch Para Todos’ estamos a reforçar esta mensagem para todos os nossos colaboradores e a premiar todos os que participaram nesta caminhada, esperando atrair novos talentos que abracem estes valores enquanto olhamos para o futuro.”

José Neves

CEO da Farfetch

A Farfetch, uma plataforma online de compra de vestuário fundada em 2008 por José Neves, é a primeira startup portuguesa a atingir uma avaliação superior a mil milhões de dólares, que a torna no primeiro unicórnio português.

A empresa terá faturado mais de 800 milhões de dólares em 2016 e espera atingir os mil milhões de dólares em volume de negócios este ano.

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Fórum para a Competitividade: Subida do salário mínimo “é de uma enorme imprudência”

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 2 Fevereiro 2017

Fórum para a Competitividade diz que a evolução do salário mínimo não tem "sustentação" na realidade económica e revela "enorme imprudência" face ao "contexto internacional de incerteza agravada".

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Pedro Ferraz da Costa, presidente do Fórum para a CompetitividadeMIGUEL A. LOPES/LUSA 13 janeiro, 2015

A subida do salário mínimo “não tem qualquer sustentação na realidade económica portuguesa e é de uma enorme imprudência por ser realizada num contexto internacional de incerteza agravada”, diz o Fórum para a Competitividade.

Na sua nota de conjuntura, a associação presidida por Pedro Ferraz da Costa começa por notar que o aumento do salário mínimo “deixou de ter qualquer custo para o Estado” desde que foi substituído pelo Indexante dos Apoios Sociais (IAS) na relação com várias prestações, levando os governos a subir aquela remuneração “de forma excessiva”.

Em 2007 — primeiro ano de aplicação do IAS — a economia ainda estava “profundamente desequilibrada” e já aí existiam “sinais muito claros de os salários estarem desfasados da produtividade”, indica a nota de conjuntura. Mas mesmo assim, o salário mínimo nacional (SMN) evoluiu até aos 485 euros até 2011, o que, diz o Fórum, significou um aumento real de 15% face a uma subida de 5% da produtividade.

No final de 2014, o salário mínimo subiu outra vez, para 505 euros, e 2016 volta a marcar novo crescimento, desta vez para 530 euros. O Fórum para a Competitividade aborda este último passo, indicando que “a subida em termos reais acumulada na década anterior foi de 21%, muito superior ao aumento acumulado da produtividade, de apenas 7%”. E “como se isto não bastasse, em 2016 verificou-se uma queda da produtividade e a inflação foi inferior ao esperado, tudo apontado para que em 2017 não devesse haver qualquer alteração no SMN”, acrescenta. Mas “em vez disso, o Governo propõe novo aumento extraordinário totalmente desfasado da produtividade”, critica.

Por seu turno, o IAS ficou congelado logo em 2009, “sendo o seu valor real em 2011 inferior ao verificado em 2006”. Só aumentou este ano, em 0,5%, para 421,32 euros, nota o Fórum.

A instituição considera que “uma subida extraordinária do SMN em 2017 seria sempre perigosa porque vinha numa sucessão de aumentos significativos no passado, porque o desemprego continua elevado e porque os problemas de competitividade do país persistem (o superavit externo tem sido conseguido por uma forte contração do investimento)”. “No entanto, a conjuntura externa encontra-se recheada das maiores incertezas (Trump, Brexit, eleições na Europa), pelo que é da maior imprudência criar mais uma fonte de risco“, conclui.

Ainda no domínio dos salários, a nota refere que a inflação média no conjunto do ano subiu para 0,6%, abaixo do esperado pelo Ministério das Finanças (1,2%) e pelo Banco de Portugal (1,1%). “Isto implica que os salários reais terão subido mais cerca de 0,5% do que o contratado, o que justificaria uma correção em baixa em relação às remunerações contratadas para 2017”, acrescenta.

Trump e o protecionismo

No que toca à conjuntura internacional, parece que o mandato do novo presidente do Estados Unidos, Donald Trump, “será de forte contestação interna, sem a tranquilidade que as empresas preferem”, diz o Fórum.

Já se deram “passos nítidos de recuo do comércio livre, quer com o Pacífico, quer nas perspetivas de renegociação do NAFTA” e o responsável pelas questões comerciais, Peter Navarro, abriu “nova frente de batalha” ao “criticar o baixo valor do euro, que constituiria uma vantagem para a Alemanha”, indica a mesma nota.

O Fórum entende que a “atitude beligerante, mesmo com os mais antigos aliados” e “os contornos protecionistas da nova administração deverão ser prejudiciais à economia americana a prazo e, assim, também para o mundo como um todo, que enfrenta escassez de procura a nível global”.

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Rui Moreira: Costa é “extraordinário negociador” mas Carris vai ser bom teste

O presidente da Câmara do Porto elogiou esta quinta-feira, no ECO Talks, a capacidade de negociar do primeiro-ministro. No entanto, há tensões na geringonça que podem dificultar políticas futuras.

O autarca do Porto deixou um elogio ao ex-autarca de Lisboa. Mas os elogios não se prolongam à solução governativa que terá de provar a sua resiliência. Rui Moreira, entrevistado no ECO Talks, afirmou que a situação da Carris é “um teste bastante importante” para o acordo parlamentar das esquerdas, mais do que o foi a questão da Taxa Social Única (TSU).

O Governo tem um trunfo: “António Costa é um extraordinário negociador”, salienta o presidente do Porto, elogiando a equipa de estrategas do primeiro-ministro.

Rui Moreira no ECO Talks

As dúvidas residem na possibilidade de aplicar todas as medidas que estão na estratégia do Executivo. “As canadianas do Governo nem sempre funcionam”, atira, criticando os conflitos internos no acordo das esquerdas que levaram, com a ajuda do PSD, à queda do desconto na TSU que era a contrapartida do Governo para os patrões à subida do salário mínimo.

O maior desafio agora, afirma Rui Moreira, é a questão da municipalização da Carris, que o PCP decidiu chamar ao Parlamento. “O que está a ser anunciado sobre a Carris pode ser um teste bastante importante”, disse o autarca do Porto. É um momento que vai pôr à prova “a capacidade do Governo de empreender os desígnios estratégicos do Presidente da República e do primeiro-ministro, até que ponto é exequível no atual momento parlamentar”, explicou.

Na sua entrevista ao ECO, no formato ECO Talks, o presidente da Câmara do Porto aproveitou para propor também a implementação de uma taxa turística no Porto, uma medida que considera importante para melhor gerir o turismo na segunda maior cidade portuguesa.

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Rui Moreira: “Não há transparência na TAP”

O presidente da Câmara do Porto voltou a criticar a TAP. Para Rui Moreira, a empresa está a transformar-se numa pura parceria público-privada onde os interesses do Estado não estão a ser garantidos.

Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto, voltou esta manhã a criticar a TAP. Para o autarca, que falava no ECO Talks, que esta quinta-feira teve lugar no Porto, a empresa “não é transparente”.

Rui Moreira diz que “não há transparência, não sei quem são os gestores nem o que fazem lá”.

"Enquanto a TAP for um empresa pública, não podemos aceitar que o ministro diga que não tem nada a dizer sobre a política comercial da empresa.”

Rui Moreira

Presidente da Câmara Municipal do Porto

O autarca referiu que, “enquanto a TAP for um empresa pública, não podemos aceitar que o ministro diga que não tem nada a dizer sobre a política comercial da empresa”. Ainda assim, Moreira destacou que “a resposta está a ser dada pela população”, tendo adiantado que, “apesar de não termos os números finais do ano, sabemos que perderam quota de mercado. Acho mesmo que é atualmente o terceiro operador”.

De resto, para o presidente da Câmara, “a TAP nunca foi verdadeiramente privatizada, porque mesmo nessa altura o Estado continuou a assumir a dívida e só quando o Estado quis assumir os 50% é que falei“.

Rui Moreira, que há cerca de um ano se insurgiu contra a perda de rotas diretas a partir do Porto, deixa um alerta: “Só não quero que, se isto correr mal, sejamos nós os pagadores”. E rematou: “A exemplo do que aconteceu com os fundos estruturais, também no dossiê da TAP tive razão antes do tempo”.

Para o autarca, “a TAP está a transformar-se numa pura parceria público-privada onde os interesses do Estado não estão a ser garantidos. Não somos só nós Porto, mas também Faro e a Madeira”.

Para Rui Moreira há uma “grande híper concentração em Lisboa, com o objetivo de demonstrar o esgotamento da Portela”. E de forma irónica rematou: “Se quiserem transformar a TAP numa empresa municipal e fundi-la com a Carris…”.

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Défice? Foi com o “sacrifício do investimento”

Apesar de valorizar o controlo do défice levado a cabo por este Governo, Rui Moreira referiu que o investimento foi sacrificado. Acresce que a conjuntura internacional não vai ajudar, prevê.

Rui Moreira admite que existe otimismo em Portugal, mas há problemas que não se apagam. A começar pela conjuntura internacional: “Vivemos numa situação internacional que é muito difícil de prever e de compreender, quer no mundo quer na Europa”, referindo que as “sondagens permanentemente nos enganam” e que “tudo é uma surpresa”, exemplificando com a incerteza das eleições em França e nos Estado Unidos.

Em Portugal há, por um lado, o otimismo da população com a devolução de rendimentos, mas também há perigos. Onde? “Temos tentado controlar o défice com o sacrifício do investimento“, alertou Rui Moreira. O autarca diz existir “uma relação entre o investimento público e o investimento privado”, pelo que ambos ficam a perder com o desinvestimento do Estado. “As alterações estruturais nas empresas também não estão a correr bem”, afirmou.

“Vejo os números do desemprego a diminuir, justificados pelo consumo interno e externo, turismo”, explicou, argumentando que “é por aí que as coisas estão a funcionar”. É o caso do Porto onde, garante o autarca, não há um “esgotamento” nem a saída dos cidadãos no centro da cidade. Pelo contrário, Rui Moreira diz que a dinamização da cidade com o turismo fez com que se tornasse mais atrativa para os locais.

Já as Finanças Públicas do Porto estão de “boa saúde”. “O Orçamento é o que pode ser. Quando entrei disse que íamos ter contas à moda do Porto: contas justas, aceitáveis, que não sobrecarreguem os cidadãos. Apesar de termos reduzido o IMI, o custo da água e a derrama, o município do Porto está de boa saúde”, explica Rui Moreira. Neste momento há 30 milhões de euros de endividamento, anunciou o autarca, referindo que o serviço da dívida é 1,7 milhões de euros.

Rui Moreira assegura que a situação financeira está “perfeitamente consolidada”, o que “permite olhar para os desafios da autarquia com contas exequíveis”. Entre essas prioridades está a reformulação do Mercado do Bolhão que deve começar a ser remodelado nos próximos seis meses. Além disso, durante o mês de fevereiro vai ser lançado um concurso para o projeto de reabilitação do Matador de Campanhã. “Ainda temos muito para fazer”, garante o autarca que se vai recandidatar.

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Maria João Carioca só entra na Caixa a 6 de março

Equipa de gestão de Paulo Macedo entrou em funções esta quarta-feira, dia 1 de fevereiro. Mas Maria João Carioca, presidente cessante da Euronext, só se juntará à administração no dia 6 de março.

Maria João Carioca só entra na nova equipa de gestão da Caixa Geral de Depósitos (CGD) a 6 de março, adiantou o banco público num comunicado enviado esta quinta-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) onde informa sobre a aprovação do conselho de administração liderado por Paulo Macedo da parte do Estado.

A nova equipa de gestão da CGD entrou em funções ontem, dia 1 de fevereiro, mas ainda está incompleta. Isto sucede porque Maria João Carioca ainda não foi libertada do seu compromisso contratual com a Euronext Lisbon, que ainda não encontrou um sucessor no cargo de presidente.

Carioca pediu demissão do cargo de presidente da Euronext no dia 6 de dezembro. Ainda assim, terá de manter funções durante um período de três meses após o pedido de rescisão ou até que o empregador (a Euronext) encontre uma alternativa, algo que ainda não aconteceu até ao momento.

A nova equipa de gestão da CGD tem uma tarefa complicada pela frente. Além do plano de recapitalização no valor de 5,2 mil milhões de euros, o banco público tem em curso uma reestruturação que vai implicar a saída de trabalhadores, o fecho de agências e o abandono de alguns mercados onde opera.

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Queda dos preços dos bilhetes de avião leva a recorde de passageiros em 2016

Foram criadas mais de 700 novas rotas no ano passado e a procura no setor da aviação aumentou em 6,3%.

Os preços dos bilhetes de avião caíram uma média de 44 dólares no ano passado, o que levou a novos recordes no número de passageiros. Ao todo, 3,7 mil milhões de pessoas fizeram viagens aéreas no ano passado, segundo os dados divulgados esta segunda-feira pela Associação Internacional do Transporte Aéreo (IATA, na sigla em inglês).

“A conectividade aumentou com a criação de mais de 700 novas rotas. E uma queda média de 44 dólares nos preços dos bilhetes ajudou a tornar as viagens aéreas mais acessíveis. Como resultado, um recorde de 3,7 mil milhões de passageiros viajaram de forma segura para o seu destino”, refere Alexandre de Juniac, diretor geral da IATA, citado em comunicado.

Feitas as contas, a procura no setor da aviação aumentou em 6,3% em 2016, valor que fica bem acima do crescimento médio anual de 5,5% registado nos últimos dez anos. Já a taxa de ocupação aumentou em 0,1 pontos percentuais, fixando-se em 80,5%, outro recorde para a aviação.

As companhias aéreas europeias registaram um dos crescimentos mais baixos, de 4,8%, mas mantêm a taxa de ocupação mais alta do mundo, nos 82,8%. As transportadoras africanas têm a taxa de ocupação mais baixa, nos 67,7%.

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Rui Moreira favorável a nacionalizar Novo Banco

O país não "está em saldo", avisa o autarca do Porto, que vê a nacionalização como uma solução temporária enquanto o Novo Banco não puder ser vendido por um preço justo.

Rui Moreira vê com bons olhos a nacionalização do Novo Banco como uma solução temporária enquanto a instituição não tiver interessados que ofereçam “justa contrapartida”. Entrevistado no ECO Talks, o autarca do Porto sublinhou que o país “já não está em saldo”.

Para o presidente da Câmara do Porto, e antigo empresário, não faz sentido vender o banco sem que uma “justa contrapartida” seja oferecida. “Não acho que o país esteja em saldo”, afirmou. “Já esteve, mas já não está”.

Assim, Rui Moreira vê com bons olhos uma nacionalização que pode ser uma solução temporária ou uma integração na Caixa Geral de Depósitos, ressalvando que não deve ser “forever” (para sempre). As opções? “Manter na esfera pública, se for possível fazer o seu redimensionamento para ser integrado na Caixa Geral dos Depósitos, ou então vender”, antevê.

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Enquanto só for possível vender “por um preço negativo”, Rui Moreira preferiria adiar a privatização. Mas, acrescenta, “o Estado não tem necessidade de ter banca comercial”.

Rui Moreira junta-se assim à esquerda: Carlos César, presidente do Partido Socialista, o PCP e o Bloco de Esquerda defendem a nacionalização, tal como várias personalidades de direita como Pedro Santana Lopes e Manuela Ferreira Leite, que acreditam que nacionalizar o banco é melhor do que vendê-lo por uma má proposta.

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Pharol dispara 7% para máximos de um ano

Ações da Pharol avançam mais de 40% em 2017, depois de anos em queda. Cotada nacional acompanha valorização acentuada da brasileira Oi enquanto prossegue plano de recuperação da operadora.

Pharol está em grande destaque na bolsa nacional em 2017. Acumula já uma valorização de 44% desde o início do ano, numa altura em que a Oi, onde a empresa portuguesa é maior acionista, prossegue o seu plano de reestruturação na sequência do pedido de proteção contra credores.

As ações da Pharol, cujo principal ativo é a participação na Oi, avançam esta quinta-feira 6,81% para 0,30 euros, aquela que é a cotação mais elevada desde dezembro de 2015. Em 2015, a Pharol perdeu 24% em bolsa e segue agora a acompanhar os ganhos da Oi na bolsa brasileira, que avançam 44% em 2017 para 3,24 reais. A operadora brasileira informou esta quarta-feira o mercado que a Samba desistiu de uma ação judicial depois de ter chegado a um acordo com outros acionistas da Africatel.

A Oi encontra-se sujeita a um plano de proteção de falência desde junho, o maior processo deste género alguma vez desencadeado no Brasil. A operadora brasileira tem procurado formas de evitar a falência, nomeadamente através de um plano de recuperação judicial, numa altura em que acumula várias dívidas avultadas que ultrapassam os 19 mil milhões de euros.

Pharol vê a luz este ano

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Fonte: Bloomberg (valores em euros)

A gestão da Oi tem em cima da mesa uma proposta da Elliot Management, do multimilionário Paul Singer, que envolve uma injeção de capital no valor de nove mil milhões de reais (2,9 mil milhões de dólares) que daria uma participação maioritária àquele fundo norte-americano na operadora brasileira, segundo a Reuters. Este negócio tem a oposição da Pharol, que revelou à agência que apenas aceitará um plano de reorganização alternativo se tiver o aval da administração da Oi.

Entretanto, a Orascom, detida pelo multimilionário Naguiv Sawiris, decidiu estender o prazo de validade das sugestões para um plano alternativo de recuperação judicial da operadora brasileira Oi. Numa nota enviada aos mercados, e replicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) pela participada portuguesa Pharol, a empresa informou que as sugestões da Orascom já só expiram a 28 de fevereiro deste ano.

A proposta da Orascom é suportada pelo Grupo Sawiris, do qual é proprietário o multimilionário egípcio Naguiv Sawiris que, em conjunto com o banco Moelis & Co, apresentou uma proposta que, a avançar, deverá canalizar mais de 10 mil milhões de euros para a Oi ao longo de cinco anos. Na altura, a Oi garantiu que iria analisar a proposta “com cuidado”.

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Rui Moreira quer taxa turística no Porto

O autarca do Porto diz que o objetivo é "impedir que o turismo assuma a proporção que assumiu em Barcelona".

O presidente da Câmara do Porto admitiu hoje, no ECO Talks, que está a decorrer no Porto, que vai introduzir a taxa turística no Porto, caso seja reeleito para um segundo mandato na cidade.

Para Rui Moreira não fazia sentido a introdução da taxa neste mandato, primeiro porque não foi assunto da campanha eleitoral e segundo porque o mandato está no final.

O autarca sublinha que “este é um assunto em que existe um consenso alargado”.

Questionado sobre o que fazer com a receita resultante da taxa turística, Moreira referiu que o objetivo é impedir que “turismo não assuma as mesmas proporções que teve em Barcelona e na Mouraria, em Lisboa”. O autarca reforça ainda que “o objetivo não é fazer concorrência aos privados” e admitiu ainda que o valor da taxa “não está ainda definido”.

Rui Moreira nega contudo que o turismo esteja a expulsar os cidadãos da cidade, tendo mesmo referido que até 2011 “não havia nenhum boom do turismo” e as freguesias estavam a perder cidadãos. Aliás, para o presidente da segunda maior autarquia do país adianta que a “Câmara tem que ter uma política ativa de alojamento para garantir que os cidadãos ficam”.

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CEO da bolsa alemã investigado por abuso de informação privilegiada

Dois meses antes de a Deutsche Börse e a London Stock Exchange terem anunciado que estavam a negociar uma fusão, Carsten Kengeter comprou 4,5 milhões de euros em ações da bolsa alemã.

O Ministério Público alemão está a investigar o presidente da bolsa alemã, a Deutsche Börse, por alegado abuso de informação privilegiada. Em causa está o facto de Carsten Kengeter ter comprado ações da própria bolsa, dois meses antes de a Deutsche Börse e a London Stock Exchange, a bolsa londrina, terem anunciado que estavam em negociações para avançarem com uma fusão.

Carsten Kengeter, CEO da Deutsche Börse.
Carsten Kengeter, CEO da Deutsche Börse.Deutsche Börse

A operação de compra de ações, conta a Reuters, ocorreu em dezembro de 2015, como parte de um programa de remuneração de gestores. Ao todo, Carsten Kengeter pagou cerca de 4,5 milhões de euros nesta operação.

A suspeita dos procuradores alemães é que Kengeter já soubesse da possibilidade de uma fusão quando comprou as ações, o que, a confirmar-se, constitui abuso de informação privilegiada. “A suspeita inicial resulta das conversações entre a administração da Deutsche Börse e a London Stock Exchange, entre julho/agosto e dezembro de 2015, que se centraram na possibilidade de uma fusão entre as duas empresas e na questão de onde é que a empresa resultante iria ficar baseada”, referem os procuradores alemães, num comunicado citado pela Reuters.

Até ao momento, Kengeter ainda não se pronunciou sobre as investigações de que é alvo, mas o chairman do conselho de supervisão da Deutsche Börse, Joachim Faber, já saiu em sua defesa, dizendo que as suspeitas são “infundadas”.

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Rui Moreira: Prioridade da STCP não deve ser o défice

O Presidente da Câmara do Porto assinalou que a STCP não deve preocupar-se primeiramente com o défice. "Temos de transportar mais e melhor os passageiros", sublinha.

A STCP deve tentar transportar “mais e melhor os passageiros”, mais do que preocupar-se com o equilíbrio do défice, afirmou esta quinta-feira o presidente da Câmara do Porto. Na entrevista que deu no ECO Talks, esta manhã no Porto, Rui Moreira sublinhou que a gestão anterior da STCP tinha tentado “equilibrar o seu défice perdendo passageiros”, algo que o presidente espera que venha a mudar com a nova gestão intermunicipal.

“É possível manter as contas aumentando a eficácia. A STCP tentou equilibrar o seu défice perdendo passageiros. A nossa missão enquanto municípios tem de ser o contrário: com este défice temos de transportar mais e melhor os passageiros”, considera o autarca portuense.

Rui Moreira, entrevistado pelo publisher do ECO, António Costa, no ECO talks.
Rui Moreira, entrevistado pelo publisher do ECO, António Costa, no ECO talks.Paula Nunes/ECO

Para Rui Moreira, a prioridade deve voltar a dar aos passageiros uma sensação de fiabilidade na STCP: “Temos de recuperar a identidade e a credibilidade da empresa”, afirmou, acrescentando que os portuenses devem deixar de sentir necessidade de se deslocar de carro na cidade.

O novo modelo de gestão da STCP, que vai ser gerido pelos municípios do Porto, Matosinhos, Gaia, Gondomar, Valongo e Maia num contrato que vai durar um máximo de sete anos, deverá estar ativo a partir do final de março, afirmou o autarca, confessando que “a burocracia é terrível”. Após aprovação das várias autarquias, a proposta ainda tem de ser aprovada pelo Tribunal de Contas.

O presidente da Câmara também sublinhou a importância de ter um modelo distinto do da Carris. “A Carris é uma empresa de concelhia, funciona em Lisboa. Aqui funciona em seis municípios”, afirmou. “O Porto deve ser solidário com os outros municípios. O modelo teria de ser intermunicipal. O modelo encontrado é de gestão. A empresa continua a ser do Estado.”

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