Águas de Portugal: 85% dos ajustes diretos tem irregularidades

  • Lusa
  • 10 Maio 2017

O Tribunal de Contas fez uma auditoria onde identificou problemas de fundamentação do recurso ao ajuste direto, bem como o afastamento do princípio da concorrência entre as principais falhas.

O Tribunal de Contas (TdC) fez uma auditoria à contratação pública por ajuste direto feita pela Águas de Portugal (AdP) e concluiu que “85% dos processos examinados apresentam irregularidades e insuficiências“.

Num relatório de auditoria publicado hoje, o TdC indica que, “na sequência de um pedido da Assembleia da República”, foram examinados 81 processos de contratação pública por ajuste direto de 23 empresas do grupo AdP, “correspondentes a 9,7 milhões de euros”.

Na auditoria, “concluiu-se que 85% dos processos examinados apresentam irregularidades e insuficiências quanto à fundamentação das decisões de contratar e/ou de escolha do procedimento e/ou de adjudicação”.

As principais irregularidades dizem respeito à “fundamentação do recurso ao ajuste direto e ao afastamento do princípio da concorrência“, segundo o TdC, que destaca também “a preterição de formalidades legais, a ausência de despachos/deliberações ou sua existência com aprovação por órgãos incompetentes, a ausência de requisitos legalmente exigidos para as peças processuais e a inexistência de fundamentações legalmente exigidas”.

Quanto ao não cumprimento do princípio da concorrência, o TdC destaca “o caso extremo da contratação reiterada, há mais de 15 anos, de uma mesma empresa para a prestação de assessoria informática“.

O TdC refere que se trata de uma situação que se deve a “uma contratação inicial que não acautelou o interesse do grupo AdP, favorecendo a contratação sistemática da mesma empresa em prejuízo claro daquele princípio e do interesse público”.

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Concurso para eletrificar Linha do Douro até à Régua lançado este mês

  • ECO e Lusa
  • 10 Maio 2017

A eletrificação da Linha do Douro deverá estar concluída até 2020, segundo o ministro Pedro Marques.

O ministro do Planeamento e Infraestruturas, Pedro Marques, avançou esta quarta-feira que o concurso para a eletrificação da linha ferroviária do Douro até à Régua, no troço Marco-Régua, será lançado este mês.

“A Infraestruturas de Portugal (IP) vai lançar os concursos para os projetos de eletrificação da Linha do Douro até à Régua este mês”, disse o ministro Pedro Marques, na comissão parlamentar de Economia, Inovação e Obras Públicas. A obra será concretizada no âmbito do Plano Ferrovia 2020.

"A Infraestruturas de Portugal (IP) vai lançar os concursos para os projetos de eletrificação da Linha do Douro até à Régua este mês.”

Pedro Marques

Ministro do Planeamento e das Infraestruturas

Em curso está o troço Marco-Caíde, mas o lançamento deste novo concurso para o troço Marco-Régua chegou a ser anunciado para janeiro.

Já em março, Pedro Marques disse que a eletrificação da Linha do Douro deverá estar concluída até 2020, apesar de ser um trabalho tecnicamente “muito complexo”.

“Está entre as nossas prioridades, tendo sido uma decisão já deste Governo prolongar a eletrificação até à Régua, e estamos nesta fase a elaborar os estudos e projetos para concluir essa eletrificação no âmbito do Portugal 2020“, afirmou na altura, quando explicou que a eletrificação é um trabalho complicado porque envolve o rebaixamento de vias e túneis.

A eletrificação da Linha do Douro, pelo menos até à Régua, é uma reivindicação antiga do Douro e assumida também pelas operadoras especializadas em cruzeiros de um dia, que utilizam o comboio como meio de transporte complementar ao barco.

Ritmo de pagamento dos incentivos às empresas duplicou

Na mesma audição, Pedro Marques frisou que o ritmo de pagamento de incentivos às empresas duplicou no primeiro trimestre deste ano, tendo sido pagos 710 milhões de euros até ao final de março.

“Atingimos até ao final de março 710 milhões de euros de incentivos pagos às empresas, o que se encontra 86% acima do realizado no período homólogo do QREN” (Quadro Estratégico de Referência Nacional), disse o ministro.

"Atingimos até ao final de março 710 milhões de euros de incentivos pagos às empresas, o que se encontra 86% acima do realizado no período homólogo do QREN.”

Pedro Marques

Ministro do Planeamento e das Infraestruturas

Pedro Marques justificou este desempenho com a “grande aceleração” dos pagamentos às empresas no Portugal 2020, “pois o ritmo de pagamentos às empresas, que no ano passado já era elevado, foi duplicado no primeiro trimestre deste ano, atingindo os 78 milhões de euros de média mensal”.

“Estamos a pagar com normalidade, duplicámos [o ritmo] neste trimestre, face ao período homólogo, estamos a pagar 78 milhões de euros por mês”, reforçou.

O ministro deu ainda conta de que mais de 75% dos pagamentos efetuados “correspondem a despesa já realizada” e afirmou que isto “contrasta com o que sucedeu” no período homólogo do QREN, “em que só 41% dos pagamentos representavam despesa realizada”.

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Governo aceita discutir aumento da derrama estadual sobre empresas com mais de 35 milhões de lucro

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 10 Maio 2017

PCP avançou com a proposta. António Costa afirma que está disponível para discutir.

O PCP quer aumentar a derrama estadual em empresas que apresentam maiores lucros e o Governo garante que está aberto a equacionar a medida.

“Estamos disponíveis para considerar todas as propostas designadamente a proposta no quadro da derrama”, afirmou o Primeiro-Ministro no debate quinzenal, em resposta a Jerónimo de Sousa.

O secretário-geral do PCP tinha proposto, pouco antes, “um aumento da derrama estadual sobre as empresas com mais de 35 milhões de euros de lucros”. Isto para corrigir aquilo que considera ser “a injustiça resultante do benefício fiscal usufruído por estas grandes empresas no âmbito da reavaliação de ativos e PERES [Plano Especial de Redução do Endividamento ao Estado]”.

António Costa explicou depois que o regime de reavaliação de ativos não foi uma medida de “última hora”, acrescentando que pretendeu contribuir para a melhoria dos balanços das empresas e do acesso a condições de financiamento e investimento. E isso implicava um incentivo, adiantou ainda, salientando que são esperados impactos positivos.

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Sabe onde foram usados os fundos do Portugal 2020?

Empresas, escolas, estágios, bolsas, centros de saúde... São muitos (14 mil) os projetos apoiados pelo Portugal 2020. Saiba quais.

Dos 25,79 mil milhões de euros que Portugal tem disponíveis até 2020 já foram colocados a concurso 57%, ou seja, 14,7 mil milhões de euros (excluindo os 2,4 mil milhões destinados a estratégias de desenvolvimento territorial), revela o último relatório trimestral do Portugal 2020, referente a 31 de março.

Ou seja, já foram abertos 1.355 concursos, sendo que já só estão 190 abertos neste momento. Então o que é que isto significa em termos práticos no terreno? Significa, por exemplo que já foram apoiadas 12 mil empresas, das quais mil são novas ao nível dos sistemas de incentivos. O domínio da competitividade e internacionalização conta já com cerca de 5,3 mil milhões de euros disponibilizados para financiamento de investimentos.

 

Por outro lado, há mais de 1,4 mil milhões de euros aprovados no âmbito do sistema de educação. O mesmo relatório revela que os apoios aprovados nas áreas da educação ascendem a 12% do total e da ciência a 9% dos fundos aprovados. Isto reflete-se, por exemplo, no apoio a 66 mil bolsas.

Estes projetos determinam que os pagamentos do Fundo Social Europeu tenham registado um acréscimo de 215 milhões de euros no primeiro trimestre. O que faz deste fundo aquele que regista o segundo maior aumento em termos de pagamentos. O primeiro é o Feder com um aumento de 318 milhões de euros de pagamentos. O domínio do emprego viu aprovados projetos no valor de 750 milhões de euros que foram usados, por exemplo, para financiar mais de 45 mil estágios.

Ao nível do território, os fundos ajudaram a intervir em mais de 48 quilómetros de costa ou mais de 100 quilómetros de rede contra os incêndios. Os fundos aprovados no domínio da sustentabilidade e eficiência no uso de recursos ascendem a 1,2 mil milhões de euros.

Finalmente, de destacar as verbas usadas ao nível da agricultura. Do investimento executado, o desenvolvimento rural é aquele que regista a maior
concentração com 1.162 mil milhões de euros.

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Petróleo supera os 50 dólares após queda das reservas nos EUA

As reservas de petróleo caíram pela quinta semana consecutiva, para níveis inferiores ao esperado pelos analistas.

A cotação do “ouro negro” acelera os ganhos que tem vindo a registar nesta sessão, à boleia da quinta queda semanal das reservas de crude nos Estados Unidos. Os preços do barril de petróleo valorizam perto de 3% nos dois lados do Atlântico, com o Brent londrino a superar novamente da barreira psicológica dos 50 dólares.

A cotação do Brent, matéria-prima que serve de referencia para as importações nacionais segue a valorizar 2,63%, para os 50,03 dólares, em Londres. Já o par em nova-iorquino, o crude, acelera 2,94%, para os 47,23 dólares por barril.

Preço do barril de petróleo na última semana

Fonte: Bloomberg

 

A forte subida das cotações acontece após a divulgação de dados governamentais que apontam para que as reservas norte-americanas de petróleo recuaram pela quinta semana consecutiva. Na última semana, os inventários de crude baixaram em 5,25 milhões de barris, para se situarem nos 522,5 milhões de barris.

A quebra registada representa mais do dobro face aos dois milhões de barris que os analistas sondados pela Bloomberg antecipavam. A contribuir ainda para a pressão altista das cotações do “ouro negro” está o anúncio de que as refinarias reduziram o processamento de crude pela segunda sessão consecutiva.

As cotações do petróleo recuperam assim terreno, depois de no final da semana passada terem baixado para níveis anteriores ao acordado OPEP, perante os sinais negativos relativamente à eficácia do cartel em conseguir reequilibrar o mercado mundial de petróleo.

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Segurança Social: Costa convoca PSD a discutir financiamento

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 10 Maio 2017

Primeiro-Ministro garante que a estratégia do Governo "não assenta nos baixos salários" e na "limitação de direitos".

O primeiro-ministro chamou hoje o PSD a debater novas formas de financiamento da Segurança Social, dizendo que este é um debate para o qual todos estão convocados.

A questão da sustentabilidade da Segurança Social foi trazida ao debate quinzenal por Luís Montenegro, do PSD, que recordou as palavras do ministro do Trabalho, quando recentemente abordou a possibilidade de introduzir novas fontes de financiamento. Em resposta, António Costa começou por elogiar a reforma levada a cabo há uma década, também por um governo socialista, frisando que esta foi afetada sobretudo pelo impacto da “hiperausteridade”. E disse que a imigração, a destruição de emprego e a redução de salários “foram o mais forte ataque” à sustentabilidade do sistema.

A primeira condição para reverter a situação passa pela recuperação de emprego e de rendimento, adiantou ainda, referindo que as receitas da Segurança Social estão a crescer 5,5%. A Segurança Social tem de ter novas formas de financiamento que “não dependam exclusivamente do trabalho de forma a assegurar a sua sustentabilidade e para isso todos estamos convocados e naturalmente o PSD também está”, afirmou António Costa.

Mais tarde, e respondendo desta vez à deputada Assunção Cristas, o Primeiro-Ministro disse mesmo que gostava de ouvir uma “ideiazinha” do CDS sobre a matéria.

O CDS queria saber exatamente o que está na mesa, questionando qual é o “imposto que vai aumentar” e que impacto terá na criação de emprego. António Costa garante que o assunto será debatido, porque o financiamento do regime não pode recair apenas sobre o trabalhador e a entidade patronal “em função do contrato de trabalho”.

Na sua intervenção inicial, o primeiro-ministro já tinha garantido que a estratégia do Governo “não assenta nos baixos salários” e na “limitação de direitos” e deu como exemplo os dois mais recentes aumentos do salário mínimo, atingindo agora os 557 euros.

Sobre isto, o PSD notou que o número de pessoas a receber o salário mínimo tem vindo a aumentar e já ultrapassa “um milhão”. Luís Montenegro entende ainda que os resultados positivos do emprego também refletem as reformas do Executivo anterior e salientou que as reformas estruturais “produzem resultados e não devem ser abandonadas”.

Mas António Costa preferiu notar a criação de 150 mil postos de trabalho num ano, salientando que estes resultados surgem num cenário em que o Governo atual fez o contrário do preconizado pelo anterior Executivo, nomeadamente aumentando o salário mínimo. O rendimento do trabalho no conjunto da sociedade aumentou cerca de 2%, adiantou ainda.

(Notícia atualizada às 16h08)

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Comey é despedido. Wall Street despede-se do otimismo

  • ECO
  • 10 Maio 2017

O despedimento de Comey, chefe do FBI, ordenado por Trump, faz crescer a incerteza quanto às políticas expansionistas que demoram a chegar. Resultados de grandes empresas também desapontam.

Após a estabilidade dada pela vitória de Macron nas eleições francesas, a incerteza volta à bolsa norte-americana e os investidores retraem-se. Receia-se que o despedimento de Comey, chefe do FBI, possa traduzir uma falta de foco do Presidente nas políticas expansionistas para os EUA. A agravar estão os resultados, abaixo das expectativas, de algumas grandes empresas, com destaque para a Walt Disney.

Wall Street abriu em queda. Os três principais índices situam-se no vermelho, sendo o industrial Dow Jones, no qual a Walt Disney está cotada, aquele que regista a maior quebra, de 0,31% para os 20.909.71 pontos. Segue-se o S&P 500, cuja queda de 0,1% se traduz em 2396.92. O Nasdaq apresenta uma queda mais ligeira, de 0,02%, para os 6119,54 pontos.

Os analista Richard Perry, da Hantec Markets aponta para os movimentos dos mercados como prova da “cautela” perante um “presidente imprevisível”. Mathew Peterson, da LPL Financial afirma que o maior problema está no “efeito que isto terá na agenda de Trump” relativamente à reforma nos impostos, que tem vindo a ser anunciada e adiada. “Os mercados estão realmente à espera de cortes. Ainda sentimos que é uma questão de quando, não uma questão de se. Mas qualquer pensamento de que isto pode ser adiado para 2018 é negativo para os mercados”.

Por outro lado, gigantes da economia americana, como a Priceline, Disney, Fossil e a Yelp apresentaram resultados abaixo das expectativas, o que não contribui para o otimismo. As ações da Disney já se encontravam em queda na ordem dos 2,4% antes da abertura dos mercados.

Trump ordenou o despedimento de James Comey, chefe do FBI, que estava recentemente encarregue de investigar a possível influência da Rússia nas últimas presidenciais, nas quais Trump foi eleito presidente. O motivo avançado para o despedimento é o desagrado de Trump perante a forma como Comey lidou com o escândalo de e-mails à volta da candidata e adversária, Hillary Clinton.

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Banca resolve mais casos de incumprimento fora dos tribunais

Os bancos aceitaram mais processo para regularização de incumprimento por via extrajudicial. Receberam mais, mas também concluíram mais processos, na sua maioria com os clientes a saldarem a dívida.

O Banco de Portugal notou um aumento do número de processos iniciados pelas instituições de crédito no âmbito do Procedimento Extrajudicial de Regularização de Situações de Incumprimento (PERSI). Mais processos, por dívidas com um valor quase ascende a quase cinco mil milhões de euros, num ano em que também houve uma maior eficácia na sua resolução.

“No ano de 2016, as instituições de crédito iniciaram um total de 718.479 processos PERSI que incidiram sobre 523 825 contratos de crédito. Os contratos de crédito integrados no PERSI apresentavam um montante total em dívida de cerca de 4,9 mil milhões de euros e um rácio de incumprimento de 6,2%”, diz o Relatório de Supervisão Comportamental.

“Cerca de 85% dos contratos de crédito integrados no PERSI estavam enquadrados no regime do crédito aos consumidores e 15% eram contratos de crédito hipotecário”, nota o Banco de Portugal. “Embora em menor número, os contratos de crédito hipotecário representaram cerca de 81% dos montantes totais em dívida nos contratos de crédito abrangidos pelo PERSI“, remata.

O regulador nota que a eficácia dos bancos na resolução destes processos aumentou. “A eficácia dos processos PERSI conduzidos pelas instituições de crédito, medida pelo rácio de processos concluídos com a regularização das situações de incumprimento, registou um aumento no segmento do crédito aos consumidores”, refere.

“Embora este aumento tenha sido sobretudo impulsionado pelo pagamento dos montantes em mora, assinala-se um acréscimo significativo do número de processos PERSI relativos a contratos de crédito aos consumidores concluídos na sequência de acordo entre os clientes bancários e as instituições de crédito“, acrescenta. “No segmento do crédito hipotecário, a percentagem de processos concluídos com a regularização das situações de incumprimento manteve-se relativamente estável face a 2015”.

“A renegociação dos termos e condições dos contratos de crédito continuou a ser a principal solução acordada entre as instituições de crédito e os clientes bancários para regularizar as situações de incumprimento, com outras soluções possíveis, como a consolidação de créditos ou o refinanciamento da dívida, a terem um peso pouco significativo”.

Já nos processos PERSI relativos a contratos de crédito hipotecário, as soluções acordadas passaram com maior frequência pela introdução de períodos de carência de capital e/ou juros, enquanto no segmento do crédito aos consumidores as soluções mais adotadas foram o diferimento de parte do capital para a última prestação e o alargamento do prazo do contrato.

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Costa aceitou ponderar tudo, menos as 20 estações de metro sugeridas por Cristas

  • Margarida Peixoto
  • 10 Maio 2017

O Governo regressou esta quarta-feira à Assembleia da República para mais um debate quinzenal. O primeiro-ministro escolheu falar sobre políticas de emprego, mas houve outros temas quentes.

O primeiro-ministro esteve esta quarta-feira na Assembleia da República para mais um debate quinzenal. António Costa quis falar de políticas de emprego — o tema já estava na ordem do dia, depois de o Instituto Nacional de Estatística (INE) ter revelado que a taxa de desemprego caiu para 10,1% no primeiro trimestre de 2017.

Contudo, houve outros temas quentes na agenda, com propostas concretas, por exemplo, por parte do PCP — aumentar a derrama estadual para empresas com lucros acima de 35 milhões de euros — e do PAN — aumentar o número de psicólogos no Serviço Nacional de Saúde. Costa foi-se mostrando disponível para considerar as várias sugestões e convocou até o PSD para pensar sobre fontes alternativas de financiamento da Segurança Social.

Só não se mostrou disponível para aumentar o alargamento das linhas do Metro de Lisboa para além do que já foi anunciado, antes de ter financiamento assegurado. Mesmo que Assunção Cristas tenha defendido que é preciso “ambição” e que quer “20 novas estações de Metro”.

O PSD, pela voz de Luís Montenegro, criticou o Executivo pelo tipo de empregos que estão a ser criados, notando que o número de trabalhadores a receber o salário mínimo tem vindo a aumentar, sendo já superior a um milhão. Costa argumentou que este aumento se deveu sobretudo à subida do salário mínimo, e não à redução dos rendimentos dos trabalhadores. Aliás, o primeiro-ministro garantiu que o rendimento do trabalho aumentou 2%.

O ECO já fez a prova dos 9 à questão do aumento do número de trabalhadores a receber salário mínimo. Pode revê-la aqui.

Sobre o tema da dívida pública, Luís Montenegro acusou o Governo de querer “deitar a mão” às reservas do Banco de Portugal. Mas o primeiro-ministro defendeu que o líder da bancada dos social-democratas confundiu reservas com provisões. Quem aproveitou a deixa foi Catarina Martins, coordenadora do Bloco de Esquerda, que fez questão de distinguir que as provisões resultam dos proveitos, “dos lucros” que o Banco de Portugal “faz com a dívida pública”.

Tanto o BE como o PCP frisaram que o Governo precisa de ir mais longe na defesa dos trabalhadores precários e na defesa do Estado Social. E quando Costa notou que o mais importante era encontrar as condições para que a direita não recuperasse o poder de reverter as medidas que estão a ser tomadas, Catarina Martins deixou um aviso: “Não há uma alteração significativa na resposta do Estado social.”

O plano de encerramento de balcões da CGD também esteve presente no debate, pela mão do PCP, mas Costa recusou interferir na gestão direta da administração do banco público. Em causa está o fecho da agência de Almeida, mas não só, diz a esquerda.

O ECO acompanhou o debate em direto. Veja o essencial em baixo.

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“Demasiado cedo para declarar sucesso” da política monetária

  • Rita Atalaia
  • 10 Maio 2017

O crescimento está a acelerar, mas os preços ainda não dão sinais de recuperação. Este cenário mantém Draghi cauteloso. O presidente do BCE defende que ainda é cedo para falar de redução de estímulos.

Mario Draghi reconhece que o crescimento da zona euro está mais forte. Mas o presidente do Banco Central Europeu (BCE) também defende que é demasiado cedo para se afirmar que a política monetária foi “bem-sucedida”. O responsável europeu continua cauteloso, numa altura em que o crescimento dá sinais de recuperação, mas os preços ainda não estão a acelerar.

“A recuperação económica passou de estar frágil e desigual para uma recuperação firme e generalizada“, afirma Mario Draghi numa audição no Parlamento holandês, citado pela Bloomberg. No entanto, o presidente do BCE acrescenta que “ainda é demasiado cedo para declarar o sucesso” da política monetária. Ainda há trabalho a fazer, refere o responsável europeu.

Os responsáveis do BCE estão a ponderar se e como vão comunicar uma saída gradual dos estímulos. Apesar de a economia estar a crescer de forma estável, ainda não há sinais de aceleração dos preços. A inflação é principal indicador para onde o banco central olha quando tem de tomar decisões de política monetária.

Na segunda-feira, Yves Mersch, um dos responsáveis do BCE, disse que o banco central está prestes a descrever os riscos para a recuperação como “equilibrados de forma generalizada” — palavras que podem ser interpretadas como um sinal de redução dos estímulos. Mas Draghi mantém-se mais cauteloso. “Os dados confirmam que a recuperação cíclica da economia da Zona Euro está cada vez mais forte e que os riscos diminuíram”, afirma. No entanto, acrescenta, a inflação continua contida.

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Estado pouparia até 4,5 mil milhões com fim dos “cartéis” na contratação pública

  • Lusa
  • 10 Maio 2017

O fim dos "cartéis" na contratação pública representa uma poupança potencial de até 4,5 mil milhões de euros, "próxima do défice público nacional", disse a presidente da Autoridade da Concorrência.

A presidente da Autoridade da Concorrência (AdC) afirmou esta quarta-feira que a “luta contra os cartéis” na contratação pública pode permitir poupar entre 1,8 a 4,5 mil milhões de euros por ano.

“De acordo com as nossas estimativas, a promoção da concorrência e a luta contra os cartéis na contratação pública pode representar poupanças entre 10% a 25% da despesa total”, afirmou Margarida Matos Rosa, salientando que o valor mais alto deste intervalo [4,5 mil milhões de euros] representa “uma poupança próxima do défice público nacional”.

Embora ressalvando tratar-se apenas de estimativas, a presidente da AdC — que falava na sessão de abertura da conferência anual da Rede Internacional da Concorrência (ICN), que de hoje a sexta-feira reúne 600 participantes de 100 países no Porto — destacou que estes números “ilustram bem o significado das poupanças potenciais que a concorrência pode trazer aos consumidores e contribuintes”.

Salientando o “papel essencial” que a política de concorrência desempenha “no desenvolvimento económico e no bem-estar dos consumidores”, a presidente da AdC referiu a importância de “acompanhar a evolução” económica e social decorrente da globalização e destacou o papel da ICN — que reúne mais de 130 membros pertencentes a mais de 120 jurisdições — na cooperação internacional na área da concorrência.

"De acordo com as nossas estimativas, a promoção da concorrência e a luta contra os cartéis na contratação pública pode representar poupanças entre 10% a 25% da despesa total.”

Margarida Matos Rosa

Presidente da Autoridade da Concorrência

Em Portugal, disse, desde a sua criação como entidade independente em 2003, a AdC já investigou “cerca de 190 casos de práticas restritivas da concorrência, tendo já proferido cerca de 35 decisões condenatórias e aplicado coimas no valor de milhões de euros”. “No que respeita ao controlo de operações de concentração, até hoje, a Autoridade adotou 840 decisões, seis das quais de proibição de operações de concentração, e 36 decisões de não oposição com compromissos”, avançou.

Paralelamente, acrescentou Margarida Matos Rosa, a AdC tem realizado estudos de mercado e opiniões e recomendações “destinadas a promover a concorrência em setores-chave da economia, incluindo profissões liberais”, estando em 2017 a “intensificar a atividade de investigação, com especial enfoque nos cartéis”. “Melhorar o Programa de Clemência é também um dos nossos objetivos. A título de exemplo, realizámos seis vezes mais diligências de busca e apreensão em comparação com anos anteriores, sempre com base em fortes indícios de conduta ilícita”, sustentou.

Também presente na sessão de abertura da conferência internacional, o ministro da Economia abordou igualmente a questão da transparência na contratação pública, destinada a “trazer transparência” e a “evitar a escolha dos mais fortes”, mas cujas regras por vezes “deixam de fora do mercado pequenos fornecedores, diminuindo a concorrência”.

“Uma muito clara, burocrática e bem regulada contratação pública pode evitar distorções sistemáticas da concorrência, mas também pode evitar a inovação e aspetos inovadores que não podem constar do concurso da contratação pública, mas têm que ser negociados diretamente com as empresas, distorcendo assim as regras da contratação pública. Como podemos lidar com ambas as coisas é um desafio, como podemos lidar com elas com transparência é outro desafio”, afirmou Manuel Caldeira Cabral.

Salientando que a promoção da concorrência é fundamental “para garantir preços justos e qualidade aos consumidores, mas também para a criação do emprego e para estimular o crescimento”, o governante considerou que a concorrência “tem também um papel chave para desenvolver a inovação, os avanços tecnológicos e o crescimento económico”. Neste contexto, disse, é hoje indiscutível em Portugal “a independência da Autoridade da Concorrência”, que é “algo que o Governo respeita, promove e do qual está orgulhoso”.

“Isto é muito importante para dar confiança aos investidores, assegurar preços justos aos consumidores, promover empregos e evitar que a falta de concorrência na cadeia de valor seja injusta para as pequenas e médias empresas e para os novos competidores que queiram entrar no mercado”, sustentou.

De acordo com o ministro, os avanços tecnológicos permitiram “levar a concorrência a novas áreas, onde falhas do mercado tinham conduzido, em alguns casos, à criação de monopólios públicos ou naturais”, como é o caso do fornecimento de eletricidade e das telecomunicações.

Como “desafio” para as autoridades da concorrência Caldeira Cabral apontou a redução das “falhas na regulação” – seja por estar incompleta ou por ser demasiado estável ou instável – porque “em muitos casos uma má ou ineficiente regulação vai afetar a concorrência, a constância do mercado, novas entradas no mercado e a entrada de novas tecnologias”.

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Disney menos animada: lucros ficam abaixo do esperado

  • ECO
  • 10 Maio 2017

O canal desportivo ESPN é o vilão. A descida nos lucros do canal preocupa os investidores e abafa os bons resultados das restantes divisões.

A Walt Disney não conseguiu um final feliz: os lucros do primeiro trimestre ficaram abaixo das estimativas dos analistas, com um crescimento “modesto”. O enredo sofreu com os problemas do canal ESPN, cujos custos continuam a aumentar enquanto o número de espetadores diminui.

A Disney já tinha avisado que o crescimento deste ano seria “modesto”. Ficou-se pelos 3% — 13 mil milhões. As ações subiram em relação ao período homólogo, mas os receios dos investidores em relação ao canal ESPN confirmaram-se e colocam-no no nó da intriga: os lucros desceram 3%, totalizando 4,06 mil milhões — abaixo da previsão de 4,2 mil milhões dos analistas. Nas horas que se seguiram ao anúncio dos resultados, o valor das ações caiu na ordem dos 1,5%.

O canal desportivo continua a perder subscritores para o vídeo online enquanto os custos de transmissão dos jogos sobem, uma imposição das ligas desportivas. Os lucros com anúncios publicitários cresceram 5%, mas ficam aquém da concorrência e beneficiam de jogos que não foram transmitidos no mesmo período no ano anterior: de outra forma, teriam caído 1%.

A Disney anunciou medidas para mudar o rumo da história. A empresa vai apostar no envio personalizado de resultados de jogos e vídeos das equipas favoritas dos subscritores através da aplicação para telemóvel do ESPN. Este ano vai ainda ser lançada uma versão da oferta desportiva exclusiva para o online.

Fora das quatro linhas do ecrã, a animação continua. Espera-se que sejam os parques temáticos a fazer magia: até 2021, prevê-se que sejam responsáveis por dois terços do crescimento da Disney. A divisão disparou 20% para os 750 milhões apoiada no novo resort da Disney em Xangai, que abriu em junho. No final de maio está ainda agendada a abertura da atração “Pandora — the World of Avatar” vai abrir em Orlando, nos Estados Unidos.

O filme “A Bela e o Monstro” veio também embelezar as contas. Foi o único lançamento do primeiro trimestre, mas fez os lucros da divisão dispararem para os 656 milhões de dólares, um crescimento de 21% apoiado nos 1,19 mil milhões de receitas do filme.

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