PSD acompanha Governo: Dijsselbloem tem de sair

  • Margarida Peixoto
  • 22 Março 2017

O líder dos social-democratas, Luís Montenegro, condenou esta quarta-feira as declarações de Jeroen Dijsselbloem, presidente do Eurogrupo, sobre os países do sul da Europa.

Luís Montenegro, deputado do PSD, juntou-se à posição do Governo e pediu que Jeroen Dijsselbloem saísse da presidência do Eurogrupo.Paula Nunes / ECO 22 março, 2017

O líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, condenou esta quarta-feira as declarações de Jeroen Dijsselbloem, presidente do Eurogrupo, sobre os países do sul da Europa. Para o social-democrata, as afirmações de Dijsselbloem foram “impróprias” e o responsável europeu deve sair. O maior partido da oposição acompanha assim a posição assumida pelo Governo português.

Para Luís Montenegro, Dijsselbloem teve um discurso “impróprio, indigno e inaceitável”. O líder da bancada parlamentar do PSD considerou as declarações do presidente do Eurogrupo como “graçolas de mau gosto” que “não se coadunam com a dignidade dos cargos”, seja na forma, seja no conteúdo, frisou, garantindo que o PSD não aceita “que se despreze o esforço dos portugueses”. Montenegro intervinha no debate quinzenal com o primeiro-ministro, na Assembleia da República.

Por isso, Luís Montenegro junta-se ao coro de vozes que pede consequências: “Quem não respeita isto, nem na forma, nem no conteúdo, só tem um caminho e o caminho é ir embora.”

Também o Governo português e o ministro das Finanças italiano já defenderam que Dijsselbloem deve abandonar a liderança do Eurogrupo. Aliás, perante os deputados, o primeiro-ministro António Costa repetiu as acusações de “sexismo” e xenofobia a Dijsselbloem. A comissária para a Concorrência, Margrethe Vestager, também criticou as declarações de Dijsselbloem. Esta não parece ser, contudo, a vontade do líder europeu.

Em causa estão declarações de Jeroen Dijsselbloem, em entrevista a um jornal alemão, publicada segunda-feira. “Como social-democrata, atribuo excecional importância à solidariedade. [Mas] também há obrigações. Não se pode gastar o dinheiro todo em álcool e mulheres e depois pedir ajuda”, disse o responsável.

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A diáspora dos banqueiros de Londres para Dublin

  • ECO
  • 22 Março 2017

A capital irlandesa surge como a melhor cidade para os banqueiros do Standard Chartered, Barclays e Bank of America relocalizarem os seus escritórios, apesar dos elevados impostos ao rendimento.

Pouco mais de vinte e quatro horas depois de a primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, ter anunciado que iria iniciar o processo de divórcio entre o seu país e a União Europeia, os grandes bancos em Londres arregaçaram as mangas e começaram a preparar a saída, que já tinham vindo a planear discretamente há meses, avança a Bloomberg.

A agência também cita esta quarta-feira um estudo da Movinga, uma companhia alemã de deslocações de empresas e indivíduos, que averiguou as condições de 15 cidades diferentes para onde os banqueiros do Reino Unido, e outros profissionais que se vejam afetados pelo Brexit, podem deslocar os seus negócios.

Dublin surge como o melhor destino para os banqueiros escaparem ao Brexit, de acordo com o estudo da Movinga. Embora a Irlanda tenha alguns dos mais elevados impostos sobre o rendimento, de 52%, há benefícios claros em ser o único país da União Europeia com o inglês como língua-mãe, à parte do Reino Unido. Além disso, alugar um apartamento em Dublin é bastante mais barato do que em Paris, Frankfurt ou no Luxemburgo, adiantou a Movinga no seu site.

O inquérito não analisou apenas a língua nativa das cidades e países ou os seus impostos. Também incluiu variáveis como o número de restaurantes premiados com estrelas Michelin, o número de lojas da Burberry ou o custo médio de uma sessão de cocktails numa saída à noite.

“Toda a gente fala de cidades como Paris e Frankfurt estarem a preparar-se para receberem um fluxo de profissionais da banca devido ao Brexit, mas outras cidades como Dublin, Valeta, Luxemburgo ou Amesterdão podem vir a estar mais bem preparadas para satisfazerem as necessidades desses profissionais e fazerem-nos sentirem-se em casa”, explicou Finn Hänsel, diretor da base da Movinga em Londres, à Bloomberg.

Esta foi a lista elaborada a partir do estudo da Movinga:

A diáspora dos banqueiros para Dublin

Os bancos britânicos vão dar início à diáspora logo depois de a primeira-ministra Theresa May iniciar as negociações, apontadas para começarem já na próxima quarta-feira, 29 de março, para a saída do país da União Europeia, que se vão estender ainda durante dois anos.

Dublin tem vindo a surgir como o destino de preferência de bancos britânicos como o Standard Chartered Plc, o Barclays Plc e o Bank of America Corp para relocalizarem os seus escritórios. No entanto, a Movinga revela que outras instituições internacionais, como o grupo Goldman Sachs ou o Citigroup Inc, preferem Frankfurt. Isto porque a cidade alemã já tem o seu próprio ecossistema financeiro muito bem desenvolvido, com o Deutsche Bank, o Banco Central Europeu ou o BaFin, um dos únicos reguladores da União Europeia com experiência em ultrapassar relocalizações complicadas nesta área de negócios.

Richard Gnodde, co-diretor de investimentos do grupo Goldman Sachs, disse à CNBC que o seu banco vai deslocar, nestes primeiros tempos, centenas de trabalhadores que estejam em Londres para outros locais, para expandir a rede de escritórios depois da separação com a União Europeia. Já o presidente do banco Morgan Stanley, Colm Kelleher, disse à mesma fonte que teria “de certeza” de deslocar alguns dos seus funcionários.

“Não vai ser o fim de Londres, mas claramente vamos ter de nos ajustar”, afirmou Kelleher.

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Discovery: É 4X4? Sim, mas… Até custa sujar a jante

Para os puristas, não é um carro para ir para os montes. Para os restantes... Dá. Mas acaba por ser demasiado elegante para correr o risco, apesar de o Land Rover ter tudo a postos.

O Discovery mudou muito desde a primeira geração. De um “bruta montes”, capaz de devorar tanto lama como asfalto, passou para um todo o terreno civilizado, já com algum requinte. E com a nova geração, o 4X4 conheceu o luxo da restante gama. Tem todas as capacidades dos demais, mas com elegância (e um preço) que fará com que dificilmente veja este Land Rover num qualquer trilho do país.

A marca começou por lançar o Discovery numa versão 4X2, mas não podia ter um Discovery sem lhe conferir todos os atributos que fazem parte do ADN deste modelo. Daí que tenha incluído o 4X4 para quem gosta, de quando em quando, de aventurar-se um pouco mais. No ensaio que o ECO fez, deu para experimentar um pouco das capacidades deste jipe, bem como do motor 2.0 TD4 de 180 cv, com caixa automática.

Primeiro uns estradões de terra batida, com muito buraco à mistura suavizado pela fantástica suspensão, depois mais devagar por trilhos apertados com silvas por todos os lados. E, claro, pelo meio do mato, com sobe e desce constantes, tanto em seco como em lama. Abana? Abana. Escorrega na lama? Claro. Mas sempre com uma leveza que faz de uma breve incursão fora de estrada um passeio alegre, sem grandes sustos para os ocupantes. À falta de melhor imagem, é como andar de botas de montanha com um copo de champanhe na mão.

Depois de uma saída de estrada, ninguém vai resistir a fazer uma inspeção aos “estragos”. O ECO também na resistiu. É que estamos a falar de um automóvel que não é barato — se o 4X2 custa a partir de 43 mil euros, o 4X4 começa nos 53 mil. E na versão ensaiada, a HSE Luxury, o cheque sobe para mais de 70 mil euros. Inspeção feita e… umas jantes bem sujinhas. Nada de mais. E se o Discovery já vira cabeças no seu estado normal, com uns restos de lama, vira muitas mais. “Aquele tipo é maluco”, devem pensar.

Se do lado de fora as linhas dos Land Rover continuam a merecer muitos elogios, uma vez sentado no interior não se fica dececionado. É luxuoso por fora e por dentro. Os bancos em pele, com todos os ajustes elétricos envolvem os ocupantes dos lugares dianteiros. Nos três traseiros viaja-se confortavelmente, com bastante espaço para as pernas, mas depois há ainda mais dois lugares no chão da bagageira (também estes em pele). E das três filas pode ver-se o céu graças ao teto panorâmico.

Quem vai à frente, seja no lugar do condutor seja no do pendura, a posição elevada é fantástica. Dá uma sensação de domínio sobre a estrada. E a reforçar essa sensação está algo tão simples como os controlos dos vidros. Onde estão? Na soleira da porta. Primeiro anda-se à procura dos botões, mas depois percebe-se a lógica. O volante grande, bem como todas as manetes, continuam a dizer aos ocupantes de que estamos num automóvel de grandes dimensões. E por falar em grandes dimensões, há ainda o sistema multimédia com um ecrã de 10,2 polegadas. Tem o rádio (o som é de alta qualidade), a navegação, mas também TV. E dá para navegar na Internet, tal e qual num tablet.

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Londres: Cinco mortos e 40 feridos em “atentado terrorista” no Parlamento

Tiroteio nas proximidades do Parlamento britânico e do Palácio de Westminster fez cinco mortos e mais de 40 feridos confirmados pela Scotland Yard.

Polícias rodeiam dois indivíduos caídos dentro do perímetro do Parlamento, perto da entrada da ala esquerda, em Londres. Foram ouvidos tiros fora do edifício e pelo menos quatro pessoas estão mortas. A Polícia londrina confirma que os mortos foram um polícia, esfaqueado, o ataque, abatido pela Polícia, e duas outras pessoas que ficaram feridas no tiroteio. Fotografia: Robert Hutton/Bloomberg© 2017 Bloomberg Finance LP

Pelo menos cinco pessoas morreram e mais de 40 ficaram feridas, na sequência de um “atentado terrorista” na tarde desta quarta-feira, em Londres, numa zona próxima do Parlamento britânico e do Palácio de Westminster. A notícia foi confirmada por fontes policiais da Scotland Yard, já esta noite. As cinco vítimas são um polícia — esfaqueado — o atacante, abatido pela Polícia, e mais três cidadãos que foram feridos durante o tiroteio.

O que se sabe até agora, segundo o The Guardian:

  1. Existiram dois incidentes perto do Parlamento britânico: um homem armado com uma faca feriu um polícia, que acabou por morrer, depois de ter atropelado várias pessoas na ponte de Westminster com uma carrinha.
  2. O alegado assassino foi abatido pela polícia depois de um incidente “sério”. É a segunda vítima.
  3. Existem várias testemunhas que viram um carro a dirigir-se para um número de pessoas na ponte de Westminster, antes de se dirigir para as grades do Palácio de Westminster;
  4. Pelo menos 20 pessoas foram feridas, estando a ser tratadas; dois desses feridos graves acabaram por morrer. São a terceira e quarta vítimas confirmadas até ao momento.
  5. O Parlamento está fechado com os deputados dentro dos seus escritórios e na Câmara principal;
  6. A estação de metro de Westminster foi fechada a pedido da polícia. O tráfego no rio Tamisa também.
  7. Já é oficialmente um “atentado terrorista”, de acordo com a polícia.
  8. A Polícia londrina afirma que há pelo menos 20 civis feridos mas que só se tratou da atuação de um atacante.
  9. Um membro do parlamento inglês e secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros, Tobias Ellwood, tentou reanimar o polícia que foi morto, sem sucesso. Os seus esforços estão a ser louvados nos meios de comunicação e nas redes sociais.
  10. Theresa May foi evacuada do Parlamento assim que o ataque foi conhecido, mas já está reunida com os deputados e ativou o plano “Cobra”, o segundo mais grave no Reino Unido.
  11. Oito feridos já foram levados para o o Kings College Hospital London, avança a BBC. Dois estão em estado grave, os outros seis estão estáveis.
  12. O Parlamento britânico vai abrir amanhã à mesma hora, afirmou fonte da Câmara dos Comuns no Twitter.
  13. No Twitter, duas das hashtags mais populares no momento são #PrayForLondon e #WeAreNotAfraid. Seis dos dez assuntos mais falados são sobre o atentado de hoje.
  14. A identidade do suspeito do atentado já foi revelada por diversos meios de comunicação: chamava-se Abu Izzadeen e era um imã radical, nascido na zona leste de Londres, que incitava ao ódio contra os membros do Parlamento.

Segundo a BBC, há relatos de que foram trocados tiros numa zona próxima do Parlamento britânico e do Palácio de Westminster. Existem neste momento vários tweets de políticos e jornalistas a relatar estrondos fora dos edifícios. As testemunhas dizem ter visto feridos a serem tratados. Além disso, alegadamente foi visto um homem com uma faca. Uma fonte oficial da polícia britânica revelou à BBC que alguém foi baleado fora da Portcullis House. Segundo a Reuters, o alegado criminoso foi abatido pela polícia. O The Guardian já avança a confirmação de que se trata de um “atentado terrorista”. Segundo uma fonte oficial da segurança britânica, citada pela Reuters, ainda não foi apurada a motivação para este incidente.

Ainda segundo a BBC, as equipas parlamentares foram avisadas para ficarem dentro dos seus escritórios. A empresa Transport For London fechou a estação de metro de Westminster a pedido da polícia. Segundo o líder da Câmara dos Comuns um dos polícias foi apunhalado e o alegado criminoso foi baleado pela polícia, depois de um incidente “sério” dentro das instalações parlamentares. Segundo a Reuters, o porta-voz da primeira-ministra disse que Theresa May — que ia esta tarde ao Parlamento — estava a salvo. A Sky News avança que uma testemunha viu um carro atropelar uma pessoa perto desta zona.

A conta oficial de Twitter da polícia metropolitana de Londres confirma que os polícias estão a tratar de resolver o incidente. A polícia refere que foi chamada por volta das 14h40 ao serem reportados do que estava a acontecer inicialmente na ponte de Westminster.

Mais um tweet, de há poucos minutos, com uma atualização sobre uma mulher ferida que foi retirada do rio Thames.

O comandante BJ Harrington, da polícia londrina, já veio anunciar, numa conferência de imprensa: “Sabemos que há um número de pessoas afetadas, incluindo polícias, mas nesta fase não podemos confirmar o número de mortos nem a natureza dos ferimentos dos restantes”.

Craig Mackay, comissário do Met, está a ser tratado como testemunha, uma vez que estava no local à hora a que o atentado teve início.

Martin Garside, da Autoridade do Porto de Londres, confirma que o rio Thames se encontra fechado entre a Ponte Vauxhall Bridge e a Estação de Embankment.

Os membros do Parlamento britânico foram aconselhados a manter-se seguros dentro do edifício, apesar de a sessão ter sido suspensa.

Marcelo Rebelo de Sousa já se manifestou sobre o atentado: “Hoje é um dia muito especial para a Europa, porque no mesmo dia em que se lembram as vítimas dos atentados em Bruxelas, houve outro atentado em Londres. São ataques contra a Europa e contra a democracia. A Europa não pode facilitar, tem desafios pela frente que têm de ser encarados com firmeza”.

Quem também já reagiu aos incidentes foi o primeiro-ministro, António Costa.

Bernard Cazaneuve, primeiro-ministro francês, confirmou que se encontram vários estudantes franceses entre os feridos.

O Conselho Muçulmano no Reino Unido já partilhou um comunicado sobre o atentado: “Estamos chocados e tristes com o incidente em Westminster. Condenamos este ataque e, apesar de ainda ser demasiado cedo para especular sobre os motivos, os nossos pensamentos e preces estão com as famílias das vítimas. Prestamos homenagem ao contingente da polícia e dos serviços de emergência que estão a lidar com esta situação com tanta coragem. O Palácio de Westminster é o centro da nossa democracia e temos de garantir que continue a servir o nosso país e a sua população de forma segura e em segurança”.

Também Nicola Sturgeon, primeira-ministra escocesa, veio manifestar-se sobre o atentado: “Os meus pensamentos estão com todas as pessoas envolvidas neste terrível ataque que aconteceu hoje em Westminster, incluindo os serviços de emergência que têm respondido com coragem para assegurar a segurança das pessoas que estão no local”. Acrescentou ainda: “Na sequência do incidente, o Governo escocês tem estado a trabalhar muito proximamente com a polícia da Escócia (…) Tenho estado em contacto com o Parlamento e apoio completamente a decisão de suspender a audiência desta tarde. No entanto, deve ficar claro que sito não se deveu a nenhuma ameaça específica do Parlamento da Escócia. Estamos solidários com os nossos vizinhos do Governo de Londres e estamos dispostos a apoiá-los de todas as formas possíveis”.

A primeira-ministra britânica, Theresa May, vai presidir a uma reunião do comité de emergência, ativando o protocolo “Cobra”, o segundo mais grave no Reino Unido, que inclui reunir os principais ministros para abordar o atentado terrorista em Londres, informou um porta-voz oficial, avança a Lusa.

Sean Spicer, porta-voz da Casa Branca, já ligou a Theresa May para lhe dar os pêsames pelo atentado, afirma o The Guardian.

David Cameron, ex-Primeiro-Ministro britânico, já se manifestou no Twitter:

Mark Rowley, chefe do departamento anti-terrorismo, falou também com os meios de comunicação: “O público pode contar com uma presença policial mais forte nas ruas de Londres nos próximos dias. Por favor, tenham cuidado, vão ver mais polícias armados e desarmados nas ruas”. Também alertou que a Polícia já mobilizou recursos “em massa” mas que pode chamar o contigente militar se se vier a revelar necessário. E acrescentou: “Foi um dia para o qual nos preparámos mas que desejámos que nunca chegasse. Infelizmente, agora é uma realidade”.

Donald Tusk, presidente do Concelho Europeu, também já prestou as suas condolências através da rede Twitter:

Tobias Ellwood, membro do parlamento inglês e secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros, está a ser considerado um dos heróis do dia, depois de ter tentado reanimar o polícia que foi morto, sem sucesso. Os seus esforços estão a ser louvados nos meios de comunicação e nas redes sociais.

O Parlamento britânico avisou, no Twitter, que as sessões da Câmara dos Lordes e dos Comuns vão decorrer como habitualmente, com a abertura à hora normal:

Entretanto, a primeira-ministra, Theresa May, falou à porta do número 10 de Downing Street, no início da noite desta quarta-feira. May condenou os acontecimentos do dia de hoje e enalteceu a prestação das forças das autoridades. Uma declaração que foi concluída com uma posição de força contra o ataque perpetuado próximo do Parlamento britânico. Theresa May destacou os “valores de democracia e liberdade” do Parlamento e frisou: “Deixem que seja clara que qualquer tentativa de derrotar os valores da liberdade está condenada ao fracasso. Isso vos prometo”, afirmou. “Nunca deixaremos que as vozes do ódio nos derrotem“, rematou a primeira-ministra britânica no fim da declaração.

(Notícia atualizada às 22h50, com o aumento do número de mortos para cinco.)

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António Costa: “Com Dijsselbloems, o euro está condenado”

  • Marta Santos Silva
  • 22 Março 2017

O debate quinzenal foi marcado por dois temas principais: a recapitalização da Caixa Geral de Depósitos e o encerramento de balcões, e as declarações de Jeroen Dijsselbloem. Releia o direto do ECO.

Ainda no rescaldo das afirmações do presidente do Eurogrupo Jeroen Dijsselbloem sobre os países do sul da Europa (e a resposta sem papas na língua do primeiro-ministro), António Costa veio ao Parlamento para o debate quinzenal com os deputados e com a presença dos restantes membros do Governo, onde Dijsselbloem foi criticado por todas as bancadas.

O principal tema do dia foi a recapitalização da Caixa Geral de Depósitos, com António Costa a reforçar que o Governo “não vai interferir no dia-a-dia da Caixa”, incluindo quais os balcões que vão encerrar. No entanto, o primeiro-ministro garantiu que continuará a haver um balcão da Caixa em cada concelho. Catarina Martins, por sua vez, não poupou críticas ao acordo atingido com a europeia DGcomp, que diz “atacar o banco público”.

Releia aqui o debate quinzenal minuto a minuto.

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Acionistas da Sonae Indústria chamados a converter 250 ações numa só

A Sonae Indústria vai reduzir o número de ações de mais de 11 mil milhões para 45 milhões de ações. O CFO da empresa nega que esteja em curso um aumento de capital.

A Sonae Indústria está a propor aos seus acionistas reduzirem o número de ações que detém mantendo o seu valor. A administração propõe uma ação nova por cada 250 títulos detidos atualmente. Chris Lawrie, administrador delegado e CFO da Sonae Indústria, explicou esta manhã durante a conferência de imprensa que teve lugar na sede da empresa na Maia, que o “objetivo é que o preço das ações esteja mais alinhado com o valor das demais ações na bolsa portuguesa”.

O preço médio das ações admitidas na Euronext Lisbon é de 2,9 euros por ação e as ações da Sonae Indústria estavam a ser negociadas a 0,0081 euros por ação. Com a operação as ações deverão atingir o valor dos 2,025 euros por ação.

O CFO da Sonae Indústria destaca ainda: “Tínhamos 11,2 mil milhões de ações e com a operação de reverse stock split ficaremos com 45 milhões de ações, um valor bastante mais razoável”.

Paralelamente à operação de reverse stock split a Sonae Indústria vai propor, em assembleia geral de acionistas, a redução do capital social da empresa.

Chris Lawrie frisa que “havia a ideia no mercado que a Sonae Indústria ia proceder a um aumento de capital o que não corresponde à realidade”. Chris garante que irão “proceder a uma redução significativa do capital social que neste momento é de 812 milhões de euros”. Para o CFO do grupo “esta operação terá um impacto neutro no valor do mercado das ações”.

Chris Lawrie explicou ainda que a operação de diminuição do capital social resulta do facto de a administração ter “decidido registar nas contas consolidadas o valor resultante da participação da parceria com a Arauco de 195,9 milhões de euros, o que gerou uma mais-valia de 38,7 milhões de euros”. Isto, acrescenta, “teve impacto nas contas individuais do grupo uma vez que o resultado líquido foi negativamente afetado por reconhecer uma imparidade com o investimento da Sonae Arauco, ora esta imparidade tem impacto nos fundos próprios”.

Como a empresa sofreu uma transformação estratégica em 2016, o momento é “oportuno para “fazer” a limpeza do balanço que durante muitos anos registou resultados negativos”.

Sonae Industria quer penetrar no mercado dos Estados Unidos

A operação de diminuição de capital e de reverse stock split foi comunicada ao mercado no mesmo dia em que se ficou a saber que a Sonae Indústria voltou a resultados líquidos positivos (11 milhões de euros) o que não acontecia desde 2007.

Chris Lawrie garantiu durante a conferência de imprensa que a Sonae Indústria quer aumentar a penetração no mercado norte-americano. O objetivo é aumentar a quota de mercado em produtos de maior valor acrescentado, sobretudo nos novos produtos de papel melamínico.

As “exportações para os Estados Unidos acontecem a partir do Canadá e são, sobretudo, para o nordeste dos Estados Unidos. Agora queremos fomentar o mercado mais a sul, que tem também grande apetência por este produto”, disse o administrador delegado da Sonae Indústria.

Sobre um eventual aumento das taxas aduaneiras por parte do Presidente norte-americano, Donald Trump, diz: “Ainda não sabemos o que vai acontecer, temos que ver”.

Em termos de investimentos, a Sonae Indústria pretende aumentar a rentabilidade e a eficiência da área de laminados pelo que esta deve ser alvo de investimento. Em 2016, o grupo investiu nove milhões de euros sobretudo no mercado americano. Para este ano, a empresa pretende realizar investimentos de manutenção nos Estados Unidos, mas deverá investir em duas fábricas da Sonae Arauco que têm duas prensas mais antigas (Portugal e Alemanha).

Chris Lawrie recusou-se a adiantar o montante do investimento disponível e frisou que “no horizonte não há nenhuma aquisição prevista”.

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Dijsselbloem: “Não tenho a intenção de me demitir”

Presidente do Eurogrupo lamenta que os países do sul da Europa se sintam afetados com as suas afirmações e diz que não tem intenção de se demitir, conforme pretende António Costa.

“Lamento que se sintam afetados e lamento que nessa entrevista tenha surgido uma ligação com o contraste entre o norte e o sul”, declarou o Jeroen Dijsselbloem, o ministro holandês das Finanças e presidente do Eurogrupo, que no fim de semana sugeriu em entrevista a um jornal alemão que os países do sul da Europa desperdiçaram dinheiro “em bebidas e mulheres” e depois pediram ajuda.

Citado pela agência Bloomberg, o responsável holandês tentou justificar a sua afirmação. “A frase sobre bebidas e mulheres era sobre mim mesmo. Eu disse que não posso esperar ajuda financeira se gastar o meu dinheiro de forma errada”, disse Dijsselbloem aos jornalistas, em Haia.

Lamentou ainda o pedido de demissão do primeiro-ministro português, António Costa, que esta manhã acusou Dijsselbloem de ser “sexista, xenófobo e racista”. “Numa Europa a sério, a esta hora Dijsselbloem já estava demitido”, afirmou Costa esta manhã.

“Não tenho a intenção de me demitir”, respondeu o ministro holandês ao primeiro-ministro português.

“Bebidas e mulheres”

Em causa está a entrevista que Dijsselbloem concedeu ao Frankfurter Allgemeine Zeitung. Nomeadamente a parte em que o holandês sugeriu que os países que pediram ajuda financeira, casos de Portugal, Grécia, Espanha, depois de terem desperdiçado dinheiro em superficialidades ou, nas palavras do holandês, em “bebidas e mulheres”.

“Durante a crise do euro, os países do Norte mostraram solidariedade com os países afetados pela crise. Como social-democrata, atribuo especial importância à solidariedade. [Mas] também temos as nossas obrigações. Não se pode gastar todo o dinheiro em bebidas e mulheres e depois pedir ajuda”, declarou o ainda ministro holandês das Finanças na entrevista àquele jornal alemão.

A afirmação do presidente do Eurogrupo, cujo mandato termina em janeiro de 2018, está a causar bastante polémica entre os países do sul da Europa. O ministro das Finanças espanhol, Luis de Guindos, considerou o comentário de Dijsselbloem “infeliz no estilo e no conteúdo”. “O estilo é obviamente inapropriado. Mas no centro da questão o que tenho a dizer é que nem Portugal ou a Grécia desperdiçaram dinheiro, nem Chipre ou a Irlanda. A solidariedade é importante. Espanha tem dito sempre isto: emprestaram-nos 40 mil milhões de euros mas nós também já emprestamos quase o mesmo montante a outros países”, disse de Guindos.

Do lado grego, o porta-voz do Governo, Dimitris Tzanakopoulos, os comentários de Dijsselbloem representam um “estereótipo” que afasta ainda mais o norte do sul, abrindo o caminho a “visões extremistas, isto sem mencionar o tom sexista”.

Entretanto, o Governo holandês “continua firmemente do lado” de Dijsselbloem enquanto líder do grupo dos ministros das Finanças da zona euro. “O primeiro-ministro Mark Rutte tem dito repetidamente que estamos muito favoráveis a Dijsselbloem no seu cargo no Eurogrupo”, disse fonte oficial do governo à Reuters.

(Notícia atualizada às 15h14)

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Grandes investidores que perderam dinheiro no BES ameaçam Portugal

Um grupo de grandes investidores que apostaram em dívida sénior do antigo BES vão avançar com um processo contra o Banco de Portugal, uma iniciativa liderada pela PIMCO e pela BlackRock.

Um grupo de investidores que apostaram em dívida sénior do antigo Banco Espírito Santo (BES) vai processar o Banco de Portugal. O processo é liderado pela PIMCO e pela BlackRock, que pretendem assim recuperar as perdas sofridas pelos seus clientes no seguimento da transferência de 2,2 mil milhões de euros em títulos de dívida sénior do Novo Banco para a massa insolvente do BES.

“A 29 de dezembro de 2015, o Banco de Portugal levou a cabo um ato ilegal e discriminatório ao transferir cinco séries de títulos no total de 2,2 mil milhões de euros do Novo Banco para a massa falida do Banco Espírito Santo”, frisa uma nota da PIMCO e da BlackRock enviada à imprensa. “Outras 38 séries de títulos classificadas simultaneamente com os títulos transferidos foram deixadas intactas no Novo Banco. Esta ação arbitraria e injustificada provocou perdas em torno de 1,5 mil milhões de euros para os investidores de retalho e pensionistas que confiaram as suas poupanças a instituições que investiram, em seu nome, em títulos que o Banco de Portugal escolheu de forma desigual”, acrescenta o mesmo comunicado.

É com base nestes argumentos que os dois bancos de investimento justificam a sua ação contra Portugal e o Banco de Portugal, mais em concreto. “Perante uma ação tão discriminatória e prejudicial, um grupo em representação de dois terços do total de 2,2 mil milhões de euros em títulos transferidos, liderados pela PIMCO e pela BlackRock, não encontram outra hipótese do que intentar procedimentos legais contra o Banco de Portugal numa tentativa de recuperar as perdas dos seus clientes”, especifica o comunicado.

De recordar que, em dezembro de 2015, o Banco de Portugal decidiu alterar o perímetro dos ativos e responsabilidades do BES e do Novo Banco, um ano e cinco meses depois do estabelecimento original do perímetro — em agosto de 2014, na sequência da resolução do BES. Esta decisão resultou numa transferência para o BES de cinco instrumentos de dívida sénior que estavam originalmente no balanço do Novo Banco.

Os bancos de investimento que lideram esta ação contra o Banco de Portugal consideram que o estabelecimento de um acordo traria “benefícios para a reputação de Portugal e, em última análise, beneficia os contribuintes portugueses sob a forma de uma diminuição dos custos de financiamento soberano e do setor bancário“. E rematam dizendo que “as instituições afetadas procuram uma conclusão construtiva para este assunto” e que “as autoridades portuguesas seriam bem aconselhadas a fazer o mesmo”.

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Quem são os melhores gestores portugueses?

Há gestores portugueses entre os melhores da Europa. Manso Neto (EDP Renováveis) e Carlos Tavares (Peugeot) foram distinguidos pelos analistas e investidores. E entre cotadas portuguesas?

Os prémios da Institutional Investor voltaram a premiar os gestores portugueses em 2017, colocando João Manso Neto (EDP Renováveis/Espanha) e Carlos Tavares (Peugeot/França) entre os melhores CEO de empresas europeias. Também Carlos Gomes da Silva (Galp) obteve a melhor classificação entre empresas com sede em Portugal.

Tanto Manso Neto como Tavares foram considerados pelos analistas, casas de investimento e investidores os terceiros melhores presidentes executivos nos setores das utilities e fabricantes automóveis, respetivamente.

No caso do CEO da EDP Renováveis, Manso Neto apenas foi ultrapassado por Jose Sanchez Galán (Iberdrola/Espanha) e Francesco Starare (Enel/Itália). Quanto ao líder da Peugeot Citröen, Tavares foi terceiro atrás de Jacques Aschenbroich (Valeo/França) e Dieter Zetsche (Daimler/Alemanha).

Já Carlos Gomes da Silva, CEO da petrolífera Galp, foi distinguido pelo mercado como o melhor presidente executivo de uma empresa com sede em Portugal. Gomes da Silva obteve uma melhor classificação do que António Mexia (EDP) e Pedro Soares dos Santos (Jerónimo Martins), que ficaram em segundo e terceiro lugar no ranking da Institutional Investor.

A lista até ao oitavo lugar inclui ainda Miguel Almeida (NOS), Francisco Lacerda (CTT), Diogo da Silveira (Navigator), Rodrigo Costa (REN) e Gonçalo Moura Martins (Mota-Engil).

Entre outras distinções atribuídas a responsáveis portugueses, Nuno Alves, administrador financeiro da EDP, foi considerado o segundo melhor no respetivo setor entre os pares europeus, atrás do seu “homólogo” da Iberdrola, José Sáinz Armada. E Ricardo Mendes Ferreira, da Altri, destacou-se no segundo lugar entre os melhores responsáveis pelas relações com os investidores no setor de papel.

Os prémios de melhores gestores foram atribuídos com base num inquérito a cerca de 2.600 profissionais de investimento, entre analistas e gestores de ativos, e a cerca de 800 empresas de serviços financeiros.

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Já há um concelho onde a CGD não tem balcão. Tem uma máquina

A redução do número de balcões já chegou à Madeira. Em Porto Moniz, havia uma agência da CGD com funcionários. Agora já só há... uma máquina. É o único concelho onde a Caixa já é só automática.

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) quer fechar cerca de duas centenas de balcões com funcionários nos próximos três anos. As agências vão fazer falta? Vão. Que o diga Porto Moniz, na Madeira, onde os cortes já chegaram. É, por agora, o único concelho no país onde só existe uma caixa automática. Havia um balcão com funcionários, mas substituído por uma máquina. Agora quando alguém precisa de fazer uma operação que só mesmo ao balcão tem de se dirigir ao concelho mais próximo, situação que em breve se poderá verificar noutros concelhos do país.

Quando quer levantar dinheiro, basta ir a um Multibanco. Mas se quer, por exemplo, fechar uma conta, então tem de se dirigir a um balcão com funcionários para realizar esta operação. Isto já não é possível em Porto Moniz, na Madeira. Pelo menos não na CGD. Este é o único concelho em Portugal onde a população apenas tem uma máquina automática da CGD. Para falar cara a cara com o gestor de conta tem de se dirigir ao concelho mais próximo, a quase 20 quilómetros de distância.

O balcão [com funcionários] passou de estar aberto o dia todo para funcionar apenas a meio tempo. Depois, começou a abrir três vezes por semana, até que fechou em janeiro ou fevereiro. Desde então só há um Multibanco.

Fonte oficial da Junta de Freguesia de Porto Moniz

Fonte oficial da Junta de Freguesia de Porto Moniz explica ao ECO que já houve ali um balcão com a presença de funcionários. “O balcão [com funcionários] passou de estar aberto o dia todo para funcionar apenas a meio tempo. Depois, começou a abrir três vezes por semana, até que fechou em janeiro ou fevereiro“, diz a fonte.

Desde então há apenas uma caixa automática — no site da CGD existe uma agência, mas é uma agência automática, ou seja, sem presença de qualquer funcionário. As pessoas que precisam de se dirigir a um balcão têm de ir ao concelho mais próximo, que é o de São Vicente. “Estamos dependentes do horário de um autocarro e nem todas as pessoas têm a possibilidade de fazer essa deslocação”, refere ao ECO, realçando o transtorno que isto tem causado.

Fecha-se balcão, deixa-se uma máquina

Olhando para a demonstração de resultados da CGD, o banco estatal tinha 717 agências no país até ao final do ano passado. Mas este número inclui balcões com presença física mas também agências automáticas. Ou seja, caixas automáticas da CGD. Por isso quando a Caixa diz que quer passar de 651 para entre 470 e 490 daqui a três anos, refere-se apenas aos balcões onde há funcionários.

E onde estes forem fechados, poder-se-á compensar esta ausência com uma agência automática, esclarece fonte oficial da CGD ao ECO. Em todo país, em 215 dos 308 concelhos do país já só existe um balcão da Caixa — cerca de 70% do total das agências do banco estatal –, pelo que esta situação de haver agências automáticas poderá ser mais comum.

Estes cortes, previstos no plano acordado com Bruxelas, foram revelados no mesmo dia em que a CGD apresentou prejuízos históricos de 1.859 milhões de euros, justificados pela constituição de novas imparidades. Na ocasião, o presidente executivo da CGD, Paulo Macedo, referiu que o plano de reestruturação e reorganização prevê a redução de mais de 2.200 trabalhadores até 2020 e o fecho entre 160 a 180 agências.

Desde então a polémica sobre a questão do encerramento dos balcões entrou na esfera política, e quase todos os partidos com assento no Parlamento, incluindo o PS, já vieram pedir explicações ao Governo. Confrontado com esta questão, António Costa disse estar “totalmente confortável com a decisão, se não não teríamos aprovado o plano de reestruturação da Caixa”.

O primeiro-ministro, em declarações transmitidas pela RTP 3, à saída de uma reunião com o Conselho Nacional das Ordens Profissionais, acrescentou ainda que esse “plano de reestruturação garante a presença da Caixa em todo o país e em todos os concelhos”. Mas o presidente da CGD disse na apresentação dos resultados para 2016 que se a instituição financeira ficasse em todos os sítios onde os outros bancos não querem ficar, “então a CGD não saía dos seis anos de prejuízos que teve”. Em Porto Moniz, a Caixa já só tem uma máquina. E os outros bancos? Há um balcão do Santander Totta e outro do Novo Banco.

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Se PEC resvalar, “acerto” pode ser feito na segunda prestação

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 22 Março 2017

"O Governo tem esperança que a lei possa ainda ser publicada a tempo de ser aplicada nos pagamentos de PEC a realizar até 31 de março", afirma o Ministério das Finanças.

O Governo garante que “fará o que esteja ao seu alcance” para que a redução do Pagamento Especial por Conta (PEC) possa ter efeitos ainda em março. A descida estava prometida para este mês mas o diploma ainda nem terá chegado a Belém. Se os prazos resvalarem, a opção pelo pagamento a prestações pode assegurar o cumprimento da nova lei, diz o Ministério das Finanças, apontando para acertos posteriores.

“Na medida em que o PEC pode ser pago em prestações por opção dos contribuintes, a aplicação da nova lei pode ser assegurada através da opção do pagamento em prestações, com o acerto do valor a ser realizado na segunda prestação“, diz fonte do Ministério das Finanças ao ECO, respondendo a um conjunto de questões colocadas no domingo.

O PEC é pago em março ou, em alternativa, em duas prestações (março e outubro). Tendo em conta que o Governo tinha prometido a descida do PEC já para março — respondendo assim ao chumbo da redução da TSU para empresas com salários mínimos –, o ECO quis saber que possibilidades tinham as empresas que viessem a pagar já, ainda de acordo com as regras atuais, sem beneficiar das alterações previstas.

A lei já aprovada no Parlamento, e que produz efeitos a 1 de janeiro, aponta para uma redução de 100 euros no PEC e, no montante que daqui resultar, prevê ainda um corte adicional de 12,5%.

No entanto, o diploma que introduz estas alterações ainda não está publicado. Pela informação que consta na Assembleia da República, o diploma foi enviado à comissão parlamentar respetiva para fixação da redação final na segunda-feira. Só depois poderá seguir para Belém, para promulgação, e ser publicado em Diário da República. Hoje, o Jornal de Negócios noticiou que a lei ainda está no Parlamento, pondo em risco a descida do PEC já este mês (acesso pago).

“O Governo só pode aplicar a nova lei relativa ao PEC se, e quando, esta for publicada após promulgação” do Presidente da República, “não tendo sido ainda, tanto quanto sabemos, enviada pelo Parlamento” a Belém, indicou fonte do Ministério das Finanças.

E acrescentou: “O Governo tem esperança que a lei possa ainda ser publicada a tempo de ser aplicada nos pagamentos de PEC a realizar até 31 de março”. “Assim que o diploma for promulgado” pelo Presidente da República, “o Governo fará o que esteja ao seu alcance para que a publicação seja o mais rápida possível, no sentido de a redução do PEC poder ter efeitos ainda no mês de março”, conclui.

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Wall Street em queda (mais uma vez)

  • ECO
  • 22 Março 2017

Continua o filme (nada cómico) na bolsa norte-americana, com a continuação da fuga dos investidores e a queda dos índices. O petróleo acompanha-os.

Wall Street voltou a acordar no vermelho, depois de ter vivido a pior sessão do ano. Os três principais índices abriram a sessão a descer, numa sessão que, a nível internacional, está também a ser negativa. O Stoxx 600 também perde 0,69% para os 373,07 pontos.

O S&P 500, que teve na última sessão o pior desempenho desde setembro de 2016, tendo perdido 1,24%, continua a descer: perde mais 0,05% até aos 2.342,75 pontos. E não está sozinho na queda: o Nasdaq desce 0,03% para os 5.792,03 pontos e o industrial Dow Jones recua 0,15% para os 20.636,89 pontos, num dia em que o crude continua a descer.

O West Texas Intermediate (WTI) renovou mínimos do ano, sendo que o Brent não tem feito muito melhor figura. E desde que o Governo dos Estados Unidos anunciou que tem as suas reservas bem cheias, a tendência tem vindo a acentuar-se. Na sessão desta quarta-feira, o WTI seguia a perder 1,06% para os 47,73 dólares por barril, e em Londres o Brent também descia 1,06% para os 50,42 dólares por barril.

À medida que os investidores começam a questionar a capacidade de Donald Trump de pôr em prática as políticas de crescimento económico que tanto anunciou, mas que estão a demorar, os investidores começam a ficar ansiosos. Perante a dúvida, afastam-se do risco, sendo essa aversão mais expressiva no caso do setor financeiro, ainda que as petrolíferas também estejam a ser fortemente penalizadas.

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