Médicos agendam greve de três dias para maio

  • Lusa
  • 19 Março 2018

Os dois sindicatos médicos decidiram hoje convocar uma greve nacional conjunta para os dias 8, 9 e 10 de maio.

Os dois sindicatos médicos decidiram esta segunda-feira convocar uma greve nacional conjunta para os dias 8, 9 e 10 de maio.

A decisão foi anunciada à agência Lusa no final de uma reunião do Fórum Médico pela Federação Nacional dos Médicos (FNAM) e pelo Sindicato Independente dos Médicos (SIM).

A FNAM tinha inicialmente previsto três dias de greve para abril, mas, segundo o dirigente João Proença, os dois sindicatos decidiram convergir e agendar uma paralisação conjunta de três dias para maio.

Entre as reivindicações dos sindicatos tem estado a redução da lista de utentes por médico de família e a diminuição de 18 para 12 horas semanais de serviço de urgência obrigatório.

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PREVPAP no Ensino Superior: sindicatos acusam, mas reitores rejeitam problemas

  • Marta Santos Silva
  • 19 Março 2018

Perante contestação acerca da integração de investigadores e docentes nos quadros, o Conselho de Reitores defende que a integração, seja pelo PREVPAP seja pela lei da carreiras, corre bem.

O Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas considera que a integração de trabalhadores que cumpram necessidades permanentes e não sejam abrangidos por vínculos adequados corre “de acordo com o programa estabelecido pelo Governo”, lê-se em resposta enviada por email ao ECO pelo gabinete do presidente do CRUP, António Fontainhas Fernandes.

Após a contestação vinda tanto do Bloco de Esquerda como dos sindicatos que representam os docentes universitários e os investigadores, o CRUP defende que “não assumiu uma posição conjunta” sobre o avanço do Programa de Regularização de Vínculos Precários na Administração Pública, conhecido como PREVPAP, mas que este decorre de acordo com o previsto, com as universidades “empenhadas na resolução das situações de necessidades permanentes não abrangidas por vínculos adequados”.

Sindicatos como o Snesup, o Sindicato Nacional do Ensino Superior, que não pertence a nenhuma central sindical, têm acusado o Conselho de Reitores de fazer uma interpretação própria da lei da integração dos precários de maneira a excluir deliberadamente os investigadores e docentes com bolsas ou outros tipos de vinculação precária. Ouvido na Comissão Parlamentar de Educação e Ciência, o sindicato defendeu que “a falta de clareza do PREVPAP, sobretudo na definição dos critérios aplicados pelos representantes do Governo, tem significado o prejuízo na análise cuidada das situações”.

O PREVPAP funciona através da análise das candidaturas dos trabalhadores que considerem que têm um vínculo precário — que no caso do Ensino Superior foram mais de 6.000 — por Comissões de Avaliação Bipartida, ou CAB, que incluem representantes dos sindicatos da área, da tutela dos ministérios e, no caso da CAB do Ensino Superior e Ciência, do Conselho de Reitores.

Quando vemos a aplicação do PREVPAP às carreiras gerais, nomeadamente no Ensino Superior, verificamos que as questões de exigência surgem num paradoxo muito próprio, em que os funcionários podem usufruir da estabilidade contratual, mas os docentes e investigadores não.

SNESUP

Sindicato Nacional do Ensino Superior

De acordo com o Snesup, que ficou de fora desta CAB apesar de ser, afirma, “o sindicato mais representativo dos docentes e investigadores”, é por iniciativa dos reitores que o programa só está a validar como sendo necessidades permanentes das instituições o trabalho de funcionários das universidades, e não o dos docentes e investigadores, nas chamadas “carreiras especiais”. Assim, “quando vemos a aplicação do PREVPAP às carreiras gerais, nomeadamente no Ensino Superior, verificamos que as questões de exigência surgem num paradoxo muito próprio, em que os funcionários podem usufruir da estabilidade contratual, mas os docentes e investigadores não”, continua o Snesup num comunicado enviado aos seus sindicalizados.

Para o Snesup, “quando falamos do PREVPAP, falamos de docentes convidados que prestam serviço com cargas horárias até superiores aos limites do ECDU, que coordenam cursos, que desenvolvem investigação científica, que possuem qualificação de acesso à carreira, bem como de investigadores, nomeadamente bolseiros doutorados e contratados pelos programas Ciência e Investigador FCT”.

Este não é o único sindicato a defender que o programa não está a ser devidamente aplicado perante as carreiras especiais. A Fenprof tem uma manifestação marcada para 27 de março, em conjunto com a Associação dos Bolseiros de Investigação Científica (ABIC), a Federação dos Sindicatos da Função Pública e a Rede de Investigadores contra a Precariedade, para protestar contra a aplicação do PREVPAP, que “cada vez mais, se transforma em oportunidade perdida”, já que as reitorias das universidades, “por norma, rejeitaram regularizar os vínculos de quem, há muitos anos, serve necessidades permanentes em situação de precariedade”.

Existe uma lei própria, diz o Governo

Para o ministro das Finanças Mário Centeno, porém, esta interpretação advém de uma leitura errada da lei do PREVPAP, já que este refere que não se aplica às carreiras especiais que tenham mecanismos de regularização próprios. Para o ministro, conforme referiu no debate quinzenal, “o PREVPAP não é o instrumento legal para regularizar situações de precariedade que existam no Ensino Superior”, referindo antes que, no que toca às carreiras gerais, “a taxa de regularização na Ciência e Ensino Superior é de 67%”.

O ministro refere-se à lei 57/2017, da entrada na carreira científica, que determina que as universidades abram concursos para acolher nos quadros os bolseiros doutorados, com financiamento da Fundação para a Ciência e Tecnologia durante dois contratos a termo de três anos, após os quais os bolseiros seriam integrados nos quadros. No entanto, a ABIC denunciou recentemente que muitas instituições não estavam a abrir os concursos obrigatórios de acordo com essa lei, pedindo que “se previna, de uma forma explícita, estes possíveis abusos e o desrespeito fundamental pela Lei 57/2017 aprovada pela Assembleia da República. No caso de eles acontecerem, é necessário haver sanções por parte da tutela”.

Ao ECO, Sandra Pereira, da ABIC, disse que “quer o PSD quer o PCP têm propostas para o prolongamento das bolsas das pessoas que são abrangidas pela norma transitória, e para quem os concursos ainda não abriram”. No entanto, considerou que “este instrumento, pelo qual entrariam mais de duas mil pessoas nos quadros, está a ser desvalorizado”.

O CRUP, questionado pelo ECO, referiu que “as Universidades estão a preparar as candidaturas ao nível do regime transitório, bem como candidaturas institucionais cujo prazo termina no próximo dia 22 de março. Trata-se de uma oportunidade para as Universidades atraírem e reterem talentos, designadamente investigadores. Desta forma, torna-se possível renovar as Universidades e dar resposta a um dos principais desafios da atualidade”.

Esta segunda-feira no Conselho Nacional de Educação (CNE), o ministro do Ensino Superior e Ciência falou precisamente da aplicação da lei 57/2017. Assim, afirmou, “o emprego científico, do ponto de vista financeiro, está resolvido”, com a abertura desse processo de regulamentação das carreiras científicas. “Os processos e as candidaturas estão em curso e não há qualquer limitação financeira”, afirmou Manuel Heitor.

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Bancos estão a cobrar AIMI a clientes de leasing em imóveis de valor inferior a 600 mil euros

Por deterem uma carteira de imóveis de valor patrimonial global superior a 600 mil euros, os bancos estão sujeitos a AIMI. Mas repercutem o imposto sobre clientes que usam imóveis de valor inferior.

Há bancos que estão a cobrar o adicional ao imposto municipal sobre imóveis (AIMI) a clientes de leasing imobiliário que usufruem de imóveis de valor patrimonial inferior a 600 mil euros, o montante a partir do qual este imposto é aplicado. Entre eles estão a Caixa Geral de Depósitos (CGD) e o Santander Totta, que, por deterem uma carteira de imóveis de valor patrimonial global superior a 600 mil euros, estão sujeitos a AIMI. Contudo, os bancos estão a repercutir este imposto sobre clientes que usufruem de imóveis de valores inferiores a este montante.

O AIMI entrou em vigor no ano passado e abrange os proprietários de imóveis com valor patrimonial mais elevado. O imposto incide sobre o montante global do valor patrimonial dos imóveis detidos por cada proprietário, sendo que o valor tributável é aquele que excede os 600 mil euros. As pessoas singulares estão sujeitas a uma taxa de AIMI de 0,7% sobre o valor tributável, que sobe para 1% quando o valor patrimonial excede um milhão de euros; enquanto as empresas estão sujeitas a uma taxa de 0,4% sobre o valor tributável.

Os contratos de leasing imobiliário por parte de instituições financeiras implicam a cedência de um imóvel a uma segunda parte. A entidade que usufrui do imóvel, o locatário, fica responsável pelo pagamento das despesas associadas ao imóvel, incluindo, se o proprietário o entender, o IMI. Mas o locatário só deveria estar obrigado a pagar AIMI se o valor patrimonial do imóvel de que usufrui ultrapassasse os 600 mil euros. O que acontece é que os bancos em causa estão sujeitos ao AIMI por deterem uma carteira de imóveis cujo valor patrimonial global ultrapassa os 600 mil euros e, portanto, optam por repercutir o imposto que lhes é imputado sobre os clientes, mesmo que o imóvel de que estes usufruem, sozinho, tenha um valor inferior àquele montante.

A prática foi denunciada por Mariana Mortágua, do Bloco de Esquerda, que enviou questões ao Ministério das Finanças e à CGD sobre este assunto. Segundo a deputada, “a CGD, à semelhança de outros bancos no sistema bancário, encontra-se a cobrar 0,4% do valor patrimonial de imóveis em regime de leasing imobiliário aos respetivos locatários, mesmo àqueles cujo montante contratualizado se afigura abaixo do limiar de 600 mil euros“.

“O banco público cobra o imposto que lhe é imputado devido à sua vasta carteira imobiliária aos seus clientes, inclusive aos que detêm créditos de valores excessivamente inferiores a 600 mil euros”, acrescenta.

Ao ECO, a deputada refere que, para além da CGD, também foram feitas denúncias contra o Santander Totta e o Popular (que, entretanto, foi comprado pelo Santander). Uma das denúncias contra o banco público, por exemplo, diz respeito a um contrato de leasing com um valor contratualizado de 205 mil euros, com uma dívida ainda por pagar de 70 mil euros.

Contactada, a CGD remete para o Parlamento e para o Governo. “É uma questão do Bloco ao Governo, através do Ministério das Finanças, e será por esta via que conhecerão uma resposta”, diz fonte oficial ao ECO. O Santander não respondeu até ao momento.

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Presidente e vice-presidente da Fundação O Século constituidos arguidos

  • Lusa
  • 19 Março 2018

Os mandados de busca e apreensão da PJ estenderam-se às residências do presidente, Emanuel Martins, e do vice-presidente, João Ferreirinho, que irão ser interrogados, como arguidos.

O presidente e o vice-presidente da Fundação O Século foram constituídos arguidos, esta segunda-feira, por suspeitas de peculato e de abuso de poder. A Polícia Judiciária realizou novas buscas à instituição, segundo a Procuradoria-Geral distrital de Lisboa.

Os mandados de busca e apreensão da PJ estenderam-se às residências do presidente, Emanuel Martins, e do vice-presidente, João Ferreirinho, que irão ser interrogados, como arguidos, pelo Departamento de Investigação e Ação Penal de Sintra de Lisboa Oeste.

Segundo o Ministério Público, os factos suscetíveis de configurarem crimes de peculato e abuso de poder ocorreram na instituição desde 2012 até à presente data. Depois de uma ação inicial em 4 de janeiro, a PJ voltou hoje às instalações da Fundação O Século, em São Pedro do Estoril, Cascais, para apreender documentos contabilísticos e financeiros.

Segundo a sua página na internet, a fundação O Século tem como missão promover e contribuir para a criação de condições e oportunidades, que possibilitem não só o desenvolvimento sócio-cultural de crianças, como a assistência social a idosos e pessoas menos favorecidas ou em risco social.

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Acidente fatal força Uber a parar testes com carros autónomos

  • ECO
  • 19 Março 2018

Uber suspendeu todos os testes com carros autónomos, depois de um acidente ter provocado a morte de uma pessoa.

Depois de um acidente com um carro autónomo ter provocado a morte de uma mulher, a Uber decidiu parar os testes com estes veículos. A empresa suspendeu os trabalhos em São Francisco, Phoenix, Pittsburgh e Toronto, avança a Bloomberg.

De acordo com a CNBC, uma mulher foi atropelada, no domingo à noite, por um destes automóveis, quando estava a atravessar uma passadeira, em Tempe, no estado norte-americano do Arizona, tendo acabado por morrer. No momento do acidente, estava um operador atrás do volante, mas o carro estava em modo autónomo, revela o The New York Times.

Estamos a cooperar com as autoridades na investigação deste incidente“, adiantou a Uber, em comunicado. A imprensa internacional está a classificar esta morte como a primeira fatalidade de um pedestre provocada por um veículo deste tipo.

No Twitter, o CEO da Uber já reagiu ao incidente. Dara Khosrowshahi enviou o seu pesar aos familiares da vítima e reforçou que a empresa está a trabalhar com a polícia para perceber os acontecimentos da noite de domingo.

A Uber está a colaborar e a investigação ainda está em curso“, confirmou, por sua vez, a porta-voz da polícia de Tempe, em comunicado.

Esta não é a primeira vez que os testes com carros autónomos não correm de acordo com o esperado. No caso dos automóveis deste género da marca Tesla, algumas colisões já levaram à morte dos condutores envolvidos. Quanto à Uber, à data, apenas tinham sido registados incidentes menores (colisões sem fatalidades).

O Conselho Nacional de Segurança dos Transportes irá abrir uma investigação a esta morte. No ano passado, essa mesma entidade considerou a Tesla “parcialmente culpada” por um acidente fatal que aconteceu durante os testes desenvolvidos na Florida, em 2016.

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Energia leva PSI-20 para queda de quase 1%. BCP, já no Stoxx, brilha

Galp Energia, EDP e EDP Renováveis registaram quedas de mais de 1%, atirando o PSI-20 para terreno negativo num dia negro nos mercados europeus. O BCP escapou no regresso ao Stoxx 600.

O PSI-20 cedeu num dia de fortes quebras entre as bolsas europeias. EDP e Galp foram as cotadas que mais pesaram no índice nacional, com quedas de mais de 1%. Já o regresso do BCP ao Stoxx 600, o índice de referência europeu, fica marcada por um bom desempenho que impediu maiores perdas na bolsa portuguesa.

Foi uma segunda-feira de fortes quedas nos mercados bolsistas europeus. O Stoxx 600 caiu 1,14%, com Espanha, Alemanha, França e Reino Unido a quebrarem acima do 1%. O reino de Isabel II é o que mais se destaca pela negativa, ao afundar 1,66% para os 7.045,56 pontos, tocando mínimos do final de 2016. Os investidores retraem-se num dia em que o Brexit começa a ganhar forma: Bruxelas e Londres anunciaram a chegada a acordo sobre o período de transição, que vem permitir uma saída gradual.

O PSI-20 apresentou uma queda de 0,73% para os 5.396,4 pontos. As energéticas foram as que mais prejudicam o índice nacional. Os títulos da EDP desvalorizam 1,51% para os 3,007 euros, e a participada EDP Renováveis perdeu 1,97% para os 7,47 euros. A Galp também pesou, ao cair 1,19% para os 15,3 euros. Os mercados petrolíferos não ajudaram: o barril de Brent, referência para a Europa, recua 0,24% para os 66,05 dólares.

Jerónimo Martins, Nos e CTT também registaram quedas acentuadas, contribuindo para a queda expressiva da praça portuguesa num dia em que poucos foram os destaques positivos. O BCP, no dia em que voltou a integrar o europeu Stoxx 600, conseguiu contrariar a tendência negativa ao apresentar uma valorização de 0,65% para os 28 cêntimos.

A outra novidade do índice nacional, a F. Ramada, terminou a primeira sessão em terreno neutro. Após as quebras de 1,5% que se verificaram ao longo da sessão, as ações da cotada que veio substituir a Novabase no PSI-20 encerraram inalteradas, a cotar nos 13,10 euros.

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Gestores nacionais valorizam inteligência emocional, mas não a estimulam

  • Lusa
  • 19 Março 2018

Quase todos os gestores nacionais (99,5%) valorizam a inteligência emocional, mas apenas 32% dos administradores e diretores propõem formação naquela área, conclui um estudo da QSP.

Quase todos os gestores nacionais (99,5%) valorizam a inteligência emocional, mas apenas 32% dos administradores e diretores inquiridos propuseram formação naquela área, conclui um estudo da QSP Consultoria de Marketing.

O estudo “Gestão e Liderança de Pessoas nas Organizações”, que contou com uma amostra de mais de 200 gestores nacionais, concluiu que a inteligência emocional é valorizada por 99,5% dos gestores nacionais, mas apenas 32% dos administradores e diretores inquiridos é que propunham formação na área. O objetivo do estudo foi perceber como é que os líderes das empresas valorizavam questões como a inteligência emocional e a comunicação.

Apesar dos gestores portugueses valorizarem, e muito, a inteligência emocional dos seus quadros, na prática não a estimulam. A utilização da inteligência emocional aprende-se e treina-se com formação e pode ser decisiva para orientar o pensamento e também o comportamento e ainda para gerir e ajustar emoções ao ambiente que nos rodeia ou para atingir determinados objetivos”, disse Rui Ribeiro, presidente executivo da QSP.

O principal canal utilizado para comunicar com as equipas é o e-mail (correio eletrónico) com 98%, seguido depois pelas plataformas de ‘messaging’ (mensagens em tempo real) com 58% e mensagens por telemóvel (50%), ficando a intranet (22%) e as redes sociais (13%) para o fim da lista.

A maioria das “decisões importantes” (88%) são comunicadas pelos líderes das empresas aos trabalhadores presencialmente.

A falta de clareza na estratégia (32%), a falta de objetivos (26%) e a política salarial desajustada (17%) são as principais fontes de desmotivação das equipas, segundo revelam os líderes e gestores portugueses, ficando para o fim a lista a “indefinição de funções (10%) e a sobrecarga de trabalho (16%).

O estudo também revela que 71% dos líderes considera que as suas equipas não conhecem os problemas que um líder enfrenta.

O estudo foi realizado entre 16 e 29 de janeiro deste ano, junto de diretores e administradores de grandes, médias e pequenas empresas de vários setores a operar em Portugal, através de entrevistas online, tendo sido obtido um total de 208 respostas válidas, indica a QSP, responsável pela organização da 12.ª edição da QSP Summit, uma conferência que se realiza na próxima quinta-feira, no Porto, onde são aguardados 1.700 conferencistas e cujo investimento ronda o milhão de euros.

A 12.ª edição da QSP Summmit arranca com uma conferência proferida por Daniel Goleman, o criador do conceito da inteligência emocional, mas no evento participam também Bob Goffee, professor de comportamento organizacional na London Business School, Steve Knight, professor de desenvolvimento pessoal do INSEAD Business School (Austrália), Bonin Bough, apresentador na NBC e autor do TXT Me ou Tamara McCleary, consultora de empresas nos EUA, entre as quais a Amazon.

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Tomás Correia pede a Carlos Tavares que “remunere adequadamente” a dona do Montepio

Carlos Tavares já sabe a missão que o espera à frente do Montepio. Tomás Correia pretende que a nova administração tenha presente que o banco terá de "remunerar adequadamente" os seus acionistas.

Carlos Tavares e a sua equipa estão prestes a iniciar funções na Caixa Económica Montepio Geral e já sabem qual a missão que os espera. A Associação Mutualista quer que o banco “remunere adequadamente o(s) seu(s) acionista(s) com caráter estável e sustentável”.

A mutualista liderada por Tomás Correia divulgou esta segunda-feira a Carta de Missão que a nova administração da Caixa Económica terá de seguir no próximo mandato e que terá Carlos Tavares como chairman e CEO numa fase inicial. Dentro dos vários objetivos elencados pelo ainda único acionista do Montepio, a nova equipa terá de ter “presente que enquanto instituição de crédito terá de remunerar adequadamente o(s) seu(s) acionista(s) com caráter estável e sustentado”.

Mas os dividendos aos vários acionistas são apenas uma parte da missão da “nova” Caixa Económica, que em breve terá a Santa Casa e outras instituições sociais no seu capital, num investimento a rondar os 48 milhões de euros, como avançou o ECO.

São dez os pontos enumerados pela Associação Mutualista para o trabalho que terá de ser desenvolvido por Carlos Tavares e pelo recém-eleito conselho de administração que ele vai liderar, naquilo que é considerado o “último passo de um processo de renovação do seu quadro jurídico de atuação e de relacionamento acionista”.

A Caixa Económica terá de atribuir “particular destaque às instituições da economia social e empreendedores sociais, de base local, regional e nacional”, distinguindo os braços de banca comercial da banca de investimento. Será no seio desta nova estrutura do banco que Carlos Tavares terá de procurar e aprofundar sinergias nas suas atividades, “sem prejuízo da segregação de funções exigida pela regulamentação aplicável”.

Aliás, apesar desta separação entre aquilo que é banco e mutualista, é salientado o papel dos balcões da Caixa Económica como “canal privilegiado de distribuição da oferta das diferentes organizações do Grupo Montepio, com especial destaque para a distribuição de produtos mutualistas disponibilizados pelo Montepio Geral – Associação Mutualista (…), sempre no respeito estrito das disposições legais e regulamentares aplicáveis”.

Segundo o plano de atividades para 2018, a Caixa Económica terá de colocar nos seus clientes 970 milhões de euros em produtos mutualistas, um montante que os sindicatos consideram elevado e vai adicionar pressão sobre os trabalhadores do banco.

Alianças internacionais

Sem grande grau de detalhe, a Associação Mutualista deixa ainda a ideia de que, apesar de a prioridade do banco ser o mercado doméstico, Carlos Tavares deverá potenciar alianças com instituições internacionais, sobretudo nos países lusófonos.

“Sendo a prioridade da Caixa Económica o mercado doméstico, deverá ser acautelada uma gestão prudente das participações internacionais já existentes – designadamente nos países lusófonos – privilegiando possíveis alianças com instituições internacionais com filosofia semelhante, designadamente dos setores cooperativo e da economia social”, lê-se na Carta de Missão.

(Notícia atualizada às 16h40 com mais informação)

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Glovo passa a fazer entregas também no Porto

Depois do sucesso conquistado na capital, serviço de entregas Glovo chega ao Porto. Aplicação espanhola permite encomenda de comida, documentos e até medicamentos.

Depois de terem invadido as ruas da capital em outubro, as bicicletas e motos da Glovo acabam de chegar ao Porto. A aplicação espanhola permite pedir comida de diversos estabelecimentos — da gelataria Santini ao restaurante Munchie, The Burger Kitchen — bem como requisitar recolhas e entregas de documentos, roupas e até medicamentos.

Glovo já estava na capital portuguesa desde o final do ano passado.

“Estamos muito satisfeitos por chegar ao Porto, uma cidade com um forte dinamismo, um mercado com um enorme potencial, quer ao nível de número de utilizadores, quer de comerciantes”, salienta, em comunicado, o diretor do Glovo para a Península Ibérica. José Félix garante que estes últimos aderiram “com grande espontaneidade” ao serviço da startup espanhola, “por lhes abrir um novo canal de vendas”.

Para além do leque de parcerias de que a aplicação dispõe, qualquer produto ou refeição pode ser encomendado, desde que o estabelecimento em causa ofereça serviço de take away e se encontre dentro da área geográfica coberta pelo serviço. Para celebrar a chegada à Invicta, a aplicação reduziu a taxa de entrega para um euro para todos os pedidos a estabelecimentos parceiros.

“A expansão para o Porto vem no seguimento da excelente aceitação e crescimento da Glovo em Lisboa, e é a demonstração de que os portugueses estão a aderir a estas novas soluções de entregas on-demand, que poupam tempo e melhoram a sua qualidade de vida”, reforçou ainda José Félix. Recorde-se que a aplicação espanhola chegou à capital portuguesa em outubro.

A startup encontra-se atualmente em plena expansão internacional, operando em 30 cidades em oito países. O seu objetivo é “converter-se no mercado móvel de referência pelo serviço de entrega imediata”.

A aplicação espanhola está disponível em iOS e Android, sendo ainda possível fazer encomendas através do seu próprio site.

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PJ volta a fazer buscas na Fundação O Século

  • Lusa
  • 19 Março 2018

A PJ já tinha realizado buscas à fundação a 4 de janeiro por suspeitas de peculato e abuso de poder cometidos por alguns elementos da instituição.

A Polícia Judiciária voltou esta segunda-feira a realizar buscas nas instalações da Fundação O Século, em São Pedro do Estoril, concelho de Cascais, disse à Lusa fonte oficial da instituição.

A PJ já tinha realizado buscas à fundação a 4 de janeiro por suspeitas de peculato e abuso de poder cometidos por alguns elementos da instituição. Na altura das primeiras diligências da Unidade de Combate à corrupção da PJ não houve constituição de arguidos.

Em comunicado da Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa, divulgado a 4 de janeiro, o Ministério Público indicou que havia suspeita da prática de peculato e de abuso de poder desde 2012 e que, nas buscas, tinha sido apreendida “documentação contabilística/financeira e de atas relevantes para o objeto da investigação”.

O processo encontra-se na 3.ª Secção do DIAP (Departamento de Investigação e Ação Penal) de Sintra, da Comarca de Lisboa Oeste. Segundo a sua página na internet, a fundação O Século tem como missão promover e contribuir para a criação de condições e oportunidades, que possibilitem não só o desenvolvimento sócio-cultural de crianças, como a assistência social a idosos e pessoas menos favorecidas ou em risco social.

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Novo Banco quer rescindir com 440 trabalhadores até final do ano

A meta já está definida: o Novo Banco quer acelerar a saída de 440 trabalhadores este ano. Banco liderado por António Ramalho já comunicou quais as condições que oferece para atingir o objetivo.

O Novo Banco tem como objetivo a saída de 440 trabalhadores até final deste ano e já comunicou aos funcionários quais as condições que está a oferecer com vista à redução do quadro de pessoal do banco, apurou o ECO.

Em setembro de 2017, aquando da divulgação das últimas contas trimestrais, a instituição contava com cerca de 5.300 funcionários, um número que pretende agora reduzir em função do encerramento dos 73 balcões previstos para 2018 — 30 destes encerramentos já estão a acontecer em vários pontos do país.

Fontes contactadas pela Lusa tinham indicado que a meta passava pela saída de cerca de 400 funcionários a acontecer este ano, metade em rescisões e a outra metade em reformas antecipadas. Agora sabe-se o número em concreto: pouco mais do que 440 trabalhadores. Este compromisso de redução de pessoal até 2021 havia sido assumido com as autoridades europeias no âmbito da venda do banco ao fundo americano Lone Star, mas está a ser antecipado.

Estas movimentações surgem numa altura em que a administração do banco liderada por António Ramalho se prepara para dar a conhecer os resultados financeiros de 2017. Segundo a imprensa, o Novo Banco deverá apresentar prejuízos recorde, superiores a mil milhões de euros.

No entanto, se tiver de recorrer a uma nova injeção de capitais públicos, o Novo Banco poderá ter de reduzir ainda mais a sua dimensão: ficou acordado entre o Governo e a Comissão Europeia o fecho de mais balcões (até 120) e a saída de mais trabalhadores (1.100), números que constam do documento em que Bruxelas fundamenta a aprovação da venda de 75% do Novo Banco ao fundo Lone Star.

Nesse documento, a Comissão Europeia fez uma avaliação muito pessimista quanto à viabilidade do banco português. E lançou várias críticas àquilo que tem sido o trabalho realizado na instituição após a medida de resolução aplicada em agosto de 2014, já com o banco sob comando do Banco de Portugal, segundo um documento divulgado recentemente.

Em concreto, Bruxelas identificou problemas na concessão de empréstimos sem a devida análise de risco ou cash flow. Encontrou casos que foi “concedido crédito por favor”. E fala mesmo em manutenção de algumas práticas que levaram à falência do BES.

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Aumento de capital da Oi pode encolher posição da Pharol de 27% para 6%

A posição da Pharol após o aumento de capital da Oi poderá ficar diluída até 6%, disse uma fonte ao ECO. Num cenário mais favorável, empresa fica com 10% da operadora. Atualmente, tem mais de 27%.

Luís Palha da Silva, presidente executivo da Pharol. A posição da empresa portuguesa na Oi poderá ficar diluída até 6%. Mas ainda decorrem negociações que poderão ditar um cenário mais favorável.Paula Nunes/ECO

Se o aumento de capital da Oi avançar nos termos atualmente definidos, a participação maioritária da Pharol na operadora brasileira, excluindo ações de tesouraria, poderá ficar reduzida até cerca de 6%, apurou o ECO junto de fonte ligada ao processo.

Na melhor das hipóteses para a cotada portuguesa, mantendo tudo constante, a participação da Pharol seria diluída até cerca de 10%. Mas é um cenário que está agora distante: a Oi já revelou que os credores escolheram ficar com 71% da empresa, um valor um pouco aquém do máximo de 75% de conversão estabelecido no plano.

Atualmente, a empresa liderada por Luís Palha da Silva, que herdou estes ativos da antiga holding da Portugal Telecom, detém cerca de 27,4% das ações ordinárias da Oi. É a maior acionista da Oi, através da subsidiária Bratel. Mas a Oi enfrenta um processo de recuperação judicial no Brasil para evitar a falência, que prevê a conversão de dívida em ações (consoante a vontade expressa pelos credores) e a injeção de mais capital.

A avançarem, estas operações, que se propõem a viabilizar a continuidade da Oi, poderão elevar o capital da empresa até 33,73 mil milhões de reais, ou 8,3 mil milhões de euros, diluindo a posição da Pharol até perto dos 6%, disse fonte ao ECO. Essa será uma das razões pelas quais a empresa portuguesa tem vindo a tentar travar o aumento de capital, até agora sem sucesso.

Apesar dos valores avançados pela fonte, o ECO fez os cálculos com base em informação pública da estrutura acionista da Oi, informação revelada pela Pharol PHR 2,82% e um documento submetido ao mercado brasileiro pela Oi, com detalhes sobre as operações de conversão de dívida em ações e injeção de capital.

A conclusão é a de que, no cenário mais favorável à Pharol, a empresa ficaria a controlar 10,7% da Oi, mantendo tudo constante e sem contar com as ações preferenciais (que não sofrem alterações no aumento de capital e das quais a Pharol não tem) ou opções de compra. Mas, como explicado, é um cenário que não se deverá materializar, tendo em conta que os resultados preliminares mostram que a maioria dos credores escolheu converter as dívidas em capital.

Contudo, no pior dos cenários, que deverá ser o mais próximo da realidade, a posição atual de mais de 27% da Pharol na Oi deverá ser diluída para 7,55%, segundo os cálculos do ECO, ou menos (como já indicado, fonte admitiu que poderá chegar perto dos 6%). Apesar destas informações, o ECO apurou que ainda existem negociações em curso que poderão ditar um cenário mais benéfico para a empresa de Luís Palha da Silva após o aumento de capital da Oi.

Para os cálculos, o ECO teve em conta um valor de 183.041.223 ações ordinárias detidas pela Pharol, ou 27,4%. E considerou que existem 668.033.661 ações ordinárias da Oi. O valor final da posição da Pharol após aumento de capital depende sempre do montante de capitalização de créditos, ou seja, está condicionada pelo método de pagamento que os credores escolheram no âmbito do processo de pagamento da dívida.

Este processo, que deveria estar concluído em fevereiro, terminou no passado dia 8 de março, como noticiou o ECO. O resultado preliminar da escolha dos credores foi revelado ao mercado ao final do dia de sexta-feira.

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