Dívida pública desce para 125,6%… à boleia do PIB

A dívida pública de 2017 caiu para 125,6% um valor inferior aos objetivos traçados pelo Governo. O crescimento nominal do PIB de 4,1% em 2017 explica este desempenho superior às expectativas.

A dívida pública em 2017 caiu para 125,6% do PIB, revelou esta quarta-feira o Ministério das Finanças, em comunicado, depois de o Instituto Nacional de Estatísticas ter confirmado que o ano passado fechou com um crescimento de 2,7% do PIB, o valor mais elevado desde 2000.

“O PIB nominal cresceu 4,1% em 2017, após um crescimento de 3,2% em 2016, pelo que a dívida pública passou a representar 125,6% do PIB”, lê-se no comunicado do Ministério das Finanças. Situa-se assim abaixo das estimativas que apontavam para uma dívida de 126,2% do PIB.

O PIB cresceu 2,7% em 2017, 1,1 pontos percentuais acima do ano anterior e 0,2 acima do verificado na zona Euro e na União Europeia, esclarece o Ministério. A impulsionar o crescimento da economia, que veio permitir os avanços positivos na dívida pública, está o investimento, sobretudo, em equipamentos de transporte que cresceu 14,1%, e máquinas que disparou 13%. Já as exportações contribuíram para o crescimento do PIB ao registar um aumento de 7,9%, aponta o Ministério das Finanças, em reação ao dados divulgados esta manhã pelo INE.

O Ministério de Centeno atribui ainda o estado “sólido” da economia a um “quadro de gestão criteriosa das contas públicas, de equilíbrio das contas com o exterior e de criação de emprego” e destaca a diminuição da taxa de desemprego para menos 8%, de acordo com os dados provisórios lançados para o mês de janeiro.

(Notícia atualizada às 14h29)

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Advogados processam Caixa de Previdência

Ação já deu entrada no Tribunal Administrativo e Fiscal de Braga e visa impugnar a regra que obriga advogados a estarem inscritos e a descontar para a CPAS.

Um grupo de advogados intentou uma ação administrativa contra a Caixa de Previdência dos Advogados e Solicitadores (CPAS) para impugnar o pagamento obrigatório de uma contribuição mensal à instituição. A ação “administrativa especial para impugnação de ato administrativo e condenação à prática de ato devido” já deu entrada no Tribunal Administrativo e Fiscal de Braga.

Este é mais um caso que ilustra a insatisfação de parte de uma classe que incluiu 33 mil beneficiários (advogados e solicitadores) que estão sujeitos às novas regras que entraram em vigor no ano passado. E que reforçara a revolta de uma classe que, a partir de janeiro deste ano, passou a pagar o mínimo de 243 euros a essa mesma CPAS para garantir uma reforma no futuro. Independentemente do valor que recebam no final do mês.

Já antes desta ação, este mesmo grupo de advogados reuniu a sua posição numa carta aberta enviada ao Chefe de Estado, ao chefe do Executivo António Costa, à ministra da Justiça Francisca Van Dunem, ao minsitro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social Vieira da Silva e ao bastonário dos advogados Guilherme de Figueiredo.

Atualmente, os 243,60 euros são a contribuição mínima exigida a quem tem mais de quatro anos de profissão. “Um montante que não tem praticamente qualquer contrapartida”, queixam-se os signatários da carta que já conta com 600 assinaturas. “Ao contrário dos restantes cidadãos, os advogados não recebem subsídio se estiverem de baixa. Não recebem subsídio parental, se tiverem filhos. Numa situação de baixa normal não só não têm qualquer assistência digna como é obrigatório cumprir com o referido pagamento, apesar das dificuldades.”

“O regulamento da Caixa de Previdência presume que um advogado com mais de quatro anos de profissão recebe em média dois salários mínimos mensais, ou seja, 1160 euros. Isto não é verdade”, asseguram, exigindo que a questão seja discutida ainda no pacto para a justiça que os agentes do setor entregaram recentemente ao Presidente da República. O grupo dos 600 advogados admite que estas novas regras estão feridas de uma inconstitucionalidade “flagrante, por violação dos princípios da igualdade, da proporcionalidade e da capacidade contributiva”.

 

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Costa: “Acrescentar PSD ao consenso não significa retirar” PCP e BE

O "modelo da solução governativa funciona bem e não há nenhuma razão para alterar a solução que existe". Mas também não há razão para não procurar acordos alargados, defende o primeiro-ministro.

A aproximação do PSD ao Governo não é razão para afastar o Bloco de Esquerda e o PCP dos consensos alcançados depois das eleições legislativas de 2015. Quem o garante é António Costa, que lembra que o objetivo de estabelecer “acordos políticos alargados” em matérias como o investimento ou a descentralização já constava do programa de Governo. “A nossa vontade de acordos políticos alargados não surgiu agora. Aquilo que registamos de novo é que passámos a ser correspondidos“, assegura.

O primeiro-ministro falava na inauguração da Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), que arrancou esta quarta-feira e que deverá juntar mais de 80 mil visitantes na maior feira de turismo do país. “Quanto mais largo for o consenso, melhor. Mas é preciso ser claro: acrescentar o PSD ao consenso não significa retirar quem quer que seja do consenso que tem de existir. Se há algo em que hoje não há dúvidas, é que não pode haver na sociedade política portuguesa mecanismos de exclusão. Há matérias que devem ser objeto de um consenso tão alargado quanto possível”, afirmou António Costa aos jornalistas.

"Quanto mais largo for o consenso, melhor. Mas é preciso ser claro: acrescentar o PSD ao consenso não significa retirar quem quer que seja do consenso que tem de existir.”

António Costa

Primeiro-ministro

Seja como for, sublinhou também o primeiro-ministro, o “modelo da solução governativa está encontrado, funciona bem e não há nenhuma razão para alterar a solução que existe”. Mas, no que toca a questões como a “Estratégia de Portugal 2030, os grandes programas de investimento e a descentralização”, deve ser procurado o acordo político mais amplo possível. “A única mudança é que hoje há uma disponibilidade [do PSD] que não existia anteriormente”.

Investimento vai continuar a aumentar

Quanto à sustentabilidade do crescimento da economia, depois de o Instituto Nacional de Estatística (INE) ter confirmado, esta quarta-feira, que o produto interno bruto (PIB) aumentou 2,7% no ano passado, António Costa salienta que é “absolutamente essencial que prossigamos as boas políticas que têm permitido estes bons resultados”.

Desde logo, destaca, o investimento vai continuar a aumentar. “Temos boas razões para estar confiantes no aumento do investimento, porque conhecemos as intenções de investimento expressas nas candidaturas aos programas de fundos comunitários. A cada concurso, batemos novos recordes de intenções de investimento, o que traduz a confiança que os empresários têm na nossa economia”, disse.

“Temos pendentes para apreciação investimentos muito avultados. O fluxo de investimento deste ano vai continuar a aumentar, o que significa que o investimento vai continuar a dar um contributo positivo para o crescimento da nossa economia”, concluiu.

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UE e Reino Unido chocam sobre Irlanda do Norte no pós-Brexit

  • Marta Santos Silva e Lusa
  • 28 Fevereiro 2018

O negociador europeu Michel Barnier propôs que a Irlanda do Norte permanecesse no mercado único após o Brexit, o que revoltou os britânicos e levou May a declarar que seria inconstitucional.

Uma proposta da União Europeia está a gerar choque entre o Reino Unido e os negociadores de Bruxelas para o período pós-Brexit esta quarta-feira. Uma publicação da Comissão Europeia inclui a proposta de que a Irlanda do Norte possa vir a ficar dentro do mercado único europeu no período depois do Brexit caso não se encontre outra solução para a fronteira que a separa da República da Irlanda, a sul, mas Theresa May já rejeitou por completo a proposta, que violaria “a integridade constitucional” do Reino Unido.

Michel Barnier pediu ao Reino Unido que apresentasse alternativas, escreve a BBC, para a fronteira entre os dois países na ilha irlandesa. Caso não surgisse outra hipótese, Bruxelas sugere que exista uma “área regulatória comum” para a ilha, que inclui a Irlanda a sul e o país do Reino Unido, a Irlanda do Norte. Para os representantes britânicos, a proposta foi vista como uma provocação, algo que Barnier já foi forçado a desmentir, acrescentando que não era uma provocação.

Theresa May, por sua vez, afirmou que “nenhum primeiro-ministro do Reino Unido poderia concordar” com esta solução, que levaria a um desmantelamento da união, afirmou, e que põe em causa a “integridade constitucional” do país.

Boris Johnson, ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, afirmou que Bruxelas, com a publicação do documento legal em que diz exprimir aquilo que tem sido discutido até agora, está a provocar propositadamente uma agitação para tentar impedir o Brexit. “Existem muitas boas soluções”, disse Johnson, alternativas a uma fronteira rígida entre as duas Irlandas ou a uma criação de um espaço comum à ilha que acabe por separar a Irlanda do Norte da união britânica.

O documento publicado pela União Europeia é uma tentativa de resumir, em linguagem jurídica, aquilo que tem sido discutido sobre o tema da Irlanda e dos direitos dos cidadãos. O período de transição do Brexit, que só durará até ao final de 2020, está a deixar Bruxelas nervosa. “O relógio está a contar, o tempo escasseia”, disse Michel Barnier, citado pela BBC. “Estou preocupado”.

Dublin vê esboço com bons olhos

A Irlanda acolheu hoje favoravelmente o primeiro esboço de acordo da União Europeia para o Brexit e aguarda que o Reino Unido forneça mais detalhes sobre a fronteira com a Irlanda do Norte.

O Governo irlandês disse hoje que o esboço da UE contém “a necessária disposição legal para implementar o mecanismo” que evitaria uma fronteira fechada entre o território do Reino Unido, a Irlanda do Norte (Ulster), e o da Irlanda (Eire), estado membro da UE. “Estamos ansiosos por mais detalhes”, vincou o Governo da Irlanda, na expetativa de revelações da primeira-ministra britânica, Theresa May, na sexta-feira.

(Notícia atualizada às 15:30 com a reação da Irlanda.)

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A manhã num minuto

  • Rita Frade
  • 28 Fevereiro 2018

Não sabe o que se passou durante a manhã? Fizemos um vídeo que reúne as notícias mais relevantes, em apenas um minuto.

A taxa de desemprego de dezembro situou-se nos 8%, o valor mais baixo desde julho de 2004. A estimativa mensal prevê que em janeiro se tenha verificado uma queda para 7,9%. O PIB aumentou 2,7% em 2017, um ano de recuperação para a economia portuguesa.

A taxa de desemprego de dezembro de 2017 situou-se nos 8%, de acordo com dados finais revelados esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). A estimativa mensal prevê que, em janeiro, o desemprego tenha quebrado a barreira dos 8%, caindo para os 7,9%.

O Instituto Nacional de Estatística (INE) confirmou que a economia portuguesa cresceu 2,7%, tal como tinha avançado a estimativa rápida de 14 de fevereiro. As contas nacionais trimestrais foram divulgadas esta quarta-feira pelo INE.

As contas consolidadas de 2016 do grupo Montepio ainda não estão fechadas. Mas podem revelar capitais próprios negativos entre 300 e 350 milhões de euros. Ou seja, um agravamento de pelo menos mais de 200 milhões de euros face ao que foi registado no exercício anterior.

A Anacom considera que existem ofertas de serviços de telecomunicações da Meo, Nos e Vodafone que são ilegais. Em causa está o regulamento do fim das taxas de roaming bem como as regras da neutralidade da internet que impedem que um tipo de tráfego seja tratado de forma diferente do restante.

O imobiliário nacional está ao rubro. Muitas compras, muitas vendas… e preços cada vez mais altos. Uma “loucura” que está a catapultar o negócio das principais imobiliárias, com negócios de vários milhões de euros. É o reflexo da melhoria da economia, mas também da maior facilidade de acesso ao financiamento junto da banca. E, claro, do chamariz que são as casas portuguesas para muitos estrangeiros.

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Sonangol acusa Isabel dos Santos de ter transferido 38 milhões após exoneração

Sonangol volta a entrar em rota de colisão com a anterior presidente. Saturnino acusa Isabel dos Santos de ter transferido dinheiro da petrolífera para fora do país já após a sua exoneração.

A Sonangol está a acusar Isabel dos Santos de ter autorizado a transferência de 38 milhões de dólares da petrolífera angolana para o exterior dias após a sua exoneração enquanto presidente da empresa, diz a Bloomberg.

De acordo com o atual chairman da Sonangol, Carlos Saturnino, o dinheiro teve como destino uma empresa no Dubai, a Matter Business Solutions DMCC, tendo a anterior presidente da Sonangol usado o banco português BIC para concretizar estas operações. O ECO tentou obter esclarecimentos junto da empresária, mas sem sucesso. Também não foi possível obter resposta por parte do BIC.

Ao todo, foram identificadas pela petrolífera do Estado angolana mais de 36 faturas por serviços não especificados, entre os dias 2 de novembro e 19 de novembro, submetidas pela Matter Business ao BIC, banco controlado em parte pela filha do antigo Presidente de Angola, José Eduardo dos Santos. Isabel dos Santos viria a ser exonerada a 15 de novembro.

Segundo Carlos Saturnino, citado pela agência Bloomberg, a Sonangol já reportou o caso às “autoridades competentes”.

Este não é o primeiro conflito entre Sonangol e a anterior chairwoman. Recentemente, o Governo angolano, liderado desde setembro do ano passado por João Lourenço, revelou que não recebeu os dividendos provenientes da sua posição na portuguesa Galp. Em causa estavam cerca de 438 milhões de euros pagos em dividendos pela Galp à Esperaza, holding detida pela Sonangol e por Isabel dos Santos, nunca chegaram aos cofres da petrolífera estatal angolana.

A notícia foi prontamente desmentida pela empresária angolana, que assegurou que a Sonangol recebeu os dividendos da Galp , tendo inclusivamente pagado os impostos relativos aos mesmos dividendos às autoridades holandesas.

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Já pode consultar todas as deduções ao IRS. Prazo para reclamar começa amanhã

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 28 Fevereiro 2018

Ministério informa que as despesas calculadas automaticamente já estão disponíveis no Portal das Finanças. A partir de amanha, e até 15 de março, é possível reclamar em alguns casos.

Os contribuintes já podem consultar a totalidade das despesas que vão ser consideradas nas deduções à coleta de IRS calculadas automaticamente pela Autoridade Tributária e Aduaneira (AT), informa o Ministério das Finanças em comunicado.

Em causa estão as despesas gerais familiares bem como gastos relacionados com saúde, educação, imóveis, lares e exigência de fatura (que abrange, neste último caso, alojamento e restauração, cabeleireiros, reparação de automóveis e motociclos, veterinários e passes). Os contribuintes podem consultar o valor total das despesas e da dedução correspondente.

“O valor das despesas agora disponibilizado agrega a informação constante do sistema e-fatura com a informação proveniente de outras entidades que transmitem bens e prestam serviços que relevam para as deduções à coleta do IRS mas que não estão obrigadas à comunicação de faturas e não tenham optado por essa comunicação“, explica a nota das Finanças. “É o caso, por exemplo, da informação proveniente do recibo de renda eletrónico, da declaração anual de rendas, da comunicação dos juros de empréstimos contraídos para a aquisição de habitação própria e permanente do agregado (neste caso, só relativamente a empréstimos contraídos até 31.12.2011), das taxas moderadoras, dos seguros de saúde, das propinas pagas a estabelecimentos públicos de ensino, ou de encargos com lares”, acrescenta.

Para consultar as despesas no Portal das Finanças, selecione a opção “Aceda aos Serviços Tributários”, depois “Serviços” e de seguida “Consultar Despesas p/ Deduções à Coleta”. A consulta é efetuada por titular das despesas, exigindo-se a senha pessoal de acesso. “Assim, nesta fase, tal como se verificou nos anos anteriores, não se tem ainda em consideração a composição do agregado familiar”, diz a nota.

Contribuintes podem reclamar

Entre 1 e 15 de março, os contribuintes podem apresentar uma reclamação caso verifiquem que o valor das despesas gerais familiares ou dos gastos relacionados com dedução por exigência de fatura não correspondem ao montante efetivamente suportado.

No caso das restantes despesas — saúde, educação e formação, imóveis e lares –, em caso de desconformidade de valores é possível preencher o quadro 6C do Anexo H da Declaração de IRS e serão estes os valores que a AT terá em conta. Neste caso, frisa o Ministério, “os contribuintes devem inscrever no mesmo quadro todas as despesas respeitantes a todos os elementos do seu agregado familiar (com exceção das do cônjuge/unido de facto, no caso de sujeitos passivos casados ou unidos de facto que optem pela tributação separada) e não apenas aquelas que pretendem alterar“.

Ainda assim, “para facilitar o preenchimento deste quadro, a AT faculta o seu pré-preenchimento com base nas despesas que lhe foram comunicadas, mediante a autenticação dos titulares das despesas, pelo que, em caso de pré-preenchimento, os contribuintes apenas terão que alterar as despesas que consideram não estar corretas”, conclui.

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Insolvências caem. Empresas que faliram empregavam 20 mil

  • Lusa
  • 28 Fevereiro 2018

O número de empresas que declararam insolvência em 2017 cai 14%, afetando cerca de 3.000 entidades. No total, representavam um volume de negócio superior a 1,7 milhões de euros.

As 3.100 empresas declaradas insolventes em 2017, menos 14% do que em 2016, representavam um volume de negócios superior a 1,7 mil milhões de euros e empregavam cerca de 20 mil trabalhadores, segundo um estudo divulgado esta quarta-feira pela Cosec.

No seu estudo “Cosec Dinâmica Empresarial”, a seguradora nos ramos do seguro de crédito e caução reporta ainda que estas insolvências deixaram em risco 570 milhões de euros de créditos a fornecedores, correspondendo “a maioria” dos casos a microempresas do setor dos serviços.

Do trabalho resulta ainda que, no ano passado, 527 empresas solicitaram a integração no Processo Especial de Revitalização (PER), menos 31% que em 2016, tendo ainda sido registados 27 processos especiais para acordo de pagamento (PEAP), destinados à revitalização de outras entidades que não empresas. No que se refere à constituição de novas empresas, foram registados 39.842 casos em 2017, menos 0,3% que em 2016.

Para a administração da COSEC, estes resultados “confirmam o momento positivo da economia portuguesa, evidenciado também pelos recentes dados macroeconómicos nacionais publicados”. Segundo as conclusões do estudo, as microempresas “continuam a representar a maioria dos casos de insolvência”, com uma quota de 67%, mantendo-se o setor dos serviços na liderança, com 710 insolvências registadas. Seguiram-se os setores da construção, com um total de 619 empresas insolventes, e do retalho, com 484, sendo que a categoria de Empresário em Nome Individual (ENI) registou 15% do total do número de insolvências em Portugal.

No que se refere à distribuição geográfica, os distritos que registaram maior número de insolvências foram os mesmos que em 2016: o Porto surgiu na liderança, com 740 casos, seguido de Lisboa (708) e de Braga (298). Já os distritos de Bragança e Beja continuaram a registar o menor número de insolvências, com um total de 15 e 13 casos registados, respetivamente.

Entre os pedidos de PER, 79% corresponderam a micro ou pequenas empresas, destacando-se os setores da construção (137 empresas), serviços (93) e agroalimentar (64). Quanto à constituição de empresas, continuaram na liderança os setores dos serviços (16.385), construção (10.173) e retalho (3.441), tendo Lisboa (13.220), Porto (6.959) e Braga (2.843) voltado a destacar-se como os distritos onde se registaram mais novas empresas.

A nível global, o estudo “Insolvencies: Fewer Cases, Bigger Crashes”, elaborado pela Euler Hermes, acionista da Cosec, aponta que “a tendência decrescente nas insolvências dos negócios abrandou em 2017 (+1%)” devido “à recuperação económica que se começa a sentir na Ásia e às vigentes dificuldades que atravessam alguns mercados emergentes (com destaque para a Rússia e o Brasil)”.

Em 2018 a recuperação económica deverá beneficiar as empresas (-1%). Na maioria dos países, o número e dimensão das insolvências deverão diminuir ou, pelo menos, estabilizar”, refere, acrescentando que “esta tendência será evidente sobretudo em economias avançadas, tais como a dos EUA”. Ainda assim, as insolvências deverão continuar este ano “acima do nível de 2007 em quase metade dos países, particularmente na Europa”, sendo que “nem todas as empresas sairão beneficiadas da mesma forma”, refere.

No que toca às grandes insolvências, de empresas com um volume de negócios superior a 50 milhões de euros, o estudo aponta “uma tendência ascendente em termos mundiais no seu número ao longo de 2017”, com o número de grandes insolvências a aumentar em 57 casos face a 2016, para um total de 321 empresas a apresentarem falência, responsáveis por um volume de negócios acumulado de cerca 104 mil milhões de euros.

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Anacom lança ultimato à Meo, Nos e Vodafone por terem tarifários ilegais. Operadoras “expressam perplexidade”

Meo, Nos e Vodafone têm tarifários que não respeitam a lei e a Anacom vai dar 40 dias para que alterem essas ofertas de serviços. Operadoras estão "perplexas".

A Anacom considera que existem ofertas de serviços de telecomunicações da Meo, Nos e Vodafone que são ilegais. Em causa está o regulamento do fim das taxas de roaming bem como as regras da neutralidade da internet que impedem que um tipo de tráfego seja tratado de forma diferente do restante. O regulador vai dar 40 dias úteis às operadoras para “alterarem as ofertas que violam as regras da neutralidade da rede e do roaming, anunciou esta quarta-feira numa conferência de imprensa, em Lisboa.

Concretamente em relação à neutralidade da internet, poderão estar em cheque as ofertas smart net da Meo, o tarifário “Indie” da Nos e o novo tarifário Vodafone You, que permitem selecionar um tipo de serviços pelos quais as operadoras não contabilizam o tráfego — ou seja, existe um plafond de dados geral e um plafond de dados específico para determinados serviços ou aplicações online. As operadoras não contabilizam o tráfego, por exemplo, de aplicações como o Facebook, o WhatsApp ou o YouTube. No caso do roaming, a Anacom considera que algumas ofertas ultrapassam o conceito de política de utilização responsável previsto no regulamento europeu do fim do roaming.

Numa conferência de imprensa em Lisboa, onde estiveram presentes seis responsáveis do regulador, João Cadete de Matos, presidente da entidade, afirmou: “Existem algumas práticas de gestão de tráfego que fazem uma diferenciação em relação àquilo que são designados de plafons específicos, que criam uma violação das regras da neutralidade da rede e que criam uma violação das regras do Roam Like At Home [regulamento europeu do fim do roaming]. Em termos da violação das regras da neutralidade da rede ficam os riscos à invocação, bem como as regras da prática dos mesmos preços e condições em todos os países da União Europeia.”

Segundo o presidente, existem diversas ofertas nestas condições e cabe às três grandes operadoras portuguesas encontrarem formas de regularizar estas ofertas. O presidente sugere, desde logo, que os plafons de dados gerais sejam aumentados para ficarem a um nível mais próximo dos plafonds de dados específicos. “Se estas ofertas específicas permitem que os consumidores possam utilizar um preço mais baixo a alguns acessos que faz à internet, que todo o outro acesso que pretendem fazer não fique limitado, não fique restrito”, afirmou o líder do regulador.

“Aquilo que está em causa foi, desde logo, verificar, em relação às ofertas que existem em Portugal relativamente ao acesso à internet, verificar se essas ofertas estão conformes com aquilo que são as regras europeias”, começou por dizer João Cadete de Matos, presidente do regulador das telecomunicações. “As ofertas devem garantir, em primeiro lugar, uma liberdade de escolha relativamente aos conteúdos que estão disponíveis na internet. Isso está configurado de forma muito desenvolvida no regulamento europeu e está concretizado nas disposições desse regulamento, que preveem que os utilizadores finais têm direito a aceder às informações e conteúdos para que não exista descriminação ou interferências no acesso”, explicou.

Se estas ofertas específicas permitem que os consumidores possam utilizar um preço mais baixo a alguns acessos que faz à internet, que todo o outro acesso que pretendem fazer não fique limitado, não fique restrito.

João Cadete de Matos

Presidente da Anacom

De mãos atadas para fazer cumprir a lei

O ECO questionou o presidente da Anacom sobre o que acontecerá caso este “sentido provável de decisão” não se traduza, depois de passar a definitivo, numa ação concreta por parte das operadoras. João Cadete de Matos reconheceu que, especificamente no caso da neutralidade da rede, a lei, no que toca a um quadro sancionatório, “é efetivamente omissa”.

Ou seja, mesmo que a Anacom queira multar as operadoras por causa deste aspeto, não tem ainda instrumentos para o fazer. “A parte sancionatória é a parte que desejamos que não seja necessária. Dependerá das violações aquilo que a Anacom poderá vir a fazer. Estamos a trabalhar numa revisão completa de todos os aspetos da lei das comunicações eletrónicas para que fique claro que em caso de violação, a Anacom poderá sem dúvida aplicar as contraordenações que entender. Para que isso aconteça, é necessário completar a revisão do quadro legal”, admitiu.

E continuou: “Esperamos, nesta matéria que, mesmo sem regras sancionatórias na lei, os operadores não deixem de cumprir a lei. Seria sempre uma má estratégia a de não cumprir a lei. Seria muito negativo do ponto de vista dos seus clientes. Esperamos que esse instrumento de ultimo recurso, a aplicação de multas, contraordenações, não seja de facto necessário.”

Seis elementos da Anacom denunciaram tarifários da Meo, Nos e Vodafone numa conferência de imprensa esta segunda-feira.

Operadoras “expressam perplexidade”

Num comunicado conjunto da Meo, Nos NOS 0,26% e Vodafone, enviado ao ECO por esta última, as operadoras “expressam perplexidade com a decisão anunciada”. “No âmbito da decisão tornada hoje pública pela Anacom, a Vodafone, a Meo e a Nos expressam perplexidade com a decisão anunciada, a qual não foi alvo de qualquer apresentação ou discussão prévia com os operadores, em contraciclo com uma postura de diálogo construtivo, que se entende dever ser privilegiada”, lê-se na nota.

Segundo a reação, as operadoras “entendem que esta decisão da Anacom prejudica gravemente os interesses dos consumidores, na medida em que vem banir um conjunto de ofertas que os clientes querem e procuram e, mais ainda, foram, e são, decisivas para a massificação da Sociedade da Informação e para o desenvolvimento da Economia digital em Portugal”.

Meo, Nos e Vodafone argumentam que “estas ofertas correspondem a uma resposta dos operadores às necessidades que os consumidores lhes têm apresentado” e que “existem profundas dúvidas sobre os moldes de aplicação das disposições do regulamento, não havendo entendimento uno a nível europeu e internacional”. “Os operadores aguardam há dois anos pela visão do regulador que, não tendo veiculado qualquer entendimento orientador que permitisse ao setor enquadrar as suas ofertas, levou a que estes tivessem de assumir a iniciativa de interpretar o Regulamento por forma a responder às necessidades dos clientes”, sublinham.

Não é a primeira vez que as operadoras se queixam de que a Anacom tem vindo a agir, alegadamente, sem contactar com as operadoras. Nesta ocasião, Meo, Nos e Vodafone indicam: “Acreditamos que é importante privilegiar uma postura construtiva de diálogo e cooperação entre todos de forma a assegurar a missão do regulador em promover o setor, os consumidores e os operadores, também.”

Questionado acerca deste ponto, João Cadete de Matos, presidente da Anacom, indicou: “Nós temos de os ouvir para decidirmos, mas as nossas decisões são totalmente independentes. As notificações foram feitas, foram enviadas ainda ontem. Que isso fique completamente claro.”

Este “sentido provável de decisão” da Anacom vai agora ser submetido a consulta pública e as operadoras vão ser ouvidas. O presidente da entidade admite que este dossiê possa estar fechado dentro de “quatro a cinco meses”, se “tudo correr como o previsto”.

(Notícia atualizada às 12h39 com mais informação)

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Toys R Us está insolvente no Reino Unido. Lojas em Portugal escapam

Em Portugal e Espanha, "todas as lojas e a loja online permanecem abertas com absoluta normalidade", garante a marca em comunicado.

A cadeia de lojas de brinquedos Toys R Us deu início a um processo de insolvência no Reino Unido e já foi nomeado um administrador de insolvência. Contudo, a empresa continua à procura de comprador. Para já, esta decisão não tem impacto em Portugal. A marca garante que “todas as lojas físicas e a loja online permanecem abertas com absoluta normalidade”.

O processo restringe-se exclusivamente ao negócio do Reino Unido. Em Portugal e Espanha, este processo não afeta o normal funcionamento de todas as lojas“, diz a marca em comunicado. “Estamos empenhados em garantir a continuidade desta grande marca por muitas gerações”, afirma o diretor-geral para França e Península Ibérica, Jean Charretteur, no mesmo comunicado.

No Reino Unido, esta situação coloca em risco 3.000 postos de trabalho, avança o jornal britânico The Guardian. Na nota à imprensa, a Toys R Us aponta o processo de insolvência como “a única opção viável para a empresa”. As lojas irão contudo manter-se em atividade “até ordens em contrário”, e os clientes são convidados a descontarem os talões de oferta de que disponham o mais brevemente possível.

Mas as más notícias no setor de retalho britânico não ficam por aqui: também esta manhã, a cadeia Maplin declarou a entrada num processo de insolvência, colocando, por sua vez, mais 2.500 colaboradores na incerteza.

(Notícia em atualizada as 11h50 com mais informação)

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Desemprego baixa fasquia dos 8% em janeiro

  • Marta Santos Silva
  • 28 Fevereiro 2018

A taxa de desemprego de dezembro situou-se nos 8%, o valor mais baixo desde julho de 2004. A estimativa mensal prevê que em janeiro se tenha verificado uma queda para 7,9%.

A taxa de desemprego de dezembro de 2017 situou-se nos 8%, de acordo com dados finais revelados esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). A estimativa mensal prevê que, em janeiro, o desemprego tenha quebrado a barreira dos 8%, caindo para os 7,9%.

“A estimativa provisória da taxa de desemprego de janeiro de 2018 situou-se em 7,9%”, lê-se no comunicado divulgado pelo INE, com os valores provisórios de janeiro. Estas estimativas mensais costumam ser revistas posteriormente. “Neste mês, a estimativa da população desempregada terá sido de 410,6 mil pessoas”, acrescenta o comunicado.

Quanto aos valores definitivos de dezembro, representam uma revisão em alta da estimativa mensal dada anteriormente em 0,2 pontos percentuais, para se fixarem nos 8%. Para encontrar um valor mais baixo do que o registado em dezembro, assinala o INE, seria preciso recuar a julho de 2004, há quase 14 anos.

A taxa de desemprego recuara para 8,9% até ao final de 2017, de acordo com as últimas estimativas anuais divulgadas no mês passado. Em 2016, a taxa de desemprego tinha-se ficado pelos 11,1%. A queda registada em 2017 retirou Portugal do clube dos países com uma taxa de desemprego de dois dígitos.

O Governo tem-se congratulado com a queda do desemprego na sua legislatura. “Cumprimos”, disse Mário Centeno, no arranque da sua audição na comissão parlamentar de Orçamento e Finanças, no final de janeiro, na Assembleia da República. “Temos mais 288 mil empregos do que em dezembro de 2015”, frisou o ministro das Finanças. É o “maior crescimento do emprego desde que há registo mensal do Instituto Nacional de Estatística,” somou. “Temos menos 225 mil desempregados do que no início da legislatura”, continuou, para depois rematar: “Revertemos a maior doença gerada pela forma como o ajustamento foi feito em Portugal.”

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Maior crescimento da década do investimento acelera PIB de 2017 para 2,7%

O PIB aumentou 2,7% em 2017, um ano de recuperação para a economia portuguesa. Além disso, o INE reviu em alta o crescimento de 2016 de 1,5% para 1,6%.

O Instituto Nacional de Estatística (INE) confirmou que a economia portuguesa cresceu 2,7%, tal como tinha avançado a estimativa rápida de 14 de fevereiro. As contas nacionais trimestrais foram divulgadas esta quarta-feira pelo INE. O PIB atingiu, em termos nominais, os 193,1 mil milhões de euros em 2017. O motor deste crescimento foi a procura interna, em particular o investimento, uma vez que a procura externa líquida — o resultado das exportações e importações — prejudicou o PIB ligeiramente.

Em 2017, o Produto Interno Bruto (PIB) registou um aumento de 2,7% em volume, uma taxa superior em 1,1 pontos percentuais à verificada no ano anterior, tendo atingido, em termos nominais, 193 mil milhões de euros”, anuncia o INE esta quarta-feira. A aceleração do investimento de 0,8% em 2016 para 8,4% em 2017 foi determinante. Já o consumo privado acelerou ligeiramente de 2,1% para 2,2%.

Por outro lado, a aceleração das exportações (7,9%) foi “ligeiramente menos intensa” que a das importações (7,9%) de bens e serviços deu um contributo negativo para o PIB. E, além disso, piorou o excedente comercial de Portugal para 1% do PIB (1,1% em 2016). Isto acontece porque — apesar do “forte crescimento” das exportações de turismo — a base das importações portuguesas é maior do que a das exportações. Ou seja, com as mesmas variações percentuais, o efeito das importações no saldo pesa mais.

Evolução do PIB desde 1996

Fonte: Instituto Nacional de Estatística.

Do terceiro para o quarto trimestre, o PIB registou uma variação em cadeia de 0,7%, o que se traduziu numa variação homóloga de 2,4%, taxa idêntica à observada no trimestre anterior. “O contributo positivo da procura interna para a variação homóloga do PIB diminuiu, passando de 3,5 p.p. no 3º trimestre para 2,4 p.p., devido à desaceleração do Investimento e do consumo privado”, explica o INE, referindo que a procura externa líquida deu um contributo nulo.

Em 2016, o primeiro ano completo de geringonça, a economia portuguesa cresceu 1,6% — o INE reviu em alta esta quarta-feira –, abrandando face aos 1,8% registados em 2015, o último ano da governação PSD/CDS. Em 2017, o PIB surpreendeu de tal forma que é preciso recuar até 2000 para encontrar um número superior (3,8%). A estimativa do Governo em outubro do ano passado era de 2,6%.

Construção dá gás ao investimento

Depois de aumentar ligeiramente em 2016, o investimento acelerou em 2017: cresceu 8,4%. Como é que isto aconteceu? O investimento em construção foi a “componente que mais contribuiu”, passando de uma queda de 0,3% em 2016 para um crescimento de 9,2% em 2017. De forma semelhante contribuiu o investimento em outras máquinas e equipamentos, em equipamento de transporte e produtos de propriedade intelectual.

Evolução do investimento em Portugal de 1998 a 2017

Fonte: Instituto Nacional de Estatística.

Os dados mais finos do destaque das contas nacionais do INE mostram que o investimento na economia portuguesa não tinha aumentado tanto desde 1998. Em 2017, a formação brutal de capital fixo (FBCF) — uma medida do investimento no país — cresceu 8,4%, a maior variação homóloga desde 2007. Além disso, em milhões de euros, o investimento está cada vez mais perto de alcançar o volume registado em 2011.

Na ótica do VAB (valor acrescentado bruto) de cada setor da economia portuguesa, a construção também foi uma das decisivas para que, em 2017, se registasse o maior crescimento económico de 2000. O VAB do ramo da construção cresceu 6,7% em 2017 (-1,7% em 2016), passando a dar um contributo positivo para a variação do VAB total — para o qual o ramo da indústria deu o maior contributo. Ainda assim, em milhões de euros, a construção continua aquém dos valores pré-crise.

(Notícia atualizada pela última vez às 13h31 com a correção de um gráfico)

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