Marques Mendes: “Ciclo para fazer acordos terminou. Falta agora o da oposição”

Rio está há 100 dias à frente do PSD. Prometeu recentrar o partido, fazer oposição firme e arrumar a casa. O ECO falou com um ex-líder do partido e um politólogo para perceber que balanço fazem.

Quando venceu as eleições diretas a 13 de janeiro, Rui Rio prometeu fazer “oposição firme” ao Governo e avisou que o partido “não foi fundado para ser um clube de amigos”. Passados 100 dias, o presidente laranja ainda não tem a casa arrumada.

Rio ainda não apresentou uma estratégia económica“, diz ao ECO o antigo presidente do PSD Luís Marques Mendes, explicando que também noutras áreas Rio “devia ser mais claro”. “O líder quando se candidata para o cargo já tem de ter a estratégia na cabeça” e o que está a acontecer é que Rui Rio “faz o diagnóstico, mas não apresenta a terapia”, justifica o conselheiro de Estado.

Marques Mendes dá um exemplo: o PSD tem dito que a carga fiscal está muito elevada. Tudo isto é “diagnóstico e crítica”. “Se fosse Governo o que faria?”, pergunta o também comentador político. Rio não tem de concretizar já “em quanto baixaria o imposto” mas tem de apontar um caminho — uma coisa são as medidas em concreto, outra coisa são as diretrizes. “Tem de dizer, por exemplo, que a sua orientação é a de reduzir a despesa do Estado em x e a carga fiscal em y e que vai dar prioridade a este ou aquele imposto”, explica.

O antigo líder dos laranjas diz que Rio corre dois riscos:

  1. Esta forma de liderar “torna qualquer oposição mais fraca“; e
  2. “Quando vier a ter as alternativas consolidadas pode ser tarde demais”.

O recém-nomeado Conselho Estratégico Nacional reuniu-se este sábado em Coimbra. Neste primeiro encontro, os 32 coordenadores e porta-vozes para as 16 áreas identificadas vão começar a definir uma estratégia para apresentar a Rui Rio. É deste órgão que sairão as bases para o programa eleitoral para as legislativas de 2019.

Marques Mendes acredita que, “no início do próximo ano, as tendências políticas já estão identificadas” e, por enquanto, o líder do PSD anda a “visitar escolas, hospitais e o interior sem ter uma alternativa para avançar”. “A mensagem até agora é curta”, conclui.

Rio anda a visitar escolas, hospitais e o interior sem ter uma alternativa para avançar. A mensagem até agora é curta.

Luís Marques Mendes

Apesar disso, o ex-presidente social-democrata valoriza os acordos políticos assinados na semana passada com o Governo, sobre a descentralização e os fundos comunitários. “Os entendimentos de regime são positivos. O ciclo para fazer acordos terminou. Falta fazer agora o da oposição”, afirmou Marques Mendes ao ECO.

O politólogo António Costa Pinto destaca que nestes 100 dias Rio fez aquilo que disse que faria. “A tentativa de recentrar o partido confirmou-se”, disse ao ECO, justificando que “parece ser claro que está agir de uma forma menos liberal do que Passos Coelho”.

Costa Pinto dá exemplos de posições assumidas por Rui Rio que sustentam esta aproximação ao centro.

  1. A recuperação do efeito da inflação nos salários da Função Pública; e
  2. O modelo de denúncia pública dos grandes devedores à banca quando os contribuintes tiveram de suportar as ajudas ao sistema financeiro.
  3. O acordo sobre os fundos comunitários com o Governo que, “não é uma grande novidade”, mas que a “novidade está na maior publicitação dos acordos”.

Para o investigador do Instituto de Ciência Sociais (ICS) da Universidade de Lisboa, “a ideia de ter um discurso próximo do centro pretende encostar o PS à esquerda”.

A ideia de ter um discurso próximo do centro pretende encostar o PS à esquerda.

António Costa Pinto

A estratégia está já a surtir algum efeito. O primeiro-ministro, António Costa, foi obrigado e lembrar medidas acordadas com Bloco, PCP e Verdes — como fez nas garantias sobre o aumento do Salário Mínimo Nacional (SMN) para 2019 — e a assegurar que a estratégia orçamental não vai sacrificar as medidas negociadas e aprovadas para 2018.

Esta estratégia tem, no entanto, um “problema”, já que “vai dando o flanco a críticas internas“.

Além disso, Costa Pinto assinala ainda que, nos primeiros 100 dias, Rio teve dificuldades em se afirmar internamente, já que continua a haver “notáveis com impacto mediático a demarcar-se” da estratégia do líder.

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Estado não está a pagar juros pelo IRS que cobra a mais

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 23 Abril 2018

De pouco passou a zero e a culpa é da Euribor a 12 meses. A taxa deixou de ser fixada por despacho nos últimos anos. Mas mesmo antes, o cenário era de juros baixos, até de cêntimos.

O Estado retém todos os meses uma parte do salário dos contribuintes por conta do IRS que têm de pagar relativo ao rendimento desse ano. Mas quando esse valor retido mensalmente supera o valor do imposto anual devido, o Estado tem de pagar no ano seguinte o reembolso de IRS que esteve a cobrar a mais e, além disso, pode ter de pagar um juro por ter retido mais do que devia. Mas este ano, não é de esperar que esta última remuneração seja paga, nas contas referentes a 2017, apurou o ECO. A culpa é da Euribor a 12 meses que está em valores negativos, um cenário que, aliás, já se verificou antes. Só que mesmo olhando um pouco mais para trás, e até com outras regras, o valor que resultava destes juros já era, na generalidade dos casos, reduzido, sublinha um dos especialistas contactos pelo ECO.

Desde 2015, esta remuneração “corresponde a 72 % da taxa de referência Euribor a 12 meses, a 31 de dezembro do ano em que se efetuarem as retenções na fonte ou os pagamentos por conta”, também abrangidos, indica o Código do IRS. Antes, a taxa era fixada no despacho que definia as tabelas de retenção na fonte. Os valores nos últimos anos também não eram muito significativos: em 2013 e 2014, por exemplo, a taxa era de 0,39%. Em 2012, atingiu 1,56%. Recuando mais no tempo, porém, é possível encontrar taxas de 2,5% em 2009 ou de 3,8% em 2008, por exemplo.

Nas notas de liquidação do IRS, o direito a esta remuneração surge sob a designação “juros de retenção-poupança”, confirmou ao ECO Anabela Silva, da EY. E adianta: “Nos últimos anos, os valores de juros de retenção-poupança são, na generalidade dos casos, reduzidos, atendendo a que as taxas têm vindo também a reduzir-se”. De reduzido, o valor passa a 0. No final de 2016, momento de referência para o cálculo, a Euribor a 12 meses já era negativa. No final de 2017 também — a declaração de IRS referente aos rendimentos do ano passado pode ser entregue (ou confirmada no âmbito do IRS Automático) até final de maio e os primeiros reembolsos já terão sido feitos. Sendo a Euribor a 12 meses negativa, não há lugar ao pagamento de juros, afirma Luís Leon, da Deloitte. É de facto isso que acontece na prática, sabe o ECO.

Mesmo antes, há casos de valores reduzidos, até de cêntimos. E também de zero. Sobre que base é aplicada a taxa? O Código do IRS afirma que a remuneração é devida quando se verifique, na liquidação anual de IRS, “que foi retido ou pago por conta imposto superior ao devido, determinado em função do rendimento líquido total e das deduções à coleta previstas no artigo 79.º” — este artigo, referente a “deduções dos sujeitos passivos, descendentes e ascendentes”, já foi revogado, e, assim, pode entender-se “que atualmente não se aplicam quaisquer deduções”, ainda que possa estar em causa um “lapso de remissão”, nota Anabela Silva.

O diploma indica depois que a remuneração é sobre a diferença, que, por sua vez, é apurada calculando-se “o pagamento médio mensal efetivo e o imposto médio mensal apurado, por forma a determinar o mês em que o sujeito passivo passa a ficar numa situação de crédito, assumindo-se a distribuição regular do rendimento e dos pagamentos ao longo do ano”. A remuneração é devida desde o mês em que se verifica a situação de crédito até ao mês anterior à liquidação. O Código também prevê que o direito à remuneração se extingue quando a liquidação tem por base declarações de rendimentos apresentadas fora dos prazos legais.

O ECO tentou perceber junto do Ministério das Finanças a dimensão dos montantes pagos, nos anos em que existiram, mas não obteve resposta.

Fiscalistas criticam

Para o fiscalista João Espanha, há uma questão que tem de ser debatida: “O que se deve discutir é se é correto o Estado financiar-se através de um empréstimo obrigatório — quem paga imposto em Portugal, que não é assim tanta gente como isso, além de pagar os impostos ainda é obrigado a emprestar dinheiro ao Estado a taxa zero”, diz.

João Espanha salienta ainda que “quando saíram as taxas de retenção na fonte para 2017, na altura discutiu-se que as mesmas não refletiam uma aplicação moderada daquilo que seria provavelmente a taxa média no final de cada liquidação”. “Não é inocente por parte do Estado a fixação das taxas das tabelas de retenção na fonte”, adianta, já que “bem sabe que vai cobrar a mais para devolver mais tarde e isso ajuda o combate ao défice”. O facto de não ter juros a pagar, “ajuda, claro”, remata. A diferença entre o imposto retido e o imposto devido também foi apontada nas tabelas de retenção a aplicar já em 2018.

Ao ECO, o Ministério das Finanças garante que “a taxa Euribor não é um fator tido em consideração na elaboração das tabelas de retenção na fonte”. “O exercício de construção das tabelas de retenção na fonte é complexo, na medida em que estas variam significativamente em função da composição dos agregados e das deduções, que não são estáticas. O montante das deduções chega a ter um maior impacto nos valores a reembolsar do que as próprias taxas de retenção na fonte“, sublinha. “Com efeito, anualmente, enquanto alguns contribuintes acabam por receber um reembolso de IRS, outros têm ainda de pagar o remanescente do imposto”, conclui fonte oficial.

Já o fiscalista Manuel Faustino recorda que as taxas aplicáveis à remuneração pelo IRS retido em excesso nem sempre foram tão reduzidas. E entende que a medida devia ser reavaliada face aos “objetivos subjacentes”. Vale a pena manter “numa altura em que a remuneração está aos níveis atuais?”, questiona. E “vale a pena remeter para taxas que ninguém entende” ou, ao invés, continuar a fixar o valor, “que só pode ser uma taxa 0 ou uma taxa positiva”, nos despachos das tabelas de retenção da fonte? Por fim, se a máquina administrativa entende que tem condições de cumprir determinados prazos nos reembolsos — no caso do IRS Automático, as Finanças já admitiram pagar em menos de 12 dias — então “não há razão nenhuma” para a lei continuar a apontar o dia 31 de agosto, nota. “Não é uma benesse do Governo, um favor da Autoridade Tributária, é o cumprimento do reembolso”, e “se não o fizer, começa logo a pagar juros, não é só a 31 de agosto, porque já lá têm o dinheiro há muito tempo”, defende Manuel Faustino. Neste caso, “já são juros indemnizatórios”, conclui.

Manuela Ferreira Leite também já levantou algumas questões quanto à relação entre IRS retido e devido. “Quanto mais nos retêm, e, portanto, mais é excessivo relativamente àquilo que é verdadeiramente o meu encargo, mais eu estou a emprestar ao Estado dinheiro, e estou a emprestá-lo gratuitamente, portanto estou a emprestar sem juros“, afirmou a ex-ministra das Finanças no espaço de opinião na TSF.

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Caso Manuel Pinho: “Receber 15 mil euros/mês em funções é inédito e grave”, diz Marques Mendes

Marques Mendes, no seu comentário semanal na SIC, diz que as revelações do caso Manuel Pinho mostram “como funcionava Ricardo Salgado”.

“Receber 15 mil euros todos os meses em funções é inédito e grave”. É assim que Marques Mendes comenta a notícia do Observador que dava conta que Manuel Pinho terá recebido “meio milhão do Grupo Espírito Santo quando era ministro”.

Isto mostra “como funcionava Ricardo Salgado. Paga-se debaixo da mesa, é Ricardo Salgado no seu melhor”.

Recorde-se que Ricardo Salgado, o antigo líder do GES, foi formalmente constituído, esta semana, arguido no âmbito do “caso EDP”. Em causa estarão suspeitas de corrupção no âmbito de contratos de receitas garantidas da EDP, os chamados CMEC, que resultaram em benefícios de mais de 1,2 mil milhões de euros alegadamente concedidos à elétrica pelo então ministro da Economia do Governo de José Sócrates, Manuel Pinho.

“Não sei se é corrupção do ponto de vista judicial, mas é do ponto de vista moral”, afirma o comentador na SIC que defende que Manuel Pinho tinha a “obrigação de vir dar uma explicação pública”, já que ocupou o cargo de ministro no passado.

Este caso para Marques Mendes, “não afeta só Manuel Pinho, afeta toda a classe política em geral”

Para Mendes, este caso não pode ser justificado com o argumento de que “os políticos são mal pagos”. “Acho que são mal pagos, sobretudo os autarcas que desempenham funções executivas, mas isso não serve de desculpa a Manuel Pinho”, remata o comentador.

O Ministério Público já terá na sua posse os dados fiscais e bancários do ex-ministro da Economia, Manuel Pinho, e também do presidente executivo da EDP, António Mexia. A notícia foi avançada este sábado pelo semanário Expresso. De acordo com o jornal, estes elementos chegaram ao DCIAP no início deste mês de abril. Isto depois de, no ano passado, o juiz de instrução criminal, Ivo Rosa, ter recusado a obtenção destes documentos.

Sobre estas revelações, Ana Gomes, eurodeputada do PS, veio defender esta semana que o PS deve aproveitar o próximo congresso para fazer uma “autocrítica”. “É a oportunidade para escalpelizar” como é que o PS “se prestou a ser instrumento de corruptos e criminosos”, afirmou numa publicação feita na rede social Twitter.

Em declarações ao Diário de Notícias, Ana Gomes confirmou que a mensagem que publicou deve, “obviamente”, ser vista “à luz das revelações” das reportagens da SIC sobre o ex-primeiro-ministro socialista, José Sócrates, acusado de corrupção no âmbito da operação Marquês e, também, pelas suspeitas de corrupção que recaem sobre o ex-ministro da Economia, Manuel Pinho, agora investigado no “caso EDP”.

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BE espera que PS vote a favor do projeto de resolução sobre Programa de Estabilidade

  • Lusa
  • 22 Abril 2018

A coordenadora do BE disse ter a expectativa de que o projeto de resolução sobre o Programa de Estabilidade possa ser aprovado, esperando o voto a favor do PS.

Catarina Martins falava este domingo aos jornalistas, em Lisboa, na conferência de imprensa após a Mesa Nacional do BE, órgão máximo do partido entre convenções, recordando que na terça-feira vai ser debatido o projeto de resolução do BE sobre o Programa de Estabilidade para que se “mantenham as metas já acordadas com Bruxelas para o défice” e se possa “utilizar a folga do crescimento económico para ter serviços públicos mais robustos”.

“Temos a expectativa que esse projeto de resolução possa vir ser aprovado pelos vários partidos e esperamos poder ter o voto do PS nesta matéria porque estamos certos de que o PS se manterá comprometido com a atual solução política e com a ideia fundadora do nosso compromisso, não entre partidos, mas com a população de que aqui estamos para dar prioridade às pessoas”, desafiou.

A coordenadora do BE sublinhou que “a Mesa Nacional do BE tem a expectativa de que seja possível manter a solução política” existente até hoje.

“Estamos muito determinados, muito convictos nela. É uma solução política parlamentar, que é negociada no parlamento e é negociada nos termos exatos com que o temos feito todos os anos: melhorar as condições de vida de quem vive do seu trabalho, proteger os serviços públicos e parar o empobrecimento do país”, lembrou.

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Emissão agrupada de obrigações para PME avança em 2019

AIP lançou um projeto de "Soluções de Financiamento para PME". Entre os instrumentos previstos está a emissão agrupada de obrigações de PME e um instrumento de suporte à fusão e à aquisição de PME.

Empenhada na valorização da capitalização das empresas nacionais, a Associação Industrial Portuguesa (AIP) lançou um novo projeto focado em “Soluções de Financiamento para Pequenas e Médias Empresas (PME)”. Entre os instrumentos previstos está uma “ideia antiga” que será “posta no terreno” em 2019: a emissão agrupada de obrigações de PME para que se potencie e facilite o acesso às empresas por parte dos investidores internacionais.

“Sabemos que as PME têm um prémio de risco associado”, começa por explicar ao ECO o diretor de Economia e Inovação da AIP. Segundo Paulo Caldas, o agrupamento dessas empresas acabará por diluir o risco e, portanto, facilitar o seu acesso ao financiamento, daí a importância deste instrumento.

A AIP procederá, neste sentido, à seleção das empresas e, em concertação com as entidades competentes, colocará, por fim, no terreno essa “ideia antiga”. A partir de maio vai começar a ser feito um levantamento no terreno, para aferir, em simultâneo, as necessidades das empresas, mas também a oferta existente. Um trabalho “inédito”, segundo Paulo Caldas, que será levado a cabo pela consultora PwC. “Pela primeira vez vai ser estudo o gap entre estes instrumentos e a procura”, acrescentou o economista ao ECO.

Depois de concluído este estudo da PwC será possível avançar com a primeira emissão agrupada de emissões para PME, algo que deverá acontecer só em 2019. Recorde-se que a ideia de usar este tipo de instrumento de capitalização já foi apresentado no Governo de Pedro Passos Coelho e voltou a ser reiterada a sua importância no programa Capitalizar, lançado pelo Executivo de António Costa, em 2016. “A canalização de poupanças nacionais para as empresas portuguesas através do mercado de capitais é prejudicada pela inexistência de produtos que possam ser adquiridos pelos fundos de investimento harmonizados que atuam no nosso país e que sejam especialmente destinados ao financiamento das pequenas e médias empresas”, escreveu o ministro-adjunto, Pedro Siza Vieira, no ECO, em novembro de 2017. “O acesso indireto ao mercado de capitais é, por isso, decisivo para o tecido empresarial português”, concluiu.

Para combater o “endividamento excessivo” e a subcapitalização das PME portuguesas a AIP, além da emissão agrupada de obrigações, vai ainda criar um instrumento de suporte à fusão e à aquisição de PME.

Por outro lado, no que diz respeito aos empresários, Paulo Caldas aponta um “défice” da capacidade de acesso às linhas de financiamento disponíveis, justificando assim a aposta da AIP num guião de boas práticas para as conquistar. Além disso, está prevista a criação de uma ferramenta online de autodiagnóstico para as empresas, de uma ferramenta de gestão e de corporate governance e de um centro de suporte para ajudar na navegação da primeira e encaminhar os empresários para as soluções ou combinações de soluções de financiamento mais adequadas.

Estas soluções, que contam com o apoio do Portugal 2020, receberam o financiamento de quase um milhão de euros, no âmbito do Apoio a Ações Coletivas do Sistema de Incentivos.

À semelhança destas últimas ferramentas agora lançadas pelo AIP, também o IAPMEI já disponibiliza um instrumento online de autodiagnóstico, que permite às empresas fazerem de uma forma simples e automática a avaliação da sua situação económica e financeira. Em 2015, também a Câmara de Comércio e Indústria do Centro em parceria com a União das Associações Empresariais da Região Norte lançou uma ferramenta de avaliação da eficiência operacional empresarial, a Eficope, que permite identificar estratégias práticas e resultados.

“A nossa tem uma particularidade”, realça, no entanto, Paulo Caldas. Segundo o representante da AIP, a plataforma agora anunciada vai além da análise contabilística, permitindo a aferição dos “mecanismos de gestão”.

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Vem aí um novo modelo de mensagens da Google. Vai chamar-se “Chat”

  • Rita Frade
  • 22 Abril 2018

Os dispositivos Android vão ter, em breve, um novo modelo de mensagens. Vai chamar-se "Chat" e pretende substituir as velhinhas "SMS".

Os dispositivos Android vão ter, em breve, um novo modelo de mensagens, o “Chat”.Pixabay

Se tem um telemóvel Android, então prepare-se para a novidade que aí vem: o Google vai lançar um novo modelo de mensagens, o “Chat”, que irá substituir as velhinhas “SMS”.

Isto não significa que os utilizadores tenham de fazer download de mais uma aplicação ou criar uma nova conta. O “Chat” já virá instalado na grande maioria dos dispositivos Android.

Mas esta funcionalidade não vem só substituir as tradicionais mensagens de texto. Vem também fazer concorrência ao iMessage, da Apple.

O “Chat” baseia-se num sistema “RCS” (“Rich Communications Services”), um novo modelo de mensagens de texto que opera em redes de dados e que, atualmente, é compatível com a maioria das fabricantes de telemóveis.

Mas, se se “estiver a mandar mensagem a alguém que não tenha o ‘Chat’ ativo ou que não seja um utilizador Android as mensagens serão automaticamente revertidas para SMS — da mesma forma que o iMessage faz”, escreve a publicação The Verge.

Uma das mais-valias do “Chat” é que os utilizadores vão poder enviar mensagens de texto mais longas e ter acesso a funcionalidades que aplicações como o “WhatsApp” ou o “Messenger” já têm, isto é, ter acesso a recibos de leitura, partilhar imagens e vídeos de alta resolução, criar grupos, entre outras.

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FMI vai fazer avaliações regulares da corrupção nos países

  • Lusa
  • 22 Abril 2018

O Fundo Monetário Internacional (FMI) vai implementar um quadro regulamentar para avaliar os sinais de corrupção sistemática nos seus 189 membros. Todos os anos, a corrupção leva 2% da riqueza global.

Christine Lagarde é a diretora do Fundo Monetário Internacional (FMI), que entre outras funções presta assistência financeira a vários países em todo o mundo. Incluindo Portugal.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou este domingo a implementação de um novo quadro regulamentar para avaliar os sinais de corrupção sistemática nos seus 189 membros, vincando que a corrupção prejudica o crescimento, investimento e as receitas fiscais. O novo quadro, anunciou a instituição durante os Encontros da Primavera, que decorrem em Washington, implica a “avaliação regular” dos contornos e da gravidade da corrupção nos países.

O anúncio, minutos antes do último painel de discussão dos Encontros, sobre “Restaurar a Confiança Atacando a Corrupção”, acrescenta que as medidas vão começar a ser implementadas a partir de 1 de julho.

“Sabemos que a corrupção afeta os países mais pobres e mina a confiança nas instituições”, disse a diretora-geral do FMI, Christine Lagarde, salientando que “o foco [das novas regras] está na avaliação da governação de uma forma geral, e não apenas na corrupção”. As fraquezas da governação, continuou a diretora-geral, “abrem a porta à corrupção”, o mesmo acontecendo com a complexidade das regras orçamentais e de governação.

“Quanto mais intrincadas são as regras da governação, mais mecanismos existem para as contornar”, disse Lagarde, defendendo regras mais simples, mas mais eficazes.

Corrupção leva 2% da riqueza global todos os anos

A corrupção, de acordo com cálculos do FMI, leva 2% da riqueza global todos os anos e os subornos pagos anualmente valem entre 1,5 biliões e dois biliões, um valor próximo do PIB da França.

“Até agora, a nossa análise sobre a corrupção não era muito detalhada, mas isso vai mudar com este novo quadro”, prometeu a líder do FMI.

O Fundo não tem poderes judiciais sobre a corrupção nos países membros, mas tem o poder de pressionar os seus membros através do condicionamento de programas financeiros, como aconteceu com a Ucrânia, em que a libertação de fundos ficou condicionada à implementação de reformas, ou em Moçambique, onde a implementação de um programa de assistência financeira está dependente de mais esclarecimentos sobre os beneficiários das dívidas ocultas.

Lagarde: “Vamos ser mais intrusivos nas finanças dos nossos membros”

A diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI) garantiu também que o Fundo “vai intrometer-se mais nas finanças dos países membros”, com as novas regras sobre a intervenção nos países com um programa de ajuda.

“Vamos ser mais intrusivos, os departamentos orçamental e jurídico já têm autorização do conselho de administração do Fundo para irem mais fundo na análise das finanças públicas dos países e exigirem cópias dos contratos, por exemplo”, disse Lagarde durante a discussão sobre “Restaurar a Confiança Atacando a Corrupção”.

O painel, que marca o último evento dos Encontros da Primavera, que decorrem até hoje, em Washington, tem a participação dos ministros das Finanças do Benim e do Paraguai, que respondeu: “Sim, por favor, intrometam-se mais”, motivando palmas e risos da assistência.

Na explicação das novas regras, a primeira revisão desde 1997, Lagarde deu um exemplo de como funciona atualmente a análise a um país: “Quando temos um programa com um país, desenhamos e emprestamos dinheiro da comunidade internacional com base nos documentos divulgados, com base em dados que aparecem nos números que nos dão”.

Depois, acrescentou, “quando descobrimos dívidas que aparecem fora do Orçamento, ou quando percebemos que há negócios laterais na indústria extrativa, telecomunicações ou construção, geralmente os setores mais permeáveis à corrupção, isso dá-nos uma boa causa para parar de emprestar e precisamos de clareza total e cópia dos contratos, e então só podemos continuar se tivermos conhecimento total e o Governo tem de tomar ações concretas antes de voltar a receber ajuda”.

Lagarde vincou a importância que o Fundo dá a este tema, apontando que “agora mesmo há 40 países que estão a beneficiar de ajuda técnica do FMI sobre medidas contra a lavagem de dinheiro e o financiamento do terrorismo”.

O novo programa de avaliação e divulgação da transparência das contas públicas dos países funcionará, numa primeira fase, em regime de voluntariado, havendo já 19 países, entre os quais o Reino Unido, Paraguai e Benim, que aceitaram ser inspecionados ao abrigo do programa de avaliação da transparência e que concordaram com a publicação da avaliação.

“O regime não é obrigatório, mas os países que não concordarem com a publicação da nossa avaliação devem ser questionados por quem se preocupa com a transparência e o combate à corrupção”, concluiu Lagarde, garantindo que “o programa não se aplica só aos suspeitos do costume, é mesmo toda a gente”.

(Notícia atualizada às 16h39 com mais declarações de Lagarde)

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Banco Mundial aumenta capital em 13 mil milhões de dólares

  • Lusa
  • 22 Abril 2018

O Banco Mundial vai receber 13 mil milhões de dólares de novo capital e vai praticar taxas de juro mais altas para os países em desenvolvimento com rendimentos mais elevados.

Os acionistas do Banco Mundial aprovaram este domingo um aumento de capital no valor de 13 mil milhões de dólares, o que significa que a capacidade de financiamento do banco mais do que duplicou, disse o presidente da instituição. “Duplicámos a capacidade do Grupo Banco Mundial”, disse Jim Yong Kim aos jornalistas durante os Encontros da Primavera, que decorrem até hoje em Washington, acrescentando que o aumento de capital “é um enorme voto de confiança, mas as expectativas são enormes”.

Com este aumento de capital, de cerca de 10,5 mil milhões de euros, a instituição planeia aumentar a capacidade de financiamento para quase 80 mil milhões de dólares este ano (perto de 65 mil milhões de euros), um aumento face aos 59 mil milhões de dólares (quase 48 mil milhões de euros) do ano passado, e que dará uma capacidade de financiamento de cerca de 100 mil milhões (81 mil milhões de euros), por ano, até 2030.

Além do montante, os acionistas do Grupo adotaram também algumas alterações aos mecanismos dos empréstimos, praticando, a partir de agora, taxas de juro mais altas para os países em desenvolvimento com rendimentos mais elevados, para desencorajar o excessivo endividamento, que o Fundo Monetário Internacional disse esta semana ser uma das preocupações para o crescimento mundial.

As prioridades do Banco Mundial foram reiteradas pelos acionistas, e incluem “os objetivos gémeos de acabar com a pobreza externa e potenciar a prosperidade partilhada”, para lá dos quatro pilares de atuação: “manter o envolvimento com todos os clientes, liderar a Agenda Global dos Bens Públicos, mobilizar capital e criar mercados e continuar a melhorar a eficiência e o modelo operacional interno”.

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Rússia e Emirados estão na mira do turismo médico nacional, diz Salvador de Mello

Em conversa com o ECO, Salvador de Mello, presidente do Health Cluster Portugal e CEO da José de Mello Saúde, diz que o setor do turismo médico nacional tem um potencial de 100 milhões de euros.

O que falta a Portugal para que concretize “o potencial de 100 milhões de euros” do seu setor de turismo médico? Trabalhar na reputação internacional, responde o presidente do Health Cluster Portugal e CEO da José de Mello Saúde. Em conversa com o ECO, Salvador de Mello explica que, apesar de ainda estar pela frente um longo caminho, os resultados dessa demanda podem ser bastante vantajosos para a economia nacional.

Health Cluster Portugal reúne 170 hospitais, farmacêuticas, universidades e centros de investigação.

“Penso que o que falta é trabalharmos na reputação externa do país na área médica. Portugal é reconhecido em muitas áreas, mas ainda não é reconhecido como centro de excelência na área da medicina”, sublinha o representante da associação que reúne 170 hospitais, universidades, centros de investigação e farmacêuticas.

Segundo Salvador de Mello, esse esforço no sentido da projeção internacional portuguesa já está a ser começado com “visitas de prospeção e com a participação em feiras de turismo”. Os mercados alvos? “A Rússia, os Emirados Árabes Unidos e a Europa, particularmente a Holanda e a Suíça”, avança o mesmo responsável.

A favor de Portugal está, claro, a “elevada qualidade das infraestruturas hospitalares e humanas” nacionais. “Portugal tem hospitais ao nível do que melhor existe na Europa e no mundo”, reforça de Mello. “Depois temos condições de segurança e de clima que tornam Portugal muito atrativo”, acrescenta o líder da filial portuguesa do Health Cluster.

No início do mês, Salvador de Mello avançou à Lusa que os “números apontam para que haja um potencial de cerca de 100 milhões de euros”, no que diz respeito ao turismo médico nacional. De acordo com o gestor, o mercado português tem condições para se afirmar como um operador relevante no setor mesmo a nível internacional.

Temos mais do que capacidade para absorver a procura sem que se gerem efeitos nefastos.

Salvador de Mello

Presidente do Health Cluster Portugal

Tempestade depois do boom?

As histórias dos últimos anos da escalada dos preços dos imóveis, sobretudo na capital portuguesa, podem deixar antever uma tendência semelhante nos serviços médicos no caso de um boom do turismo de saúde? “Acho que não. Temos mais do que capacidade para absorver a procura sem que se gerem efeitos nefastos”, acredita Salvador de Mello.

Enquanto essa explosão não acontece, o representante destaca “o excelente comportamento” deste setor. “A nível das exportações de saúde, Portugal tem-se portado lindamente. Representam 3% das exportações nacionais”, salienta o líder do Health Cluster Portugal.

Ainda que já se tenha começado o trabalho para que esse comportamento passe de bom a bombástico, de Mello realça que não está “à espera de saltos quantitativos a curto prazo”. “Só a longo prazo, teremos ganhos consideráveis”, defende. E por falar no futuro, as tendências de inovação que o irão marcar serão, conclui o responsável, a medicina de precisão, a saúde digital e a nano medicina.

Por agora, o setor da saúde é caracterizado por um dinamismo evidente, enfatiza: representa 5% do PIB nacional, emprega 280 mil pessoas e exporta 1.400 milhões de euros.

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Andrea Nahles é a primeira mulher a presidir ao SPD alemão

  • ECO e Lusa
  • 22 Abril 2018

Ex-ministra do Trabalho derrotou a candidata Simone Lange e tornou-se a primeira mulher a liderar o SPD alemão em 154 anos de História.

Andrea Nahles tornou-se este domingo a primeira mulher a presidir o Partido Social-Democrata (SPD) alemão, em 154 anos de História. Sucede a Martin Schulz. A eleição aconteceu num congresso que decorre em Wiesbaden, com Nahles a contar com os votos favoráveis de 66% dos delegados do partido, segundo o jornal El País.

Nahles, ex-ministra do Trabalho e líder da bancada parlamentar do SPD, concorreu à presidência do partido numa corrida que contou, também, com outra candidata. Tratou-se de Simone Lange, menos conhecida, mesmo dentro do seu partido. Lange apresentou-se como sendo uma “alternativa real” para um partido que, defendeu, “não pode demorar mais tempo” a renovar-se.

Agora, Andrea Nahles terá pela frente a tarefa de renovar o SPD e dar-lhe mais popularidade, depois da derrota histórica nas últimas eleições, em que conseguiu apenas 20,5% dos votos. O partido aceitou, depois, coligar-se com Angela Merkel.

Já este domingo, ainda antes de ser conhecido o resultado, Andrea Nahles discursou e pediu os votos dos elementos do partido para presidir à organização, a mais antiga da Alemanha, com o compromisso de avançar com a sua renovação. “Hoje, aqui, vamos quebrar um teto de vidro”, garantiu Andrea Nahles, durante um discurso perante o congresso do seu partido.

A política recordou ainda o difícil caminho percorrido pelo partido até aceitar entrar numa nova grande coligação com a chanceler Angela Merkel. “Podemos renovar-nos a partir de dentro da grande coligação”, prometeu Andrea Nahles, descrevendo o SPD como “defensor da justiça social” e depois de recordar algumas das conquistas do partido, como a aplicação do salário mínimo interprofissional, conseguida na legislatura anterior, quando era ministra do Trabalho.

Andrea Nahles terminou o seu discurso com um apelo à unidade: “podemos consegui-lo, mas não é coisa para uma só pessoa, mas para todos juntos”.

Esta foi a primeira disputa entre duas candidaturas vivida pelo SPD desde que, em 1995, Oskar Lafontaine ganhou a presidência a Rudolf Scharping, e o quarto congresso do partido num ano.

(Notícia atualizada às 16h31 com resultado da votação e eleição de Nahles)

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? Teste: Pouca novidade no Galaxy S9+, mas faz bem o que promete

Foi apresentado em fevereiro o novo flagship da Samsung. O ECO testou o Samsung Galaxy S9+, a versão mais musculada do novo topo de gama da marca sul-coreana, que se destaca mais uma vez pela alta qualidade do ecrã. É um Super AMOLED, o que significa que tem cores bem mais naturais, contrastadas e brilhantes. Além disso, é curvo e praticamente não tem margens.

A empresa parece ter interiorizado algumas das críticas feitas ao modelo anterior, o S8+. Por isso, desta vez, o sensor de impressões digitais está mais bem posicionado, junto à câmara traseira, que foi melhorada para permitir gravar vídeo em qualidade 4K a 60 frames por segundo. Ou seja, o resultado final é bem mais fluído e o efeito de câmara lenta é capaz de surpreender. É também um equipamento que promete responder com facilidade às tarefas mais exigentes.

Ainda assim, mesmo com as melhorias trazidas ao mercado por este novo telemóvel da Samsung, um novo investimento pode não fazer sentido para quem já tem o Galaxy S8+, uma vez que estes pequenos aspetos podem saber a pouco. Ainda para mais, há que ter em conta o preço: o Samsung Galaxy S9+ tem um preço a rondar os 970 euros. Veja o nosso vídeo de análise no topo deste artigo.

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Estado Islâmico reivindica atentado em Cabul que já fez 31 mortos

  • Lusa
  • 22 Abril 2018

O auto-proclamado Estado Islâmico reivindicou a autoria de um atentado suicida que fez pelo menos 31 mortos em Cabul, no Afeganistão. Opõem à realização de eleições democráticas.

O grupo extremista Estado Islâmico (EI) reivindicou a autoria do atentado suicida deste domingo contra um centro de recenseamento eleitoral em Cabul, do qual resultaram pelo menos 31 mortos e 54 feridos. Num comunicado divulgado pela agência de notícias Aamaq do EI, o grupo reivindica o atentado contra “os apóstatas” xiitas.

Fontes oficiais afegãs afirmaram que um terrorista suicida se fez explodir no meio de uma multidão perto de um centro de recenseamento eleitoral em Cabul. Tanto o EI como os talibãs se opõem à realização de eleições democráticas. O Afeganistão terá eleições parlamentares a 20 de outubro.

O atentado ocorreu na zona oeste da capital do Afeganistão, no bairro maioritariamente xiita de Dasht-e-Barchi.
O porta-voz dos talibãs, Zabihullah Mujahid, já antes indicara que “os Mujahidines não têm nada a ver com o ataque de hoje”, responsabilizando implicitamente um afiliado local do grupo extremista Estado Islâmico.

Este foi o primeiro ataque em Cabul contra um centro de recenseamento eleitoral para as legislativas de outubro desde o início do processo de recenseamento, a 14 de abril. A explosão foi sentida em toda a cidade, partiu janelas a quilómetros de distância do local do ataque e danificou vários veículos nas redondezas, conta a agência Associated Press.

Nas imagens transmitidas pela televisão nacional, a Ariana TV, a partir do local, uma multidão gritava “morte ao governo” e “morte aos talibãs”. As televisões mostram centenas de pessoas concentradas nos hospitais locais a tentar obter informações sobre os seus familiares.

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