Combustíveis. Costa salienta “serenidade” do Governo e condena aproveitamentos políticos

  • Lusa
  • 18 Abril 2019

O primeiro-ministro assegura que, durante a greve dos motoristas de matérias perigosas, o Governo procurou sempre "criar as condições" para que as partes se sentassem à mesa.

O primeiro-ministro considerou esta quinta-feira que, na sequência da crise do abastecimento de combustíveis, a grande lição a tirar é que são “intoleráveis os aproveitamentos políticos” e que os conflitos sociais resolvem-se com serenidade, sem acrescentar dramatismo.

Esta posição foi transmitida à agência Lusa por António Costa, horas depois de o sindicato dos motoristas de substâncias perigosas e a Associação Nacional de Transportadores Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM) terem chegado a acordo, o que permitiu a suspensão da greve iniciada na segunda-feira.

“A grande lição que temos de tirar é que, perante conflitos sociais, é absolutamente intolerável qualquer tipo de aproveitamento político. O que é necessário fazer é agir com serenidade para não acrescentar dramatismo a uma situação que, por si, já é bastante complexa”, declarou o primeiro-ministro.

Na perspetiva do líder do executivo, ao longo da greve decretada pelos motoristas, que gerou uma crise no abastecimento de combustíveis em todo o país, o Governo procurou sempre “criar as condições” para que as partes se sentassem à mesa “e o conflito fosse ultrapassado em paz, no respeito por uns e por outros”.

Por outro lado, ainda segundo António Costa, o Governo esforçou-se também por “responder da forma mais rápida possível no sentido de satisfazer os interesses dos portugueses, com o seu direito à mobilidade – quer quando se deslocam para o trabalho, quer quando se deslocam para junto das suas famílias -, mas, igualmente, os interesses da economia nacional, designadamente no que respeita ao funcionamento de serviços essenciais, casos dos aeroportos, os sistemas de saúde e de emergência”.

Questionado sobre a vulnerabilidade revelada pelo Estado português perante greves decretadas em setores de atividade classificados como sensíveis, caso do abastecimento de combustíveis, o primeiro-ministro respondeu que, na realidade, “há setores económicos que são vitais para o funcionamento do país, sendo assim em Portugal, como em qualquer outro país“. No caso concreto do aeroporto de Lisboa, de acordo com António Costa, “houve um único avião desviado por falta de combustível – e não houve mais do que isso”.

“Perante situações de conflito, não se pode acrescentar dramaticidade a um problema que já existe, mas, pelo contrário, impõe-se devolver tranquilidade. Muitas vezes as pessoas confundem passividade com serenidade, mas passividade é não fazer nada e serenidade é agir sabendo o que se quer fazer e para criar as melhores condições no sentindo de que, em diálogo, se possam resolver as situações vez de agravar os conflitos”, sustentou.

Neste ponto, António Costa repetiu aquilo que afirmou na quarta-feira, de manhã, durante o debate quinzenal, no parlamento. “Disse na Assembleia da República que o Governo estava a fazer tudo o que era necessário fazer para assegurar em todo o território nacional o abastecimento. Ora, sabíamos que estávamos a aproximar as partes para que fosse possível um acordo para o alargamento dos serviços mínimos. Ao mesmo tempo, estávamos a trabalhar com as partes para podermos ir até mais longe, ultrapassando o conflito, o que foi conseguido com sucesso hoje de manhã”, declarou.

De acordo com António Costa, agora com a greve dos motoristas levantada, Portugal “vai retomando a sua normalidade”. “Certamente que os postos que estavam em rutura estão a ser já abastecidos e esperemos que tão rapidamente quanto possível toda a normalidade seja restabelecida. Serenidade, não aproveitamento político, bom senso e responsabilidade no diálogo com as partes são as formas de podermos gerir responsavelmente conflitos sociais entre entidades privadas”, insistiu o primeiro-ministro.

Já relativamente à questão sobre o momento em que o executivo colocou a greve dos motoristas de matérias perigosas no primeiro plano das suas prioridades, o primeiro-ministro defendeu que o Governo acompanhou “desde a primeira hora este conflito da forma como deve acompanhar um conflito que se desenvolva no setor privado”.

“Em primeiro lugar, procurando chamar as partes para, em diálogo social, ultrapassar os conflitos – e foi o que procurámos fazer para a fixação dos serviços mínimos e, na quarta-feira, para o alargamento desses serviços mínimos, cujo acordo foi obtido já a meio da noite. Finalmente, fizemos uma mediação que permitiu este acordo que levou ao fim da greve”, completou o primeiro-ministro.

Com o fim do diferendo entre motoristas e Associação Nacional de Transportadores Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM) e com o restabelecimento da normalidade no abastecimento de combustíveis no país, António Costa deixou em primeiro lugar “uma mensagem de forte solidariedade com todos os portugueses, que viveram dias muito difíceis”.

“Deixo também um forte agradecimento às forças de segurança, que foram absolutamente extraordinárias, quer em assegurar a paz e tranquilidade em todo este conflito, quer no desempenho das missões que lhe foram confiadas, inclusive de transporte em substituição no período de requisição civil. Quero também agradecer a todos os meus colegas do Governo, cada um na sua função”, disse.

António Costa destacou ainda que o ministro do Ambiente e da Transição Energética, João Pedro Matos Fernandes, definiu “as necessidades de abastecimento mínimo que eram necessárias assegurar para o funcionamento de todos os serviços essenciais e para o planeamento das emergências em caso de necessidade”.

O ministro da Administração Interna [Eduardo Cabrita] assegurou o pleno funcionamento das forças de segurança e o Ministério da Economia assegurou a ligação com todo o setor económico. Destaco também o Ministério do Trabalho na sua função de mediação e o ministro das Infraestruturas [Pedro Nuno Santos] pela forma como articulou entre todos a melhor forma de aproximar as partes e sentá-las à mesa”, acrescentou.

A greve dos motoristas de matérias perigosas terminou esta quinta-feira de manhã, depois de o sindicato e a ANTRAM terem chegado a acordo ao início da manhã. No acordo assinado, a ANTRAM e o Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) comprometem-se a concluir até dia 31 de dezembro um processo de negociação coletiva.

A negociação coletiva deverá assentar nos seguintes princípios de valorização: individualização da atividade no âmbito da tabela salarial, subsídio de risco, formação especial, seguros de vida específicos e exames médicos específicos. A greve nacional dos motoristas de matérias perigosas teve início às 00:00 de segunda-feira, convocada pelo SNMMP.

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Taxistas lançam Izzy Move, uma aplicação concorrente da Uber. Não tem tarifas dinâmicas

A Antral desenvolveu uma app para concorrer com a Uber. Vai estar disponível em todo o país e conta já com cerca de 2.000 táxis, sem tarifas dinâmicas e com pagamentos pelo telemóvel.

O setor do táxi vai lançar na terça-feira uma aplicação para smartphone que promete concorrer com a Uber e não tem tarifas dinâmicas. Trata-se de um projeto da Antral, associação do setor que é liderada por Florêncio de Almeida, um dos protagonistas do braço de ferro entre taxistas e plataformas eletrónicas, confirmou o ECO junto do próprio.

"É uma plataforma de táxi do género da Uber.”

Henrique Santos

Diretor da Izzy Move

A aplicação chama-se Izzy Move e vai estar disponível em todo o país. Promete arrancar com cerca de 2.000 táxis e trazer dinâmica ao setor, permitindo aos clientes pagarem as viagens como quiserem. Seja com cartão bancário ou com numerário, ou mesmo através do telemóvel, explicou o diretor da empresa, Henrique Santos.

“É uma plataforma de táxi do género da Uber”, disse, em conversa com o ECO. A diferença está na “honestidade” dos preços praticados, segundo o próprio. Diz que, uma vez que os preços dos táxis são tabelados por lei e o setor está impedido de praticar tarifas dinâmicas, como faz a Uber, o cliente vai saber que está a pagar um preço “justo”. A aplicação também faz uma estimativa do custo da viagem, que pode variar no final.

Segundo Florêncio de Almeida, presidente da Antral, pelo menos uma dezena de centrais de rádio de táxis já se associou a este projeto. A app está a ser desenvolvida “há quatro anos” e, de acordo com Henrique Santos, será apresentada na próxima terça-feira, 23 de abril. Espera-se a presença do secretário de Estado Adjunto e da Mobilidade, José Mendes, ou possivelmente do ministro da tutela, João Pedro Matos Fernandes.

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Governo reúne-se com sindicatos até dia 26 para negociar carreiras de inspeção

  • Lusa
  • 18 Abril 2019

Depois de ser aprovado o regime das carreiras especiais de inspeções setoriais, o Governo vai reunir com os sindicatos para negociar até dia 26.

Membros do Governo de várias áreas governativas vão reunir-se entre esta quinta-feira e dia 26 com os sindicatos para negociar as carreiras de inspeção da administração pública, anunciou esta quinta-feira o Ministério das Finanças.

O diploma que estabelece o regime das carreiras especiais de inspeções setoriais foi aprovado na generalidade, pelo Conselho de Ministros, em 4 de abril. Seguem-se agora as reuniões setoriais entre os membros do Governo das várias áreas e os sindicatos, entre hoje e 26 de abril, “por forma a poder concluir este processo com a máxima brevidade”, avançam as Finanças.

Segundo a mesma fonte, o diploma relativo às carreiras especiais de inspeção cria e regula, de modo uniforme, nove carreiras especiais para as quais transitam os cerca de 700 trabalhadores das carreiras que são extintas, determinando ainda a subsistência de duas carreiras.

As carreiras de inspeção a criar são as dos jogos do Instituto do Turismo de Portugal, inspeção do Instituto de Segurança Social (ISS), do Instituto de Gestão Financeira de Segurança Social, da Autoridade para as Condições de Trabalho, da Agência para o Desenvolvimento e Coesão, do Instituto dos Mercados Públicos, do Imobiliário e da Construção, da Direção-Geral de Alimentação e Veterinária, de inspeção das pescas e de inspeção de navios e segurança marítima.

Por sua vez, ficam como carreiras subsistentes as relativas a inspetor-adjunto da solidariedade e segurança social do ISS e de inspetor-adjunto da Direção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos (DGRM). O ministério salienta que, com este diploma e com a revisão das carreiras de inspeção da ASAE concluída em 2018, o Governo “conclui os processos de revisão das carreiras de inspeção setoriais” que estavam por rever “desde 2009”.

Continua também a decorrer a negociação coletiva relativa à revisão das carreiras da Autoridade Tributária e Aduaneira (AT), estando a mesma na fase de audição pública, após publicação no Boletim de Trabalho e Emprego, afirmam as Finanças.

Este processo de revisão irá abranger a extinção de dez e a criação de duas carreiras, a carreira especial de gestão e inspeção tributária e aduaneira e a carreira especial de inspeção e auditoria tributária e aduaneira, num claro esforço de simplificação e de modernização das carreiras, algumas das quais com normas que remontam a 1968”, lê-se no comunicado.

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Jerónimo Martins vai distribuir 38 milhões em prémios por trabalhadores de lojas e logística

Grupo de Soares dos Santos aumentou prémio anual dos colaboradores para 475 euros. O prémio é idêntico nos três países onde opera e chegará a 80% dos colaboradores, equivalente a quase 10% do lucro.

A Jerónimo Martins anunciou um aumento de 6% do prémio anual a partilhar com os colaboradores do grupo, que assim chegará este ano aos 475 euros por trabalhador. O aumento surge em resultado da “satisfação com os resultados atingidos em 2018” manifestada pela administração da Jerónimo Martins e beneficiará sobretudo os colaboradores das lojas e de logística.

“Este prémio individual, cujo valor é igual nos três países onde o Grupo opera, abrange cerca de 80% dos colaboradores e corresponde a um montante global de 38 milhões de euros, equivalente a aproximadamente 10% dos resultados líquidos consolidados alcançados no ano passado”, avançou a empresa em comunicado. O Grupo Jerónimo Martins emprega atualmente cerca de 108.500 colaboradores, 30% dos quais em Portugal onde, em 2018, criou 713 postos de trabalho.

Segundo a mesma fonte, o prémio, de natureza extraordinária, “acumula com a remuneração variável mensal em vigor e com os vários programas e ações de apoio aos colaboradores nas áreas da Saúde, da Educação e do Bem-Estar Familiar”. A empresa investiu mais de 2,7 milhões nestes programas em Portugal, detalha ainda a Jerónimo Martins.

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Estes 38 milhões de euros são uma das parcelas dos prémios que a Jerónimo Martins paga ao longo de um ano fiscal.

Em 2018, por exemplo, o valor global em prémios ascendeu a 110 milhões, conforme revelou Pedro Soares dos Santos na apresentação dos resultados do grupo. Nestes 110 milhões pagos em 2018, contavam-se cerca de 450 euros de prémio anual a colaboradores das lojas e logística, valor que será então aumentado em 6% para 2019.

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BCP quer devolver 100% dos cortes aos salários até 1.500 euros já este ano

Miguel Maya pretende devolver já este ano a totalidade das verbas retidas durante a crise para quem recebe 1.500 euros. Reposições para os restantes serão feitas durante três anos, apurou o ECO.

Miguel Maya , CEO do BCP, pretende repor os cortes salariais que vigoraram durante a liderança de Nuno Amado.Paula Nunes / ECO

O BCP BCP 5,68% quer devolver na totalidade os cortes salariais aos trabalhadores com remunerações até 1.500 euros já este ano. Já para as remunerações que variam entre 1.500 euros e 2.500 euros, a restituição das verbas retidas entre 2014 e 2017 situar-se-á entre os 33% e os 50%.

Foi com Nuno Amado à frente do banco que os funcionários que recebiam mais de 1.000 euros viram os seus salários cortados em 2014. A medida vigorou até junho de 2017 e os cortes atingiram um máximo de 11% do salário bruto. O BCP estava no início de uma profunda crise e a justificação para os cortes salariais foi a necessidade de um esforço de contenção salarial para permitir salvar 400 postos de trabalho.

Agora, sem nuvens no horizonte, depois dos lucros de 300 milhões de euros em 2018, a administração de Miguel Maya está sentada à mesa das negociações para chegar a um acordo com os sindicatos relativamente à forma como será feita reposição dos cortes salariais. E o que está em cima da mesa é isto: a restituição dos valores vai depender do escalão salarial, com prioridade aos salários mais baixos que foram visados pelos cortes durante a crise, disse uma fonte próxima das negociações ao ECO. Isto é: devolver 100% dos cortes aos salários até 1.500 euros já este ano e entre 33% e 50% aos salários entre 1.500 euros e 2.500 euros. O ECO não conseguiu apurar a proposta para salários acima dos 2.500 euros.

Ainda assim, no geral, os trabalhadores do BCP deverão reaver os cortes num período até três anos, adiantou a mesma fonte, sublinhando que as negociações entre as duas partes (administração e sindicatos) ainda se encontram longe de estar fechadas. “A procissão ainda vai no adro. Ainda há muito trabalho pela frente”, lembrou.

O ECO contactou o BCP sobre o estado das negociações com os sindicatos, que recusou fazer comentários. “O BCP encontra-se em processo de negociação com os sindicatos, pelo que não considera oportuno efetuar qualquer comentário sobre os temas que estão a ser abordados nas reuniões, nem sobre a forma como estão a decorrer as negociações”, disse fonte do banco.

No início desta semana, Sindicato dos Bancários do Norte (SBN), Sindicato Nacional dos Quadros Técnicos e Bancários (SNQTB) e Sindicato Independente da Banca (SIB) reuniram-se com a administração do banco. Já depois desse encontro, os três sindicatos emitiram um comunicado a dar conta da evolução do processo negocial: “A proposta da administração do BCP permite uma maior aproximação ao que é pretendido por SNQTB, SBN e SIB, isto é, uma devolução maior e num período mais curto. Ainda assim, para que possa ocorrer um entendimento, os três sindicatos entendem que a restituição dos valores retidos deve ocorrer a um ritmo mais célere”, afirmaram os sindicatos no comunicado datado de 16 de abril.

"A proposta da administração do BCP permite uma maior aproximação ao que é pretendido por SNQTB, SBN e SIB, isto é, uma devolução maior e num período mais curto. Ainda assim, para que possa ocorrer um entendimento, os três sindicatos entendem que a restituição dos valores retidos deve ocorrer a um ritmo mais célere.”

SNQTB, SBN e SIB

Comunicado conjunto

E o que foi transmitido à administração do banco foi isto: “Estas verbas, sendo dos trabalhadores, devem ser restituídas de forma célere, justa e universal, devendo os critérios de restituição ocorrer na mesma base que existiu aquando dos cortes. Após quase uma década, os três sindicatos entendem que este é o ano de inversão do ciclo para os trabalhadores e que administração do BCP não pode deixar de atender a esta reivindicação“.

Na semana passada, Sindicato dos Bancários do Centro (SBC) e o Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas (SBSI) revelaram um acordo com o banco para a devolução de pelo menos 25% do corte salarial, e “em numerário”.

Seja como for, a devolução dos cortes aos trabalhadores terá de ser aprovada na assembleia geral de acionistas do próximo dia 22 de maio. A ser aprovada a restituição dos valores retidos, Miguel Maya começa a dar cumprimento a um dos compromissos que estabeleceu desde a primeira hora que assumiu a liderança do banco. O valor retido aos trabalhadores ascenderá a cerca de 30 milhões de euros.

Além da devolução dos cortes, o banco e os sindicatos estão a negociar a atualização dos salários. A administração não quer ir além de uma subida salarial de 0,6%, apurou o ECO. Só que os sindicatos não estão muitos disponíveis para aceitar estes aumentos. “A proposta de aumento salarial da administração do BCP está ainda longe de apresentar um valor que possa ser entendido como justo e aceitável”, referiram os três sindicatos.

Nos últimos acordos negociados na banca, a atualização salarial foi de 0,75% com efeitos retroativos a partir de 2018, como foi o caso do Banco de Portugal ou da Caixa Geral de Depósitos, por exemplo.

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ANA defende que petrolíferas devem ponderar criar oleoduto para aeroporto de Lisboa

  • ECO
  • 18 Abril 2019

Depois do vereador do PSD na câmara ter anunciado que vai propor a construção de oleoduto para o aeroporto de Lisboa, gestora da infraestrutura 'valida' ideia, desde que seja paga pelas petrolíferas.

A ANA, concessionária dos aeroportos portugueses, considera que se deve pensar em investir na construção de um oleoduto para abastecer diretamente o aeroporto Humberto Delgado, de modo a que este não continue dependente de camiões-cisterna, ainda que saliente que esse investimento deva recair nas empresas do setor petrolífero, que são quem “tem competência nesta área”.

Em respostas ao Observador, fonte oficial da ANA apontou que, “pelo facto de haver maior clareza sobre o futuro do Aeroporto Humberto Delgado, acreditamos que a distribuição e o abastecimento de combustível por pipelines poderá ser um investimento ponderado pelas empresas do setor petrolífero, que é quem tem competência e intervenção nesta área”.

A concessionária, detida pelos franceses da Vinci, vai mesmo mais longe, sublinhando que “gostaria que este projeto fosse considerado num futuro próximo”.

Já esta quinta-feira de manhã, e à TSF, o vereador do PSD na autarquia lisboeta, João Pedro Costa, anunciou que este partido vai propor a construção de um oleoduto para o Humberto Delgado já na próxima reunião municipal.

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Galp e BCP deixam bolsa em baixo antes do fim-de-semana prolongado da Páscoa

Bolsa fechou a última sessão da semana com perdas ligeiras, penalizada pela Galp, Jerónimo Martins e BCP. Só regressa à negociação na próxima segunda-feira, devido ao feriado da Sexta-feira Santa.

A bolsa nacional encerrou a semana mais cedo e em baixo de forma. O PSI-20 cedeu pela segunda sessão consecutiva, penalizado pelos maus desempenhos da Galp, da Jerónimo Martins e do BCP. A negociação na praça portuguesa só será retomada na próxima segunda-feira, dado que amanhã se encontra encerrada devido ao feriado da sexta-feira Santa.

Foi ligeira a perda do principal índice português: caiu 0,15% para 5.359,75 pontos. E isto numa semana em que Lisboa acumulou perdas também elas ligeiras, a rondar os 0,4%, depois de três semanas em alta que colocaram o índice perto de entrar em terreno “bull market”.

Sete cotadas fecharam abaixo da linha de água e determinaram o rumo dos acontecimentos, sobretudo os três pesos pesados nacionais: a petrolífera Galp cedeu 0,41% para 14,41 euros, a retalhista Jerónimo Martins caiu 0,39% para 14,03 euros e o banco BCP perdeu 0,32% para 0,2492 euros. Mas o pior desempenho acabou por pertencer à Pharol: os títulos tombaram mais de 3% para 0,1694 euros.

Do outro lado, a travar maiores perdas, estiveram 11 cotadas, com destaque para a Navigator e EDP. Ambos os títulos somaram 1,7%. No caso da elétrica, esta evolução acontece nas vésperas da decisiva assembleia geral de acionistas, marcada para o dia 24 de abril, que vai determinar o rumo da Oferta Pública de Aquisição (OPA) da China Three Gorges. Os chineses oferecem uma contrapartida de 3,26 euros, mas o mercado avalia a EDP em mais: as ações fecharam nos 3,444 euros.

“Em parte, uma porção das perdas do PSI-20 é explicada pelo ajuste que o índice sofreu em virtude da Navigator negociar sob a forma de ex-dividendo. A empresa irá distribuir um dividendo ordinário de 0,2371 euros por ação mais 0,04184 euros através da distribuição de reservas. A Navigator acabou por ser o melhor performer da sessão”, explicaram os analistas do BPI.

"Uma porção das perdas do PSI-20 é explicada pelo ajuste que o índice sofreu em virtude da Navigator negociar sob a forma de ex-dividendo. A empresa irá distribuir um dividendo ordinário de 0,2371 euros por ação mais 0,04184 euros através da distribuição de reservas. A Navigator acabou por ser o melhor performer da sessão.”

Analistas do BPI

Comunicado

Lá por fora, a sessão europeia acabou por ser positiva. O índice de referência do Velho Continente, o Stoxx 600, somou 0,19%, tendo sido acompanhado pelas principais praças da Alemanha, França e Espanha, que registaram subidas entre 0,3% e 0,6%.

“Para tal, contribuíram os bons resultados reportados por algumas empresas e o sentimento positivo que tem animado as bolsas do Velho Continente. O índice PMI relativo à indústria manufatureira alemã conseguiu encetar uma tímida recuperação em abril após a forte queda de março. No entanto, esta recuperação foi menor do que os economistas antecipavam”, justificaram os analistas.

Galp perde energia

(Notícia atualizada às 17h04)

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PSD propõe rejeição da carga fiscal e reformas na Justiça e Segurança Social

  • Lusa
  • 18 Abril 2019

Resolução dos sociais-democratas pede estratégia onde redução do défice e da dívida pública assente num caminho de consolidação orçamental mais saudável e sustentável e não numa carga fiscal recorde.

O PSD apresentou esta quinta-feira no parlamento projetos de resolução para rejeitar o Programa de Estabilidade (PE) do Governo, propondo reformas da Justiça e Segurança Social, redução de défice e dívida, sem aumentar carga fiscal nem reduzir investimento público.

Segundo a resolução, que “rejeita a estratégia económica e orçamental prevista no Programa de Estabilidade 2019-2023”, há uma “dececionante desaceleração económica que já se verifica e que é reforçada pela forte revisão em baixa do crescimento (…), numa trajetória que tem vindo a atirar Portugal cada vez mais para a cauda da Europa”.

Os sociais-democratas criticam o facto de o PE, apresentando segunda-feira pelo executivo socialista, continue a “manter a carga fiscal em máximos de sempre, ficando acima ou à volta da barreira dos 35% que nunca antes fora atingida e resultando até que o conjunto das medidas do PE 2019-23 aumentam impostos em 70 milhões de euros”.

O projeto de resolução do PSD sublinha que o PE “continua a sacrificar o investimento público, que se mantém em níveis historicamente baixos e aquém do necessário até para a mera reposição do ‘stock’ de capital do Estado (…), num reconhecimento de que as promessas governamentais de aumentos foram sempre frustradas e o investimento público na atual legislatura foi o mais baixo de sempre”, além da ausência de “uma estratégia ou medidas efetivas para promoção do emprego de qualidade” ou “capacidade para resolver o problema do trabalho precário e baixos salários, especialmente para os mais jovens”.

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No PE, o Governo manteve a meta de défice de 0,2% do PIB, apontando agora para um crescimento de 1,9% em 2019. A nova previsão traduz um decréscimo de 0,3 pontos percentuais face aos 2,2% que o Governo antecipava no Orçamento do Estado, mas supera as previsões dos restantes organismos. O Governo antecipa um crescimento de 2% do PIB em 2021 e 2022, prevendo uma expansão da economia de 2,1% em 2023.

No outro projeto de resolução do PSD, a ser debatido na sessão plenária da Assembleia da República de quarta-feira, dedicada ao PE e ao Plano Nacional de Reformas, é defendida “uma estratégia de redução do défice e da dívida pública que assente num caminho de consolidação orçamental mais saudável e sustentável, ao invés da atual estratégia de aumento da carga fiscal para máximos de sempre e de redução do investimento público, que conjuntamente com elevadas e arbitrárias cativações têm causado degradação e rutura nos serviços públicos”.

A outra proposta dos sociais-democratas é “um real conjunto de reformas estruturais, concretas, efetivas e credíveis, promotoras de um crescimento sustentável, que preparem reforcem a competitividade externa da economia portuguesa e a preparem para um ciclo económico menos favorável, apostando na reforma da Justiça e da Segurança Social e adotando medidas de estímulo ao investimento, exportações, produtividade, poupança, criação de emprego mais qualificado e remunerado, aumento do valor acrescentado e inovação”.

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Transportes e turismo já reportam lento regresso à normalidade depois da greve

  • Lusa e ECO
  • 18 Abril 2019

TST vão repor serviço regular já na sexta-feira, depois de terem suprimido algumas carreiras por falta de combustível. Turismo já regista subida na procura depois de vários cancelamentos para Páscoa.

O setor turístico e algumas empresas de transporte, como a Transportes Sul do Tejo (TST) e a Barraqueiro Transportes, que integra as transportadoras Ribatejana Verde, Barraqueiro Oeste, Mafrense e Boa Viagem, e que se viram na contingência de adaptar a oferta em função da falta de combustível, já estão a anunciar o gradual regresso à normalidade entre sexta-feira e o início da próxima semana.

A TST informou esta quinta-feira que os serviços da empresa, na Península de Setúbal, voltam à normalidade já na sexta-feira, depois de terem sido suprimidas carreiras devido à falta de combustível. “Os serviços da TST voltarão à normalidade amanhã [sexta-feira]”, garantiu a rodoviária, numa declaração enviada à agência Lusa, após ter terminado a greve dos motoristas de substâncias perigosas, que levou à supressão de várias ligações na quarta-feira.

Aliás, esta quinta-feira ainda se mantém a suspensão das carreiras que ligam Setúbal, Palmela e Pinhal Novo a Lisboa (561, 562, 563 e 564). Também as restantes ligações operadas pela TST na Península de Setúbal estão hoje a circular “de acordo com o horário de sábado”. Para minimizar o impacto da supressão de transportes nos utentes da região, a empresa tem estado a assegurar, em Palmela, uma ligação entre a estação rodoviária e a estação ferroviária.

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Na quarta-feira, a TST alertou que, devido à falta de combustível, teria que suprimir alguns serviços, os quais iriam continuar a ser “progressivamente reduzidos ou suprimidos, à medida que as reservas de combustível da empresa se forem esgotando”.

Também a Barraqueiro Transportes anunciou já que, com o fim da greve dos motoristas de matérias perigosas, vai a partir de sexta-feira alterar o plano que previa supressões até 50% nas carreiras locais, urbanas e interurbanas do serviço público. Entre sexta-feira e domingo, “não se vai fazer cortes e vai-se manter a oferta prevista”, disse à agência Lusa Laurinda Martins, em nome da administração da empresa.

A partir de segunda-feira, a Ribatejana Verde, Barraqueiro Oeste, Mafrense e Boa Viagem, empresas pertencentes à Barraqueiro Transportes, “contam retomar a normalidade das carreiras se forem reabastecidas” com combustível.

As empresas mantêm as carreiras inter-regionais que têm como destino Lisboa, assim como as carreiras que fazem o transbordo para outras ligações rodoviárias ou ferroviárias, para “minimizar os prejuízos aos passageiros”.

Turismo

Já no setor turístico, que tem na Páscoa um dos períodos mais fortes, apontou que o fim da greve dos motoristas de materiais perigosos fará com que a atividade turística na região “retome a normalidade rapidamente” nesta época de Páscoa. “O Algarve estava a atingir uma situação de rotura e foi com satisfação que recebemos o anúncio do fim da greve, podendo a região retomar, muito em breve, a normalidade”, disse à Lusa Elidérico Viegas, presidente da Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA).

Segundo o responsável da maior associação de hoteleiros da região, a crise no setor dos combustíveis desencadeou uma “situação preocupante para a economia da região, com muitos portugueses a cancelarem as reservas na hotelaria para a Páscoa”. “Face à incerteza de haver ou não combustíveis, gerada pela greve dos motoristas de materiais perigosos, muitos portugueses que se deslocam em viatura própria decidiram cancelar as reservas que tinham”, indicou.

Elidérico Viegas adiantou que, depois do anúncio do fim da greve, “as unidades hoteleiras voltaram a registar muita procura, o que significa que pode haver uma recuperação face aos cancelamentos”. “Foi muito importante para o turismo e para a economia do país que a situação fosse rapidamente ultrapassada”, frisou.

Por seu turno, o presidente da Região de Turismo do Algarve (RTA) disse acreditar que a normalidade da atividade turística da região possa ser reposta em breve. “Com o final da greve dos motoristas de materiais perigosos, hoje anunciada, serão retomadas as condições para que a atividade turística no Algarve se desenvolva com normalidade e seja dada a habitual resposta à forte procura registada nesta época da Páscoa”, frisou João Fernandes em comunicado.

Para o presidente da RTA, o Algarve está preparado para receber os turistas nacionais e estrangeiros, numa altura de forte afluência turística, “sendo que, por norma, é acautelado o reforço de serviços e produtos para corresponder às expectativas de quem procura a região algarvia pela sua hospitalidade, pela boa gastronomia, pela tranquilidade que proporciona e pelo tempo ameno, que se espera para estes dias”.

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Dívidas à Segurança Social? Já pode pedir plano de pagamento em prestações online

Os portugueses que tenham dívidas à Segurança Social até 50 mil euros e que estejam interessados em regularizar a sua situação em prestações já podem pedir plano de pagamento online.

Os portugueses que tenham dívidas à Segurança Social até 50 mil euros podem criar planos de pagamento em prestações desses valores através da plataforma digital do sistema, a Segurança Social Direta. Esta nova funcionalidade foi apresentada esta quinta-feira pelo Ministério do Trabalho e deverá abranger 100 mil contribuintes.

“Esta disponível a partir de hoje uma nova funcionalidade na Segurança Social Direta para apresentação por parte de cidadãos ou empresas de pedidos de planos prestacionais para pagamentos de dívidas à Segurança Social que se encontram em execução fiscal“, explica o Ministério de Vieira da Silva, em comunicado.

Esta nova ferramenta está à disposição dos “cidadãos e empresas” com dívidas até 50 mil euros à Segurança Social. As dívidas paralelas por processos e apensos não deverão, por outro lado, ultrapassar os cinco mil euros, no caso das pessoas singulares, e dez mil euros, no caso das pessoas coletivas.

Além da criação de planos de pagamento das dívidas em prestações (com “opção do número” de parcelas desejado), a Segurança Social Direta passa agora a disponibilizar também um simulador para esses planos, a garantir a aprovação de forma imediata do pedido efetuado (com “dispensa de garantia”), a possibilitar a gestão dos valores a regularizar e disponibilizar o acesso à respetivas referências de pagamento.

“Com esta nova funcionalidade o processo de regularização de dívidas à Segurança Social torna-se mais simples e ágil, dispensando os cidadãos e as empresas de se deslocarem às secções de processo da Segurança Social”, defende o Governo.

Esta ferramenta foi desenvolvida pelo Instituto de Informática e pelo Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social, no âmbito do programa Simplex+.

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Rui Rio faz queixa do Expresso à ERC

O PSD apresentou uma queixa na entidade reguladora em janeiro, com críticas duras ao tratamento editorial do jornal. E pede advertência a um jornalista.

Rui Rio apresentou uma queixa na Entidade Reguladora da Comunicação Social (ERC) no início de janeiro contra o Expresso, confirmou ao ECO uma fonte oficial do PSD. Na queixa, o líder do PSD critica a linha editorial do jornal em relação ao partido e particulariza nos jornalistas Filipe Santos Costa e Vítor Matos, o editor de Política do jornal.

“É verdade que o PSD fez uma exposição à ERC, mas não foi propriamente contra o jornal Expresso. Foi contra o jornalista Filipe Santos Costa que, desde julho de 2018, assumiu o papel de clara oposição ao PSD, desvirtuando a sua posição profissional”, respondeu ao ECO a porta-voz do líder do PSD, Florbela Guedes (assessora de sempre de Rio desde os tempos da câmara do Porto). Qual foi a notícia que espoletou esta reação? À data, o Expresso publicou uma história sobre a viagem de Rui Rio à Guiné-Bissau, com empresários amigos, assinada por Filipe Santos Costa, que motivou uma reação negativa do presidente do PSD.

A exposição enviada à ERC, diz a mesma fonte oficial do PSD, é “factual”, cita notícias publicadas pelo Expresso entre julho e dezembro de 2018 para concluir que o jornal publica citações indiretas, notícias negativas, recurso a fontes não identificadas e ausência de contraditório, e promoção à oposição interna, entre outros pontos.

“O PSD fez a exposição à ERC com um pedido de advertência, a solicitar que o jornal se esforce por seguir as boas práticas jornalísticas, exigindo ao jornalista Filipe Santos Costa que pratique um trabalho sério. Na sequência desta exposição, a ERC notificou o PSD para esclarecer se pretendia uma sanção ou uma advertência, tendo o PSD esclarecido que apenas pretende uma advertência relacionada com a má conduta do jornalista Filipe Santos Costa”, afirmou a porta-voz do PSD.

Contactado pelo ECO, “a direção do Expresso confirma que já respondeu à ERC relativamente ao tema em questão, não tendo sido notificada de qualquer conclusão relativamente a esse processo”, respondeu fonte oficial do semanário, agora liderado por João Vieira Pereira. À data da queixa, o diretor era Pedro Santos Guerreiro, que não quis fazer quaisquer comentários. Já Filipe Santos Costa e Vítor Matos remeteram quaisquer comentários para a direção do Expresso.

Ainda assim, outra fonte do Expresso, que pediu o anonimato, desmente a tese de que a queixa é contra um jornalista particular. “É contra o Expresso, e foi o Expresso a responder”, acrescentando que o jornal continuará a fazer o acompanhamento jornalístico do PSD com o mesmo rigor e sem concessões. O ECO sabe que, na queixa, o PSD faz mesmo referências a colunistas externos e a mudanças da linha editorial no acompanhamento do PSD após a entrada do novo editor de Política, Vítor Matos, em meados do ano, que não farão jus ao histórico do semanário, segundo o PSD. Mais: Na comunicação entregue à ERC, o PSD faz, também, referências à não publicação de diretos de resposta (uma competência da direção) e às quebras de vendas do Expresso precisamente porque os militantes do PSD terão deixado de comprar o jornal.

A ERC, por seu turno, está ainda a analisar a queixa do PSD. Questionada pelo ECO, esclarece que “a referida participação se encontra em apreciação no Departamento Jurídico da Entidade”, sem adiantar quaisquer prazos para uma decisão.

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Mueller investigou 10 episódios onde Trump poderá ter obstruído a justiça, diz procurador-geral

Procurador-geral apresentou investigação à campanha de Trump e possíveis ligações à Rússia. Diz que não há provas para acusar o presidente, mas há 10 episódios de possível obstrução por Trump.

Ao fim de quase dois anos de investigação a justiça norte-americana vai publicar o relatório da investigação do procurador especial Robert Mueller às ligações da campanha de Donald Trump à Rússia, na sua campanha para interferir com as eleições norte-americanas. O procurador-geral disse que a investigação prova que a Rússia patrocinou o esforço para influenciar as eleições presidenciais de 2016 e a divulgação dos emails de Hillary Clinton. Quanto a Trump, não há provas de qualquer conluio ou obstrução à justiça, mas há dez episódios listados em Trump poderá ter tentado obstruir a justiça.

“O Governo russo patrocinou esforços para interferir ilegalmente com as eleições presidenciais de 2016, mas [a investigação] não concluiu que a campanha de Trump ou qualquer outro americano tenha conspirado” para ajudar a Rússia neste esforço, afirmou o procurador-geral William Barr, numa conferência de imprensa que antecede a divulgação do relatório.

Segundo William Barr, Donald Trump tinha razão quando disse desde o início que não havia qualquer ligação da sua campanha à Rússia e ao esforço do país liderado por Vladimir Putin para influenciar as eleições. Mas esse campanha aconteceu, diz, e a investigação concluiu ainda que o GRU — a secreta militar da Rússia — foi responsável pelo roubo dos emails de Hillary Clinton, de membros da sua campanha e de membros do Partido Democrata.

Esses emails foram então enviados pelo GRU para dois grupos controlados por esta agência de informação russa, que por sua vez os enviaram para o Wikileaks, que os publicou.

Já sobre a investigação à possibilidade de Donald Trump tentar interferir com a investigação, William Barr disse que o procurador especial não tomou uma decisão sobre a possível acusação e deixou apenas teorias legais e documentos para que fosse o Departamento de Justiça norte-americano a tomar a decisão. A decisão de William Barr foi de que não havia provas que justificassem uma acusação de obstrução à justiça.

Ainda assim, no seu relatório, segundo William Barr, o procurador especial listou dez ocasiões em que o Donald Trump poderá ter tentado obstruir a investigação. Para o procurador-geral, estes dez casos, e as ligações feitas na investigação, não são suficientes para determinar que foi cometido um crime e, eventualmente, levar a uma acusação.

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