Novo mecanismo vai analisar investimento estrangeiro na UE

  • Vasco Gandra, em Bruxelas
  • 14 Fevereiro 2019

Mecanismo vai permitir escrutinar investimento estrangeiro proveniente de países como China, Brasil ou Angola.

O Parlamento Europeu deu “luz verde” à criação de um mecanismo para coordenar a análise dos investimentos provenientes de países terceiros em setores sensíveis da União Europeia (UE) — como energia, espaço, telecomunicações e transportes — e em ativos estratégicos (tecnologias e infraestruturas críticas, dados sensíveis). O mecanismo pretende verificar que os investimentos não ameaçam a segurança ou a ordem pública.

O mecanismo prevê que os governos europeus troquem informação entre si (e a Comissão Europeia) sobre os investimentos diretos estrangeiros que forem alvo de análise pelas suas autoridades nacionais. Essas informações podem incluir, se forem solicitados, dados sobre a estrutura de propriedade do investidor estrangeiro e o financiamento do investimento.

Em qualquer dos casos, o mecanismo não prevê o veto. Cada Estado-membro é soberano cabendo-lhe a decisão final sobre a autorização do investimento. O que a nova regulamentação permite é um melhor controlo dos investimentos, introduzindo alguma harmonização e transparência, aumentando a pressão e vigilância dos parceiros europeus.

A Comissão poderá emitir pareceres não-vinculativos aos Estados-Membros se considerar que um investimento afeta a segurança ou a ordem pública num ou vários países da UE, ou se afetar programas da UE na área da investigação (Programa Horizonte 2020), do espaço (Galileo, o sistema de navegação por satélite), e das redes de transportes, energia ou telecomunicações.

Vários Estados-Membros, entre os quais Portugal, já dispõem de mecanismos de análise do investimento estrangeiro. A nova regulamentação europeia não afetará a capacidade dos países de manterem os seus mecanismos.

O novo instrumento já tinha sido alvo de um acordo entre as instituições europeias em novembro. O Conselho da UE deverá agora endossar o acordo no dia 5 de março. O regulamento entrará em vigor 18 meses após a sua publicação no Jornal Oficial.

Mais investimento estrangeiro, especialmente da China

O investimento estrangeiro é responsável por 36% da riqueza gerada e por 7,6 milhões de postos de trabalho na UE — o bloco comunitário tornou-se o primeiro destino de investimento estrangeiro. Em 2016, os 28 receberam cerca de 280 mil milhões de euros em investimento estrangeiro direto, sendo a Suíça (55 mil milhões) e os Estados Unidos (54) os principais investidores.

Mas nos últimos anos, investimentos na UE de países como a China, Brasil e Rússia dispararam para níveis exorbitantes que fizeram soar os alarmes em Bruxelas e em muitas capitais europeias. Certos investimentos estrangeiros podem ser problemáticos para os Estados-membros da UE se visarem controlar ou influenciar empresas em setores críticos. Sobretudo se esse investimento estiver em mãos de governos estrangeiros.

Há empresas públicas ou privadas, com ligações a governos, que têm adquirido empresas da UE especializadas nas tecnologias de ponta (inteligência artificial, robótica, nanotecnologias), ou ativos de infraestruturas estratégicas que podem vir a ter um impacto na ordem ou na segurança pública.

A UE também tem estado sob pressão para responder à vaga crescente de aquisições, sobretudo por parte da China, das jóias da coroa do setor energético europeu. Em setembro passado, o Parlamento Europeu mostrou-se preocupado com os investimentos chineses nos setores bancário e energético.

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Áustria investiga Amazon por violação da legislação europeia antimonopólio

  • Lusa
  • 14 Fevereiro 2019

A autoridade austríaca vai investigar as condições de acesso à plataforma de vendas oferecida pela Amazon aos retalhistas austríacos. Há suspeitas de que a tecnológica prejudica outros comerciantes.

A autoridade da concorrência austríaca (BWB) anunciou esta quinta-feira que iniciou uma investigação contra a Amazon por suspeita de que a empresa está a violar as leis antimonopólio do país e da União Europeia (UE).

O regulador explicou que examinará as condições de acesso à plataforma de vendas oferecidas pelo gigante norte-americano aos retalhistas austríacos, após ter recebido queixas em dezembro do ano passado sobre “práticas comerciais desleais”, refere a BWB em comunicado.

“Existe a suspeita, entre outros aspetos, de que a Amazon prejudica outros comerciantes no seu mercado e que se trata de favorecer as suas próprias ofertas”, lê-se na nota informativa.

“Após uma análise inicial dos factos, discussões com a Comissão Europeia e com o Departamento Federal contra cartéis na Alemanha, a BWB abriu uma investigação preliminar sobre presumíveis violações das leis antimonopólio austríacas e europeia”, refere ainda o regulador.

As queixas recebidas têm a ver, nomeadamente, com a suspensão repentina de contas para empresas na plataforma de vendas, com a obrigação de revelar dados sobre preços e com o fornecimento de endereços incorretos de clientes por parte da Amazon.

Criado há 25 anos, o gigante do comércio eletrónico mundial converteu-se em janeiro passado na empresa com o maior ativo bolsista do mundo, no valor de quase 800 mil milhões de dólares (709 mil milhões de euros ao câmbio atual).

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Diretiva dos direitos de autor avança, artigo 13 incluído. Mas os memes estão a salvo

  • Guilherme Monteiro
  • 14 Fevereiro 2019

A nova diretiva dos direitos de autor reuniu consenso e deverá ser votada até ao final de abril. O artigo 13, o mais polémico e contestado, está incluído no texto final.

Temia-se que a diretiva pudesse pôr fim aos memes. Mas o uso para fins humorísticos está protegido no texto final.D.R.

O trílogo europeu – Comissão Europeia, Conselho Europeu e Parlamento Europeu – já chegou a um consenso acerca do texto final da nova diretiva sobre os direitos de autor no mercado único digital, mais conhecida por artigo 13. Para entrar em vigor, restam as votações finais que se deverão realizar até abril, com os Estados-Membros a terem um prazo de dois anos para efetuarem a transposição.

As discussões em torno da nova diretiva começaram em 2016 e, apesar dos avanços, dos recuos e do impasse que quase pôs em risco o avanço da proposta, o mais polémico e contestado artigo 13 integra mesmo o texto final.

As gigantes tecnológicas norte-americanas exigiram que este artigo fosse descartado, uma vez que, mediante a proposta, plataformas como o YouTube passam a poder ser responsabilizadas por conteúdo carregado pelos utilizadores que viole as regras básicas dos direitos de autor.

Ou seja, estas plataformas vão ser obrigadas a fazer uma análise prévia dos conteúdos carregados. Dessa forma, vai ser controlada a origem e a propriedade dos conteúdos, uma forma de assegurar que os legítimos detentores serão ressarcidos pelas receitas que sejam geradas.

Outro dos artigos polémicos da nova diretiva é o artigo 11 e que diz respeito à proteção do conteúdo da imprensa para utilizações digitais. Ou seja, as plataformas como o Facebook ou Google News poderão ser obrigadas a pagar uma taxa para que possam citar ou divulgar excertos de notícias nestes agregadores. Isto porque geram receitas sem que detenham ou produzam os conteúdos.

Os críticos a esta diretiva temem que as alterações legislativas possam mudar a forma como os europeus acedem à internet, acusando as entidades europeias de censurar conteúdos antes mesmo de serem publicados. No entanto, o texto final agora aprovado protege os utilizadores no chamado fair use, como é o caso da utilização para fins humorísticos em paródias ou nos chamados memes, que são imagens acompanhadas por piadas e por texto e que se tornaram um ícone da cultura digital moderna.

Já o vice-presidente da Comissão Europeia responsável pelo Mercado Único Digital, Andrus Ansip, congratulou-se no Twitter com o consenso alcançado pelas três entidades responsáveis pelo processo legislativo europeu. “Os europeus vão finalmente ter regras modernas de direitos de autor, adequadas à era digital com benefícios reais para todos”, disse.

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ePortugal agrega serviços públicos para cidadãos e empresas. E tem um assistente virtual

O novo portal do Governo agrega vários serviços públicos, para cidadãos e empresas. Lá será possível, por exemplo, tirar senha para as lojas do cidadão e alterar a morada.

Quem precisar de aceder aos serviços públicos online já vai encontrar um novo portal, a partir desta quinta-feira. O ePortugal vai substituir o Portal do Cidadão e também o Portal do Empreendedor, e terá um assistente virtual chamado Sigma. No novo site poderá tratar de alterar a morada, ou revalidar a carta de condução.

O ePortugal vai agregar as várias páginas que existiam, para cidadãos e empresas, disponibilizar senhas para as 54 lojas do Cidadão e acompanhar o ritmo das filas de espera. O objetivo é aumentar a utilização serviços online, que ainda não têm grande aderência por parte dos cidadãos, explica o secretário de Estado Adjunto e da Modernização Administrativa, Luís Goes Pinheiro, à TSF (acesso livre).

Para aqueles que se perderem no portal podem está disponível o Sigma, um chatbot que utiliza inteligência artificial para orientar os utilizadores e esclarecer questões rápidas. Se precisar mesmo de falar com alguém, há também a funcionalidade click to call, através do qual pede para ser contactado através de uma chamada ou por email.

Outra das novidades é que a partir deste portal poderá ser reencaminhado para outros serviços, como por exemplo autarquias, sem ter de aceder por fora. São mais de 1.200 os serviços disponíveis para cidadãos, e 1.300 para empresas. A meta com este novo portal é chegar a um milhão de utilizadores no espaço de um ano.

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Governo promete voltar a negociar com os professores

  • ECO
  • 14 Fevereiro 2019

No Fórum TSF, a secretária de Estado Adjunta e da Educação assegurou que "muito em breve" será retomado o diálogo com os sindicatos dos docentes. Mas avisou que a negociação "não parte do zero".

O Governo prometeu voltar a negociar com os professores “muito em breve”. Em declarações no Fórum TSF, a secretária de Estado Adjunta e da Educação, Alexandra Leitão, assegurou que o diálogo com os sindicatos vai ser retomado e que as estruturas sindicais serão informadas das “datas em concreto”.

“A norma do Orçamento de 2019 vai ser cumprida e muito em breve voltaremos às negociações com os sindicatos”, disse Alexandra Leitão, citada pela TSF. No entanto, a secretária de Estado deixou um aviso: “Esta negociação não parte do zero. É uma nova negociação, imposta pela lei do Orçamento para 2019.”

“A Lei do Orçamento de 2018 foi cumprida e culminou com a aprovação de um decreto-lei que permitia a recuperação de três anos de serviço, o que representou um esforço considerável de aproximação da parte do Governo”, sublinhou Alexandra Leitão. O decreto-lei em causa foi, depois, chumbado pelo Presidente da República.

Os professores exigem que, para efeitos de progressão, seja contabilizado todo o tempo em que as carreiras estiveram congeladas: nove anos, quatro meses e dois dias. Mas o diploma do Governo contabilizava apenas dois anos, nove meses e 18 dias.

A classe dos docentes tem-se mostrado inflexível neste ponto e admite formas de protesto mais “radicais”, como uma greve financiada por quotização dos professores, que poderia levar à paralisação do 12.º ano no terceiro período.

Um ponto que também mereceu resposta por parte de Alexandra Leitão: “Nós confiamos na responsabilidade e até no altruísmo dos professores, confiamos que haverá condições para acabar o ano letivo com tranquilidade”, reagiu a secretária de Estado.

(Notícia atualizada às 11h47 com mais informações)

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Portugal bate recorde de turistas, mas crescimento trava a fundo

Portugal recebeu, pela primeira vez, mais de 21 milhões de hóspedes durante o ano passado. Mais de metade, 12 milhões, foram estrangeiros. As receitas cifraram-se em 3,6 mil milhões de euros.

Portugal continua na moda. Foi destino de 21,051 milhões de turistas, nacionais e estrangeiros, no total do ano passado. Assistiu-se a um crescimento no número de hóspedes, mas bem menos expressivo que em anos anteriores, tendo praticamente estagnado quando se olha apenas para os estrangeiros que visitaram o país. Os proveitos ascenderam a 3,6 mil milhões de euros, registando um aumento de 6%.

Enquanto o total de hóspedes atingiu um novo recorde, crescendo 1,7% face ao ano anterior, no caso dos hóspedes estrangeiros, a taxa de variação homóloga foi bem menos expressiva: registou-se um aumento de apenas 0,4% para os 12,7 milhões, de acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE). No ano anterior, os hóspedes estrangeiros em Portugal estavam a crescer a dois dígitos.

A maior parte dos hóspedes internacionais a pernoitar no país veio do Reino Unido, num total de 1,83 milhões de turistas, contudo, registou-se uma quebra de 7,5% face a 2017 — o Brexit estará a contribuir negativamente para o sentimento dos britânicos. Seguiram-se os espanhóis com 1,75 milhões de hóspedes e os franceses com 1,32 milhões, de acordo com o INE.

Este abrandamento no aumento do número de turistas é também comprovado pelo número de dormidas que totalizou as 57,6 milhões, um número que se manteve inalterado face a 2017. Aqui, as dormidas de residentes subiram 5% enquanto as de não residentes caíram 2%.

Observa-se ainda uma queda da estada média dos hóspedes, que caiu 1,7% para as 2,74 noites. Embora os turistas nacionais tenham passado mais noites em estabelecimentos hoteleiros (1,1% para as 2,01 noites), a média acabou por ser prejudicada por uma redução de 2,4% no tempo que os estrangeiros ficaram hospedados, que totalizaram as 3,21 noites.

As receitas totais obtidas no setor hoteleiro subiram 6% para os 3,6 mil milhões de euros, refere o INE, o que significa que os hóspedes estão a pagar mais pelas sua estadias. Contudo, esses proveitos aumentaram a um ritmo mais lento do que o verificado em 2017, ano em que dispararam 16,6%. Os proveitos de aposento cresceram 6,5% para os 2,65 mil milhões de euros, ficando o aumento também aquém do registado no período homólogo.

(Notícia atualizada às 12h03 com mais informação)

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Revista de imprensa internacional

  • ECO
  • 14 Fevereiro 2019

O fim do A380, a lista de interessados no Dia e o acordo da UE para remodelar regras dos direitos de autor estão a marcar o dia. Conheça os destaque na imprensa internacional.

A Airbus está em destaque na imprensa internacional. A decisão de abandonar a produção do A380 está espalhada um pouco por todos os jornais do mundo. Em foco está também o possível alargamento do prazo dos EUA para aplicarem sanções à China, enquanto aqui ao lado as atenções viram-se para as eleições, mas também para o Dia. A retalhista pode ser alvo de ofertas por parte de concorrentes europeus, entre eles a Sonae.

The Wall Street Journal

Airbus A380 vai ser descontinuado. Há 3.500 empregos em risco

Após 12 anos ao serviço, a Airbus decidiu parar de produzir o A380, avança grande parte da imprensa internacional, nesta quinta-feira. Em causa está o modelo de dois andares cujas vendas resistiram em descolar. O fabricante europeu de aviões diz que a paragem de produção deste avião está programada para 2021. Esta decisão coloca em causa cerca de 3.500 postos de trabalho, avança o Wall Street Journal (acesso pago/conteúdo em inglês).

Expansión

Três retalhistas europeias avaliam lançar oferta sobre o Dia

Depois de ter anunciado a entrado em falência técnica, o Dia já conseguiu despertar o interesse de três retalhistas europeias que ponderam lançar uma oferta de aquisição sobre o grupo espanhol. A notícia é avançada pelo Expansión (acesso livre/ conteúdo em espanhol), nesta quinta-feira, que cita fontes financeiras conhecedoras do processo que falam ainda do interesse demonstrado por um fundo de investimento. O Carrefour, o Lidl e a Sonae são os potenciais interessados no Dia.

The Wall Street Journal

União Europeia chega a acordo para remodelar regras dos direitos de autor

As instituições europeias chegaram a um acordo para a criação de novas regras para os direitos de autor, depois de dois anos de forte oposição por parte das grandes tecnológicas norte-americanas. O acordo está longe de ser consensual, pois vai responsabilizar plataformas como o YouTube pelo conteúdo gerado pelos utilizadores que infrinja direitos de autor. Responsáveis da Comissão Europeia, eurodeputados e diplomatas de várias nacionalidades europeias estiveram a negociar o acordo à porta fechada, num encontro que durou três dias e decorreu em Estrasburgo. Mas o novo enquadramento legal ainda tem de ser aprovado pelo Parlamento Europeu. Leia a notícia completa no The Wall Street Journal (acesso pago/conteúdo em inglês).

Bloomberg

Trump admite alargar em 60 dias prazo para começar a aplicar tarifas à China

A data marcada para a imposição de tarifas às importações chinesas é 1 de março, mas o presidente norte-americano está disposto a estender este prazo para alcançar um acordo, avança a Bloomberg (acesso livre/conteúdo em inglês). Donald Trump diz que as negociações com a China estão a correr bem, e pondera adicionar 60 dias ao limite se um acordo estiver à vista. O líder norte-americano quer encontrar-se com Xi Jinping para fecharem oficialmente as negociações, mas ainda não foi marcada a reunião.

El Confidencial

“Superdomingo” eleitoral em Espanha pode custar 200 milhões de euros

O primeiro-ministro, Pedro Sánchez, deverá anunciar esta sexta-feira a convocação de eleições antecipadas. Uma das hipóteses em cima da mesa é a realização do chamado “superdomingo” eleitoral, fazendo coincidir num único dia, 26 de maio, as eleições gerais, autonómicas, municipais e europeias no país. No entanto, esta solução iria custar 200 milhões de euros aos cofres públicos espanhóis, garante fonte do PP. A outra hipótese e realizar as eleições gerais num dia distinto, com um custo a rondar os 130 milhões de euros. Espanha tem uma provisão de 302,9 milhões de euros para financiar processos eleitorais. Leia a notícia completa no El Confidencial (acesso livre/conteúdo em espanhol).

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Justiça aceita intimação dos enfermeiros para travar requisição civil. Governo tem cinco dias para se defender

  • ECO
  • 14 Fevereiro 2019

O Supremo Tribunal Administrativo aceitou a intimação dos enfermeiros contra a requisição civil. Deu cinco dias ao Governo para se defender.

O Supremo Tribunal Administrativo aceitou a intimação dos enfermeiros com o objetivo de travar a requisição civil aprovada pelo Governo em Conselho de Ministros na passada quinta-feira, avançou a rádio Renascença e confirmou a Lusa junto do advogado Garcia Pereira. A Justiça deu cinco dias ao Governo para se defender.

A requisição civil foi o recurso usado pelo Executivo para travar a greve cirúrgica dos enfermeiros, que tem sido suportada com campanhas de crowdfunding. O primeiro-ministro, António Costa, justificou a aprovação da medida com o alegado incumprimento de serviços mínimos. Mas os enfermeiros negaram que os serviços mínimos impostos não estivessem a ser cumpridos e decidiram contestar.

Nesse sentido, os enfermeiros avançaram com uma intimação para a proteção de direitos, liberdades e garantias da classe. Se aprovada, a requisição civil deverá ficar sem efeito legal. A Renascença garante que a intimação foi aceite pelo tribunal e que o despacho da juíza foi entregue esta quinta-feira à defesa do Sindicato Democrático dos Enfermeiros (Sindepor).

O Conselho de Ministros e a ministra da Saúde, Marta Temido, terão agora de apresentar defesa no prazo de cinco dias. A greve dos enfermeiros em blocos operatórios decorre desde 31 de janeiro.

(Notícia atualizada às 11h21 com mais informações)

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Expansión inclui Sonae na lista de interessados pelo Dia. Empresa “não comenta rumores”

A Sonae é apontada como uma das três retalhistas europeias que estarão interessadas em lançar uma oferta de aquisição sobre o grupo Dia. Na corrida estarão ainda o Carrefour e o Lidl.

A Sonae estará interessada em lançar uma oferta de aquisição sobre o grupo Dia. A notícia é avançada pelo Expansión (acesso livre) que cita informação disponibilizada por fontes do setor financeiro. De acordo com o jornal espanhol a lista de retalhistas interessadas inclui ainda o Carrefour e o Lidl.

Contactada pelo ECO, a retalhista portuguesa não confirma esse interesse, preferindo falar em rumor e especulação. “A Sonae tem por política não comentar rumores e especulações, sendo que este princípio se mantém”, diz fonte oficial da Sonae.

Sem especificar, o Expansión adianta que os três grupos de distribuição estão a analisar o grupo espanhol, havendo interessados no negócio como um todo, ou apenas em parte. Avolumam-se assim para pelo menos quatro interessados no negócio do Dia, depois de Mikhail Fridman, que detém atualmente 29% do capital do grupo espanhol através do fundo Letterone, ter manifestado interesse em lançar uma oferta pública de aquisição (OPA) sobre a totalidade do seu capital. A Letterone oferece 0,67 euros por ação.

A possibilidade de surgirem novas ofertas sobre o Dia acontece numa altura em que a retalhista passa por um processo de reestruturação, tendo o grupo espanhol já mandatado o Santander e o BBVA para encontrarem um comprador para a Clarel, marca especializada em produtos de farmácia, perfumaria e higiene pessoal.

A notícia surge ainda alguns dias antes da convocação da assembleia de acionistas, na qual deve ser aprovado um aumento de capital no valor de 600 milhões de euros.

Isto cerca de uma semana depois de o Dia ter divulgado prejuízos recorde, em 2018, aquele que foi “provavelmente, o ano mais difícil desde a fundação da empresa há mais de 40 anos”,segundo as palavras do presidente do grupo espanhol. Registou 352,6 milhões de euros de prejuízos no ano passado, o que compara com 101,2 milhões de euros de lucros obtidos em 2017.

(Notícia atualizada às 11h26 com mais informação)

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Siza Vieira desvaloriza travagem no PIB. Culpa greve dos estivadores por falha na meta do Governo

O ministro Adjunto e da Economia reagiu aos números do INE que dão conta de uma travagem no PIB em 2018. O governante salientou a convergência com a Europa e desvalorizou falha na meta do Executivo.

Pedro Siza Vieira salienta que a economia portuguesa está a crescer acima da média da União Europeia (UE) e atribui à greve dos estivadores no porto de Setúbal, que parou as exportações de carros da Autoeuropa, parte da culpa pelo facto de o PIB ter subido menos do que o Governo previa. Na altura em que a economia confirma o impacto da “nova fase do ciclo económico”, admitida pelo próprio ministro há um mês, o governante prefere falar sobre aspetos positivos que encontra nos dados do INE.

“É possível que uma parte da explicação esteja nas exportações devido à greve dos estivadores no porto de Setúbal”, diz o ministro Adjunto e da Economia, na Presidência do Conselho de Ministros, onde decorre a reunião semanal dos ministros do Governo liderado por António Costa.

O governante reage assim aos números do INE e do Eurostat que dão conta de uma travagem do PIB em 2018. A economia cresceu 2,1% no ano passado, abaixo dos 2,8% do ano anterior e da meta do Governo (2,3%). Apesar disso, a economia portuguesa avançou mais do que a Zona Euro, cujo PIB subiu 1,8%.

“O processo de convergência dura há mais de nove trimestres”, diz Siza Vieira que prefere destacar os pontos positivos dos números hoje revelados pelo INE. Este é o processo de convergência “mais longo desde o início do século”, acrescenta.

Em comunicado, o Ministério das Finanças puxa por outros números. “A economia portuguesa cresce há 21 trimestres consecutivos. Portugal cresceu 0,3 pontos percentuais acima da Zona Euro, convergindo com a Zona Euro em dois anos consecutivos, o que acontece pela primeira vez nos últimos 20 anos”.

O ministro Adjunto e da Economia destacou depois dois aspetos em particular: o “crescimento forte das exportações e muito forte do crescimento do investimento privado”. As exportações de bens estão a crescer “há três acima da média do crescimento da economia”.

É possível que uma parte da explicação esteja nas exportações devido à greve dos estivadores no porto de Setúbal.

Pedro Siza Vieira

Ministro Adjunto e da Economia

O INE revelou esta quinta-feira que a travagem do PIB verificada entre 2017 e 2018 “resultou do contributo mais negativo da procura externa líquida, verificando-se uma desaceleração das exportações de bens e serviços mais acentuada que a das importações, e do contributo positivo menos intenso da procura interna, refletindo o crescimento menos acentuado do investimento”. Ou seja, nem das exportações nem do investimento total (público e privado) chegaram boas notícias para a economia.

O ministro adiantou que para os próximos tempos as instituições “continuam a projetar um crescimento acima da Zona Euro”.

Já o ministério de Mário Centeno admite que “o contexto de maior incerteza geopolítica tem um impacto no menor crescimento das maiores economias da Europa, o que tem penalizado a procura externa e, por essa via, as exportações, que, mesmo assim, cresceram 5,3%, em termos nominais”.

Quanto ao facto de o Governo ter falhado a meta que tinha para o crescimento do PIB em 2018 — de 2,3% e não de 2,2% como disse o ministro da conferência de imprensa –, Siza Vieira desvaloriza esta diferença, lembra que os números do INE “não são definitivos” e avança com a explicação do impacto da greve dos estivadores – que atrasou saídas de carros do segundo maior exportador do país.

Quanto ao impacto que este desempenho pode ter na economia este ano, o ministro voltou a remeter para abril, quando o Governo tem de entregar na Comissão Europeia a atualização do Programa de Estabilidade. “Esse será o momento certo para fazer alterações de estimativas.”

Do Terreiro do Paço chegam, porém, garantias de que o caminho feito até agora ajuda a preparar o futuro. “Não obstante as dificuldades colocadas pela deterioração do ambiente económico externo, a economia Portuguesa construiu entretanto bases sólidas para continuar a crescer e a convergir com a Europa no futuro“.

O gabinete de Mário Centeno detalha que “o crescimento expressivo do investimento ao longo dos últimos anos, a estabilização do setor financeiro, o reequilíbrio das contas externas e os progressos alcançados na consolidação estrutural das contas públicas constituem pilares sólidos para o crescimento económico nos próximos anos”.

(Notícia atualizada às 12:07 com informação do comunicado do Ministério das Finanças)

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Deputados debatem esta quinta-feira constituição de terceira comissão de inquérito da legislatura à CGD

  • Lusa
  • 14 Fevereiro 2019

A concretizar-se, será a terceira vez nesta legislatura que se constitui uma comissão de inquérito à recapitalização e gestão da Caixa Geral de Depósitos.

O parlamento discute esta quinta-feira a constituição de uma nova comissão de inquérito à recapitalização e gestão da Caixa Geral de Depósitos (CGD), a terceira sobre o banco público nesta legislatura, desta vez proposta com amplo consenso político.

Na sequência da polémica em torno de uma auditoria sobre a concessão de crédito da CGD entre 2000 e 2015, o CDS-PP avançou inicialmente sozinho com a iniciativa, mas depois consensualizou com PSD, PS e BE o texto do projeto de resolução que é debatido esta quinta-feira e votado na sexta-feira.

O PCP considerou desnecessária uma nova comissão de inquérito ao banco público, mas assegurou que não vai criar nenhum obstáculo à sua constituição, abstendo-se, sem apresentar propostas de alteração ao objeto dos trabalhos.

O texto consensualizado entre CDS-PP, PSD, PS e BE estabelece que a comissão deverá funcionar pelo prazo máximo de 120 dias, tendo entre os seus objetivos apurar as práticas de gestão da CGD no domínio da concessão de crédito desde o ano 2000, apreciar a atuação dos órgãos de administração, fiscalização e auditoria do banco, dos auditores externos, governos e supervisores financeiros.

No dia 20 de janeiro, a antiga dirigente e deputada do BE Joana Amaral Dias, comentadora da CMTV, divulgou neste canal um documento com dados da concessão de crédito da CGD entre 2000 e 2015 apurados numa auditoria ao banco público realizada pela EY, antes designada Ernst & Young.

Nesta versão do relatório da auditoria da EY, com data de dezembro de 2017, mais tarde enviada à agência Lusa, conclui-se que houve concessão de créditos mal fundamentada, atribuição de bónus aos gestores com resultados negativos, interferência do Estado e ineficiências na gestão de risco.

Dois dias depois, o Ministério das Finanças referiu que foi o Governo quem “solicitou a realização de uma auditoria independente a atos de gestão da CGD entre 2000 e 2015 e, no âmbito do exercício da sua função acionista, deu instruções à CGD para que o relatório fosse remetido ao Banco de Portugal e ao Mecanismo Único de supervisão do Banco Central Europeu, bem como a outras autoridades judiciais, de inspeção, de supervisão ou em matéria tributária, caso os elementos do relatório se afigurassem relevantes para o exercício das suas atribuições”.

Numa nota escrita em resposta à agência Lusa, o Ministério das Finanças adiantou que o executivo “solicitou à administração da CGD que fossem efetuadas todas as diligências necessárias para apurar quaisquer responsabilidades que possam advir da informação constante do relatório [da auditoria da EY]”.

As duas comissões de inquérito sobre o banco público constituídas anteriormente nesta legislatura foram propostas por PSD e CDS-PP, de forma potestativa, subscritas por um quinto dos deputados. A primeira foi a Comissão Eventual de Inquérito Parlamentar à recapitalização da CGD e à gestão do banco, a mesma designação agora utilizada, e foi proposta em junho de 2016.

Menos de um ano mais tarde, em fevereiro de 2017, PSD e CDS-PP avançaram com outra comissão de inquérito sobre a CGD, mas de âmbito mais específico, sobre a atuação do atual Governo no que se relaciona com a nomeação e a demissão da administração de António Domingues.

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Regularização de faturas pela ADSE e tabelas de preço aberto devem acabar em breve

  • Lusa e ECO
  • 14 Fevereiro 2019

Em resposta às acusações dos privados, de que os preços são muito baixos, a presidente da ADSE indica que existem vários grupos que gostariam de assinar acordo.

Perante as “ameaças” dos grupos privados de saúde, de cortar relações com a ADSE, a presidente do subsistema de saúde dos funcionários públicos e familiares garante que existem outros grupos privados que mostram interesse em assinar acordos de convenção. Sofia Portela aponta ainda que o objetivo dos privados ao avançar para a cisão é condicionar as negociações.

Os privados criticam a ADSE, que acusam de colocar preços demasiado baixos e pôr em causa a segurança dos cuidados de saúde. Em resposta, Sofia Portela revela que têm “constantemente” pedidos de convenção a chegar, e que “se os valores fossem tão baixos não teríamos, pelo racional económico, tantos pedidos de convenção”, em entrevista à TSF (acesso livre).

Adianta também que a regra das regularizações de faturas vai desaparecer em breve, depois de estarem fechados os preços dos medicamentos, próteses e cirurgias, em declarações à SIC Notícias, na passada quarta-feira. Sofia Portela deixa ainda a garantia de que a ADSE “paga a todos os prestadores de acordo com os prazos, sem qualquer pagamento em atraso”.

Em entrevista à agência Lusa, a presidente do conselho diretivo da ADSE disse também que está a trabalhar para estabelecer uma tabela de preço fixo para os casos em que atualmente os prestadores ainda têm preços abertos e que são depois sujeitos a regularização. A regularização de faturas referentes a 2015 e 2016, em que a ADSE pede aos privados o pagamento de 38 milhões de euros, tem estado na base da contestação dos hospitais privados, havendo já três grandes grupos a ponderar cancelar convenções com o subsistema de saúde dos funcionários públicos.

Sofia Portela lembra que a regra das regularizações de faturas “é um tema com 10 anos” e que não é de agora. “Há um passado relativamente às regularizações e queremos que haja um futuro diferente e é nesse sentido que estamos a trabalhar, de uma forma muito séria e rigorosa, para estabelecer uma tabela de preços para cada um destes itens [que ainda têm prelo aberto]. A ADSE está a fazer este trabalho e contamos em breve terminá-lo e, a partir desse momento, em diálogo com os prestadores, vai ser lançada uma tabela com valores fixos e a regra das regularizações desaparece”, afirmou a presidente da ADSE à Lusa.

Recordando que a questão das regularizações foi, em 2009, alvo de assinatura de contratos entre prestadores privados e ADSE, a responsável refere também que neste momento o processo de regularização dos 38 milhões de euros referentes a 2015 e 2016 ainda está em curso. Segundo Sofia Portela, a ADSE mostrou também já aos privados que tem flexibilidade para encontrar uma “calendarização para esse pagamento”.

A regularização de faturas levou a Associação da Hospitalização Privada a interpor uma providência cautelar a alegar a irregularidade dessas regras, mas o juiz não deu provimento a essa ação. Depois, o então ministro da Saúde Adalberto Campos Fernandes pediu um parecer ao conselho consultivo da Procuradoria-geral da República, que apontou no sentido da legalidade da regra das regularizações das faturas. A presidente da ADSE recorda que o parecer foi homologado pelos ministérios da Saúde e das Finanças e que já está publicado em Diário da República, o que obriga a ADSE a executá-lo.

Sofia Portela entende que a ADSE “foi flexível em dois campos”: na possibilidade de calendarização do pagamento e no período de contraditório dado aos prestadores. O período de contraditório para os privados se pronunciarem sobre as farturas a regularizar ainda está a decorrer até ao final do mês, depois de a ADSE ter dado mais 30 dias aos prestadores para um contraditório. Sofia Portela admite que o valor global de 38 milhões de euros de regularização de faturas possa ser ainda reduzido depois deste período de pronúncia.

“Neste momento estamos numa fase em que os prestadores se estão a pronunciar e a fazer prova de faturas, para que a ADSE tome decisões sobre um valor final. Mas este valor de 38 milhões até pode vir a ser reduzido”, admitiu. O que está em causa neste processo de regularização são faturas referentes a três áreas – cirurgias, medicamentos do foro oncológico e dispositivos médicos, áreas em que as tabelas da ADSE no regime convencionado têm um preço aberto, que não é fixo, podendo os prestadores cobrar o que entenderem.

Uma vez que o preço é aberto, a regularização serve para a ADSE poder fazer depois uma tentativa de uniformização dos preços. Sofia Portela sublinha que a ADSE não recebeu até ao momento “qualquer pedido de denúncia de nenhum prestador” privado, embora três grandes grupos tenham comunicado que estão a analisar o tema e dois deles que suspenderam agendamentos de atos médicos para datas depois de meados de abril.

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