Trabalhadores da Partex tentam impugnar venda da petrolífera à tailandesa PTTEP

  • Lusa
  • 7 Outubro 2019

Os trabalhadores da Partex estão a tentar mesmo impugnação essa transação, tendo pedido isso mesmo ao tribunal, na primeira quinzena deste mês.

Os trabalhadores da Partex apresentaram em tribunal um pedido de impugnação do despacho ministerial que dispensa de autorização governamental da alienação da empresa pela Fundação Calouste Gulbenkian que, se julgado procedente, levará à nulidade do negócio.

“Por cautela de patrocínio, entendemos aconselhar os nossos constituintes a impugnar nos tribunais administrativos aquele inacreditável despacho ministerial da ministra Mariana Vieira da Silva, que fixa o entendimento que não era necessária autorização governamental para a alienação pela fundação Calouste Gulbenkian, fundação privada mas de utilidade pública, do seu muito importante ativo Partex. Entendemos que não se devia deixar consolidar na ordem jurídica esse despacho, porque se nos afigura completamente ilegal”, disse o advogado que representa os trabalhadores à agência Lusa.

Segundo António Garcia Pereira, o pedido de impugnação deu entrada na primeira quinzena de setembro, perto do limite do prazo de três meses previsto na lei para o efeito, e resultou apenas de “exigências de cautela de patrocínio, para não deixar passar prazos”, face à postura adotada pela administração da Partex e da Fundação Calouste Gulbenkian (FCG).

É que, salientou, da parte dos trabalhadores mantém-se a “total disponibilidade para o diálogo” no sentido de negociar soluções de salvaguarda dos postos de trabalho ou de saída dos trabalhadores que assim o pretendam”, mas “infelizmente esta disposição não tem sido correspondida do outro lado”.

“Isto em nada afeta a vontade que têm de encontrar uma solução de diálogo para este problema, com garantia dos postos de trabalho e de poderem sair (seja por rescisões por mútuo acordo, pré-reformas ou até reformas antecipadas) em condições devidamente compensadoras. Os trabalhadores continuam a aguardar que a fundação e a Partex concretizem propostas para que o processo negocial possa avançar”, refere Garcia Pereira.

Ainda assim, admite, caso venha a ser julgado procedente, este pedido de impugnação pode resultar na “nulidade do negócio”, já que “significa que não deveria ter sido dispensada a autorização e, logo, o negócio jurídico que foi celebrado nessas condições é nulo, com todas as consequências que isso implica, designadamente as responsabilidades da fundação perante o comprador”.

Em causa está a venda pela FCG da petrolífera Partex à companhia tailandesa PTTEP, nos termos de um acordo celebrado em 17 de junho passado e no âmbito do qual os trabalhadores foram confrontados com o risco de despedimento dois anos após a alienação da empresa.

Isto porque, segundo Garcia Pereira, em 18 de junho os trabalhadores receberam uma carta da Fundação Calouste Gulbenkian informando-os da “garantia contratual de apenas 24 meses durante os quais serão mantidos os contratos de trabalho, a marca Partex e o escritório em Lisboa, numa postura completamente distinta da que, oito meses antes, a administração da FCG adotara, sublinhando então a sua própria ‘responsabilidade social’ e declarando considerar os trabalhadores da Partex como membros da ‘Família Fundação'”.

Conforme explicou à Lusa o advogado, na base do pedido de impugnação agora apresentado por um grupo de “algumas dezenas de trabalhadores” está a convicção da nulidade do despacho assinado por Mariana Vieira da Silva a 13 de junho passado, determinando não ser necessária autorização governamental para a alienação da petrolífera pela FCG, tendo em conta a Lei-Quadro das Fundações.

Este despacho surge na sequência de um requerimento apresentado pela fundação solicitando a dispensa da autorização governamental, com os argumentos de que a Partex não é “um dos ativos originários da fundação” nem “um ativo relevante para os fins da fundação”.

Segundo o advogado, o despacho da ministra da Presidência e da Modernização Administrativa baseou-se num parecer pedido ao Centro de Competências Jurídica do Estado – parecer esse cujos próprios autores dizem ter sido “fortemente condicionado pela extrema urgência” com que foi solicitado e pela pouca informação de que dispuserem para o elaborar – e cuja argumentação os trabalhadores contestam.

De acordo com Garcia Pereira, o parecer rejeita o primeiro argumento avançado pela FCG, considerando que a petrolífera “é claramente um dos ativos originários” da Calouste Gulbenkian, e quanto à relevância da Partex para os fins da instituição, “diz que a alienação do ativo não põe em causa a sustentabilidade financeira da fundação, quando esse não é o critério legal, mas sim saber se o ativo é relevante ou não”.

“Nós pomos completamente em causa essa argumentação”, afirma, sublinhando que “a Partex tem sempre representado uma fonte de lucros para a fundação, representativa de 40% do orçamento da fundação”.

Por outro lado, acrescenta, “a Partex está ligada à alta tecnologia e ao conhecimento mais qualificado, há uma série de mestrados que são do melhor ao nível mundial e só têm podido ser levados a cabo exatamente por causa deste know how acumulado na empresa, que tem sido embaixadora do país por todo o mundo”.

Ainda denunciada no pedido de impugnação é a “completa opacidade do processo” de alienação da petrolífera, que o advogado diz ser desde logo evidente em toda a sua tramitação.

“Só após os trabalhadores terem levantado a questão numa reunião é que a administração da fundação foi a correr, a 07 de junho [10 dias antes da assinatura do acordo de venda], uma sexta-feira, enviar para a ministra da Presidência um requerimento em que sustenta que não era necessária a autorização governamental”, recorda.

Seguiu-se o fim de semana e “dia 10 de junho, segunda-feira, foi feriado. A ministra da Presidência envia no dia 11 o requerimento para o secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros e, entre 11 e 12, é encomendado um parecer ao Centro de Competências Jurídica do Estado. O parecer é feito entre 11 e 12 e no dia 13 de junho, feriado em Lisboa, a senhora ministra foi ao seu gabinete de trabalho assinar o despacho. Dia 14 é sexta-feira, mete-se aqui apenas um dia útil pelo meio, e no dia 17 é anunciada a venda”, prossegue Garcia Pereira.

“Como é que é possível que uma decisão que contende com tantos fatores e com questões tão relevantes possa ter sido alinhavada desta forma? O que é que está por detrás disto?”, questiona ainda.

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Angola quer resseguradora e o setor a financiar a economia

  • ECO Seguros
  • 7 Outubro 2019

Vera Daves, governante que é também especialista em finanças e mercados de capitais, aponta as seguradoras como suportes ao desenvolvimento económico do país.

A criação de uma resseguradora nacional e a introdução de normas internacionais de relato financeiro são alguns dos desafios do setor segurador de Angola, afirmou Vera Daves, secretária de Estado das Finanças e do Tesouro.

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Estes desafios foram revelados pela secretária de Estado no fórum que assinalou o 21º aniversário da Agência de Regulação e Supervisão de Seguros (Arseg). Segundo o Jornal de Angola um outro desafio é o aumento da literacia financeira nas escolas de níveis secundário e no ensino universitário.

Vera Daves considerou ainda que o setor segurador e de fundos de pensões, que tem ativos totais de 3 286 milhões de dólares em Angola, pode desempenhar, a médio e longo prazos, um papel importante no financiamento da economia angolana.

Vera Daves, secretária de Estado das Finanças e do Tesouro de Angola: Aproveitar mais de 3 mil milhões para estimular a economia.

O Jornal de Angola refere, que de acordo com a secretária de Estado, o mercado tem vindo a demonstrar um crescimento acentuado, justificando a existência de 28 seguradoras licenciadas, oito entidades gestoras de fundos de pensões, 45 corretoras, 30 agentes coletivos e 932 agentes singulares.

Antes da criação da Arseg a taxa de cedência de seguros ao mercado internacional de resseguro era de 50%, mas atualmente situa-se nos 30%. Segundo a secretária de Estado isso resultou das ações de sensibilização do mercado para aumentar as operações de co-seguro.

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Quanto custa um litro de combustível? Muito menos do que aquilo que paga

A maior parte daquilo que os condutores pagam para abastecer o automóvel diz respeito a impostos. Só 15% tem a ver com a refinação, comercialização e distribuição.

Sabia que a maior parte do que paga para abastecer o depósito do carro não é combustível? A maior fatia vai para os impostos, explica a Associação Portuguesa De Empresas Petrolíferas (Apetro), numa altura em que os portugueses reclamam cada vez mais das subidas dos preços da gasolina e do gasóleo.

“O custo do crude constitui apenas uma parte do que nós pagamos no posto de abastecimento”, começa por explicar a Apetro, numa nota emitida esta segunda-feira. Em alguns países, diz a empresa, o preço da matéria-prima “representa apenas cerca de um quarto do preço final”. Ou seja, o preço que se paga para abastecer o automóvel “depende de vários fatores” e muitos dos quais “não são proporcionais ao preço do crude”.

O processo é complexo e tem vários custos associados: primeiro é preciso encontrar o petróleo bruto, que implica custos de extração, depois é preciso refiná-lo antes de este poder ser utilizado como combustível. Feito isto, é necessário vender o combustível e distribui-lo aos consumidores finais através dos postos de abastecimento. Todo este processo “representa pouco mais de um terço do preço médio da gasolina na União Europeia”.

Fazendo as contas, “a maior fatia vai para os impostos sobre o consumo e IVA”, sendo que os impostos especiais de consumo, que representam a “maior componente fiscal, são para a maioria dos países europeus um montante fixo que permanece inalterado por longos períodos“, independentemente do preço da matéria-prima.

Além disso, estes impostos também variam de país para país e de acordo com o tipo de combustível, “razão pela qual os preços são tão diferentes em toda a Europa”. Outro fator a ter em conta é a variação cambial: o petróleo bruto é transacionado em dólares, enquanto os combustíveis são vendidos em euros ou noutras moedas nacionais.

Concluindo, o petróleo bruto representa apenas cerca de um quarto do preço final, sendo que os impostos, incluindo o IVA, representam 60%, e a refinação, comercialização e distribuição, aproximadamente 15%, refere a Apetro.

Em 50 euros de combustível, 31 vão para impostos

A Apetro dá um exemplo prático, com uma nota de 50 euros. Supondo que o preço médio de venda ao público da gasolina simples 95 é de 1,502 euros por litro e que vai abastecer o automóvel com 50 euros, o equivalente a 33,3 litros de combustível, estes são os tipos de custos associados:

Fonte: Apetro

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Professores voltam a fazer greve ao trabalho suplementar a partir da próxima semana

Tal como tinham ameaçado em setembro, os professores vão avançar com mais uma greve ao trabalho suplementar este mês. O alvo principal são as reuniões de avaliação intercalar dos alunos.

Um dia depois das eleições legislativas, os professores voltam à luta contra o trabalho suplementar e em defesa da semana de trabalho de 35 horas. Esta segunda-feira, as organizações sindicais que representam os docentes entregaram no Ministério da Educação um pré-aviso de greve ao trabalho em excesso, estando o arranque do protesto agendado para 14 de outubro.

“O pré-aviso de greve entregue hoje [segunda-feira] no Ministério da Educação destina-se a garantir que o horário semanal dos docentes seja, efetivamente, de 35 horas, bastando, para tanto, que os professores façam greve sempre que lhes for atribuída atividade que faça exceder, em cada semana, aquele número de horas de trabalho”, lê-se no comunicado divulgado pela Federação Nacional dos Professores.

“A greve convocada através deste pré-aviso incide sobre as reuniões de avaliação intercalar dos alunos, caso as atividades da escola não sejam interrompidas para o efeito”, acrescentam os sindicatos, referindo que essas reuniões deverão ser realizadas a partir de meados de outubro. A greve terá também como alvo as reuniões e atividades que ultrapassem as 35 horas semanais.

Desde o final do último ano, que os professores têm levado a cabo protestos deste tipo, o que, garante a Fenprof, resultou na “anulação de reuniões” e, em alguns casos, levou as direções das escolas a “corrigir as ilegalidades”. Ainda assim, em setembro, Mário Nogueira ameaçou avançar com mais uma greve nos moldes destas paralisações a partir de 21 de outubro, de modo a coincidir com as reuniões intercalares, o que agora se confirma.

Ao ECO, o dirigente da Fenprof sublinhou que os professores trabalham, em média, 46 horas por semana e não as 35 horas que a lei prevê. Esta foi, de resto, uma das críticas deixadas ao Governo que agora terminou: a não regularização dos horários da carreira docente.

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Galp reforça aposta nas renováveis com novo contrato em Espanha

Desde 2018 que mais de metade da produção elétrica da empresa vem de fontes renováveis. Novo contrato em Espanha deverá começar a contribuir para as atividades comerciais em junho de 2020.

A Galp Energia assegurou novos contratos de aquisição de energia renovável em Espanha. Os contratos vão durar por 12 anos e deverão começar a contribuir para as atividades comerciais da energética liderada por Carlos Gomes da Silva em junho de 2020, segundo informações comunicadas à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

“A Galp reforçou o seu portfólio comercial para disponibilizar uma oferta de energia renovável aos seus clientes, através de um acordo quadro estabelecido com a X-Elio, que abrange Contratos de Aquisição de Energia sintéticos”, anunciou a empresa.

Estes contratos têm subjacentes projetos de geração de energia solar de cerca de 200 megawatts (MW) em Espanha, atualmente em desenvolvimento. Irão cobrir um montante total de 358 gigawatts/hora (GWh) por ano durante 12 anos, “o qual será progressivamente alocado às atividades comerciais da Galp a partir de junho de 2020”, acrescenta.

A comercialização de eletricidade tem vindo a aumentar o peso das fontes de energia renováveis na totalidade da oferta. No ano passado, o peso total das fontes renováveis ultrapassou pela primeira vez metade do total, situando-se em 54,9% do mix, em comparação com 33,8% no ano anterior. Em sentido contrário, o peso do carvão (fonte com maior impacto ambiental) desceu para 19,49%, em comparação com 32,9%.

“O presente acordo enquadra-se na estratégia da Galp de assegurar um fornecimento equilibrado e competitivo de longo prazo para as suas atividades de comercialização de energia, disponibilizando aos seus clientes o acesso a soluções energéticas eficientes e ambientalmente sustentáveis”, acrescenta o comunicado.

A Galp vai apresentar o trading update ao mercado, esta terça-feira antes da abertura do mercado. Vai divulgar dados da produção no terceiro trimestre, após dois trimestres de aumentos. Antes do anúncio, as ações da energética seguem a ganhar 1,4% na bolsa de Lisboa, para 13,55 euros.

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Copo meio cheio de Rio não evita contestação interna

Para Rui Rio, o resultado não foi tão mau como alguns profetizavam, mas no partido a contestação volta a aumentar de tom: Miguel Relvas, Almeida Henriques e Luís Menezes pedem nova liderança.

Rui Rio só é presidente do PSD desde fevereiro de 2018, mas não tem tido vida fácil e a derrota nas eleições legislativas deste domingo trouxeram consigo novamente questões à sua liderança. Miguel Relvas, Almeida Henriques e Luís Menezes pedem eleições no PSD. Mas há também quem o defenda: o histórico do PSD, Ângelo Correia, diz que até agora Rui Rio é o melhor entre os potenciais candidatos.

Em janeiro deste ano, Luís Montenegro lançou a primeira pedra: “É fundamental que venha um novo líder” para o PSD, disse na altura.

A mudança acabaria por não acontecer e, aquele que foi seu sucessor na liderança da bancada parlamentar do PSD, Hugo Soares, acabou por ser afastado também, algo que na altura disse que encarava como “uma medalha”, considerando que o veto era de Rui Rio.

Depois das eleições europeias realizadas no final de maio – o PSD perdeu um deputado e teve menos quase seis pontos na votação –, foi a vez de Jorge Moreira da Silva, antigo vice-presidente do PSD e ministro do Ambiente de Pedro Passos Coelho, que deixou duras críticas, falando num PSD “totalmente desorientado” e em humilhação.

“Não sei o que é pior: ter tido um resultado desastroso – o pior da nossa história – ou não ter percebido as razões para que tal tivesse acontecido, como parecem evidenciar as declarações de Rui Rio na noite eleitoral e no decorrer desta semana. O PSD está totalmente desorientado perante um resultado eleitoral que, não há outra forma de o dizer, foi humilhante”, escreveu Jorge Moreira da Silva, num artigo de opinião publicado no Expresso.

O resultado deste domingo não foi tão mau quanto algumas sondagens apontavam, e Rui Rio defendeu-se com isso mesmo, dizendo que foi um resultado “praticamente idêntico ao de 2015”, em que o PSD concorreu coligado com o CDS-PP: “Não há uma grande derrota. Isso era o que estava profetizado. Não houve”.

Mas os críticos, alguns de longa data, não deixam passar em branco o resultado alcançado, numa eleição que deu uma vitória clara ao PS de António Costa e que deixa os socialistas numa posição mais confortável para negociar um acordo no Parlamento.

Miguel Relvas, um dos grandes obreiros da vitória de Pedro Passos Coelho e que foi seu ministro, disse ao Fórum TSF que face ao “mau resultado” destas eleições, o PSD precisa de “um novo líder” que prepare as próximas eleições autárquicas (em 2021) com uma perspetiva diferente, instando aqueles que querem ser alternativa a apresentarem-se agora.

O antigo ministro da Presidência apontou Luís Montenegro e Paulo Rangel como possíveis sucessores na liderança do PSD a um Rui Rio que não parece querer sair, e que já disse que vai assumir o seu lugar de deputado.

António Almeida Henriques, que foi secretário de Estado Adjunto da Economia na primeira metade do Governo de Pedro Passos Coelho, foi um dos apoiantes de Luís Montenegro em janeiro, e agora voltou a pedir um congresso para clarificar o futuro do partido.

“O resultado não foi um desastre, mas foi muito mau”, admitiu Almeida Henriques, defendendo então que “o PSD deve fazer a reflexão e deve antecipar o congresso, não tenhas dúvidas”, disse em declarações à Antena 1 e à SIC Notícias.

“Se Rui Rio tivesse concentrado a sua estratégia no combate ao PS e ao Governo da geringonça, como o fez nas últimas duas semanas, provavelmente teria tido um melhor resultado”, afirmou. “Acho que um dos erros deste último ano e meio foi o excessivo fechamento do partido sobre si próprio”, afirmou, em alusão ao período durante o qual Rui Rio assumiu a liderança do partido.

Luís Menezes, filho do ex-presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia e antigo líder do PSD Luís Filipe Menezes, e ele próprio antigo deputado social-democrata, deixou críticas muito duras à liderança de Rui Rio em declarações à Rádio Renascença, falando de “jogo de amiguismos” e deixou as críticas inteiramente à direção do partido.

“O que aconteceu no partido nos últimos tempos foi grave: a escolha das listas foi sectária, houve um jogo de amiguismos que tanto foi dito que não iria haver. Estes resultados mostram que seria possível ganhar ao PS e a António Costa. Por isso, o que “esteve errado durante este período todo, infelizmente, foi a estratégia da atual liderança e deste PSD”, disse.

O único que fez uma (meia) defesa de Rui Rio foi o histórico do PSD Ângelo Correia, também ele um dos mentores de Pedro Passos Coelho. Para Ângelo Correia, o PSD está “há alguns anos com convulsões internas que não pode ter, nem deve ter”, isto se tem a intenção de ser “um partido referência”.

No entanto, e olhando para os potenciais candidatos, que não enumerou nas declarações que fez à Antena 1, diz que Rui Rio continua a ser o mais capaz de liderar o partido. “Face a todas as pessoas que tenho visto candidatos a líderes do PSD, Rui Rio é o melhor”, disse.

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Lucros da FPF caem para metade, mas superam previsões

  • Lusa
  • 7 Outubro 2019

A FPF atingiu um resultado líquido de 3,6 milhões de euros, praticamente metade do valor registado na época anterior, mas mais quatro vezes do que estava previsto no Relatório e Contas.

A Federação Portuguesa de Futebol (FPF) alcançou um resultado líquido de 3,6 milhões de euros (ME) na época 2018/19, quase quatro vezes acima do previsto, de acordo com o Relatório e Contas a que a Lusa teve hoje acesso.

O documento, que vai ser discutido e votado na Assembleia Geral (AG) do organismo, em 19 de outubro, detalha receitas de cerca de 84 ME e gastos de aproximadamente 79 ME, valores igualmente acima do projetado, de 70,7 e 69,8 nestas rubricas, respetivamente.

O resultado antes de depreciações, gastos de financiamento e impostos é de 5,5 ME, concretizando-se num balanço líquido positivo de 3,611 ME, praticamente metade do registado na época anterior (7,056 ME), quando a FPF alcançou o maior lucro de sempre.

Em 2018/19, a FPF arrecadou 12,3 ME com a vitória na Liga das Nações, um valor ligeiramente abaixo do amealhado com a chegada aos oitavos de final do Mundial2018 (12,6 ME), contabilizando no exercício anterior, que contava ainda com os prémios das meias-finais e da final do Euro2016 (4,4 ME).

“Este resultado deve-se a diversos fatores, entre os quais um acompanhamento constante do orçamento, os resultados da participação da seleção AA na Liga das Nações, um crescimento das receitas das apostas desportivas, e também um aumento nos valores gerais dos contratos da FPF, resultante do novo modelo de negociação direta adotado”, lê-se no relatório de atividades do organismo.

Entre as despesas, destacam-se os montantes empenhados nas seleções (cerca de 16 ME), dos quais mais de metade na seleção principal, assim como as rubricas de competições nacionais e regionais (16 ME) e os gastos com pessoal (10,2 ME).

Na AG marcada para 19 de outubro, na Cidade do Futebol, em Oeiras, a direção da FPF vai propor a afetação do resultado positivo ao futebol não profissional (1,5 ME), qualificação de treinadores (um milhão), reforço da atividade das seleções (500 mil euros), melhoria do sistema tecnológico de apoio ao videoárbitro (500 mil euros) e o remanescente (111 mil euros) para o reforço dos fundos patrimoniais.

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Brexit: S&P considera risco elevado de saída sem acordo e antecipa recuo do PIB

  • Lusa
  • 7 Outubro 2019

A agência Standard & Poor's antecipa um risco elevado de o Reino Unido sair da União Europeia sem acordo. Prevê ainda uma redução do PIB de 2,8% em 2020.

A agência Standard & Poor’s (S&P) considera que o risco de que o Reino Unido saia da União Europeia (UE) sem acordo é “alto” e antecipa uma redução do PIB de 2,8% em 2020 no caso de um Brexit abrupto.

A agência de rating realizou um estudo que parte da base de que este país não abandonará o bloco comunitário sem consenso com Bruxelas, mas reconhece que o risco de uma saída abrupta da UE “continua a ser elevado”. No caso de um Brexit sem acordo, a S&P prevê uma contração do PIB do Reino Unido de 2,8% em 2020 e sublinha que em 2021 a produção poderia ser 4,7% mais baixa do que num cenário de uma saída da UE com acordo.

Também estima que a economia britânica perdeu cerca de 3% do PIB (Produto Interno Bruto) nos dez trimestres que se seguiram à realização do referendo europeu em junho de 2016.

A agência adverte que o divórcio abrupto poderia derivar em várias revisões em baixa de notação, perspetivas negativas ou medidas de observação de crédito (creditwatch) sobre as mesmas com margem de rating insuficiente para compensar as alterações ou desacelerações económicas derivadas.

No estudo, a S&P refere que depois de três anos de debate político no Reino Unido que “quase paralisaram as políticas do Governo”, chegar a um compromisso com a UE continua a ser um desafio, tendo em conta, nomeadamente, a complexidade que implica e o calendário ajustado. “O fracasso em chegar a um acordo” implica que a probabilidade de um Brexit sem acordo “continue a ser significativa e não se deva afastar”, conclui o estudo.

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Wall Street recua à espera das negociações com a China

Responsáveis da China e dos EUA vão voltar a reunir no final desta semana, numa tentativa de alcançar um acordo comercial entre as duas nações. Wall Street recua enquanto espera.

As bolsas norte-americanas estão a dar um ligeiro passo atrás na abertura da primeira sessão da semana. Os investidores estão a negociar cautelosamente enquanto aguardam o início de uma nova ronda de conversações entre os EUA e a China, com vista a desbloquear o impasse que tem feito escalar a guerra comercial entre os dois países, mas cujo desfecho permanece incerto.

Neste que tem sido o pior arranque de trimestre desde 2016 para os mercados norte-americanos, o S&P 500 recua 0,26%, para 2.944,31 pontos. O industrial Dow Jones perde 0,28%, para 26.500,32 pontos. O tecnológico Nasdaq cai 0,29%, para 7.959,05 pontos.

As ações da Apple estão a desvalorizar 0,36%, com os títulos da fabricante do iPhone a cotarem nos 226,20 dólares. Em simultâneo, no setor industrial, a Boeing recua 0,44%, para 374,06 pontos, enquanto a Caterpillar perde 0,99%, para 119,84 dólares.

Cotação da ação da Caterpillar, uma das mais sensíveis à guerra comercial

“Neste momento, os investidores estão mais focados no resultado destas conversações, mas a maioria tem ficado um pouco cética de que haja alguma coisa em concreto esta semana”, disse Rick Meckler, partner da Cherry Lane Investments, em declarações à Reuters. Até porque responsáveis chineses já sinalizaram que o regime de Xi Jinpin não deverá aceitar os termos que estão a ser propostos pelo Presidente Donald Trump para um acordo comercial mais alargado.

A somar aos receios dos investidores está o arranque de mais uma temporada de apresentações de resultados por parte das empresas cotadas em bolsa, marcado para o início da próxima semana. E, segundo o The Wall Street Journal (acesso pago), as expectativas para o desempenho do terceiro trimestre não são as mais animadoras.

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Geringonça 2.0? Rio fica? Quem manda no CDS? Cinco dúvidas que ficam da noite eleitoral

Grande Coligação ou geringonça avulso para António Costa? O PSD mudará de liderança? E para que liderança mudará o CDS? As dúvidas que ficam da noite eleitoral.

António Costa quer uma geringonça alargada, Catarina Martins já disse que negoceia se tiver mão no Programa de Governo e Jerónimo de Sousa quer estar fora de mais uma “cena do papel” ao jeito de 2015. Haverá ou não uma geringonça 2.0? Terá futuro a liderança do PSD e que qual será o futuro líder do CDS? Cinco dúvidas que ficam das eleições que deram a vitória ao Partido Socialista.

Geringonça 2.0 sim ou não, com ou sem papel assinado?

António Costa venceu as eleições sem margem para dúvida, mas não com margem suficiente para governar sozinho. Os resultados deixam várias questões em aberto: com quem o PS irá fazer um acordo, quem aceitará juntar-se ao PS no Parlamento e em que condições. António Costa está a ensaiar um discurso ao estilo da Große Koalition alemã (a grande coligação que Merkel negociou que lhe deu uma ampla maioria), convidando todos os partidos — com exceção da direita — para conversar, apesar de necessitar apenas do Bloco de Esquerda ou do PCP para ter maioria no Parlamento.

Catarina Martins já disse que o Bloco está “preparado para negociar uma solução que ofereça estabilidade para o país”, seja através de uma negociação que inclua as suas prioridades já no Programa de Governo ou realizando “negociações ano a ano para cada orçamento”. O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, preferiu não dar garantias, disse que a CDU irá determinar a sua posição caso a caso e que não haverá nova geringonça. “Não haverá repetição da cena do papel”, disse, em alusão à assinatura dos acordos bilaterais há quatro anos, que Bloco e PCP assinaram separadamente. O PAN já disse que não quer participar numa solução desta natureza.

Rui Rio irá aguentar-se como presidente do PSD?

O presidente do PSD está a analisar os resultados eleitorais do seu partido pela perspetiva do copo meio cheio, dizendo que o PSD teve um resultado “praticamente idêntico” ao de 2015 e que os 28,02% conhecidos até à altura em que falou (atualmente estão ligeiramente abaixo dos 28%) não são a grande derrota anunciada. “Não há uma grande derrota. Isso era o que estava profetizado. Não houve”.

Rui Rio, que vai assumir o lugar de deputado no Parlamento, já tinha enfrentado contestação interna ainda antes de ir a eleições, com a tentativa de Luís Montenegro de ganhar apoios para afastar o líder dos sociais-democratas. Jorge Moreira da Silva, antigo ministro de Passos Coelho, já tinha pedido uma nova liderança. Hoje foi a vez de Miguel Relvas, obreiro da eleição de Passos Coelho a pedir mudanças, e já sugeriu os nomes de Paulo Rangel e Luís Montenegro.

Depois de Cristas, quem resta ao CDS?

Depois de uma derrota histórica, Assunção Cristas anunciou que vai convocar um congresso extraordinário do partido para a escolha de uma nova liderança e que não se vai recandidatar. Ao contrário do que aconteceu quando Paulo Portas saiu da liderança do partido, não há um sucessor óbvio para Assunção Cristas — embora já haja um candidato, Abel Matos Santos –, e o partido vai ter de lutar por destaque no Parlamento com apenas cinco deputados, apenas mais um que o PAN. Mas já se fala de vários nomes, nomeadamente de Pedro Mota Soares, que não é candidato a deputado porque era o número de dois na lista às eleições europeias de 26 de maio, mas falhou a eleição. João Almeida é também outro dos nomes que se fala, até porque já foi candidato à liderança do partido. Na sua conta de Facebook, reconheceu que o CDS teve “uma derrota estrondosa” e “em democracia estes resultados não acontecem por acaso”. A nova liderança terá também de escolher que rumo irá dar ao partido: será um CDS-PP mais conservador ou mais liberal?

Há Verdes depois do PAN?

Jerónimo de Sousa escolheu Heloísa Apolónia, a histórica líder do Partido Ecologista Os Verdes para liderar a lista da CDU em Leiria e já se antecipava que seria difícil a Heloísa voltar ao Parlamento. Assim foi e dos tradicionais dois deputados, Os Verdes ficam com apenas um, o mais discreto: José Luís Ferreira.

Com o crescimento do PAN, que tem puxado para si a bandeira do ambiente e com quem o partido de Heloísa Apolónia mais se tem batido no Parlamento, resta saber se ainda haverá muito mais Verdes depois das eleições deste domingo.

Dois maus resultados matam uma Aliança?

Santana Lopes já tinha admitido que os resultados nas eleições europeias de maio foram maus, e este domingo voltou a dizer o mesmo dos resultados que o seu partido teve nas legislativas. Ao contrário do que algumas (poucas) sondagens chegaram a admitir, o Aliança não conseguiu eleger nenhum deputado para a Assembleia da República.

E agora? “A responsabilidade é minha. O facto é que correu mal. O resultado é negativo e é essa a realidade política. É uma derrota política”, disse Santana Lopes este domingo, ao mesmo tempo que se colocou à disposição do partido, para continuar na liderança ou dar espaço para uma cara nova.

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Investimento imobiliário comercial ultrapassou 1,1 mil milhões de euros até setembro

  • Lusa
  • 7 Outubro 2019

Análise da consultora Worx estima que 70% do investimento nacional feito nos nove primeiros meses do ano foram operações acima de 50 milhões de euros. Antecipa ainda recordes para o setor este ano.

O investimento imobiliário comercial ultrapassou a fasquia dos 1,1 mil milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, segundo a análise da consultora Worx, que estima que o segmento bata recordes este ano.

De acordo com a consultora, haverá uma estabilização dos níveis de liquidez neste segmento, que irá manter-se direcionada para ativos prime, sendo de realçar o facto de que 70% do investimento nacional foi composto por operações superiores a 50 milhões de euros.

Para o mercado de escritórios, no total de nove meses, o volume de absorção foi de 136.008 metros quadrados, o que representa um aumento de 6% comparativamente ao período homólogo de 2018.

“O mercado manter-se-á em alta, impulsionado pela entrada crescente de empresas internacionais no mercado português, pela necessidade de expansão e mudança de instalações de empresas que veem crescer a sua atividade ou procuram realizar um ‘upgrade’[melhoria] às suas atuais condições de trabalho”, refere numa nota da Worx.

A escassez de oferta continuará a ser uma realidade até ao final do ano, o que constitui um maior obstáculo à manutenção do dinamismo do mercado de escritórios e coloca a tónica nas operações de pré-arrendamento no que diz respeito à ocupação de áreas de grande dimensão, acrescenta o departamento de research da consultora.

Segundo a Worx, os valores de renda prime irão continuar a verificar margem para progressão.

Ao nível do setor de retalho, da amostra levantada pela consultora, na cidade de Lisboa abriram cerca de 160 novos espaços comerciais, na sua maioria dedicados à restauração.

No segmento industrial e logística existem “sinais de viragem”, ainda que muito brandos, refere.

“O expectável aumento do comércio eletrónico e a necessidade de agilização de tempos de entrega fará aumentar a procura por espaços logísticos próximos dos centros urbanos”, refere a consultora.

Para o setor do turismo, a consultora refere que Portugal irá continuar a afirmar-se no mercado turístico de luxo, através de uma maior diferenciação de produtos, aposta em novos conceitos e nichos de mercado especializados que possam atrair mercados com maior poder de compra.

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Boris Johnson tenta persuadir Bruxelas a negociar proposta do Brexit

  • Lusa
  • 7 Outubro 2019

O primeiro-ministro britânico urgiu a União Europeia (UE) a estar em "negociações substantivas" com o Reino Unido sobre a proposta feita na semana passada para desbloquear o Brexit.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, urgiu a União Europeia (UE) a estar em “negociações substantivas” com o Reino Unido sobre a proposta feita na semana passada para desbloquear o Brexit.

“A nossa proposta é muito justa, muito razoável”, disse esta segunda-feira, durante uma visita a um hospital em Watford, no norte de Londres, acrescentando que representa “um grande passo em frente, um grande avanço, uma grande concessão por parte do governo do Reino Unido”.

Nos últimos dias, o primeiro-ministro britânico tem estado em contacto telefónico com vários líderes europeus, incluindo o homólogo português, António Costa, para tentar persuadir Bruxelas a reatar negociações. Falou também com o homólogo finlandês, Antti Rinne, e com o presidente francês, Emmanuel Macron, adiantou. “E eu acho que eles podem ver que agora há argumentos para avançar com algumas negociações substantivas sobre os detalhes do que estamos a propor”, disse, em declarações transmitidas na Sky News.

O governo britânico propôs na semana passada a criação de uma zona regulatória comum entre a Irlanda do Norte e a vizinha Irlanda para facilitar a circulação de bens agroalimentares e industriais. O plano pressupõe que a Irlanda do Norte sai da união aduaneira europeia e fica a fazer parte de uma união aduaneira britânica quando o Reino Unido sair da UE, após o período de transição, no final de 2020.

O alinhamento com as regras do mercado comum na Irlanda do Norte teria de ser autorizado pelas autoridades autónomas da província britânica a cada quatro anos. Porém, os críticos apontam para o facto de não existir uma estabilidade política naquela província britânica, pois está sem governo desde as eleições de 2017 devido à divergência entre o Partido Democrata Unionista (DUP) e Sinn Féin.

Referem também para a efetiva criação de duas fronteiras, uma entre a Irlanda do Norte e o resto do Reino Unido, e outra com a vizinha Irlanda, cuja necessidade de controlos aduaneiros põe em causa os termos dos acordos de paz de 1998 para o território. Boris Johnson garante que o seu plano não implica a criação de “fronteiras físicas nem de controlos”.

Na semana passada, a UE manifestou reservas sobre as propostas e pediu mais detalhes, estando previsto um novo encontro entre o enviado de Boris Johnson, David Frost, e o negociador-chefe dos 27, Michel Barnier.

O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, reconheceu em comunicado “avanços positivos, particularmente no que diz respeito ao completo alinhamento regulatório de todos os bens e do controlo dos bens provenientes da Grã-Bretanha que entrem na Irlanda do Norte”.

No entanto, para Juncker “ainda existem alguns pontos problemáticos que exigirão um trabalho suplementar nos próximos dias, principalmente no que diz respeito à governança do backstop“, segundo a mesma nota.

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