Presidenciais: PCP lança João Ferreira, um candidato para ir até ao fim

  • Lusa
  • 13 Setembro 2020

João Ferreira, biólogo, 41 anos, é eurodeputado do PCP e vereador da CDU na Câmara de Lisboa. A candidatura será apresentada numa cerimónia na quinta-feira, em Lisboa.

O PCP aprovou este sábado o nome do eurodeputado João Ferreira como candidato às presidenciais de 2021, uma “batalha exigente” em que os comunistas recusam uma desistência para outro candidato à esquerda, afirmou o líder comunista.

A nossa candidatura é para ir até ao fim, com base no seu projeto, nas suas linhas de intervenção“, afirmou Jerónimo de Sousa, em conferência de imprensa, no final da reunião do comité central que aprovou, por unanimidade, a estratégia e o candidato presidencial às eleições do próximo ano.

O secretário-geral do PCP não fixou fasquias para o resultado de João Ferreira, sem comparar com o resultado de há cinco anos de Edgar Silva (3,95%) nem com os 8,95% conseguidos pelo próprio Jerónimo, em 2006. “Não fizemos essas contas”, disse, afirmando que os comunistas estão “conscientes das dificuldades, da batalha exigente que tem que ser travada por João Ferreira“, acrescentando, porém, que o eurodeputado “vai contar com algo importante”: “Todo o nosso coletivo partidário.”

A candidatura do PCP não é “para desistir, mas sim para se afirmar, para crescer, para ir para o terreno”, insistiu Jerónimo, que sublinhou a “opção de autonomia e independência” relativamente a outros candidatos à esquerda. A candidatura de João Ferreira, descreveu Jerónimo de Sousa, será para “dar voz ao projeto e valores de Abril, à defesa dos direitos dos trabalhadores e do povo e á afirmação da igualdade e justiça sociais”.

As próximas presidenciais, afirmou ainda, são um “momento para a afirmação e defesa da Constituição”, empenhando-se os comunistas em colocar no Palácio de Belém “alguém comprometido, nas palavras e nos atos, com a lei fundamental do país e com o regime democrático”.

Jerónimo de Sousa insistiu, como já fizera antes, na crítica ao mandato de Marcelo Rebelo de Sousa como Presidente da República por se empenhar num “processo de rearrumação de forças políticas” à direita e de “branquear” o PSD.

“O mandato do atual Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, para lá do seu ativismo, é marcado pelo seu empenhamento no processo de rearrumação de forças políticas posto em marcha, para branquear o PSD, a política de direita e as suas responsabilidades, reabilitá-los politicamente e reconduzi-lo para um papel de cooperação intensa com o PS, que procura assegurar as condições para a chamada política de ‘bloco central’”, afirmou.

E acusou Marcelo ter falhado na defesa da Constituição e deu o exemplo da promulgação das alterações à legislação laboral, leis que levaram ao despedimento e à precarização de trabalhadores. O candidato dos comunistas, prometeu, “estará agora onde sempre esteve e onde faltaram os presidentes da República: junto dos trabalhadores e do povo, nas suas lutas pelos seus legítimos direitos, interesses e aspirações”.

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Do IVA ao salário mínimo, Costa distribui presentes para conquistar a esquerda

As negociações do OE 2021 continuam a decorrer e, nas últimas semanas, o Governo tem dado sinais à esquerda de que pretende cumprir os compromissos do passado e traçar novas medidas para o futuro.

No debate sobre o Estado da Nação, António Costa declarou-se aos parceiros à esquerda, incluindo o PAN, para ter não só apoio no Orçamento do Estado para 2021 mas também para ter mais estabilidade durante a legislatura. Em plenas negociações, o Governo está a dar sinais para conquistar o apoio dos partidos: concretizou duas medidas negociadas à esquerda no passado, anunciou um novo apoio social, admitiu a subida do salário mínimo e é notícia que não deverá haver dinheiro do Estado para o Novo Banco no próximo ano.

Um dos primeiros sinais chegou no comunicado do Conselho de Ministros de 27 de agosto: “Foi aprovado o decreto-lei que atualiza a idade de acesso às pensões e elimina o fator de sustentabilidade nos regimes especiais de antecipação da idade de pensão de velhice”. O Governo concretizava assim uma medida já negociada com a esquerda, que foi recordada por Catarina Martins no fim de semana anterior a esse Conselho de Ministros.

Nessas declarações, a líder do BE avisou que não fazia sentido começar as negociações do próximo Orçamento sem estarem cumpridas as medidas anteriormente acordadas. Era o caso do fator de sustentabilidade, mas também da redução do IVA da eletricidade e da contratação de mais profissionais para o SNS. A primeira foi logo resolvida e, uma semana depois, chegava a concretização da segunda: no Conselho de Ministros de 3 de setembro, o Governo aprovou a aplicação de taxas de IVA diferenciadas em função de escalões de consumo. Quanto à contratação de mais profissionais para o SNS, o Executivo informou este ano já foram contratados 9.673, mas o BE quer o dobro.

Mas há mais. Além do passado, Costa tratou de olhar para o futuro em três frentes: anunciou um novo apoio social para negociar à esquerda, admitiu a subida do salário mínimo em 2021 apesar da crise pandémica e estará a preparar-se para impedir que o Estado volte a financiar o Fundo de Resolução, cujas verbas são entregues ao Novo Banco ao abrigo do contrato de venda à Loan Star, optando por outras soluções, segundo avançou o comentador e ex-político Luís Marques Mendes na SIC.

A revelação feita no domingo seguiu-se à exigência feita por Catarina Martins dias antes: “Para o Bloco de Esquerda há uma condição muito séria: no Orçamento de Estado de 2021 não pode haver nem um tostão para continuar a pagar os desmandes do Novo Banco. Já provámos que nos estão a enganar, é preciso travar e é preciso proteger o país, quem aqui vive, quem aqui trabalha e que precisa de responder a uma crise”, disse numa iniciativa do BE em Viseu.

Em alternativa, os bloquistas querem aplicar esse dinheiro, “menos de 800 milhões de euros”, concretizou, em apoios sociais, a começar pelo alargamento do acesso ao subsídio social de desemprego, aumentando também o seu valor. Mas o que poderá ir ao encontro do novo apoio social descrito por António Costa na entrevista ao Expresso é a “criação de um novo apoio social para trabalhadores independentes, trabalhadores do serviço doméstico, trabalhadores por conta de outrem não abrangidos por outras prestações de desemprego e trabalhadores, incluindo informais, que perderam o emprego desde março de 2020 e sem acesso a proteção social”. Esta é uma medida que está a ser negociada para o OE 2021.

Quanto à subida do salário mínimo, esta não depende do OE 2021, mas terá de ficar previsto um aumento das despesas com pessoal caso o Governo decida continuar com a diferenciação entre o salário mínimo do setor público (mais elevado) e o salário mínimo do setor privado. Tal foi admitido por Costa, abrindo a porta, no entanto, a um aumento inferior ao anteriormente previsto. Contudo, a decisão final só deverá ser tomada no final do ano em concertação social.

Ainda sem sinais, pelo menos públicos, estão as alterações que o BE e o PCP querem introduzir na lei laboral, nomeadamente reversões a medidas da reforma laboral de Álvaro Santos Pereira, ex-ministra da Economia e do Trabalho, durante o período da troika. O PS disse estar disponível a abrir esse dossiê, mas focou-se no teletrabalho, que ganhou peso por causa da pandemia, e noutros aspetos da conciliação da vida pessoal e o trabalho. Este poderá ser, como já foi no passado, um entrave importante num acordo à esquerda.

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Tesouro alerta investidores que recuperação da economia portuguesa vai demorar

Na primeira apresentação a investidores desde o início da pandemia, a agência que gere a dívida nacional defende que a resiliência do país contra o vírus, mas sublinha que a recuperação vai demorar.

A economia portuguesa estava a viver “um ciclo virtuoso”, que lhe permitiu lidar com maior resiliência com o “choque global sem precedentes” que foi o início do surto de Covid-19, mas a retoma económica será demorada até porque o turismo vai precisar de ainda mais tempo que os restantes setores. A explicação é dada pela Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública – IGCP aos investidores na dívida portuguesa na primeira apresentação que faz desde janeiro.

“A gradual reabertura da economia parece animador, mas a recuperação completa vai demorar, também dependendo da evolução da situação de saúde”, diz o IGCP. “A incerteza ainda reina. Para assegurar uma completa recuperação, a ação política tem de apoiar a recuperação pós-pandémica, sem perder de vista os desafios de longo prazo (demografia, alterações climáticas)”.

A economia portuguesa contraiu 16,3%, em termos homólogos, no segundo trimestre de 2020, no qual já foi totalmente afetada pela pandemia. Em comparação com o trimestre anterior, a quebra foi de 13,9%. Para o total do ano, a estimativa do Governo é que a recessão seja de 6,9%, antes de recuperar e crescer 4,3% em 2021. A projeção do ministério das Finanças fica entre a que a Comissão Europeia faz — que espera -6,8% este ano e 5,8% no próximo — e a do Banco de Portugal — que vê a economia a afundar 9,5% em 2020 e a subir 5,2% em 2021.

O Governo sublinha, no entanto, que o percurso da recuperação vai estar intimamente ligado ao turismo. “É provável que a recuperação seja mais lenta e mais branda no setor do turismo. O turismo desempenha um papel chave na economia portuguesa e continua a ser um dos setores mais afetados pela Covid-19. Se as viagens internacionais recuperarem e o turismo doméstico mantiver a forte contribuição, 2020 pode terminar num tom menos pessimista“, aponta o IGCP.

A gradual reabertura da economia parece animador, mas a recuperação completa vai demorar, também dependendo da evolução da situação de saúde. (…) Se as viagens internacionais recuperarem e o turismo doméstico mantiver a forte contribuição, 2020 pode terminar num tom menos pessimista.

Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública - IGCP

Apresentação a Investidores

Esta apresentação, data de 10 de setembro, é a primeira que Portugal faz aos investidores desde 10 de janeiro. Questionada em junho sobre o assunto, a presidente do IGCP Cristina Casalinho explicou que a agência esperava a publicação do Orçamento Suplementar e garantiu que o espaçamento na publicação não é específico do emitente soberano português.

Ainda assim, o interregno coincidiu com uma altura em que Portugal reforçou o financiamento em mercado para fazer face ao aumento das necessidades de financiamento geradas pelo vírus. As necessidades líquidas de financiamento do Estado foram revistas em alta para 20,3 mil milhões de euros (mais 10,7 mil milhões que previsto no Orçamento do Estado 2020), tendo já sido executados 75%.

Apesar de Portugal (tal como muitos outros países) estar a inundar o mercado com dívida, os juros pedidos pelos investidores subiram apenas temporariamente e acabaram por recuar novamente. Desde o início do ano, a taxa de juro média da nova dívida situa-se em 0,5% (o que compara com 1,1% no ano passado), de acordo com os dados divulgados pelo IGCP também no documento.

Custo para emitir dívida tem vindo a cair

Fonte: IGCP

Apesar de se esperar que a dívida atinja um valor recorde no próximo ano, o Ministério das Finanças antecipa que a tendência de decréscimo no peso dos juros da dívida para as contas do Estado se mantenha. Os estímulos do Banco Central Europeu (BCE) — incluindo um mega programa pandémico com 1,35 biliões de euros — têm sido determinantes para travar as yields dos países, mas o IGCP defende também que tem mérito com a estratégia após a crise da dívida.

“A sustentabilidade da dívida melhorou substancialmente com base na política orçamental prudente e ativa gestão da dívida num contexto de revitalização económica”, diz. “As condições de mercado têm melhorado substancialmente nos últimos anos, beneficiando também de desenvolvimentos positivos de rating“. Sobre o futuro, acrescenta que “a emissão de dívida é ancorada numa estratégia de financiamento abrangente, que já provou ser flexível em períodos de reforçada volatilidade”.

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AstraZeneca e Universidade de Oxford retomam ensaios clínicos da vacina contra a Covid-19

  • ECO
  • 12 Setembro 2020

A terceira fase dos ensaios clínicos da potencial vacina da AstraZeneca e da Universidade de Oxford vai ser retomada.

A autoridade de saúde do Reino Unido anunciou que é seguro que se retomem os ensaios clínicos da potencial vacina contra a Covid-19 da AstraZeneca e da Universidade de Oxford, uma das quais a Comissão Europeia já encomendou. Recentemente, os ensaios clínicos foram suspensos a 6 de setembro após ter sido identificada uma suspeita de reação adversa séria num participante do estudo.

Assim, a terceira fase dos ensaios clínicos da vacina recomeça depois da luz verde dada pela autoridade de saúde britânica que garantiu que estes são seguros. Esta potencial vacina tem sido considerada como uma das mais relevantes no mercado, até pela Organização Mundial de Saúde. A Comissão Europeia já reservou 300 milhões de doses, caso a vacina venha a ser comercializada, para distribuir pelo Estados-membros, incluindo Portugal.

A retoma acontece após o caso de uma mulher no Reino Unido que mostrou sintomas neurológicos com uma doença inflamatória. Ao todo, há 18 mil pessoas que já receberam a vacinação durante os ensaios clínicos desta vacina. A Universidade de Oxford avisou que é esperado que alguns participantes, dada a dimensão dos ensaios clínicos, fiquem mal. “Todos os casos devem ser avaliados cuidadosamente para assegurar uma avaliação de segurança cuidada”, disse a Universidade em comunicado.

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Trump ou Biden? Google deixa de sugerir pesquisas para não interferir

A internet tem cada vez mais um papel importante para o exercício da democracia. Com as eleições dos EUA "à porta", a Google vai parar de sugerir pesquisas que beneficiem candidatos políticos.

Com as eleições presidenciais do Estados Unidos da América “à porta”, a Google quer evitar a todo o custo qualquer interferência, como aquela que aconteceu nas eleições de 2016. Por isso, a gigante tecnológica está a fazer alterações nas sugestões de pesquisa de preenchimento automático.

O recurso ao preenchimento automático da Google tenta prever o que os utilizadores estão à procura com base no que foi preenchido até então. Deste modo, esta ferramenta baseia-se na popularidade, bem como no que outras pessoas já pesquisaram.

A pouco menos de dois meses para as eleições presidenciais dos EUA, que vão colocar “frente-a-frente” Donald Trump, atual presidente dos EUA e na corrida pelos republicanos, e Joe Biden, pelos democratas, a Google quer evitar qualquer interferência neste processo eleitoral. Nesse sentido, o motor de busca vai remover todas as sugestões que possam ser vistas como qualquer tipo de endossamento ou oposição aos partidos políticos e respetivos candidatos, revela a empresa, em comunicado.

“Queremos ser muito cuidadosos com o tipo de informação que destacamos no recurso de pesquisa devido ao seu destaque. Dada a preocupação em relação às eleições e às informações eleitorais, quereremos ser particularmente conservadores”, justificou David Graff, responsável da Google por políticas globais, citado pela CNN (acesso livre, conteúdo em inglês).

Além disso, também vai eliminar as previsões de preenchimento automático relacionadas com informações sobre o processo eleitoral, nomeadamente métodos de votação, requisitos ou os locais de votação. Face a esta alteração frases como “pode votar por telefone” ou “não pode votar por telefone”, deixarão de aparecer nas sugestões.

Apesar de a Google não adiantar se esta decisão é momentânea ou definitiva, a tecnológica garantiu que nenhum resultado de pesquisa será removido. Assim, cada pessoa vai continuar a conseguir procurar normalmente informação sobre cada candidato. Contudo, sugestões aparentemente inócuas também poderão ser abolidas, em resultado da mudança de política.

As eleições norte-americanas estão agendadas para 3 de novembro de 2020 e vão opor Donald Trump a Joe Biden. As últimas eleições presidenciais ficaram marcadas por ter sido provado a interferência russa no escrutínio presidencial de 2016, ditando a nomeação de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos em oposição a Hillary Clinton. Também o Facebook foi muito criticado por não ter antecipado a ingerência russa, pelo que anunciou um plano para “proteger o processo democrático”.

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Costa apoia Vieira. O que diz o Código de Conduta do Governo?

António Costa decidiu integrar a comissão de honra da recandidatura de Luís Filipe Vieira à presidência do Benfica. O que diz o Código de Conduta quanto ao conflito de interesses?

O primeiro-ministro aceitou fazer parte da comissão de honra da recandidatura de Luís Filipe Vieira à presidência do Benfica. A decisão já foi criticada da esquerda à direita e, entre os críticos, há quem recorde a criação do Código de Conduta do Governo, após o Galpgate em 2016 quando a petrolífera ofereceu a vários governantes bilhetes para o Europeu desse ano. O que dizem as normas que os membros do Executivo têm de cumprir?

Não há referências diretas ao desporto, futebol ou sobre apoios que possam ser dados quando em funções. O mais concreto que o Código tem é o impedimento aos membros do Governo de aceitarem presentes (ou convites) com valor igual ou superior a 150 euros — a não ser que a rejeição significasse “quebrar o respeito devido por um Estado estrangeiro” –, o valor a partir do qual se assume haver um “condicionamento da imparcialidade e da integridade do exercício de funções”. No entanto, há disposições gerais que podem ser interpretadas à luz deste caso.

Exemplo disso é o artigo 6 que versa exatamente sobre os conflitos de interesses: “Considera-se que existe conflito de interesses quando os membros do Governo se encontrem numa situação em virtude da qual se possa, com razoabilidade, duvidar seriamente da imparcialidade da sua conduta ou decisão, nos termos dos artigos 69.º e 73.º do Código do Procedimento Administrativo“. Estes artigos definem os casos em que os titulares de funções públicas “não podem intervir em procedimento administrativo ou em ato ou contrato de direito público ou privado da Administração Pública”.

Além disso, o artigo 4º define os deveres que os membros do Governos devem cumprir no exercício das suas funções, nomeadamente “abster-se de qualquer ação ou omissão, exercida diretamente ou através de interposta pessoa, que possa objetivamente ser interpretada como visando beneficiar indevidamente uma terceira pessoa, singular ou coletiva“.

De notar ainda o artigo 10º, relativamente a convites, onde se lê que “os membros do Governo abstêm-se de aceitar, a qualquer título, convites de pessoas singulares e coletivas privadas, nacionais ou estrangeiras, e de pessoas coletivas públicas estrangeiras, para assistência a eventos sociais, institucionais ou culturais, ou outros benefícios similares, que possam condicionar a imparcialidade e a integridade do exercício das suas funções”.

O ECO questionou o gabinete do primeiro-ministro sobre se considera que a decisão de integrar a comissão de honra é compatível com o Código de Conduta, mas não recebeu resposta até à publicação deste artigo.

A interpretação feita pelo presidente da Associação Transparência e Integridade, João Paulo Batalha, este sábado na SIC Notícias é clara: o apoio de Costa a Vieira ao estar na comissão de hora vai contra o Código de Conduta. “Confesso que já estou habituado a ver promiscuidades entre futebol e política, mas até eu estou perplexo com este caso“, disse, assinalando que “Vieira pediu emprestada a honra da Câmara Municipal de Lisboa e do Governo português para a sua candidatura e eles aceitaram emprestar”. Na sua intervenção, João Paulo Batalha recordou, além dos casos judiciais, o impacto dos negócios de Luís Filipe Vieira nas contas do Novo Banco, um dossiê que envolve o Executivo de Costa desde, pelo menos, a venda do banco em 2017 à Loan Star.

O Código de Conduta do Governo foi criado em 2016 após o Galpgate, o caso em que a Galp ofereceu bilhetes a vários governantes para o Europeu de futebol desse ano, levando à sua demissão. Foi o caso do então secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Rocha Andrade, que passou a ser deputado do PS, e do então assessor económico de António Costa, Vítor Escária, que voltou recentemente a trabalhar com o primeiro-ministro para ser o seu chefe de gabinete. O processo que incidia sobre os crimes de recebimento indevido de vantagem, com possibilidade de pena de cadeia, acabou por ficar resolvido com o pagamento de multas.

Quando apresentou o novo Código de Conduta, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, resumiu o seu âmbito: “Os membros do Governo devem recusar liminarmente quaisquer ofertas, convites ou outras facilidades que possam ser fornecidas na expectativa de troca de uma qualquer contrapartida ou favorecimento“.

Direita ataca Costa, mas esquerda também não o poupa

Questionado pelo Expresso, que revelou que Costa iria integrar a comissão de honra, o gabinete do primeiro-ministro argumenta que este está na comissão de honra “não como primeiro-ministro ou secretário-geral do PS, mas como adepto e sócio do Benfica desde 1988”. António Costa já tinha apoiado recandidaturas de Vieira em 2012, quando estava no lugar agora ocupado por Medina, e em 2016, quando era primeiro-ministro.

O líder do PSD já veio criticar o chefe do Governo por integrar a comissão de honra, que conta também com Duarte Pacheco, deputado do PSD, dizendo que “o ideal é que quando estamos em cargos políticos de algum relevo — não é só nos de topo — devemos abster-nos de misturar estas coisas”. “Sempre achei mal a mistura entre a política e o futebol profissional“, disse Rui Rio este sábado, em reação à notícia, argumentando que o futebol é ditado pela emoção e a política deve ser ditada pela racionalidade.

Miguel Poiares Maduro, ex-ministro do anterior Governo PSD, recorreu ao Twitter para criticar António Costa: “Lembram-se de um PM [primeiro-ministro] que dizia que os ministros se deviam recordar da sua condição mesmo à mesa de um café?… Pelos vistos, isso não se aplica em presença de uma bola de futebol… O PM já se acha DDT [dono disto tudo] para agir com tal impunidade”.

Mais à direita, Carlos Guimarães Pinto, ex-presidente da Iniciativa Liberal e candidato nas legislativas pelo círculo eleitoral do Porto, questiona a inteligência do primeiro-ministro: “Nesta história do apoio de Costa a LFV [Luís Filipe Vieira], já nem falo de tudo o resto, mas de inteligência: algum deles tem verdadeiramente alguma coisa a ganhar com o apoio? Nem Costa, nem LFV. Não me surpreenderia que acabasse desmentido”, escreveu no Twitter.

Mas as críticas não chegam só da direita. À esquerda, Pedro Adão e Silva, que já esteve no Partido Socialista, atacou diretamente o primeiro-ministro: “Há 15 dias António Costa recomendava que os membros do Governo não se pronunciassem sobre as presidenciais. Hoje, ficou conhecido o seu apoio a Luís Filipe Vieira nas eleições do Benfica. Uma contradição, uma promiscuidade desnecessária e prova de que os políticos não aprendem“, escreveu no Twitter.

Além de Pedro Adão e Silva, também Joana Mortágua já reagiu no Twitter, escrevendo que “integrar a comissão de honra de Luís Filipe Vieira não foi só uma má ideia de Costa, Medina, Joaquim Santos ou Telmo Correia“. “Que ninguém interprete como descuido uma coisa que está estruturalmente errada”, denunciou a deputada do Bloco de Esquerda.

Rui Tavares, do Livre, diz que “custa acreditar que um disparate destes possa ser verdade, mas pelos vistos é”. “António Costa muito mal aqui”, classificou.

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Um SUV com um toque desportivo. Hyundai pôs um N no Tucson

N Line vem reforçar a imagem desportiva deste SUV, mas também dotá-lo de algumas afinações que se traduzem numa condução mais apelativa. Tudo num modelo com alguma potência elétrica.

Há muito que a Hyundai provou que sabe fazer automóveis desportivos. Daqueles capazes de nos fazer acelerar os batimentos cardíacos ao mesmo tempo que nos colam as costas contra o banco. Não é difícil perceber quais são… estão identificados, regra geral, com uma pequena letrinha: um N. Mas, então, o que faz esse mesmo N colado num SUV como o Tucson?

Tal com outras fabricantes, também a marca sul-coreana decidiu ir buscar à divisão de automóveis de alto desempenho a designação com a qual procura dar um ar mais desportivo a modelos tradicionalmente familiares, que possam por nós nas estradas praticamente todos os dias. Um dos bafejados por esse look foi o Tucson, o SUV compacto atualizado há algum tempo mas que continua a apresentar bons argumentos.

É fácil perceber a inspiração mais desportiva deste Tucson N Line. No exterior há pára-choques com um desenho mais agressivo, uma grelha pintada de preto, bem como um par de óticas LED. E ganhou também jantes de maiores dimensões, também elas escurecidas, bem como uma dupla saída de escape que ajuda a passar a mensagem de que quem está ao volante quer um carro para a família mas capaz de um bons desempenhos, assim lhe apeteça.

Este mood mais desportivo continua num interior todo ele muito dark, polvilhado aqui e ali por alguns apontamentos de cor vermelha, como nos bancos que apesar de parecerem mais racing não descuram o conforto. E, claro, também algum alumínio, seja na caixa de velocidades, os pedais, ou uma cor de alumínio nos raios de um volante com boa pega.

Não é só estilo. Há mais

Mas este N Line não se fica pela aparência. Também houve mudanças na mecânica, especialmente na suspensão, que foi rebaixada mas não ao ponto de se tornar desconfortável, seja no dia-a-dia, seja numa longa viagem. Confere ao Tucson maior acerto nas curvas, permitindo desfrutar um pouco mais da potência debaixo do pé direito. Não são centenas de cavalos, muito menos um grande motor a gasolina. É um diesel dos pequenos, mas com um bónus.

A Hyundai pôs nesta versão o 1.6 CRDi já sobejamente conhecido e reconhecido, mas com um pouco mais de potência retirada de um pequeno sistema elétrico de 48 V. É um extra que gera 16 cv e 50 Nm de binário, que esta disposto a ajudar o condutor nas acelerações. Não transforma o SUV num foguete, mas ajuda bastante no dia-a-dia, na cidade — podendo ser monitorizado no sistema multimédia touch de 8 polegadas que flutua no centro do tablier. Em estrada aberta, é um Importante aliado para conter os consumos que, ainda assim, andam acima da fasquia dos 7l/100 km.

Os 136 cv desta versão são comandados por uma transmissão automática de dupla embraiagem e 7 velocidades, que faz bem a gestão da potência. Não há aquelas subidas de regime em que não se percebe porque é que não engrenou outra relação… não há nada disso. Há uma resposta sólida, com as recuperações a serem realizadas sem dificuldade, mesmo quando a velocidades já mais elevadas. Manter ritmos mais acelerados, com o cruise control, é tarefa simples para este Tucson.

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Rio ataca Costa por apoiar Vieira: “Sempre achei mal a mistura entre a política e o futebol profissional”

O líder do PSD criticou o primeiro-ministro por fazer parte da comissão de honra de Luís Filipe Vieira. Para Rui Rio deve haver um distanciamento claro entre a política e o futebol em Portugal.

O líder da oposição atacou este sábado o primeiro-ministro por este ter aceitado integrar a comissão de honra da recandidatura de Luís Filipe Vieira à presidência do Benfica. Recordando o seu passado na relação que teve com o Porto quando foi presidente da câmara da cidade, Rui Rio considera que António Costa não deveria estar a misturar a política com o futebol profissional.

Sempre achei mal a mistura entre a política e o futebol profissional“, afirmou o líder do PSD à saída da primeira reunião do Conselho Consultivo do Conselho Estratégico Nacional do partido. E deixou uma mensagem para António Costa: “O ideal é que quando estamos em cargos políticos de algum relevo — não é só nos de topo — devemos abster-nos de misturar estas coisas”.

No passado combati isso e afastei-me“, relembrou Rio, recordando o que fez enquanto presidente da câmara municipal do Porto ao recusar-se receber o clube da cidade quando este ganhava a campeonato nacional. Este é um tema que diz ser “claro há muitos anos” no seu pensamento pelo que “nada faz sentido” neste caso de Costa apoiar o atual presidente do Benfica na sua recandidatura.

E explicou as suas razões para ser contra: “Hoje há problemas de ordem judicial metidos nisto, mas eu nem vou por aí”, começou por dizer. Em causa está o facto de o futebol ser “acima de tudo emoção” e a política, apesar de uma “componente de emoção”, deve “acima de tudo ser racionalidade”. Isto é, a política “não deve ser ditada por imperativos de ordem emocional ou por imperativos de ordem de simpatia clubística”.

Rui Rio reagiu assim à notícia avançada pelo Expresso este sábado que o primeiro-ministro integra a comissão de honra da recandidatura de Vieira — na qual também está o deputado do PSD, Duarte Pacheco. Questionado pelo semanário, o gabinete de António Costa argumenta que este está na comissão de honra “não como primeiro-ministro ou secretário-geral do PS, mas como adepto e sócio do Benfica desde 1988”. O primeiro-ministro tinha apoiado recandidaturas de Vieira em 2012, quando era presidente da câmara de Lisboa, e em 2016, quando já era primeiro-ministro.

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Há mais 497 infetados em Portugal. Morreram cinco pessoas

Aumentou para 63.310 o número de casos de infetados com coronavírus no país. Até ao momento, já 43.894 pessoas recuperaram da doença.

Portugal registou 497 novos casos de infeção por Covid-19, elevando para 63.310 o número de infetados desde o início da pandemia. Nas últimas 24 horas morreram mais cinco pessoas com a doença, segundo a última atualização da Direção-Geral da Saúde (DGS) deste sábado.

Estes números representam uma desaceleração face aos dados do boletim desta sexta-feira em que se registaram mais 687 novos casos, o que representou a maior subida diária desde 16 de abril.

Entre os casos de infeção, atualmente 17.556 encontram-se ativos, mais 242 do que no dia anterior. Desde que apareceu em Portugal, no início de março, o coronavírus já provocou a morte de 1.860 pessoas. Já quanto ao número de recuperados, situa-se em 43.894 (mais 250 nas últimas 24 horas).

Por regiões, 49% dos novos casos concentraram-se na zona de Lisboa e Vale do Tejo, o que se traduz em mais 243 casos para um total de 32.413 casos. Segue-se a região do Norte com 22.997 casos, mais 178 do que no dia anterior, e a região do Centro com 5.193 casos, mais 39 do que no dia anterior. O Algarve regista 1.214 casos (+7), o Alentejo 1.074 casos (+26), os Açores 236 (+2) e a Madeira 183 (+2).

A maioria das pessoas infetadas com o vírus está a fazer o tratamento em casa. São apenas 438 as pessoas que estão internadas (mais 34 do que no balanço anterior), das quais 59 nos cuidados intensivos (mais cinco face a ontem). Há ainda 36.055 contactos sob vigilância das autoridades de saúde, mais 343 do que no boletim anterior.

Boletim epidemiológico de 12 de setembro

(Notícia atualizada às 14h17 com mais informação)

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Google Trends: Pandemia exige novas medidas de contingência e preocupa portugueses

  • Tiago Lopes
  • 12 Setembro 2020

O anúncio de novas medidas de contingência marcou a atualidade cá dentro. Lá fora, soube-se que Trump há muito que sabia da gravidade do coronavírus. Nos negócios, um novo iPhone está a caminho.

A atualidade nacional nas pesquisas do Google ficou marcada pelo anúncio das medidas de contingência que entram em vigor a 15 de setembro. A proibição de ajuntamentos com mais de dez pessoas é uma das regras anunciadas por Costa.

Cristiano Ronaldo chegou ao número redondo de 100 golos ao serviço da seleção nacional de futebol. No Google e nas redes sociais, o internacional português também já está habituado bater recordes.

Nos EUA, a pandemia não tem dado descanso. Mas agora são os incêndios que fazem aumentar ainda mais as preocupações dos norte-americanos. Até ao final da semana passada, já tinham morrido dez pessoas e mais de 100 incêndios estavam ativos em 12 estados do país. Para se ter uma noção da gravidade e do momento crítico que os EUA atravessam, os incêndios já consumiram uma área de mais de 900 mil hectares, um recorde desde 1987.

O mundo da tecnologia está em constante mudança e esta semana a Huawei anunciou que está a trabalhar no sentido de equipar todos os seus smartphones com o HarmonyOS, o sistema operativo da marca chinesa, em substituição do sistema operativo da Google, o Android. Já a Apple agendou um evento especial para o dia 15 de setembro, onde deverá apresentar o novo modelo do iPhone.

Cá dentro

O regresso do país ao estado de contingência, a partir da próxima terça-feira levou os portugueses a fazerem milhares de pesquisas no Google. Na última quinta-feira foram conhecidas as medidas do Governo que visam preparar Portugal para o regresso às aulas presenciais, tal como o início do outono.

As novas regras foram divulgadas numa conferência de imprensa conduzida pelo primeiro-ministro, António Costa. Entre elas está a proibição de ajuntamentos com mais de dez pessoas e a abertura de estabelecimentos comerciais só depois das 10h.

O craque Cristiano Ronaldo chegou à marca dos 100 golos apontados ao serviço da seleção nacional e os portugueses quiseram saber tudo. No Google, foram muitas as pesquisas sobre os dois jogos de Portugal na Liga das Nações, tal como sobre o feito alcançado pelo capitão da seleção das quinas.

Ainda no desporto, a semana ficou marcada por um episódio que envolveu o tenista Novak Djokovic. O atleta sérvio foi desqualificado do US Open depois de atingir uma juiz de linha na garganta com uma bola de ténis. Djokovic apressou-se em pedir desculpa, mas já não havia muito a fazer, acabando por ser afastado do torneio no jogo da quarta ronda frente ao tenista espanhol Pablo Carreño Busta.

A morte de Vicente Jorge Silva, de 74 anos, foi outra das notícias mais pesquisadas durante a semana. O jornalista foi cofundador e o primeiro diretor do jornal Público, em 1990. Vicente Jorge Silva nasceu no Funchal em 1945 e era descrito como um apaixonado por cinema. Acabou por fazer grande parte da carreira no jornalismo.

O anúncio da candidatura de Ana Gomes à Presidência da República fecha o top 5 dos temas mais pesquisados no Google na semana passada. Ana Gomes decidiu avançar e apresentou a sua candidatura na última quinta-feira. “Depois de um longo processo de reflexão decidi que não devo nem posso desertar deste combate pela democracia”, disse Ana Gomes.

Lá fora

  • Incêndio no porto de Beirute. Um mês depois das duas fortes explosões registadas na capital do Líbano, Beirute voltou a ser palco de grande tensão depois de um incêndio ter deflagrado no mesmo local das trágicas explosões que fizeram mais de 190 vítimas mortais. De acordo com a agência estatal de notícias do Líbano, o incêndio ocorreu num depósito de pneus já em ruinas, o que explica o intenso fumo.
  • Trump sabia da gravidade do vírus. Afinal, Donald Trump tinha noção da gravidade do novo coronavírus mesmo quando o desvalorizava. A notícia foi avançada pela BBC.
  • Incêndios nos EUA sem precedentes. As autoridades norte-americanas alertaram que o número simultâneo de incêndios que está a atingir vários pontos dos EUA não tem precedentes. Pelo menos dez pessoas já morreram devido aos incêndios que estão a devastar o noroeste do país. Os fogos estão a afetar estados como a Califórnia, Washington, Oregon, Idaho, Colorado e Montana.

Nos negócios

  • Huawei avança com HarmonyOS. A marca chinesa de smartphones anunciou que está a preparar a migração do sistema operativo de todos os modelos de telemóveis Huawei para o HarmonyOS, substituindo assim o Android (da Google). A segunda versão do Harmony vai ser lançada até ao final do ano para programadores com o objetivo de que em 2021 este sistema operativo já esteja disponível para substituir o Android nos smartphones da empresa.
  • “Glória” é o primeiro projeto português da Netflix. A plataforma de filmes e séries anunciou o primeiro projeto português original. “Glória”, um thriller passado durante a Guerra Fria, está a ser gravado na região do Ribatejo, em Lisboa, segundo informação divulgada pela Netflix.
  • Apple apresenta novos iPhones. O responsável de marketing da Apple, Greg Joswiak, publicou um vídeo no Twitter a anunciar o dia 15 de setembro como a data escolhida para o evento anual onde a marca costuma apresentar o novo modelo do iPhone. Para além de um novo smartphone, é ainda esperado a apresentação de um novo Apple Watch.

Nota: A Google Trends é uma rubrica semanal, publicada todos os fins de semana, que resume os temas mais populares da internet com base na ferramenta homónima da Google. É assinada pelo jornalista do ECO Tiago Lopes.

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Bispos impedem divulgação das contas do Santuário de Fátima

  • ECO
  • 12 Setembro 2020

Por causa de um diferemento tributário com o fisco, os bispos têm impedido a divulgação das contas do Santuário de Fátima desde 2005.

Os bispos estão a impedir a divulgação das contas do Santuário de Fátima há 14 anos, sendo o último exercício conhecido o de 2005. O reitor do Santuário, o padre Carlos Cabecinhas, revelou ao Correio da Manhã deste sábado que “quando os bispos quiserem, as contas serão divulgadas”. Apesar de não divulgar as contas, o reitor assegura que a “gestão tem sido rigorosa e profissional e o Santuário não está, nem de perto nem de longe, numa situação de insolvência“.

De acordo com o CM, o órgão máximo do Santuário de Fátima é constituído por cinco bispos. A razão para a não divulgação dos dados prende-se com um litígio entre a Conferência Episcopal e a Autoridade Tributária, desde 2004, sobre a isenção do IMI relativo a imóveis, entre outros assuntos. Os bispos admitem publicar as contas assim que a disputa com o fisco esteja resolvida. “A decisão de divulgar ou não as contas depende dos senhores bispos. Há um litígio relativo à revisão da concordata, que levou os bispos a optarem por não divulgar as contas“, explicou Carlos Cabecinhas.

Os donativos dos fiéis representam mais de 70% da receita — que, em 2005, foi superior a 17 milhões de euros, dos quais 9,3 milhões de euros foi em esmolas — e estão isentas de impostos. A esta fonte de receita soma-se a de outras atividades, como o comércio e a hotelaria. Contudo, o padre Carlos Cabecinhas diz que a realidade agora é outra: “Olha-se para esse valor e diz-se que o Santuário continua a ter estes milhões de receita, o que não é verdade. É que as regras de contabilidade implicam a integração de depreciações e os investimentos têm sido avultados”, assegurou.

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Finanças facilitam pagamento de impostos a prestações

Contribuintes com dívidas de IRS e IRS até 5 e 10 mil euros, respetivamente, deixam de ter de pedir para pagar a prestações. O processo passa a ser automático com o pagamento da primeira tranche.

O Governo quer facilitar a adesão a planos de pagamento de impostos em dívida a prestações. Para isso, desaparece a obrigatoriedade de os contribuintes pedirem a adesão a esse regime. Esta alternativa passa a ser disponibilizada por iniciativa da própria Autoridade Fiscal e os contribuintes aderem a partir do momento em que é paga a primeira prestação, apurou o ECO.

Até agora, os contribuintes que pretendessem pagar os seus impostos em prestações, sem apresentar garantia — uma possibilidade que já existe na lei –, tinham 15 dias para o pedir, após a data limite de pagamento inscrita na nota de cobrança. O processo era feito por via eletrónica, através do Portal das Finanças. Mas muitas vezes, os contribuintes deixavam passar o prazo e acabavam por se encontrar numa situação de incumprimento por não terem disponibilidade financeira para fazer face às suas obrigações fiscais.

Agora, de acordo com um novo despacho do Ministério das Finanças, a que o ECO teve acesso, o Fisco passa a disponibilizar oficiosamente aos contribuintes a possibilidade de pagamento em prestações, independentemente da apresentação do pedido. Ou seja, se o contribuinte pagar a primeira prestação fica automaticamente abrangido por esse plano, sem ter de o pedir especificamente.

Esta facilidade, criada depois de ter cessado 30 de junho o regime excecional que suspendia os processos de execução fiscal, destina-se às dívidas de IRS e de IRC de valor igual ou inferior, respetivamente, cinco mil e dez mil euros. Ou seja, os mesmos valores para os quais a lei já previa a possibilidade de pagamento a prestações, sem ser necessário apresentar garantia. Por outro lado, para se poder beneficiar desta flexibilização, os contribuintes, sejam pessoas ou empresas, têm de ter a sua situação fiscal regularizada e só é válido para dívidas que vençam até 31 de dezembro deste ano.

Garantir que a situação fiscal se mantém regularizada é a grande preocupação do Executivo para que estejam reunidas as condições de acesso aos vários apoios comunitários que estão em negociação em Bruxelas para ajudar a mitigar os efeitos da Covid-19. O ministro das Finanças garante que a economia portuguesa já bateu no fundo, mas reconhece que, ao nível do desemprego, o pior ainda está para vir, antecipando que a taxa de desemprego fique entre os 9 e os 10%.

Tendo em conta a atual situação pandémica e as suas consequências sobre a economia “impõe-se facilitar a adesão” aos planos prestacionais “como forma de auxiliar no cumprimento voluntário das obrigações fiscais e de informar os contribuintes sobre a existência de um recurso que, nalguns casos, pode ser desconhecido”, sublinha o despacho do Ministério das Finanças.

Na calha já está a ser equacionada a possibilidade de esta flexibilização ser aplicada também à cobrança coerciva de todos os impostos e contribuições. Mas essa medida só será implementada mais tarde, porque não basta um despacho do Ministério das Finanças.

As prestações são no máximo 12 e são calculadas dividindo o total do imposto pelo número de prestações mensais e iguais. Ao valor de cada prestação acrescem os juros de mora contados sobre o respetivo montante desde o fim do prazo para pagamento voluntário até ao mês do respetivo pagamento. E o pagamento das prestações deve ser efetuado até ao final de cada mês.

Apesar do automatismo do processo, os contribuintes devem obter o documento para pagamento de cada prestação, onde está a referência de pagamento, através do Portal das Finanças.

As regras determinam ainda que a falta de pagamento de uma das prestações inviabiliza o plano e o Fisco instaura imediatamente um processo de execução fiscal pelo valor em dívida.

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