Britânica GRP compra sete carteiras de negócio à Aon UK

  • ECO Seguros
  • 5 Agosto 2020

Beneficiando de capacidade financeira reforçada recentemente pela Searchlight, sociedade de capitais privado, a GRP promete mais aquisições à medida que o mercado normalize do impacto da pandemia.

A Global Risk Partners (GRP), um dos quatro maiores grupos de mediadores independentes no mercado britânico por volume de prémios em 2019, adquiriu os direitos de renovação de sete carteiras de negócio da corretora global Aon Plc no Reino Unido (Aon UK).

Em comunicado que não refere os montantes envolvidos na transação, Stephen Ross, responsável de M&A (fusões e aquisições) na rede de corretores representados pelo GRP, adiantou que as carteiras serão geridas por corretores individuais do grupo, com experiência em cada um dos segmentos de mercado relevantes.

A transação inclui uma carteira de negócios relevante na Irlanda do Norte, envolvendo um mix de alta qualidade de frota automóvel, PME e apólices empresariais. “Esta é uma aquisição significativa para o nosso centro da Irlanda do Norte, Abbey Bond Lovis, e reforça a sua posição de liderança no mercado,” acrescentou Ross.

As restantes carteiras serão distribuídas pelo centro do GRP em Yorkshire (Marshall Wooldridge), e pelo Higos, hub da GRP no sudoeste do território. “A aquisição de portefólios é elemento chave da nossa estratégia de crescimento,” reforçou Ross.

No mesmo comunicado, Jane Kielty, diretora geral na Aon UK Retail-Commercial Risk Solutions, complementou: “Estamos satisfeitos por alcançar este acordo com a GRP para estas carteiras que faziam parte do nosso negócio de proximidade e microempresas na Irlanda do Norte e no Reino Unido. Acreditamos que, a longo prazo, a GRP é o melhor lugar para estes clientes, que agora estão fora do foco da Aon para o mercado britânico”.

Depois de recente investimento da Searchlight Capital Partners, uma private equity (sociedade de investimento de capital privado) – que, segundo a imprensa britânica terá assumido o controlo acionista da GRP – o grupo de corretagem tem mostrado “apetite por aquisições”. Citado no comunicado, Mike Bruce, CEO da GRP, espera pelo regresso de alguma normalidade (pós-Covid19) para que a entidade possa concretizar mais compras antes do final do ano.

Segundo fonte especializada, o GRP é um dos quatro maiores grupos (em volume de negócios ) a operar na intermediação de seguros no Reino Unido.

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Marsh & McLennan eleva faturação aos 7,5 mil milhões de euros até junho

  • ECO Seguros
  • 5 Agosto 2020

O grupo que integra a Marsh e outras empresas globais encerrou o segundo trimestre de 2020 com o lucro líquido a disparar 72%, enquanto o resultado operacional cresceu acima de 20% no 1º semestre.

O grupo Marsh & McLennan Companies (MMC), especialista global de serviços profissionais em consultoria de risco, estratégia e gestão de pessoas, apurou 8,8 mil milhões de dólares (perto de 7,5 mil milhões de euros) de receita consolidada no primeiro semestre (+5% face a igual período de 2019).

O lucro operacional avançou 21% (+13% em base ajustada, para 2,2 mil milhões de dólares), apurando lucro líquido de 1,3 mil milhões ou o equivalente a um EPS ajustado (lucro por ação) de 2,96 dólares por título, 10% acima do alcançado um ano antes.

Comentando os números, Dan Glaser, CEO e presidente da MMC, afirmou: “Sinto-me emocionado pelo apoio extraordinário dos nossos colegas e dos nossos clientes, e de uns aos outros, nestes tempos tumultuosos.”

Os serviços Risk and Insurance geraram 5,5 mil milhões do total do volume de negócio, progredindo 10% (+4% em base subjacente), com o lucro operacional a crescer 24%, para 1,6 mil milhões de dólares (cerca de 1,34 mil milhões de euros ao câmbio corrente). Braço do grupo na atividade de risco e corretagem de seguros, a Marsh registou mais 3% de faturação face a igual período em 2019.

O relatório da companhia norte-americana destaca análise ao segundo trimestre (abril a junho), apontando um incremento de 72% no lucro líquido atribuível, o qual ascendeu aos 572 milhões de dólares. Os números indicam um recuo de 3,7% na receita consolidada pela MMC, para 4,19 mil milhões de dólares, com o negócio da Marsh a progredir ligeiros 0,2%, para 2,1 mil milhões de dólares.

Dado que o volume de negócios gerado pelas quatro subsidiárias que compõem a MMC superou os 3,3 mil milhões de despesa global no trimestre (-9,9% face a idêntico período de 2019), o resultado operacional trimestral apurado foi de 885 milhões, mais 30% variação homóloga.

A entidade (MMC) integra as empresas Marsh, Guy Carpenter, Mercer e a Oliver Wyman.

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Antártida tem mais colónias de pinguins-imperador do que se pensava

  • Lusa
  • 5 Agosto 2020

Imagens de satélite revelam que há quase mais 20% de colónias de pinguins-imperador na Antártida do que se pensava anteriormente, totalizando 61, divulgou a Agência Espacial Europeia.

Imagens de satélite revelam que há quase mais 20% de colónias de pinguins-imperador na Antártida do que se pensava anteriormente, totalizando 61, divulgou esta quarta-feira a Agência Espacial Europeia (ESA), que colocou os satélites na órbita terrestre.

Os dados obtidos por dois satélites europeus de observação da Terra permitiram a cientistas da organização britânica British Antarctic Survey, focada na investigação das regiões polares, identificarem 11 novas colónias de pinguins-imperador a partir das suas fezes.

Manchas “gigantes” de excrementos foram localizadas no gelo devido à resolução de imagens fornecidas pelos dois satélites, incorporados no programa europeu Copernicus, refere a ESA em comunicado.

Apesar de a identificação de novas colónias de pinguins-imperador ser “uma boa notícia”, um dos autores do estudo e geógrafo Peter Fretwell ressalva que se trata de “colónias pequenas”, que aumentam a população da espécie entre 5% a 10%, para “pouco mais de meio milhão de pinguins”.

De acordo com os resultados do estudo, divulgados na publicação de acesso aberto Remote Sensing in Ecology and Conservation, a maioria das colónias recém-descobertas encontra-se nas margens da faixa de reprodução dos pinguins-imperador, zonas em risco por causa do degelo provocado pelo aquecimento global.

Citado no comunicado da ESA, o investigador Philip Trathan, que dirige o departamento de Biologia da Conservação do British Antarctic Survey, avisa que “os locais de reprodução estão em pontos onde projeções recentes sugerem que os pinguins-imperador vão diminuir”.

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Chineses investem 220 milhões de euros no aumento de capital da EDP e evitam diluição da posição

A China Three Gorges pagou mais de 220 milhões de euros para comprar novas ações da EDP, evitando assim uma diluição da sua posição no aumento de capital da elétrica.

A China Three Gorges (CTG), principal acionista da EDP, também vai participar no aumento de capital da elétrica, subscrevendo cerca de 66,8 milhões de novas ações, pelas quais pagará quase 220,3 milhões de euros.

A informação foi comunicada pela elétrica à CMVM, numa nota onde o grupo detido pelo Estado chinês sublinha que a operação lhe permite manter o controlo sobre 21,47% da EDP, evitando desta forma uma diluição da sua posição.

Na nota divulgada esta quarta-feira, a empresa comunica “ter exercido direito de subscrição de um volume de 66.749.114 ações equivalentes ao percentual do capital social da EDP a que […], como acionista, tem direito de preferência em virtude do aumento de capital da companhia”. Estas novas ações têm um preço unitário de 3,30 euros.

“A subscrição das ações resulta de transação realizada fora de mercado em 3 de agosto de 2020 e unicamente sujeita aos mecanismos de liquidação física e financeira aplicáveis, tendo as ações sido vendidas pelo preço unitário de 3,30 euros por ação”, aponta.

Assim, “considerando que a signatária era titular, em momento anterior ao da transação, de 784.957.024 ações representativas de 21,47% do capital social da EDP, após a transação passou a deter 851.706.138 ações, mantendo o percentual representativo de 21,47% do capital social da EDP”, informa a CTG.

Esta notícia surge um dia depois de os espanhóis da Oppidum Capital, que detêm mais de 7% da EDP, também terem informado que investirão 73,8 milhões de euros para comprarem 22 milhões de novas ações da EDP. Noutra nota divulgada ao final do dia de terça-feira, foi tornado público que o presidente executivo suspenso da elétrica, António Mexia, participará a título particular com 26 mil euros para adquirir 8.000 novas ações.

Este aumento de capital da EDP visa financiar a compra da espanhola Viesgo. O negócio está avaliado em 2,7 mil milhões de euros: “A transação da Viesgo será parcialmente financiada através de uma oferta pública de subscrição de 1.020 milhões euros, um aumento de capital social com subscrição totalmente garantida até um máximo de 309.143.297 novas ações da EDP, representativas de um total de aproximadamente 8,45% do capital social da EDP”, explicou a EDP em julho.

Os direitos de subscrição da EDP estiveram a negociar na bolsa nos últimos dias, tendo a última sessão sido esta segunda-feira, altura em que fecharam a valer 9,71 cêntimos, uma desvalorização de 8,3% em oito sessões. No âmbito do aumento de capital da elétrica, é preciso exercer 11,75 direitos para comprar uma das novas ações que a empresa vai emitir.

(Notícia atualizada pela última vez às 18h27)

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Micro e pequenas empresas já se podem candidatar à nova linha de crédito Covid de mil milhões

A nova linha permite o acesso a empresas com quebra de faturação de 40% e não podem ter beneficiado de linhas anteriores. O período de carência é de 18 meses.

As micro e pequenas empresas que tenham uma quebra de faturação de pelo menos 40% vão poder, a partir desta quarta-feira, apresentar a candidatura à nova linha de crédito de mil milhões de euros para ajudar a resolver dificuldades de tesouraria. Estão excluídas deste apoio as empresas que já recorreram às linhas anteriores.

A nova linha de crédito tem uma dotação de 700 milhões de euros para as microempresas e de 300 para as pequenas. As empresas afetadas pelos efeitos da pandemia do novo coronavírus podem obter um financiamento até 50 mil euros, no caso das microempresas, ou até 250 mil no caso das pequenas Empresas. A concessão do apoio tem um prazo máximo de até seis anos incluindo 18 meses de carência de capital, e uma garantia até 90% do capital em dívida.

Nesta linha, os bancos podem cobrar um spread máximo de 1,5%, no caso dos empréstimos de três a seis anos de maturidade, mas nos créditos concedidos apenas por um ano, o spread só pode ser de 1%. Por outro lado, os bancos só poderão cobrar à empresa uma comissão de gestão/acompanhamento anual de até 0,25% sobre o montante de financiamento em dívida.

As sociedades de garantia mútua não cobram à empresa qualquer valor pela emissão da garantia, exceto a respetiva comissão de garantia — durante o primeiro ano da vigência da garantia 0,25%, no segundo e terceiro 0,5% e nos três últimos 1% — e as operações ficam isentas de outras comissões e taxas habitualmente praticadas pelos bancos e pelo sistema de garantia mútua, sem prejuízo de serem suportados pela empresa, todos os custos e encargos, associados à contratação das operações de crédito, designadamente os associados a impostos ou taxas, e outras despesas similares.

“Para se poderem candidatar, as empresas terão de apresentar uma quebra abrupta e acentuada de pelo menos 40% da sua faturação, e não poderão ter beneficiado das anteriores linhas de crédito com garantia mútua criadas para apoio à normalização da atividade das empresas, face ao surto pandémico da Covid-19″, sublinha o comunicado da SPGM, a entidade que garante o capital em dívida em caso de incumprimento por parte da empresa. Para comprovar essa quebra é tida em conta a média mensal de faturação dos dois meses anteriores, ou face à média mensal de faturação no período homólogo do ano anterior.

Por outro lado, para acederem às linhas as empresas assumem o compromisso de manter os postos postos de trabalho permanentes até 31 de dezembro, face ao comprovado número desses trabalhadores a 1 de fevereiro de 2020. Assim as empresas que promoveram ou pretendam vir a promover, nesse período, processos de despedimento coletivo ou despedimento por extinção do posto de trabalho estão automaticamente excluídas.

“Também não podem ter sido consideradas como empresas em dificuldades, a 31 de dezembro de 2019, nem ter sede em países ou regiões com regime fiscal mais favorável (offshore)“, acrescenta o mesmo comunicado. Esta é uma mudança que decorre da proibição de conceder apoios públicos a empresas sedeadas em offshores, tal como foi exigido pelos partidos da oposição.

Tal como nas linhas anteriores as empresas devem ter a sua situação regularizada junto do Fisco e da Segurança Social, não podem ter incidentes não regularizados junto da banca e do sistema de garantia mútua e, na maior parte dos casos, devem apresentar uma situação líquida positiva no último balanço aprovado.

Mudanças para dinheiro chegar mais depressa às empresas

Mas a nova linha apresenta algumas diferenças face às versões anteriores, nomeadamente ao nível da formalização da contração. Depois das duras críticas apontadas relativamente à demora na disponibilização dos empréstimos, a formalização da contratação das operações aprovadas passa a ser assegurada integralmente pelos bancos e é definida “uma utilização única da totalidade do montante de financiamento, no prazo máximo de 15 dias”. Tudo para “garantir a disponibilização mais rápida do valor do empréstimo às empresas“, justifica a SPGM.

Assim, as empresas devem contactar o banco e fazer o pedido de financiamento, ou seja, apresentar uma candidatura à linha de crédito. Estes pedidos são analisados e decididos pelo banco, autonomamente, tendo em consideração a sua política de risco de crédito. A decisão da instituição — seja aprovação ou recusa — deve ser comunicada no prazo de cinco dias úteis a contar da data do pedido. “Em caso de recusa da operação, bastará ao banco dar conhecimento da sua decisão à empresa”, explica a SPGM. De sublinhar que uma empresa pode apresentar, através da mesma instituição de crédito ou de várias, mais do que uma operação. No entanto, o conjunto dessas operações não poderá exceder o dobro da massa salarial anual da empresa ou 25 % do volume de negócios total.

Depois de aprovar a operação de financiamento o banco deve enviar à Sociedade de Garantia Mútua (SGM) – Agrogarante, Garval, Lisgarante ou Norgarante – os elementos necessários para a análise de risco da operação para obter a garantia mútua. “A decisão da SGM (aprovação ou recusa) deve ser comunicada ao banco no prazo de dois dias úteis, salvo situações em que esse prazo se revele insuficiente face aos contornos da operação, podendo o prazo ser até cinco dias úteis”, estipula a SPGM. A contagem dos prazos pode ser suspensa se a SGM pedir elementos que considere indispensáveis para a análise da operação. Finalmente, depois de aprovada pela SGM, “a operação de financiamento deverá ser contratada com a empresa até 60 dias, corridos, após a data de envio da comunicação de aprovação da SGM, ao banco“, precisa a entidade.

Bancos passam a ter quotas

Outra das mudanças introduzida nesta nova linha foi a criação de quotas. O objetivo é “proteger as micro e pequenas empresas, beneficiárias finais desta medida, sem alterar a dinâmica de mercado de produção de crédito”. Assim, a regra de atribuição dos apoios deixou de ser “first come first served, tal como aconteceu nas linhas anteriores, e passou a ser implementado um sistema de quotas que tem em conta o volume de crédito concedido pelos diversos bancos.

“As quotas de utilização apuradas têm em conta os volumes de crédito bruto a empresas concedidos de acordo com os respetivos Relatórios Anuais e Contas reportados a 31 de dezembro de 2019″, especifica o comunicado da SPGM, que assim visa responder às críticas de que os bancos que utilizaram robots para submeter as candidaturas foram beneficiados em detrimento dos outros. O objetivo é que “os apoios cheguem ao maior número de empresas e de forma mais célere possível”.

(Notícia atualizada pela última vez às 19h40)

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Fora do corredor aéreo, Portugal apresenta relatório da pandemia seguindo critérios do Reino Unido

  • Lusa
  • 5 Agosto 2020

Portugal vai apresentar um relatório da situação epidemiológica portuguesa com base nos critérios usados pelo Reino Unido. Objetivo é alterar as restrições de viagem para aquele país.

Portugal vai apresentar um relatório da situação epidemiológica com base nos critérios usados pelo Reino Unido para tentar alterar as restrições de viagem para aquele país causadas pela covid-19, anunciou esta quarta-feira o ministro dos Negócios Estrangeiros português.

Nós tínhamos solicitado formalmente que o Reino Unido apresentasse o relatório sobre o qual diz basear a sua decisão e recebemos hoje resposta a esse pedido”, afirmou Augusto Santos Silva.

As autoridades portuguesas irão agora apresentar “informação relativa à evolução da situação epidemiológica portuguesa exatamente segundo os parâmetros e indicadores que o Reino Unido nos diz estar a utilizar”, explicou.

Com esta adoção dos indicadores britânicos, o Governo espera que a próxima revisão da lista de países obrigados a quarentena pelo Reino Unido já não inclua Portugal. “Espero que uma próxima revisão da parte das autoridades britânicas signifique finalmente o reconhecimento dos factos, porque, na minha opinião, não há nenhum facto em Portugal que justifique que passageiros oriundos de Portugal sejam sujeitos a quarentena em Inglaterra”, afirmou.

A 24 de julho, o Reino Unido manteve Portugal fora do corredor aéreo que dispensa quarentena no regresso ao país devido à pandemia de covid-19, reiterando as restrições que tinha imposto pela primeira vez no início do mês.

O Reino Unido tem “procedido a revisões no sentido mais restritivo, porque incluiu, na lista desses países sujeitos a quarentena, outros que previamente não estavam”, lembrou o ministro dos Negócios Estrangeiros. A próxima revisão da lista feita pelo Reino Unido só deverá ser publicada no final do mês, mas a alteração das restrições a Portugal pode acontecer antes.

“O que as autoridades britânicas têm dito é que procedem regularmente a essa revisão, mas que a qualquer momento podem fazer isso”, o que “é verdade já que impuseram quarentena a Espanha dois dias depois de terem publicado a nova lista”, lembrou Santos Silva.

Na terça-feira, o jornal em língua inglesa com maior circulação em Portugal lançou uma petição pela Internet a pedir ao Governo britânico para reconsiderar e incluir Portugal no corredor aéreo com o Reino Unido, já assinada por mais de 28 mil pessoas.

O The Portugal News pede ao Governo britânico, liderado pelo primeiro-ministro Boris Johnson, para alterar a sua posição e “abrir uma ponte aérea” entre os dois países, apontando a possibilidade de os turistas britânicos contornarem a imposição de quarentena, viajando para Portugal através de um terceiro país não sujeito a essa restrição.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 701 mil mortos e infetou mais de 18,5 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

O Reino Unido é o terceiro país do mundo (a seguir aos Estados Unidos e ao Brasil) com mais vítimas mortais causadas pela pandemia de covid-19, contabilizando 46.299 mortos e mais de 306 mil casos. Em Portugal, morreram 1.740 pessoas das 51.848 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China. Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.

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Novo Banco diz que esteve impedido de reavaliar fundos de reestruturação até outubro

  • Lusa
  • 5 Agosto 2020

O Novo Banco disse que estava impedido de reavaliar as suas posições em fundos de reestruturação até outubro passado, por acordo com o Fundo de Resolução.

O Novo Banco disse esta quarta-feira que estava impedido de reavaliar as suas posições em fundos de reestruturação até outubro passado, por acordo com o Fundo de Resolução, e que o fez no primeiro semestre cumprindo as determinações do Banco Central Europeu (BCE).

O Novo Banco apresentou na semana passada prejuízos de 555,3 milhões de euros até junho (mais 38,8% face ao mesmo período de 2019) justificados pelas imparidades constituídas (138,3 milhões de euros) e pelas perdas de 260,6 milhões de euros na reavaliação das suas participações em fundos de reestruturação. Estimou que a injeção de capital a pedir ao Fundo de Resolução seja de 176 milhões de euros apenas referente ao primeiro semestre.

O Público noticiou que o Fundo de Resolução ficou à margem da decisão do Novo Banco de reavaliar as suas posições nos fundos de reestruturação e que já pediu explicações sobre o Novo Banco refletir agora operações que se revelaram deficitárias, tendo em conta o atual contexto de crise, que levou o BCE a permitir que os bancos não continuem as limpezas agressivas de balanço e a recomendar que não façam reavaliações de carteiras.

Contactada pela Lusa, fonte oficial do Novo Banco disse que as regras de contabilidade internacionais obrigam a que as posições em fundos de reestruturação estejam nas contas ao valor de mercado e que, já em 2018, o BCE (ao abrigo do SREP – Supervisory Review and Evaluation Process) determinou que o banco “teria de proceder a uma atualização do ‘justo valor’ destes fundos”.

Contudo, acrescentou o Novo Banco, “o acordo associado ao mecanismo de proteção de capital assinado em 2017 com o Fundo de Resolução impedia, em cláusula específica sobre o tema, que se procedesse antes de outubro de 2019 a uma atualização destas posições”. Assim, continua, no final de 2019 recorreu à consultora Alvarez & Marsal para fazer a reavaliação independente ao valor das suas posições nos seis fundos de reestruturação (Fundo de Recuperação FCR, Fundo Recuperação Turismo, FLIT, Fundo Reestruturação Empresarial, Aquarius e Discovery).

Foi do trabalho dessa avaliação independente que resultou um valor desses fundos de 557,2 milhões de euros, levando a um registo de perdas de 260,6 milhões de euros no primeiro semestre. O Novo Banco diz ainda que o resultado dessa avaliação ainda “apontava para um impacto superior ao que se reconheceu nas contas a 30 de junho de 2020”, ou seja, mais perdas do que as registadas.

Contudo, “considerou ser necessário aprofundar alguns aspetos particulares do trabalho efetuado e, por isso, optou por começar por reconhecer em junho o valor que oportunamente foi comunicado ao mercado”, acrescentou.

A Lusa contactou o Fundo de Resolução sobre este tema, que deu a mesma resposta já publicada no Público: “O Fundo de Resolução não teve intervenção nesta matéria”. Já questionado posteriormente o Fundo de Resolução sobre se tinha conhecimento da reavaliação destes fundos de reestruturação pelo Novo Banco, ainda não respondeu.

Os fundos de reestruturação em que o Novo Banco tem posições foram criados na última crise financeira, com vários bancos (incluindo o BES) a passarem para esses fundos créditos problemáticos, retirando-os de balanço. São as participações do Novo Banco nesses fundos (que “herdou” do BES) que foram reavaliadas. Na terça-feira, em resposta à Lusa, o Fundo de Resolução disse que “não pode deixar de ter em conta o quadro económico prevalecente em cada momento e o contexto de mercado” na avaliação que fará dos ativos que o Novo Banco queira vender este ano.

Segundo informações obtidas pela Lusa, nos próximos meses, o Fundo de Resolução deverá travar a venda de carteiras de ativos do Novo Banco protegidos pelo mecanismo contingente (desde logo o projeto Nata III, de venda de grandes créditos problemáticos) para que em 2020 o pedido de injeção de capital ao Fundo de Resolução seja o mínimo possível, uma vez que as condições de mercado são negativas para a venda de ativos.

Na semana passada, o Governo disse que não deverão ser realizadas outras operações de venda de carteiras de ativos por parte do Novo Banco até estar concluída a auditoria da Deloitte, que deveria ter sido entregue até final de julho. O primeiro-ministro enviou mesmo uma carta à Procuradoria-Geral da República a pedir a suspensão das vendas até que haja a auditoria.

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Da máscara obrigatória às aulas ao sábado. Ensino superior prepara novo ano letivo

  • Lusa
  • 5 Agosto 2020

O Governo definiu as orientações para o próximo ano letivo. Recomenda o alargamento de horários, incluindo a possibilidade de aulas ao sábado, uso obrigatório de máscara e promoção de testes à Covid.

As universidades e politécnicos devem garantir as atividades presenciais no próximo ano letivo mas manter uma vigilância constante sobre o estado da pandemia da covid-19, agindo “de forma realista”, recomendou esta quarta-feira a tutela.

Em comunicado, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior afirma que o papel das instituições é “garantir o ensino e a avaliação presencial como dimensão essencial da educação superior” e “assumir como objetivo” que se mantenham como regra.

Para isso, devem alargar-se os horários e incluir o sábado na semana letiva, defende a tutela, recomendando ainda “especial atenção” aos alunos que entram para o primeiro ano, que precisam de “reforçar a sua vinculação aos cursos e às instituições”.

O ministério defende ainda que se “promovam campanhas de testes virais” e “estudos imunológicos com base em rastreios serológicos”, usando as próprias capacidades dos centros de investigação das instituições de ensino superior, especialmente entre os alunos colocados em residências estudantis.

As universidades e politécnicos têm que garantir “medidas de reforço do distanciamento físico, higienização e desinfeção das instalações” e ir atualizando os seus planos de contingência conforme a evolução da covid-19.

A par do ensino presencial, devem aplicar “tecnologias digitais” para o apoiar e apostar em formas mistas ou combinadas de ensino, adaptando horas de contacto com os alunos e “reconfigurando, dentro dos limites legais, as cargas letivas existentes”.

As avaliações também devem ser presenciais, com uso obrigatórios de máscaras, defende ainda o Ministério, que pretende que se garanta “a presença dos docentes nas instituições”. As durações das aulas e das avaliações têm que ser ajustadas para as necessidades e deve ser garantido o arejamento das salas.

Quando houver mais alunos do que a capacidade das salas permita, deve haver “soluções apoiadas por tecnologias digitais à distância” para que todos possam participar e deve ser prevista “uma rotatividade adequada dos estudantes”.

Espaços livres como “corredores, cantinas, bares e zonas de convívio das residências” devem ser especialmente vigiados, como os intervalos. Serviços de apoio como bibliotecas também devem planear horários alargados para “evitar a concentração de estudantes no mesmo período de tempo”.

O ministério reitera que o ensino superior tem um papel central na recuperação do país no período pós-covid, garantindo que se consegue aumentar o número de jovens de 20 anos na universidade dos atuais 50% para 60% em 2030.

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ERSE condena Iberdrola a coima de 33 mil euros. Em causa estão contratos realizados sem autorização dos clientes

Ao ECO/Capital Verde a empresa tinha já admitido a "criatividade" das forças de vendas porta a porta e a ocorrência de "más vendas". Mas se um cliente se queixar "anulamos o contrato e a venda", diz.

A comercializadora de energia Iberdrola foi condenada pela ERSE – Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos ao pagamento de uma coima de cerca de 33 mil euros por ter transferido indevidamente vários consumidores de outras empresas para a sua carteira de clientes (mudança de comercializador sem autorização expressa) e pela “interrupção do fornecimento de eletricidade, em casos não excecionados ou permitidos por lei”.

A condenação por parte do regulador inclui o pagamento de compensações diretas aos consumidores afetados no valor global de 800 euros. Contactada, a empresa não quis prestar declarações. O ECO/Capital verde sabe que a coima de 33.000 euros foi já paga à ERSE.

De acordo com o comunicado enviado pela entidade reguladora, a empresa “colaborou, compensou consumidores e abdicou de litigância judicial”. O processo remonta a julho de 2018, na sequência de um conjunto de reclamações apresentadas por consumidores contra a Iberdrola, depois de a empresa ter avançado com processos de mudança de comercializador (com a transferência indevida para a sua carteira de clientes) junto do Operador Logístico de Mudança de Comercializador (OLMC), sem autorização expressa dos consumidores em questão.

O processo de contraordenação ficou concluído dois anos depois, em junho de 2020, com a ERSE a emitir nota de ilicitude conta a Iberdrola e a aplicar uma coima de 66.668 euros, reduzida depois para 33.334 euros “no âmbito do procedimento de transação proposto pela empresa e aceite pela ERSE”. A empresa pagou também compensações individuais a três dos clientes.

O comunicado da ERSE refere que a elétrica espanhola “reconheceu parcialmente os factos que lhe foram imputados e assumiu a responsabilidade negligente pelos mesmos”.

Diretora da Iberdrola em Portugal admite “más vendas”

Em entrevista ao ECO/Capital Verde, em junho, a diretora geral da Iberdrola em Portugal, Carla Costa, tinha já admitido a “criatividade” das forças de vendas ao serviço da elétrica mas contratadas a empresas externas. “Não posso pôr as mãos no fogo e dizer que não há, de todo, más vendas”, disse a responsável, que mantém o objetivo de chegar a um milhão de clientes até 2025, com os primeiros 500 mil fidelizados até dezembro deste ano.

“Ainda não perdi a esperança, apesar de estes dois meses [abril e maio de 2020] terem sido um rombo gigante. Por mês conseguimos normalmente 10/12 mil contratos, mas há que ter sempre em conta o turismo energético, que ainda é grande”, disse.

Apesar de não ter cortado o investimento e continuar a recrutar, “nem tudo foram rosas” para a Iberdrola nos últimos meses em que a pandemia de Covid-19 tomou conta de Portugal e do mundo. “Tivemos de nos adaptar. Para conseguirmos aumentar a carteira de clientes, uma das nossas maiores forças de venda é o porta-a-porta, que corresponde a mais de 90%. Com a pandemia isso parou. Estamos agora a regressar com todas as normas de higiene e segurança. Mas a expansão da carteira de clientes travou a fundo. Abril foi praticamente zero, foi muito mau”, conta a gestora.

Agora há que recuperar, mas não a qualquer custo, garante a diretora Geral da Iberdrola em Portugal: “Normalmente temos mil e poucos vendedores na rua, através de forças de venda contratadas a outras empresas. Não posso pôr as mãos no fogo e dizer que não há, de todo, más vendas. Mas que eles são criativos, são. Mas nesta fase de crise estão a ser super controlados. Todas as vendas sem exceção têm uma verificação telefónica posterior por parte da Iberdrola. Temos algumas queixas, mas todas as empresas as têm. Se um cliente se queixar, imediatamente lhe anulamos o contrato e a venda”.

Entre abril e junho de 2020, a Iberdrola foi alvo de 187 reclamações junto da ERSE, abaixo das 194 registadas em igual período do ano passado.

(Notícia atualizada)

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CTT passam de lucros a prejuízo de dois milhões de euros no semestre

Os CTT viram o resultado líquido afundar para terreno negativo no semestre, tendo perdido dois milhões de euros entre janeiro e junho deste ano.

Num período marcado pelo “forte crescimento” do negócio das encomendas, os CTT passaram de lucros a prejuízos no primeiro semestre. Depois de terem registado um lucro de nove milhões de euros na primeira metade do ano passado, a empresa liderada por João Bento viu o resultado líquido afundar para terreno negativo, perdendo dois milhões de euros entre janeiro e junho deste ano, uma queda homóloga de 122,1%, segundo um relatório enviado à CMVM.

Apesar da evolução positiva resultante do comércio eletrónico, os CTT foram penalizados pelo efeito da pandemia no correio. “A área de negócio de correio foi muito afetada a partir da segunda metade do mês de março e até maio pelo confinamento”, justifica o grupo num comunicado. “Esta situação implicou o encerramento ou redução do horário de funcionamento das lojas dos CTT que se traduziu numa menor procura de serviços B2C, bem como a redução da atividade dos clientes do segmento B2B, com particular destaque para os setores da banca e utilities e da Administração Pública”, acrescenta a empresa.

No período, o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA) recuou 28% e fixou-se em 33,4 milhões de euros, enquanto os rendimentos operacionais caíram 1,6%, para 349,2 milhões de euros. O principal negócio, do correio e outros, acabou por ceder 14%, para 204,2 milhões, num período em que o tráfego de correio endereçado caiu 18% e o correio publicitário não endereçado cedeu quase 23%.

Tráfego de correio dos CTT

Fonte: CTT

Receitas com encomendas crescem 17%

A queda das receitas dos CTT, contudo, não foi maior devido ao crescimento do segmento de Expresso e Encomendas. Com os portugueses fechados em casa, o comércio eletrónico ganhou novo fôlego e os CTT foram-se posicionando para levar as encomendas até às casas. As receitas neste negócio subiram 16,9%, para 85,1 milhões de euros no semestre. Para a empresa, este resultado “evidencia o forte crescimento conseguido neste período, em que a empresa cresceu de forma consistente e significativa nas entregas B2C”.

Concretamente no segundo trimestre, o crescimento deste segmento evidenciado pelos CTT foi ainda maior e alcançou os 32,5% em termos homólogos, com as receitas a atingirem 47,8 milhões de euros entre abril e junho. “A performance obtida neste trimestre evidencia um valor de receita sem precedente e o melhor valor de EBITDA dos últimos 17 trimestres”, sublinham os CTT no comunicado remetido aos mercados.

A contribuir para esta evolução positiva estiveram os vários produtos e serviços que os CTT lançaram durante a fase mais acentuada da pandemia. Um deles, o Criar Lojas Online, permite às pequenas e médias empresas criarem lojas virtuais para venderem os respetivos produtos. Segundo os CTT, “estão registadas 1.020 lojas online e operacionais no final de junho de 2020 estavam 297 lojas, de diversos setores de atividade, com ênfase nos produtos alimentares, vestuário e calçado”.

Analisando este negócio das encomendas por mercado, “os rendimentos em Portugal situaram-se em 51,8 milhões de euros” no semestre, um aumento de 12,8% em termos homólogos, “verificando-se uma aceleração” no segundo trimestre, com um crescimento de 19,1%, para 27,4 milhões. Em Espanha, os rendimentos do negócio das encomendas cresceram 23,2% face aos mesmos seis meses de 2019, para 31,9 milhões de euros.

Rendimentos do Banco CTT sobem 63%. Houve 2,9 mil pedidos de moratórias

Os rendimentos do Banco CTT subiram 63% no primeiro semestre, face a igual período de 2019, para 38,4 milhões de euros.

“Os rendimentos do Banco CTT atingiram 38,4 milhões de euros no primeiro semestre de 2020, um crescimento de 14,8 milhões de euros (mais 63%) face a igual período do ano anterior, sendo 11,2 milhões de euros provenientes da 321 Crédito, adquirida em maio de 2019”, adiantam os CTT nos resultados comunicados esta quarta-feira.

“Excluindo esse efeito inorgânico, os rendimentos ascenderiam a 22,1 milhões de euros, mais 3,7 milhões de euros (+19,8%)” do que nos primeiros seis meses de 2019. “O crescimento dos rendimentos contou com a ‘performance’ positiva da margem financeira no primeiro semestre deste ano, 12,3 milhões de euros (+135,3%) acima do mesmo período de 2019, crescimento esse que teria sido de 3,2 milhões de euros (+63,2%) sem o referido contributo não-orgânico”, prossegue a empresa.

O desempenho comercial do Banco CTT “continuou a permitir o crescimento dos depósitos de clientes para 1.512 milhões de euros (mais 42,1% do que no primeiro semestre de 2019 e mais 17,8% do que no final do ano de 2019) e do número de contas, para 489 mil contas (mais 81 mil do que no primeiro semestre de 2019 e mais 28 mil que no final do ano de 2019)”, acrescentam os CTT.

As comissões recebidas aumentaram 62,5%, ou 2,2 milhões de euros, “sobretudo pelo aumento da transacionalidade dos clientes (+20,7%) e das contas e cartões, impulsionadas a partir do início no mês de abril pela introdução de um modelo de comissionamento do cartão de débito”, adiantam. “Esta cobrança de anuidades contribuiu para um crescimento das comissões no segundo trimestre face” a igual período de 2019 de “612,9%”, salientam os CTT.

O banco registou ainda 2,9 mil pedidos de moratórias no primeiro semestre, com uma exposição total de 66,6 milhões de euros. “Os pedidos de moratórias (públicas e privadas) formalizados atingiram os 2,9 mil, com uma exposição total de 66,6 milhões de euros, representando cerca de 7% do total da carteira bruta de crédito” do Banco CTT, referem os CTT.

Despesas do grupo sobem 2,3%

No plano das despesas, o grupo CTT viu os gastos operacionais aumentarem 2,3%, para 315,8 milhões de euros. Em causa está “um impacto de seis milhões de euros da 321 Crédito”, explica o grupo.

“Os gastos com pessoal aumentaram 900 mil euros no primeiro semestre”, continuam os CTT, num período em que o número de trabalhadores caiu 4,3%, menos 546 postos de trabalho no total. A empresa fechou junho com 12.015 trabalhadores, num período em que comunicou à imprensa ter recrutado 800 pessoas entre abril e julho, a maioria para as funções de carteiro em substituição de férias ou para suprir o absentismo provocado pela pandemia.

Ao mesmo tempo que os gastos com fornecimentos e serviços externos subiram 3,8%, para 3,8 milhões de euros, enquanto “os outros gastos cresceram 2,5 milhões de euros (+18,5%)” em termos homólogos.

Por fim, o passivo do grupo “aumentou 128,4 milhões de euros, destacando-se o acréscimo dos depósitos de clientes bancários e outros empréstimos (+190,5 milhões de euros), parcialmente compensados pelo decréscimo das contas a pagar (60,5 milhões de euros), consequência direta da significativa redução de subscrições de Certificados do Tesouro, e pela diminuição da rubrica de outros passivos financeiros bancários (-10,9 milhões de euros)”.

Na expectativa dos resultados, as ações dos CTT têm estado em alta na bolsa de Lisboa. Os títulos da empresa ganharam quase 10% nas duas últimas sessões, depois de somarem 3,21% esta quarta-feira, para 2,57 euros cada título.

Ações dos CTT na bolsa de Lisboa

(Notícia atualizada pela última vez às 17h36)

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Lisboa segue ganhos da Europa. CTT somam quase 10% em duas sessões antes dos resultados

Lisboa acompanha a tendência positiva das praças europeias. Na praça nacional, a "estrela" da sessão são os CTT, que somam quase 10% nas últimas duas sessões, antes de apresentarem resultados.

A bolsa de Lisboa terminou a terceira sessão da semana no “verde”, acompanhando a maré de ganhos sentida na Europa. Na praça nacional, os ganhos são ligeiros, mas o grande destaque vai para os CTT que somam quase 10% nas últimas duas sessões, antes de prestarem contas ao mercado.

Na Europa, o Stoxx 600 valorizou 0,4%, enquanto o francês CAC-40 somou 0,8%, o britânico FTSE 100 avançou 1,1%, o alemão DAX ganhou 0,4% e o espanhol Ibex-35 subiu 0,2%. Lisboa acompanhou a tendência vivida na Europa, registando a terceira sessão consecutiva de ganhos. O PSI-20 avançou 0,41%, para 4.397, 93 pontos, com 12 das 18 cotadas em “terreno” positivo, uma inalterada e apenas cinco no “vermelho”.

Entre os “pesos-pesados”, as cotadas ligadas ao setor energético estão em destaque. As ações da EDP avançaram 0,60% para 4,396 euros, enquanto as da subsidiária EDP Renováveis ganharam 0,29% para 13,88 euros. Ao mesmo tempo, a Galp Energia somou 1,21% para 9,386 euros, acompanhando a tendência positiva registada no mercado petrolífero. O Brent, de referência europeia valoriza 3,62%, para os 46,04 dólares em Londres, tendo atingido esta quarta-feira a cotação mais elevada dos últimos cinco meses. Por outro lado, o WTI, em Nova Iorque, avança 3,91% para os 43,33 dólares.

Nota positiva ainda para o BCP, com os títulos do banco liderado por Miguel Maya a somarem 1,38% para 10,30 cêntimos. Mas as grandes estrelas das sessão foram mesmo os CTT e a Mota-Engil. As ações da empresa de correios ganharam 3,21% para os 2,57 euros, no dia em que apresentam resultados depois do fecho da bolsa. Nas últimas duas sessões os CTT registaram uma valorização de quase 10%. Já a construtora liderada por Gonçalo Moura Martins avançou 3,43% para os 1,2680 euros.

A impedir uma valorização mais expressiva do índice de referência nacional, estiveram as ações da Jerónimo Martins, que recuaram 0,17% para 14,305 euros, bem como as da Nos, que cederam 0,95% para 3,74 euros.

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OE2020: Endividamento do 1.º semestre próximo do previsto para todo o ano

  • Lusa
  • 5 Agosto 2020

As emissões de dívida pública portuguesa no primeiro semestre do ano atingiram 97,7% do inicialmente orçamentado para todo o ano, totalizando 9.693 milhões de euros.

As emissões de dívida pública portuguesa no primeiro semestre do ano atingiram 97,7% do inicialmente orçamentado para todo o ano, totalizando 9.693 milhões de euros, de acordo com um relatório da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO).

De acordo com o documento da UTAO, “face aos valores inicialmente orçamentados, e numa ótica de tesouraria, no 1.º semestre de 2020 o Estado teve de se financiar num valor próximo do previsto no OE2020 [Orçamento do Estado de 2020] para o total do ano“. “Com efeito, nos primeiros seis meses de 2020 a receita líquida proveniente de passivos financeiros situou-se em 9.693 milhões de euros, apenas 232 milhões de euros aquém do previsto para o conjunto do ano 2020 (grau de execução de 97,7%)”, assinala o relatório da unidade técnica parlamentar.

De acordo com o documento da entidade que dá apoio à Comissão de Orçamento e Finanças (COF) da Assembleia da República, o resultado proveio “por um lado, do facto de se ter alcançado, até junho, um défice muito superior ao previsto no OE2020 para o total do ano, em cerca de 2.052 milhões de euros“, e, por outro, “a despesa líquida em ativos financeiros executada no 1.º semestre de 2020 ascendeu a 1.751 milhões de euros, situando-se 2.284 milhões de euros abaixo do previsto para o conjunto do ano (grau de execução de 43,4%)”.

O aumento do endividamento é decorrente dos efeitos económicos da pandemia. O documento da UTAO assinala ainda que no primeiro semestre houve “uma redução da despesa com juros da dívida direta pública”, totalizando 4.140 milhões de euros, “uma redução de 6,9% (-307 milhões de euros) quando comparado com igual período do ano anterior, sendo esta redução mais acentuada que a prevista no OE2020 para o conjunto do ano (-0,4%, -32 milhões de euros)”.

“Esta contração foi determinada, em grande medida, pela diminuição homóloga em 8,8%, da despesa com juros das Obrigações do Tesouro (OT), que passou de 3.186 milhões de euros para 2.906 milhões de euros (–280 milhões de euros)”, refere o relatório.

“No mesmo sentido, é de referir também a diminuição de 4,1% na despesa com juros no âmbito do PAEF [Programa de Assistência Económica e Financeira], de 641 milhões de euros para 615 milhões de euros, para o que contribuiu a amortização antecipada efetuada pelo Estado português junto do FEEF [Fundo Europeu de Estabilização Financeira], no valor de 2.000 milhões de euros, ocorrida em outubro de 2019″.

Já relativamente aos Bilhetes do Tesouro (BT), “o valor de juros manteve-se negativo no 1.º semestre de 2020 (–27 milhões de euros), em linha com o ocorrido no período homólogo, traduzindo o facto de a curva de rendimentos da dívida soberana portuguesa manter taxas de rentabilidade negativas para maturidades mais curtas“.

“No que respeita aos juros pagos pelo Estado sobre títulos de dívida pública detidos pelo setor institucional Famílias, a despesa com juros dos Certificados de Aforro e do Tesouro, no 1.º semestre de 2020, foi de 398 milhões de euros, refletindo uma redução de 14 milhões de euros, (–3,3%) face ao período homólogo do ano anterior”, segundo a UTAO.

Também sobre os Certificados de Aforro e Tesouro, os técnicos do parlamento assinalam que “o montante total de dívida pública portuguesa detida pelas famílias alcançou um novo máximo no final do 1.º semestre de 2020”, no valor de 29.168 milhões de euros, “99 ME acima do anterior máximo alcançado no final de 2019”.

A UTAO alerta também que os maiores valores de amortização da dívida pública “concentram-se, essencialmente, nos anos 2021 a 2030”. “Em 23 de julho de 2020, o stock total de títulos de dívida de médio e longo prazos com reembolso entre 2021 e 2030 ascendia a cerca de 150 mil milhões de euros, um valor superior ao registado em 18 de março de 2020 para o mesmo período (138,6 mil milhões de euros)”, segundo a UTAO.

Os técnicos do Parlamento detalham que, de acordo com o calendário de amortizações a médio e longo prazos, “será necessário amortizar títulos de dívida a médio e longo prazos no valor de: 12,3 mil milhões de euros em 2021, 15,1 mil milhões de euros em 2022, 12,5 mil milhões de euros em 2023, 16,1 mil milhões de euros em 2024, 16,8 mil milhões de euros em 2025, 16,4 mil milhões de euros em 2026, 19,8 mil milhões de euros em 2027, 13,6 mil milhões de euros em 2028, 13,3 mil milhões de euros em 2029 e 13,7 mil milhões de euros em 2030”.

“Só a partir de 2031 é que o valor anual de amortizações de dívida pública a médio e longo prazos desce para valores abaixo de 10 mil milhões de euros/ano”, assinala a UTAO.

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