5 coisas que vão marcar o dia

  • Joana Abrantes Gomes
  • 22 Outubro 2021

Parlamento faz apreciação do relatório final do inquérito ao Novo Banco. Termina o Conselho Europeu, de olhos postos na crise energética. Rui Rio apresenta recandidatura à presidência do PSD.

Assembleia da República aprecia o relatório final do inquérito ao Novo Banco. A comissão política do PS reúne para avaliar a situação política no país. Na oposição, Rui Rio apresenta a recandidatura à liderança do PSD.

Rui Rio anuncia recandidatura à liderança do PSD

Decorre esta sexta-feira a apresentação pública formal da recandidatura de Rui Rio à presidência do PSD. O evento está marcado para as 18h30 no Hotel Sheraton da cidade do Porto. Na terça-feira, ficou confirmado que o atual presidente do PSD vai mesmo tentar manter-se na liderança, confirmação que chegou num comunicado do seu diretor de campanha, Salvador Malheiro. Além de Rui Rio, há outro candidato já anunciado às diretas do partido, marcadas para 4 de dezembro: o eurodeputado Paulo Rangel.

AR aprecia relatório do inquérito ao Novo Banco

O relatório final da comissão parlamentar de inquérito às perdas registadas pelo Novo Banco imputadas ao Fundo de Resolução foi aprovado em julho passado, depois de apenas o PS votar contra. O documento ficou conhecido por “relatório sem relator”, depois da renúncia à função por parte de Fernando Anastácio (PS). Esta sexta-feira, o documento sobe a plenário para apreciação final.

PS reúne comissão política com foco no OE

Sob a batuta do primeiro-ministro e secretário-geral do PS, António Costa, os socialistas reúnem extraordinariamente a sua Comissão Política pelas 21 horas, na sede nacional do partido, no final de uma semana decisiva para as negociações do Orçamento do Estado para 2022. A atual situação política estará em análise, numa altura em que ainda não há acordo para viabilizar a proposta do Governo.

Fim do Conselho Europeu com foco na energia

A crise energética está a fazer-se sentir em toda a Europa e é um dos temas em cima da mesa num Conselho Europeu de dois dias que termina esta sexta-feira. Depois da conclusão dos trabalhos, está prevista uma conferência de imprensa do presidente do Conselho Europeu, Charles Michele, e da presidente da Comissão, Ursula von der Leyen. Na quinta-feira, Portugal assistiu a protestos por causa dos preços dos combustíveis. Na eletricidade, o Governo tomou medidas para garantir que as faturas dos cidadãos e das empresas não disparam no ano que vem.

Banco de Portugal diz como vai a economia

O Banco de Portugal divulga hoje os indicadores coincidentes para a atividade económica e o consumo privado relativos a setembro. Em agosto, estes indicadores continuaram a trajetória ascendente iniciada no mesmo mês do ano passado: a taxa de variação homóloga do indicador para a atividade económica foi de 2,7%, um aumento de 0,1% face aos 2,6% de julho, enquanto a variação homóloga do indicador para o consumo privado passou de 6,8% em julho para 7,1% em agosto.

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De Cascais a Glasgow, ganha esta corrida quem for o mais sustentável

  • Capital Verde
  • 22 Outubro 2021

Ao todo são quase 3.000 kms de corrida, 28 horas de carro, passando por Espanha, França e Reino Unido. Quem chegar primeiro pode não ser o vencedor da Climes to Go.

A corrida Climes to Go arranca esta sexta-feira, 22 de outubro, do Centro de Interpretação da Ponta do Sal, em Cascais, e tem como meta final a cidade escocesa de Glasgow. Ao todo são quase 3.000 kms de corrida, diz o Google e 28 de carro, passando por Espanha, França e subindo todo o Reino Unido até ao norte, até chegar à Escócia.

Mas das três equipas portuguesas em competição nesta corrida não ganha a mais rápida, mas sim a que conseguir fazer a viagem da forma mais sustentável, com menos impacto ambiental e maior impacto positivo nas comunidades.

Cascais é assim o ponto de partida de uma corrida de 12 dias contra o tempo: a Climes to Go, que arranca hoje até Glasgow, a cidade escocesa onde, em novembro, vai decorrer a tão aguardada Conferência das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas – COP26.

A iniciativa desafia 12 portugueses — três equipas, compostas por quatro participantes — a fazerem a viagem entre Cascais e Glasgow da forma mais sustentável possível e com o maior impacto positivo nas comunidades.

Os temas escolhidos para as equipas são: água, energia e produção e consumo sustentável. Desta forma, ao longo da viagem, as equipas terão de monitorizar a sua pegada hídrica e carbónica e, ainda, dar resposta a desafios previamente definidos pela organização da corrida.

Cada equipa terá́ um orçamento em “climas”, nome dado à moeda fictícia que avalia as suas escolhas. Os participantes podem perder ou ganhar as moedas de acordo com as opções que escolherem fazer ao longo da viagem.

O consumo de água, os meios de transporte utilizados, a alimentação, o alojamento e a performance ao realizar os desafios e tarefas são os fatores que vão ser avaliados em cada equipa, mas apenas a que terminar a competição com o saldo de “climas” mais elevado será a vencedora.

Diariamente serão monitorizadas as opções de transporte, alojamento, alimentação e consumo de água com vista a determinar o impacto de cada equipa e alertar para a influência dos nossos estilos de vida na nossa pegada de carbono. É a combinação destas escolhas juntamente com as variáveis tempo e dinheiro, que através da moeda “clima” permitirá avaliar as equipas.

Durante a viagem, que termina no dia 2 de novembro, cada equipa vai fazer relatos sobre o percurso, que serão publicados nas redes sociais do projeto e serão, ainda, partilhados pelos próprios participantes na COP26, onde culmina a iniciativa.

Os objetivos da organização passam por mobilizar a sociedade portuguesa para a urgente transição climática, demonstrar que o caminho para a descarbonização rumo à neutralidade é possível, necessário e inevitável, provar que os transportes que usam alternativas aos combustíveis fósseis também são viáveis para percorrer longas distâncias e alertar para a necessidade da adaptação e da criação de hábitos sustentáveis.

A Climes to Go, financiada pelo Fundo Ambiental e outras entidades, é promovida pela Get2C e pela Earth Watchers, em parceria com a Câmara Municipal de Cascais e a Embaixada Britânica, e conta com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian, do Oney Bank e do Grupo Altri.

A cerimónia de partida contou com a presença do ministro do Ambiente e Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, e do presidente da Câmara Municipal de Cascais, Carlos Carreiras.

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Pandemia acelera na Europa. Reino Unido, Rússia e países de leste tocam máximos

A pandemia volta a ganhar força na Europa. Reino Unido, Rússia e vários países do leste europeu têm vindo a voltar a bater máximos de infeções e mortes por Covid-19.

Numa altura em que se aproxima a chegada do Inverno, a pandemia volta a ganhar força na Europa. Reino Unido, Rússia e vários países do leste europeu, com baixas taxas de vacinação, voltaram a bater máximos de infeções e mortes por Covid-19.

O alerta foi dado pela Organização Mundial de Saúde (OMS): na última semana, houve cerca de 2,7 milhões de novos casos de Covid-19 e mais de 46.000 mortes face à semana anterior. Trata-se, portanto, de um aumento de 7% no número de infeções, sendo que este indicador tem vindo a subir há três semanas consecutivas.

Apesar de mais de metade dos países europeus estar a registar um aumento de novos casos — incluindo Portugal, que, entre 11 e 17 de outubro, registou 4.494 novos casos, ou seja, mais 296 casos do que na semana anterior (um aumento de cerca de 7%) –, a entidade liderada por Tedros Adhanom Ghebreyesus salienta que o Reino Unido, Rússia e Turquia foram os responsáveis pela maioria dos casos.

Em termos absolutos, o Reino Unido tem vindo a registar, em média, entre 40 mil a 50 mil novos casos por dia, o que coloca o país em máximo desde meados de julho. Esta subida de infeções está a preocupar as autoridades de saúde, pelo que os responsáveis pedem ao Governo de Boris Johnson que avance para o “plano B”, voltando a implementar algumas restrições, escreve o The Guardian. Face à escalada de infeções, o ministro britânico da Saúde já veio admitir que o país pode chegar aos 100 mil casos diários, mas reitera que o Governo não vai, para já, implementar o “plano B”.

A adensar as preocupações relativas ao aumento de novos casos está ainda uma nova variante, AY.4.2, cujos especialistas acreditam que seja uma nova mutação da variante Delta e que está a ganhar tração em Inglaterra. Na semana que arrancou a 27 de setembro, foram associados a esta mutação AY.4.2 cerca de 6% dos novos casos, segundo o relatório divulgado pela Agência de Segurança Sanitária do Reino Unido, citado pelo mesmo jornal britânico.

Já a Rússia desde a semana passada que tem vindo a bater novos máximos de óbitos, tendo registado na quarta-feira um novo recorde, com 1.028 mortes nas últimas 24 horas. Além disso, foram registadas 34.073 novas infeções nas 85 regiões do país nessas 24 horas, segundo os dados citados pela Lusa.

Recorde-se que no Reino Unido há já 67,7% da população com a vacinação completa contra a Covid, ao passo que na Rússia essa fasquia cai para 31,7%, de acordo com a monitorização feita pelo Our World in Data.

Baixa taxa de vacinação no leste da Europa está a fazer disparar infeções

Também no leste europeu, vários países têm registado recordes de infeções ou mortes associadas à Covid, acompanhando a tendência vivida na Rússia. É o caso da Ucrânia, que na terça-feira registou 538 mortes por Covid-19 nas últimas 24 horas, o número diário mais elevado desde o início da pandemia. De sublinhar que este é um dos países da Europa com menor taxa de vacinação (apenas 15% da população está completamente imunizada) e que atualmente o governo ucraniano luta para combater os certificados de vacinação ou teste falsos, depois de ter decidido implementar esta obrigatoriedade para quem quiser viajar de comboio, escreve o The New York Times.

A baixa taxa de inoculações está também a refletir-se num aumento de casos na Letónia. O país liderado por Egils Levits tem atualmente uma das taxas de infeção mais elevadas a nível mundial (mais de 1.116 casos por milhão de habitantes, a sete dias), pelo que o Governo decidiu fechar escolas, restaurantes e espaços de lazer e impor recolher obrigatório durante cerca de um mês.

A baixa taxa de vacinação também está a afetar a Bulgária, que tem uma taxa de infeção de superior a 400 casos por milhão de habitantes e uma taxa de mortalidade de 14,8 mortes por dia, em média, nos últimos sete dias, ou seja, a segunda maior do “velho continente”. Neste país, só 20% da população tem a vacinação completa contra a Covid, o que a coloca como o país da UE com menor taxa de cobertura vacinal.

Média de novos casos em cada país da União Europeia, nos últimos sete diasFonte: Our World in Data

Ao mesmo tempo, também na Polónia o Governo está a ponderar endurecer as medidas, depois de o país ter registado 5.000 infeções num só dia, um máximo desde maio de 2021. Já na Sérvia, após várias semanas a ultrapassar máximos de infeções diárias e cerca de 50 mortes por dia, o governo decidiu adotar os certificados Covid para acesso a restaurantes, bares e discotecas.

Já a Roménia, com cerca de 30% da população vacinada, em atualmente a quarta maior taxa de infeção a nível da UE (79,38 casos por milhão de habitantes) e a maior taxa de mortalidade associada à Covid na UE (média de cerca de 19 mortes por dia, nos últimos sete dias).

Ainda pela Europa, a Turquia tem uma taxa de infeção superior a 350 casos por milhão de habitantes, a sete dias, sendo que na semana passada registou 30.563 casos num só dia, um máximo desde abril. Neste país, pouco mais de metade da população (56,4%) tem a vacinação completa contra a Covid.

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Dona da Tide e Gillette deixa subidas de preços em Portugal “ao critério do retalhista”

Dona de marcas como Tide, Gillette e Oral-B vai aumentar preços nos EUA, por causa dos custos elevados das matérias-primas e do transporte. Em Portugal, alterações ficam "ao critério do retalhista".

A P&G detém marcas icónicas como Tide, Gillette e Oral-BMike Mozart via Flickr

A Procter & Gamble (P&G), produtora de produtos icónicos de grande consumo — como o detergente Tide, as lâminas de barbear Gillette e os produtos Oral-B –, anunciou que vai aumentar os preços de alguns produtos icónicos nos EUA, por causa do aumento de custos relacionados com a cadeia de abastecimento. Quanto a Portugal, porém, a empresa recusa “especular sobre futuras alterações” e deixa “ao critério do retalhista”.

“No anúncio sobre os resultados de ontem [terça-feira], a P&G mencionou aumentos de preços em certos produtos de higiene oral, cuidados de pele e higiene pessoal para a América do Norte. Em Portugal, não podemos especular sobre futuras alterações de preços, ou sobre a evolução dos mercados no futuro”, disse ao ECO fonte oficial da empresa.

A mesma fonte sublinha que “todas as decisões em matéria de preços ficam exclusivamente ao critério do retalhista”. Ou seja, são os grupos de retalho que detêm as grandes superfícies comerciais a decidir se aumentam os preços destes produtos.

De acordo com a Reuters, a pesar na decisão da P&G nos EUA está o aumento dos custos das matérias-primas e de transporte. Esta despesa aumentou de 1,9 mil milhões para 2,3 mil milhões de euros no ano fiscal. “Não antecipamos um alívio nestas pressões do custo das matérias-primas”, disse o administrador financeiro, Andre Schulten.

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Um guia para fugir à “armadilha do rendimento intermédio”

Baixar o IRC, autonomia para os reguladores e mais concorrência entre universidades são três das propostas apresentadas no estudo da FFMS, coordenada pelo economista Fernando Alexandre.

A redução de IRC, mais autonomia para os reguladores e incentivos para novos cursos universitários são algumas das medidas que podem ajudar a economia portuguesa a escapar da “armadilha dos países de rendimento intermédio”, argumenta um estudo da Fundação Francisco Manuel dos Santos (FFMS), coordenado pelo economista Fernando Alexandre. Com o moteDo made in ao created in: um novo paradigma para a economia portuguesa”, este estudo propõe uma série de recomendações para desenvolver a economia de Portugal. Isto num contexto em que se pode ter caído na “armadilha dos países de rendimento intermédio”, sem conseguir avançar.

Esta condição é evidenciada por aspetos como a “longa estagnação e a interrupção do processo de convergência” com a União Europeia, com a entrada no século XXI. Existe também uma grande distância entre a produtividade das ‘empresas fronteira’ nacionais e europeias”, isto é, entre o grupo de empresas que se encontra no topo em termos de produtividade e o resto da economia.

Já para sair da tal armadilha só é possível “atribuindo ao conhecimento, às qualificações e à inovação um lugar central no processo de criação de riqueza”, reitera o grupo de economistas que trabalhou neste estudo. Por um lado, seria necessária a “criação de um ambiente económico que favoreça o nascimento e o crescimento de empresas inovadoras”, sendo que a mudança de paradigma exige também “investimento em ativos físicos e intangíveis, colocando desafios às formas e fontes de financiamento para as empresas”.

Uma das recomendações de políticas públicas passa por “eliminar a desvantagem de Portugal em termos fiscais face aos seus concorrentes diretos na atração de IDE reduzindo a taxa de IRC através da eliminação da derrama estadual”. Esta sugestão surge numa altura em que se está a chegar a acordo para uma taxa global de IRC mínima, nos 15%, mas que fica ainda assim abaixo daquela praticada em Portugal.

No estudo coordenado pelo professor da Universidade do Minho, nota-se também que Portugal “pertence ao grupo de países da UE com menor participação nas cadeias globais de valor. Este é um aspeto que se deveria mudar, já que a maior participação nas cadeias globais de valor parece estar positivamente associada ao crescimento dos fluxos de investimento direto estrangeiro ao nível dos setores de atividade“.

Há ainda um conjunto de sugestões para as infraestruturas, que passam por alguns pontos que já têm sido discutidos mas estão ainda por avançar, como garantir uma cobertura 5G em todo o território ou reforçar as linhas de metro e comboio nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto. Estas recomendações incluem também uma melhoria da eficiência dos serviços aduaneiros de portos e aeroportos, bem como a redução em 50% os tempos de viagem ferroviária no eixo Setúbal-Lisboa-Porto-Braga-Vigo até 2030.

O estudo debruça-se também sobre as qualificações e, no caminho para tal, as instituições de ensino superior. “Mais concorrência entre as instituições de ensino superior, um sistema de alocação de vagas e de incentivos que resultasse numa realocação de vagas entre áreas científicas, poderia tornar o sistema mais rápido na resposta à procura e às necessidades da economia“, defendem.

Para além disso, importam também as áreas nas quais há formação disponível, pelo que a “abertura de novos cursos em áreas emergentes e o aumento de vagas nos cursos com maior procura deve ser estimulada com o reforço do financiamento das instituições de ensino superior”.

Energias renováveis e PRR são “ventos favoráveis” para Portugal

Olhando para o paradigma atual, existem alguns fatores que se apresentam como “ventos favoráveis” para o desenvolvimento de Portugal atualmente. A mudança para as energias renováveis é um deles, já que Portugal detém “recursos naturais abundantes”. Já os fundos europeus, que chegam para o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), são outra oportunidade.

No paradigma energético, para o país conseguir beneficiar das mudanças, “necessita de ter investigação e inovação de referência em energias renováveis e de se tornar relevante no desenvolvimento e produção de tecnologias nessas áreas e em áreas afins, como a das baterias”, sinaliza o estudo.

Quanto aos fundos europeus que Portugal terá disponível nesta década, que compreendem nomeadamente o PRR, representam um “influxo de enormes quantias de fundos da União Europeia, que provavelmente só tem paralelo com a exploração do ouro do Brasil na primeira metade do século XVIII”, e que poderá ser um “importante motor de apoio à economia portuguesa”.

Para além disso, o estudo identifica também outros dois ventos que sopram a favor de Portugal: a melhoria dos níveis de educação, que representa um “enorme potencial desenvolvimento” por ainda não se ter refletido na produtividade, e o eventual alargamento da plataforma continental, cuja proposta já foi submetida às Nações Unidas.

No inverso da moeda, há também ventos adversos que deverão ser contrariados: o endividamento público e privado, que foi agravado pela pandemia, e o envelhecimento da população, que apesar de ser um desafio global, é acentuado na sociedade portuguesa, que está entre os mais acelerados da UE.

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BCP vende mais 100 milhões de malparado e imóveis

Banco colocou à venda o "Projeto Lúcia", composto por NPL (60 milhões) e ativos imobiliários (50 milhões).

O BCP continua o seu esforço na limpeza do balanço. O banco liderado por Miguel Maya colocou agora à venda uma carteira de malparado e imóveis no valor de cerca de 100 milhões de euros, segundo adiantaram fontes do mercado ao ECO.

O processo está a ser conduzido pela KPMG, sendo que o designado “Projeto Lúcia” integra cerca de 60 milhões de euros em NPL (non perfoming loans) e 50 milhões em REO (real estate owned), detalhou uma das fontes. Contactada pelo ECO, a instituição não fez comentários.

Esta não é a única carteira que o BCP tem no mercado. Conforme avançou o ECO em agosto, o banco pôs à venda o Projeto Green, no valor de cerca de 160 milhões de euros, e que era composta por NPL e REO dos resorts de luxo Castro Marim e Monte Rei, ambos localizados no Algarve.

Entretanto, em relação a esta operação, os ativos do resort de Castro Marim foram excluídos da carteira, ao que tudo indica por causa dos baixos valores oferecidos pelos investidores. Mantêm-se os ativos do Monte Rei, mas também não é certo que o negócio seja concluído devido às ofertas que estão em cima da mesa, disse uma das fontes ao ECO. O banco recebeu apenas propostas do Bank of America Merrill Lynch e da Bybrook.

É conhecida a postura negocial de Miguel Maya, que só aceita vender se for um bom negócio para o banco, e sem descontos que possam gerar perdas. “Se as condições compararem bem com as recuperações via orgânica, vendemos, caso contrário não vendemos”, disse recentemente o CEO do BCP na última conferência de apresentação de resultados. O facto de o banco apresentar um rácio de NPL de 2,5%, um dos mais baixos do sistema, reforça a posição negocial de Miguel Maya.

Neste momento, são vários os bancos que têm carteiras de ativos problemáticos à venda, incluindo o Novo Banco, a Caixa Geral de Depósitos e o Banco Montepio. Um dos maiores processos tem a ver com os fundos de reestruturação da ECS Capital, num negócio avaliado em cerca de 900 milhões de euros e que tem dois investidores na corrida: Davidson Kempner e o consórcio Bain/Cerberus.

O BCP apresenta as contas do terceiro trimestre no próximo dia 27. O banco chegou a junho com lucros de 12,3 milhões de euros, penalizados pelos custos de reestruturação e pelas provisões para os riscos legais com o tema dos créditos hipotecários em francos suíços na Polónia.

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Banco Montepio põe à venda carteira de malparado de 300 milhões

Banco está a estudar transferência de de 1.000 milhões em ativos problemáticos para um veículo. Enquanto operação não avança, pôs à venda uma carteira de malparado de 300 milhões, apurou o ECO.

Novo Banco, BCP, Caixa Geral de Depósitos e agora… Montepio. O banco liderado por Pedro Leitão também está no mercado para vender uma carteira de malparado com o valor contabilístico bruto de 300 milhões de euros, de acordo com as informações recolhidas pelo ECO.

Em causa está o chamado “Projeto Gerês”, uma carteira de crédito em incumprimento granular, cujo processo está a ser gerido pela KPMG, adiantaram duas fontes do mercado ao ECO. O montante de 300 milhões diz respeito ao valor dos créditos em termos brutos, isto é, não inclui as imparidades registadas pelo banco para este conjunto de contratos de empréstimos.

São vários os bancos com carteiras de ativos problemáticos no mercado, em alguns casos em fases mais avançadas, numa altura em que se preparam para o impacto do fim das moratórias bancárias. Mas esta operação reveste-se de especial importância para o Banco Montepio, que tem um dos rácios de ativos tóxicos mais elevados do sistema português.

A instituição financeira, controlada pela Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG), chegou a junho com um rácio de NPE (non performing exposure) de 9,3%, segundo as contas do segundo trimestre. Isto quando o sistema bancário apresenta um rácio de NPL (nonperformingloans) de 4,3% na mesma data, abaixo dos 5% exigidos pelas autoridades europeias.

Na semana passada, os analistas da Fitch destacaram que o elevado nível de ativos problemáticos deixa o Montepio em posição de maior vulnerabilidade em relação aos outros bancos na transição para o fim das moratórias.

Contactado pelo ECO sobre esta operação, o banco não quis fazer qualquer comentário.

O banco avança para esta transação numa altura em que, juntamente com o acionista AMMG, se encontra a estudar a transferência de uma carteira de malparado e imobiliário entre os mil milhões e os dois mil milhões de euros para um veículo financeiro especializado, conforme o ECO revelou em primeira mão em março.

O objetivo passa por desconsolidar uma carteira de ativos tóxicos (carve-out) de forma a libertar capital no banco.

Esta solução ainda se encontra em estudo, sendo que o presidente da mutualista, Virgílio Lima, adiantou ao Jornal de Negócios (acesso pago) que o veículo estará pronto até final do ano, mas a operação ainda está dependente da “luz verde” do Banco de Portugal, que tem pressionado o grupo a encontrar uma solução estrutural para o problema do malparado.

“Conceptualmente está tratado. É um trabalho que se prolongou mais do que esperávamos inicialmente, mas há aqui que fazer avaliações exaustivas de muitos imóveis, do seu valor atual e potencial também destes créditos. (…) Mas antes de podermos implementar seja o que for, tudo isto tem de ser sancionado pelos supervisores do banco, sendo que os supervisores do grupo também estão a acompanhar esta situação”, disse Virgílio Lima em entrevista ao jornal.

O banco, que tem em curso um plano de reestruturação que está a implicar a saída de centenas de trabalhadores e o fecho de dezenas de agências, registou prejuízos de 33 milhões de euros no primeiro semestre. Virgílio Lima antecipou que a instituição financeira vai fechar o ano com prejuízos de “dezenas de milhões de euros”.

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Galp e Savannah avançam com projeto de construção de refinaria de lítio em Portugal

"Vai haver uma refinaria de lítio em Portugal. Foi-me apresentado e sabemos que concorreu às agendas mobilizadora um projeto para uma refinaria de lítio", disse Matos Fernandes ao ECO.

Vai finalmente haver uma refinaria de lítio em Portugal, o Governo já conhece o projeto e o mesmo acaba de ser submetido às Agendas/Alianças Mobilizadoras para a Reindustrialização e Verdes para a Inovação Empresarial que foram abertas no âmbito do Programa de Recuperação e Resiliência, garantiu em entrevista ao ECO/Capital Verde o ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes.

O ministro anunciou ainda que o concurso para a prospeção de lítio em áreas já selecionadas e submetidas a avaliação ambiental vai ser lançado “no início do próximo ano”.

O governante não adiantou muito mais sobre o projeto da refinaria (localização, investimento, financiamento a receber do PRR) mas o ECO/Capital Verde sabe que as duas principais empresas por detrás deste projeto são a portuguesa Galp e a britânica Savannah Resources. Contactadas, as duas empresas não quiseram confirmar a candidatura do projeto para a construção de uma refinaria de lítio em Portugal nem prestar quaisquer declarações.

“Vai haver certamente uma refinaria de lítio em Portugal. Ainda não existe nenhuma na Europa mas sabemos — não me cabe a mim divulgá-lo — mas sim foi-me apresentado um projeto por empresas (sim, o Governo reúne com empresas, para espanto de muitos) e sabemos que concorreu às agendas mobilizadora para a indústria um projeto para a construção de uma refinaria de lítio em Portugal”, disso o ministro em entrevista ao ECO/Capital Verde.

O ECO/Capital Verde sabe também que os trabalhos entre várias empresas para realizar contratos e parcerias têm sido muito intensos para que o projeto de uma refinaria de lítio em solo nacional vá, de facto, avante.

http://videos.sapo.pt/cQsVFoazvohPbMkC1lcM

Já há algum tempo que a Galp e a Savannah estão já trabalhar juntas na cadeia do valor do lítio. Apesar de o acordo original assinado entre as duas em janeiro de 2021 ter expirado em junho (dava à Galp 10% do capital da subsidiária portuguesa da Savannah que detém a concessão da Mina do Barroso, por 6,4 milhões de dólares), ambas mantiveram as “discussões comerciais” relativas à exploração de lítio na mina.

Em junho, o CEO da Galp, Andy Brown, não deixou qualquer margem para dúvidas. E anunciou no Capital Markets Day 2021 que a empresa está já em negociações com uma grande fabricante europeia de baterias de lítio [a sueca Northvolt] com vista à criação da primeira unidade de processamento deste mineral em toda a Europa.

O responsável acredita que este é um projeto — o nascimento da primeira refinaria de lítio em território europeu, com “uma capacidade de pelo menos 25 quilotoneladas” — que pode acelerar rapidamente, até 2025 e na segunda metade da década. Até 2025, mais de 10% do investimento da Galp (800 milhões a mil milhões de euros por ano) será direcionado para o hidrogénio verde e para o lítio.

“Portugal está muito bem posicionado para este cenário. Tem das melhores reservas de lítio do continente e a Galp já está em discussões para um contrato de compra da matéria-prima de uma mina [do Barroso, em Boticas] aqui em Portugal”, explicou o britânico Andy Brown, sem descartar a hipótese de importar lítio também.

Governo lança concurso de lítio no início de 2022

Coincidência ou não, uma das primeiras vezes que o ministro Matos Fernandes proferiu as palavras — “Há uma coisa que sei: Portugal vai ter uma refinaria de lítio” — foi precisamente no dia 21 de janeiro de 2020, data em que a Galp anunciou ao país o encerramento da Refinaria de Matosinhos.

Agora, o governante diz com a mesma certeza: “Vamos ter certamente exploração de lítio e feita de forma justa”. Não será é tão cedo quanto desejado, anuncia. “Nós queremos muito lançar o concurso para a prospeção, mas já não vai ser este ano, porque a consulta pública acaba a 10 de dezembro. Vai ser no início do próximo ano”.

“Neste momento está em curso a discussão pública. Foi prolongada até 10 de dezembro. Existe da parte dos autarcas vontade de discutir com rigor este deste projeto da AAE? Não, não existe. Porque quem pediu o prolongamento, agora está a fazer manifestações. Não consigo entender como é que se quer mais tempo para a discussão pública, se diz que é preciso transparência, mas depois vão engrossar a voz das manifestações”, critica Matos Fernandes.

Mais cedo, espera o ministro, arrancará no terreno a extração e produção de lítio na mina de Boticas, da Savannah. “Temos também uma forte expectativa do que será a decisão da Avaliação de Impacto Ambiental da mina do Barroso, em Boticas. Por isso acreditamos que essa sim é aquela que está mais perto (se tiver uma DIA positiva e espero que venha a acontecer) de avançar o quanto antes. E aí já estamos a falar de produção e não só prospeção”, rematou o ministro.

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2ª Conferência ECOseguros: conheça o programa completo

  • ECO Seguros
  • 21 Outubro 2021

De 2 a 5 de novembro, poderá acompanhar online os debates com os protagonistas do setor segurador: Reguladores, seguradores, mediadores, corretores e prestadores de serviços. Conheça o programa.

Organizada de modo virtual, com presença em estúdio apenas dos membros dos painéis, a 2ª conferência anual do ECOseguros, sob o tema “como Beneficiar da recuperação económica?”, será transmitida entre 2 e 5 de novembro no site dedicado ao evento, no ECOseguros, e ainda no Facebook do ECO.

Conheça o programa completo.

A 2ª Conferência ECOseguros – Seguros 2022 conta com o apoio do Grupo Ageas Portugal, Caravela Seguros, CA Vida, Cleva Inetum, EY, Fidelidade, Innovarisk Underwriting, MDS, MPM Software, Prévoir, Real Vida Seguros e Tranquilidade.

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Novo subsídio para trabalhadores da Cultura paga entre 438,81 euros e 1.097 euros

  • Lusa
  • 21 Outubro 2021

Os trabalhadores do setor da Cultura que estejam em situação de inatividade vão passar a ter direito a um subsídio semelhante ao de desemprego, que paga entre 438,81 euros e 1.097 euros.

Os trabalhadores da Cultura passam a ter direito, ao fim de um mês de inatividade, a um subsídio similar ao subsídio de desemprego, que variará entre 438,81 euros e 1.097 euros, anunciou a ministra da Cultura esta quinta-feira.

Graça Fonseca falava aos jornalistas no final da reunião do Conselho de Ministros, na qual o Governo aprovou o Estatuto do Profissional da Cultura, cuja versão preliminar tinha sido aprovada em abril passado.

Segundo a ministra da Cultura, quando o estatuto entrar em vigor, a 1 de janeiro de 2022, o trabalhador da Cultura passará a “ter direito a um subsídio em caso de suspensão de atividade cultural, que se verifica quando estiver um mês sem atividade”. “O subsídio terá um valor mínimo de 438,81 euros (1 IAS – Indexante dos Apoios Sociais) e um máximo de 1.097 euros (2,5 IAS)”, afirmou.

Graça Fonseca recordou que, para ter acesso ao subsídio, o trabalhador da Cultura “tem de perfazer o prazo de garantia de seis meses de prestação de atividade”. “O prazo de garantia é contabilizado através da conversão do valor de ‘recibo-fatura’ em dias de prestação de atividade. Cada trinta dias correspondem a 2,5 IAS, ou seja, 1.097 euros”, disse.

Na conferência de imprensa, Graça Fonseca sublinhou que o Estatuto dos Profissionais da Cultura “representa um novo inovador enquadramento jurídico”. “Há milhares de trabalhadores de Cultura que no caso de inatividade não têm direito a proteção social, e com este regime passam a ter. Esta é uma das grandes marcas deste regime”, disse.

No estatuto consta ainda uma “nova taxa contributiva a pagar pelas entidades que optem por celebrar contratos de prestação de serviços”, disse a ministra, referindo-se ao “combate aos recibos verdes”.

De acordo com Graça Fonseca, as entidades empregadoras terão “uma nova obrigação declarativa de fundamentação do porquê dessa opção” de celebração de contrato de prestação de serviço.

Além disso, “foi criado um regime próprio de fiscalização e um regime agravado de contra-ordenações”, disse.

O Estatuto dos Profissionais da Cultura é uma reivindicação do setor com pelo menos duas décadas e começou a ser desenhado em meados de 2020, quando o Governo anunciou a criação de um grupo de trabalho interministerial, “para análise, atualização e adaptação dos regimes legais dos contratos de trabalho dos profissionais de espetáculos e respetivo regime de segurança social”.

Integra o registo profissional, o regime contratual de trabalho e o regime de proteção social e aplica-se “aos profissionais das artes do espetáculo, do audiovisual, das artes visuais e da criação literária, que exerçam uma atividade autoral, artística, técnico-artística ou de mediação cultural”, como indica o Governo.

Uma primeira versão do documento foi aprovada em Conselho de Ministros, em 22 de abril deste ano, seguindo-se depois um período de consulta pública, que terminou em junho, tendo o Ministério da Cultura anunciado na altura que recebeu 72 contributos.

A tutela comprometeu-se a reunir-se com as entidades representativas depois da consulta pública, mas tal não aconteceu.

Esta quinta-feira, Graça Fonseca aproveitou para “agradecer muito o trabalho feito ao longo de meses” por todos os que estiveram envolvidos no grupo de trabalho para a criação do estatuto.

Garantindo que “o trabalho não acaba aqui, vai continuar nos próximos meses”, a ministra recordou que está prevista “a criação de uma comissão de acompanhamento para a criação do estatuto” que irá integrar as estruturas representativas do setor.

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Investimento nas startups portuguesas já vale um “unicórnio”

O número foi deixado na apresentação do programa Road 2 Web Summit: as startups nacionais já levantaram mil milhões de dólares. Presidente e Paddy Cosgrave deixaram elogios ao ecossistema português.

Vieram de Bragança, Vila Real, Funchal, Albufeira, Lisboa, Porto, Aveiro e muitas outras regiões de Portugal. Os seus fundadores tanto são homens, como mulheres. Se é verdade que a maioria tem nacionalidade portuguesa, há também empreendedores do Brasil, de Itália e até do Azerbeijão. São algumas das 75 startups selecionadas para o programa Road 2 Web Summit e que vão procurar na feira de tecnologia investimento para os seus produtos e serviços, crescendo um bolo que já vai em mil milhões de dólares, número revelado pelo secretário de Estado da Transição Digital.

A apresentação do programa decorreu na tarde de quinta-feira no Picadeiro Real em Belém, com a presença de Paddy Cosgrave, Marcelo Rebelo de Sousa e André de Aragão Azevedo. Foi este último que relevou o marco atingido pelo ecossistema de startups português, que atingiu mil milhões de dólares (o equivalente a 860 milhões de euros ao câmbio atual) em capital levantado. Tanto quanto vale um “unicórnio”, que em Portugal já são cinco: Farfetch, Outsystems, Talkdesk, Feedzai e Remote.

“É um marco muito significativo que representa a maturidade do nosso ecossistema. Nós podemos já hoje considerar-nos uma startup nation, mas a nossa expectativa é que sejamos uma scaleup nation e uma unicorn nation“, afirmou André de Aragão Azevedo.

A diversidade que vimos aqui hoje [quinta-feira] em termos de nacionalidades, em termos de género, em termos de projetos, é representativo daquilo que é a vitalidade deste ecossistema”, destacou também. Sublinhou ainda o reforço da “capacidade de investimento com instrumentos específicos decorrentes do PRR, com 125 milhões de euros para ajudar startups e incubadoras“. E disse esperar que a aprovação do Orçamento do Estado permita resolver o problema da tributação das stock options.

Paddy Cosgrave também deixou elogios à plateia de empreendedores. “As startups portuguesas têm vindo a levantar capital e a fazer coisas incríveis no último ano. O ritmo de crescimento e de maturação do ecossistema português está a acontecer mais depressa do que esperava há três ou quatro anos. É bastante incrível”.

O CEO da Web Summit deu também alguns conselhos: “Muitas pessoas já estão a planear os seus dias na Web Summit, não hesitem em ir atrás delas, investidores, potenciais clientes, jornalistas”. “Na vida, o fácil é não criar uma empresa. Vocês escolheram um caminho difícil. Desejo-vos muita sorte.”

Marcelo Rebelo de Sousa foi o último a discursar e também enumerou qualidades. “Há mais jovens, mais mulheres, mais presença internacional, europeus e não europeus, como os nossos irmãos brasileiros, há ideias diferentes, as mais variadas, em todos os momentos da vida, do nascimento à morte”.

Tal como antes tinha feito o secretário de Estado, elogiou a resiliência das startups durante a pandemia. “É um momento difícil, com pandemia ainda, com atraso na recuperação económica, com uma transição energética e digital mais lenta. Mesmo assim as startups resistem e vão à frente fazendo o futuro”, sublinhou.

Os fundadores tiveram um minuto e meio para fazer um pitch e apresentarem as suas startups. Care Force, Floovly, Unicage, The Bam&Boo, The Newsroom, ArtBlock, Cityoo, Keepr, sshare.media, Zharta ou United Boutiques foram algumas das startups que se deram a conhecer.

A Web Summit volta este ano ao Altice Arena, entre os dias 1 e 4 de novembro, com mais de 700 oradores e 1.250 startups. A organização espera trazer 40 mil visitantes a Lisboa, menos cerca de 30 mil do que em 2019.

O programa “Road 2 Web Summit” da Startup Portugal selecionou 75 empresas nacionais para participar na maior conferência tecnológica do mundo. Antes, poderão realizar um bootcamp, com treinos intensivos de preparação para a participação no evento.

"Continuo a sonhar que um dia vou ter uma startup. Não como Presidente, seria concorrência desleal, mas logo após o fim do mandato. Se ainda estiver vivo, por favor entrem em contacto comigo.”

Marcelo Rebelo de Sousa

Presidente da República

“Temos aqui uma grande representação do que podemos esperar neste ecossistema no futuro próximo. Empresas que um dia podem somar aos unicórnios que Portugal já tem”, afirmou António Dias Martins, diretor executivo da Startup Portugal, na abertura do evento. “Temos novo financiamento a chegar e todo o ecossistema vai beneficiar desta nova capacidade“, garantiu.

Um ecossistema de que Marcelo Rebelo de Sousa também quer um dia fazer parte. “Continuo a sonhar que um dia vou ter uma startup. Não como Presidente, seria concorrência desleal, mas logo após o fim do mandato. Se ainda estiver vivo, por favor entrem em contacto comigo”.

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Remuneração das horas extra acima das 120 horas anuais regressa aos níveis pré-troika

O Governo aprovou uma série de medidas laborais esta quinta-feira, incluindo um aumento do valor devido pelas horas extraordinárias para níveis do tempo anterior à troika.

O Conselho de Ministros aprovou o aumento do valor a pagar pelos empregadores pelas horas extraordinárias feitas pelos trabalhadores, mas apenas a partir da 120.º hora anual. Em causa está a reversão parcial de uma das medidas impostas durante o período de ajustamento e a concretização de uma reivindicação dos partidos mais à esquerda.

De acordo com a ministra do Trabalho, Ana Mendes Godinho, haverá a reposição dos valores das horas extraordinários anteriores a 2012, a partir das 120 horas anuais. Ao abrigo do decreto-lei aprovado esta quinta-feira, haverá um acréscimo de 50% a partir da primeira hora extra em dias úteis. Já a partir da segunda hora extra, haverá um acréscimo de 75%. Em dias de descanso e feriados, as horas extras passam a ter um acréscimo de 100% face à remuneração “normal”.

Esta é uma das quatro medidas que o Governo decidiu somar às 70 propostas que já faziam parte da Agenda do Trabalho Digno que foi apresentada aos parceiros sociais, a par do reforço da compensação para cessação de contratos a termo e a termo incerto, do travão aos contratos públicos com empresas que tenham trabalhadores precários e ao alargamento do princípio do tratamento mais favorável às situações de teletrabalho e trabalho através de plataformas digitais.

Segundo explicou a ministra do Trabalho aos jornalistas, o diploma aprovado em Conselho de Ministros seguirá agora para a Assembleia da República. A responsável não quis, contudo, adiantar qualquer previsão sobre o momento de entrada em vigor de todas estas medidas.

Estas decisões são tomadas numa altura em que a aprovação na generalidade do Orçamento do Estado para 2022 ainda não está garantida. Tanto o Bloco de Esquerda como o PCP dizem que, como está, a proposta merece um voto desfavorável, ainda que tenham mostrado abertura para negociar.

(Notícia atualizada pela última vez às 21h26)

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