Salário mínimo: em 2006, todos assinaram o acordo. Dez anos depois, como será?

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 24 Novembro 2016

O acordo de 2006 acabou por não se cumprir: o salário mínimo não chegou aos 500 euros em 2011. Conseguirá o Governo um acordo de médio prazo dez anos depois?

Reunião do Conselho de Concertação Social
José Sócrates liderava o Governo quando foi assinado o primeiro acordo tripartido de médio prazo sobre o salário mínimo. Vieira da Silva era ministro do trabalho, tal como agora. Fernando Medina, à esquerda, era secretário de Estado do Emprego.PEDRO PINA/LUSA

A 5 de dezembro de 2006, os parceiros sociais — todos sem exceção — assinavam o primeiro acordo de médio prazo sobre a evolução do salário mínimo. Dez anos depois, este feito será repetido?

“Acho que desta vez está mais difícil”, afirma o secretário-geral da UGT, apontando sobretudo para a posição dos patrões. “Querem tudo: redução dos custos de contexto, da energia, dos preços dos combustíveis, não querem mexer na legislação laboral, na caducidade, no tratamento mais favorável, defendem 540 euros [para o aumento do salário mínimo]”, aponta Carlos Silva, concluindo: “com tanta contrariedade será naturalmente um acordo de concertação muito difícil de alcançar”.

Por seu turno, o presidente da CIP — Confederação Empresarial de Portugal garante que tudo “depende da posição individual de cada parceiro”, frisando que da sua parte há possibilidade de chegar a um entendimento.

A CGTP, que já recusou integrar vários acordos de concertação social, afirma: “nós, do ponto de vista das negociações relativamente a qualquer processo, estamos sempre disponíveis para participar, para propor, encontrar soluções consensuais”. “Se é possível é, se não é possível, não é”, remata.

Arménio Carlos deixa o recado e diz que a posição da CGTP depende sempre dos conteúdos negociados. Se os acordos “continuarem a ser desequilibrados, como têm sido grande parte” dos compromissos “sujeitos a assinatura por outros”, não contarão com a assinatura da Intersindical, frisa.

O que mudou entre 2006 e 2016? O primeiro acordo tripartido a apontar para uma trajetória de aumento do salário mínimo também foi assinado por Vieira da Silva, que na altura era, como hoje, ministro do Trabalho. José Sócrates era Primeiro-Ministro. Ficou definido que a remuneração mínima aumentaria para 403 euros em 2007, atingindo 450 euros em 2009 e “assumindo-se como objetivo de médio prazo o valor de 500 euros em 2011“.

O objetivo ficou pelo caminho: em 2011, a remuneração mínima subiu para 485 euros e nesse patamar ficou até meados de 2014. Nesse ano, já com Passos Coelho a liderar o Executivo, o salário mínimo passou para 505 euros em outubro (ao contrário do que era habitual). E também aqui os parceiros sociais firmaram um acordo, embora desta vez sem a assinatura da CGTP.

Ficou então assente que os 505 euros seriam para manter em 2015. E as empresas viram os seus descontos para a Segurança Social descer em 0,75 pontos percentuais quando estavam em causa trabalhadores com salário mínimo — uma medida semelhante à que já tinha sido adotada em 2010 pela então ministra Helena André, quando foi definido um aumento para 475 euros.

Fonte: DGERT (Valores em euros)
Fonte: DGERT (Valores em euros)

 

Já este ano, o Governo de António Costa volta a assumir outro compromisso com os parceiros, novamente sem o apoio da CGTP. O salário mínimo já tinha aumentado em janeiro para 530 euros quando surgiu o acordo, que prometia manter, até 31 de janeiro de 2017, a mesma diminuição de 0,75 pontos percentuais na TSU e discutir medidas para compensar os contratos públicos de execução duradoura. Além disso, ficou definido que seria iniciada a discussão de uma atualização de médio prazo do salário mínimo, tendo em conta fatores como a produtividade, competitividade e inflação.

É neste ponto que os parceiros sociais estão agora. Mas há um acordo paralelo que para uns é visto como um obstáculo e, para outros, como uma garantia: o programa do Governo aponta para uma subida para 557 euros em 2017, compromisso firmado com o Bloco de Esquerda.

Os patrões têm vindo a defender que os pressupostos indicados no acordo de concertação social só admitem uma subida do salário mínimo para 540 euros. Mas o Primeiro-ministro já disse que o programa do Governo é para cumprir, na sequência de uma notícia do Expresso que dava conta de que os 557 euros estavam em risco em janeiro e que a subida podia ser faseada.

Mais recentemente, foi a vez de o ministro do Trabalho e da Segurança Social ter afirmado, à TSF, que a fixação do salário mínimo “compete ao Governo”, depois de ouvir os parceiros sociais. Ainda assim, Vieira da Silva acrescentou que considera mais vantajoso para o país que exista um acordo de médio prazo, ainda que “nem sempre” seja possível.

O governante já expressou a sua vontade em chegar a um acordo de médio prazo, que abranja também outras matérias. Se não for possível, ou os parceiros chegam a um compromisso que vise apenas o ano de 2017 ou o Governo avança sozinho.

Entretanto, o Presidente da República já recebeu os parceiros sociais, para discutir a necessidade de um acordo de concertação social que também inclua o salário mínimo.

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Quantos euros separam patrões e sindicatos

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 24 Novembro 2016

Para que o aumento exceda 540 euros, patrões pedem contrapartidas mas a CCP avisa já que não vai apresentar nenhuma. A UGT também pede contrapartidas, mas para aceitar um aumento mais comedido.

O tema está longe de um consenso. Para já, todos os parceiros sociais afirmam que estão disponíveis para negociar o aumento do salário mínimo mas os pontos de partida ainda estão distantes. A somar à discussão, há um compromisso político, firmado com o Bloco de Esquerda, que aponta para um salário mínimo de 557 euros em 2017: um valor demasiado alto para uns e aquém do desejado para outros.

As confederações patronais entendem que, para o Governo cumprir os pressupostos previstos no acordo assinado com os parceiros sociais (excluindo a CGTP), o salário mínimo não poderá ultrapassar os 540 euros em 2017, mais 10 euros face ao valor atual. Acima disto, já foram pedidas contrapartidas, mas falta saber quais.

“Tudo o que seja acima de 540 euros depende das contrapartidas, até pode chegar aos 560 ou aos mil euros, não discuto números nesta fase”, afirmou ao ECO o presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP).

Mas João Vieira Lopes também garante que não será ele a apresentar qualquer medida: “não vou propor nada. Quem propuser números acima, proponha as contrapartidas”.

O Governo já alterou a sua proposta relativa ao adicional ao IMI, isentando também os imóveis ligados à atividade do comércio e serviços. Com isto, conseguiu que a CCP entrasse na discussão do aumento do salário mínimo, mas terá de ir mais longe se quiser chegar a um consenso com esta confederação em torno de um aumento mais significativo.

Para Vieira Lopes, o aumento para 540 euros não levantará objeções caso se mantenham as medidas que já hoje existem, nomeadamente a redução de 0,75 pontos percentuais da TSU paga pelas empresas quando estão em causa trabalhadores com salário mínimo.

"Ou o Governo renegoceia o acordo político ou então dá um conjunto de contrapartidas que tornem o número aceitável. É um problema do governo.”

João Vieira Lopes

Presidente da CCP

Já a CIP — Confederação Empresarial de Portugal faz questão de destrinçar o acordo político daquele que pode ser o acordo de concertação social.

Frisando que o “Governo não é o partido socialista”, António Saraiva salienta: “o único acordo do Governo que conheço é o de concertação social que está em vigor e que determina que a evolução do salário mínimo será feita de determinada forma, com determinados indicadores”.

“Cumprindo o acordo, não chegamos a 557 euros, chegamos a 540. Se o Governo tem outra leitura dos indicadores que lá estão contemplados e se chega a outros valores, que apresente em concertação social”, afirmou.

Saraiva não quer usar a palavra “contrapartidas”, preferindo frisar que o salário mínimo tem de ser “discutido num amplo acordo”, em que “competitividade e emprego seja pedra angular”. E não quis concretizar que medidas podem ser discutidas.

"Não somos políticos, somos da economia real.”

António Saraiva

Presidente da CIP

Já as confederações sindicais querem ir mais longe. A UGT defendia um aumento para 565 euros em janeiro mas também já admitiu aceitar um valor abaixo de 557 euros se o Governo aceitar algumas moedas de troca. Quais? “Dinamizar a negociação coletiva, alterar os critérios das portarias de extensão, desbloquear salários na Administração Pública — mesmo que o assunto seja a título exploratório e que só possam entrar em vigor no final de 2017 ou início de 2018 –, haver um acordo de princípio de que os patrões não invocarão a caducidade na negociação coletiva em todas as convenções enquanto o acordo estiver em vigor, haver um entendimento em regulamentar efeitos muitas vezes perversos da caducidade, alargar a questão do tratamento mais favorável”, explica Carlos Silva ao ECO.

Se as reivindicações forem aceites, a UGT está assim disponível para aceitar um aumento do salário mínimo que não chegue aos 557 euros mas também não aceita ficar muito longe do objetivo inicial. 540 euros não é hipótese, frisa Carlos Silva. “Imagine que todas as contrapartidas são satisfeitas, a UGT poderia ir para 555 [euros], muito abaixo está fora de questão“.

"Achamos que é razoável discutir à volta daquilo que o Governo tem acordado com o Bloco de Esquerda. Imagine que todas as contrapartidas são satisfeitas, a UGT poderia ir para 555, muito abaixo está fora de questão.”

Carlos Silva

Secretário-geral da UGT

 

Já a CGTP defende uma subida para 600 euros em 2017 e diz que a base de partida da discussão tem de ser o valor assumido pelo Governo (557 euros) e nunca abaixo. “Se houver acordo, há acordo, se não houver acordo, compete ao Governo atualizar o salário mínimo”, refere Arménio Carlos.

O secretário-geral da CGTP deixa já claro que não aceitará contrapartidas para viabilizar um aumento mais contido. “Não aceitaremos de forma nenhuma qualquer proposta que seja inferior ao que já foi anunciado como base de partida”, refere. E também deixa o recado ao patrões: a CGTP não aceitará a manutenção da baixa da TSU nem outros “benefícios que sejam suportados pelos impostos”.

"Não aceitaremos de forma nenhuma qualquer proposta que seja inferior ao que já foi anunciado como base de partida.”

Arménio Carlos

Secretário-geral da CGTP

O ministro do Trabalho vincou esta quarta-feira, aos microfones da TSF, que o salário mínimo “é fixado pelo Governo”, depois de ouvidos os parceiros sociais mas acrescentou que seria mais vantajoso que existisse um acordo, embora “nem sempre” seja possível. Já antes, o primeiro-ministro tinha afirmado, no Twitter, que o programa do Governo é para cumprir.

Questionado sobre se isto significa que a decisão do Governo está tomada e que avançam os 557 euros em janeiro, António Saraiva mostrou-se “convencido de que o Governo irá numa perspetiva de negociar”. Caso contrário, “que evite custos para todos de nos deslocarmos a uma reunião”, indicou.

“Acho que está toda a gente a tentar encontrar argumentos para justificarem compromissos assumidos: do lado do PS, do Governo, há compromisso à esquerda, e os patrões também não querem dar passos em falso”, indicou por seu turno Carlos Silva.

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CGTP: “Não se preocupem”, salário mínimo aumenta “de certeza em janeiro”

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 14 Novembro 2016

A CIP garante que tudo fará para fechar um acordo de concertação social. CGTP acusa patrões de "conversa velha".

A CGTP acusou hoje os parceiros patronais de usarem “conversa velha” quando o tema é salário mínimo e deixou o recado aos trabalhadores: “Não se preocupem”, o “aumento do salário mínimo vai ocorrer de certeza em janeiro”.

Em declarações aos jornalistas, depois de ter sido recebido pelo Presidente da República, o secretário-geral da CGTP voltou a defender a subida do salário mínimo para 600 euros já em janeiro de 2017 e criticou a “conversa velha” dos parceiros patronais, que acenam com o “papão dos encerramentos” de empresas à espera de “mais contrapartidas por parte do Governo”.

Para Arménio Carlos, “está assegurado” o aumento da remuneração mínima em janeiro, mesmo que não haja acordo entre parceiros sociais. O programa do Governo prevê a subida do salário mínimo dos atuais 530 euros para 557 euros em 2017, atingindo 600 euros em 2019. Mas o valor não tem consenso entre confederações.

No final do encontro com o Chefe de Estado, a UGT lançou o alerta: “Se não houver acordo de concertação social, devo dizer-vos, vale mais fechar a porta e acabarmos com a concertação social em Portugal”. O secretário-geral da UGT defendeu a necessidade de haver um acordo sobre salário mínimo e legislação laboral em sede de Comissão Permanente de Concertação Social. “Esse é o caminho para os parceiros que não quiserem estar disponíveis para um acordo de concertação: fechar a porta e acabar com a CPCS no nosso país”, acrescentou Carlos Silva, que também reconheceu que “há sinais de inquietude” no sistema financeiro, relacionados com a Caixa Geral de Depósitos e restante banca, que preocupam esta central sindical e também o Presidente da República.

Por que diabo é que nós não havemos de estar incomodados por na concertação social pela primeira vez em tantos anos – existe há 30 anos a concertação – o salário mínimo ser discutido entre partidos e não entre nós? Se quem investe e cria emprego são os patrões e quem precisa de trabalho e quem é empregado são os trabalhadores?”, questionou.

Já hoje, o presidente da CIP – Confederação Empresarial de Portugal frisou que este é um acordo político. António Saraiva foi o primeiro parceiro social a ser recebido por Marcelo Rebelo de Sousa e fez questão de separar o compromisso político daquele que poderá ser o consenso entre parceiros sociais mas garantiu que tudo fará para fechar um acordo de médio prazo de concertação social. “O que estou a falar é num acordo envolvendo todos os parceiros e não o partido A com o partido B“, rematou o líder da CIP.

A CIP frisou que há já um compromisso firmado entre Governo e parceiros sociais, que leva em conta um conjunto de indicadores para discutir a atualização da remuneração mínima. Produtividade, crescimento e inflação têm de ser levados em linha de conta e, para a CIP, estes indicadores conduzem a um valor que não ultrapassa os 540 euros em 2017. E se o Governo respeitar estes referenciais, também chegará a um valor que “não tem a ver com 557 euros”, afirma António Saraiva. Por outro lado, se destes critérios resultar no futuro um valor de salário mínimo superior a 600 euros, “porque não?”, questionou Saraiva. O líder da CIP afirmou que não se importa de definir um valor para o médio prazo, “até 2019, 2020”.

A Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) também aponta para uma subida para 540 euros, referindo que foi a primeira a apresentar essas contas. O presidente, João Vieira Lopes, afirma que com os atuais níveis de crescimento económico, produtividade e inflação, é “irrealista” assinar acordos que conduzam a aumentos de 5% ao ano durante quatro anos.

Para Vieira Lopes, para que a economia cresça é necessário avançar com outras medidas, nomeadamente na área fiscal e o Orçamento do Estado “fica aquém do necessário”.

Artigo atualizado com declarações da UGT

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Salário mínimo. Quem pede o quê?

  • Rita Atalaia
  • 30 Outubro 2016

O salário mínimo continua a ser uma preocupação para os parceiros sociais. Saiba o que pensam antes da próxima concertação social, que se realiza esta semana.

O aumento do salário mínimo continua a dividir os parceiros sociais, mas o Governo quer chegar a um acordo de médio prazo. O programa do Executivo aponta para 557 euros em 2017. Mas este valor não é consensual. Saiba o que pensam os parceiros sociais antes da próxima reunião de concertação social, esta semana.

CGTP: Salário mínimo tem de subir para 600 euros

A CGTP já marcou a sua posição no que diz respeito ao salário mínimo e reivindica uma subida dos atuais 530 para 600 euros. E no que diz respeito ao horário de trabalho, a Intersindical, liderada por Arménio Carlos, defende que as 35 horas de trabalho semanal devem ser aplicadas em toda a Administração Pública. Mas aqui vai mais longe: a semana de 35 de horas também deve ser um objetivo no setor privado e no Setor Público Empresarial e, portanto, o tempo de trabalho deve ser reduzido progressivamente sem perda de salário, diz a CGTP.

É inevitável o aumento do salário mínimo nacional porque ele é um instrumento de investimento com retorno que melhora os rendimentos dos trabalhadores e das suas famílias e ajuda a dinamizar a produção e a criação de emprego e os negócios das pequenas e médias empresas”, sublinha.

CCP: Acordo é “muito difícil”

Mas o aumento para os 600 euros não é apoiado por todos os parceiros sociais. O presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) diz que “sem contrapartidas do Governo, o salário mínimo não pode ultrapassar 540 euros”. Numa entrevista publicada no Diário de Notícias, João Vieira Lopes disse que é “muito difícil” que na próxima semana, na nova reunião de concertação social, Governo e parceiros sociais cheguem a acordo sobre o aumento do salário mínimo.

“É muito difícil, por dois tipos de razões. Nós não temos a certeza se, de facto, o Governo pretende um acordo, porque um acordo, como é costume dizer-se, tem páginas pares e páginas ímpares”, observa, acrescentando que nas primeiras “as entidades fazem cedências” e, nas segundas, “têm algumas contrapartidas”.

Evolução do Salário Mínimo Nacional

Fonte: Pordata (Valores em euros)
Fonte: Pordata (Valores em euros)

CIP: Aumento salarial que “não chega aos 550 euros”

Um aumento do salário mínimo para os 540 euros parece ter mais do que um apoiante. Aqui, a CPP e a CIP – Confederação Empresarial de Portugal conseguem concordar. A CIP vai apresentar uma proposta de aumento de salário mínimo nacional para 540 euros, sabe o ECO, o que significa um aumento de 10 euros, mas ainda longe da meta dos 557 euros negociada entre o governo, o BE e o PCP.

A proposta da confederação da indústria ainda não foi formalizada, e a CIP não comenta números em concreto, mas o presidente, António Saraiva, já pôs em cima da mesa as condições para um aumento salarial que “não chega aos 550 euros”.

Num cenário em que o salário mínimo suba para 540 euros, a CIP espera que continue em vigor a redução da Taxa Social Única em 0,75 pontos percentuais, medida que já hoje se aplica a empresas com remunerações mínimas. Para ir mais longe do que isto, seriam necessárias iniciativas mais relevantes. Nomeadamente a garantia de que não haverá reversões na lei laboral, como por exemplo nos bancos de horas e no fim da caducidade dos contratos coletivos.

UGT: Acordo de apenas um ano? Não

A UGT quer acordo de médio prazo, mas também tem outro valor para o salário mínimo. A UGT está disponível para aceitar um aumento do salário mínimo nacional para um valor abaixo dos 557 euros em 2017, um valor inferior ao previsto pelo governo. Para isso, diz o secretário-geral da UGT, Carlos Silva, é necessário um acordo de concertação social de médio prazo.

Carlos Silva diz que a UGT não está disponível para um acordo de um ano apenas. “Não estaríamos disponíveis para um acordo só para 2017, porque se é só para 2017 o que é que o Governo faz? Aplica aquilo que tem consensualizado, presumo que com o Bloco de Esquerda, que são os 557 euros. Portanto, se é só uma decisão do Governo que a aplique, não precisa de consensos nem da concertação social.”

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CIP: OE/2017 “fica muito aquém”

O tom é negativo, mas também há notas positivas que "denotam uma maior preocupação pelo investimento", considera a CIP.

“A CIP lamenta que este não seja ainda o Orçamento de que Portugal necessita para relançar o investimento e o crescimento económico”. Assim começa o comentário da Confederação Empresarial de Portugal ao Orçamento do Estado para 2017. A entidade liderada por António Saraiva criticou a estratégia orçamental do Governo de António Costa.

O tom é negativo, mas também há notas positivas que “denotam uma maior preocupação pelo investimento“, considera a CIP elencando “o alargamento significativo do regime de remuneração convencional do capital social, com o objetivo de reduzir a penalização do recurso ao capital próprio, estimulando assim a capitalização das empresas”.

“Reconhecemos também como positivas as medidas de incentivo ao financiamento de micro e pequenas empresas por investidores particulares, o estímulo ao investimento no interior, o alargamento do crédito fiscal ao investimento e a alteração no regime do IVA nas importações“, continua o comunicado sobre o lado positivo do Orçamento do Estado para 2017.

No entanto, a CIP considera que o OE “fica muito aquém do que seria desejável” porque “continua a faltar ambição e consistência no esforço de redução estrutural da despesa pública”. Apesar de reconhecer que a carga fiscal vai diminuir em 2017, a CIP “expressa a sua grande preocupação pela criação do adicional ao Imposto Municipal sobre Imóveis”, referindo os “efeitos negativos sobre o mercado do arrendamento” e a penalização às empresas.

O ataque, afirma o comunicado, vai direto ao “aumento da tributação indireta” vincando o caso da indústria das bebidas e em geral “impostos especiais sobre o consumo”.

Editado por Mónica Silvares

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Orçamento do Estado: quem pede o quê?

  • Cristina Oliveira da Silva e Marta Santos Silva
  • 12 Outubro 2016

Patrões, sindicatos e representantes dos municípios sabem bem o que gostariam de ver refletido no Orçamento do Estado que se aproxima.

O Orçamento do Estado vai ser apresentado esta semana mas os detalhes das medidas que vão ter impacto no próximo ano ainda não são conhecidos. Porém, patrões, sindicatos e associação de municípios sabem quais as prioridades que gostariam de ver refletidas no documento. Os patrões insistem na descida do IRC embora o Governo tenha deixado cair este ponto previsto na reforma de 2013. Já os sindicatos põem a tónica nos salários e pensões. E os municípios pedem medidas que permitam repor a sua capacidade financeira. Conheça as propostas deixadas por diferentes protagonistas para 2017.

CIP defende descida do IRC e um veículo para reestruturar dívida das empresas

A CIP – Confederação Empresarial de Portugal apela a uma política fiscal que retome a descida do IRC e que esteja centrada na atração de investimento, explica António Saraiva ao ECO. O líder da CIP também já apontou, em declarações à Lusa, para a despenalização fiscal do recurso ao capital próprio, face ao capital alheio, contribuindo para a capitalização das empresas.

Além disto, a Confederação defende a criação de um instrumento de reestruturação de dívida das empresas. António Sarava já tinha dito, em entrevista ao Negócios e à Antena1, que é preciso criar um “veículo que reestruture dívidas das empresas ou transforme parte dela em capital”, sublinhando que, “simultaneamente, ao fazer-se esta operação, também se alivia malparado da banca”. Por fim, também é preciso “garantir que o Estado paga as dívidas nos prazos”, frisa António Saraiva ao ECO.

O próximo ano será marcado por um aumento do salário mínimo mas António Saraiva já avisou que esta subida deverá ter subjacente outras contrapartidas. Falta agora saber que medidas são estas e que impacto terão no Orçamento do próximo ano. O assunto será debatido em concertação social.

Para a Agricultura, investimento e exportações devem ser prioridade

A Confederação dos Agricultores Portugueses (CAP) espera que o Orçamento do Estado “tenha as condições necessárias para que o investimento reanime na economia portuguesa e prossiga na agricultura”, apontando ainda as exportações como prioridade.

Ao ECO, o presidente da CAP refere que são necessárias “políticas fiscais amigas do investimento em Portugal”, salientando que muitas das notícias que têm vindo a público “vão em sentido contrário”. Aqui, dá o exemplo da nova taxa que deverá incidir sobre o património imobiliário acima de 500 mil euros.

Comércio apela à baixa ou eliminação do Pagamento Especial por Conta

Esta é uma reivindicação que poderá ser acolhida, ainda que parcialmente, no Orçamento do Estado para 2017. A Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) defende a redução ou eliminação do Pagamento Especial por Conta (PEC) e a avaliar pelas notícias dos últimos dias, a primeira hipótese deverá ser uma realidade. De acordo com o Negócios, o limiar mínimo do PEC deverá baixar para um valor em torno dos 850 euros, contra os atuais mil.

Ao ECO, João Vieira Lopes explica que as prioridades da CCP são sobretudo “na área fiscal”. E aponta desde logo para a baixa do IRC, “mesmo que não fosse tão pronunciada como o previsto” pelo Executivo anterior.

Além disso, “a capitalização das empresas com capitais próprios” devia ter as mesmas vantagens em termos fiscais “do que se recorresse à banca”. À agência Lusa, Vieira Lopes já tinha defendido “medidas como a de garantir a neutralidade fiscal entre o financiamento através de capitais próprios, designadamente suprimentos, e os empréstimos bancários ou a medida relativa à criação de uma conta corrente que possibilite a compensação de créditos entre os contribuintes e o Estado nos casos em que este último é devedor dos contribuintes”.

A questão das tributações autónomas também é uma prioridade para a CCP. Diz Vieira Lopes que “deviam voltar ao nível anterior a 2014”.

Turismo espera estabilidade legislativa, laboral e fiscal

O setor do Turismo aguarda um Orçamento do Estado com “medidas de apoio ao investimento e crescimento do tecido empresarial português”, que permita a recuperação das empresas e a “consequente criação de riqueza e postos de trabalho”. E sublinha a importância da estabilidade.

“A nossa expectativa é que este Orçamento do Estado promova estabilidade legislativa, laboral e fiscal com vista a uma maior previsibilidade para quem pretende investir no nosso país”, afirmou ao ECO Francisco Calheiros, presidente da Confederação do Turismo Português (CTP).

Uma verdadeira reforma do Estado também não deve ser esquecida. “Consideramos igualmente importante um Estado mais vocacionado para facultar um serviço de qualidade e eficiência junto das empresas portuguesas, o que significa avançar para uma verdadeira reforma do Estado”, continua Francisco Calheiros.

Já na área do Turismo, a CTP espera que o Orçamento do Estado mostre “uma maior preocupação com a atividade económica que mais tem criado emprego e riqueza em Portugal” e aumente a “dotação financeira da promoção, essencial para a captação de mais turistas”.

CGTP espera continuidade na reposição de rendimentos

O Orçamento do Estado deve aprofundar o processo de reversão de cortes já iniciado, defende José Augusto Oliveira, da CGTP. E além disso, também deve dar sinais para o futuro. A Inter espera uma melhoria do poder de compra dos portugueses e das relações de trabalho.

A contratação coletiva também não pode ser posta de lado. Mesmo que seja um tema excluído do Orçamento do Estado, a contratação coletiva acaba por ter um impacto indireto nas contas de 2017, diz José Augusto Oliveira, uma vez que influencia as relações de trabalho e reflete-se nas contribuições e na redução do desemprego.

Na sua política reivindicativa para 2017, a CGTP exige a “revogação das normas gravosas do Código de Trabalho“, nomeadamente “as que se relacionam com a facilitação e embaratecimento dos despedimentos”. Pede ainda a eliminação da norma que permite “a contratação a termo de jovens à procura do primeiro emprego e desempregados de longa duração, independentemente da natureza do posto de trabalho, bem como em outras situações previstas em legislação especial de política de emprego”.

A CGTP também já marcou a sua posição no que diz respeito ao salário mínimo e reivindica uma subida dos atuais 530 para 600 euros. E no que diz respeito ao horário de trabalho, a Intersindical, liderada por Arménio Carlos, defende que as 35 horas de trabalho semanal devem ser aplicadas em toda a Administração Pública. Mas aqui vai mais longe: a semana de 35 de horas também deve ser um objetivo no setor privado e no Setor Público Empresarial e, portanto, o tempo de trabalho deve ser reduzido progressivamente sem perda de salário, diz a CGTP.

UGT quer aumento das pensões e revisão do subsídio de desemprego

A presidente da UGT, Lucinda Dâmaso, diz que as prioridades da central sindical já estão vertidas no seu caderno reivindicativo. A UGT pede um aumento para todas as pensões, diferenciando positivamente as reformas de valor mais baixo. O Indexante dos Apoios Sociais (IAS) também deve subir, para 440 euros (contra os atuais 419,22 euros), diz a central.

Além disso, a UGT defende o regresso ao fator de sustentabilidade antigo e à idade legal de reforma de 65 anos. Apela ainda à introdução de uma majoração na contagem do tempo para a reforma que tenha em conta o número de filhos.

Ainda no domínio das prestações sociais, a UGT quer rever as condições de atribuição do subsídio de desemprego e do subsídio social de desemprego no que diz respeito a prazos, valores e regimes de suspensão.

No campo fiscal, a central sindical diz que a sobretaxa de IRS deve ser totalmente eliminada em janeiro e defende ainda a reposição do número de escalões.

Na Função Pública, a reposição dos rendimentos é central

Descongelamento das carreiras, reposição dos salários e pensões e 35 horas de trabalho semanal para todos: são os pontos principais que unem os sindicalistas da Função Pública nas suas reivindicações para o Orçamento do Estado para 2017. Ana Avoila, dirigente da Frente Comum, disse ao ECO que a principal prioridade dos sindicatos que compõem a associação é “que o Governo tenha em conta o que temos perdido nos últimos anos: desde 2009 que não temos aumentos salariais e desde 2005 que temos as progressões nas carreiras congeladas”. A Frente Comum pede, assim, um aumento dos salários e pensões em 4%, com um mínimo de 50 euros.

O descongelamento das carreiras, por sua vez, estava previsto no Orçamento do Estado para 2016 como podendo acontecer até 2018, sublinha José Abraão da Federação dos Sindicatos da Administração Pública (FESAP). É por isso que o sindicalista define este descongelamento como uma prioridade para começar a pôr em ação em 2017. “Será muito difícil acreditar que em 2018 haja um descongelamento generalizado”, afirma.

“Vale a pena salientar que não deixamos cair a questão relativa às 35 horas de trabalho semanal”, destaca ainda José Abraão, referindo-se ao caso dos funcionários do setor público com contrato individual de trabalho, que não foram ainda abrangidos pela alteração. Ana Avoila carrega no mesmo ponto das “35 horas para todos”: a dirigente sindical conta ao ECO que “são milhares de trabalhadores que não têm as 35 horas”. E também pede mexidas no pagamento das horas extra, que, sublinha, valem metade do montante pago no setor privado.

Do lado do Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE), Maria Helena Rodrigues sublinha, além da reposição dos rendimentos a trabalhadores e pensionistas, a importância da revisão do IRS, “com a atualização dos escalões pelo menos no valor da inflação”. O STE pede ainda que o IRS volte a ter oito escalões, tornando-o num imposto mais progressivo.

Municípios querem recuperar capacidade financeira

A Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) espera que o Orçamento do Estado para 2017 traga medidas de “reposição da capacidade financeira perdida nos últimos anos”.

O Conselho Diretivo da Associação já debateu a proposta de lei do Orçamento do Estado e reconhece que existem medidas positivas no sentido de restaurar “o respeito pela autonomia dos municípios”.

Mas “do ponto de vista financeiro, continuam a faltar medidas de recuperação financeira das autarquias locais perdida nos últimos anos”, sublinhou o presidente da ANMP, Manuel Machado, em declarações citadas pela Lusa.

Manuel Machado sublinhou ainda a importância de o Orçamento assegurar “a estabilidade financeira dos municípios, evitando a utilização de regras de exceção orçamental”.

Entre as propostas da ANMP, consta a redução para 6% da taxa do IVA para os transportes escolares e iluminação pública (que “é integralmente suportada pelos municípios”) e a “eliminação das comparticipações dos municípios no FAM [Fundo de Apoio Municipal]”, disse o também presidente da Câmara de Coimbra. A associação apela ainda à “reposição das competências municipais na organização dos serviços e estruturas dirigentes” e à revogação da Lei dos Compromissos e dos Pagamentos, “em atraso no que se refere às autarquias locais”.

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CGTP defende aumento do salário mínimo e mexidas na legislação laboral

  • Lusa
  • 3 Outubro 2016

CIP está disponível para apoiar o aumento do salário mínimo se não houver uma nova revisão da legislação laboral. CGTP quer revogar "normas gravosas".

O secretário-geral da CGTP defendeu hoje o aumento do salário mínimo nacional e a revogação das “normas gravosas” da lei laboral, acusando a Confederação Empresarial de Portugal (CIP) de ter uma “conceção retrógrada” das relações do trabalho.

Em declarações à agência Lusa, Arménio Carlos reagiu à entrevista que António Saraiva deu no domingo à Antena 1 e ao Jornal de Negócios e na qual este revelou que só aceita o aumento do salário mínimo para os 557 euros em 2017 se o Governo não mexer na legislação laboral.

“Temos de mexer na legislação laboral, ao contrário do que diz o presidente da CIP, que defende os seus interesses, os dos grandes empresários. A CIP continua a funcionar com uma conceção retrógrada daquilo que devem ser as relações de trabalho entre trabalhadores e empresas e também por aquilo que deve ser o futuro do país e que passa pelo progresso e justiça social”, advogou.

Arménio Carlos insistiu também na necessidade do aumento do salário mínimo nacional no próximo ano.

É inevitável o aumento do salário mínimo nacional porque ele é um instrumento de investimento com retorno que melhora os rendimentos dos trabalhadores e das suas famílias e ajuda a dinamizar a produção e a criação de emprego e os negócios das pequenas e médias empresas.

Arménio Carlos

Presidente da CIP

No entender de Arménio Carlos, o aumento geral dos salários é determinante para a evolução da economia.

“Quanto à legislação laboral, é evidente que hoje é reconhecido que, com o memorando da Troika e o acordo assinado entre as confederações patronais e o anterior governo, verificou-se que há um desequilíbrio das relações laborais, uma generalização da precariedade e aposta nos baixos salários por isso é necessário revogar as normas gravosas”, explicou.

Segundo o secretário-geral da CGTP, é preciso pôr travão à norma da caducidade que é responsável pelo bloqueio da contratação coletiva e pelo facto de haver milhões de trabalhadores que não veem atualizados os seus salários anualmente porque a contratação coletiva está bloqueada.

Em entrevista conjunta à Antena 1 e ao Jornal de Negócios, António Saraiva afirmou que a CIP só aceita o aumento do salário mínimo para os 557 euros em 2017 se o Governo não mexer na legislação laboral.

“A CIP está disponível para absorver um valor de salário mínimo de acordo com aquilo que possa ser a vontade do Governo, se houver a garantia real de que não há novas reversões e que estes temas que lhe disse não verão a luz do dia”.

Esses temas são “linhas vermelhas”, que o presidente da CIP considera que o Governo não pode ultrapassar, como o banco de horas e as férias, sob pena de pôr em causa a sobrevivência das empresas, chegando mesmo a colocar a hipótese de uma futura manifestação de empresários.

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