Orçamento do Estado aprovado: Cativações, IRS e… uma página com três anos?

  • Marta Santos Silva
  • 3 Novembro 2017

Em 12 horas de debate na Assembleia da República, os deputados contestaram a resposta do Governo aos incêndios no OE 2018 e ainda houve tempo para ressuscitar uma polémica de 2015. Saiba tudo aqui.

A proposta de Orçamento do Estado para 2018 apresentada pelo Governo foi aprovada esta sexta-feira, em Lisboa, com os votos favoráveis da maioria parlamentar de esquerda, o Partido Socialista, o Bloco de Esquerda, o Partido Comunista Português e o partido ecologista Os Verdes. O deputado único do PAN optou por se abster, enquanto os partidos da direita, “sem surpresa”, como disse Marques Guedes do PSD, votaram contra a proposta.

António Costa, primeiro-ministro, e o ministro das Finanças Mário Centeno riem no debate da proposta do Orçamento para 2018.Paula Nunes/ECO

Agora, vem aí o debate na especialidade que permitirá responder a algumas das preocupações apresentadas pelos partidos naquilo que foram mais de 12 horas de debate, ao longo de dois dias, no plenário da Assembleia da República. Entre preocupações com as cativações, o regime simplificado do IRS e as verbas para os incêndios, os partidos também tiveram tempo para falar, durante quase uma hora, sobre uma página com mais de três anos do Programa de Estabilidade do Governo de Pedro Passos Coelho.

Cativações: Muito criticadas mas Centeno não abdica

As críticas às cativações vieram de todas as direções. Da direita, onde Leitão Amaro do PSD disse que as cativações eram uma forma de ocultar a estratégia do Governo, e Cristas, dirigente do CDS-PP, disse que a “execução do OE continuará a assentar nas cativações de larga escala”. Da esquerda, onde Catarina Martins do Bloco de Esquerda pediu que fosse gasto o orçamento aprovado e que não fossem feitas cativações nos serviços públicos.

No entanto, o Governo não se moveu. Haverá mais transparência nas cativações em 2018, é verdade, e Mário Centeno prevê que o valor seja inferior ao que se antecipava para 2017, ficando nos 1.156 milhões de euros, mas trata-se de um “mecanismo de mera prudência”, assinalou António Costa. “Há uma enorme confusão entre cativações e cortes”, acrescentou.

Mário Centeno foi ainda mais claro: “As cativações são seguramente um instrumento de gestão orçamental do qual o Governo não abdicará”. Falta saber, no debate de especialidade, se serão aprovadas propostas para que estas sejam contidas ou mais transparentes no ano que aí vem.

Regime simplificado de IRS: Governo aberto a mudar

Logo no princípio do debate na quinta-feira, António Costa reconheceu que o regime simplificado de IRS, com as alterações propostas no Orçamento do Estado para 2018, poderia criar problemas, nomeadamente para casos particulares como o dos “agricultores”. O primeiro-ministro garantiu por isso que o Governo está disponível para introduzir clarificações na fase de debate de especialidade. “Certamente em sede de especialidade estaremos disponíveis”, assegurou o primeiro-ministro, referindo-se à abertura para afinar a proposta por forma a evitar que grupos específicos acabem por ficar prejudicados.

Isso não impediu que os partidos continuassem a apontar falhas neste regime. Tanto da esquerda como da direita vieram críticas à redação e ao impacto da reformulação do regime simplificado, que tem inúmeros problemas apontados por fiscalistas e pode levar a um aumento de impostos para um grande número de pessoas.

Mário Centeno garantiu que 90% dos contribuintes que descontam no regime simplificado seriam beneficiados ou não seriam afetados pelas mudanças, mas assumiu que, para os outros 10%, poderia ser necessário fazer mudanças na especialidade. Fica então uma discussão para as comissões especializadas resolverem.

Pedro Marques, ministro do Planeamento e Infraestruturas, garantiu que haverá verbas para a proteção das florestas em 2018.Paula Nunes / ECO 3 novembro, 2017

Incêndios: Governo garante que haverá verbas

Os incêndios e a proteção da floresta foram outro dos temas importantes nestes dois dias de debates, com muitos deputados a perguntarem concretamente ao Governo quais as verbas que seriam alocadas para as estratégias de reforma florestal e prevenção de incêndios, visto que isso não consta em concreto na proposta de Orçamento do Estado que foi hoje aprovada.

Certos ataques foram mais diretos. Carlos Abreu Amorim, do PSD, acusou António Costa de ser “o pai, a mãe e o rosto do SIRESP”, o sistema de comunicações de emergência cujas falhas foram apontadas como críticas nos erros no combate aos incêndios trágicos deste verão. Perguntou ainda se António Costa estava “arrependido” de ter feito cortes “de forma tão evidente” no orçamento para a Proteção Civil — ao que Costa reagiu dizendo que os gráficos que Amorim mostrava estavam deturpados e tais cortes não tinham acontecido.

No encerramento do debate, o ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, aproveitou para tentar acalmar os ânimos. O Orçamento, afirmou, contemplará os recursos necessários “para dar corpo a duas reformas que o país não pode dispensar: a reforma da floresta e a prevenção de fogos”.

Também o ministro das Finanças já dissera o mesmo. “O compromisso do Governo com esta reforma e os meios para a alcançar não é alterável”, disse Mário Centeno, acrescentando que as verbas poderiam atingir os 90 milhões de euros, e seriam avaliadas com base nas novas decisões agora tomadas.

Ressuscitada uma polémica de 2015

O ministro do Trabalho e da Segurança Social foi quem, na sua intervenção, teve o papel inusitado de ressuscitar uma polémica com mais de três anos. Acusado por Adão Silva, do PSD, de ter participado em políticas de austeridade no Governo de José Sócrates, disse não querer falar do passado, mas que valia a pena lembrar que “a direita, o PSD e o CDS, apresentou um programa para esta legislatura. Fizeram-no no Programa de Estabilidade enviado lá para maio de 2015 à Comissão Europeia”. Nessa proposta, afirmou, estava “a essência da vossa ideia Segurança Social: era o corte das pensões a pagamento” em 600 milhões de euros, disse Vieira da Silva. “E todos nessa bancada estavam de acordo”, acrescentou, abrangendo o CDS-PP e o PSD.

Foi quanto bastou para haver revolta nas bancadas da direita. Primeiro, Hugo Soares fez uma interpelação à mesa para pedir que Vieira da Silva distribuísse o documento onde constariam essas previsões do Programa de Estabilidade do PSD. Pouco depois, João Oliveira do PCP fazia o mesmo para pedir essa mesma distribuição da página, que fora procurar — a página 39 do documento de 2015. Vieira da Silva aproveitou a sua intervenção seguinte para ler essa mesma página, que referia uma redução de 600 milhões de euros na Segurança Social.

Logo a seguir, respondia a acusações: “A bancada do CDS, audívelmente, acusou-me de desonesto porque eu disse que na altura o Programa de Estabilidade foi uma posição unânime dos partidos da então maioria”, disse Vieira da Silva, e depois ergueu uma página impressa com uma notícia sobre o tema, com a fotografia de Cecília Meireles. A deputada do CDS-PP ficou revoltada. “Diz-se taxativamente que estamos a falar de 600 milhões de euros independentemente de medidas de corte de despesa ou acumulação de receita”, afirmou.

António Vieira da Silva, ministro do Trabalho e da Segurança Social, fomentou a polémica ao dizer que o PSD e o CDS pretendiam continuar a cortar pensões se tivessem permanecido no Governo.Paula Nunes/ECO

Hugo Soares, num Parlamento cada vez mais exaltado, voltou-se ao ministro: “Ficou demonstrado que em lado nenhum, em momento algum, se fala de um corte. A sua palavra vale zero. O senhor ministro da Segurança Social inventou aquilo que lá não estava.” Posto isto, o Bloco de Esquerda decidiu intervir: José Soeiro, após afirmar que os colegas da bancada da direita demonstravam uma “exaltação após o almoço”, (o que lhe valeu uma repreensão da mesa por insultar os outros deputados), afirmou: “Esta discussão é um pouco degradante porque temos documentos muito concretos”, disse o deputado, insistindo em ler a página polémica. “Se cortar 600 milhões de euros no sistema de pensões não é cortar pensões, é o quê, fazer desaparecer pensionistas?”, perguntou depois Soeiro.

Embora o debate tenha finalmente avançado para temas mais relacionados com o Orçamento do Estado para o próximo ano, não ficou aqui encerrada a guerra sobre o passado. Embora sem a comentar, o CDS-PP pediu ainda a distribuição aos deputados e aos jornalistas de uma notícia de 30 de setembro de 2010 em que Vieira da Silva era citado dizendo que a austeridade é “fundamental” para o crescimento do país.

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Qualcomm dispara na bolsa com possível oferta da Broadcom

A empresa que fabrica os chips para o iPhone poderá vir a ser comprada pela gigante Broadcom. A Bloomberg fala em negociações exploratórias e a notícia fez disparar os títulos da Qualcomm na bolsa.

Dois gigantes podem vir a juntar-se em breve. A multinacional norte-americana Broadcom estará interessada em adquirir a gigante dos processadores Qualcomm, que fabrica, por exemplo, os chips do iPhone. A notícia foi avançada pela Bloomberg esta sexta-feira, que indica que a Broadcom estará em negociações exploratórias para aquisição da rival da Intel, citando fontes familiarizadas com o assunto.

Ainda não terá sido tomada qualquer decisão. As mesmas fontes indicam que a Broadcom, que também fabrica circuitos integrados e semicondutores, terá consultado alguns conselheiros para discutir a possível compra. A avançar, poderá ser o maior negócio de sempre neste segmento do setor tecnológico. Contactados pela agência, responsáveis de ambas as empresas recusaram comentar estas informações.

A notícia surge numa altura em que a Qualcomm se prepara para fechar um outro negócio. A empresa californiana anunciou recentemente a aquisição da NXP Semiconductors, outra companhia do mesmo ramo, por 47 mil milhões de euros. A compra encontra-se sob escrutínio dos reguladores e tem merecido oposição de alguns acionistas, que estarão descontentes com os termos em que a operação foi anunciada.

Apesar de ainda não ser um negócio fechado, a possibilidade da compra da Qualcomm pela Broadcom está a fazer mexer os mercados. As ações de ambas as empresas reagiam positivamente à notícia a poucas horas do final da sessão, com os títulos da Broadcom a valorizarem 4,04% para 269,975 dólares.

Contudo, era a Qualcomm a que mais beneficiava, com as ações a dispararem 12,53%, de 54,84 dólares para 61,71 dólares, a maior subida da empresa desde outubro de 2008. Após esta subida, a Qualcomm fica avaliada em cerca de 92 mil milhões de dólares.

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A tarde num minuto

  • Rita Frade
  • 3 Novembro 2017

Não teve tempo de ler as notícias esta tarde? Fizemos um best of das melhores para que fique a par de tudo o que se passou, num minuto.

A queda da EDP e o debate da proposta de Orçamento do Estado para 2018 estiveram em destaque esta tarde.

O grupo EDP afundou em bolsa na última sessão da semana, depois de a casa mãe ter revisto em baixa as estimativas de lucro para este ano. A EDP e a Renováveis perderam mais de 760 milhões de euros em bolsa e acabaram por arrastar o PSI-20, que contrariou a tendência positiva das restantes praças europeias e registou a maior queda desde o final de julho. Os CTT continuam sob forte pressão e também contribuíram para esta queda.

O administrador da EDP Comercial, António Coutinho, alertou esta sexta-feira, durante um encontro promovido pela Associação Portuguesa das Empresas do Setor Elétrico (ELECPOR), que a sobrecarga de impostos e taxas no setor elétrico pode levar a aumentos no preço da eletricidade: “Os custos podem agravar-se e ter impacto no cliente final, que é sempre quem paga”.

O presidente executivo da Altice, Michel Combes, garantiu esta tarde, numa conferência telefónica com analistas, que a TVI terá “absoluta independência editorial” caso a compra da Media Capital pelo grupo seja aprovada pelos reguladores nacionais.

A ex-ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, acusou ontem, durante o debate da proposta de Orçamento do Estado para 2018, o atual Governo de tornar mais opaco o financiamento da Segurança Social, ao eliminar as transferências extraordinárias e prever a consignação de uma parte da receita do IRC para a Segurança Social. Hoje, o ministro do Trabalho, Vieira da Silva, responde que “Só a ignorância ou a mais vulgar demagogia explicam esta afirmação”.

A final da Liga dos Campeões pode regressar ao Estádio da Luz em 2020, enquanto o Estádio do Dragão está na short list de candidatos para acolher a final da Liga Europa, anunciou esta sexta-feira a UEFA.

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Filas e mais filas em busca do iPhone X

No dia em que o iPhone X chegou finalmente às lojas, as filas acumularam-se desde cedo. Em Nova Iorque, multidões estenderam-se por vários quarteirões. Na bolsa, as ações da marca estavam a brilhar.

Ansiedade, stress e até algum tédio. O dia foi de filas e mais filas às portas das lojas da Apple. O muito aguardado iPhone X chegou finalmente às estantes, sem garantia de que existam telemóveis suficientes para responder à elevada procura pelo novo topo de gama da marca. Segundo a Bloomberg [acesso condicionado], a multidão cedo se começou a acumular às portas de muitas Apple Stores nos Estados Unidos. Alguns fãs chegaram ainda de madrugada, outros aguardaram toda a noite. As portas abriram e a marca só deixou entrar dez clientes de cada vez.

É este o cenário esta sexta-feira, dia em que o iPhone X chegou às lojas. De acordo com a agência, certas filas de clientes em Manhattan chegaram mesmo a superar alguns quarteirões, quase como se fossem testes à resistência e fidelidade dos fãs da marca da maçã. Há uma semana, as queixas eram outras: mal abriram as pré-encomendas do aparelho, as unidades disponíveis esgotaram em menos de dez minutos. O site da Apple foi abaixo. E os prazos de entrega, inicialmente curtos, começaram a estender-se até bem perto do Natal. Deverão ser encurtados aos poucos, à medida que Apple for acelerando a produção do aparelho.

Nas lojas físicas, quem esperou, fê-lo sem garantias de encontrar o telemóvel disponível sequer. São conhecidas as dificuldades que a Apple estará a ter na produção do iPhone X, que inclui funcionalidades nunca usadas pela marca: reconhecimento facial e ecrã OLED de qualidade superior são apenas dois exemplos. O preço começa nos 999 dólares, tornando o iPhone X no telemóvel mais caro da empresa. Em Portugal, o valor é bem superior: começa nos 1.179,99 euros, a versão menos espaçosa.

O iPhone X está a ter boa aceitação por parte da crítica especializada. Jornalistas de tecnologia têm apontado que a qualidade do dispositivo, a par com as novidades introduzidas pelo novo sistema operativo da marca, são satisfatórias, salvo algum período de adaptação ao telemóvel que é diferente de todos os outros modelos lançados pela Apple ao longo da última década. Não foi, contudo, o único modelo lançado este ano. A marca atualizou as versões anteriores e apresentou, no início do outono, o iPhone 8 e 8 Plus, que já chegaram às lojas há várias semanas.

Assim, parece que a golden age da Apple está de regresso. Ou não fossem os resultados positivos que a empresa apresentou esta quinta-feira, relativos ao último trimestre fiscal — o terceiro trimestre do ano –, que terminou em setembro. Entre eles, um crescimento dos lucros de 19% para 10,71 mil milhões de dólares, bem como um volume de negócios de 52,6 mil milhões, batendo as estimativas dos analistas. No período, vendeu 46,7 milhões de telemóveis.

O resultado? A Apple brilhou na bolsa. Os títulos valorizavam esta sexta-feira na ordem dos 3,50%, de 168,11 dólares para 173,35 dólares, com quase o dobro da liquidez. Por breves instantes, a capitalização bolsista da empresa ultrapassou os 900 mil milhões de dólares — 900.000.000.000 dólares, ou um nove com 11 zeros. O dia parece estar a correr bem ao presidente, Tim Cook.

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REN lucra 89 milhões até setembro. CESE custa 25 milhões à gestora

Melhor desempenho financeiro ajudou a gestora da rede elétrica a obter lucros de 89 milhões de euros entre janeiro e setembro. Contribuição extraordinária custa mais de 25 milhões à REN.

A REN fechou os primeiros nove meses do ano com um lucro de 88,9 milhões de euros, um resultado que ficou ligeiramente acima do esperado pelos analistas.

De acordo com a informação prestada pela gestora da rede elétrica nacional ao mercado, a melhoria em 26,1% do lucro resulta de um “melhor desempenho financeiro” da empresa. Como exemplo, a REN dá conta de uma descida do custo médio da dívida dos 3,4% para 2,6%.

Os analistas sondados pela Bloomberg antecipavam um lucro de 87,4 milhões de euros entre janeiro e setembro.

A cotada liderada por Rodrigo Costa explica que, à semelhança do que tem acontecido nos últimos três anos, o resultado tem sido afetado pela Contribuição Extraordinária sobre o Setor Energético (CESE), cuja fatura ascende a 25,8 milhões de euros este ano e “elevou a taxa efetiva do imposto sobre o rendimento das sociedades para 43,4%”.

Adianta ainda que o EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) aumentou 2% no mesmo período para 364,4 milhões de euros, “impulsionada pela consolidação dos resultados da Electrogas (5,8 milhões de euros), empresa chilena na qual a REN detém uma participação financeira de 42,5%, desde fevereiro”.

Lembrando que concluiu recentemente a compra da EDP Gas por 530 milhões de euros, a REN assegura que o negócio vai ajudar a ampliar a sua atividade no mercado doméstico, “em linha com o seu atual quadro estratégico, sem comprometer a solidez
do seu perfil financeiro e de crédito”.

De resto, no que toca à dívida líquida, a empresa registou um aumento de 2,2% para 2.540,6 milhões de euros, depois da compra da Electrogas por 169,3 milhões de euros.

As ações da REN acumulam uma desvalorização de 0,22% desde o início do ano, cotando atualmente nos 2,692 euros, o que avalia a gestora da rede elétrica em 1,4 mil milhões de euros.

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Mário Ferreira acusa a Soares da Costa de desviar verbas

O empresário confrontado com a paragem da obra do Monumental Palace, dispara sobre a Soares da Costa. E garante que ainda este fim de semana irá tomar "medidas decisivas". Construtora nega acusação.

Mário Ferreira, empresário dono da Douro Azul acusa a construtora Soares da Costa de desviar verbas destinadas à obra do Monumental Palace, no centro do Porto, e que levou ao protesto, esta sexta-feira, de trabalhadores da construtora e consequente paragem da obra.

“Tudo nos leva a crer que a administração da Soares da Costa tenha autorizado indevidamente desvios de montantes substanciais da nossa obra, factos que estamos com dificuldade em apurar pela reincidente impossibilidade de contacto com o CEO Joaquim Fitas. Com as notícias de que a falta de pagamento se estende também aos trabalhadores, tudo levará a crer que também as verbas destinadas aos trabalhadores foram para outras paragens”, denuncia Mário Ferreira.

"Tudo nos leva a crer que a administração da Soares da Costa tenha autorizado indevidamente desvios de montantes substanciais da nossa obra, factos que estamos com dificuldade em apurar pela reincidente impossibilidade de contacto com o CEO Joaquim Fitas. Com as notícias de que a falta de pagamento se estende também aos trabalhadores, tudo levará a crer que também as verbas destinadas aos trabalhadores foram para outras paragens”

Mário Ferreira

Dono da Douro Azul

O empresário, que está na Jordânia, adiantou ao ECO que “a Monumental Palace Hotel (MPH) tem viabilizado financeiramente a continuação do ACE [agrupamento de empresas liderado pela Soares da Costa], na tentativa de ver realizada a obra do hotel. Porém, não obstante toda a cooperação prestada, a empreitada apresenta já um irrecuperável atraso de seis meses face ao plano acordado”.

O empresário garante que a greve dos trabalhadores da Soares da Costa é uma surpresa, sobretudo no que toca à obra do Monumental Palace e acrescenta: “a MPH não pode nem vai admitir que a Soares da Costa tenha os salários dos trabalhadores em atraso, com a consequente paralisação da obra a que a legítima greve dos trabalhadores conduz“.

Para Mário Ferreira “a falta de pagamento é tão mais grave quanto é facto que a MPH não se tem limitado ao pagamento dos trabalhos executados pela Soares da Costa, como já lhe entregou, a título de adiantamento, uma avultada quantia, por forma a evitar a suspensão dos fornecimentos, serviços e trabalhos, aliás todos os trabalhos realizados até há data obtiveram sempre adiantamento por parte da MPH“.

“Foi-nos comunicado pela fiscalização de obra que neste momento faltam justificar ou entregar equipamentos, cujos valores foram adiantados pelo dono da obra num montante de 1,5 milhões de euros. A título de exemplo, o posto de transformação de eletricidade, chillers e outros equipamentos que deveriam ter já sido entregues para montagem em obra não foram pagos aos fornecedores e não existe neste momento justificação para a falta do dinheiro, nem dos equipamentos”, acrescenta.

O dono da Douro Azul garante que ainda durante este fim de semana a administração e advogados da Monumental Palace Hotel vão refletir sobre as medidas decisivas que irão tomar, “por forma a evitar esta situação agonizante para o dono da obra, os trabalhadores, os fornecedores e todos os colaboradores envolvidos”.

A Soares da Costa foi a empresa escolhida por Mário Ferreira para levar por diante a empreitada de reabilitação e construção do Monumental Palace Hotel, em plena avenida dos Aliados no Porto, num investimento orçado em 20 milhões de euros. Apesar de ter conhecimento das debilidades económico-financeiras da Soares da Costa, Mário Ferreira diz que entregou a obra à construtora motivado pelo “histórico e larga experiência em obras de reabilitação, com mão-de-obra trabalhadora experiente e qualificada, particularmente no setor hoteleiro”. Mas isso, continua o empresário, não invalida que “a empreitada apresente já um irrecuperável atraso de seis meses face ao plano acordado”.

Soares da Costa nega desvio de verbas

Questionada pelo ECO sobre as afirmações de Mário Ferreira, a Soares da Costa nega, através de comunicado, as acusações do empresário.

A Soares da Costa não vai dirimir conflitos ou interpretações de contratos na praça pública, mas recusa veementemente a ideia de que poderia ter desviado verbas afetas a determinado contrato para outros fins que não cumprimento das suas obrigações fiscais, laborais e para com os seus clientes”, adianta a construtora.

A administração da construtora reconhece que “a situação da empresa é difícil”, mas acredita “que será possível ultrapassar esta fase”. “Como sempre, estamos a estaremos sempre disponíveis para encontrar uma solução em diálogo com todos os nossos parceiros, colaboradores, clientes e fornecedores”, acrescenta.

Depois de inviabilizado o Plano de Recuperação (PER) por decisão judicial, a Soares da Costa adianta agora que “tem vindo a trabalhar na apresentação de um novo plano, o que deverá acontecer ainda este mês de novembro”.

(notícia atualizada com reação da Soares da Costa)

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Final da Champions pode voltar ao Estádio da Luz em 2020, Dragão na short list para receber final da Liga Europa

  • ECO
  • 3 Novembro 2017

A final da Liga dos Campeões em 2020 pode regressar ao Estádio da Luz, enquanto o Estádio do Dragão está na short list de candidatos para acolher a final da Liga Europa, anunciou a UEFA.

A final da Liga dos Campeões pode regressar ao Estádio da Luz em 2020, enquanto o Estádio do Dragão está na short list de candidatos para acolher a final da Liga Europa, anunciou esta sexta-feira a UEFA.

Juntamente com o Estádio do Benfica concorre o Ataturk Olympic Stadium, na Turquia, para organizar a final da Liga dos Campeões. Ambos apresentaram a sua candidatura até ao dia 31 de outubro, o prazo máximo estipulado pela UEFA. A final da prova milionária desta época terá lugar em Kiev, na Ucrânia, e em 2019 será disputada no Wanda Metropolitano, em Madrid.

O Estádio da Luz foi palco da final da Liga dos Campeões em 2014, na qual o Real Madrid venceu o Atlético por 4-1 no prolongamento.

Quanto à Liga Europa, o vencedor da competição poderá ser apurado na cidade do Porto ou em Gdansk, na Polónia. A UEFA vai continuar a receber candidaturas até 1 de março de 2018.

(Notícia atualizada às 17h01)

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Família EDP perde 745 milhões em bolsa e arrasta PSI-20

A empresa liderada por António Mexia reviu em baixa as estimativas de lucros para este ano e acabou por afundar quase 5% em bolsa.

O grupo EDP afundou em bolsa na última sessão da semana, depois de a casa mãe ter revisto em baixa as estimativas de lucro para este ano. A EDP EDP 0,84% e a Renováveis EDPR 1,43% perderam mais de 745 milhões de euros em bolsa e acabaram por arrastar o PSI-20, que contrariou a tendência positiva das restantes praças europeias e registou a maior queda desde o final de julho. Os CTT continuam sob forte pressão e também contribuíram para esta queda.

O PSI-20 encerrou a perder 1,44%, para os 5.368,64 pontos, com apenas quatro cotadas em alta e as restantes 14 em queda.

A queda da bolsa justifica-se, sobretudo, pelo desempenho do grupo EDP. A empresa liderada por António Mexia reviu em baixa as estimativas de lucros para este ano, esperando agora obter um lucro entre os 850 e os 900 milhões de euros, abaixo da anterior projeção de cerca de 919 milhões de euros. Já os analistas esperam um lucro em torno dos 867 milhões neste ano.

Os investidores não gostaram e a EDP acabou por derrapar 4,58%, para os 2,96 euros por ação. Em capitalização bolsista, a empresa perdeu 519,2 milhões de euros apenas nesta sessão. A EDP Renováveis acompanhou este movimento e afundou 3,62%, para os 6,9 euros por ação. Ao todo, perdeu 225,9 milhões de euros em bolsa.

Feitas as contas, as duas elétricas perderam um total de 745,1 milhões de euros em bolsa nesta sexta-feira. “Vemos este desempenho em bolsa como uma consequência da combinação de uma reação negativa à revisão em baixa dos lucros com novas preocupações em torno dos riscos regulatórios na atividade de energia renovável nos Estados Unidos”, comentam os analistas da Haitong.

EDP perdeu 519 milhões em bolsa

Também os CTT estiveram a pressionar a bolsa. A empresa liderada por Francisco Lacerda está a derrapar em bolsa desde quarta-feira, depois de ter anunciado que os lucros no acumulado dos nove meses do ano afundaram em 57% e que vai cortar o dividendo a distribuir aos acionistas em 20%. A cotada voltou a ser penalizada em bolsa e afundou 5,84%, para os 3,56 euros por ação.

A evitar que o PSI-20 derrapasse mais esteve a Jerónimo Martins, que valorizou 1,42%, para os 16,07 euros por ação. Do lado dos ganhos, destaque também para a Altri, Corticeira Amorim e Novabase.

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Como inovar para combater o cibercrime? COTEC promove conferência à procura de respostas

  • ECO
  • 3 Novembro 2017

A COTEC promove na próxima quarta-feira uma conferência sobre inovação como forma de mitigar o risco do cibercrime. Evento decorrerá na Gulbenkian e contará com nomes de peso de ambas as áreas.

A inovação e a cibersegurança vão casar na próxima conferência da COTEC Portugal, Associação Empresarial para a Inovação. Numa sociedade cada vez mais globalizada e interligada, o cibercrime é um risco bem presente e que custa milhares de milhões de euros à economia global todos os anos. É por isso que se torna urgente inovar e encontrar soluções que permitam mitigar esse risco — transversal a todos os setores, na relação entre os setores público e privado, mas particularmente relevante no mundo financeiro.

Alguns nomes de peso destes campos vão juntar-se no próximo dia 8 de novembro, na Fundação Calouste Gulbenkian, para apresentar ideias e sugestões sobre como gerir a ameaça cibernética recorrendo à inovação. São várias intervenções e dois painéis de debate, numa conferência que arrancam às 14h10 e terminam às 18h30, com a intervenção final da secretária de Estado da Indústria, Ana Teresa Lehmann. O ECO é o parceiro de media desta iniciativa.

Entre os participantes estará Tim Maurer, diretor da Cyber Policy Initiative do Carnegie Endowment for International Peace. Em março deste ano, esta instituição propôs aos países do G20 a assinatura de um compromisso de não envolvimento em operações cibernéticas que possam “ameaçar a estabilidade financeira, nomeadamente manipulando a integridade dos dados de instituições financeiras ou comprometendo a disponbilidade de sistemas críticos”. O protocolo proposto pressupõe também a colaboração mútua entre Estados em caso de incidente e é uma medida que está a ser discutida pelos líderes do G20. Maurer é o orador principal num dos painéis da conferência “Innovation meets Cybersecurity: the Public-Private Cooperation Challenge”.

Suzanne Spaulding, antiga subsecretária do Departamento de Segurança Nacional dos Estados Unidos, é outra das cabeças de cartaz desta conferência da COTEC Portugal. Num documento de apresentação da norte-americana, lê-se que “a cibersegurança não é o objetivo”: a meta é “conseguir todos os benefícios que um mundo conectado tem para oferecer”, sobretudo num momento em que muitos dos dispositivos eletrónicos já estão ou podem vir a ser conectados à internet. Spaulding deverá explorar esta ideia na sua intervenção.

Outro dos nomes de peso nestas áreas é Donna Dodson, conselheira chefe em cibersegurança no National Institute of Standards and Technology, que deverá partilhar alguns desenvolvimentos ao nível de investigação no campo da cibersegurança, bem como alguns padrões e boas práticas para melhor gerir o risco.

No evento estarão ainda presentes a ministra da Presidência e da Modernização Administrativa, Maria Manuel Leitão Marques, assim como Francisco de Lacerda (líder dos CTT e presidente da COTEC), Isabel Mota (presidente da Fundação Calouste Gulbenkian), e muitos outros nomes reconhecidos pelo público. Para mais informações sobre o evento e agenda, consulte o site da COTEC.

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Fatura da luz pode ficar mais cara, alerta a EDP

  • Lusa
  • 3 Novembro 2017

As contas da eletricidade podem pesar mais no orçamento dos portugueses. Em causa está o aumento dos impostos no setor da energia elétrica.

O administrador da EDP Comercial António Coutinho alertou, esta sexta-feira, que a sobrecarga de impostos e taxas no setor elétrico, que representa 40% da fatura da luz, pode levar a aumentos no preço da eletricidade. “Os custos podem agravar-se e ter impacto no cliente final, que é sempre quem paga”, disse António Coutinho, administrador da EDP Comercial, que falava num encontro promovido pela Associação Portuguesa das Empresas do Setor Elétrico (ELECPOR). O anúncio surge no mesmo dia em que as ações da EDP caíram 3,68% e as da EDP Renováveis desvalorizaram mais de 4%.

De acordo com o responsável da empresa do grupo EDP que comercializa luz em mercado livre, o setor elétrico em Portugal “tem vários custos que se devem a decisões políticas”, como os que dizem respeito às energias renováveis, ao suporte social, ao apoio ao setor nuclear, à eficiência energética, às taxas de concessão, à regulação e operação de mercado, ao imposto sobre o valor acrescentado (IVA), entre outros, que ao todo pesam perto de 40% na fatura da luz.

Falando num total de 1.427 milhões de euros de custos de políticas e de 1.440 milhões de euros de sobrecustos de produção, António Coutinho notou que “os preços [ao consumidor] têm estado a subir pelo aumento dos impostos e taxas”, o que estimou que continue a acontecer.

Para o justificar, aludiu a estimativas de impactos de 100 milhões de euros no setor com a tarifa social, um desconto de 33,8% face à tarifa normal, concedido a 815 mil agregados familiares em Portugal e de 85 milhões de euros devido à cobrança do imposto sobre os ativos das energéticas, a contribuição extraordinária sobre o setor energético (CESE).

Também na ordem dos 85 milhões de euros deverá ser o impacto da proposta da ERSE de pagamento de 4,75 euros/MWh, enquanto o do Imposto sobre Produtos Petrolíferos (ISP) a aplicar ao carvão deverá rondar os 10 milhões de euros em 2018 e de 100 milhões de euros em 2022, indicou.

No mercado regulado, as tarifas de eletricidade devem descer 0,2% para os consumidores domésticos a partir de 1 de janeiro de 2018, de acordo com a proposta do regulador do setor, que, segundo o Governo, é a primeira descida em 18 anos.

António Coutinho referiu que os acréscimos nas faturas também se devem ao facto de os “preços que os clientes pagam por estarem muito longe dos custos do setor”, o que gera défice tarifário.

Para inverter tal situação, sugeriu o financiamento dos custos das políticas através do Orçamento de Estado e, por conseguinte, refletido nos contribuintes em vez de ser nos clientes, bem como a criação de opções tarifárias ajustadas à estrutura de custos.

Contudo, ressalvou que este ajuste tem de ser feito de forma “diluída”, já que poderiam ocorrer aumentos de 30% ou reduções de 30% na fatura da luz.

“Politicamente, não é aceitável”, reconheceu, na intervenção na conferência com o tema “Pacote Energia Limpa para os consumidores europeus”.

Falando sobre esta questão, o administrador da EDP Comercial admitiu que “os preços começam a ter um papel fundamental na sustentabilidade do mercado”, já que “hoje há tecnologias que permitem que o cliente participe”, visando poupar.

Por seu lado, o presidente da EDP Renováveis, João Manso Neto, defendeu que “há algumas questões em que o programa [europeu] fica claramente abaixo daquilo que é exigido”, em áreas como o desenho do mercado, a concorrência, o modelo de governo e a sustentabilidade do sistema. “Continuamos a pensar num modelo que existiu há 20 anos e que não tem em conta o avanço da tecnologia”, afirmou. No mesmo dia, João Manso Neto anunciou a construção de dois novos parques eólicos.

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Vieira da Silva: “Só ignorância” explica afirmação de Maria Luís Albuquerque

  • Margarida Peixoto
  • 3 Novembro 2017

O ministro do Trabalho e da Segurança Social confrontou diretamente a ex-ministra das Finanças a propósito da consignação de parte da receita do IRC para o Fundo de Estabilização.

Vieira da Silva, ministro do Trabalho, abriu o debate da parte da tarde sobre o Orçamento do Estado para 2018.

“Só a ignorância ou a mais vulgar demagogia explicam esta afirmação”, acusou esta sexta-feira o ministro do Trabalho, Vieira da Silva, referindo-se a uma frase de Maria Luís Albuquerque, deputada do PSD, sobre a consignação de uma parte da receita do IRC para o Fundo de Estabilização da Segurança Social. O governante falava no arranque da sessão da tarde de debate na generalidade do Orçamento do Estado para 2018.

No primeiro dia de debate, quinta-feira, a ex-ministra das Finanças tinha acusado o atual Governo de tornar mais opaco o financiamento da Segurança Social ao eliminar as transferências extraordinárias e prever a consignação de uma parte da receita do IRC para a Segurança Social.

Esta sexta-feira, o ministro respondeu assim. E repetiu a afirmação, sublinhando a acusação de “ignorância” ou de “mais vulgar demagogia”.

Vieira da Silva, explicou de seguida que “não é a mesma coisa: as transferências extraordinárias destinavam-se a financiar despesa corrente das prestações sociais contributivas.” Já a consignação de receita ao FEFSS serve para engordar aquele que é uma espécie de pé-de-meia dos pensionistas. Este é um fundo que é acionado se o sistema contributivo entrar em falência.

“A consignação do IRC corresponde a uma diversificação estratégica do financiamento da segurança social. Integralmente para o Fundo de Estabilização Financeira e não para a despesa corrente. Para o futuro e não para o presente”, somou o ministro Vieira da Silva, para depois rematar: “Afinal, a direita não sabe ver uma reforma estrutural, mesmo quando ela lhe entra pelos olhos dentro.”

Durante os anos de crise, a Segurança Social foi recebendo transferências extraordinárias do Orçamento do Estado, para fazer face ao aumento das despesas, nomeadamente com subsídio de desemprego mas também com outras prestações. Agora, com a melhoria do mercado de trabalho e a consequente queda das despesas com prestações sociais e aumento das contribuições e quotizações, as transferências do Orçamento do Estado deixaram de ser necessárias.

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Espanhola Alantra adquire maioria do capital da MD Moldes

A MD Moldes conta com uma nova estrutura acionista. A espanhola Alantra fica com 70% do capital, ficando o restante capital nas mãos de Manuel Domingues e dos principais quadro do grupo.

A empresa MD Moldes, fornecedora de soluções para todo o processo de produção de moldes, mudou de mãos. A espanhola Alantra Private Equity, gestora líder de ativos de capital privado na Península Ibérica com mais de 1300 milhões de euros de ativos sob gestão, é a partir de agora o mais recente e principal acionista do grupo, depois de adquirir 70% da empresa com sede em Leiria. O restante capital fica na mão de Manuel Domingues, fundador e administrador da MD Moldes, e de alguns quadros do grupo.

A entrada da gestora líder de ativos de capital privado na Península Ibérica acontece através do fundo Alantra private Equity Fund III.

Fundada há mais de 28 anos, a empresa de Manuel Domingues conta com mais de 300 colaboradores repartidos por seis unidades de produção. Com forte presença internacional, sobretudo na Alemanha e França, e com fábricas em Portugal e China, a MD Moldes exportou 90% da sua produção em 2016. O grupo fornece soluções para todo o processo de produção de moldes — engenharia, fabrico, testes e injeção — e tem um vasto portefólio, especialmente na indústria automóvel onde conta com clientes como a Porsche, Ferrari, Bentley ou BMW.

Em comunicado, Manuel Domingues explica que “o objetivo da operação é, com esta estratégia, adquirir ainda mais capacidade e agilidade para apostar num maior fortalecimento e crescimento do grupo, agilizando a concretização de novos projetos e solidificando outros”.

Para o acionista e administrador do grupo, a aposta é “investir em tecnologia, investigação, conhecimento, desenvolvimento, produção e resultados. Trata-se antes de mais de pensar no futuro do grupo, para que possa continuar a crescer sustentadamente, como aconteceu até agora”.

Já o sócio da Alantra, David Santos, destaca que “a MD Moldes enquadra-se perfeitamente nos principais critérios de investimento da Alantra PEF III, já que é um grupo líder no mercado, com uma equipa de gestão de grande qualidade, que foi capaz de internacionalizar-se num segmento industrial de grande valor, com excelentes dinâmicas de crescimento”.

David Santos garante que a “a equipa de gestão da Alantra apoiará a MD nesta nova etapa de forma a promover o seu crescimento internacional, quer através do incremento da sua capacidade de produção, quer contribuindo para a sua consolidação como player de destaque num mercado altamente competitivo”.

Apesar das alterações acionistas, a gestão do grupo vai manter-se inalterada, passando, contudo, a ser cada vez mais profissionalizada.

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