Schäuble deixa as Finanças. Muda-se para o Bundestag

  • ECO
  • 27 Setembro 2017

Wolfgang Schäuble vai deixar de ser ministro das Finanças da Alemanha. O próximo passo será liderar o Parlamento alemão, o Bundestag.

Wolfgang Schäuble, o ainda ministro das Finanças alemão, vai deixar o cargo para liderar o Bundestag, o parlamento alemão. A notícia é avançada pelo jornal Bild Zeitung. A mudança de Schäuble partiu de um pedido de Angela Merkel e Volker Kauder, líder da CDU-CSU, após a posição ter ficado vaga com a partida de Norbert Lammert.

O novo cargo de Schaeuble é de grande importância no contexto da chegada da extrema-direita ao Bundestag, tendo conseguido 94 lugares após as eleições do passado domingo. Trata-se da primeira vez que a força política extremista chegou ao parlamento alemão desde o final da II Guerra Mundial.

“Os presidentes do Bundestag são sempre personalidades e membros parlamentares proeminentes”, relata Alexander Dobrindt, membro da CSU, sublinhando tais qualidades em Wolfgang Schäuble. Também Guenther Oettinger, comissário para o Orçamento da União Europeia aponta o antigo ministro das Finanças para o novo cargo no Bundestag.

Notícia atualizada às 14h32

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Inov Contacto: Seis meses lá fora para preparar o futuro

As candidaturas ao Inov Contacto da Aicep estão a correr até 4 de outubro. Quem quiser estagiar num dos 80 mercados disponíveis ainda vai a tempo.

“O Inov Contacto mudou a minha vida profissional e, ao mesmo tempo, foi uma adrenalina.” É com esta frase de Inês Caleiro, CEO da Guava, que começa o vídeo de apresentação do programa Inov Contact. Este é um programa de estágios no estrangeiro promovido pela Aicep, cujas candidaturas estão abertas até 4 de outubro.

“É uma porta aberta para a realidade”, acrescenta Inês Caleiro, que lançou a sua própria marca de sapatos em 2011, depois de ter voltado dos Estados Unidos, onde estagiou seis meses na Jimmy Choo. A Guava distingue-se das outras marcas pelos saltos geométricos que parecem joias. Vende essencialmente online, apesar de já ter dois espaços físicos: um showroom na Rua Augusto Rosa, no Porto; e no Príncipe Real, em Lisboa, no showroom da marca portuguesa BeYou. Conta ainda com a modelo Amber Valletta, que já trabalhou com a Versace, Louis Vuitton e Calvin Klein, como embaixadora da marca.

Mas Inês Caleiro não é única, o Inov Contacto já mudou a vida de mais de cinco mil pessoas. Segundo Maria João Bobone, a diretora do programa, “99% dos participantes têm essa opinião”.

É com orgulho e satisfação que fala, ao ECO, desta iniciativa, que comemora 20 anos e que além de ter uma taxa de empregabilidade invejável — cerca de 70%, um mês após a conclusão do estágio –, “melhora a imagem de Portugal e a perceção do país no exterior, promove maior competitividade das entidades em termos internacionais que recebem jovens motivados e qualificados e ainda fomenta a competência” desses mesmos jovens.

Todos os anos há uma avalanche de candidaturas para os cerca de 300 estágios disponíveis. E como é típico dos portugueses, o hábito é deixar tudo para o fim apesar de ser desaconselhável, já que uma candidatura apresentada com tempo permite introduzir correções e não ser automaticamente excluída por conter erros e o prazo já ter acabado. Este ano foi introduzida uma exigência acrescida, a necessidade de entregar um certificado com as habilitações de inglês e que ditou o prolongamento do prazo de entrega das candidaturas até 4 de outubro.

“A certificação obrigatória do inglês é uma entropia”, reconhece Maria João Bobone, mas é necessária para evitar surpresas futuras. Já aconteceu candidatos chegarem ao seu estágio — sempre no estrangeiro, as regras permitem que no máximo se passe um mês em Portugal — e não terem conhecimentos suficientes de inglês para poderem desempenhar devidamente as suas funções.

O Inov Contacto pretende ser um programa de elite, que não se compagina com facilitismos, explica a diretora do programa. “Manter a elevada qualidade dos estágios” é uma premissa de que ninguém quer abrir mão. Mesmo que, “atualmente, haja outro tipo de oportunidades inexistentes há 20 anos” e os jovens de hoje tenham “outro tipo de expectativas, como sejam o imediatismo e o acesso real ao que pretende”, que “de certa forma não se coaduna com as particularidades do Inov Contacto que mantém e pretende manter níveis de exigência e qualidade que implicam um processo com os seus próprios timings“.

Maria João Bobone até admite que, de futuro, se introduzam algumas alterações ao programa, nomeadamente prolongar/reforçar a componente de formação na fase inicial do programa ou até simplificar o que for possível no processo de seleção. Mas a prioridade não é essa. É manter o elevado nível de reconhecimento do programa e os seus níveis de excelência.

Exemplo de uma das formações de dois dias que os candidatos têm antes de partir para os vários mercados onde vão estagiar.

Estágios em mais de 80 países

“O Inov Contacto trouxe a possibilidade de conhecer o mundo”, defende Ricardo Marvão, cofundador da BEta-i, uma aceleradora de empresas, uma associação portuguesa para a promoção do empreendedorismo. “Uma pessoa nunca esquece a experiência”, acrescenta Ricardo Marvão.

Este é mais um dos testemunhos que integram a nova campanha de promoção do programa. Uma aposta em humanizar a iniciativa e dar a conhecer algumas, das muitas, caras que participaram no programa e hoje são um exemplo de sucesso.

O Inov Contacto oferece estágios em mais de 80 países. Mas o processo é uma “carta fechada”. É essa, aliás, uma das marcas distintivas do programa face a outras ofertas de acesso ao mercado externo. Os candidatos não escolhem os mercados ou as empresas, nem as empresas escolhem os jovens. A seleção é feita pela Aicep.

Mas então como funciona? Os jovens entregam as suas candidaturas (neste caso até 4 de outubro). Depois há que analisar os perfis dos candidatos — que entretanto foram sujeitos a uma avaliação motivacional, este ano feita pela consultora Psicotec — e fazer um matching entre as habilitações dos candidatos e as necessidades das empresas que oferecem os estágios. Em meados de janeiro os jovens sabem se foram selecionados e é realizada a ação de formação — dois dias intensivos de muita aprendizagem. O objetivo é, em fevereiro, todos já estarem nos respetivos mercados. Em agosto estão de regresso. Ou não, porque cerca de 40% das empresas acaba por fazer propostas aos candidatos para ficarem a desenvolver os projetos em que estão envolvidos. Claro que nem todos aceitam, porque cada um gere a sua carreira.

Foi isso que Luís Franco, diretor geral da SurveyMonkey Europe, fez. A participação no Inov Contacto “foi uma experiência única e uma oportunidade ímpar de acelerar a minha carreira”, garante. “É uma aposta ganha”. Há milhares de empresas e de sites de todo o mundo que usam a plataforma online da SurveyMonkey para fazerem análises de mercado, avaliar a satisfação dos clientes ou até fazer avaliações de desempenho dos colaboradores.

O programa define-se como “democrático” já que ao ser remunerado permite que jovens de todas as condições sociais tenham acesso ao mesmo. Cada estágio tem uma bolsa fixa correspondente a dois IAS (Indexante de Apoio Social), ou seja, 842,64 euros, acrescidos de um subsídio de estadia de permanência no exterior indexado ao último índice de custo de vida das Nações Unidas.

Maria João Bobone admite as críticas de que a bolsa não chega, até porque já se pagou mais, antes de os montantes serem alvo de tributação em sede de IRS e os beneficiários terem de pagar Segurança Social, mas lembra que não há nenhum estágio público que remunere tão bem e recorda o exemplo do Erasmus. “O programa não é all included, deve ser visto como uma aposta na formação”, acrescenta.

O Inov Contacto, por sua vez, é financiado por fundos comunitários, mais concretamente pelo Fundo Social Europeu, através do Eixo 2 do Programa Operacional Inclusão Social e Emprego (POISE). A taxa de comparticipação é de 92%.

Mais de mil empresas fieis

São muitas as empresas que aderem ao programa, mesmo sabendo que não escolhem os estagiários. Até agora continuam a ser as empresas nacionais que dominam as ofertas de estágios, mas o número de empresas estrangeiras está a aumentar cada vez mais.

O segredo do sucesso? Segundo Maria João Bobone o simples facto de não terem obrigação de contratar no final — embora 40% acabe por fazer propostas aos jovens para continuarem — e por terem acesso a estagiários de elevada qualidade.

Todos os anos também são abertas inscrições para as empresas que querem participar. Contudo há uma taxa de fidelização de cerca de mil entidades, revela a diretora do programa. Maria João Bobone admite que muitas empresas ficam “desconfiadas” ao início por não poderem escolher os jovens, mas depois da primeira experiência “pedem mais”. “Há entidades que chegam a pedir 20 estagiários”, diz.

Os estágios são agora de seis meses, mas já foram de um ano. A decisão prende-se não só com razões financeiras, mas também para evitar que as empresas tivessem a tentação de usar os estagiários como mão-de-obra qualificada gratuita. “Como o timing de desenvolvimento de um projeto é normalmente oito a nove meses, ao encurtar os estágios para seis meses estamos a tentar aumentar a probabilidade de as empresas querem ficar com o ativo”, explica a responsável.

Maria João Bobone revela ainda que gestão é a área mais procurada pelas empresas, mas não é a dominante entre os jovens que se propõem ao estágio e essa é mais uma das dificuldades do matching que a Aicep tem de fazer.

Outros números do Inov Contacto:

  • O número de estágios oferecidos é de 300, mas já foram mais. Por altura do Plano Tecnológico, o primeiro-ministro, José Sócrates, deu um forte impulso ao programa, aumentando para 500 a ofertas dos estágios e houve mesmo um alargamento a outras áreas como o Inov Jovem, Inov Artes ou Inov Cultura. Foi contudo impossível manter estes níveis até porque a meta é “que o programa seja uma experiência duplamente ganhadora para as entidades e para os jovens sem baixar a fasquia da qualidade”.

  • O Inov Contacto tem uma plataforma que liga em rede mais de quatro mil participantes no programa. A networkcontacto é uma rede social profissional só para os participantes e que permite concluir que “90% dos jovens está a desenvolver uma atividade de acordo com as expectativas adquiridas”. Na plataforma são carregadas ofertas de emprego, seminários, estudos de mercado, informações úteis sobre os mercados, etc.
  • A Sonae, a Bosch e o BNP Paribas são as três empresas que mais estagiários do Inov Contacto contrata. Segundo Maria João Bobone há empresas que só contratam se o colaborador tiver essa experiência no currículo.

  • A Sonae, a Bosch e o BNP Paribas são também as empresas que mais estágios proporcionam no âmbito do programa. O que explica os números de que 40% dos estagiários são contratados.

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Subir IRC em 2018? Ministro responde com estabilidade fiscal para as empresas

Apesar de BE e PCP quererem aumentar os impostos sobre as empresas, o ministro da Economia garante que o Governo está a trabalhar num cenário de "estabilidade fiscal" para os empresários portugueses.

Manuel Caldeira Cabral garante que o Orçamento do Estado para 2018 está a ser elaborado com o objetivo de ter “estabilidade fiscal” para as empresas. Questionado pelo ECO, à margem da apresentação de um relatório sobre a competitividade do país, sobre se o Governo vai agravar os impostos das empresas, o ministro da Economia não respondeu diretamente, mas deixou claro que não trabalha nessa sentido. BE e PCP querem agravar o IRC para compensar o alívio fiscal no IRS e o próprio primeiro-ministro afirmou que se o OE for mais longe nos escalões terá de haver subida de impostos.

O que houve nos últimos dois Orçamentos foi um desagravamento fiscal e o que tem havido na generalidade dos impostos é uma estabilidade fiscal“, afirmou Caldeira Cabral, à margem da apresentação do Relatório Global de Competitividade, lançado pelo Fórum Económico Mundial — ranking onde Portugal subiu quatro posições, ainda que a opinião dos empresários nacionais tenha piorado. Questionado pelo ECO sobre se consegue garantir às empresas que não subirá os impostos no próximo ano, o ministro da Economia afirmou apenas que o Governo trabalha no sentido de manter estáveis os impostos atuais.

É nesse sentido [da estabilidade fiscal] que estamos a trabalhar e é um enorme contraste com o que aconteceu no período anterior em que houve fortíssimos agravamentos fiscais muito penosos quer para as empresas quer para os trabalhadores”, argumentou Caldeira Cabral. Contudo, esta possibilidade foi levantada recentemente pelos parceiros parlamentares do Executivo: na passada sexta-feira, o Jornal Económico revelou que BE e PCP querem um aumento da derrama estadual aplicada às empresas com maiores lucros.

A proposta dos dois partidos vai no sentido de aumentar a derrama estadual para as empresas com rendimento tributável superior a 35 milhões de euros — o escalão mais elevado do IRS — dos atuais 7% para 9%. Segundo bloquistas e comunistas, esta proposta teria um “contributo importante”, superior a 100 milhões de euros, valor que seria assim aplicado no alívio fiscal do IRS.

Acresce que esta quarta-feira, em entrevista ao Correio da Manhã, António Costa admitiu que se o Governo tiver de ir mais além no IRS — inicialmente tinha proposto um alívio fiscal de 200 milhões de euros –, essa despesa terá de ser compensada com a subida de impostos ou a execução de menor despesa noutras áreas. O primeiro-ministro acrescentou até que um alívio maior nos escalões deixa menor margem para o descongelamento das carreiras da função pública, outra das medidas que está em cima da mesa nas negociações do Orçamento do Estado para 2018.

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Jorge Rebelo de Almeida é o convidado do ECO24 esta noite na TVI24

  • ECO
  • 27 Setembro 2017

Chairman de um dos grupos líderes da hotelaria em Portugal é o convidado do ECO24, a partir das 23h na TVI24. Estes são as seis ideias de Jorge Rebelo de Almeida a recordar antes da entrevista.

Quase três décadas depois do primeiro empreendimento turístico do Vila Galé, Jorge Rebelo de Almeida, presidente desse grupo hoteleiro, ainda faz questão de escolher a cor dos cortinados de cada novo hotel. Em Portugal e no Brasil, já se contam 27 unidades. Em 2016, só cá dentro, o grupo hoteleiro ultrapassou os 93,6 milhões de euros em receitas (ultrapassando a previsão em 20 milhões de euros). O bom senso e a responsabilidade continuam a ser, segundo o empresário, as suas principais linha mestras. Hoje, no Dia Mundial do Turismo, Jorge Rebelo de Almeida é o convidado do ECO24, programa de economia do ECO em parceria com a TVI24, a partir das 23h. Estes são os seis pontos que deve recordar antes da entrevista.

  1. O turismo explodiu mesmo?

    No verão de 2016, o Vila Galé atingiu uma ocupação média acima dos 90%, representando um crescimento de quatro pontos percentuais face ao ano anterior. Jorge Rebelo de Almeida diz que o turismo está a mobilizar o país e, melhor, a trazer uma nova vida aos centros urbanos. A recuperação do património histórico português é uma das vantagens desse movimento apontadas pelo presidente do grupo.

    O Web Summit, conferência sobre tecnologia realizada anualmente em Lisboa, pode não ter concretizado as expectativas relativas à taxa de ocupação dos hotéis, mas encheu a capital animação. As transportadoras aéreas low cost podem ter trazido sobretudo turistas com mais ou menos dinheiro, mas encheram as cidades (Lisboa e Porto, principalmente) de jovens. São esses visitantes que daqui a 10 anos voltarão a Portugal, reforça Jorge Rebelo de Almeida. Ao primeiro-ministro português já elogiou “a capacidade negocial, o espírito positivo e a energia boa”, mas reforça que ainda falta “uma série de coisas”, reporta o Dinheiro Vivo.

  2. Defensor do alojamento local

    Ao contrário da maioria dos hoteleiros portugueses, Jorge Rebelo de Almeida reconhece valor no alojamento local. Para o empresário, sem essa oferta, os recordes consecutivos que o setor do turismo tem vindo a registar não seriam possíveis. Não defende quotas e elogia a reabilitação urbana impulsionada por este tipo de negócio. Recomenda equilíbrio àqueles que apostam neste tipo de acomodação e investimento na diferenciação pela positiva aos hoteleiros. Ao ECO, já adiantou que o grupo Vila Galé não se irá aventurar no segmento do alojamento local.

  3. Apoiante da revitalização do interior

    “Quando há turismo em força, em Lisboa, temos de empurrá-lo para fora da cidade”, disse, no final de 2016, Jorge Rebelo de Almeida ao Dinheiro Vivo. Faz, portanto, parte da ambição do grupo Vila Galé investir em zonas do país com menor rentabilidade e visibilidade, como o interior, criando, consequentemente, emprego e riqueza.

  4. “Os empatas”

    Qual o maior entrave ao desenvolvimento e ao investimento em Portugal? “Gente que tem um prazer tremendo em não só não fazer, como não deixar os outros fazerem coisas”, assinalou Jorge Rebelo de Almeida, em dezembro, no ECO.

    O empresário defende que a desburocratização anunciada, nos últimos tempos, não passa de uma “fantasia”. A sua confiança no Simplex, programa de facilitação legislativa e administrativa para cidadãos e empresas, não goza, por isso, de muita saúde. Reconhece alguns benefícios à iniciativa, mas esclarece que “as complicações” não tardam a multiplicarem-se.

  5. Portugal, um país verde

    Para o presidente do grupo Vila Galé, o futuro do turismo português passa pela aposta na proteção do ambiente. Fazer de Portugal um país verde, um destino saudável é a recomendação de Jorge Rebelo de Almeida. O empresário tem mesmo vontade de revitalizar o turismo equestre.

  6. Prossiga com cautela

    Há condições para, a médio prazo, os hotéis melhorarem os seus preços, realça Jorge Rebelo de Almeida. O empresário português recomenda, contudo, cautela: “Toda a gente começa a fazer contas e a achar que o limite é o céu, porque acha que o turismo é um negócio maravilhoso. O negócio é bom para quem o saiba fazer”. Bom senso e os pés bem assentos na terra são, por isso, duas das características que o presidente diz que o grupo Vila Galé mantém.

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Pedro Soares dos Santos: “Investimos 550 milhões em Portugal em cinco anos”

Pedro Soares dos Santos diz que "acredita em Portugal". Por isso, e depois de muitos milhões investidos no país, diz que quer continuar a fazê-lo. O centro logístico de Valongo é uma prova disso.

A Jerónimo Martins tem investido milhões de euros no seu crescimento, tanto a nível nacional como internacional. Só em Portugal foram investidos 550 milhões de euros nos últimos cinco anos, diz o presidente executivo da dona do Pingo Doce, Pedro Soares dos Santos, na inauguração do novo centro logístico do grupo, em Valongo, que custou 75 milhões.

“Acreditamos no potencial de Portugal. Investimos 550 milhões de euros entre 2012 e 2016”, referiu Pedro Soares dos Santos. “E é um investimento que é feito por uma empresa sem dívida“, salientou, na inauguração do centro logístico localizado no norte do país, que ocupa um espaço de 100 mil metros quadrados, conta com 450 colaboradores diretos e cerca de 300 indiretos, num total de 750.

Continuando na senda dos investimentos, Pedro Soares dos Santos anunciou ainda a construção de uma nova unidade fabril em Valongo. “Vamos abrir uma fábrica de massas frescas aqui [em Valongo]”, frisou o presidente executivo do grupo.

“Para já não temos mais dados sobre este novo investimento que vamos realizar,” disse fonte oficial da Jerónimo Martins, ao ECO. O novo investimento, que ainda não tem data para avançar, deverá ficar dentro do perímetro industrial do centro de logística do grupo, em Alfena no concelho de Valongo, e deve abastecer cerca de 100 lojas, à semelhança do investimento que o grupo tem realizado na Azambuja, numa outra unidade fabril para a produção de massas frescas e que emprega 60 pessoas.

“O maior e mais moderno” centro logístico do grupo, de acordo com a empresa que detém a rede de supermercados Pingo Doce, custou 75 milhões de euros, sendo um exemplo da aposta do grupo em Portugal. “A família [Soares dos Santos] está em Portugal. Queremos crescer em Portugal”, referiu Alexandre Soares dos Santos que abriu a cerimónia da inauguração do centro, que contou com a presença do primeiro-ministro, António Costa.

[Investimentos da Jerónimo Martins] são sinal de confiança no país e na nossa economia

António Costa

Primeiro-ministro

Ainda assim, “vamos expandir nos próximos dois, três anos para outros lugares“, adiantou Soares dos Santos, sem especificar a que geografias se referia.

“A minha família não vende, a minha família está em Portugal, queremos crescer e queremos crescer no mundo,” frisou ainda o patriarca.

António Costa, por seu turno, enalteceu os investimentos realizados pela Jerónimo Martins que classificou como um “sinal de confiança no país e na economia“. Sobre o processo de internacionalização da Jerónimo Martins, Costa frisou que o grupo está presente num mercado de 100 milhões (Portugal, Polónia e Colômbia) mas não desvalorizou o mercado nacional.

“Não temos que escolher entre valorizar o mercado interno ou internacionalizar. Temos de nos internacionalizar sem deixar de valorizar o nosso próprio mercado interno”, disse António Costa.

Nova imagem corporativa da Jerónimo Martins

A empresa de distribuição anunciou também esta manhã, em Valongo, a mudança da imagem corporativa do grupo, numa altura em que celebra 225 anos. A nova identidade foi desenvolvida pela agência britânica The Partners e será utilizada em Portugal, Polónia e Colômbia. A imagem da empresa — que não era alterada há 14 anos, altura em que o grupo estava apenas presente na Polónia — está agora mais focada no universo alimentar.

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Paulo Macedo: CGD está mais digital, mas “há imenso por fazer”

O líder da CGD afirmou que "é irrealista" a ideia de que é possível tratar todos os clientes da mesma forma. Ainda assim, a CGD está mais digital, embora haja caminho a percorrer.

Paulo Macedo, presidente da comissão executiva da Caixa Geral de Depósitos (CGD), disse esta quarta-feira que o banco público já fez “um caminho muito significativo” perante a transformação digital, mas reconheceu que a instituição terá de continuar a “fazer um grande esforço” para dar “mais comodidade” e mais funcionalidades aos clientes. “Há imenso por fazer e precisa de ser feito rapidamente”, apontou o gestor.

Num painel sobre a economia digital em Portugal, inserido no congresso anual da APDC, Paulo Macedo indicou que, hoje, um estudante é capaz de abrir uma conta na CGD através da internet “em cinco minutos” e sem ter de preencher os dados pessoais, que são fornecidos pela Direção-Geral do Ensino Superior. Agora, o desafio é alargar esta opção a todos os clientes e não só aos estudantes universitários, reconheceu também.

Paulo Macedo lembrou ainda que a CGD lançou recentemente um simulador de crédito à habitação e que existe “um compromisso forte de cortar o período entre a simulação e a escritura”. A meta são dez dias, no máximo. E acrescentou: “Temos de ser mais ambiciosos: dar mais funcionalidades às pessoas. Porque é que não podemos dar uma certidão de registo predial [online]? Ou uma matriz predial?”

O líder da Caixa considerou também que, dentro da empresa, “a digitalização é indispensável para redução de custos e maior eficiência, mas com papel decisivo de reduzir o número de tarefas repetitivas”. Desde logo, o “carregamento de garantias” é já “feito de forma muitíssimo mais eficiente e eficaz” com recurso a robôs — algoritmos e software. O registo de insolvências, por exemplo, passou a ser feito em minuto e meio, ao invés dos 20 minutos que um humano levaria a concluir o processo.

“Estamos focados em dar uma melhor experiência ao cliente”, sumarizou Paulo Macedo.

O digital “vai afetar todos os clientes”

Paulo Macedo mostrou não estar esquecido dos “clientes mais idosos” do banco público, mas foi perentório: a velocidade da transformação digital faz com que ela vá “afetar todos os clientes”, mais tarde ou mais cedo. “A questão da velocidade é fator crítico de sucesso. É nós percebermos que temos de acompanhar esta velocidade, surfá-la”, atirou.

Ao mesmo tempo, e mais à frente na intervenção, o gestor da CGD defendeu: “Nós hoje, achar que podemos servir todos os clientes da mesma maneira é irrealista.” E concluiu: “A nossa preocupação é termos múltiplos processos na área do digital”, disse, reiterando que, enquanto líder do banco público, se obriga a ser “um insider de todo este processo”.

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BCE dá luz verde à fusão de bancos na Europa

  • Lusa
  • 27 Setembro 2017

"São necessários bancos corajosos que queiram conquistar novos territórios", avança o BCE. Em causa poderá estar a queda ou a fusão dos bancos mais fracos.

A presidente do conselho de supervisão do BCE, Danièle Nouy, defendeu hoje as fusões de bancos, a nível “nacional ou melhor além-fronteiras”, para reduzir o número de instituições de crédito que operam na Europa.

Na opinião de Nouy, o setor bancário europeu tem de ter um tamanho “adequado” para a economia e face à situação atual e à forte concorrência “nem toda a gente pode ganhar”.

Nouy – que falava em Madrid num encontro sobre o setor financeiro organizado pelo jornal espanhol Expansión – acredita que alguns bancos têm de sair do mercado, seja por deixarem de existir ou através de fusões com outros bancos, sejam dos seus próprios países ou de outros Estados, o que daria lugar a fusões além-fronteiras.

“São necessários bancos corajosos que queiram conquistar novos territórios”, afirmou a responsável do BCE, sublinhando que a consolidação das entidades deve ser deixada “às forças de mercado” sem qualquer intervenção dos supervisores.

Contudo, Nouy reconheceu que os supervisores podem ajudar a criar as condições de mercado, por exemplo, contribuindo para reduzir a incerteza sobre a qualidade dos ativos bancários.

A principal ideia exposta pela presidente do conselho de supervisão do BCE é a de que pode haver problemas em “muitos bancos” se houver algumas entidades débeis, porque a grande concorrência leva a que os benefícios do setor sejam mais baixos e aumente as dificuldades para gerar capital.

Em última instância, a existência de “entidades débeis” podem acabar por minar a estabilidade do sistema financeiro no seu conjunto e da economia, se se mantiverem os níveis de endividamento muito altos pela dependência do crédito, que chega a converter-se numa “droga”, e superarem o Produto Interno Bruto (PIB).

A defesa das fusões entre bancos pela responsável do BCE surge depois de vários anos de consolidação do setor, que fizeram com que o número de entidades se tenha reduzido significativamente.

Mesmo assim, os ativos totais do setor bancário na Europa em 2012 equivaliam a 314% do PIB da região e agora representam 280% do PIB, ainda muito acima da percentagem de 88% do PIB nos Estados Unidos.

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Balsemão vai ser conselheiro externo do presidente da Assembleia-Geral da ONU

  • Lusa
  • 27 Setembro 2017

Balsemão será o único português na lista de conselheiros externos do novo presidente da Assembleia-Geral da ONU, Miroslav Lajcák.

O antigo primeiro-ministro Francisco Pinto Balsemão vai ser um dos conselheiros externos do novo presidente da Assembleia-Geral (AG) da Organização das Nações Unidas (ONU), Miroslav Lajcák.

Segundo o comunicado enviado às redações, Balsemão “será o único português na lista de conselheiros externos do novo presidente da AG da ONU”.

A lista dos quinze Conselheiros Externos de Lajcák foi anunciada em Nova Iorque.

Além de Francisco Pinto Balsemão, farão também parte personalidades como José Ramos-Horta, antigo presidente de Timor-Leste, Carl Bildt, antigo primeiro-ministro da Suécia, António Patriota, antigo ministro das Relações Externas do Brasil, ou Irina Bokova, diretora-geral da UNESCO.

O antigo ministro dos Negócios Estrangeiros de Singapura Kishore Mahbubani, a ministra das Relações Exteriores da Argentina, Susana Malcorra, e o antigo ministro dos Negócios Estrangeiros da Indonésia Marty Natalegawa são outras das personalidades que integram a lista.

A primeira reunião dos conselheiros externos do presidente da AG da ONU está agendada para 6 de outubro, em Nova Iorque.

O mandato de Miroslav Lajcák começou em setembro e tem a duração de um ano.

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Grupo que detém Correio da Manhã obtém licença para operar plataforma de jogos e apostas online

  • Lusa
  • 27 Setembro 2017

Comunicado da Cofina foi divulgado pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários.A licença é válida pelo prazo inicial de três anos.

O grupo Cofina anunciou esta quarta-feira ter obtido da Comissão de Jogos do Turismo de Portugal licença para exploração por três anos de jogos de fortuna ou azar na plataforma na Internet www.nossaaposta.pt.

Detida em 40% pela Cofina Media, que por sua vez é integralmente detida pela Cofina SGPS, a sociedade ‘A Nossa Aposta – Jogos e Apostas Online’ é apresentada como “uma plataforma que assenta na inovação, entretenimento e responsabilidade social”, num comunicado da Cofina hoje divulgado pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

A licença – cuja atribuição foi deliberada pela Comissão de Jogos do Turismo de Portugal em reunião realizada na passada sexta-feira – “é válida pelo prazo inicial de três anos, contado a partir da data da sua emissão, caducando em 21 de setembro de 2020, caso não seja prorrogado, nos termos e condições previstos no Regime Jurídico dos Jogos e Apostas Online (RJO)”, lê-se no comunicado.

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Médicos formalizam greve a partir de 11 de outubro

  • Lusa
  • 27 Setembro 2017

FNAM formalizou a greve anunciada para ter início no dia 11 de outubro na região norte. Esta é a primeira de uma série de greves rotativas em três regiões.

A Federação Nacional de Médicos (FNAM) formalizou esta quarta-feira a greve anunciada para ter início no dia 11 de outubro na região norte, em protesto por menos horas de trabalho extraordinárias e outras reivindicações.

Numa nota enviada à Lusa, a FNAM divulgou hoje o pré-aviso de greve na região norte, a primeira de uma série de greves rotativas em três regiões e que culminará numa paralisação total em 8 de novembro, abrangendo hospitais, centros de saúde, todos os serviços de saúde do Estado e privados.

De uma lista com 25 reivindicações, destaca-se a diminuição do trabalho suplementar nas urgências de 200 para 150 horas anuais, turnos de urgência de 12 horas, em vez de 18, e listas de doentes mais pequenas, descendo dos atuais 1900 para 1550.

As greves regionais começam em 11 de outubro na região norte, seguindo-se a região centro em 18 de outubro e a região sul em 25 de outubro, antes da paralisação nacional a 8 de novembro.

Os sindicatos médicos têm estado em negociações com o Ministério da Saúde em várias matérias, avisando várias vezes que, se a postura do Governo se mantivesse, avançariam para uma nova greve nacional depois das eleições autárquicas, a segunda este ano, após a paralisação de maio.

Os serviços mínimos serão equivalentes aos que funcionam aos domingos e feriados e estão garantidos serviços como quimioterapia, diálise ou cuidados paliativos, segundo

O bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, afirmou na terça-feira à Lusa que acredita num entendimento entre os médicos e o Ministério da Saúde, apelando ao ministro para que “chegue a um entendimento” com os sindicatos.

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Portugal ganha competitividade. Opinião das empresas piora

A competitividade da economia portuguesa melhorou face aos restantes países, ultrapassando até Itália. No entanto, a opinião dos empresários portugueses inquiridos piorou significativamente.

Os principais fatores problemáticos apontados pelos empresários portugueses no Ranking de Competitividade 2017 do Fórum Económico Mundial pioraram ainda mais em 2017. Porém, no panorama geral, Portugal conseguiu melhorar a sua posição relativa: a economia portuguesa avançou quatro posições, ultrapassando inclusive Itália e alargando a vantagem perante a Grécia. Ainda assim, fica mal na fotografia face à maior parte das economias europeias.

A falta de eficiência da burocracia do Estado, os impostos — apesar de a carga fiscal ter diminuído –, a “restritiva” legislação laboral e o acesso ao financiamento foram os quatro problemas que pioraram, face ao ano passado, na análise dos 140 empresários portugueses inquiridos. A opinião interna, no global, piorou face ao ano passado mas há duas áreas onde os executivos notam progresso: a legislação fiscal e a instabilidade de políticas públicas.

O resultado dos inquéritos aos empresários pesam 75% da ponderação para o índice de competitividade global cujo relatório do Fórum Económico Mundial foi apresentado esta quarta-feira. Ainda assim, Portugal conseguiu a proeza de não ser ultrapassado por nenhum país, tendo inclusive superado a Itália neste ranking de 137 países. Entre as principais melhorias face a 2016 registaram-se na estabilidade macroeconómica (inclui PIB, défice, dívida, poupança — subiu 15 lugares), na eficiência do mercado de trabalho, a saúde, a educação e as infraestruturas. Estes são os indicadores estatísticos que pesam os restantes 25% na ponderação.

Contudo, a comparação europeia continuar a deixar Portugal com má imagem. Ainda que tenha ultrapassado a economia italiana, a economia portuguesa continua a ser menos competitiva do que a espanhola, irlandesa, francesa e a alemã. Apesar de comparar ombro a ombro em áreas como as infraestruturas, saúde, educação, eficiência do mercado de bens, inovação e maturidade tecnológica, ainda há fatores a penalizar significativamente a competitividade do pais: o elevado rácio de dívida pública, a fraca solidez da banca nacional e a falta de flexibilidade do mercado de trabalho.

Além disso, a dimensão do mercado português piorou a sua posição face aos restantes países. O mesmo aconteceu com o crédito bancário, a inovação, a entrada na educação primária e a eficiência nas disputas legais. Por outro lado, Portugal conseguiu melhorar significativamente, em comparação como os outros países, na regulação dos mercados, na qualidade das escolas de gestão, no Orçamento do Estado (subiu 41 lugares), na despesa do Estado, na formação especializada e na remuneração e produtividade.

Caldeira Cabral compreende preocupações dos empresários

Questionado pelo ECO sobre o resultado do inquérito aos empresários, o ministro da Economia admitiu que ainda existem problemas por resolver, nomeadamente a burocracia. “O que esperamos é que os empresários também contribuam com sugestões porque o programa Simplex do ano passado e deste ano beneficiaram muitíssimo dos contribuintes e das sugestões dos empresários“, apontou Caldeira Cabral, assinalando que, na sua opinião, a avaliação da competitividade pelos empresários portugueses “melhorou muito”.

“Portugal atinge um melhor score, o melhor resultado desde 2007, depois de em muitos anos ter piorado, melhora quatro posições no ranking”, argumentou o ministro da Economia. Ainda assim, há trabalho a fazer, nomeadamente ao nível do financiamento das empresas: “o financiamento, onde de facto as empresas portuguesas ainda reconhecem ter problemas, é uma área em que há uma enorme melhoria este ano”. Além disso, a aposta do Governo passa pela internacionalização, a inovação e a economia digital.

Quem é o mais competitivo?

Os países que dominam continuaram praticamente inalterados durante os últimos anos. A Suíça, por exemplo, tem vindo a dominar o pódio dos países mais competitivos do mundo. Habitualmente, o segundo lugar tinha sido ocupado por Singapura, mas os Estados Unidos ultrapassaram este ano. Na Europa, a Holanda foi progressivamente melhorando a sua posição, tendo chegado ao quarto lugar em 2016, mantendo-o em 2017. A Alemanha completa o top cinco.

Hong Kong saltou da nona posição para a sexta posição de 2016 para 2017. Seguem-se a Suécia, o Reino Unido, o Japão e a Finlândia. Espanha, com quem Portugal é comparado frequentemente, ficou em 34º lugar, tendo descido duas posições. À frente de Portugal estão países como Israel, os Árabes Unidos, a Áustria, a Malásia, o Qatar, a Estónia, a Arábia Saudita, a República Checa, a Tailândia, o Chile, o Azerbaijão, a Indonésia, Malta, Rússia e a Lituânia.

Este estudo é elaborado, a nível nacional, em parceria entre o Fórum de Administradores e Gestores de Empresas e pela Associação para o Desenvolvimento da Engenharia e a AESE Business School. A metodologia do Fórum obriga que a amostra seja diversificada, seja ao nível da dimensão das empresas, dos setores e da dispersão geográfica. Ao todo são ponderados 118 critérios. O inquérito português reuniu 140 participações, menos do que as 220 de 2016, mas o rácio entre a população e os inquiridos continua a ser superior à maior parte dos países. A ponderação final é uma média móvel de dois anos.

(Atualizado às 14h40 com declarações do ministro da Economia)

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Esperança média de vida aumentou para 80,62 anos. Mulheres vivem mais tempo

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 27 Setembro 2017

Os homens podem esperar viver até aos 77,62 anos e as mulheres até aos 83,33 anos. É no Norte que se registam os valores mais elevados para o total da população.

Os portugueses vivem cada vez mais tempo. A esperança média de vida aumentou para 77,61 anos no caso dos homens e para 83,33 anos no caso das mulheres no triénio 2014-2016.

Os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) publicados esta quarta-feira revelam ainda que em causa está um ganho de 1,44 anos para os homens e de 1,14 anos para as mulheres face aos valores estimados para 2008-2010.

“À nascença, a esperança de vida continua a ser superior para as mulheres; mas a diferença para os homens tem vindo a diminuir, sendo agora de 5,72 anos (face a 6,02 em 2008-2010)”, indica o destaque do INE relativo às tábuas de mortalidade.

Para o total da população, a esperança de vida à nascença foi estimada em 80,62 anos. É na região Norte que se verificam os valores mais altos tanto para o total da população (80,99 anos) como para os homens. No caso das mulheres, o valor mais elevado regista-se no Centro (83,66 anos).

A maior diferença entre homens e mulheres verifica-se nas regiões autónomas da Madeira e dos Açores, “onde as mulheres podem esperar viver em média, respetivamente, mais 7,45 anos e mais 7,03 anos do que os homens”, indica o INE.

A esperança de vida aos 65 anos aumentou para 19,31 anos para o total da população no triénio em análise. É com este dado que o Governo tem vindo a calcular o fator de sustentabilidade a aplicar às novas pensões antecipadas — o valor para 2017 foi conhecido no final de 2016, quando o INE publicou os dados provisórios. Porém, o Executivo já anunciou a intenção de acabar com o fator de sustentabilidade, começando pelos trabalhadores com carreiras contributivas muito longas.

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