Semapa desliza. EDP Renováveis castiga bolsa de Lisboa

O PSI-20 fechou a cair 0,10% para 5.617,8 pontos, pressionado pelas queda da Semapa numa sessão em que a EDP Renováveis cedeu 1%. A Galp Energia impediu uma queda mais expressiva.

A bolsa nacional encerrou em queda pela segunda sessão consecutiva. A pressionar o principal índice bolsista nacional, que acompanhou o desempenho das restantes praças europeias, estiveram os títulos da Semapa, da EDP e da EDP Renováveis, um dia depois de a CMVM ter informado que uma nova OPA pode passar à frente da oferta lançada pelos chineses da CTG.

O PSI-20 fechou esta sessão a perder 0,10% para 5.617,8 pontos, à semelhança dos índices do Velho Continente: o Stoxx 600 recuou 0,26% para 386,06 pontos, assim como o espanhol Ibex-35 que deslizou 0,38% para 9.716,5 pontos. A acompanhar a tendência esteve ainda o francês CAC-40, que perdeu 0,56% para 5.417,07 pontos.

A empurrar o índice nacional para terreno negativo estiveram duas das cotadas do setor energético, com principal destaque para a EDP Renováveis que desvalorizou 1% para 8,89 euros, um dia depois de a CMVM ter vindo esclarecer que uma nova oferta pública de aquisição pode ser registada antes da oferta da China Three Gorges. A pressionar estiveram ainda os títulos da EDP, que deslizaram 0,06% para 3,45 euros.

As perdas também se estenderam à Semapa, que teve a maior queda desta sessão: 2% para 22,05 euros, e ainda aos CTT, que recuaram 1,15% para 2,92 euros, um dia depois de se saber que a empresa terá critérios de qualidade mais exigentes na prestação do serviço público do correio. Destaque ainda para as ações da Nos, que caíram 0,42% para 4,78 euros, numa sessão que ficou marcada pela queda de oito cotadas.

A impedir uma maior queda do PSI-20 esteve o BCP, que se manteve acima da linha de água e subiu 0,04% para 0,26 euros, assim como a REN, cujos títulos avançaram 0,73% para 2,48 euros. Por sua vez, a maior subida desta sessão coube à Corticeira Amorim: 1,08% para 11,28 euros.

Destaque ainda para os títulos da Galp que subiram 0,65% para 16,94 euros, num dia em que o barril de Brent está a cotar nos 73,26 dólares, numa subida de 0,45%.

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Deco faz queixa à ANAC por “prática comercial desleal” na Ryanair

  • Lusa
  • 19 Julho 2018

A Deco fez queixa à ANAC contra a Ryanair por "prática comercial desleal" devido à venda de passagens aéreas após o pré-aviso de greve sem a informação necessária.

A Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor (Deco) fez queixa à Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC) contra a companhia aérea Ryanair por “prática comercial desleal” devido à venda de voos após o pré-aviso de greve.

“Por considerarmos que havia uma prática comercial desleal, denunciámos a situação junto da ANAC, que é, não só, o organismo nacional de execução no que diz respeito ao cumprimento do regulamento comunitário, como tem também competências de fiscalização perante práticas comerciais desleais”, afirmou, esta quinta-feira, em declarações à agência Lusa a jurista da Deco Rosário Tereso.

Além disso, “vamos contactar a Ryanair para mostrar as nossas preocupações”, acrescentou.

Em causa está o facto de a Deco ter verificado que, “já após o pré-aviso de greve, a Ryanair continuou a vender bilhetes ocultando informação que seria essencial sobre esse mesmo pré-aviso de greve”, explicou Rosário Tereso.

“Ainda no dia 17 de julho [terça-feira] a Ryanair mantinha a venda de voos para depois, no dia a seguir, vir a cancelar alguns destes e vir forçar os passageiros a solicitar o respetivo reembolso e até a perder oportunidades interessantes de adquirir bilhetes junto de outras companhias”, exemplificou.

Nessa altura, a transportadora aérea “já saberia que, com enorme probabilidade, tais voos não seriam operados e o que foi verificado é que uma grande parte destes voos veio a ser cancelada”, notou Rosário Tereso.

“Esta conduta, na nossa perspetiva, configura uma prática comercial desleal porque a empresa omitiu uma informação essencial aos passageiros, podendo eles ter conseguido evitar uma decisão de compra de bilhete que não teriam tomado caso tivessem sido informados atempadamente”, reforçou.

Os sindicatos que representam a tripulação de cabine da transportadora irlandesa convocaram para 25 e 26 de julho uma greve em Espanha, Portugal, Itália e Bélgica. A paralisação em Itália só se realizará no primeiro dos dois dias.

Os trabalhadores exigem que a companhia aérea de baixo custo, entre outras coisas, passe a respeitar os direitos dos trabalhadores em cada país em que opera e reconheça os representantes sindicais eleitos, que pretendem negociar um acordo coletivo de trabalho.

Segundo a jurista da Deco, perante este tipo de prática, a Ryanair terá de indemnizar os passageiros que o solicitarem.

“Nestes casos em que a empresa já conhecia antecipadamente e mesmo assim decidiu, por seu risco, continuar a vender os bilhetes, essa situação não configura uma situação extraordinária nos termos do regulamento europeu e, portanto, na nossa perspetiva, é inquestionável o direito à indemnização”, justificou, falando numa “responsabilidade clara da transportadora que, com conhecimento de causa, manteve a venda dos bilhetes”.

Mas esta não é a única situação que preocupa a Deco relativamente à posição da Ryanair.

“Temos visto com alguma preocupação a conduta que a empresa tem tido perante os seus passageiros e também nalgumas comunicações que tem feito, seja neste caso em concreto, seja em episódios anteriores”, referiu Rosário Tereso, aludindo à falta de informação aos clientes afetados.

Aconselhando os passageiros a reclamar, a jurista da Deco adiantou que, a companhia só não pagará indemnizações se conseguir “provar que o cancelamento não poderia ter sido evitado, ainda que tomadas todas as medidas para o evitar”.

Ao todo, são 300 os voos diários já cancelados na próxima quarta e quinta-feira devido a perturbações provocadas pela greve de tripulantes de cabine em Portugal, Espanha e Bélgica.

Os cancelamentos podem envolver até 50 dos mais de 180 voos diários operados pela Ryanair de e para Portugal (27%), estima a companhia.

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CGD já revelou os seis critérios para fechar os 70 balcões

Balcões separados por poucos quilómetros, em zonas com menos população ou que não sejam rentáveis. São apenas alguns dos critérios utilizados pelo banco estatal para fechar as agências.

Pouco rentável, perto de outras agências, localizados em zonas de menor densidade populacional e com uma distância de até 25 quilómetros entre agências. Estes são alguns dos critérios usados pela CGD para escolher quais os balcões a fechar em todo o país, de acordo com uma resposta das Finanças a uma questão colocada pelo Bloco de Esquerda. São cerca de 70 agências a encerrar até ao final do ano, processo que tem sido alvo de críticas das populações, autarquias mas também dos partidos, da esquerda à direita.

“O movimento de encerramento de balcões começou mais tarde na CGD que nos seus concorrentes e, no final deste processo, o banco público continuará a deter a maior rede de agências em Portugal”, afirma o banco liderado por Paulo Macedo através do Ministério das Finanças, em resposta a um requerimento do Bloco de Esquerda.

Neste pedido de esclarecimento enviado por Mariana Mortágua, em junho, a deputada bloquista pediu a Mário Centeno que fosse enviada a lista dos 70 balcões que a CGD quer encerrar até ao final do ano. Contudo, o Ministério das Finanças limitou-se a enumerar os vários critérios usados pelo banco estatal para fechar as agências em todo o país, mantendo-se em silêncio em relação à localização de cada balcão.

Entre os motivos para a escolha das agências a encerrar, no âmbito do programa de recapitalização do banco público, a CGD tem em conta a “reduzida rendibilidade”, balcões nos quais havia um número reduzido de transações, mas também aqueles com agências da Caixa a menos de dois quilómetros, procurando evitar redundâncias.

"O Governo continuará a acompanhar o processo de redimensionamento da rede de balcões da CGD, definido no plano estratégico, para garantir um banco público robusto, viável e acessível a todos os cidadãos e empresas portuguesas.”

Gabinete do ministro das Finanças

Contudo, este perímetro é alargado até aos 25 quilómetros em concelhos de menor densidade populacional e “em que o modelo de acompanhamento de clientes permite manter um acompanhamento adequados dos serviços prestados com minimização da perda de contactos”.

Os seis critérios da CGD para encerrar balcões

  • Reduzida rendibilidade, traduzida em montantes modestos de produto bancário e/ou volume de negócio com pouca expressão, em localidades com fraco crescimento de negócio atual e potencial;
  • Frequência: menor número de transações ao balcão;
  • Proximidade com outras agências (distância inferior a dois quilómetros entre agências);
  • Adaptação do modelo de gestão dos clientes do segmento universitário para uma gestão do relacionamento destes clientes totalmente digitais, que é o que melhor responde às suas necessidades e ao seu modelo preferencial de interação com a CGD;
  • Agências em concelhos de menor densidade populacional e cuja distância à agência mais próxima da CGD é inferior a 25 quilómetros e em que o modelo de acompanhamento de clientes permite manter um acompanhamento adequados dos serviços prestados com minimização da perda de contactos;
  • Situações em que o modelo de negócio se baseia de forma sustentada no negócio de empresas, em que a atividade comercial se exerce junto do cliente e não através de um estabelecimento localizado.

“A maioria das agências a fechar em 2018 está localizada no litoral (55 agências) e, destas, 35 encontram-se nas áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto”, de acordo com a resposta do gabinete de Mário Centeno, sem nunca revelar a lista completa de balcões encerrados. Não há lista, mas conhecem-se pelo menos metade das localizações através dos protestos das populações perante os encerramentos.

“O Governo continuará a acompanhar o processo de redimensionamento da rede de balcões da CGD, definido no plano estratégico, para garantir um banco público robusto, viável e acessível a todos os cidadãos e empresas portuguesas”, garante o Governo na resposta assinada pelo chefe de gabinete do ministro das Finanças.

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Ministério Público abre inquérito a desvio de donativos em Pedrógão Grande

O MP vai investigar os esquemas de desvio de donativos para reconstrução de casas afetadas pelo fogo em Pedrógão Grande, na sequência de um artigo da Visão. Inquérito decorre no DIAP de Leiria.

A Procuradoria-Geral da República abriu um inquérito para investigar os alegados esquemas que terão permitido a alguns proprietários beneficiarem indevidamente de donativos a Pedrógão Grande para obras em casas desabitadas, que não eram de primeira habitação ou que nem sequer foram afetadas pelo incêndio. O caso foi exposto esta quinta-feira pela revista Visão e, em causa, estarão verbas que podem chegar ao meio milhão de euros.

Em resposta ao ECO, a PGR assegura: “Confirma-se a existência de inquérito dirigido pelo Ministério Público, a correr termos no DIAP de Leiria.” A informação para a abertura do inquérito terá sido remetida à PGR pela presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDR), Ana Abrunhosa. A própria já tinha admitido fazê-lo, ao início da tarde, em declarações à Antena 1.

A Visão expôs esta quinta-feira sete casos de proprietários que terão beneficiado indevidamente de apoios à reconstrução de Pedrógão Grande em imóveis de segunda habitação, em casas abandonadas ou mesmo em ruínas que nem sequer foram afetadas pelo fogo de junho do ano passado. À revista, a presidente da CCDR garantiu a transparência do processo de admissão, mas não foi capaz de assegurar que não tenham havido critérios díspares ou intervenções em casos que não correspondessem a habitações permanentes.

Em causa, uma brecha na lei que terá permitido a admissão indevida de pelo menos sete obras a fundos como o Revita, através da alteração da morada fiscal meses após a tragédia. A Visão cita o caso de um proprietário que alterou a morada três meses depois do fogo e outro em que a morada fiscal foi alterada já em fevereiro deste ano. A obra mais cara custou quase 100 mil euros.

(Notícia atualizada às 16h31 com mais informações)

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APEMIP: Nova lei do alojamento local terá “consequências graves”

  • Lusa
  • 19 Julho 2018

APEMIP considera que alterações aprovadas na especialidade à lei do alojamento local vão trazer "consequências graves" aos setores do imobiliário e do turismo.

A Associação dos Profissionais e Empresa de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP) defendeu, esta quinta-feira, num comunicado que as alterações à lei do alojamento local (AL) vão trazer “consequências graves” para os setores do imobiliário e turismo.

As câmaras municipais e as assembleias de condóminos vão poder intervir na autorização de alojamento local (AL), de acordo com o diploma aprovado na quarta-feira pela Assembleia da República, em votação final global, com os votos a favor de PS, BE, PCP, PAN e Os Verdes e contra do PSD e do CDS-PP.

De acordo com o documento, nas áreas de contenção a definir pelos municípios, “o mesmo proprietário apenas pode explorar um máximo de sete estabelecimentos de alojamento local”, critério que apenas se aplica aos estabelecimentos que se instalem após a entrada em vigor da lei, o que acontecerá “60 dias após a sua publicação”.

Segundo o presidente da APEMIP, Luís Lima, citado no comunicado, “algumas das medidas aprovadas, tais como a limitação de sete alojamentos locais por pessoa singular ou empresa e a passagem de poder para os condóminos que poderão opor-se à atividade de AL” vão colocar em causa “uma atividade de contribui em grande parte para a dinamização do imobiliário e turismo” em Portugal.

“Não nos podemos esquecer que foi graças ao alojamento local que grande parte dos centros das cidades de Lisboa e Porto foram reabilitados e regenerados, o que ampliou o interesse e dinamismo destas zonas, criando muito emprego”, vincou.

A nota enviada acrescenta que “este é um tema que gera demasiados populismos e que tem sido o bode expiatório para os problemas habitacionais que se vivem”, elencando que está a ser usado “para encobrir a ineficácia de um mercado de arrendamento que não consegue assumir a importância que deveria ter no panorama habitacional nacional”.

O presidente da APEMIP afirma que os casos em Lisboa e no Porto “não espelham a realidade do resto do país, em que o AL começa a ter uma importância cada vez maior na dinamização económica de algumas cidades, nomeadamente no interior”.

Além da intervenção dos municípios na regulação do alojamento local, o diploma estipula que “não pode haver lugar à instalação e exploração de ‘hostels’ em edifícios em propriedade horizontal nos prédios em que coexista habitação sem autorização dos condóminos para o efeito”.

Luís Lima também declara que o diploma aprovado não teve em conta “a incompatibilização entre vizinhos, que acontece com relativa frequência motivada por uma certa inveja que é genérica da população portuguesa e que poderá influenciar negativamente os negócios de quem investiu, não só no que diz respeito ao próprio negócio de alojamento local, como à possibilidade da venda daquele ativo, que desvalorizará desde logo se houver um impedimento do condomínio para o usar naquele mercado”.

“A perceção desta atividade começa a ser posta em causa, pois quem investiu questiona agora esta mudança das regras a meio do jogo. Este é um assunto que tinha que ser tratado com pinças”, rematou.

AHRESP e ALEP “chocadas” com áreas de contenção

A Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) e a Associação do Alojamento Local em Portugal (ALEP) já se tinham manifestado “chocadas” com as alterações legislativas ao alojamento local, prevendo um retrocesso com impacto negativo para o turismo.

“A criação de zonas de contenção por regulamento municipal, permitindo inclusive às câmaras suspender, de imediato, registos de novos estabelecimentos de alojamento local, sem quaisquer critérios, regras claras e transparentes ou indicadores objetivos, viola de forma flagrante as regras da Diretiva Comunitária de Serviços”, defenderam a AHRESP e a ALEP, em comunicado de imprensa conjunto.

Neste sentido, as associações do setor do alojamento turístico indicaram que esta medida para limitar o alojamento local vai “exatamente no sentido contrário àquelas que são as novas tendências internacionais do turismo e as últimas recomendações da União Europeia sobre como legislar estas novas realidades”.

Para a AHRESP e a ALEP, as alterações aprovadas, na especialidade, ao regime jurídico do alojamento local “criam mais instabilidade e vão condicionar o desenvolvimento desta atividade económica que hoje já representa cerca de 1/3 das dormidas nacionais, que traz rendimento a 33.000 famílias e ajuda a criar milhares de empresas e empregos”.

“Numa altura em que o turismo se afirmou como o motor da economia, em que Portugal conseguiu uma posição de destaque a nível internacional, este diploma representa um retrocesso inexplicável e inaceitável”, declaram as associações do setor do alojamento turístico, indicando que “esta é a pior altura para introduzir medidas e práticas restritivas, criar instabilidade, incerteza e insegurança”, uma vez que certas regiões do país assistem já aos primeiros sinais de abrandamento da procura turística, devido à recuperação de alguns mercados internacionais concorrentes.

Assim, as associações declaram que é “incompreensível” que as propostas aprovadas para alterar o regime do alojamento local promovam “soluções que incentivam o conflito e colocam vizinhos e a comunidade contra os agentes do turismo e contra os próprios turistas”, ao invés de responder aos desafios de abraçar as novas fórmulas de turismo e integrá-las de forma equilibrada na sociedade.

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Já não é só a CGD. Balcão do BPI também ganhou rodas no Alentejo

O balcão do BPI ganhou "rodas". O banco liderado por Pablo Forero apresentou uma carrinha que vai prestar apoio às populações onde não há agências, nomeadamente no Alentejo.

Depois de a Caixa Geral de Depósitos (CGD) ter colocado na estrada carrinhas para responder ao fecho dos balcões em todo o país, agora é a vez de o BPI abrir um “balcão sobre rodas”. O banco liderado por Pablo Forero considera que esta medida vai permitir que a instituição financeira se mantenha próxima dos clientes em localidades onde não existem agências, nomeadamente no Alentejo.

“O Balcão Móvel BPI vai prestar um serviço equivalente a um balcão tradicional com o acompanhamento especializado de um gestor de clientes”, de acordo com um comunicado do BPI.

"O serviço distingue-se por permitir operações com numerário, como depósitos em dinheiro e cheque, troca de notas por moedas além de permitir efetuar pagamentos, transferências, obter informações sobre produtos e serviços, simular e contratar operações de crédito e subscrever produtos de poupança/investimento.”

BPI

De acordo com o banco liderado por Pablo Forero, é o único balcão no mercado que disponibiliza depósitos em numerário e cheque. “O serviço distingue-se por permitir operações com numerário, como depósitos em dinheiro e cheque, troca de notas por moedas além de permitir efetuar pagamentos, transferências, obter informações sobre produtos e serviços, simular e contratar operações de crédito e subscrever produtos de poupança/investimento“, refere.

“Balcão sobre rodas” do BPI vai circular apenas no Alentejo, onde há menos agências do banco liderado por Pablo Forero.

Mas este balcão não vai circular em todo o país, focando-se nas zonas do país onde não há agências, nomeadamente no Alentejo. “O Balcão Móvel BPI vai ter uma rota fixa, no Alentejo, que vai permitir reforçar a proximidade com os clientes e garantir a presença em localidades onde não existem balcões BPI”, explica a instituição financeira detida pelo CaixaBank.

Esta carrinha vai arrancar a partir do mês de agosto no concelho de Santiago do Cacém, no Alentejo. E estará presente em Ermidas do Sado às terças-feiras, em Vila Nova de Santo André às quartas e sextas e no Cercal do Alentejo às quintas.

Contudo, o BPI não é pioneiro nesta medida: o primeiro balcão móvel foi a CGD. Foi no ano passado que as carrinhas do banco liderado por Paulo Macedo se fizeram à estrada ao serviço da população das zonas rurais. Mas optou por não fazer operações em numerário, por uma questão de segurança. Assim como o BPI, apenas se desloca a algumas regiões, nomeadamente à Guarda e Castelo Branco, de acordo com o site da CGD.

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Depois da multa à Google, Trump arrasa Bruxelas: “UE está a aproveitar-se dos EUA, mas não por muito tempo”

Donald Trump arrasou Bruxelas e disse que a UE "está a aproveitar-se" dos EUA com a multa de 4,3 mil milhões de euros à Google, "mas não por muito tempo". Condenação poderá escalar tensões comerciais.

A multa da Comissão Europeia à Google está a ganhar contornos políticos. Esta quinta-feira, o Presidente Donald Trump apontou baterias a Bruxelas: “Eu bem avisei! A União Europeia atirou uma multa de cinco mil milhões de dólares a uma das nossas excelentes empresas, a Google. Eles estão mesmo a aproveitar-se dos Estados Unidos, mas não por muito tempo!”, escreveu o chefe de Estado no Twitter.

A Google foi condenada na União Europeia (UE) a pagar 4,3 mil milhões de euros pela prática de atos anticoncorrenciais com o sistema operativo Android, presente em mais de dois mil milhões de dispositivos móveis em todo o mundo. A multinacional vai recorrer da decisão mas, a efetivar-se, o montante será distribuído pelos Estados-membros em percentagem do que cada país contribui para o orçamento comunitário.

Mas as acusações de Bruxelas terão gerado desconforto na Casa Branca. E o ataque de Donald Trump surge uma semana antes de o Presidente reunir com o líder da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker. A avaliar pela mensagem de Trump, o assunto deverá fazer parte da agenda do encontro e tem potencial para fazer escalar as tensões comerciais entre os Estados Unidos e o bloco.

A União Europeia está a investigar várias multinacionais e suspeita que algumas das maiores tecnológicas norte-americanas não estão a cumprir as regras europeias em matérias concorrenciais ou mesmo fiscais. Concretamente em relação à Google, a Comissão Europeia deu como provadas três práticas anticoncorrenciais assentes no sistema Android, incluindo pagamentos a fabricantes de telemóveis para garantir a exclusividade do sistema nos modelos produzidos.

Numa resposta enviada após o anúncio da decisão, a Google veio rejeitar todas as acusações e garantir que vai recorrer da sentença. “O Android criou mais escolha para todos, não menos. Um ecossistema vibrante, inovação rápida e queda dos preços são sinais clássicos de uma concorrência robusta. Vamos recorrer da decisão da Comissão”, disse ao ECO fonte oficial da empresa.

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Sonae abre sete lojas no Alentejo. Cria 116 postos de trabalho

  • ECO
  • 19 Julho 2018

As lojas que a Sonae vai abrir no novo Beja Retail Park incluem um hipermercado Continente Modelo e uma galeria comercial com as lojas Worten, MO, note!, Well's, ZU e Bagga.

A Sonae vai abrir na sexta-feira sete lojas no novo Beja Retail Park, incluindo um hipermercado, num projeto que criou 116 postos de trabalho e permitirá “reforçar a sua presença” no Alentejo, foi anunciado esta quinta-feira.

O projeto, que abrange uma área total de venda superior a 3.400 metros quadrados no novo Beja Retail Park, situado junto à Estrada das Apolinárias, inclui uma loja hipermercado Continente Modelo e uma galeria comercial com as lojas Worten, MO, note!, Well’s, ZU e Bagga, explica a Sonae, num comunicado enviado esta quinta-feira à agência Lusa.

Segundo a empresa portuguesa, o projeto permitiu “a criação de 116 novos postos de trabalho diretos” em Beja e vai contribuir para “reforçar a presença dos negócios de retalho da Sonae” na região do Alentejo.

“Trata-se de um importante investimento das unidades de retalho da Sonae“, que permitiu “criar mais emprego” e “bem-estar para as comunidades locais” e vai “proporcionar campanhas promocionais especiais para os clientes“, frisa a empresa.

A abertura das novas lojas em Beja “integra-se na estratégia de crescimento dos negócios de retalho da Sonae”, que “aposta na expansão da sua atividade em Portugal, através da oferta aos clientes da melhor proposta de valor do mercado, aliando qualidade e preço”, refere a empresa.

As sete lojas, que vão ser inauguradas e abrir ao público na sexta-feira, beneficiam “dos inovadores formatos de loja das insígnias da Sonae”.

A loja Continente Modelo de Beja “vai oferecer as mais recentes inovações das lojas de nova geração” e “beneficia dos mais avançados” sistemas e equipamentos de frio, climatização e iluminação e de sistemas de gestão de resíduos, “com destaque para as soluções de reciclagem”.

Para “impulsionar a cidadania ambiental junto da comunidade local”, a loja de Beja dispõe de equipamentos de recolha de óleos alimentares usados, pilhas usadas e rolhas de cortiça, que serão posteriormente enviados para reciclagem.

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Dívida, preços das casas e ciberataques são ameaças para a banca europeia, diz o FMI

A banca está a fazer progressos. Mas ainda há obstáculos à recuperação, nomeadamente a dívida elevada, mas também a escalada dos preços das casas. E alerta também para o risco dos ciberataques.

Apesar dos progressos feitos pelos bancos, o Fundo Monetário Internacional (FMI) considera que estes ainda enfrentam vulnerabilidades que podem pôr em causa os esforços feitos para regressar à rentabilidade. Entre os perigos para a estabilidade financeira, a entidade liderada por Christine Lagarde refere o fardo ainda elevado da dívida e a escalada dos preços das casas. Mas dá grande destaque ao potencial impacto dos ciberataques.

“As vulnerabilidades financeiras na Zona Euro continuam a ser significativas”, afirma o fundo liderado por Christine Lagarde, num relatório sobre o crescimento económico da Zona Euro e a resiliência do setor financeiro a possíveis choques.

Entre os riscos apresentados pelo FMI, os ciberataques estão em destaque. “A execução adequada e atempada da estratégia de resiliência a ciberataques é crítica para a estabilidade financeira”, afirma a entidade. E quaisquer lacunas que sejam encontradas neste sentido têm de se “traduzir na adoção de medidas específicas”, defende. O exemplo mais recente aconteceu na Ucrânia, quando vários bancos e grandes empresas do país, incluindo uma companhia elétrica estatal e o aeroporto internacional de Kiev, foram alvo de um ataque informático.

"A execução adequada e atempada da estratégia de resiliência a ciberataques é crítica para a estabilidade financeira.”

Fundo Monetário Internacional

Mas os perigos enumerados pelo FMI não se ficam pelo ciberespaço. O mercado imobiliário é outra das preocupações do fundo, nomeadamente a escalada dos preços das casas. Isto porque uma correção no valor dos imóveis pode por pôr em causa a estabilidade do sistema financeiro e limitar o crescimento das economias da região.

Este equilíbrio pode ser igualmente perturbado pela dívida ainda elevada das famílias e empresas. “Em certos países da Zona Euro, as famílias, empresas não financeiras e governos suportam dívidas elevadas, deixando-os vulneráveis a uma deterioração das condições e limitando as almofadas de capital disponíveis para responder a contingências”, refere o fundo.

O FMI já tinha alertado para a necessidade de vários países terem de avançar com reformas estruturas que travem os elevados níveis de endividamento, mas que também contribuam para o crescimento económico, que pode abrandar — outro perigo para o setor. Na atualização das suas previsões económicas, a instituição reviu em baixa o crescimento dos principais motores europeus — Alemanha, França e Itália — e alertou que uma escalada na guerra comercial poderá “roubar” 0,5% ao PIB mundial até 2020.

Brexit e normalização dos juros são outro perigo

A lista de riscos para o setor financeiro não fica por aqui. A esta juntam-se as dúvidas em torno da saída do Reino Unido da União Europeia, em 2019, refere o fundo.

A incerteza política — sobretudo devido às negociações sobre o Brexit — em conjunto com o aumento do protecionismo vão “diminuir a colaboração política, reduzir o fluxo de capital e liquidez entre países, aumentar a aversão ao risco e pode penalizar a recuperação cíclica”, de acordo com o relatório do FMI.

No mesmo documento, há ainda uma referência ao perigo da normalização da política monetária do Banco Central Europeu (BCE). Para o fundo, a redução das operações de refinanciamento terá maior impacto no custo de financiamento dos bancos, especialmente nas instituições financeiras mais fracas. É, por isso, “importante haver um planeamento cuidadoso na retirada das medidas excecionais no médio prazo”, de maneira a contar os efeitos negativos no setor.

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Desemprego jovem: Portugal é dos que mais recuperou mas ainda está entre os piores

  • Marta Santos Silva
  • 19 Julho 2018

O FMI assinala que, embora a UE tenha recuperado bastante no desemprego jovem, tal não se deve só à criação de emprego, mas também ao desencorajamento e prolongamento dos estudos de milhões de jovens.

Portugal é um dos países onde o desemprego jovem mais recuperou desde a crise, tendo caído mais do que dez pontos percentuais, mas permanece entre aqueles que têm valores mais altos para o desemprego nesta faixa etária. A recuperação, embora tenha sido das mais acentuadas, não bastou para retirar Portugal do fundo da lista, revela esta quinta-feira o Fundo Monetário Internacional (FMI) num relatório sobre as políticas implementadas na União Europeia.

Recentemente, assinalam os responsáveis do FMI, os países da União Europeia têm registado uma queda do desemprego jovem, com “as melhores melhorias (…) a acontecer na Irlanda, Eslováquia, Lituânia, Letónia e Portugal, onde o desemprego jovem caiu mais de dez pontos percentuais”. No entanto, em muitos países as taxas continuam altas, e Portugal está entre os oito com as mais elevadas.

Portugal recuperou mais mas continua em alta

Dados: Eurostat.

Na União Europeia, porém, a queda no desemprego jovem não tem acontecido principalmente pela criação de emprego. O FMI assinala que quase dois terços da recuperação na taxa de desemprego jovem se deve à saída de muitos do mercado de trabalho, seja por estarem desencorajados, seja por apostarem na formação ou educação. São quase três milhões de jovens a menos no mercado de trabalho entre 2008 e 2017, acrescenta o FMI. Só desde 2013, foram criados 300 mil trabalhos mas o desemprego jovem reduziu-se em 900 mil pessoas — ou seja, 600 mil “desapareceram”.

Para onde foram os três milhões desaparecidos?

Há várias razões para a diminuição do número de jovens no mercado de trabalho, que se reflete, por sua vez, na redução do desemprego jovem. Por um lado, assinala o relatório do FMI, o número de jovens diminuiu devido a uma imigração menor para os países europeus na consequência da crise económica. Por outro lado, muitos jovens decidiram dedicar-se à educação e formação. “A proporção de jovens na educação aumentou cinco pontos percentuais desde 2008, para chegar aos 57% em 2017”, assinalam os técnicos do FMI.

Desemprego jovem tardou a recuperar na UE

Portugal também continua a ser um dos países com taxas mais altas de jovens que não estão empregados nem em formação ou educação, assinala o FMI, juntamente com os restantes sete países com a taxa mais alta de desemprego jovem (a Bélgica, o Chipre, a Finlândia, a França, a Grécia, a Itália e Espanha). Em conjunto, o número de jovens apelidados “nem nem” nestes países ascende a uma taxa de 14,1%.

O que dificultou a recuperação do emprego jovem mesmo à medida que a taxa geral de emprego aumentava? O estudo do FMI mostra que a maior parte dos empregos disponíveis para os jovens eram em regime de part-time. Para além disso, os jovens quase só tinham acesso a contratos com termo certo ou de trabalho temporário, o que os deixava mais vulneráveis a choques económicos do que os adultos.

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FMI alerta para “forte valorização dos preços dos imóveis” em Portugal

A instituição liderada por Christine Lagarde refere que, em certas zonas de Portugal, a procura já é superior à oferta. O turismo continua a ser o principal impulsionador.

Cada vez é mais difícil comprar casa, principalmente devido aos preços que não param de subir. Já foram várias as entidades a alertar para este rápido aceleramento dos preços dos imóveis e, desta vez, o Fundo Monetário Internacional (FMI) deixa um aviso: há algumas zonas do país onde se vê uma “forte valorização” dos preços, impulsionada pelos desajustes entre a oferta e a procura.

“Certas vulnerabilidades financeiras podem estar a surgiu em alguns bolsos. Há lugares — como por exemplo Luxemburgo, algumas cidades alemãs e outras zonas em Portugal e na Holanda –, onde os desajustes entre a procura e a oferta estão a impulsionar uma forte valorização dos preços dos imóveis residenciais e comerciais“, lê-se no Relatório do FMI, publicado esta quinta-feira.

De acordo com o mesmo documento, a instituição liderada por Christine Lagarde notou “riscos de sobreaquecimento em vários países da União Europeia (UE)”, com destaque para os preços dos imóveis em 15 países, não especificando quais.

Esta não é a primeira vez que o FMI alerta para as subidas do mercado imobiliário português. No final de maio, a instituição deixou nove alertas e três elogias a Portugal, referindo que é importante ter atenção ao imobiliário, uma vez que está a agravar as perspetivas para a evolução do setor financeiro. No mesmo documento, lia-se que o aumento dos preços das casas deve ser “monitorizado”, tendo em conta o peso que o crédito à habitação tem sobre o bolo total do crédito concedido pelos bancos.

Banco de Portugal também alertou. E culpou o turismo

No mês passado, o Banco de Portugal referiu que esta escalada dos preços ainda não é preocupante, no entanto, há sinais de sobrevalorização. E, caso o boom no turismo perca força, também defendeu que poderá haver uma correção no valor dos imóveis, que pode pôr em causa a estabilidade do sistema financeiro nacional. “Em Portugal, tem-se observado um período continuado de aumento dos preços no mercado imobiliário”, referiu.

“Na segunda metade do ano passado, começaram a existir sinais de alguma sobrevalorização, ainda que limitada, dos preços do mercado imobiliário residencial em Portugal”, continuou a instituição liderada por Carlos Costa. E, de acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), essa tendência mantém-se, com o metro quadrado a fixar-se em 1.176 euros em maio, uma subida de 5,9% face ao mesmo mês do ano passado.

A verdade é que o turismo tem sido o principal impulsionador deste mercado, uma vez que uma boa parte dos investidores imobiliários são internacionais. “O forte crescimento dos preços do imobiliário residencial (…) tem sido impulsionado pelo turismo e pelo investimento direto por não residentes, podendo a sua inversão alterar esta dinâmica”, alertou o Banco de Portugal.

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“Vários bancos podem enfrentar desafios em casos extremos”, alerta o FMI

O FMI fez um teste à banca europeia. E apesar de reconhecer que foram feitos progressos no setor, alerta que "vários bancos" podem enfrentar problemas de liquidez num cenário extremo de crise.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) reconhece que o setor bancário fez muitos progressos para aumentar a resiliência no caso de uma nova crise. Contudo, a entidade liderada por Christine Lagarde alerta que há “vários bancos” que podem enfrentar desafios de liquidez num cenário hipotético extremo. Isto numa altura em que as instituições financeiras mantêm os esforços para limpar o crédito malparado do balanços de maneira a regressarem de forma sustentável à rentabilidade.

“A resiliência do sistema a choques de liquidez aumentou nos últimos anos”, começa por elogiar o FMI, depois de realizar um teste de stress ao setor bancário como um todo, no ano passado. Contudo, o fundo deixa alertas: “Vários bancos podem enfrentar problemas de liquidez em cenários extremos, considerando que apenas estão disponíveis ativos negociáveis”.

De acordo com a entidade liderada por Christine Lagarde, “vulnerabilidades importantes e heterogéneas [dos maiores bancos da Zona Euro] ficam expostas em cenários de stress“, nos quais há choques financeiros, nomeadamente devido ao forte abrandamento da economia. Ou seja, os “resultados agregados do setor passam de lucros de 51 mil milhões de euros no ano passado para prejuízos de 24 mil milhões de euros até 2020”.

"Vários bancos podem enfrentar problemas de liquidez em cenários extremos, considerando que apenas estão disponíveis ativos negociáveis.”

Fundo Monetário Internacional

Não são apenas os resultados dos bancos que ficam sob pressão, os rácios de capital, o indicador de resiliência dos bancos, também são fortemente penalizados. “Um aumento abrupto e acentuado das taxas de juro pode ter impacto significativo no capital dos bancos”, afirma o FMI, que estima que num cenário de recessão, “o rácio de capital CET1 passa de 13,9% no final de 2017 para 10% em 2020”.

Neste cenário extremo, apenas os bancos que têm sido capazes de diversificar o risco de crédito e as fontes de financiamento é que “estarão preparados para absorver condições macrofinanceiras adversas”, defende o fundo, com base nos resultados do teste de stress que em muito difere daquele que é realizado pela Autoridade Bancária Europeia (EBA), nomeadamente em termos do nível de exigência.

Teste de stress do FMI vs EBA

O testes de stress do FMI é realizado para perceber qual a resiliência do setor em cenários extremos de choques económicos. Apesar de ser semelhante àquele que é aplicado pela EBA, há algumas diferenças que o fundo enumera neste relatório.

É que enquanto o FMI faz uma análise ao setor como um todo, a EBA aplica o testes de stress a cada banco, com um nível de exigência muito mais elevado. Aliás, a autoridade bancária considera que os testes que vai aplicar este ano, e dos quais os bancos portugueses foram excluídos, serão “os mais exigentes de sempre”.

Além disso, a EBA pede que sejam os bancos a projetarem o impacto dos cenários hipotéticos nas posições de capital, mas com uma série restrições definidas na metodologia comum. Pelo contrário, no FMI, é a equipa do fundo que desenvolve estas estimativas.

Quanto aos riscos tendo em conta nesta exame à resiliência do setor financeiro, e apesar de usarem uma metodologia muito semelhante, o FMI não avalia riscos de conduta e outros riscos operacionais.

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