Aumento da produção de petróleo dá forte subida à Galp Energia. Bolsa de Lisboa brilha na Europa

  • ECO
  • 16 Julho 2018

A bolsa nacional arrancou em terreno negativo, mas rapidamente recuperou. Está a valorizar, beneficiando da valorização das ações da Galp Energia.

A bolsa nacional arrancou a semana com o pé esquerdo, mas rapidamente voltou aos ganhos. Esteve a acompanhar a tendência negativa das restantes praças europeias, mas a Galp Energia trocou as voltas ao índice. O aumento da produção de petróleo está a ser aplaudido pelos investidores, puxando pelo PSI-20.

O índice de referência do mercado nacional arrancou a sessão a perder 0,09%. No entanto, inverteu a tendência, seguindo a somar 0,43% para 5.644,60 pontos, contrariando o comportamento negativo das restantes bolsas na Europa. A maioria dos índices cai, embora o Stoxx 600 apresente uma valorização de 0,04%.

A Galp Energia é a estrela da sessão. Iniciou o dia a desvalorizar, penalizada pela queda de quase 1% do petróleo, mas rapidamente recuperou, seguindo a ganhar 2,04% para 17,225 euros.

A empresa liderada por Carlos Gomes da Silva produziu mais petróleo no segundo trimestre. A petrolífera aumentou em 21%, patrocinada pelo Brasil, num período marcado pelos máximos da matéria-prima nos mercados internacionais. Ainda que a refinação de petróleo tenha encolhido, a Galp conseguiu aumentar as suas margens.

A EDP acompanha a tendência, somando 0,32% para 3,471 euros, no dia em que o ECO revela que a China Three Gorges reforçou a equipa que presta assessoria financeira na oferta pública de aquisição (OPA) sobre a EDP.

Inicialmente, os chineses tinham como assessor único o Bank of America Merril Lynch nesta operação que inclui ainda uma oferta sobre a subsidiária EDP Renováveis. Mas perceberam que vão precisar de mais suporte e contrataram mais um banco norte-americano, o Citigroup, para ajudar a concluir um negócio de 9,1 mil milhões de euros que, face aos moldes atuais, não terá autorização… norte-americana. A EDP Renováveis ganha 0,73%.

Praticamente todas as cotadas do PSI-20 valorizam, com a Pharol e a Mota-Engil a liderarem os ganhos, subindo ambas mais de 2%. Nas quedas, nota apenas para a Semapa, que recua 0,44% para 22,75 euros, mas também para a Ibersol que recua 2,05% para 11,95 euros.

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Aga Khan interessado em entrar no Taguspark. Quer os 10% da CGD

  • ECO
  • 16 Julho 2018

O interesse do líder da comunidade ismaelita no parque tecnológico tem já vários meses, sendo que a CGD foi o primeiro acionista a mostrar-se disponível para alienar a sua posição.

A rede Aga Kahn manifestou o seu interesse em entrar no capital do Taguspark, ao querer ficar com os 10% detidos pela Caixa Geral de Depósitos e que o banco estatal quer alienar por obrigação da Comissão Europeia. A operação terá de passar pela aprovação do ministro das Finanças, Mário Centeno.

O interesse do líder da comunidade ismaelita no parque tecnológico tem já vários meses, como avança esta segunda-feira o Jornal de Negócios (acesso condicionado), sendo que a CGD foi o primeiro acionista a mostrar-se disponível para alienar a sua posição.

O banco liderado por Paulo Macedo escolheu o Taguspark como um dos ativos a alienar, tendo aberto um concurso para receber ofertas. O processo está, ainda assim, atrasado, uma vez que a operação já devia ter ficado fechada no ano passado. A participação está avaliada em 2,17 milhões de euros em termos brutos, sem imparidades associadas.

A operação poderá, no entanto, ficar longe deste valor, pois a avaliação é já antiga e não reflete o valor de mercado. Instituições com posições semelhantes, como é o caso do BPI e do BCP, também têm a posição avaliada nos mesmos valores. Questionado pelo jornal, o banco do Estado não quis comentar, enquanto fonte oficial da comunidade ismaelita afirmou que “neste momento não há qualquer decisão relativamente a aquisições desse tipo”.

Aga Khan esteve em Portugal para concluir as celebrações do aniversário do seu jubileu de diamante, ou seja, os 60 anos como imã dos muçulmanos shia ismaili, tendo afirmado que o país era não só “o local ideal” para tal, como “um país de oportunidade”. Na mesma visita foi anunciado que a sede mundial da comunidade se iria fixar em Lisboa a partir do próximo ano.

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UE pede cooperação dos EUA, Rússia e China para travar guerra comercial

  • Lusa
  • 16 Julho 2018

Donald Tusk, o presidente do Conselho Europeu, defende que "ainda vamos a tempo de evitar o conflito e o caos".

O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, apelou ao Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, à Rússia e à China para que cooperem com a Europa a fim de evitar uma guerra comercial.

“Estamos todos conscientes do facto de que a arquitetura do mundo está a mudar diante dos nossos olhos e é nossa responsabilidade comum tornar esta mudança para melhor”, afirmou Donald Tusk, em Pequim, na abertura da 20.ª cimeira anual China-UE.

Estas declarações foram feitas poucas horas antes do encontro entre Trump e o Presidente russo, Vladimir Putin, que se realiza na residência oficial do chefe de Estado da Finlândia.

Na semana passada, Tusk recriminou as críticas de Trump aos aliados europeus, instando-o a lembrar-se de quem são os seus amigos quando reunir com Putin.

"Estamos todos conscientes do facto de que a arquitetura do mundo está a mudar diante dos nossos olhos e é nossa responsabilidade comum tornar esta mudança para melhor.”

Donald Tusk

Presidente do Conselho Europeu

Em Pequim, Tusk afirmou que a Europa, China, EUA e Rússia têm a “obrigação comum” de não destruir a ordem global, mas antes melhorá-la, ao reformar as regras internacionais de comércio.

“Por isso apelo aos meus anfitriões chineses, mas também aos presidentes Trump e Putin, que comecemos em conjunto este processo a partir de uma ampla reforma da OMC [Organização Mundial do Comércio]“, afirmou.

“Ainda vamos a tempo de evitar o conflito e o caos”, acrescentou.

A cimeira anual China-UE ocorre numa altura em que entram em vigor nos EUA taxas alfandegárias sobre 34.000 milhões de dólares (29 mil milhões de euros) de importações chinesas, contra o que Washington considera serem “táticas predatórias” por parte de Pequim, que visam o desenvolvimento do seu setor tecnológico.

A China retaliou com um aumento dos impostos sobre o mesmo valor de importações oriundas dos EUA.

Trump impôs também taxas sobre o aço e alumínio importados da UE, que retaliou com taxas sobre um total de 3,25 mil milhões de dólares de importações oriundas dos EUA.

O primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, prometeu que a China vai continuar o processo de abertura da sua economia aos investimentos e exportações europeias.

“A China aumentará de forma significativa o acesso ao seu mercado e reduzirá as taxas alfandegárias” sobre produtos necessários aos seus consumidores e empresas, disse Li, numa conferência de imprensa.

Pequim e Bruxelas avançaram para uma “nova fase” nas negociações de um tratado bilateral de investimentos, que se desenvolvem há já quatro anos, afirmou.

Li Keqiang apoiou ainda os esforços para atualizar as regras da OMC, que Washington considera estarem desatualizadas e complexas.

Questionado se a China usou a cimeira de hoje para forjar uma aliança com a UE contra as políticas comerciais de Trump, o primeiro-ministro chinês afirmou que as disputas com Washington são uma questão bilateral.

“A nossa cimeira não é dirigida a um terceiro país”, disse.

A China tem tentado recrutar o apoio da UE para fazer frente às políticas comerciais dos EUA, mas há muito que os governos europeus partilham das mesmas queixas de Trump em relação a Pequim, nomeadamente a falta de acesso a vários setores da economia chinesa.

“Nós partilhamos das mesmas preocupações que os EUA. Mas há formas melhores e menos arriscadas de lidar com os problemas”, afirmou na semana passada Mats Harborn, presidente da Câmara de Comércio da UE na China.

Em 2017, a UE registou um défice de 176.000 milhões de euros nas trocas comerciais com a China.

“Pensamos que a China se pode abrir ainda mais”, disse Juncker, reafirmando o desejo da UE de que o país asiático melhore ainda mais as oportunidades para as firmas estrangeiras.

Um relatório recente da UE afirmou que Pequim impôs mais obstáculos às importações e investimentos, em 2017, do que qualquer outro governo.

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Hoje nas notícias: Casa Eficiente, Aga Khan e imobiliárias

  • ECO
  • 16 Julho 2018

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

Os custos e burocracias do programa Casa Eficiente e o interesse do líder ismaelita no capital do Tagus Park são duas das notícias que fazem as manchetes dos jornais. Destaque ainda para a mudança das regras para as imobiliárias, que vão ser obrigadas a identificar políticos e seus familiares envolvidos em negócios no mercado.

Casa Eficiente ainda não financiou nenhum projeto

O programa Casa Eficiente financiado pelo Banco Europeu de Investimento arrancou há três meses, mas ainda não beneficiou nenhum proprietário. As condições de financiamento apresentadas é possível concluir que os custos dos empréstimos são muito elevados e as exigências são muito próximas às requeridas pelos bancos para o crédito à habitação ou ao consumo. No caso da Caixa Geral de Depósitos, pedir 40 mil euros emprestados para melhorar a eficiência energética de uma casa, a pagar a 20 anos, implica o pagamento de 5.385 euros em comissões. Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado).

Aga Kahn bem posicionado para entrar no Taguspark

A rede Aga Kahn manifestou o seu interesse em entrar no capital do Taguspark, ao querer ficar com os 10% detidos pela Caixa Geral de Depósitos e que o banco está a vender. O interesse do líder da comunidade ismaelita no parque tecnológico tem já vários meses, sendo que a CGD foi o primeiro acionista a mostrar-se disponível para alienar a sua posição. A operação terá de passar pela aprovação do ministro das Finanças, Mário Centeno. Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso condicionado).

Escritórios da Segurança Social vão ser transformados em casas acessíveis

O Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social vai ceder onze prédios onde agora funcionam escritórios para que sejam transformados em habitações com rendas mais baixas que o atualmente praticado no mercado. Enquanto os serviços do ministério de Vieira da Silva vão ser concentrados num edifício comprado este ano, vão ficar disponíveis 500 casas com rendas entre 200 e 600 euros. As obras de adaptação custarão 23 milhões de euros à Câmara de Lisboa. Leia a notícia completa na TSF (acesso livre).

Fundos imobiliários trocam casas de idosos por usufruto e renda vitalícia

Os fundos imobiliários estão a utilizar um modelo importado de França para vender ou rentabilizar os imóveis. Em causa está a venda com reserva de usufruto da casa em troca de uma prestação mensal que se mantém até ao final da vida do inquilino, em vez do habitual pagamento integral do valor acordado para venda. O modelo tem como interlocutor privilegiado as pessoas idosas. Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso livre).

Imobiliárias obrigadas a identificar políticos

As empresas imobiliárias vão ser obrigadas a identificar políticos, autarcas, juízes, deputados e generais das Forças Armadas, bem como os seus familiares mais próximos e amigos, no caso destes estarem envolvidos na compra e venda de algum imóvel. Estas novas regras entram em vigor em janeiro de 2019 e fazem parte de um novo regulamento que previne a lavagem de capitais e o financiamento do terrorismo. Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso condicionado).

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Trump e Putin encontram-se em Helsínquia. “Não tenho altas expectativas”, diz o presidente dos EUA

  • Lusa
  • 16 Julho 2018

Trump vai encontrar-se esta segunda-feira com Putin, em Helsínquia (Finlândia). A situação na Síria, na Ucrânia e no Médio Oriente, tal como a ingerência russa nas eleições nos EUA, serão temas.

Os presidentes dos EUA e da Rússia realizam esta segunda-feira em Helsínquia a sua primeira cimeira bilateral, sob o espetro da ingerência russa nas eleições presidenciais norte-americanas de 2016 e ainda da situação na Ucrânia e na Síria.

O encontro entre Donald Trump e Vladimir Putin realiza-se na residência oficial do chefe de Estado da Finlândia, Sauli Niinisto, e o Presidente norte-americano voltará pela terceira vez a discutir com o homólogo russo a situação na Síria, na Ucrânia e no Médio Oriente, e ainda o estado das relações bilaterais, de que se destaca a alegada ingerência russa nas eleições de 2016.

Na passada sexta-feira, o procurador-geral adjunto dos Estados Unidos, Rod Rosenstein, revelou a acusação a 12 oficiais de inteligência russa, por práticas de pirataria informática no ato que elegeu Donald Trump para a Presidência.

A proximidade entre os presidentes norte-americano e russo tem sido notória há mais de um ano, como também tem sido um facto que a Administração de Donald Trump foi envolvida em controvérsias por causa da ingerência russa.

Antes de viajar para Helsínquia, durante a visita que efetuou ao Reino Unido, Donald Trump afirmou que os ataques ao Presidente russo são uma “caça às bruxas” e estão a prejudicar as relações com Moscovo.

“Eu acho que isso prejudica a sério o nosso país, e prejudica a sério a nossa relação com a Rússia. Eu acho que nós teríamos uma oportunidade de ter uma relação muito boa com a Rússia e uma relação muito boa com o Presidente Putin”, afirmou.

Por outro lado, o apoio, difícil de esconder, de Moscovo aos separatistas ucranianos e a intervenção militar na Síria, para manter Bashar al-Assad na Presidência, colocam a Rússia e os Estados Unidos em lados diferentes do conflito.

Na Síria, o único denominador comum é o combate ao grupo ‘jihadista’ Estado Islâmico, mas tal não chega para esbater as diferenças que se acumulam entre Washington e Moscovo noutros domínios, apesar do bom relacionamento pessoal que os dois presidentes mutuamente cultivam.

A cimeira de Helsínquia será a terceira entre presidentes dos dois países e embora não se pronuncie sobre a agenda do encontro, Trump ainda acredita que a melhoria das relações bilaterais assenta no bom relacionamento pessoal que mantém com Putin.

Todavia, numa entrevista à CBS News, divulgada no domingo por aquela cadeia de televisão norte-americana, Donald Trump afirmou que não espera muito da cimeira. “Não vou [para o encontro] com altas expectativas”, disse ontem Donald Trump, durante uma entrevista à CBS News.

O Presidente norte-americano referiu ainda que “não tinha pensado” pedir a Putin a extradição dos 12 militares russos acusados, por Washington, pelos crimes de pirataria e furto de informação dos servidores dos membros da campanha de Hillary Clinton, durante as presidenciais de 2016.

Donald Trump garantiu, no entanto, que o assunto será “certamente” abordado.

“Nada de mau sairá do encontro e, talvez, algo de bom possa surgir”, concluiu.

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Produção acelera no Brasil. Subida do petróleo dá mais margem à Galp

A Galp Energia produziu mais petróleo no segundo trimestre. Aumentou em 21%, patrocinada pelo Brasil, num período marcado pelos máximos da matéria-prima nos mercados internacionais.

A Galp Energia está a produzir mais petróleo. A petrolífera registou um crescimento de 21% na unidade de exploração e produção, durante o segundo trimestre, suportada pelo Brasil. Apesar do aumento da produção num período de máximos nas cotações da matéria-prima, a refinação de petróleo encolheu. No entanto, a empresa liderada por Carlos Gomes da Silva conseguiu aumentar as suas margens.

De acordo com os dados operacionais enviados à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), em antecipação dos resultados que serão revelados a 30 de julho, a produção média net entitlement ascendeu a 106,7 milhões de barris, o que compara com os 88,1 milhões no período homólogo. Só no Brasil foram produzidos 101,4 milhões, um aumento de 24%. Em Angola, a produção caiu 15%.

A petrolífera portuguesa tem participações em vários blocos de produção de petróleo no pré-sal da Bacia de Santos no Brasil, sendo que o aumento da sua produção terá contado com o maior contributo da sexta unidade de produção flutuante (FPSO) do projeto Lula-Iracema, Cidade de Saquarema, que entrou em produção em julho de 2016 e se encontra atualmente a produzir à sua capacidade máxima.

A empresa produziu mais, mas refinou menos matéria-prima. Os dados operacionais do segundo trimestre mostram que as matérias-primas processadas encolheram em 5%, para um total de 28,5 milhões de barris. Ainda assim, a margem de refinação da Galp Energia aumentou neste período. Passou de 5,7 dólares por barril para 6,1, um aumento de 6%.

As vendas de produtos petrolíferos refinados encolheram em 5%, já as de gás natural cresceram neste mesmo período. Os dados enviados à CMVM mostram uma aumento de 10%, com o trading a crescer a um ritmo superior às vendas a clientes.

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Economia chinesa surpreende. Cresce 6,7%

  • Lusa
  • 16 Julho 2018

As previsões apontavam para um ritmo de crescimento menor no segundo trimestre deste ano, mas a economia chinesa superou as expectativas ao crescer 6,7%, de acordo com os dados oficiais.

A economia chinesa cresceu 6,7%, no segundo trimestre de 2018, duas décimas acima da meta definida pelo Governo para este ano e uma décima menos do que no primeiro trimestre, segundo dados oficiais divulgados esta segunda-feira.

As previsões apontavam já para um ritmo de crescimento menor no segundo trimestre, depois de Pequim ter restringindo o crédito bancário, visando travar o aumento da dívida, e ainda antes do início das disputas comerciais com os Estados Unidos.

A atividade económica deverá continuar a abrandar, à medida que a procura global pelas exportações chinesas recua e as restrições ao crédito atingem o setor da construção e o investimento, importantes motores de crescimento.

Pequim reagiu anteriormente a reduções no ritmo de crescimento económico com um aumento do crédito para o setor estatal, mas o subida dos níveis de endividamento levou já as agências de rating internacionais a reduzir a nota da dívida do Governo chinês.

Os líderes chineses estão a preparar uma transição no modelo económico, com o objetivo de transformar o consumo interno no principal motor de crescimento, em detrimento das exportações e investimento.

Em junho, as vendas a retalho subiram 9%, em termos homólogos, impulsionadas por um rápido aumento do consumo de produtos de alta qualidade, incluindo cosméticos e equipamento de vídeo.

O investimento em ativos fixos, como fábricas ou imobiliário, cresceu 6% na primeira metade do ano, face ao mesmo período de 2017, mas com o ritmo dos últimos três meses ficaram 1,5% abaixo da média do semestre.

As disputas comerciais com Washington ameaçam também atingir a economia chinesa.

Este mês, o Presidente norte-americano, Donald Trump, impôs taxas alfandegárias de 25% sobre 34 mil milhões de dólares (29 mil milhões de euros) de importações chinesas, contra o que considera serem “táticas predatórias” por parte de Pequim, que visam o desenvolvimento do seu setor tecnológico.

A China retaliou com o aumento dos impostos sobre o mesmo valor de importações oriundas dos EUA.

Trump ameaçou impor mais taxas alfandegárias, de 10%, sobre um total de 200 mil milhões de dólares de produtos chineses e, caso Pequim volte a retaliar e recuse aceder às exigências norte-americanas, subirá para 500 mil milhões, cerca da totalidade das importações norte-americanas oriundas do país asiático.

Analistas preveem que aquelas medidas, case se concretizem, levariam a um abrandamento de mais de 0,3% no ritmo de crescimento da economia chinesa.

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5 coisas que vão marcar o dia

Galp, imobiliário, FMI, Bank of America e Netflix: a agenda desta segunda-feira é preenchida por indicadores económicos e financeiros. Para investidor ver.

A Galp apresenta os dados operacionais relativos aos segundo trimestre, isto antes de prestar contas no final do mês. Ainda no plano nacional, o Instituto Nacional de Estatística (INE) divulga as Estatísticas da Construção e Habitação em 2017. Lá por fora, o Fundo Monetário Internacional (FMI) atualiza as suas projeções para a economia mundial. E o Bank of America e Netflix estão entre as companhias que vão apresentar os resultados trimestrais em Wall Street.

 

Galp divulga dados operacionais

A Galp prepara-se para apresentar os resultados trimestrais no final do mês (30 de julho), mas antes desse anúncio a petrolífera portuguesa divulga ao mercado a informação operacional relativa ao segundo trimestre. Neste reporte, a energética liderada por Carlos Gomes da Silva apresenta dados como a produção de barris.

Termina prazo para participar no aumento de capital da Oi

Os credores da Oi — onde a portuguesa Pharol é acionista de referência — têm até esta segunda-feira para exercer o direito de preferência sobre as ações emitidas no aumento de capital da operadora de telecomunicações brasileira. Este aumento de capital será, no máximo, de 2,8 mil milhões de euros.

INE apresenta estado da construção e habitação em Portugal

São divulgadas esta segunda-feira as Estatísticas da Construção e Habitação 2017, num relatório em que o INE disponibiliza uma bateria de indicadores sobre o estado do setor em Portugal.

FMI atualiza perspetivas económicas

Com o World Economic Outlook Update de julho, o FMI atualiza esta segunda-feira as suas perspetivas para a evolução da economia mundial. O relatório inclui as previsões dos economistas do Fundo para as principais economias mundiais, como os EUA, Zona Euro e China.

Bank of America e Netflix prestam contas

Prossegue a temporada de resultados em Wall Street. Desta feita, é a vez de o Bank of America e de a Netflix apresentarem as contas relativas ao último trimestre. Para o banco, os analistas antecipam um lucro de 0,601 dólares por ação. Já a plataforma de streaming de filmes e séries deverá revelar um lucro por ação de 0,80 dólares.

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Chineses contratam mais um banco americano para assessorar OPA à EDP

China Three Gorges contratou mais um assessor americano na oferta de 9,1 mil milhões sobre a EDP. Citigroup junta-se ao Bank of America para ajudar chineses a concluírem operação que EUA podem travar.

A China Three Gorges reforçou a equipa que presta assessoria financeira na oferta pública de aquisição (OPA) sobre a EDP, apurou o ECO. Inicialmente, os chineses tinham como assessor único o Bank of America Merril Lynch nesta operação que inclui ainda uma oferta sobre a subsidiária EDP Renováveis. Mas perceberam que vão precisar de mais suporte e contrataram mais um banco norte-americano, o Citigroup, para ajudar a concluir um negócio de 9,1 mil milhões de euros que, face aos moldes atuais, não terá autorização… norte-americana.

Os responsáveis do Citigroup já participaram inclusivamente nas últimas reuniões com o grupo chinês e outros assessores para avaliarem quais os próximos passos a dar no processo.

Uma coisa fica à vista: os chineses não estavam a contar com uma operação tão exigente do ponto de vista da assessoria financeira e por isso reforçaram a equipa com mais um banco norte-americano quando têm perfeitamente claro que o principal obstáculo à concretização da operação virá justamente dos EUA. Sabem, sobretudo, que não haverá remédio possível senão desfazerem-se de todos os ativos norte-americanos que estão concentrados na EDP Renováveis EDPR 4,29% se quiserem ser bem-sucedidos na OPA sobre a casa-mãe.

Para controlar uma posição maioritária na EDP EDP 1,05% , há uma série de autorizações regulatórias em vários países que a China Three Gorges terá de obter. Uma dessas autorizações terá de vir do Comité para o Investimento Externo dos EUA, que tem apertado as regras às companhias chinesas sobretudo quando se tratam de investimentos em setores estratégicos como a energia.

EUA riscados do mapa. É neste cenário base que a China Three Gorges está a trabalhar atualmente. E daí se percebem as últimas movimentações dos chineses que têm sido notícia lá fora. O grupo asiático que já controla direta e indiretamente cerca de 29% da EDP não descarta uma venda direta dos ativos americanos da elétrica, que estão avaliados em cerca de 6,5 mil milhões de euros. Mas esta é uma opção de último recurso.

Uma troca de ativos com outro player serve melhor os interesses dos chineses e foi nesta perspetiva que a China Three Gorges andou a sondar outras grandes utilities como a Iberdrola e Engie nos últimos meses. O objetivo era este: perceber que ativos as outras empresas tinham como moeda de troca para juntarem ao offshore (em mar aberto) eólico chinês, como o grupo assegurou no plano industrial para a elétrica liderada por António Mexia.

A China Three Gorges tem como condição de sucesso adquirir pelo menos 50% e mais uma ação da EDP, oferecendo uma contrapartida de 3,26 euros. A EDP, por sua vez, controla 83% a EDP Renováveis. Ou seja, mandando na EDP, os chineses também passariam a ter um controlo maioritário na subsidiária liderada por Manso Neto — pese embora a outra OPA que está em cima da mesa sobre a EDP Renováveis com os chineses a proporem 7,33 euros.

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7 dicas para lançar o seu negócio tradicional na Internet

  • Juliana Nogueira Santos
  • 15 Julho 2018

O diretor da Code Design diz que "não há uma receita" fixa para o sucesso, mas que existem direções a seguir que, pelo menos, podem manter os negócios orientados.

Sente que o seu negócio está a ver passar o comboio do digital? Que por mais que queira fazer a migração do offline para o online, as estratégias não têm o desfecho pretendido? A transformação digital das empresas é um tendência do mercado que tem deixado muitos impérios de rastos, veja-se o caso da Toys R Us, mas que, quando bem aplicada, leva os resultados a escalar exponencialmente.

A IDC estima que, em 2018, os negócios gastem 1,3 biliões de dólares na migração para o digital, um aumento de 16,8% face ao que foi gasto em 2017. E porquê? “O valor do mercado digital não se esgota no investimento”, explica ao ECO Bruno Gavino, diretor da Code Design, empresa especializada em estratégias de transformação digital no tecido empresarial português. “A forma como olhávamos para os media tradicionais e a maneira como olhamos agora para a digital é uma analogia difícil de criar, porque o digital tem um efeito de permanência que os outros não têm.”

Com clientes em cerca de uma dezena de países para além de Portugal e uma equipa de duas dezenas, a agência de Marketing Digital olha para o panorama digital com algumas reservas, mas afirma que há já casos de sucesso a seguir. “As empresas não estão todas “evangelizadas”. Com o aumento da taxa de penetração da internet e com o aumento da utilização do mobile, não há um total desconhecimento da importância do setor”, afirma Bruno. “Em termos daquilo que é a maturidade digital de algumas marcas, há de tudo.”

Bruno Gavino, CEO da Code Design.DR

E então, para concluir com sucesso esta passagem para o digital, quais são os passos a cumprir? Para Bruno Gavino “não há uma receita” que vá funcionar da mesma forma para todos os casos, mas há direções a seguir que, pelo menos, podem manter os negócios orientados.

1. Volte à cadeira da escola

Para lançar o seu negócio no digital não se apresse nem salte passos, nem que estes impliquem voltar a aprender o bê-á-bá. Bruno Gavino defende que os fundamentos do marketing tradicional continuam a ser aplicáveis nesta mudança, uma vez que só muda o canal de comunicação.

“As bases do marketing não se alteraram porque o marketing digital não deixa de ser a declinação para outro canal”, afirma o estratega. Na ponta da língua devem estar ferramentas e conceitos como “saber quem é o nosso cliente, como chegar até ele, de que forma é que nos relacionamos e mantemos uma relação com ele, como é que ele se potencia e se torna um cliente leal”, entre outros, diz Bruno.

Ainda assim, Bruno garante que “tudo começa com uma boa pesquisa”.

2. Descubra o que torna o seu negócio único

A entrada num novo canal implica diferenciação, ainda mais quando este é tão vasto e hospeda tanta concorrência como é o caso da internet. Se acha que o seu negócio não tem nada de diferente, mude o ângulo e encontre algo.

“É muito importante saber qual é a nossa unique selling proposition, ou seja, em que é que nos diferenciamos num novo setor”, aponta Bruno Gavino. “Se não tivermos essa diferenciação evidente é preciso tentar encontrar um ângulo com o qual as empresas de comunicação possam trabalhar para acelerar o processo.”

3. Não siga o caminho mais fácil

É fácil cair no pensamento de que a entrada no online é simples, basta só criar uma presença online e está feito. Bruno Gavino afirma que os “só” e os “apenas” não podem entrar no vocabulário dos que querem fazer uma boa migração para o digital — e também para aqueles que querem dar por lá os primeiros no mundo dos negócios.

Assim, a estratégia a seguir não pode ser simplista e cheia de facilidades, mas sim bem definida com caminhos bem estruturados. Isto porque, nas palavras de Bruno, “o digital não é o remédio para todos os males e requer investimento”.

4. Aprenda as regras do online

No momento de passagem para o digital até pode ter muitos anos de experiência e técnicas vencedoras na hora de vender ou publicitar os seus serviços ou bens. Mas a partir do momento em que passa para o digital tudo muda. As regras são outras, os clientes são outros e a maneira de os cativar é outra. E é preciso ter a certeza de que se está preparado para isso.

“Formar a presença digital através de um site, ou até outro tipo, e perceber que, por exemplo, uma loja online tem regras próprias vai ser indispensável para um crescimento sustentável, não só interno como externo”, explica Bruno. “A empresa tem de perceber se está preparada para lidar com a nova dimensão online, que não é a mesma que a dimensão offline, e se está preparada para lidar com aqueles que vão ser os seus melhores amigos, as plataformas que lhe vão trazer tráfego.”

5. Saiba de onde vêm os seus clientes

Bruno chama-lhes “melhores amigos”, mas se o Google, o Facebook e o Twitter ainda não fazem parte da sua lista de amigos, está na altura de lhes enviar um pedido de amizade. “É muito importante ter uma estratégia de inbound traffic“, afirma o estratega, referindo-se à forma como os clientes chegam ao site. Isto pode acontecer através da procura nos motores de busca, do acesso através de partilhas nas redes sociais ou até do acesso através de publicidades.

E porque é que é importante saber de onde é que os clientes vêm? Para investir nos canais com mais sucesso. “É preciso saber concretamente de onde vêm as pessoas para saber quais vão ser os canais que vou potenciar e como é que isso se vai refletir no tráfego”, explica Bruno.

6. Mostre que é especialista

Depois de chamar os clientes, é preciso que eles confiem na sua marca e a vejam como especialista porque quem confia, regressa. “A empresa tem de ser percecionada como especialista na área”, continua Bruno Gavino. “Parece um ponto evidente, mas é importante porque a taxa de lealdade online é relativamente baixa e todo o esforço, a partir do momento em que nos tornamos especialistas, é sempre um esforço fundamental.”

Fidelize os seus clientes

Para fazer com que a taxa de lealdade se mantenha em níveis sustentáveis, ou seja, que os seus clientes que consumiram o seu produto ou serviço uma vez voltem a fazê-lo nas próximas visitas, tem de tirar algumas cartas da manga.

“Os empresários têm de garantir que estão implementados uma série de mecanismos para compras de recorrência e lealdade“, aponta o estratega, dando como exemplos os cartões de cliente, os descontos a aplicar nas próximas compras e todas as campanhas que podem servir para voltar a chamar os consumidores, idealmente, fidelizá-los.

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Marques Mendes: Debate do Estado da Nação foi “mais do mesmo”

No habitual comentário de domingo, Marques Mendes comentou o debate do Estado da Nação da última sexta-feira.

“Sobre o debate não retive nada de positivo. Foi mais do mesmo”, disse Marques Mendes. De acordo com o comentador, e depois da análise do debate do Estado da Nação da última sexta-feira.

“Acho que o país está evidentemente melhor do que há uns anos. Claro que o balanço é positivo. Mas devíamos estar melhor. Precisamos de um Serviço Nacional de Saúde de qualidade”, disse, sublinhando que Portugal precisa de “reformas” que sejam “sustentáveis para o futuro”.

“Na minha opinião, no estado do país, sublinho seis fatores positivos”, antecipou o comentador:

  • Boa imagem externa de Portugal, que agora “é visto como um país credível”
  • Crescimento económico acima de 2%
  • Baixa taxa de desemprego
  • Défice próximo do zero
  • Crescimento do turismo e das exportações
  • Melhoria do estado da banca

Mas nem tudo é bom, garante Marques Mendes, elencando também os aspetos negativos do estado da nação:

  • Dívida pública alta, “a grande falha do Governo e do país”
  • 20 países europeus crescem mais do que Portugal
  • Carga fiscal excessiva
  • Estado da saúde
  • Ausência de reformas

A entrevista de Augusto Santos Silva ao Público também mereceu comentário de Marques Mendes. “O primeiro-ministro veio afagar o ego à geringonça, mas não há aqui contradição”, assinalou o comentador. “O que disse Santos Silva foi certíssimo”, disse ainda.

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Blockchain chega ao mercado do luxo. É arma no combate à contrafação

A empresa Arianee vai usar a blockchain para registar os principais marcos na vida dos artigos de luxo. Quer angariar 40 milhões de euros numa ICO e ser o protocolo padrão no mercado.

A blockchain está a ganhar cada vez mais adeptos numa altura em que as criptomoedas já tiveram melhores dias. Com o tempo, a tecnologia é aplicada em novos setores, com a promessa de resolver problemas bem conhecidos da indústria. Um deles é o dos artigos de luxo, onde o registo inviolável que serve de base à moeda virtual bitcoin também pode ser usado como uma arma para travar a contrafação.

A empresa Arianee é uma das que viu potencial na blockchain e está a criar um protocolo universal para registar o percurso dos artigos de luxo desde a fábrica até às mãos do cliente. A ideia surgiu em 2016 e começou a ganhar forma no ano passado. Com recurso a um milhão de euros, desembolsados pela equipa fundadora, foi possível desenvolver o protótipo desta plataforma que a empresa garante já estar a funcionar.

A empresa garante já ter um protótipo funcional.D.R.

O funcionamento, esse, é simples. Quando compra um item de uma marca de luxo, como por exemplo um relógio, a caixa traz um QR Code. Usando a aplicação Arianee, é possível fazer scan desse código e obter o certificado digital de propriedade. O certificado serve de garantia de que é mesmo o proprietário desse artigo e isso fica registado na blockchain.

Como a blockchain é inviolável, todos os marcos chave na vida útil do seu relógio vão ficar guardados e registados. Ou seja, poderá consultar na blockchain o momento do fabrico do relógio, o momento em que o comprou e se tornou proprietário, as reparações que foram feitas e mesmo as alterações de propriedade. É que, caso venda o seu relógio de luxo a outra pessoa, esta será capaz de ver na blockchain todas as vezes que o relógio foi reparado na fábrica, entre outras informações. O registo de propriedade, garante a empresa, é anónimo.

Ao mesmo tempo, a plataforma permite às marcas de luxo entrarem em contacto com os proprietários dos seus artigos. “É um novo canal de comunicação”, aponta Christian Jorge ao ECO, um francês com pais portugueses, que diz já ter visitado a portuguesa Farfetch noutros tempos, e é um dos cofundadores do projeto Arianee. Atualmente, tem o cargo de diretor de operações da companhia.

Um dia gostava muito de meter operações em Portugal.

Christian Jorge

Diretor de operações do Arianee

“O que as marcas gostam mais é a parte do marketing”

Como é que o Arianee vai gerar receitas? Christian Jorge explica que “as marcas vão pagar” sempre que for emitido um certificado, e “uma só vez” por artigo. Por outras palavras, pagam quando inserem novos itens na blockchain e quando a usam para comunicar com o proprietário do mesmo. “É bom para a comunicação da marca. Tudo vai ser open source“, indica Christian Jorge. “O que as marcas gostam mais no Arianee é a parte de marketing”, assume também, recordando que estas companhias “não pensam a dois ou três anos”. “Pensam a cem”, atira.

Nesta altura, decorre a fase de angariação de capital. A empresa quer obter até 40 milhões de euros de financiamento e está a realizar uma operação de ICO, ou initial coin offering. É o processo que faz nascer uma nova moeda virtual, embora a venda destes tokens esteja, para já, fechada a investidores privados. Christian Jorge escusa-se a revelar os nomes de quem está a participar nesta operação, mas a empresa garante que já tem o apoio do BlockwaterCapital, um fundo sul-coreano que se dedica a investir em empresas que estejam a trabalhar com a blockchain.

“Posso dizer é que está a correr bem. Estamos a aguardar”, sublinha Christian Jorge. “Queremos ter uma comunidade larga, nos países asiáticos e médio oriente. Não queremos ser apenas um projeto francês. Queremos ter pessoas em todo o mundo para mostrar às marcas de luxo que temos pessoas a pensar no projeto em vários sítios”, diz o cofundador do Arianee.

O objetivo é ter uma plataforma que funcione em todo o mundo e que seja adotada pela maioria das marcas de luxo. Nesta primeira fase, não terá uma equipa sedeada em Portugal, mas a hipótese não está totalmente posta de parte: “Um dia gostava muito de meter operações em Portugal. Mas não sei se o Arianee vai fazer isso”, desabafa o diretor de operações. Lá para outubro deverão ser realizados os primeiros testes com a plataforma e, em breve, a ronda de financiamento deverá ser aberta ao público.

Não há dúvidas de que assentar um projeto em blockchain e numa ICO é um risco, mas o Arianee tem boas perspetivas. Na equipa, conta com ex-trabalhadores e conselheiros de marcas como a Tiffany’s, Omega, Balenciaga e grupo Richemont.

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