“As pessoas estão a entrar em pânico”. Associação Nacional de Municípios contra decisão de Mafra de limitar combustível

Manuel Machado diz que a decisão da Câmara de Mafra limitar o abastecimento de combustível a 25 litros "é preocupante" e frisa que "há órgãos do Estado para tomar esse tipo de decisões".

Manuel Machado garante que a decisão da Câmara Municipal de Mafra de limitar o abastecimento de combustível a 25 litros, antes mesmo de o Governo ter decretado o alerta energético, não passou pela Associação Nacional de Municípios. O presidente da ANMP sublinha que vê “com preocupação” atitudes deste tipo.

“Vejo com preocupação atitudes deste tipo, porque podem gerar um efeito pernicioso”, disse ao ECO, Manuel Machado. O responsável lembra ainda que “existem órgãos do Estado para tomar decisões desse tipo, que não são as autarquias”. O presidente da ANMP fazia assim referência à necessidade de o Executivo decretar o alerta energético para que, por exemplo, a Rede de Emergência de Postos de Abastecimento (REPA) e o limite de abastecimento de 15 litros por veículo. entrem em vigor.

Vejo com preocupação atitudes deste tipo, porque pode gerar um efeito pernicioso.

Manuel Machado

Presidente da ANMP

Ora, o ministro do Ambiente, Pedro Matos Fernandes, na quarta-feira disse apenas que “o Governo está em condições de decretar o alerta energético”, um passo que ainda não terá sido efetivamente dado. Por isso, Manuel Machado critica a decisão de Mafra.

A Câmara liderada pelo social democrata, Hélder Sousa Silva, decidiu a partir das 17h00 de quarta-feira impor limites ao abastecimento de combustível no município: cada viatura ligeira só pode ser abastecida com 25 litros de gasolina ou gasóleo. Já os pesados estão limitados a 100 litros de gasolina ou gasóleo simples e ainda 100 litros de gasóleo agrícola. Além disso, também foi limitada a venda de combustível em jerricãs.

Estas restrições foram impostas a quatro dias do início da greve dos motoristas, agendada para 12 de agosto, e numa altura em que as filas para abastecer nas gasolineiras já se estão a formar e em que já há postos com rutura de combustível ou perto de atingirem essa situação.

Manuel Machado sublinha que “as pessoas estão a entrar em pânico” e relata que, esta manhã de quinta-feira, se deparou com uma pessoa a encher um garrafão de água de cinco litro com combustível. Algo que é totalmente proibido, já que o transporte de combustíveis apenas pode ser feito em jerricãs. “Vi esta situação e o que posso fazer? Não posso ir lá aplicar nenhuma multa”, diz, fazendo o paralelismo com a Câmara de Mafra que, diz, não tem poderes para aplicar uma limitação no consumo de combustível.

O presidente da ANMP frisou ainda que “a greve é um direito e que os seus efeitos se devem sentir” e que “o Estado agiliza os meios essenciais” para através da definição de serviços mínimos.

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Há pelo menos 28 bombas com falhas de combustível

  • ECO
  • 8 Agosto 2019

A poucos dias do início da greve dos motoristas que transportam os combustíveis, já há pelo menos 28 postos com falhas no abastecimento. A maioria tem falta de gasóleo.

A poucos dias de arrancar a greve dos motoristas que transportam matérias perigosas, já há quem corra aos postos para se precaver. O Governo já tem pronta a Rede de Emergência de Postos de Abastecimento (REPA) mas, mesmo assim, já há alguns postos com falta de alguns combustíveis, a maioria de gasóleo. Os dados do site não oficial Já Não Dá Para Abastecer mostram que, em todo o país, são 28 os pontos com falhas.

Dados não oficiais consultados às 18h30:

Dos 2.913 postos de abastecimentos existentes em todo o país, 2.890 (99,28%) estão abastecidos com os três principais tipos de combustível — gasolina, gasóleo e GPL. Mas há 28 postos com falhas, a maioria deles com falta de gasóleo. De acordo com o site, que agrega dados enviados pela própria comunidade de utilizadores, existem pelo menos 11 postos sem gasolina, 14 postos sem diesel e três postos sem GPL.

Como o ECO já noticiou, esta plataforma permite aos portugueses saber qual a bomba mais próxima que ainda tem combustível, uma ferramenta que pode ser útil se a greve dos motoristas realmente acontecer na próxima segunda-feira. O site foi desenvolvido pelo grupo de voluntários digitais VOST Portugal.

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Uber multiplica prejuízos por seis. Custos aumentam 147%

A empresa de aluguer de viaturas viu os seus prejuízo agravarem-se para 5,24 mil milhões de dólares no segundo trimestre. No período homólogo tinham sido de 878 milhões de dólares.

A vida da Uber não está fácil. A empresa norte-americana de aluguer de viaturas para transporte privado reportou um acentuado agravamento dos seus prejuízos, nesta quinta-feira, tendo falhado ainda as estimativas para as suas receitas. Os seus prejuízos ascenderam a 5,24 mil milhões de dólares (4,69 mil milhões de euros) no segundo trimestre do ano, multiplicando por seis as perdas registadas no período homólogo.

Os 5,24 mil milhões de dólares de prejuízos, equivalente a 4,72 dólares por ação, no trimestre que terminou em junho, comparam com os 878 milhões, ou 2,01 dólares por ação, verificados no mesmo período de 2018. O agravamento dos prejuízos reflete uma despesa de compensação de 3,9 mil milhões associadas ao IPO (Oferta Pública Inicial) da empresa que ocorreu no início deste ano.

Os custos da Uber subiram 147%, para 8,65 mil milhões de dólares naquele trimestre, o que incluiu ainda um forte aumento das despesas de investigação e desenvolvimento.

Já a receita total da empresa cresceu 14,4%, para 3,17 mil milhões dólares, mas ficou aquém das estimativas dos analistas que apontavam para 3,36 mil milhões de dólares.

A empresa, que ainda não conseguiu deixar claro se virá a obter lucros, está a tentar convencer os investidores de que o crescimento virá não só de seus serviços de transporte, mas também de outros serviços de logística e entrega de alimentos.

A Uber deu ainda conta que os seus utilizadores ativos mensais aumentaram para 99 milhões em todo o mundo, de 93 milhões no final do primeiro trimestre e 76 milhões no ano anterior.

Na negociação após o fecho do mercado bolsista dos EUA, as ações da Uber estavam a ser severamente castigadas: derrapavam 13%.

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Wall Street avança 2%. Dados económicos aliviam receios comerciais

O S&P 500 teve a melhor sessão em quase dois meses, rumo que foi acompanhado pelos restantes índices. Investidores receberam com agrado dados acima do previsto sobre as economias dos EUA e da China.

Wall Street terminou em alta pela segunda sessão, registando ganhos em torno de 2%. A subida dos principais índices bolsistas norte-americanos aconteceu num dia em que os dados da economia fizeram esquecer um pouco a tensão comercial entre os EUA e a China. As tecnológicas estiveram na dianteiras das subidas.

O S&P 500 avançou 1,9%, para os 2.938,68 pontos, naquela que foi a melhor sessão em cerca de dois meses, enquanto o Dow Jones somou 1,43%, para os 26.379,88 pontos, e o Nasdaq sobressaiu com um disparo de 2,27%, para os 8.041,12 pontos.

Esses avanços ocorreram no mesmo dia em que os juros da dívida soberana dos EUA recuperaram após a queda abrupta registada um dia antes, e em que foram revelados dados económicos melhor do que o esperado nos EUA e na China.

Isso é bastante normal após choques no mercado“, afirmou Keith Lerner, responsável pela estratégia de investimentos da SunTrust Private Wealth. “Normalmente, há uma queda abrupta, apanhando as pessoas desprevenidas“, acrescentando que “depois vê-se as pessoas a quererem comprar“.

Os títulos das tecnológicas ditaram o sentido do mercado, com o setor a subir perto de 3%. A estrela dos ganhos do setor foi a AMD que viu as suas ações dispararem 16,2%, com os investidores animados com o anúncio pela empresa da chegada da segunda geração de chips para bases de dados.

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Motoristas não cedem. Greve arranca segunda-feira

Motoristas de matérias perigosas recusam desconvocar a greve. Paralisação mantém-se para segunda feira.

Pedro Pardal Henriques, porta-voz do Sindicato dos Motoristas de Matérias Perigosas, garante que a greve avança esta segunda-feira. Numa conferência de imprensa esta quinta-feira, o responsável reiterou que a greve não vai ser desconvocada.

“Quando assistimos a esta aliança clara contra os direitos democráticos de todos os portugueses, a luta é desigual“, disse o vice-presidente daquele sindicato. Para logo de seguida salientar que “os responsáveis pelas filas que hoje se verificam para o abastecimento, e os transtornos que os portugueses terão, só podem ser imputados à Antram e ao Governo, pois teimam em não cumprir a lei”, e que em causa está um “atentado aos direitos dos motoristas e dos portugueses.

Para Pardal Henriques os moldes dos serviços mínimos definidos pelo Governo para a greve que arranca na segunda-feira — que oscilam entre 50% e 100% — é “uma declaração contra a democracia”. “Ao serem fixados serviços máximos, o Governo declarou que esses motoristas e os direitos protegidos constitucionalmente não têm qualquer importância“, acrescentou, acrescentando que “o que aconteceu a estes motoristas pode acontecer a todos os portugueses e a todos os trabalhadores”.

O representante dos motoristas de matérias perigosas sublinhou ainda que “os objetivos dos motoristas são justos”, e que “os meios de exercer o direito à greve são totalmente legítimos e devem ser defendidos por todos os portugueses”, sinalizando assim que a greve não será desconvocada.

Pardal Henriques sublinhou que os trabalhadores continuam a ganhar “ordenados miseráveis” quando os seus congéneres europeus ganham muitos mais e têm que cumprir “horários de trabalho duros”. Lembrou ainda que os motoristas das matérias perigosas auferem “muito perto do salário mínimo”, um ordenado com o qual é “impossível viver com dignidade”.

Voltou ainda a reforçar que “a definição de serviços mínimos generalizados constitui de facto a anulação do direito à greve“, algo que “está a ser violentamente atacado como nunca o foi até hoje”. No entanto, o Conselho Consultivo da Procuradoria-Geral da República (PGR) parece ter um entendimento diferente. No parecer solicitado pelo Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, e que foi entregue esta quinta-feira, é dada luz verde para o Governo decretar a requisição civil preventiva antes da greve ter início e para o Executivo adotar mais medidas que mitiguem os efeitos da greve, de acordo com a SIC. No entanto, o Conselho defende que não tem elementos suficientes para avaliar a legalidade da greve dos motoristas, tal como foi solicitado pelo Governo.

(Notícia atualizada às 21h00)

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Coligação governamental em Itália colapsa. País deve ir para novas eleições

Matteo Salvini, vice-primeiro ministro italiano diz que não há forma de superar as diferenças dentro da coligação do Governo, e que é necessário avançar para novas eleições.

Rutura no Executivo de Itália. Matteo Salvini, vice-primeiro ministro italiano disse esta quinta-feira que não há forma de superar as diferenças dentro da coligação do Governo, e que é necessário avançar para novas eleições.

O líder do partido de direita Liga afirmou em comunicado ter dito ao primeiro-ministro — Giuseppe Conte — que a coligação com o Movimento 5 Estrelas colapsou e que “rapidamente” deveriam “dar uma nova opção aos eleitores”.

No mesmo documento, Salvini disse ainda que o parlamento, que se encontra encerrado para férias, poderá ser convocado na próxima semana no sentido de desenvolver a medidas e os procedimentos necessários para avançar para novas eleições.

A declaração de Salvini surge no mesmo dia em que o primeiro-ministro Giuseppe Conte se encontrou com o presidente Sergio Mattarella para discutir a situação política e os rumores que já circulavam, apontando para um colapso governativo iminente. De salientar que Mattarella é o único com poder para dissolver o parlamento.

A rutura da coligação não é uma surpresa, surgindo no seguimento da degradação das relações entre os dois partidos que a integra: a Liga (extrema direita) e o Movimento 5 Estrelas (anti-sistema). Há meses que se confrontam numa data de questões políticas em que discordem.

Essas tensões agudizaram-se na passada quarta-feira, quando os dois partidos votaram um contra o outro no parlamento sobre o futuro de um projeto para a ligação de comboio de alta velocidade com a França, ao qual o partido de Di Maio se opõe alegando razões ambientais.

O 5 Estrelas tem mais assentos parlamentares do que a Liga, mas o partido de Salvini agora tem o dobro de apoio dos eleitores, de acordo com pesquisas de opinião, e muitas vezes ameaçou tentar capitalizar essa popularidade com novas eleições.

(Notícia atualizada às 20h15)

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PSD diz que está contra “exercícios desproporcionados de autoridade” na greve dos motoristas antes das eleições

Partido de Rui Rio lança "farpas" à forma como o Governo está a gerir a crise energética. Diz que conjuntura pré-eleitoral "não pode ser aproveitada para exercícios desproporcionados de autoridade".

O PSD reagiu aos mais recentes desenvolvimentos em torno da greve dos motoristas de matérias perigosas. Em comunicado, o partido liderado por Rui Rio diz acompanhar com “a maior apreensão” o conflito que opõe as diferentes partes, colocando-se do lado do Governo na decisão de servir de mediador, mas lança “farpas” à forma como o está a fazer. Lembra que a atual conjuntura política pré-eleitoral “não pode ser aproveitada para exercícios desproporcionados de autoridade”.

“O Partido Social Democrata tem vindo a acompanhar com a maior apreensão o conflito que opõe os empresários de transportes rodoviários de mercadorias aos sindicatos dos trabalhadores, em torno de um acordo laboral que traga estabilidade e a paz social ao setor”, começa por dizer o comunicado assinado por David Justino, vice-presidente da Comissão Política Nacional do PSD.

A perspetiva de uma greve por tempo indeterminado merece para o partido, “as maiores reservas quanto à sua oportunidade e real contributo para a resolução do diferendo que entretanto se agudizou”, acrescentando que “não são só os interesses das partes envolvidas que poderão ser afetados” — “são os interesses do país e dos portugueses que estão seriamente ameaçados”.

Neste sentido, o PSD diz que “secunda a iniciativa do Governo em mediar o conflito e em garantir o funcionamento dos serviços indispensáveis, mas não sem criticar também a forma como este processo está a ser conduzido pelo Executivo liderado por António Costa.

O partido de Rui Rio diz que “estranha a forma excessiva como [o Governo] se tem exposto perante a opinião pública no anúncio de medidas coercivas e de salvaguarda” do funcionamento dos serviços em causa.

Recomenda assim “mais recato” ao Executivo no sentido de se constituir “como mediador isento” no diferendo que persiste como forma de “ter sucesso no processo de mediação entre as partes” e de “encontrar uma saída para esta crise”. E lembra ainda o Governo de António Costa que “a atual conjuntura política pré-eleitoral não pode ser aproveitada para exercícios desproporcionados de autoridade“.

O PSD mostra-se ainda disponível para “partilhar com as restantes forças parlamentares iniciativas que contribuam para encontrar novos enquadramentos normativos destes problemas”, mas que “não o fará debaixo da pressão dos acontecimentos e das notícias”. “Mudar a legislação ao sabor dos acontecimentos não é prática que se recomende“, conclui.

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Sindicato Independente avança com impugnação dos serviços mínimos e pede ao tribunal decisão em 48 horas

SIMM exige mapas de férias de motoristas de agosto de 2018 para saber quantos trabalharam no "período homólogo". Isto porque os 50% ou 75% exigidos serão calculados com base nos que cumpriram serviços

O Sindicato Independente de Motoristas de Mercadorias (SIMM), que convocou a paralisação de 12 de agosto em conjunto com o das matérias perigosas, vai dar entrada ainda esta quinta-feira com o pedido de impugnação judicial aos serviços mínimos decretados pelo Governo para a greve que arranca segunda-feira.

O pedido que o sindicato vai apresentar ao tribunal será entregue com a solicitação para uma “apreciação urgente“, forma que o SIMM encontrou para ter uma decisão do tribunal num prazo máximo de 48 horas, ou seja, ainda antes do início da greve.

A decisão do SIMM foi avançada por Anacleto Rodrigues, dirigente deste sindicato, em declarações ao ECO. “A impugnação vai dar entrada ainda hoje [quinta-feira] e será através de uma outra via prevista na Lei, pois vamos requerer a sua apreciação urgente, para que o tribunal se pronuncie num prazo máximo de 48 horas”, ou seja, “até sábado à meia-noite”, detalhou o dirigente.

Mas o contra-ataque do sindicato à exigência de “serviços máximos” para a greve não se fica por aqui.

Serviços mínimos calculados em função de férias de motoristas, diz SIMM

Considerando que os despachos governamentais sobre os serviços mínimos detalham que os mínimos a prestar ao longo da paralisação devem ser assegurados em função do trabalho executado “em período homólogo” — ou seja o trabalho prestado por estes profissionais em agosto de 2018 –, então o SIMM quer saber quantos motoristas é que estavam de férias nessa altura.

Para o saber, enviou esta tarde um requerimento “a todos os ministérios envolvidos no desenho dos serviços mínimos” a solicitar os mapas de férias dos motoristas de mercadorias em agosto de 2018 — que as empresas são obrigadas a enviar ao Ministério do Trabalho.

A ideia é simples: se os motoristas estão obrigados a cumprir 75% do serviço cumprido no período homólogo há que calcular quantos motoristas estavam efetivamente a trabalhar no período homólogo e, a partir daí, perceber quanto representa os 50%, 75% ou 100% de mínimos. Imaginando que as empresas informaram o Ministério do Trabalho que tinham metade dos seus motoristas de férias a 12, 13 ou 14 de agosto, então os mínimos a serem assegurados não serão mais que 75% do que metade dos motoristas ao serviço cumpriram.

“Uma vez que os despachos dos serviços mínimos mencionam que estes são calculados em função do período homólogo, então vamos requerer aos ministérios os mapas de férias para termos melhor perceção de quantos trabalhadores estavam de férias em agosto do ano passado”, explicou o dirigente sindical ao ECO.

Se concluirmos que 50% dos motoristas estavam de férias nesta semana de agosto de 2018, então os serviços mínimos que somos obrigados a cumprir não são mais do que 75% de 50%“, explicou Anacleto Rodrigues ao ECO.

O requerimento já foi enviado aos ministérios da Economia, Trabalho, Saúde, Infraestruturas, Ambiente e Agricultura. No documento, o SIMM aponta que “não obstante a gritante violação do Direito Constitucional” à greve, exigem “urgentemente” a “informação e documentação” sobre os mapas de férias de cada empresa, “por forma a percebermos qual o universo concreto de motoristas a que se aplicam as percentagens fixadas no despacho”.

E explicam: “Existem, aproximadamente, 50.000 motoristas, sendo que, uma parte dos motoristas gozou as suas férias durante o mês de agosto de 2019″, logo, “os 100%, 75%, 50% de serviços mínimos fixados só poderão ser calculados e incidir sobre o número de motoristas que estavam no ativo e em exercício de funções, a partir do dia 12 de agosto, dado que o despacho nº 63/2019 fixou esta contabilização em face do ‘período homólogo'”.

Tendo este fato em conta, o requerimento do sindicato independente, assinado pelo seu presidente, Jorge Cordeiro, requer “o envio, urgente, dos mapas de férias de todas as empresas do setor abrangido por este pré-aviso de greve, no ano de 2018, para que este sindicato e os motoristas portugueses possam cumprir as percentagens fixadas” para os serviços mínimos.

Ou seja, e para que consigam cumprir os serviços mínimos em função do “período homólogo”, tal como exigido no despacho do Governo, diz o SIMM, “pedimos que nos seja enviado, de forma urgente, e ainda hoje, os mapas de férias, individualizados de cada empresa do setor, por forma a sabermos quantos motoristas estavam ao serviço efetivo das empresas a 12 de agosto de 2018 em diante”. E concluem: “Só com esta informação, estaremos habilitados a cumprir os serviços mínimos decretados”.

Antram em incumprimento, acusa SIMM

O dirigente do SIMM acusou ainda a Antram de já estar em incumprimento com um dos pontos estipulados pelas partes aquando da reunião em que se tentou procurar uma decisão consensual para os serviços mínimos.

Segundo Anacleto Rodrigues, a associação que representa as empresas de transporte de mercadorias devia “até 96 horas do início da greve” informar os sindicatos sobre “as matrículas dos veículos” que devem ser alocados ao cumprimento dos mínimos, o que não se verificou.

“A Antram devia ter entregue a lista de matrículas dos veículos que serão alocados ao cumprimento dos serviços impreteríveis até 96 horas do início da greve, como ficou acordado na reunião na reunião para debater os serviços mínimos no Ministério do Trabalho, e isso não se verificou”, disse.

Esta lista de veículos é importante para que se perceba quais são os veículos “oficiais” ao serviço do cumprimento dos serviços mínimos exigidos pelo Governo, lista essa que visa evitar que “as entidades patronais tentem furar a greve” com outros camiões em serviço.

(Notícia atualizada às 19h15)

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Hotelaria tem 12 vagas para curso de formação de formadores

A Associação da Hotelaria de Portugal anunciou a abertura da 2.ª edição do curso de formação de formadores para profissionais do setor, de 16 de setembro a 25 de outubro. Há 12 vagas.

A Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) anunciou esta quinta-feira a abertura de candidaturas para a 2.ª edição do Curso de Formação Pedagógica Inicial de Formadores, de 16 de setembro a 25 de outubro, em Lisboa. O curso é dirigido aos profissionais do setor hoteleiro que tenham cursos superiores e que queiram desenvolver competências pedagógicas. Nesta edição estarão disponíveis 12 vagas.

A formação de 90 horas é feita quase exclusivamente online através da plataforma b-learning. No total, o curso terá apenas seis sessões presenciais. Todos os materiais pedagógicos estão incluídos na formação e no final será emitido um Certificado de Competências Pedagógicas, pelo IEFP.

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A 1.ª edição do Curso de Formação de Formadores by AHP decorreu entre maio e julho deste ano, e esgotou em 24 horas.

“Temos, neste momento, a maior academia de formação da Hotelaria de Portugal e que continua a crescer em todo o país, pelo que o alargamento da oferta formativa é necessário e obrigatório. Com este novo curso de Formação de Formadores queremos chegar a todos os diretores e responsáveis de áreas e departamentos dos hotéis, para que estes possam também adquirir competências pedagógicas que lhes permitam dar formação internamente aos seus colaboradores”, comentava sobre a 1ª edição a Cristina Siza Viera, presidente-executiva da AHP.

Os associados da Associação da Hotelaria de Portugal representam mais de 65% do número de quartos da hotelaria nacional.

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PGR diz que Governo pode recorrer à requisição civil preventiva na greve dos motoristas

A Procuradoria Geral da República já entregou ao Ministério do Trabalho o seu parecer. Mas não tem elementos suficientes para avaliar a legalidade da greve dos motoristas.

A Procuradoria-Geral da República já entregou ao Ministério do Trabalho o seu parecer sobre a legalidade da greve dos motoristas agendada para dia 12 de agosto. De acordo com a SIC, o parecer do Conselho Consultivo defende que o Governo pode decretar a requisição civil preventiva, mas diz não ter elementos suficientes para avaliar a legalidade da greve.

O Conselho Consultivo considera que o Governo pode decretar a requisição civil preventiva antes mesmo de esta avançar, para esvaziar o impacto da greve, abrindo a porta a serviços mínimos de grande extensão, avançou a SIC, tendo em conta que os efeitos esperados em setores tão sensíveis. Foi essa aliás a opção do Governo que faz os serviços mínimos oscilar entre 50 e 100%. O Governo pode também adotar outras medidas de caráter preventivo, como por exemplo, decretar o alerta energético.

No entanto, a PGR defende que não tem elementos suficientes para avaliar a legalidade da greve dos motoristas. O Governo já recebeu o parecer do Conselho Consultivo da PGR, confirmaram as televisões, mas como o documento é denso e extenso, os juristas que apoiam o Executivo vão necessitar de algum tempo para o analisar e prevê-se que esse trabalho só esteja concluído na sexta-feira.

“O Ministério do Trabalho já recebeu o parecer da PGR que será devidamente analisado”, disse apenas fonte oficial do gabinete de Vieira da Silva, citada pela Lusa.

“O parecer foi transmitido à entidade consulente, o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social”, confirmou ao ECO, horas antes, fonte oficial da Procuradoria-Geral da República.

O parecer foi transmitido à entidade consulente, o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.

Fonte oficial da PGR

De acordo com as regras do Ministério Público, a PGR envia o parecer à entidade que o requereu, mas não o divulga. Essa decisão cabe a quem o pediu, ou seja, neste caso o ministério liderado por Vieira da Silva. Por exemplo, quando o Executivo pediu ao Conselho Consultivo da Procuradoria Geral da República para se pronunciar sobre a legalidade da greve dos enfermeiros no final do ano passado, esse parecer acabou por só ser conhecido 81 dias depois.

Este parecer além de definir, de forma não vinculativa, se a greve é legal também se pronuncia sobre os limites que o Governo pode impor em termos de serviços mínimos a adotar na greve, segundo avançou o Dinheiro Vivo. O que motivou o Governo a pedir este parecer foi o facto de a greve ter sido convocada por tempo indeterminado. Aliás, esse foi um ponto abundantemente frisado pelo Executivo na conferência de imprensa de quarta-feira na qual foram decretados os serviços mínimos. Serviços considerados pelos sindicatos excessivososcilaram entre 50 e 100% –, mas justificados pelo Governo precisamente porque a greve não tem um horizonte temporal definido.

(Notícia atualizada às 20h11)

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Após recordes em 2018, Mota-Engil volta a aumentar volume de negócios

Construtora divulgou dados preliminares da atividade de janeiro a junho. Apesar de ainda não revelar lucros, o volume de negócios cresceu 7,5% e a carteira de encomendas superou os 5,2 mil milhões.

A Mota-Engil fechou o semestre com uma carteira de encomendas superior 5,2 mil milhões de euros. Após ter atingido o valor recorde de 5.465 milhões de euros na totalidade do ano passado, as perspetivas de evolução do negócio continuam em “níveis historicamente elevados” e a construtora liderada por Gonçalo Moura Martins volta a reforçar a presença internacional.

Na divulgação de indicadores económico-financeiros preliminares, a Mota-Engil comunicou à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) ter registado uma “carteira de encomendas acima dos 5,2 mil milhões de euros, dos quais 75% fora da Europa“.

O volume de negócios da construtora aumentou cerca de 7,5%, face ao período homólogo, para 1,34 mil milhões de euros, enquanto o EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) cresceu 10% para 194 milhões de euros.

Já a dívida líquida situou-se em 1,07 mil milhões de euros, “apesar do elevado investimento e do fundo de maneio tradicionalmente desfavorável no primeiro semestre”, refere a empresa, que irá apresentar resultados ao mercado a 29 de agosto.

No ano passado, o lucro da Mota-Engil multiplicou-se por 12 vezes para 24 milhões de euros, com o volume de negócios no recorde de 2.818 milhões de euros.

Os dados preliminares são conhecidos no mesmo dia em que a Mota-Engil anunciou também a entrada em novos mercados, como o Panamá, e a celebração de contratos em diversos países, designadamente aquele que classifica como “um dos maiores de sempre no setor do ambiente”.

No Panamá, o contrato conseguido através de concurso público internacional está avaliado em 178 milhões de dólares (159 milhões de euros). Implica a extensão de 2,2 quilómetros da Linha 1 do metro da cidade do Panamá, a executar em 33 meses, bem como a construção de uma estação terminal com capacidade para mais de dez mil passageiros em horas de ponta.

Após o anúncio, as ações da construtora liderada por Gonçalo Moura Martins valorizaram na bolsa de Lisboa. Os títulos da empresa, tal como as restantes cotadas do PSI-20 mais expostas aos mercados internacionais, recuperam também devido à menor tensão na guerra comercial e acabaram por fechar com um ganho de 4,62% para 1,742 euros por ação.

Ações voltam aos níveis da semana passada

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Marcelo Rebelo de Sousa: “Quando termino uma viagem, atesto sempre o carro”

Apesar de não comentar assuntos nacionais em território estrangeiro, o Presidente da República disse que está em condições de ir de férias, pois tem o carro atestado.

Naquele que é o segundo dia de visita à Alemanha, Marcelo Rebelo de Sousa voltou a afirmar que, em território estrangeiro, não comenta assuntos nacionais. Ainda assim, o Presidente da República disse que tem o carro atestado para ir de férias, que deverão começar na próxima segunda-feira, dia 12 de agosto.

“Eu tenho um princípio básico. Quando termino uma viagem, atesto sempre o carro”, disse Marcelo Rebelo de Sousa, em declarações emitidas pela RTP 3, quando questionado sobre a greve dos motoristas agendada para segunda-feira. “Como acabei de vir do fim de semana que estive no Algarve, com os meus netos, atestei logo o carro e, portanto, estou em condições de partir, naquilo que está na minha cabeça para ser o [início] das minhas férias, que é dia 12″, continuou.

O Chefe de Estado não quis, contudo, prestar mais declarações sobre o assunto. “Acompanho tudo o que se passa [em Portugal], mas não devo comentar em território estrangeiro”, referiu, acrescentando que, depois de regressar ao país, “se for oportuno”, poderá fazê-lo.

Além do “princípio básico” do Presidente, há duas semanas, os portugueses tiveram mais uma recomendação. O ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, defendeu que deviam começar a abastecer as suas viaturas para “se precaverem” no caso de haver greve dos motoristas. “Temos todos de nos preparar. O Governo está a fazer o seu trabalho [para evitar a greve], mas todos podíamos começar a precaver-nos, em vez de esperarmos pelo dia 12″, porque “não sabemos” se a paralisação “vai acontecer”, disse o ministro, na altura, à margem da apresentação de um investimento na ferrovia.

Esta quarta-feira, o Governo definiu que os motoristas que entregaram o pré-aviso de greve, terão de assegurar entre 50% e 75% de serviços mínimos, dependendo do tipo de mercadorias em questão. Isto além dos 100% que foram estabelecidos para os serviços que são essenciais, incluindo o aeroporto. O grau elevado de “mínimos” decidido pelo Executivo justifica-se pelo facto de a paralisação ter sido decretada “por tempo indeterminado” e pelos vários impactos que a greve em questão pode representar para a economia nacional, justificou o ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Vieira da Silva.

O Governo recusa estar a pôr em causa o direito à greve, mas os sindicatos não viram com os mesmos olhos os serviços mínimos decretados, apelidando-os de um “atentado”.

(Notícia atualizada às 17h53)

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