Capacidade de transporte de bicicletas nos barcos do Tejo vai quase triplicar

  • ECO
  • 6 Agosto 2019

Os projetos que preveem acrescentar lugares para pessoas que viajam com bicicleta nos barcos do Tejo não vão comprometer o número de passageiros transportados.

As pessoas que viajam nos transportes fluviais de Lisboa com bicicletas vão ter, até ao final do ano, 300 lugares nos barcos que ligam as margens do Tejo. Este valor significa duplicar a capacidade que existe atualmente nas frotas da Soflusa e da Transtejo, e nos próximos anos deverá mesmo triplicar, já que os navios em fase de aquisição deverão incluir 200 lugares.

Esta medida, anunciada pelo secretário de Estado dos Transportes, José Mendes, é motivada pelo aumento de utilizadores dos navios que transportam consigo a bicicleta, adianta o Público (acesso pago). Os projetos que preveem acrescentar estes lugares não vão comprometer o número de passageiros transportados nem as questões de segurança, garante ainda José Mendes.

O investimento, explicou o secretário de Estado numa reunião com o Conselho Consultivo para a Mobilidade Sustentável da Federação Portuguesa de Cicloturismo e Utilizadores de Bicicleta (FPCUB), vai permitir aumentar de quatro para 16 as bicicletas que podem ir em cada cacilheiro, enquanto nos catamarãs Transcat o número sobe de cinco para nove.

Os dez novos navios da Transtejo, cujo concurso está ainda a decorrer, terão, cada um, vinte lugares para bicicletas, o que se traduz em 5% da capacidade de transporte de passageiros. Mesmo assim, fica ainda aberta a possibilidade de aumentar a capacidade nestes.

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Bancos cortam 2.700 milhões no crédito malparado

  • ECO
  • 6 Agosto 2019

No primeiro semestre, os bancos voltaram a encolher as carteiras de créditos tóxicos e, até ao final do ano, poderão cortar em 5.150 milhões de euros.

Os bancos venderam quase 2.700 milhões de euros de crédito malparado no primeiro semestre, mas poderão vender mais do dobro até ao final do ano. De acordo com o Diário de Notícias, as instituições reduziram o peso de créditos tóxicos para 4% a 7,3%, com o Novo Banco a destacar-se com um rácio de malparado de 21%.

Os 2.700 milhões de euros vendidos em malparado incluem vendas, recuperações e abatimentos ao ativo (write-offs), e abrangem a Caixa Geral de Depósitos (CGD), Novo Banco, BCP, BPI, Santander e o Montepio, que vendeu uma carteira de 321 milhões de euros já neste ano.

Até ao final de junho, cinco dos maiores bancos do mercado nacional tinham 17.500 milhões de euros em créditos não produtivos, menos 2.380 milhões de euros do que no final de 2018, diz o DN. Face à carteira de crédito total, os bancos reduziram o peso do malparado para entre 4% a 7,3%, com o Novo Banco a destacar-se com um rácio de 21%.

Mas este valor poderá mais do que duplicar até ao final do ano. O Novo Banco já anunciou que acordou a venda de quase 800 milhões de euros de crédito malparado. A CGD prevê vender mais 800 milhões de euros de malparado, provavelmente até ao final de setembro. O BPI também anunciou que vai alienar créditos tóxicos no valor de 200 milhões de euros até ao final do ano.

Feitas as contas, os bancos poderão vender em 2019 cerca de de 5150 milhões de euros em créditos tóxicos, face aos 5.719 milhões vendidos no ano passado.

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Empresa de irmãos do social-democrata Leitão Amaro fez contratos públicos enquanto este era secretário de Estado

  • ECO
  • 6 Agosto 2019

A empresa detida pelos irmãos de António Leitão Amaro celebrou 18 contratos com o Estado. O vice-presidente da bancada do PSD, à altura secretário de Estado, admite que pode perder o mandato.

A empresa detida pelos irmãos de António Leitão Amaro, vice-presidente da bancada do PSD, fez 18 contratos públicos no total de 5,8 milhões de euros, enquanto este era secretário de Estado e, já na atual legislatura, enquanto ocupava o cargo de deputado. A atual lei das incompatibilidades, que muda na próxima legislatura, prevê a perda de mandato, algo que Leitão Amaro, que em junho anunciou a decisão de deixar o Parlamento, admite ser uma possibilidade.

A empresa de “recolha, transporte e comercialização de resíduos florestais”, a Arbogest, é detida por três irmãos de António Leitão Amaro que controlam, em conjunto, 50% da empresa e todos eles têm participações superiores a 10%, adianta o Observador (acesso pago).

Leitão Amaro disse que não acompanha o quotidiano da empresa desde que deixou de ser sócio e que questionou se a empresa tinha contratos públicos quando tomou posse como deputado, em declarações à publicação. “O que me disseram é que não havia contratos públicos, havia sim com empresas já privatizadas como a EDP e a REN, mas que as restantes contrapartes eram privadas”, explicou.

A pergunta não foi feita novamente com frequência, deixando o deputado “surpreendido” que algo tivesse mudado. Dos contratos feitos já enquanto deputado, dois foram celebrados com a junta de freguesia de Pêro do Moço, liderada pelo PSD, o que podem levar à perda do mandato se a lei for aplicada. “Não vou dizer como os outros que a lei não é para cumprir. Lei é lei. Se é assim, é assim”, garantiu Leitão Amaro.

Já aqueles celebrados enquanto Leitão Amaro era secretário de Estado da Administração Local não podem levar à demissão de um cargo que já não desempenha, mas o Tribunal Constitucional pode entender que, também por estes, o social-democrata deve perder o mandato de deputado. No que diz respeito à próxima legislatura, Leitão Amaro tinha anunciado em junho que não pretendia continuar.

Segundo um comunicado do grupo parlamentar do PSD, citado pela TSF, “a questão não se coloca, porquanto a Comissão de Ética da Assembleia da República tem de forma estável ao longo dos anos reiterado que o Estatuto dos Deputados é norma especial face ao Regime Geral de Incompatibilidades e que portanto ao Deputado em acumulação de funções aplica-se a regra do Estatuto dos Deputados (art 21.° n.º 6) pela qual o impedimento se aplica exclusivamente a empresas do próprio e do cônjuge (e não colaterais, como os irmãos). Como tal a questão não se coloca.”

O partido defende que o caso de Leitão Amaro deve ser analisado à luz do Estatuto dos Deputados, já que o social-democrata acumula funções de deputado, professor universitário e comentador televisivo remunerado. Além disso, o Estatuto dos Deputados, ao contrário da lei das incompatibilidades, só impede negócios com o Estado a empresas detidas pelo próprio e/ou pelo seu cônjuge.

(Notícia atualizada às 13h57 com a reação do grupo parlamentar do PSD)

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Hoje nas notícias: Contratos públicos, portagens e malparado

  • ECO
  • 6 Agosto 2019

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

O dia arranca com a notícia de mais um caso de negócios entre o Estado e familiares de detentores de cargos políticos, desta vez envolvendo os irmãos do vice-presidente da bancada do PSD, Leitão Amaro, enquanto este era secretário de Estado. Nas portagens, as concessionários encaixaram três milhões de euros por dia em receitas e, na banca, as carteiras de créditos tóxicos diminuíram com os bancos a desfazerem-se de quase 2.700 milhões de euros em malparado. É ainda notícia a venda do estádio do Estrela da Amadora.

Empresa de irmãos do social-democrata Leitão Amaro fez contratos públicos

A empresa detida pelos irmãos do social-democrata António Leitão Amaro, a Arbogest, fez 18 contratos públicos no total de 5,8 milhões de euros, enquanto este era secretário de Estado e, já na atual legislatura, deputado. A empresa de “recolha, transporte e comercialização de resíduos florestais” é detida por três irmãos de Leitão Amaro que detêm, em conjunto, 50% da empresa e todos eles têm participações superiores a 10%. A atual lei das incompatibilidades — que muda na próxima legislatura — prevê a perda de mandato. Leia a notícia completa no Observador (acesso pago)

Portagens rendem três milhões por dia às concessionárias

As portagens renderam às concessionárias cerca de 1.114 milhões de euros no ano passado, mais 79 milhões de euros do que em 2017. Este é o valor mais alto dos últimos anos. Na prática, os automobilistas deixaram nas 172 praças de portagens uma média de três milhões de euros por dia em 2018. O aumento médio das portagens fixou-se, no ano passado, nos 1,42%. A Brisa lidera a tabela das receitas com 592,6 milhões de euros, quase metade do total arrecadado pelas vias geridas pelos privados. Leia a notícia completa no Correio da Manhã

Bancos cortam 2.700 milhões no malparado

Nos primeiros seis meses deste ano, os bancos diminuíram as carteiras de créditos tóxicos, ao desfazerem-se de quase 2.700 milhões de malparado, em vendas, recuperações e abatimentos ao ativo. A ajudar a esta operação está a valorização dos preços dos imóveis em Portugal. No total, em 2019, de acordo com as previsões, os bancos poderão vender aproximadamente 5.150 milhões de euros em crédito tóxico. Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso pago)

Capacidade de transporte de bicicletas nos barcos do Tejo vai triplicar

As pessoas que viajam nos transportes fluviais de Lisboa com bicicletas vão ter, até ao final do ano, 300 lugares nos barcos que ligam as margens do Tejo. Este valor significa duplicar a capacidade do que existe atualmente nas frotas da Soflusa e da Transtejo, e nos próximos anos deverá mesmo triplicar, já que os navios em fase de aquisição deverão incluir 200 lugares. Esta medida, anunciada pelo secretário de Estado dos Transportes, é motivada pelo aumento de utilizadores que transportam a bicicleta. Leia a notícia completa no Público (acesso pago)

Estádio do Estrela da Amadora à venda por seis milhões

Uma década após ter falido com dívidas de 36,8 milhões de euros, com o Estado como principal credor, o Estrela da Amadora vai leiloar o estádio por um valor base de pouco mais de seis milhões de euros. Incluídos estão ainda o campo de treinos — entretanto alugados — e o bingo — subconcessionado à Pataca da Sorte e com um contrato de arrendamento de dez mil euros mensais. Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

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Motoristas: Antram saúda posição do Governo mas não cede a “chantagem” dos sindicatos

  • Lusa
  • 6 Agosto 2019

Antram continua a condicionar qualquer acordo à retirada do pré-aviso de greve e à aceitação do protocolo assina em maio com os sindicatos.

O porta-voz da Antram saudou na segunda-feira a possibilidade de o Governo acionar um mecanismo para travar a greve dos motoristas, mas garantiu não ceder à “chantagem” dos sindicatos para apresentação de uma contraproposta até sexta-feira.

“Saudamos esta decisão do Governo e reconhecemos que o Governo, de facto, tem feito um esforço grande para que as partes cheguem a acordo”, disse André Matias de Almeida, em declarações à Lusa.

No entanto, o responsável da Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (Antram) lamentou que não tenham sido os sindicatos a colocar em cima da mesa esta possibilidade.

André Matias de Almeida notou ainda que, para que as duas partes cheguem a um entendimento, é necessário que o pré-aviso de greve, com início agendado para a próxima segunda-feira, dia 12, seja retirado e que os motoristas aceitem o protocolo convencionado em maio, que prevê que os aumentos pecuniários em negociação sejam indexados ao salário mínimo nacional.

O porta-voz dos patrões vincou que a Antram está disposta ao entendimento, mas assegurou que a associação não vai ceder à “chantagem” feita pelos motoristas.

“A Antram está disposta ao entendimento, desde que o entendimento não esteja assente na chantagem”, frisou.

Desta forma, a associação exige conhecer todas as propostas que estiveram na segunda-feira em cima da mesa na reunião que juntou os sindicatos representativos dos motoristas e o Governo.

“A Antram mantém o diálogo de boa-fé negocial, sem radicalizar pontos e com cedências. A Antram tem de tomar conhecimento das propostas e só depois tomará uma posição”, concluiu.

O Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) e o Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM) estiveram na tarde de segunda-feira reunidos, em Lisboa, com o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos.

O Ministério das Infraestruturas propôs aos sindicatos representativos dos motoristas a possibilidade de ser desencadeado “um mecanismo legal de mediação”, que obriga patrões e sindicatos a negociar e que permite que a greve seja desconvocada.

“O Governo propôs hoje [na segunda-feira] aos sindicatos o desencadear de um mecanismo legal de mediação previsto no Código do Trabalho, no âmbito do qual as partes são chamadas a negociar e, caso não haja acordo, o próprio Governo, através da Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho, apresentará uma proposta de convenção coletiva de trabalho, nos termos da lei”, indicou, em comunicado, o ministério tutelado por Pedro Nuno Santos.

De acordo com o executivo, este mecanismo, caso seja aceite pelos sindicatos, vai permitir que “a greve seja desconvocada e que as partes retomem o diálogo e a negociação num novo enquadramento legal”.

À saída do encontro de segunda-feira com o Governo, o assessor jurídico do SNMMP, Pedro Pardal Henriques, garantiu aos jornalistas que a greve vai manter-se até a Antram apresentar “uma contraproposta” que, a concretizar-se, será votada a partir de “sexta-feira, num plenário”.

“Estamos sempre disponíveis para desconvocar esta greve, só não estamos quando não há vontade da outra parte [Antram]”, sublinhou o antigo vice-presidente do SNMMP.

De acordo com este responsável sindical, na reunião foram apresentadas ao Governo as condições das quais os motoristas não abdicam para que seja desconvocada a greve.

“O senhor ministro ficou hoje com um conhecimento muito mais profundo do que estava em cima da mesa e mostrou grande abertura e compreensão por aquilo que os motoristas estão a reclamar”, notou o responsável do SNMMP.

Posição semelhante foi defendida pelo representante do SIMM, Anacleto Rodrigues, salientando que só os trabalhadores é que podem aprovar uma contraproposta dos patrões.

“Vamos ver se se regista alguma abertura por parte da ANTRAM e, depois, vamos esclarecer os nossos associados e eles é que vão votar”, afirmou.

O SNMMP e o SIMM já tinham estado esta manhã no Ministério das Infraestruturas e da Habitação.

A greve convocada pelo SNMMP e pelo SIMM, por tempo indeterminado, ameaça o abastecimento de combustíveis e de outras mercadorias.

O Governo terá de fixar os serviços mínimos para a greve, depois de as propostas dos sindicatos e da ANTRAM terem divergido entre os 25% e os 70%, bem como sobre se incluem trabalho suplementar e operações de cargas e descargas.

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Qual é o hotel mais caro de Portugal?

Sabia que uma noite no hotel mais caro do país custa mais de 600 euros? Uma cama de casal extra grande, num quarto com 40 m2, terraço e varanda privados. Consegue adivinhar que hotel é?

Dormir num hotel custava, em média, 95 euros por noite no ano passado, de acordo com os dados da Associação da Hotelaria de Portugal. Mas, em Lisboa, há um hotel onde o preço por noite é, no mínimo, sete vezes superior. Nesta unidade de cinco estrelas, onde os quartos têm terraços e varandas privadas com vista para as Sete Colinas, uma noite custa mais de 600 euros. Mas uma suíte pode ultrapassar os 17 mil euros.

“Um fabuloso hotel de cinco estrelas num tradicional e moderno mix de estilos europeu”, “espetacular e, certamente, o melhor Four Seasons onde já estive”, “não hesitem, é caro, mas vale muito a pena”. Estes são alguns dos muitos comentários positivos que o Four Seasons Hotel Ritz Lisbon recebeu no portal de reservas Booking. Numa escala de zero a dez, está avaliado em 8,7.

É no número 88 da Rua Rodrigo da Fonseca, nas Avenidas Novas, que o Four Seasons Hotel Ritz Lisbon está, desde janeiro de 1998, de portas abertas para receber os hóspedes. Num total de 282 quartos, dos quais 41 são suítes, a unidade hoteleira conta com quatro restaurantes e lounges, um business centre aberto 24 horas, um centro de fitness com uma pista de corrida no exterior, um spa, um estúdio de pilates e uma piscina interior com vista para os jardins do hotel e para o Parque Eduardo VII.

Os quartos têm áreas que começam nos 42 metros quadrados e todos têm, pelo menos, uma varanda privada. Apesar de o hóspede poder escolher a opção de alojamento com pequeno-almoço, por norma esta refeição, que é servida no restaurante do hotel — Restaurante Varanda — não está incluída e tem um custo de 47 euros, tanto para hóspedes como não hóspedes.

Se o pequeno-almoço tem este custo, já dá para ter uma ideia do preço de uma noite. O quarto mais barato — superior room — com capacidade para até três adultos ou dois adultos e uma criança, tem um custo base de 620 euros por noite para duas pessoas. Já no caso de um deluxe room, com 49 metros quadrados, o valor aumenta para 725 euros e, num premier room, com a mesma área, o custo de uma noite é de 830 euros.

Suítes a partir de 1.000 euros… mas podem chegar aos 17 mil euros

Como a maioria dos hotéis, também o Four Seasons Hotel Ritz Lisbon tem as suas suítes, “ideias para longas estadias” e bastante luxuosas. Enquanto há apenas três tipos de quartos, o hotel tem oito tipos de suítes. A reserva de uma destas suítes inclui comodidades como transfer de e para o aeroporto, pequeno-almoço, minibar livre de custos, cortesias diárias personalizadas e muitas outras comodidades sob pedido de cada hóspede.

A Junior Suite, com 73 metros quadrados, oferece aos hóspedes uma zona de vestir à parte e um terraço de nove metros quadrados. Uma noite aqui custa, pelo menos, 1.245 euros. Há ainda a Central One-Bedroom Suite, a Grande One-Bedroom Suite, a Imperial One-Bedroom Suite e a Foundation One-Bedroom Suite, com 115 metros quadrados, com noites a custarem entre os 1.790 e os 3.950 euros.

Se pensava que uma noite a custar 4.000 euros era demasiado caro, saiba que o hotel tem suítes ainda mais dispendiosas do que estas. A Residence Suite, com uma área de 255 metros quadrados, é uma “verdadeira homenagem ao glamour dos anos 50″, lê-se na descrição. Com capacidade para até quatro adultos e duas crianças, esta suíte conta com duas casas de banho e quatro terraços privados com vista para o Parque Eduardo VII. Para passar uma noite neste espaço tem de desembolsar, no mínimo, 8.130 euros por noite.

A Suite Royal pode ser reservada a partir de 14 mil euros por noite.Booking

Já a Royal Suite, com 175 metros quadrados, conta com uma sala de estar de grandes dimensões, mobilada com peças restauradas da Fundação Ricardo do Espírito Santo, uma sala de jantar com capacidade para até dez pessoas e uma kitchenette. O quarto tem ainda um terraço privado e, na parede, existem espelhos que “magicamente se transformam em ecrãs de televisão”. Quanto custa? 14.020 euros por noite.

Por último, os hóspedes podem ainda optar por ficar hospedados na Presidencial Suite, com 247 metros quadrados e vista para o rio. Há uma sala de jantar privada que acomoda oito pessoas e uma cozinha, também separada. As visitas dos hóspedes podem usar uma casa de banho social. A sala de estar conta com dois sofás de três lugares e uma mesa de trabalho já equipada com fax. A casa de banho principal é toda em mármore e conta com uma banheira de hidromassagem. Tal como nas outras suítes, há um terraço privado. Todos estes luxos por 17.010 euros por noite.

A Suite Presidencial pode ser reservada a partir de 17 mil euros por noite.

 

Quanto custa carregar a bateria do seu telemóvel? Quantas árvores são precisas para fazer uma resma de papel? Quanto custa fazer uma prancha de surf? Quantos casamentos se fazem em agosto? De segunda a sexta-feira, até ao final de agosto, o ECO dá-lhe a resposta a um “Sabia que…”.

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China desvaloriza moeda para contra-atacar Trump, mas arrisca efeitos colaterais

Desvalorização da moeda chinesa poderá mitigar os efeitos das novas tarifas de Donald Trump. Mas está livre de novas retaliações por parte dos EUA nem do impacto negativo na economia e nos mercados.

A guerra comercial entre Estados Unidos e China ganhou novos contornos de guerra cambial. O banco central da China nega que seja o caso, apesar de ter desvalorizado a moeda para o valor mais baixo em mais de uma década. O volte-face no conflito permite aos chineses terem mais controlo e limitar o impacto das ameaças norte-americanas. No entanto, há riscos e os analistas esperam que a estratégia seja limitada.

As taxas de câmbio do yuan chinês face ao dólar norte-americano quebraram a barreira psicológica de sete yuans para um dólar, nos mercados locais. O Banco Popular da China rejeitou a ideia que irá “envolver-se numa desvalorização competitiva” ou “usar a taxa de câmbio para fins competitivos”. Mas não negou que a movimentação estivesse relacionada com a guerra comercial depois de, na última semana, o presidente dos EUA ter anunciado novas tarifas aduaneiras a todas as importações da China.

Algumas situações novas que surgiram recentemente a nível económico internacional e as tensões comerciais, fizeram alterar as expectativas do mercado“, justificou o banco central, em comunicado. “Afetadas por isso, muitas moedas desvalorizaram face ao dólar norte-americano e a taxa de câmbio do yuan também foi afetada em certa medida”.

A cotação, a mais baixa desde abril de 2008, indica o enfraquecimento da divisa chinesa, mas joga a favor do gigante asiático. A um mês de entrarem em vigor novas tarifas de 10% sobre produtos chineses avaliados em 300 mil milhões de dólares, o yuan mais fraco torna os produtos chineses mais baratos. O efeito cambial poderá colmatar o aumento das taxas nos preços e impedir uma redução nas importações.

Por outro lado, torna mais caro a detentores de moeda chinesa comprarem em dólares, o que desincentiva a compra de produtos norte-americanos. E esta realidade não é limitada à China já que a moeda tem ganho relevância global. Em especial, as moedas de outros países asiáticos — como a Coreia do Sul, Taiwan ou Singapura — são especialmente vulneráveis às movimentações, tal como acontece com uma série de países africanos que usam o yuan como reserva cambial.

Há ainda uma terceira forma em que a China conseguiu afetar os EUA. Os investidores veem a escalada da guerra comercial com receio, levando a uma fuga de ativos de risco como as ações para refúgios como a dívida alemã, o ouro ou… o dólar norte-americano. O apetite valoriza ainda mais a moeda e irrita ainda mais Donald Trump.

“A China afundou o preço da moeda praticamente para mínimos históricos. Chama-se «manipulação cambial». Está a ouvir Reserva Federal dos EUA? Esta é uma violação enorme, que irá a prazo enfraquecer muito a China“, escreveu o Presidente dos EUA, no Twitter.

Fotomontagem: Lídia Leão / ECO

Ato isolado é o mais provável, mas yuan ainda pode cair mais

Em parte, Trump tem razão. A desvalorização da moeda torna as exportações mais baratas e atrativas (dinamizando a economia), mas também as importações mais caras. No caso de produtos importados que não possam ser substituídos por produção interna, as famílias e empresas têm de pagar o preço mais elevado. Em simultâneo, a inflação tende a acelerar, o que impulsiona o crescimento económico, mas causa uma queda do poder de compra pela redução dos salários reais.

Além de empresas dependentes de produtos estrangeiros, também as cotadas chinesas em bolsas estrangeiras são especialmente penalizadas ao tornar-se menos atrativas, enquanto os investidores estrangeiros podem gerar uma forte saída de capitais do país. Para as contas públicas, a dívida do país torna-se mais pesada de reembolsar.

O risco associado às guerras cambiais, a par dos acordos internacionais com vista a garantir a paz entre países, tornaram esta estratégia cada vez mais rara. Durante a Grande Depressão nos anos 1930, o ouro deixou de ser usado como paridade e as desvalorizações cambiais eram comuns, mas a chegada do sistema de Bretton Woods (após a Segunda Guerra Mundial) pôs fim à manipulação.

"Consideramos improvável um crash dramático do yuan. Por um lado, o yuan ainda não quebrou mínimos de sempre contra o cabaz de moedas que reflete o cabaz comercial. Por outro, as autoridades têm mais capacidade de lidar com a fuga de capitais do que tinham em 2015.”

Enrique Dias-Alvarez

Chief risk officer da Ebury

Em 2005, devido à crise asiática, e em 2010, devido à crise nos EUA e Zona Euro, os receios de uma guerra cambial regressaram. Em 2015 foi um forte e prolongado sell off nas bolsas asiáticas a determinar a desvalorização do yuan. De todas essas ocasiões, aquela em que houve maior dificuldade em controlar a situação foi a última. Desta vez, a grande dúvida é se este será um ato isolado ou se a China irá mais longe.

“A China puxou da arma ‘taxa de câmbio’ e desvalorizou o yuan face ao dólar. Reinicia a guerra cambial, mostrando que também tem cartas na manga”, afirmou Carla Maia Santos, sales team leader da corretora XTB. Já a ActivTrades lembra que abrir uma “nova frente” na guerra comercial entre os dois blocos contribui para “inflamar ainda mais uma situação” que ameaça o crescimento da economia global.

Será, assim, provável que esta desvalorização do yuan seja apenas um aviso por parte da China, não sendo de esperar que o declínio persista”, referiram os analistas ActivTrades. A Ebury, fintech especializada em câmbio, concorda que a escala de tensão pode desacelerar, mas o yuan cair ainda mais não está fora de questão.

“Consideramos improvável um crash dramático do yuan”, disse Enrique Dias-Alvarez, chief risk officer da Ebury. “Por um lado, o yuan ainda não quebrou mínimos de sempre contra o cabaz de moedas que reflete o cabaz comercial. Por outro, as autoridades têm mais capacidade de lidar com a fuga de capitais do que tinham em 2015, da última vez que houve um susto sério com o yuan, pelo que qualquer sell off tem uma maior probabilidade de ser controlado“, conclui.

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Revisão estatística põe em causa dívida pública abaixo dos 100% no final da próxima legislatura

O Eurostat debatia desde 2015 como contabilizar os juros dos certificados de aforro e decidiu incluí-los como dívida pública no reporte a Bruxelas. Dívida portuguesa aumentou 2,1 pontos percentuais.

O Eurostat mudou as regras como contabilizar os juros capitalizados dos certificados de aforro e a dívida pública, na ótica de Maastricht, o que levou a um aumento da dívida pública em dois pontos percentuais. A mudança é contabilística, mas pode adiar o objetivo de terminar a próxima legislatura com uma dívida abaixo dos 100% do PIB. O Governo diz que vai ter em conta as mudanças quando atualizar o cenário macroeconómico.

A questão estava a ser analisada pelo Eurostat desde 2015 e a decisão foi tornada efetiva na semana passada. Entre as várias mudanças está a contabilização como dívida pública dos juros capitalizados dos Certificados de Aforro.

A mudança obrigou a uma revisão profunda nos valores da dívida pública na ótica de Maastricht, a que conta para Bruxelas no âmbito das regras orçamentais europeia, tendo aumentado o rácio da dívida pública em 2,1 pontos percentuais. Os 121,5% do PIB que foram apresentados no final do ano passado, foram atualizado para 123,6%.

Questionado sobre o impacto destas mudanças nas previsões, o Governo diz que “na atualização de futuros cenários macroeconómicos e orçamentais em que seja reportado o valor da dívida na ótica de Maastricht, terá em consideração o nível que resulta da nova metodologia do Eurostat”.

Na atualização de futuros cenários macroeconómicos e orçamentais em que seja reportado o valor da dívida na ótica de Maastricht, terá em consideração o nível que resulta da nova metodologia do Eurostat.

Fonte oficial das Finanças

No entanto, o Governo sublinha que se trata de uma mudança meramente estatística e que se aplica a todos os países da União Europeia e que, por isso, “não gera, assim, novas responsabilidades financeiras, não implicando qualquer alteração das necessidades de financiamento”.

Ou seja, apesar de a dívida aumentar, o custo do Estado com a dívida pública não aumenta. Esta dívida já existia e os seus custos já estavam previstos nas contas do Estado, simplesmente a dívida apresentada no método definido por Bruxelas faz com que ela seja superior.

A alteração também não é valorizada pelas agências de notação financeira. “O rating que a DBRS atribui a Portugal (BBB) não é sensível a esta revisão estatística”, disse ao ECO Jason Graffam, vice-presidente de ratings soberanos globais da DBRS. “Embora Portugal tenha um elevado nível de dívida pública, a dinâmica da dívida está numa tendência favorável descendente”, acrescenta o responsável, “graças a fortes saldos primários e um crescimento saudável do PIB nominal”. Fatores que justificam o facto de a agência canadiana ter, em abril, colocado Portugal com uma perspetiva positiva.

O rating que a DBRS atribui a Portugal (BBB) não é sensível a esta revisão estatística.

Jason Graffam

Os dados que foram divulgados esta segunda-feira pelo Banco de Portugal fazem uma revisão da dívida pública atual, tal como os valores da série para o passado. Os valores finais são mais elevados que os apresentados até à semana passada, mas as variações que foram apresentadas mantêm-se.

Ou seja, em vez dos 246,9 mil milhões de euros, a dívida é afinal de 251,2 mil milhões de euros, mas a diminuição da dívida pública em 5,6 mil milhões de euros mantém-se.

O critério pode ser meramente estatístico, mas irá influenciar as previsões da dívida pública que o Governo apresentou no Programa de Estabilidade nos próximos anos.

Na ausência de qualquer esforço adicional para reduzir a dívida pública, ou de um crescimento do PIB acima do previsto para estes anos, as metas para reduzir a dívida pública para os 118,6% do PIB este ano e para reduzir a dívida pública para menos de 100% em 2023, no final da próxima legislatura, não seriam alcançadas.

O Governo pode, no entanto, ainda vir a beneficiar de vir das alterações que serão feitas na forma de calcular o Produto Interno Bruto, cuja revisão regular ficará terminada este verão. Mas isso só se a revisão ditar um aumento contabilístico do PIB, não conhecendo ainda nesta altura o impacto destas revisões, nem em que sentido elas irão afetar os números da produção de riqueza nacional que têm vindo a ser reportados pelo INE.

Governo antecipa dívida abaixo de 100% em 2023

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Patrões condenam “postura de chantagem” dos sindicatos de motoristas

  • ECO
  • 5 Agosto 2019

“Da nossa parte, consideramos que é mais do mesmo. Esta contraproposta que os motoristas exigem é uma farsa que visa lavar a cara da opinião pública para uma greve que é impopular”, diz a Antram.

A Associação Nacional dos Transportes Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM) acusa os sindicatos dos motoristas de manterem uma “postura de chantagem” depois da reunião desta segunda-feira com o Governo onde deixaram “quatro ou cinco pontos” dos quais não querem abrir mão. Os patrões dos motoristas reiteram que não aceitam negociar com uma greve em cima da mesa.

“Da nossa parte, consideramos que é mais do mesmo. Esta contraproposta que os motoristas exigem é uma farsa que visa lavar a cara da opinião pública para uma greve que é impopular”, disse ao Expresso o porta-voz da ANTRAM, André Almeida.

O porta-voz da ANTRAM acusou também os sindicatos dos motoristas de mentirem sobre o documento assinado a 17 de maio quando foi discutida e agendada a greve. Nessa reunião os sindicatos terão assinado o acordo e “rasgaram-no depois”, porque têm consciência do “poder incontornável” que uma greve deste tipo tem.

André Almeida lembrou ainda que a Antram tem em curso uma negociação com a Federação dos Sindicatos dos Transportes e das Comunicações (FECTRANS) que visa “melhorias substanciais” para os trabalhadores do setor. Em causa estão, segundo o responsável, os tempos das cargas e descargas, a forma como estas são feitas e o controlo das cargas nos portos. Estes temas estarão em cima da mesa na reunião que foi consecutivamente adiada ao longo desta segunda-feira para ficar acertada para terça-feira Às 9h30 no Ministério das Infraestruturas.

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Governo apresenta proposta para desenhar contrato coletivo e pôr fim à greve de motoristas

Governo propõe mediação para CCT e "caso não haja acordo, o próprio Governo, através da DGERT, apresentará uma proposta de convenção coletiva de trabalho". Se sindicatos aceitarem, greve cai.

O Ministério das Infraestruturas e Habitação (MIH) avançou com uma proposta própria para tentar desbloquear o impasse entre sindicatos e patrões e evitar “uma greve gravemente prejudicial para a população e para a economia nacional”.

Em comunicado emitido esta noite, o gabinete de Pedro Nuno Santos aponta que “propôs aos sindicatos” dar início a uma mediação oficial das negociações do contrato coletivo de trabalho que, a não ter sucesso, levará o próprio Executivo a desenhar a convenção coletiva de trabalho para o setor. A ser aceite, assume Executivo, a greve é desconvocada.

O comunicado do ministério foi divulgado poucos minutos depois do fim da reunião de várias horas que decorreu esta segunda-feira com os sindicatos de motoristas que convocaram a greve, com o Ministério a explicar que “tem vindo a acompanhar as negociações em curso e o presente conflito coletivo de trabalho que envolve questões relacionadas com a dignificação da profissão de motorista e que deve ser resolvido para bem das partes envolvidas e da população em geral”.

Contudo, e perante o impasse total a que estas negociações chegaram, e na sequência da reunião de esta segunda-feira, o Ministério explica que “propôs hoje aos sindicatos o desencadear de um mecanismo legal de mediação previsto no Código do Trabalho, no âmbito do qual as partes são chamadas a negociar”. E se mesmo assim não for possível chegar a um acordo então a hipótese alternativa é que seja “o próprio Governo, através da Direção Geral do Emprego e das Relações de Trabalho, apresentará uma proposta de convenção coletiva de trabalho, nos termos da lei”.

Esta proposta, garante a tutela, e “caso os sindicatos a aceitem”, permitirá “que a greve seja desconvocada e que as partes retomem o diálogo e a negociação num novo enquadramento legal”, aponta o Ministério das Infraestruturas, que lembra igualmente neste comunicado que a “greve é gravemente prejudicial para a população e para economia nacional”.

(Atualizada às 21h50)

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Wall Street afunda 3% com crescendo da tensão comercial

O S&P 500 registou a maior queda diária desde dezembro, numa altura em que a guerra comercial entre os EUA subiu de tom. Queda foi transversal aos principais índices e chegou às cotações do petróleo.

A seguir à pior semana do ano, a pior sessão do ano. Foi a isso que se assistiu em Wall Street na primeiro dia da semana, em que os principais índices bolsistas norte-americanos sofreram perdas de mais de 3%. O culpado? O crescendo da guerra comercial entre os EUA e a China que, nesta segunda-feira, fica marcado pela desvalorização do yuan para a fasquia mais baixa em mais de uma década.

O S&P 500 tombou 2,98%, naquele que é o pior desempenho diário desde dezembro e a sexta sessão consecutiva de quedas. O cenário para os restantes índices bolsistas norte-americanos não é melhor. O Dow Jones caiu 2,9%, enquanto o Nasdaq derrapou 3,45%, num dia marcado por fortes perdas para as tecnológicas.

Os investidores reagiram de forma muito negativa à reação por parte da China, depois de no final da semana passada Donald Trump ter anunciado que os EUA vão impor novas tarifas a produtos chineses a partir de 1 de setembro. Desta feita o alvo são “os restantes 300 mil milhões de dólares de bens e produtos que vêm da China para o nosso país, dizia o presidente dos EUA na sexta-feira”. Esta tarifa soma-se à taxa de 25% já aplicada pelos EUA a importações da China avaliadas em mais de 250 mil milhões de dólares.

A resposta chinesa foi a desvalorização do yuan e um corte nas importações de produtos agrícolas norte-americano. A moeda chinesa alcançou o valor mais baixo em mais de uma década, depois de o o banco central chinês, com a “bênção” das autoridades, ter fixado o seu valor médio diário nos 6,9225 yuan por dólar, o mais baixo dos últimos oito meses.

Donald Trump, através do Twitter, classificou a ação como uma “grande violação” e “manipulação cambial”. É que um yuan mais fraco e um dólar mais forte representam um desafio para as empresas norte-americanas que fazem grandes negócios com a China, já que faz subir o custo dos seus bens para os clientes chineses.

“É a escalada da guerra comercial”, disse Steven DeSanctis, estrategista de ações da Jefferies, citado pela Reuters. “O fortalecimento do dólar apresenta outro problema. Para empresas que fazem muitos negócios fora dos EUA, tudo isso se soma”, acrescentou o mesmo responsável.

As empresas tecnológicas, setor que apresenta uma grande exposição relativamente à China, acabaram por ser as mais penalizadas no S&P 500, com perdas a rondarem os 4,5%.

A Apple viu as suas ações derraparem 5%, com os analistas a alertarem que as novas tarifas propostas podem afetar a procura de iPhones. Mas as perdas atingiram outros títulos do setor como a Nvidia, Micron Technology e Intel sofrem perdas superiores a 6%, 4% e 3%. Também o Facebook, Amazon, Netflix e Alphabet, dona do Google, deslizaram acima de 3%.

O mercado da dívida também está a ser colocados à prova, já que a fuga ao risco por parte dos investidores fez com que os juros das obrigações do Tesouro norte-americanas a dez anos registassem novos mínimos de três anos, após a maior queda semanal em sete anos.

O receio dos investidores também é percetível no “índice do medo”, o índice VIX, que subiu até à fasquia mais elevada em cerca de sete meses.

Também o petróleo não escapou. A cotação do barril de crude transacionado em Nova Iorque desvalorizava 1,5%, para os 54,81 dólares.

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Sindicatos convocam motoristas para plenário enquanto aguardam “tranquilamente” proposta dos patrões

Sindicatos reúnem associados em plenário dia 10 para debater paralisação de 12 de agosto. Esperam contraproposta da Antram até sexta-feira para colocarem a votos. Sem nova proposta, greve é certa.

Os sindicatos de motoristas que assinaram o pré-aviso de greve para 12 de agosto e por tempo indeterminado vão reunir os seus associados em plenário no próximo sábado, dois dias antes da paralisação. Caso até lá surja uma contraproposta por parte da Antram, dizem, a mesma será colocada a votos entre os motoristas e, dependendo do resultado, a greve pode ser anulada. Esta contraproposta terá de chegar até sexta-feira, dia 9.

Ao fim de mais de quatro horas de reunião no Ministério das Infraestruturas, os sindicatos dizem que “comprovaram pela primeira vez” do lado do Executivo um “empenho claro para resolver o diferendo” entre patrões e motoristas, tendo aliás o próprio Ministério libertado um comunicado a dar conta da sua própria proposta para tentar resolver o conflito laboral.

O “ministro mostrou grande abertura face ao que os motoristas estão a passar e explicámos que só recuaremos com a greve com uma decisão sobre quatro ou cinco pontos dos quais não podemos abdicar. Deixámos os pontos ao senhor ministro, que os fará chegar à Antram, e aguardaremos uma resposta da Antram”, salientou Pedro Pardal Henriques, do Sindicato Nacional de Matérias Perigosas (SNMMP). Esta resposta terá de chegar até sexta-feira, disse, para que vá a tempo de ser debatida e votada pelos associados dos sindicatos.

“Nesta reunião com o Governo pudemos comprovar que houve pela primeira vez empenho claro para resolver diferendo. Estudámos várias nuances para encontrar solução e o que impede a solução é a postura da Antram, que não apresenta uma contraproposta“, referiu por seu turno Anacleto Rodrigues, dirigente do Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias, à saída da reunião.

“Vamos ver se a Antram mostra abertura entretanto porque, surgindo uma contraproposta, será apresentada aos nossos associados que a votarão”, explicou Anacleto Rodrigues. “Se virmos satisfeitos os pontos de que demos conhecimento ao ministro”, detalhou, o pré-aviso será retirado. Mas que pontos são esses? O sindicalista preferiu não comentar.

“Estão dentro das principais exigências, que já são bem conhecidas”, referiu, aproveitando para lembrar que em causa não está apenas a componente salarial, mas também questões legais e de direitos. “Fala-se muito do salário base, mas há muito mais… os direitos dos trabalhadores que foram retirados com a última convenção, a não valorização salarial nos últimos 20 anos… não está em causa apenas o salário base. É preciso pensar em como se chegou aqui”, prosseguiu.

A Antram já manifestou a total indisponibilidade para voltar à negociação enquanto o aviso prévio de greve estiver em cima da mesa, porém, esperam os sindicatos, a “influência” do Governo pode fazer mudar o cenário. “O Governo mostrou-se empenhado em usar a sua influência para que Antram volte às negociações antes de dia 10. Vamos aguardar a posição da Antram”, apontou o dirigente do SIMM.

Em relação à discussão sobre os aumentos salariais, Anacleto Rodrigues apontou que a revisão prevista para janeiro de 2020, que tem sido avaliada em 300 euros, refere-se não apenas a um valor bruto — “inclui a contribuição social” — como não está assegurada para todos os motoristas. “O valor inclui um subsídio para motoristas de matérias perigosas, que são cerca de 1.200. Para os restantes 50 mil o aumento em cima da mesa é de apenas 104 euros”, salientou. E recordou: “Não estamos a fazer greve por aumentos em 2021 e 2022. Antes aceitámos que os aumentos fossem espaçados até 2022, algo que a Antram aceitou e depois recuou.”

Questionado sobre se um aumento tão pronunciado em três anos não colocará em causa a saúde financeira das empresas de transporte, Anacleto Rodrigues lembrou que estas empresas se encontram “num setor intermédio, não são o final”, pelo que devem “acautelar a evolução salarial” quando estiverem a negociar os próximos anos, dando a entender que as empresas devem fazer refletir os aumentos em clientes como as petrolíferas ou empresas de distribuição, que são onde começa o esmagamento salarial do setor, acusam.

(Notícia atualizada às 22h20)

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