Juro da dívida portuguesa cai e quase iguala o de Espanha. “Portugal tem uma história mais convincente em 2019”

O diferencial entre os juros da dívida portuguesa e os juros da dívida espanhola está em 0,152 pontos percentuais, o valor mais baixo desde a crise.

O diferencial entre os juros da dívida portuguesa a dez anos e os juros da dívida espanhola no mesmo prazo está no valor mais baixo desde a crise: 0,152 pontos percentuais. Esta redução do spread das duas yields das dívidas dos países da Península Ibérica acontece numa altura em que Espanha se prepara para eleições legislativas antecipadas, enquanto Portugal vive uma situação económica estabilizada.

Esta segunda-feira, os juros portugueses a dez anos estão a recuar 0,044 pontos base para 1,313%. Esta é a taxa mais baixa de sempre. Na quinta-feira, face à decisão do BCE, a yield tinha ficado, pela primeira vez, abaixo dos 1,4%, um recorde que acaba de ser batido esta tarde.

No outro lado da Península Ibérica, os juros espanhóis avançam 0,098 pontos base para 1,161%, face à estabilidade política atualmente vivida nesse país. O primeiro-ministro espanhol marcou eleições legislativas antecipadas para 28 de abril, depois do Orçamento do Estado para 2019 ter sido chumbado pelos partidos independentistas.

Durante esta legislatura, Espanha já teve dois Governo minoritários. O de Mariano Rajoy, que foi derrubado por Pedro Sanchéz com uma moção de censura; e o de Pedro Sanchéz, que acaba de cair.

Deste modo, no início do mês, o banco norte-americano JPMorgan aconselhou os investidores a reforçarem as suas posições na dívida pública portuguesa em detrimento da espanhola. “Acreditamos que Portugal tem uma história mais convincente em 2019 do que Espanha”, afirmou a analista de renda fixa da instituição Gianluca Salford. “Os dois países estiveram em paralelo no mercado nos últimos meses, mas a nossa expectativa de um aumento do ruído político em Espanha, devido ao debate das emendas ao Orçamento do Estado, pode facilitar um melhor registo da dívida portuguesa nas próximas semanas”, rematou Salford.

Face a este tumulto político em Espanha e à relativa estabilidade económica portuguesa, o diferencial entre a yield lusa e a yield hispânica tem encolhido. Esta segunda-feira, o spread atingiu mesmo o valor mais baixo desde a crise: 0,152 pontos percentuais. É preciso recuar até 27 de janeiro de 2010 para encontrar um diferencial mais baixo. Nessa ocasião, o spread era de 0,063 pontos base.

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Lucro da EDP cai 53% para 519 milhões de euros. Dividendo mantém-se nos 19 cêntimos

Os negócios de renováveis e brasileiro atingiram resultados recorde. No entanto, a atividade em Portugal registou prejuízos pela primeira vez desde a privatização devido a custos regulatórios.

Os lucros da EDP caíram para 519 milhões de euros em 2018, menos 53% que no ano anterior. A contribuir para a quebra nos resultados esteve a atividade em Portugal, que registou prejuízo pela primeira vez em mais de duas décadas devido a custos regulatórios (excluindo a EDP Renováveis). Em sentido contrário, os lucros recorde da EDP Brasil e da Renováveis travaram uma queda maior.

“O resultado líquido reportado sofreu uma queda de 53%, essencialmente influenciado pelo impacto adverso de medidas regulatórias em Portugal, nomeadamente relacionadas com a provisão de 285 milhões de euros, por força de alegadas sobrecompensações dos CMEC“, explicou o relatório enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

A EDP já tinha avisado para o impacto da revisão dos custos de manutenção do equilíbrio contratual (CMEC) nas contas. Em agosto do ano passado, o então secretário de Estado da Energia, Jorge Seguro Sanches, quantificou em 285 milhões de euros a alegada sobrecompensação da EDP quanto ao cálculo dos CMEC. O despacho prevê ainda a possibilidade de serem exigidos à EDP até 72,9 milhões de euros, relativos a uma alegada sobrecompensação das centrais a operar em regime de CMEC.

EBITDA não recorrente acima dos 3 mil milhões

Além dos CMEC, houve outros gastos regulatórios, incluindo 65 milhões de euros para a Contribuição Extraordinária sobre a Energia (CESE) que a EDP voltou a pagar após ter chegado a acordo com o Governo. A comparação homóloga dos resultados foi ainda influenciada pelo ganho extraordinário com a venda do negócio de distribuição de gás em Espanha, em 2017.

O grupo alerta, por isso, que os resultados da EDP tanto de 2017 como de 2018 foram “materialmente afetados por fatores não recorrentes”. Excluindo todos os efeitos não recorrentes, o lucro teria subido 3% em termos homólogos, para 797 milhões de euros, “uma vez que o crescimento na EDP Brasil e a melhoria de mercado na Península Ibérica foram compensados por alterações regulatórias em Portugal, anunciadas no quarto trimestre de 2017, e por uma eolicidade particularmente fraca”.

A estimativa média dos 17 analistas (dos quais apenas dois incluem o impacto da provisão não recorrente dos CMEC) que seguem a EDP era que o resultado líquido tivesse caído para 748 milhões de euros. Os mesmos analistas apontavam para um EBITDA — lucros antes de juros, impostos, depreciações e amortizações — de 3.414 milhões de euros.

De acordo com os dados enviados à CMVM, o EBITDA recuou 5% para 3.317 milhões de euros. Excluindo estes efeitos não recorrentes, o EBITDA recorrente caiu 3% em termos homólogos, para 3.287 milhões de euros.

Desde a privatização que Portugal não dava prejuízo

O negócio da EDP em Portugal (excluindo a EDP Renováveis) registou um prejuízo de 18 milhões de euros, em 2018, contra o lucro de 169 milhões de euros no ano anterior. Foi a primeira vez desde o início da privatização da empresa, em 1997, que a atividade no país teve resultados negativos. Os custos operacionais na Península Ibérica caíram 3%.

Em sentido contrário, tanto a EDP Brasil como a EDP Renováveis registaram lucros recorde em 2018. No caso do negócio brasileiro, o resultado aumentou 108% para 1,3 mil milhões de reais (equivalente a 306,7 milhões de euros). Já no das renováveis, cresceu 14% para 313 milhões de euros.

As atividades no estrangeiros também ajudaram a reduzir a dívida em 400 milhões de euros. A dívida líquida do grupo diminuiu 3% para 13,5 mil milhões de euros, “com aumento de fluxos de caixa das operações internacionais e da venda de défice tarifário em Portugal”. O custo médio caiu para 3,8%, face aos 4,1% de 2017.

Apesar da quebra nos resultados do grupo, os acionistas deverão receber uma remuneração igual à do ano anterior. “O Conselho de administração executivo decidiu propor um dividendo relativo ao exercício de 2018 de 19 cêntimos de euro por ação, valor em linha com o montante de dividendo mínimo da atual política de dividendos. Esta proposta está sujeita a aprovação em Assembleia Geral de Acionistas, com data prevista para 24 de abril de 2019”, acrescentou.

Desinvestimento em Portugal e reforço nas renováveis já começaram

Após a apresentação de resultados, o foco dos investidores passa agora para o plano estratégico até 2022 que será apresentado a investidores e jornalista, por António Mexia esta terça-feira em Londres. Os detalhes do plano vão ser alinhados até ao último momento, pelos órgãos sociais da EDP, Conselho de Administração Executivo (CAE) e Conselho Geral de Supervisão (CGS), que se reuniu ainda esta segunda-feira.

Mas já um parâmetro conhecido: após a notícia do ECO Insider (acesso condicionado a assinantes) que a elétrica deverá anunciar sete mil milhões de euros para apostar nas renováveis, a empresa confirmou que “a proposta que o CAE submeterá ao CGS contempla, em termos genéricos, quer um reforço do investimento quer um plano de alienação de ativos”.

E esta estratégia parece já ter começado. Os resultados indicam ainda que o investimento aumentou 18%, em 2018 face ao ano anterior, para 2 mil milhões de euros. “O investimento concentrou-se principalmente em renováveis, com foco nos Estados Unidos, bem como no negócio de transmissão, no Brasil”.

A capacidade instalada total do grupo EDP atingiu 27,2 gigawatts (GW) em dezembro de 2018, 74% dos quais em energias renováveis, “em resultado do comissionamento e 825 MW de nova capacidade eólica, aliado à venda de uma posição maioritária em parques eólicos e à venda de centrais mini-hídricas em Portugal e no Brasil”. Na produção total, o peso de renováveis aumentou 10 pontos percentuais em termos homólogos, para 66% em 2018. O portfólio de contratos com clientes manteve-se estável em 11,4 milhões, distribuídos entre a Península Ibérica e Brasil.

(Notícia atualização às 19h55)

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Marcelo promulgou tempo de serviço dos professores. Presidente avisa partidos para limites do OE2019

O Presidente deu luz verde ao diploma do Governo que contabiliza dois anos, nove meses e 18 dias de tempo de serviço na carreira dos professores. Marcelo deixa a porta aberta a que a AR vá mais longe.

O Presidente deu luz verde ao diploma do Governo que contabiliza dois anos, nove meses e 18 dias de tempo de serviço na carreira dos professores. Marcelo deixa a porta aberta a que a AR vá mais longe, desde que não comprometa os limites de despesa do Orçamento do Estado para 2019.

A decisão do chefe de Estado foi conhecida através de uma nota publicada no site da Presidência da República, onde Marcelo Rebelo de Sousa explica as razões por que decidiu promulgar a solução do Governo, muito contestada pelos sindicatos do setor. Antes, o Presidente já tinha sinalizado que esta seria a sua opção e, por isso, a decisão de Marcelo não deverá ser vista com surpresa.

O presidente da República explica que “o Governo e os sindicatos deram execução ao disposto no artigo 17.º da Lei do Orçamento para 2019, realizando encontros negociais já neste ano, assim cumprindo o apontado no veto presidencial de 16 de dezembro de 2018“. O chefe de Estado acrescenta que, “tendo falhado as negociações, se o Presidente da República não promulgasse o diploma, isso poderia conduzir a deixar os professores sem qualquer recuperação na carreira durante o ano de 2019″.

Por fim, Marcelo Rebelo de Sousa explica que esta decisão não significa que a história da recuperação do tempo de serviço congelado fique por aqui, abrindo espaço ao Parlamento para completar a solução para os professores, desde que os limites de despesa para este ano sejam respeitados.

“A promulgação permite aos partidos com assento parlamentar, que já manifestaram ao Presidente da República as suas objeções ao diploma, por o considerarem insuficiente, que, se assim o entenderem, suscitem a sua apreciação na Assembleia da República, partindo já de uma base legal adquirida, podendo, se for essa a sua vontade maioritária, procurar fórmulas que não questionem os limites do Orçamento para 2019.

Existe uma norma na Constituição, conhecida como norma-travão, que impede os deputados de aprovar medidas que aumentem a despesa pública durante a execução do Orçamento.

O Bloco de Esquerda e o PCP já indicaram que vão chamar o diploma do Governo ao Parlamento. A solução poderá passar por estabelecer um calendário para recuperar o restante tempo de serviço de forma faseada nos anos seguintes. No entanto, é preciso que a maioria do Parlamento aprove esta solução, o que a ocorrer deixa uma fatura para o Governo que sair das legislativas de 6 de outubro.

(Notícia atualizada às 19h29)

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Escritórios nas redes sociais? Advocacia já soma seguidores

Do LinkedIn ao Instagram, as sociedades marcam cada vez mais presença nas redes sociais. Falámos com três escritórios sobre como a sua gestão impacta na imagem que querem transmitir online.

Se costuma estar atento às últimas do mundo da advocacia provavelmente já sabe que o Facebook e o LinkedIn são presença obrigatória para as sociedades de advogados. O Instagram é também cada vez mais uma aposta, para se chegar a um público mais jovem, além de a criação de canais no Youtube já ser recorrente.

A verdade é que estas plataformas representam múltiplas oportunidades para os escritórios comunicarem com potencias clientes e outros interessados no mercado da advocacia. Mas as redes sociais não servem só para vender um serviço. Conhecimento, partilha e proximidade são só algumas das coisas que as sociedades oferecem e ganham por via destes meios. É pelo menos essa a experiência da CCA Ontier, da PRA-Raposo, Sá Miranda e Associados e da Garrigues, que contam à Advocatus como gerem a sua presença nas redes sociais.

“As redes sociais oferecem às sociedades de advogados uma oportunidade fantástica de reforçar o posicionamento da marca”, explica Andreia Vicente, diretora do departamento de marketing e comunicação da CCA Ontier. A aproximação passa também por chegar a influenciadores e a thought leaders, garante.

Nos últimos dois anos, a sociedade, que tem presença no Linkedin, Twitter, Youtube, Instagram e Facebook, com a Startinnovation Team, tem vindo a apostar numa presença ativa nas redes sociais, com abordagens que diferem de rede para rede, “tendo em conta o target de cada um dos canais e o nosso público-alvo”.

Do lado da PRA, tanto no Facebook como no LinkedIn, existe uma vontade em aproximar a firma aos seus seguidores, através da partilha de informações úteis sobre as últimas notícias da sociedade.

O objetivo é “dar a conhecer um pouco mais da PRA e da nossa forma de estar, através de conteúdos relacionados com o quotidiano da sociedade, com os advogados, as nossas conferências, fotografias de eventos, de momentos vividos nos diferentes escritórios, citações, prémios recebidos, entre outros”, explica Sofia Godinho, responsável do departamento de comunicação da sociedade.

"As redes sociais são para as ofertas de emprego, principalmente junto dos millennials e da geração Z, os veículos de eleição.”

Sofia Godinho

Responsável do departamento de comunicação da Pra-Sá Miranda e Associados

Também a partilha de artigos e assuntos jurídicos costumam gerar bastante interação com os seguidores do escritório. “As redes sociais são para as ofertas de emprego, principalmente junto dos millennials e da geração Z, os veículos de eleição”, conta. A presença nas redes sociais da Garrigues é essencialmente orientada para o conhecimento.

“Divulgamos artigos profissionais, as nossas newsletters, comentários e publicações, assim como, contribuições dos nossos advogados ao Blog Garrigues”, diz fonte oficial da sociedade. As redes sociais servem também para divulgação de notícias corporativas, eventos e prémios recebidos pela sociedade.

Além disso, fomentam a partilha da “atividade ligada à Responsabilidade Social Corporativa, bem como atividades relacionadas com o talento, desde oportunidades profissionais à nossa presença junto das universidades”, conta a mesma fonte da Garrigues, que tem perfil no Linkedin, no Facebook, no Twitter e no YouTube.

Diferentes redes requerem, porém, diferentes estratégias. No caso do LinkedIn e Twitter, redes com um carácter mais institucional, a CCA Ontier opta por divulgar conteúdos mais corporativos, “como prémios, notícias da CCA, artigos e entrevistas dos nossos advogados, ofertas de emprego, presenças em feiras e jobshops”, explica Andreia Vicente.

Também Sofia Godinho concorda que o LinkedIn é, “sem dúvida”, a rede social mais profissional. Aqui, a PRA foca-se, sobretudo, em oportunidades profissionais, artigos jurídicos e em outros temas da atualidade. “Pretendemos mostrar não só o que fazemos a nível jurídico, mas apresentar a nossa forma de estar e disponibilizar conteúdos que possam ter interesse para quem nos segue”, explica.

No Facebook, a PRA marca presença há cerca de 10 anos. “Na época era a principal rede social e quisemos estar próximos dos nossos clientes de uma forma diferente da tradicional e temos mantido este veículo desde então”, conta a responsável de comunicação do escritório.

“Não significa que com o passar do tempo e com o avaliar de um novo público, de gerações diferentes ou do surgimento de outras redes sociais, isso não se altere. Este é um processo de constante evolução e análise”, salienta. A CCA Ontier marca presença no Facebook através da Startinnovation Team, por isso o conteúdo que divulgam é aquele que é produzido pela própria equipa e “notícias de relevo para o ecossistema empreendedor”, refere Andreia Vicente.

No Instagram, por exemplo, como é uma rede social com uma forte componente visual e direcionada para um público mais jovem, a CCA Ontier procura passar o espírito e a cultura do escritório – “as nossas atividades do CCA Cultura, do CCA Sports e as nossas festas”.

Já no Youtube, a mesma sociedade criou um canal onde divulgam vídeos e declarações dos seus advogados na televisão. “Outra rede social que tem que ser destacada, e que é muito utilizada pelos advogados da CCA, é o Whatsapp. Na era das respostas instantâneas, esta é um canal importantíssimo na comunicação entre clientes e advogados”, admite a diretora de marketing e comunicação do escritório.

Por detrás das redes sociais das sociedades está, por norma, a equipa de comunicação, responsável pela sua gestão. É o caso da PRA-Raposo, Sá Miranda & Associados, que tem a sua equipa disponível para monitorização diária. Contam ainda com alertas para responder a interações e dar feedback.

“Tentamos responder a todos os comentários e mensagens que recebemos, tentando direcionar sempre de acordo com as dúvidas e questões que nos colocam”, afirma fonte da sociedade. Na Garrigues contam com uma Community Manager corporativa, que forma parte da equipa de Intangíveis para coordenar a presença do escritório nas redes sociais. Já na CCA Ontier é a partir do departamento de marketing que esta gestão é feita.

Sobre possíveis limitações das firmas a advogados e demais colaboradores nas suas próprias redes sociais, as sociedades que contactámos não mencionam nenhum código de conduta que lhes seja imposto. Mas todas mencionam regras mais ou menos comunitárias e recomendam “bom senso” no uso destas redes. Na Garrigues, por exemplo, existe uma política sobre redes sociais e blogues.

"Outra rede social que tem que ser destacada, e que é muito utilizada pelos advogados da CCA, é o Whatsapp. Na era das respostas instantâneas, esta é um canal importantíssimo na comunicação entre clientes e advogados.”

Andreia Vicente

Diretora do departamento de marketing e comunicação da CCA Ontier

Esta política “reflete os princípios do Código de Ética que todos os nossos advogados devem respeitar e cumprir, assim como as regras deontológicas da profissão”. Na CCA Ontier não existe nenhum código de conduta, mas foram já dadas formações internas onde advogados e colaboradores puderam aprender algumas boas práticas no uso destes canais de comunicação.

No escritório da PRA o que existe é um manual de boas práticas que aborda a questão do posicionamento da sociedade nas redes e que sugere alguns tópicos a ter em atenção. “Todavia, o que cada advogado coloca nas suas redes toca já numa esfera privada e apelamos sempre ao bom senso de cada um”, diz Sofia Godinho, em declarações à Advocatus.

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José Miguel Júdice realiza conferências internacionais de Arbitragem

José Miguel Júdice, sócio fundador de PLMJ, vai realizar duas conferências sobre arbitragem em Curitiba Brasil e participar como árbitro no 26º Willem Vis International Commercial Arbitration Moot.

José Miguel Júdice, sócio fundador de PLMJ, vai realizar duas conferências sobre arbitragem em Curitiba Brasil e participar como árbitro no 26º Willem Vis International Commercial Arbitration Moot (formando com os Professores Carlos Alberto Carmona e Fabiane Verçosa o tribunal arbitral da final brasileira). Numa das conferências (organizada pela YAF CCI) será o keynote speaker e falará sobre “a utilização da prova emprestada e/ou obtida ilicitamente na arbitragem internacional” sendo debatedora a advogada portuguesa Sofia Ribeiro Mendes.

Na outra, integrada no “II Encontro de Doutorandos e Recém-Doutores em Direito da Arbitragem”, irá tratar do tema “A influência académica na prática da arbitragem” no debate de encerramento com o Professor Carlos Alberto Carmona, um dos mais reputados árbitros brasileiros.

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PwC muda de presidente. António Correia ganha corrida

A auditora PwC vai ter um novo presidente. António Brochado Correia ganhou as eleições internas a José Manuel Bernardo.

António Brochado Correia vai ser, a partir de 1 de julho, o novo presidente da PwC, depois de uma eleição em que ganhou a corrida ao atual presidente, José Manuel Bernardo, apurou o ECO. Partner desde 2003, António Correia concorreu pela primeira vez e vai agora assumir um mandato de quatro anos, com responsabilidades sobre Portugal, Angola e Cabo Verde.

De acordo com a informação oficial da PwC, António Brochado Correia é licenciado em Gestão e Administração de Empresas pela Universidade Católica Portuguesa e Revisor Oficial de Contas. Exerceu diversos cargos na firma, incluindo a liderança da Consultoria, Mercados e Clientes, entre outros órgãos de gestão, ao longo dos últimos 15 anos. É também responsável pela coordenação de Auditoria e Revisão de Contas de alguns dos maiores grupos económicos portugueses, nomeadamente a Norte do país.

(Em atualização)

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Banco Montepio com lucros de 12,6 milhões. Coima do Banco de Portugal penaliza resultado

O Banco Montepio teve lucros 12,6 milhões de euros em 2018, subindo 96,5% em relação a 2017. Mas resultados teriam sido o dobro sem alguns fatores não recorrentes, como a coima do Banco de Portugal.

O Banco Montepio registou lucros de 12,6 milhões de euros em 2018, que teriam sido o dobro caso não tivessem ocorrido uma série de fatores não recorrentes, como a coima de 2,5 milhões de euros recentemente aplicada pelo Banco de Portugal. Carlos Tavares decidiu provisionar essa multa nas contas do ano passado, apesar de ter anunciado que vai apresentar recurso.

Mas a multa imposta pelo supervisor bancário ao banco não foi o único fator excecional a influenciar negativamente os resultados, a saber:

  • A alienação do Banco Terra Moçambique que determinou uma redução do lucro de 3,7 milhões;
  • A venda de uma carteira de créditos em incumprimento no montante de 239 milhões (operação Atlas), que determinou a redução do lucro de 8,4 milhões;
  • O custo com a cobertura cambial de uma participação denominada em reais, realizada como medida de preservação do capital, no montante de 4,1 milhões;
  • A provisão para a coima resultante de processo de contraordenação do Banco de Portugal 2009 e 2014 no valor de 2,5 milhões.

Assim sendo, “excluindo o efeito dos fatores anteriormente descritos e tudo o mais constante, o resultado líquido de 2018 situar-se-ia em 30 milhões de euros“, indica o Banco Montepio que apresentou esta segunda-feira as contas relativas ao exercício do ano passado.

Apesar da provisão para a coima do supervisor, Carlos Tavares, chairman do banco, adiantou aos jornalistas que vai ser apresentado um recurso da decisão no âmbito de uma contraordenação que implicou ainda multas a antigos administradores, como Tomás Correia (1,25 milhões) ou Almeida Serra (400 mil euros) — estes dois antigos gestores também vão recorrer da decisão.

Carlos Tavares explicou ainda a recente polémica relativa ao facto de ser o banco a pagar as custas judiciais de ex-gestores por proposta de Tomás Correia aprovada há um ano em assembleia geral. Será o Banco Montepio a pagar as coimas dos antigos gestores? Não, respondeu o chairman: “É esse o entendimento que os auditores tiveram baseado na interpretação linear da proposta que foi aprovada e que é concordante com a dos nossos serviços jurídicos”.

Sobre se as notícias em torno da eventual saída de Tomás Correia da Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG) estão a ter impacto na atividade do banco, Carlos Tavares reconhece que “muito ruído não é positivo para o banco”. Ainda assim, adiantou, “não temos notado perturbações no negócio, temos um nível de liquidez que é excessivo e normalmente quando há notícias desfavoráveis é neste capítulo que mais sentimos impacto, o que não está a ser o caso”.

Resultados duplicam

Apesar dos fatores não recorrentes terem tido impacto negativo nas contas, o banco conseguiu duplicar os lucros face a 2017. Foi um aumento de 96% face aos resultados positivos de cerca de seis milhões.

Dulce Mota, CEO interina do Banco Montepio, explicou aos jornalistas que este desempenho teve sobretudo a ver com a redução da remuneração oferecida aos depositantes e com o corte nos custos operacionais.

Em relação ao primeiro ponto, os juros e encargos similares (com depósitos e outras aplicações) caíram quase 25%. Sobre o segundo, os resultados da instituição mostram que os custos operacionais recuaram 3,2% para 259,5 milhões de euros.

Olhando para a operação do banco, destaque para a margem financeira que cedeu quase 7% para para 248 milhões de euros, “refletindo o impacto negativo associado à ausência do rendimento da carteira de títulos de dívida pública alienada em 2017 estimado em cerca de 28 milhões e o efeito positivo relacionado com o recálculo dos juros do BCE em oito milhões”. “Excluindo estes efeitos, a margem financeira ficaria praticamente estável”, diz o banco. As comissões diminuíram 1,2%

No balanço, que Carlos Tavares diz que “está hoje mais saudável”, por causa da alienação de ativos problemáticos como o Atlas, verifica-se que os depósitos de clientes atingiram 12,6 mil milhões de euros, mantendo-se face a 2017.

Já o crédito a clientes situou-se em 13 mil milhões de euros, traduzindo uma diminuição de 7% face a 2017, “determinado pelas reduções das carteiras de crédito à habitação e às empresas, bem como pelo abate da carteira de crédito em incumprimento (venda de 209 milhões de euros de NPL e write offs de 150 milhões)”. “Sem esses efeitos, a decida do crédito teria sido de 4,5%, em linha com a variação do setor na atividade doméstica”, sublinha o banco.

O Banco Montepio chegou a 31 de dezembro com rácios CET1 e Total de 13,5% e 14,1%, respetivamente.

Em termos de trabalhadores e agências, houve uma redução, como na generalidade da banca. Eram 3.700 os trabalhadores na atividade doméstica (-66) e 324 balcões. Há planos para aumentar a rede comercial, com o projeto-piloto em curso para a abertura de uma dezena de agências low-cost. A primeira vai ser inaugurada em Abraveses, Viseu, no dia 25 de março.

Carlos Tavares adiantou também que o banco continua à procura de um auditor, dado que a KPMG vai deixar de exercer esse cargo. Esta segunda-feira foi possível observar a saída de Luís Magalhães, presidente da Deloitte, das instalações do banco, enquanto os jornalistas aguardavam pelo início da conferência. Confrontado com o assunto, o chairman disse que o Banco Montepio se encontra em fase de consulta junto de mercado, tendo ouvido cinco auditoras, sendo uma delas a Deloitte, que acaba de lá ir para uma reunião para esse efeito.

(Notícia atualizada às 18h27)

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Um dos melhores restaurantes de praia no top 10 do The Guardian é português

A lista do The Guardian foi composta por escritores de viagem, e inclui restaurantes em Portugal, Espanha, Grécia e Dinamarca, cada um com as suas iguarias típicas.

Portugal é muito conhecido pelas suas praias, que são preenchidas por milhares de turistas todos os verões. Apesar da região do sul ser a mais famosa, a costa portuguesa mais a norte também atrai viajantes, nomeadamente aqueles que procuram boa comida. Um restaurante na Costa Nova, em Aveiro, foi escolhido como um dos dez melhores restaurantes de praia da Europa por escritores de viagens.

O restaurante português destacado na lista compilada pelo The Guardian (acesso livre/conteúdo em inglês) é o Bronze Seafood & Lounge Bar, em Aveiro. Entre as iguarias que mais deixam água na boca aos visitantes encontra-se ceviche, ameijoas à Bulhão Pato, bife de atum ou polvo. É “perfeito para almoços longos e preguiçosos, ou noites românticas ao pôr-do-sol”, descreve a publicação.

O peixe fresco local e o marisco são vendidos a um “preço indicado para o ambiente”, apontam, sendo este um dos poucos restaurantes onde são mencionados os custos. Neste top 10 de sítios onde pode comer enquanto observa o mar estão incluídos restaurantes em Espanha, Grécia, Suécia ou Dinamarca.

As ostras francesas, do Chez Boulan na baía de Arcachon, não escapam a este ranking, bem como os clássicos fish and chips britânicos, na Crabshack em Sussex. Pela Dinamarca, a especialidade do restaurante eleito, o Fiskehus, é uma sandes aberta apelidada de “smørrebrød“, onde se pode escolher entre uma variedade de marisco, como lagosta, mexilhões e camarão.

Pela Grécia, os escritores escolhem a taberna Kalamakia, que tem pratos simples mas que brilha pelo serviço, onde até é possível cozinharem um peixe que o cliente trouxer. Aqui mais perto, na Galiza, foi o restaurante do Hotel Rustico Puerto Arnela que ficou na memória dos viajantes, com uma seleção de caranguejos, lagostins, camarões, amêijoas e percebes.

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Comissão dos CMEC conta 52 audições, 199 horas e conclusão deverá ser adiada

  • Lusa
  • 11 Março 2019

A comissão parlamentar de inquérito ao pagamento de rendas excessivas aos produtores de eletricidade entra na reta final, mas o prazo para o fim dos trabalhos deverá ser novamente adiado.

A comissão parlamentar de inquérito ao pagamento de rendas excessivas aos produtores de eletricidade entra na reta final, após 52 audições, com uma duração total de 199 horas, mas o prazo para o fim dos trabalhos deverá ser novamente adiado.

Na quarta-feira, segundo o presidente, Emídio Guerreiro, os deputados da comissão de inquérito vão deliberar sobre a prorrogação do prazo que será proposta ao plenário da Assembleia da República, uma vez que a data para o final dos trabalhos é 16 de março e, terminadas as audições, ainda é preciso elaborar o relatório, o que cabe ao deputado do BE Jorge Costa.

Pela comissão de inquérito, aprovada em 11 de maio, por proposta do BE, passaram especialistas em energia, antigos governantes do setor e os assessores que tinham à época, antigos e atuais responsáveis da Autoridade da Concorrência, da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) e da Direção Geral de Energia e Geologia (DGEG) e gestores de empresas, num total de 52 audições, que totalizaram 199 horas, o equivalente a mais de oito dias, segundo as contas feitas pela Lusa.

De todas, a mais longa foi a do presidente da EDP, António Mexia, com uma duração de 06h22, seguida pela do ex-secretário de Estado da Energia, Artur Trindade, que demorou 05h57, e, em terceiro lugar, a do ex-presidente do Conselho Geral e de Supervisão da EDP, Eduardo Catroga. A audição do antigo ministro da Economia Manuel Pinho contou 05:04. Apenas uma audição, a da presidente executiva da Tejo Energia, Beatriz Milne, demorou menos de duas horas (01h58).

O primeiro-ministro, António Costa, e os seus antecessores Durão Barroso, Santana Lopes, José Sócrates e Pedro Passos Coelho vão responder às questões dos deputados por escrito.

Na quarta-feira, será a vez de ouvir o secretário de Estado da Energia, João Galamba, que assumiu o cargo em outubro passado, na sequência da remodelação governamental, que deverá ser questionado sobre as opções políticas para o setor, nomeadamente alterações em relação ao antecessor José Seguro Sanches. Depois fica a faltar a audição do ministro do Ambiente e da Transição Energética, João Matos Fernandes.

Antes, os deputados reúnem-se para deliberar sobre o pedido de adiamento do prazo para a conclusão dos trabalhos, que se for aprovado será a segunda e última vez, dado que o regimento não permite mais. A Assembleia da República aprovou em 11 de maio, por unanimidade, a proposta do BE para constituir uma comissão parlamentar de inquérito ao pagamento de rendas excessivas aos produtores elétricos.

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Robôs vão roubar trabalhos? Tem havido “alguma precipitação nas previsões”, diz Vieira da Silva

Os avanços tecnológicos vão mudar o mercado de trabalho, mas a par da destruição de algumas profissões, também surgirão oportunidades. Vieira da Silva diz que tem havido "precipitação" no alarme.

Ainda que reconheça que as tecnologias já estão a provocar mudanças no mercado do trabalho, o ministro do Trabalho e da Segurança Social faz questão de sublinhar que tem havido “alguma precipitação” nas previsões que antecipam a eliminação do emprego. Esta segunda-feira, na apresentação do relatório “Trabalhar para o futuro do trabalho”, Vieira da Silva defendeu ainda que a aprendizagem ao longo da vida é a “maior revolução do ponto de vista das políticas públicas” provocada por esses avanços tecnológicos.

No estudo em causa, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) identifica dez medidas que devem ser tomadas pelos Governos para proteger os trabalhadores face à robotização, aos novos desafios demográficos e às alterações climáticas. Nessa lista, surge em primeiro lugar a necessidade de reconhecer o direito à aprendizagem ao longo da vida para melhorar as competências dos trabalhadores e permitir o desenvolvimento de novas competências.

Esta segunda-feira, Vieira da Silva escolheu esse ponto como prioridade para a sociedade lusa, tendo em conta “o défice de qualificações em comparação com os países” com os quais Portugal concorre. “A aprendizagem ao longo da vida só se constrói, se a educação for concebida, desde o início, como uma banda larga e não no sentido de ultra especialização“, assinalou o ministro.

Deste modo, o governante reforçou que as escolas e as universidades não podem ser apenas espaços para “completar” a etapa formativa inicial, mas lugares aos quais se regressa para facilitar estas transições provocadas pelos avanços tecnológicos. “Que as nossas escolas e universidades não sejam apenas o espaço onde se completa uma formação universal, mas um espaço onde se regressa para facilitar estas transições”, disse.

Vieira da Silva deixou ainda um nota sobre a necessidade de reforçar a proteção social, nomeadamente ao nível das “formas de trabalho atípicas”, como o trabalho independente. A propósito, o político sublinhou que no início do ano a Segurança Social sofreu uma mudança considerável nesse regime que resultou, precisamente, no reforço da proteção desses trabalhadores.

O ministro salientou, além disso, a necessidade de mitigar as desigualdades entre géneros, considerando que há uma potencial “reserva de recursos humanos” na população feminina que “pode ser mobilizada para responder aos desafios demográficos”.

Sobre o mercado de trabalho lusitano, o ministro acrescentou: “Em Portugal, se comparamos o emprego de 2008 e o emprego de 2018, verificamos que o emprego global é ainda inferior ao de 2008, mas o trabalho de conta de outrem já é mais alto. A profecia da eliminação do trabalho por conta outrem é um bocadinho exagerada“. Vieira da Silva enfatizou que tanto o trabalho independente como o por conta de outrem estão sujeito a destruição e criação, daí que note “alguma precipitação” nas previsões que antecipam a eliminação do emprego.

“Não imaginamos um futuro sem trabalho nem sem tecnologia”, corroborou esta ideia Rebeca Grynspan, membro da Comissão Global sobre o Futuro do Trabalho. A responsável considerou, do mesmo modo, “alarmistas” os dados que deixam antever o desaparecimento do emprego e rematou: “A nossa preocupação não é com o trabalho, é com o acesso às oportunidades. Há um skills mismatch”. Grynspan referia-se à desadequação das competências dos atuais trabalhadores relativamente às reais necessidades dos trabalhadores.

Também a propósito da aprendizagem ao longo da vida, Rebeca Grynspan disse: “O direito à aprendizagem contínua durante toda a vida não é nada mais que o alargamento ao direito à educação e permite aos trabalhadores reintegrarem-se neste mundo em mudança”.

A responsável concluiu: “A primeira revolução industrial duplicou a nossa esperança de vida. Porque é que tem de ser diferente desta vez? Esta revolução industrial promete um sem fim de coisas boas. O potencial da tecnologia é infinito, mas não podemos concretiza-lo sem a vontade firme de todos. A revolução tecnológica não depende da máquina, depende de nós, da nossa ambição”.

No relatório em causa, a OIT identifica a inteligência artificial, a automação e a robótica como principais causas da eliminação de postos de trabalho para humanos, mas sublinha que essas mesmas “forças” vão criar novas oportunidades.

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Empresas da família EDP sobem mais de 1% e seguram e bolsa

A praça nacional fechou a primeira sessão da semana em alta ligeira, de 0,05%, ajudada pela EDP e EDP Renováveis. A Galp Energia e a Sonae fecharam em contraciclo.

A primeira sessão da semana foi de ganhos para as praças europeias, mas Lisboa ficou praticamente presa na linha de água, pressionada pelos títulos da Galp Energia e da Sonae. A puxar pela bolsa nacional estiveram as ações da família EDP.

O índice de referência nacional, o PSI-20, valorizou 0,05% para 5.183,61 pontos. Ganhos mais expressivos (ainda que não muito significativos) foram registados nas restantes praças do Velho Continente com o Stoxx 600 a avançar 0,8%, o alemão DAX a somar 0,7% e o francês CAC a valorizar 0,7%.

A puxar pela praça lusa estiveram, sobretudo, os títulos da EDP Renováveis — que valorizaram 1,23% para 8,625 euros — e da EDP — que somaram 1,21% para 3,269 euros. Isto depois da administração liderada por António Mexia ter anunciado que vai propor novos investimentos no setor da energia renovável e um plano de venda de ativos, avançou o ECO Insider e Reuters. Estas são medidas que vão ao encontro das propostas do fundo Elliott Management, do investidor ativista Paul Singer, que detém 2,29% da elétrica desde outubro.

Do outro lado da linha de água, as ações do BCP desvalorizaram 0,04% para 0,2274 euros, as da Sonae caíram 1,67% para 0,941 euros, as da Galp Energia recuaram 1,42% para 14,2 euros e as da Jerónimo Martins desvalorizaram 0,89% para 12,86 euros.

Este desempenho negativo dos títulos da Galp Energia explica-se pela decisão do JPMorgan de cortar o preço-alvo da petrolífera para um valor abaixo da cotação. A recomendação também foi revista em baixa de “neutral” para “underweight“.

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