Bruxelas avisa que inversão do ciclo pode pôr em risco pensões

De acordo com a análise da Comissão Europeia, as melhorias registadas no sistema de pensões português devem-se sobretudo à conjuntura económica, estando em risco caso o ciclo mude.

A evolução positiva da sustentabilidade do sistema de pensões português parece ter sido fruto meramente da conjuntura económica do país, estando em risco caso se dê uma eventual mudança de ciclo. O alerta foi deixado, esta quarta-feira, pela Comissão Europeia, na sua avaliação anual à situação económica e social dos Estados-membros do bloco comunitário. Na análise, Bruxelas nota mesmo que o excedente da Segurança Social — que subiu 20,5% em janeiro face ao mesmo período de 2018 — parece ter sido sobretudo fruto do clima de “expansão económica” vivido em Portugal.

“Tendo em conta o potencial efeito dos contínuos aumentos das pensões, das reformas antecipadas e da crescente pressão resultante do envelhecimento demográfico, em combinação com a falta de reformas orçamentais que melhorem o equilíbrio, a sustentabilidade do sistemas de pensões pode não ter evoluído de forma duradoura”, explica o Executivo comunitário.

Bruxelas identifica as “tendências demográficas adversas” como primeira ameaça à sustentabilidade do sistema de pensões, referindo que, até 2070, a proporção de cidadãos com mais de 65 anos para cidadãos com idades entre 16 anos e 64 anos aumentará para 67,2%. “Isso implica que Portugal passará de ter 3,1 pessoas em idade ativa para cada pessoa com mais de 65 anos para ter apenas 1,5 pessoas em idade ativa para cada pessoa nessas condições etárias.

A Comissão Europeia nota ainda que, no passado, foram tomadas medidas para fortalecer a sustentabilidade a longo termo do sistema de pensões (como o aumento da idade normal da reforma e a restrição do acesso às reforma antecipadas), mas sublinha que as iniciativas mais recentes têm resultado no aumento dos gastos, o que constitui um risco.

Entre essas medidas mais recentes, estão o regime de acesso à reforma antecipada para as muitas longas carreiras contributivas e o novo regime de flexibilização da idade de acesso à pensão, mudança que deverá custar, só este ano, 66 milhões de euros aos cofres do Estado.

“O excedente estimado da Segurança Social parece refletir sobretudo o atual clima de expansão económica, deixando dúvidas sobre a sua sustentabilidade global, se o ciclo económico mudar”, conclui o Executivo comunitário. Bruxelas deixa este aviso, apesar de reconhecer que as melhorias no mercado de trabalho resultarão no aumento das contribuições e na diminuição da despesa relacionada com o desemprego, tal como tem defendido o Executivo de António Costa.

No primeiro mês do ano, o excedente da Segurança Social aumentou 20,5%, em termos homólogos, para 467,5 milhões de euros. “A Segurança Social iniciou o ano de 2019 mantendo a trajetória de evolução positiva e sustentada”, referiu o Ministério do Trabalho em Comunicado. No mesmo mês, também a despesa subiu 6,3% em termos homólogos, “explicada pela tendência de reforço da proteção social”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Advogado da SRS assina capítulo no Taxation Review

José Pedroso de Melo traça os principais obstáculos e benefícios ao investimento em Portugal, na revista Inward Investment and International Taxation Review.

José Pedroso de Melo, advogado coordenador do departamento de direito fiscal da SRS Advogados, é o autor do capítulo sobre Portugal da 9.ª Edição da publicação The Inward Investment and International Taxation Review. No artigo, o jurista sintetiza os principais obstáculos e benefícios ao investimento em Portugal, com referência ao ano de 2018.

Com mais de 20 anos de experiência, José Pedroso de Melo tem prestado assessoria jurídica em direito tributário nacional e internacional, aconselhando operações de reestruturação de empresas, de fusões e aquisições, procedimentos de compliance e contencioso tributário, quer em empresas nacionais quer internacionais.

Publicada pela editora britânica Law Business Research, a Inward Investment and International Taxation Review é uma revista anual especializada em direito fiscal que compila informação sobre os aspetos fiscais relacionados com a tributação do investimento em 39 diferentes jurisdições, contribuída por especialistas locais convidados anualmente para o efeito.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Na praia, no deserto ou até numa árvore. Estas foram as dez casas mais populares do Airbnb em 2018

A casa mais popular do ano passado situa-se em Queenstown, na Nova Zelândia. O Airbnb descreve-a como uma uma casa de arquitetura "industrial moderna" e localizada no "encanto do mundo".

O Airbnb costuma partilhar, através da sua conta na rede social Instagram, algumas fotografias das melhores casas que fazem parte do seu catálogo, sejam elas na praia da Califórnia, no deserto do Saara ou até numa árvore em plena cidade de Nova Iorque.

A plataforma online recuou ao ano passado e divulgou quais foram as casas que mereceram mais gostos no seu Instagram. Ainda que Portugal não conste dessa lista, o destino mais popular é europeu. Quatro das dez casas do Airbnb mais desejadas localizam-se em Itália, segundo escreve o Business Insider (acesso livre, conteúdo em espanhol).

Em 2018, a casa mais popular no Instagram do Airbnb foi o “Retiro Alpino”, em Queenstown, na Nova Zelândia. A empresa liderada por Brian Chesky descreve a arquitetura desta casa como “industrial moderna” e a localização como o “encanto do mundo”. No Airbnb, alugar esta mansão tem um custo de 217 euros por noite.

Embora seja a mais popular, o “Retiro Alpino” situa-se a meio da escala dos preços das dez casas da lista. A mais cara é a nona mais cobiçada. Situa-se em Piano di Sorrento, em Itália, e passa uma fatura de 359 euros por noite.

Pelo contrário, a casa mais barata fica nas Filipinas e foi a décima mais popular do Instagram no ano passado. Passar uma noite nesta casa triangular, em pleno jardim tropical, custa 59 euros.

Percorra a fotogaleria e conheça a lista das casas mais populares no Airbnb. As dez têm, com comum, a vista das janelas para a paisagem natural ao redor da moradia.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Dia de tensão em Wall Street. Trump reúne com Kim Jong-un

Donald Trump e Kim Jong-un protagonizam mais uma cimeira entre EUA e Coreia do Norte, desta vez no Vietname. Bolsas abriram a cair, num dia também marcado pelo conflito armado entre Índia e Paquistão.

As bolsas norte-americanas abriram em baixa, prolongando as perdas registadas na sessão anterior. O recuo acontece numa altura em que começa o segundo encontro entre o Presidente dos EUA, Donald Trump, e o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un.

As negociações também estão a ser condicionadas pelas acusações que o ex-advogado de Trump se prepara para fazer ao Presidente e pela escalada das tensões armadas entre Índia e Paquistão.

O S&P 500 desce 0,23%, para 2.787,59 pontos. O industrial Dow Jones recua 0,24%, para 25.996,02 pontos. O tecnológico Nasdaq desvaloriza 0,30%, para 7.526,49 pontos.

As autoridades indianas garantiram esta quarta-feira terem abatido um caça paquistanês. O Paquistão também garantiu ter abatido um avião indiano, numa escalada de tensões armadas que está a causar nervosismo nos investidores em todo o mundo. “As tensões entre a Índia e o Paquistão estão a pesar nos mercados num dia muito preenchido”, assumiu à Reuters o economista-chefe da Spartan Capital Securities em Nova Iorque, Peter Cardillo.

Mas o clima também é tenso nos EUA, numa altura em que o Presidente está no Vietname naquele que é já o segundo encontro com Kim Jong-un, líder da Coreia do Norte. Em Washington, Michael Cohen, ex-advogado de Trump, prepara-se para fazer um depoimento público, amplamente antecipado pela imprensa norte-americana.

Cohen deverá, pela primeira vez, acusar em tribunal o seu antigo cliente, o agora Presidente dos EUA, de ser um “vigarista” e de ter pago para silenciar uma modelo com quem teve uma relação extraconjugal. Além disso, Cohen deverá revelar que Donald Trump terá tido conhecimento prévio de que o site WikiLeaks iria divulgar os emails trocados por Hillary Clinton, ex-candidata democrata à Presidência, através de um servidor privado. Um dos dossiês mais quentes das eleições de 2016.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Portugal é o terceiro país da UE com mais barreiras ao investimento

A Comissão avalia 19 entraves ao investimento e Portugal falha 14. Pior só a Itália e a Roménia. A Holanda é o Estado-membro com menos obstáculos ao investimento - apenas dois.

Portugal é o terceiro país da União Europeia com mais barreiras ao investimento. A conclusão consta do relatório da Comissão Europeia para Portugal sobre a avaliação da situação económica e social onde Bruxelas conta 14 obstáculos ao investimento em Portugal num conjunto de 19.

No documento, o executivo comunitário analisa 27 países — só a Grécia fica de fora. Entre o grupo avaliado Itália e Roménia apresentam resultados piores: no caso do primeiro foram identificadas 16 entraves ao investimento e no segundo 15. No campo oposto está a Holanda com apenas dois obstáculos ao investimento.

“Portugal enfrenta vários constrangimentos ao investimento. Várias características do setor financeiro dificultam o acesso ao financiamento. Qualificações baixas, em particular no que respeita a competências digitais, e uma percentagem elevada de contratos temporários devido à rigidez do mercado de trabalho prevalecem. Existem também lacunas no investimento em infraestruturas nos transportes e na energia, em particular relacionadas com as ligações internas e externa na Península Ibérica. As barreiras regulatórias impedem a concorrência nos negócios, dificultando a escolha e a qualidade dos serviços. Os desafios ao ambiente de negócios incluem barreiras em setores específicos no licenciamento e nas ineficiências no sistema de justiça”, diz o relatório da Comissão para Portugal.

Numa análise aos progressos económicos e sociais dos Estados-membros, Bruxelas avisa Portugal que as elevadas dívidas pública e privada bem como o peso do crédito malparado constituem “vulnerabilidades” para a economia num contexto de baixo crescimento da produtividade. A mensagem transmitida esta manhã em Bruxelas pelos comissários europeus é a de que os países têm de investir mais e melhor, sem descurar as finanças públicas responsáveis.

Para isso preparam um guião para que os países saibam a melhor forma de utilizar o próximo pacote de fundos comunitários, mais concretamente as verbas do Fundo de Coesão.

No caso português, a preocupação da Comissão resulta da evolução recente do investimento. “Depois de alcançar um crescimento de 9% em termos reais em 2017, a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) deverá apresentar uma evolução moderada em 2018 antes de avançar outra vez em 2019-2020. No primeiro semestre de 2018, o crescimento do investimento abrandou de um número de dois dígitos um ano antes para 4%.” Bruxelas chama ainda a atenção para a evolução do investimento público. Uma execução abaixo do previsto no Orçamento e uma procura externa mais fraca deverão pesar no crescimento do investimento em 2018. No médio prazo, é esperada alguma recuperação, especialmente em resultados dos fundos europeus”.

Os números finais sobre o investimento para o conjunto da economia só serão conhecidos esta quinta-feira, quando o Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgar o detalhe das contas nacionais referentes a 2018, mas os números do investimento público desiludem, já que o Governo não usou 1.180 milhões de euros que tinha previsto gastar em investimento público.

A Comissão elogia o programa Qualifica que serve para dotar a mão-de-obra de mais qualificações, defende a aposta na ferrovia e nos portos e salienta a utilidade da Instituição de Desenvolvimento Financeiro, no papel que têm no financiamento às empresas.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Governo aprova reforço de 282 milhões de euros para pagamentos de dívidas dos hospitais

O Executivo aprovou um reforço de 282 milhões de euros que se destinam ao pagamento de dívidas em atraso, há mais de 90 dias. Em causa estão mais de vinte hospitais EPE.

O Executivo quer reduzir as dívidas em atraso dos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS). Para isso, aprovou um reforço de 282 milhões de euros que se destinam ao pagamento de dívidas em atraso, há mais de 90 dias, de 21 hospitais EPE [entidade pública empresarial]. Além disso, a verba pretende reforçar, deste modo, a autonomia de gestão, fazendo com que estas instituições tenham uma maior sustentabilidade financeira.

“O Governo pretende que o Orçamento do Estado para 2019 [OE 2019], que foi objeto de um reforço substancial face a 2018 no que se refere às EPE do setor da saúde, constitua fonte de financiamento suficiente para assegurar a prestação de cuidados de saúde aos cidadãos sem prejuízo na qualidade assistencial”, pode ler-se no comunicado enviado pelo Gabinete do Secretário de Estado Adjunto e da Saúde.

Da verba disponibilizada, os primeiros 100 milhões de euros, que correspondem a 30% da entrada de capital, ficam disponíveis para utilização imediata, enquanto os restantes 70% serão distribuídos faseadamente, sendo que a partir de abril apenas serão beneficiadas as entidades cujo plano de atividades e Orçamento de 2019 tenha sido previamente submetidos e validados pela Administração Regional de Saúde da respetiva área geográfica.

O Gabinete do Secretário de Estado Adjunto e da Saúde relembra que “os reforços de capital estatutário e de financiamento dos hospitais EPE permitiram alcançar, no final de 2018, um valor de pagamentos em atraso de 486 milhões de euros, conduzindo a uma melhoria de todos os indicadores da dívida do SNS”. De acordo com os dados do Ministério da Saúde, os hospitais fecharam o ano passado com uma redução de 358 milhões de euros face a 2017.

O objetivo do Governo é, até 2020, eliminar na totalidade os pagamentos que se encontram em atraso.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Turismo dos Açores alvo de buscas por suspeita de fraude

  • Lusa
  • 27 Fevereiro 2019

Devido a estas suspeitas o presidente da Associação Turismo dos Açores Francisco Coelho foi constituído arguido, anunciou esta quarta-feira a polícia.

A PJ realizou buscas por suspeitas de “fraude para a obtenção de subsídio, peculato, falsificação de documentos e participação económica em negócio” na Associação Turismo dos Açores, tendo o presidente do organismo sido constituído arguido, anunciou esta quarta-feira a polícia.

Em comunicado, o Departamento de Investigação Criminal de Ponta Delgada da Polícia Judiciária (PJ) explica que a operação se desenvolveu na terça-feira e esta quarta-feira e que foram “realizadas, no concelho de Ponta Delgada, cerca de 20 buscas a empresas, residências e viaturas, que permitiram a apreensão de abundantes elementos com interesse probatório, entre os quais documentação contabilística, faturas, contratos, pagamentos, relatórios de execução de projetos, dados informáticos e correio eletrónico”.

Foram constituídos cinco arguidos, entre eles o presidente da instituição em causa […] e uma responsável de departamento, sua familiar, os quais são suspeitos de, articuladamente e em conluio com outras pessoas”, terem “atuado ao longo de vários anos à margem das regras relativas à contratação pública, com vantagens pessoais e para terceiros”, acrescenta a polícia.

Fonte policial confirmou à agência Lusa que o presidente da Associação Turismo dos Açores, Francisco Coelho, é um dos cinco arguidos, havendo também pelo menos duas entidades coletivas neste grupo.

O coordenador da PJ nos Açores, João Oliveira, disse à agência Lusa que “a investigação vai continuar”, frisando que “esta fase da operação ainda está em curso durante o dia de hoje”, com a realização de “algumas buscas a empresas no concelho de Ponta Delgada”.

Segundo o responsável, as suspeitas referem-se a alegados crimes cometidos “nos últimos anos”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Santander contrata português Henrique de Castro

  • ECO
  • 27 Fevereiro 2019

O português já ocupou cargos de topo na Google, Yahoo! e Dell e vai agora integrar a administração do Santander numa altura de revolução tecnológica.

O Santander já tem um novo administrador independente e é português. Henrique de Castro, especialista no mercado tecnológico e digital norte-americano, já ocupou altos cargos na Yahoo e na Google, agora é o chamado pela equipa liderada por Ana Botín.

No anúncio da instituição bancária dirigida à Comisión Nacional del Mercado de Valores (CNMV), o organismo homólogo da CMVM portuguesa, o Santander justifica a escolha pela “sólida experiência no mercado norte-americano” do português que vai substituir Juan Manuel Villar Mir, que deixou o banco a 1 de janeiro deste ano. “Henrique de Castro, de origem portuguesa, traz ao conselho uma sólida experiência na indústria tecnológica e digital, juntamente com uma experiência significativa no mercado norte-americano, adquirida através dos cargos de topo ocupados em empresas como Yahoo! e Google”, pode ler-se na nota publicada esta terça-feira na CNMV.

O jornal espanhol El Confidencial recorda o percurso de Henrique de Castro, que depois de dois anos na Dell e seis anos na Google, o português foi nomeado por Marissa Mayer como chefe de operações da Yahoo! como responsável por vendas e desenvolvimento de negócios em todo o mundo.

O banco espanhol, no mesmo comunicado ao mercado, anunciou também que vai aumentar a parcela dos seus lucros a distribuir aos acionistas, o correspondente a 40% a 50% face aos 30% a 40% anteriores.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

“SIGI não vão servir para dinamizar o mercado de habitação”, diz Siza Vieira

Criadas recentemente pelo Governo, as SIGI não têm como propósito dinamizar o mercado de habitação, disse o ministro da Economia, embora tenha admitido que isso pode vir a acontecer.

Nas palavras do ministro da Economia, as recém-criadas Sociedades de Investimento e Gestão Imobiliária (SIGI) foram pensadas com o objetivo de aumentar a oferta de ativos no mercado nacional e reduzir a dependência do financiamento bancário. Mas Pedro Siza Vieira alertou que “não vão servir para dinamizar o mercado da habitação”, embora possam surgir promotores interessados no mesmo. O foco serão os escritórios e a logística, para onde o país precisa de trazer investimento para arrendamento.

Isto [SIGI] não vai servir para dinamizar o mercado da habitação. Na verdade, estes veículos são agnósticos do ponto de vista das aplicações que fazem. Mas obviamente que, se surgir uma oportunidade interessante na habitação, imagino que poderão aparecer operadores que queiram investir no mercado da habitação“, começou por dizer Pedro Siza Vieira, esta quarta-feira, durante uma conferência sobre as SIGI, organizada pela Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Patrimónios (APFIPP) e pela consultora Worx.

As SIGI vão servir para outras necessidades para além da habitação. Podem investir nesse setor, mas não servem só para isso.

Pedro Siza Vieira

Ministro da Economia

O ministro da Economia referiu ainda que houve quem defendesse que o Governo deveria impor a estes veículos que “aplicassem uma parte dos seus ativos necessariamente em imóveis para habitação”, mas ressalvou que a necessidade é “trazer investimento para o arrendamento para outros setores”, apontando os escritórios e a logística. “Estamos confrontados com solicitações a nível de escritórios e logística. Praticamente todas as semanas tenho contactos com empresas estrangeiras e nacionais à procura de instalações”, disse.

“Precisamos encontrar uma forma de trazer investimento. As SIGI vão servir para outras necessidades para além da habitação. Podem investir nesse setor, mas não servem só para isso“, esclareceu.

Quando se começou a discutir a introdução das SIGI em Portugal, havia grande expectativa que estes veículos fossem, sobretudo, dedicados quase exclusivamente à promoção do arrendamento habitacional, facto que não se veio a verificar. Por isso o Bloco de Esquerda, na semana passada, pediu uma apreciação parlamentar do decreto-lei das SIGI.

Aumento dos preços? “Não me parece que assim seja”

Confrontado sobre os problemas que o mercado da habitação está a ultrapassar, onde a oferta é bastante inferior à procura, Siza Vieira reconheceu que o país atravessa uma “situação de grave carência de oferta”, o que provocou um “ajustamento por via do preço” e que acabou por “gerar tensão social e política”. A partir do momento em que se começam a ver T2 em Odivelas ou na Amadora a 600 ou 800 euros, “obviamente que alguma coisa está profundamente errada”, disse.

Para esse tipo de oferta [habitação], o regime fiscal das SIGI não é o mais favorável para o investidor nacional. Não tenho dúvidas que nos serviços e no arrendamento de curta duração, a vantagem é evidentemente para o investidor estrangeiro.

Pedro Siza Vieira

Ministro da Economia

E, sobre este mercado, esclareceu: “Para esse tipo de oferta [habitação], o regime fiscal das SIGI não é o mais favorável para o investidor nacional”. “Não tenho dúvidas que nos serviços e no arrendamento de curta duração, a vantagem é evidentemente para o investidor estrangeiro”, completou.

Enumerando as várias dificuldades que o Governo teve para ver estes veículos aprovados, nomeadamente as barreiras dos reguladores e de vários players do mercado, Siza Vieira perguntou aos presentes, de forma retórica, se as SIGI poderiam fazer subir os preços. A resposta foi direta: “Não me parece que assim seja”. E explicou: “Estes veículos têm necessariamente de recolocar no mercado a nível de arrendamento os ativos que adquirirem. E nunca podem pagar mais do que o mercado está disponível para suportar em termos de rendas. Espero que sejam capazes de criar muito investimento e muita capacidade de trazer investimento para o setor, mas que não o façam de forma que impossibilite que o mercado pague uma renda adequada para ocupar os ativos“.

Menos dependência do financiamento bancário e dinamização do mercado de capitais

Para o ministro, o país precisa de “aumentar a oferta de ativos no mercado” e, para que isso aconteça, é preciso que sejam criadas condições para que essa oferta surja e seja possível captar mais investimento. Outra das esperanças depositadas nas SIGI é que estas reduzam a dependência do financiamento bancário. “Temos de multiplicar a panóplia de instrumentos financeiros, no sentido de tornar a atividade menos dependente do financiamento bancário”, comentou, acrescentando que aumentar a “facilidade de poder resolver os problemas sem necessidade de recorrer ao financiamento bancário é desejável”.

Espero que estes veículos possam contribuir para a dinamização do mercado de capitais. Estou absolutamente preocupado com a situação muito débil do mercado de capitais.

Pedro Siza Vieira

Ministro da Economia

Para além disso, Siza Vieira espera também que estas ferramentas de investimento possam “contribuir para a dinamização do mercado de capitais”, dizendo estar “absolutamente preocupado com a situação muito débil” deste mercado. “Se deixarmos morrer o mercado de capitais, isso vai ser fatal para a nossa economia”, afirmou.

No final da conferência, o ministro apelou aos promotores, consultores e advogados para não procurarem demasiados problemas nas SIGI. “Se as pessoas à volta desta mesa começam a descobrir mais problemas do que vantagens deste regime, isto não serve para nada”, atirou. Nesse sentido, rematou, deixou no ar um pedido: “Façam o favor de vender isto, de fazer SIGI. Se queremos mudar a imagem que o setor imobiliário tem, então temos de mostrar que somos capazes de ser agentes de captação e de poupança ao serviço da economia e das pessoas, ou então esta batalha política está perdida“.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Governo já convocou nova reunião com professores. Sindicatos pedem agenda para avaliar se “vale a pena” ir

O Governo convocou os professores para uma nova reunião, mas não adiantou a agenda concreta do encontro. Os sindicatos pediram esclarecimentos para avaliarem se "vale a pena" voltar às negociações.

O ministério de Tiago Brandão Rodrigues já convocou os professores para uma nova reunião sobre a contabilização do tempo de serviço congelado. Os sindicatos dos docentes pediram, contudo, ao Executivo mais esclarecimentos sobre a agenda concreta do encontro, considerando que, se o Governo não estiver disponível para discutir “o modo e o prazo” da recuperação integral desse tempo, poderá nem “valer a pena” regressar à mesa das negociações.

Na segunda-feira, à saída da primeira reunião do ano com o ministro da Educação, o secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof) defendeu que as negociações estão “esgotadas”, apelando à intervenção da Assembleia da República nesta matéria.

Depois de ter reunido com as dez estruturas sindicais dos professores, Mário Nogueira acrescentou, na terça-feira, que só valerá a pena voltar às reuniões se o Governo estiver disponível para “cumprir a lei do Orçamento do Estado” e discutir o “modo e o prazo” da recuperação dos nove anos, quatro meses e dois dias congelados, garantindo assim a contabilização integral desse tempo, embora possivelmente de forma faseada ou através de “métodos mais criativos”. “Se for para voltar a repetir o que o Governo tem dito de forma inflexível, temos dúvidas que valha a penas perder tempo”, reforçou o sindicalista, em declarações aos jornalistas.

A convocatória para a reunião de 4 de março chegou, no entanto, aos sindicatos sem que a agenda concreta do encontro fosse indicada, pelo que essas estruturas enviaram ao Ministério da Educação um pedido de esclarecimento sobre esta questão.

“Para conhecerem o que, efetivamente, o Governo pretende discutir na reunião que convocou para dia 4 e qual a sua postura negocial, as organizações sindicais solicitaram ao ministro da Educação, já durante a manhã desta quarta-feira, informação sobre se, dando cumprimento ao referido artigo 17.º da Lei do Orçamento do Estado para 2019, na reunião os representantes do Governo estariam disponíveis para, pela primeira vez, aceitarem negociar o prazo e o modo de recuperar o tempo de serviço cumprido pelos docentes nos períodos em que as carreiras estiveram congeladas, tendo em consideração, como ponto de partida, a proposta apresentada pelas organizações sindicais”, explicam os professores em comunicado.

Do lado do Governo, mantém-se a posição de que é apenas possível recuperar dois anos, nove meses e 18 dias, face aos constrangimentos financeiros. Depois dos sindicatos terem avisado que só regressarão à mesa das negociações se o Executivo estiver disponível para fazer a contabilização integral do tempo congelado, o primeiro-ministro deixou um aviso aos docentes: Se as negociações voltarem a falhar, avançará novamente o decreto-lei que prevê a recuperação dos tais dois anos.

Recorde-se que, em dezembro, o Executivo enviou esse diploma para a Belém, tendo o Presidente da República chumbado o decreto-lei e recomendado ao Governo a reabertura das negociações à luz do Orçamento do Estado para 2019. Na terça-feira Marcelo Rebelo de Sousa sugeriu que caso o Governo volte a submeter um diploma idêntico a Belém, e caso o Presidente o promulgue, então os partidos poderão pedir a apreciação parlamentar do mesmo. Uma sugestão que o Chefe de Estado deixou para contornar uma eventual intransigência do Executivo nesta matéria.

Enquanto as negociações estão num impasse, os sindicatos dos professores já marcaram uma manifestação para 23 de março, ocasião em que poderão eventualmente anunciar o agendamento de greves no terceiro período letivo.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Uma viagem à nova plataforma logística industrial

  • Isabel Cristina Costa
  • 27 Fevereiro 2019

Construída de raiz, a nova plataforma logística industrial às portas da cidade de Braga ocupa uma área de 6.500 metros quadrados.

O que é a nova plataforma logística industrial de Braga, em pleno Mercado Abastecedor da Região de Braga (MARB), em Celeirós, mesmo às portas da cidade. A nova plataforma começará a funcionar já no próximo dia 1 de março e é o resultado de um investimento conjunto entre o MARB e a Rangel Logistics Solutions, que a cinco anos rondará os 8,5 milhões de euros e permitirá a criação de 60 novos postos de trabalho.

O MARB é o dono do edifício – investiu quatro milhões de euros, adiantou o diretor do Centro Logístico do Minho, António Félix -, mas é a Rangel que gere toda a operação de logística industrial, que tem como cliente a multinacional alemã Bosch. Com este projeto de expansão, o MARB tem, agora, os seus 10 hectares em plena ocupação. Não está fechada a possibilidade de outras empresas entrarem nesta plataforma logística, mas a Bosch terá sempre a preferência, confessa Nuno Rangel, o gestor da Rangel Logístics Solutions.

Construída de raiz, a nova plataforma de logística industrial ocupa uma área de 6.500 metros quadrados. O armazém, com 11 cais de carga e descarga, tem estimada uma capacidade para manusear 200 mil paletes de matéria-prima e de produto acabado dos fornecedores nacionais e internacionais da Bosch. Por ano, envolverá na operação 7.300 camiões de 25 toneladas. “Dentro de dois a três meses, a plataforma estará a funcionar a 100%”, assegurou Nuno Rangel, CEO da Rangel Logistics Solutions.

A visita terminou com muitos sorrisos entre os parceiros do projeto, uma vez que se estima que saiam todos a ganhar: o MARB expande e diversifica, a Rangel ganha peso no segmento automotive e a Bosch aumenta competitividade no mercado mundial. Tudo a partir de Braga.

Só falta referir que este projeto, uma parceria entre o setor público e o privado, foi concretizado em tempo recorde. Entre a assinatura do contrato de empreitada e a conclusão da obra, os stakeholders (SIMAB/MARB, Rangel, Bosch, Câmara Municipal de Braga e Invest Braga) levaram oito meses.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Medidas anti-corrupção do Governo ainda estão pendentes, diz Bruxelas

Para a Comissão Europeia, falta a Portugal uma estratégia coordenada no combate à corrupção. É preciso melhorar a capacidade dos tribunais e a cooperação entre instituições.

Para a Comissão Europeia o sistema judicial em Portugal está a tornar-se cada vez mais eficiente. Segundo um relatório divulgado esta quarta-feira que avalia a os avanços económicos e sociais feitos pelos estados-membros da União Europeia, o combate à corrupção tem sido mais eficiente, mas a falta de meios no Ministério Público continua a ser um problema. Dados que também vão ao encontro do último Estudo sobre a Economia Portuguesa da OCDE.

Para a Comissão, o combate à corrupção continua a ser um problema devido à falta de uma estratégia coordenada e das responsabilidades fragmentadas. Segundo o relatório, existe pouca transparência em torno do trabalho da comissão parlamentar criada para simplificar a legislação anticorrupção e “muitas das promessas anticorrupção introduzidas no programa governamental de 2015 estão, portanto, ainda pendentes”. Bruxelas diz que “não é claro se Portugal vai adotar uma legislação anticorrupção e que não existe uma estratégia clara de orientação a este importante processo legislativo”.

O Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) tem tido um “histórico positivo” e com a nova lei de branqueamento de capitais espera-se que o DCIAP se torne mais eficaz, dado que tem acesso direto a uma série de bases de dados. O trabalho da Polícia Judiciária também tem melhorado, mas os departamentos regionais continuam mal equipados.

Já o Conselho para a Prevenção da Corrupção tem um “mandato limitado e poucos recursos, concentrando-se principalmente no fornecimento orientação para riscos de corrupção e realização de campanhas de sensibilização nas escolas”, diz a CE.

Para melhorar a eficiência do combate a este tipo de crime, o relatório conclui dizendo que Portugal precisa de melhorar a capacidade dos tribunais e a cooperação entre instituições.

Arbitragem pode ser a solução para a celeridade

A celeridade dos processos em tribunal continua a ser um dos maiores desafios, com o tempo de pendência a registar algumas melhorias. A Comissão Europeia salienta o conjunto de medidas que têm sido introduzidas em Portugal para reduzir os casos em atraso, como as novas equipas de “reação rápida” de juízes e o acelerar da resolução de processos pendentes em matéria administrativa e judicial.

Um maior recurso ao mecanismo de arbitragem foi também uma das apostas do Governo. Uma das medidas que o relatório salienta é a possível ‘migração’ dos casos que entraram nos tribunais antes de 2016 para o Centro de Arbitragem Administrativa, sem custos associados. “Em média, este centro leva 4,5 meses para resolver um caso”, diz o relatório. O que o torna um sistema muito mais célere quando comparado com a média de 10 anos dos tribunais comuns.

A promoção de uma “justiça mais eletrónica e a especialização dos tribunais” tem sido também uma das bandeiras do Governo. Recentemente, foi introduzida a apresentação eletrónica obrigatória dos processos judiciais nos tribunais administrativos e fiscais.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.