Offshores: PSD quer explicações sobre transferências e admite chamar Centeno mesmo em férias

  • Lusa
  • 12 Julho 2019

Nos últimos três anos saíram para 30 mil milhões de euros para offshores, o que compara com os 18 mil milhões de euros que tinham saído entre 2013 e 2015.

O PSD pediu esta sexta-feira ao Governo explicações sobre os 30 mil milhões de euros transferidos para paraísos fiscais nos últimos três anos e admitiu chamar o ministro das Finanças ao parlamento mesmo em férias parlamentares.

“Quando se percebeu que foram transferidos 10 mil milhões de euros foi quase escândalo nacional e ficaram indignados com este valor os partidos que suportam este Governo. Mas quando a verba triplica o silêncio é ensurdecedor”, disse Duarte Pacheco à Lusa.

Na semana passada, a Lusa noticiou que cerca de nove mil milhões de euros foram transferidos para offshore (paraísos fiscais) em 2018, abaixo do valor do ano anterior, destacando-se a Suíça e Hong Kong, segundo dados da Autoridade Tributária e Aduaneira.

O Jornal Económico indica esta sexta-feira que nos últimos três anos o valor que saiu para offshore ascende a 30 mil milhões de euros, o resultado da soma de 2018 (8.950 milhões de euros), 2017 (10.648 milhões de euros) e 2016 (10.400 milhões de euros), o que compara com os 18 mil milhões de euros que tinham saído entre 2013 e 2015.

Segundo Duarte Pacheco, o PSD enviou um pergunta a pedir explicações ao Governo sobre se sabe os motivos do aumento das transferências (66% se comparado o triénio 2016-2018 face ao 2013-2015), o número de operações e qual o tratamento fiscal destas transferências.

Em 2017 foi muito polémica a informação de que, entre 2011 e 2014, quase 10 mil milhões de euros foram transferidos para offshores sem tratamento fiscal, pelo que desde então a Autoridade Tributária ficou obrigada a publicar anualmente as estatísticas sobre essas transferências.

Essa publicação acontece três meses depois de os bancos lhe remeterem a informação, o que acontece até ao final de março.

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PS volta a subir na sondagens e deixa PSD a 15 pontos nas legislativas

  • ECO
  • 12 Julho 2019

A três meses da ida às urnas, o PS voltou a subir nas intenções de votos, acentuando a sua distância em relação ao PSD. CDS é o partido que mais perde e o BE o que mais ganha.

A três meses das eleições legislativas, os socialistas voltaram a alargar a vantagem em relação aos social-democratas. De acordo com a sondagem realizada pelo ICS/ISCTE e divulgada pelo Expresso, o PS e o PSD estão agora separados por 15 pontos percentuais (p.p). Ainda assim, e se a ida às urnas fosse esta sexta-feira, seria improvável que António Costa conseguisse uma maioria absoluta.

Segundo a sondagem mais recente, o PS subiu de 37% para 38% das intenções de voto face à sondagem de fevereiro; Já o PSD desceu de 25% para 23%, confirmando a tendência de recuo já espelhada nas eleições europeias de maio.

Também à direita, o CDS perdeu três p.p. (de 8% para 5%), valor que representa a maior descida desta sondagem e fica próximo daquele conseguido pelo PAN (4%).

Do outro lado do hemiciclo, o Bloco de Esquerda foi o partido que mais viu as intenções de voto aumentar, passando de 8% para 11%, enquanto a CDU (PCP e PEV) mantém-se nos 8%.

As eleições legislativas realizam-se a 6 de outubro. António Costa tem pedido aos portugueses uma maioria “inequívoca” para o PS, o que tem gerado críticas por parte dos parceiros políticos deste Executivo.

Para ver a ficha técnica da sondagem clique aqui.

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Depois do PCP, Bloco também chega a acordo com o PS na Lei de Bases de Saúde

O PCP alcançou uma solução com o PS sobre a Lei de Bases da Saúde. Pouco tempo depois, o Bloco de Esquerda também anunciou que chegou a acordo com o Executivo sobre este dossiê.

O PCP chegou a acordo com o PS para aprovar a Lei de Bases da Saúde, e o Bloco de Esquerda também, apurou o ECO junto de fonte oficial do partido. Na solução encontrada pelos partidos, não há referência às Parcerias Público-Privadas (PPP) no documento, que serão regulamentadas posteriormente, e a legislação que regulava estas parcerias será revogada. No entanto, o PS garante que as PPP continuam a ser possíveis “em circunstâncias extraordinárias”.

Numa conferência de imprensa marcada de urgência, o líder parlamentar do PCP, João Oliveira, indicou que foi encontrada uma solução que pode viabilizar a Lei de Bases da Saúde, mediante a revisão de alguns pontos no documento, nomeadamente relativos à gestão pública na saúde.

“Sempre demos conta que o processo não estava encerrado”, apontou João Oliveira, em declarações transmitidas pelas televisões. Nas negociações acordaram uma proposta que será apresentada pelo PS. Este acordo prevê a revogação do decreto-lei que atualmente regula as PPP e a fixação de um prazo para a aprovação da legislação que estabeleça os novos termos.

João Oliveira não adiantou se o Bloco de Esquerda estaria de acordo com a solução encontrada, sendo que para aprovar a Lei de Bases não chega o sim do PCP e do PS. No entanto, pouco tempo depois o Bloco também se mostrou disponível para viabilizar a nova Lei de Bases.

Em conferência de imprensa, o líder parlamentar do Bloco Pedro Filipe Soares lembra que o partido, no início de junho, admitiu a possibilidade de viabilizar a Lei de Bases se esta não fizesse menção às PPP, e se o regime jurídico em vigor sobre elas fosse revogada. No entanto, nas votações indiciárias, no grupo de trabalho, todas propostas sobre as PPP foram chumbadas, mas foi também rejeitada a revogação do decreto-lei que as rege.

Agora o PS, o PCP e o Bloco chegaram a um acordo que vai ao encontro da proposta apresentada pela líder bloquista Catarina Martins. Pedro Filipe Soares aponta que o partido sabia que tinha “elementos de divergência com o PS”, mas frisa que foi possível chegar a um consenso nas prioridades traçadas pelo Bloco.

PS sinaliza que cumpriu condições impostas por Marcelo

Relativamente à solução encontrada, que será apresentada pelos socialistas, o líder parlamentar do PS, Carlos César, apontou que esta “não exclui em circunstancias extraordinárias que gestão seja feita pelos privados“.

O líder parlamentar socialista, em declarações em Ponta Delgada, transmitidas pela RTP 3, disse que esta é uma proposta que “poderá não só proporcionar que lei seja aprovada, mas também promulgada”. Marcelo Rebelo de Sousa pediu um consenso partidário alargado sobre esta matéria para promulgar a Lei, e defendeu, em entrevista ao programa O Outro Lado na RTP3, que “uma lei que feche totalmente [a hipótese de criação de PPP] é uma lei irrealista”.

Carlos César defendeu que o entendimento alcançado é “alargado”, e ressalva que a “redação que o PS propõe deve ser interpretada em conjunto com a base 6” da Lei. Nesta base determina-se “a responsabilidade máxima do Estado na prestação de cuidados de saúde, que em termos supletivos e temporários devidamente fundamentados e a título excecional pode ser assegurada pelo setor privado e social”, explicou.

António Costa mostrou-se também confiante de que a proposta poderá ser promulgada. “A lei cujo entendimento foi agora alcançado respeita plenamente aquilo que eram as reservas e linhas vermelhas traçadas pelo Presidente da República”, disse em declarações aos jornalistas em Odivelas, transmitidas pela RTP3.

O primeiro-ministro reforçou também que a proposta prevê que “as relações com o setor privado têm de ter natureza excecional, supletiva e temporário” e que é nesse quadro que “eventualmente poderá vir a haver PPP no futuro”. Reiterou ainda que “esta é a leitura a fazer do documento”.

Com este acordo, passa para a próxima legislatura a definição de qual é o modelo de gestão dos estabelecimentos do SNS. Tendo em conta esta discussão futura, Pedro Filipe Soares apontou que o Bloco quer “garantir que não há mais PPP”. A votação final global da Lei de Bases de Saúde terá de acontecer até 19 de julho, próxima sexta-feira, que será o último plenário da legislatura.

As PPP foi o ponto que gerou maior discordância durante a discussão deste documento, já que o PCP e o Bloco queriam retirar da Lei de Bases da Saúde a possibilidade da gestão privada. Em resposta a estas exigências, os socialistas apresentaram no mês passado um texto de alteração que limitava as PPP, mas mesmo assim permitia a sua existência.

Já no final de junho, depois de não conseguir chegar a acordo com a esquerda, o PS virou-se para o PSD para ir com esta lei para a frente, mas as negociações falharam quase antes de começarem. Os socialistas sinalizaram que poderiam tentar encontrar uma solução com o PSD, e Rui Rio apresentou os três pontos que o partido queria revisitar nas negociações. Mas o PS não aceitou esses pontos, argumentando que iriam reabrir o debate sobre mais de vinte bases e foi assim necessário regressar à casa da partida. No Parlamento, António Costa até admitiu preferir manter a atual Lei de Bases a aprovar um diploma que arriscava ser revogado na próxima legislatura. Mas a geringonça voltou a funcionar para garantir a aprovação de uma nova Lei de Bases na Saúde.

(Notícia atualizada às 19h50)

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Lisboa termina semana no verde. Retalho brilha

Das 18 cotadas nacionais, apenas duas terminaram no vermelho, com destaque para os ganhos da Sonae e da Jerónimo Martins. Lisboa fechou a última sessão da semana no verde.

A bolsa nacional encerrou a última sessão da semana em terreno positivo à boleia do bom desempenho da Sonae e da Jerónimo Martins, que viram os seus títulos valorizarem 2,52% e 1,56%, respetivamente. Das 18 cotadas nacionais, apenas duas terminaram a sessão desta sexta-feira no vermelho.

O índice de referência nacional, o PSI-20, valorizou 0,68% para 5.221,17 pontos. Na Europa, o Stoxx 600 ficou preso na linha de água, o britânico FTSE 100 a recuou 0,1%, o francês CAC 40 subiu 0,3% e o espanhol IBEX a valorizou 0,35%. Isto à boleia da expectativa de um corte de juros nos EUA no final deste mês.

Por cá, a puxar pela praça nacional estiveram os títulos da Sonae, que subiram 2,52% para 0,8745 euros, e da Jerónimo Martins, que avançaram 1,56% para 14,66 euros.

Sonae dispara mais de 2,5%

Destaque também para a energia, com as ações da Galp Energia a valorizar 0,58% para 13,95 euros, da EDP 0,36% para 3,382 euros e da EDP Renováveis 0,55% para 9,1 euros. No verde, também fecharam as ações do BCP, que avançaram 0,28% para 0,2842 euros.

Do outro lado da linha, as ações da Nos recuaram 0,09% para 5,75 euros. Também a Sonae Capital ficou no vermelho, tendo os seus títulos caído 1,08% para 0,732 euros.

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Portugal vai emitir dívida de curto prazo. Quer 1.500 milhões de euros

IGCP vai realizar um leilão duplo, em que poderá colocar até 1.500 milhões de euros a seis e 12 meses. Taxas de juro nos títulos de curto prazo têm sido sucessivamente negativos.

Portugal vai voltar ao mercado de dívida na próxima semana. A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública – IGCP agendou para quarta-feira um novo leilão, desta vez de títulos de curto prazo. Vai colocar até 1.500 milhões de euros em bilhetes do Tesouro (BT) a seis e 12 meses.

“O IGCP, E.P.E. vai realizar no próximo dia 17 de julho pelas 10h30 dois leilões das linhas de BT com maturidades em 17 de janeiro de 2020 e 17 de julho de 2020, com um montante indicativo global entre 1.250 milhões e 1.500 milhões de euros“, anunciou a agência liderada por Cristina Casalinho.

O leilão duplo estava já calendarizado no programa de financiamento do IGCP, mas serve também de alternativa à dívida de mais longo prazo, em relação à qual os investidores começam a mostrar menor apetite. Na colocação de dívida a 10 e 26 anos, realizada esta semana, Portugal conseguiu juros em mínimos históricos, mas não emitiu o montante máximo indicativo.

Ainda assim, o país tem-se financiado com custos sucessivamente mais baixos. No caso das BT, as taxas de juro têm sido cada vez mais negativos, o que poderá voltar a acontecer na próxima semana.

A última vez que Portugal emitiu BT a seis e 12 meses foi a 15 de maio e, na altura, conseguiu juros em mínimos recorde. No prazo mais longo, o IGCP colocou, na altura, mil milhões de euros com uma taxa de -0,37% e uma procura 2,29 vezes superior à oferta. Já na maturidade mais curta, o Tesouro emitiu 500 milhões de euros com uma taxa de -0,396% e uma procura 2,62 vezes a oferta.

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📹 O que pensam os portugueses sobre os serviços públicos? E o que diz António Costa?

No debate do Estado da Nação, António Costa prometeu fazer mais pelos serviços públicos. O ECO foi à rua perceber que melhorias esperam as pessoas. Veja o vídeo.

Quantas horas vai estar na fila para renovar o cartão de cidadão? O comboio foi suprimido e o metro vai cheio. No caso de precisar de ir ao hospital, pode ter de esperar pela consulta. E quantos dias faltam até à próxima greve?

“Não negamos, nem fugimos dos problemas” disse António Costa, no debate do Estado da Nação que decorreu na quarta-feira. O primeiro-ministro fez uma análise dos serviços públicos, apontando para as mudanças feitas durante a legislatura. Mas confessou que nem tudo está perfeito. “A nós compete-nos fazer, e é isso mesmo que fazemos: fazer”, referiu.

O ECO foi à rua falar com os portugueses, para saber o que pensam sobre o estado atual dos serviços públicos e o que esperam que venha a melhorar. Veja o vídeo.

http://videos.sapo.pt/AANAYolKbJWZotuZcGWN

 

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Rio Guadiana navegável entre Alentejo e Algarve. Projeto vai custar seis milhões

  • Lusa
  • 12 Julho 2019

O rio Guadiana vai ficar navegável entre Vila Real de Santo António e Mértola. O projeto vai custar seis milhões e deverá terminar em 2021. Um dos objetivos é "criar condições para o turismo".

O projeto para permitir a navegabilidade do rio Guadiana entre Vila Real de Santo António (Algarve) e Mértola (Alentejo) vai custar seis milhões de euros e deverá terminar em 2021, anunciou esta sexta-feira a ministra do Mar.

“É um dos investimentos mais emblemáticos do Ministério do Mar”, porque “promove a navegabilidade do Guadiana” e, simultaneamente, “o desenvolvimento de toda a zona abrangida”, afirmou Ana Paula Vitorino, no Pomarão, concelho de Mértola, distrito de Beja.

A ministra falava aos jornalistas após a cerimónia de assinatura do contrato da empreitada de desassoreamento e assinalamento marítimo para permitir a navegabilidade do troço internacional do rio Guadiana entre Alcoutim, no distrito de Faro, e o Pomarão.

A empreitada, que está orçada em 611.925 euros e corresponde à terceira fase do projeto, vai ser consignada ao empreiteiro e começar “ainda este mês”, deverá durar três meses e “em outubro, em princípio, estará concluída”, disse a ministra.

No âmbito do projeto, a cargo da Direção Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos (DGRM), lembrou, já foram executadas duas fases, que permitiram tornar navegáveis duas zonas internacionais do Guadiana, a área entre a entrada da barra de Vila Real de Santo António e a ponte internacional e o troço entre Vila Real de Santo António e Alcoutim, no Algarve.

Nesta cerimónia também foi assinado um protocolo entre a DGRM e a Câmara de Mértola para estudar e encontrar a solução adequada para a navegabilidade do troço exclusivamente português entre o Pomarão e a vila de Mértola.

Segundo a ministra, o troço entre Pomarão e Mértola “é mais complexo” do que os anteriores dos pontos de vista geológico e ambiental, por estar “inserido numa zona protegida do Guadiana” e, por isso, a preparação da empreitada “vai demorar um bocadinho mais”.

“Esperemos que corra bem” e, assim que houver a declaração de impacte ambiental, “naturalmente que a DGRM lançará o concurso público para realização da empreitada” no troço entre Pomarão e Mértola, afirmou Ana Paula Vitorino, referindo que se prevê que todo o projeto “esteja concluído até ao final de 2021”.

Através do projeto, “estamos a fazer um investimento total de cerca de seis milhões de euros”, que, além das empreitadas de desassoreamento para garantir a navegabilidade dos troços, inclui trabalhos de recuperação de pontos de contacto e pequenos acessos ao rio entre Vila Real de Santo António e Mértola, num investimento de 2,5 milhões de euros, precisou a ministra.

O objetivo da recuperação de pontos de contacto e acessos é “permitir um melhor acesso ao rio, mas também um acesso mais digno, mais simpático e mais atrativo para as populações”, explicou.

“O que pretendemos, de facto, é criar condições para que o turismo se possa desenvolver” na zona do rio abrangida pelo projeto, frisou, sublinhando que há “todos os condimentos para que se possa desenvolver o turismo, mantendo com qualidade as atividades que já existem, nomeadamente a pesca”,

Segundo a governante, nos concelhos de Mértola e Alcoutim, há “condições fantásticas de desenvolvimento de rotas turísticas”, nomeadamente “uma belíssima gastronomia, apontamentos históricos e culturais de significativo valor, principalmente em Mértola, e paisagens fantásticas”.

“Estamos a trazer o mar até Mértola [no interior alentejano] e levar Mértola até ao mar com todas as potencialidades que existem. Portanto, é, de facto, um projeto de inclusão, de desenvolvimento do interior e fantástico para estas pessoas que aqui vivem e para aqueles que a vão passar a conhecer”, rematou a ministra.

Por abrangerem troços internacionais do rio, as empreitadas já concretizadas foram financiadas em 75% por verbas do Programa de Cooperação Transfronteiriça (POCTEP) INTERREG Espanha-Portugal 2007-2013 e a relativa ao contrato assinado esta sexta-feira vai ser financiada também em 75% pelo POCTEP INTERREG V-A Espanha-Portugal 2014-2020.

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Setor do mar cresce 5% e angaria 4,1 mil milhões de euros

  • Lusa e ECO
  • 12 Julho 2019

O volume de negócios do setor do mar aumentou 5% em 2017 para 4,1 mil milhões de euros. No entanto, o BdP indicou que “o número de empresas em atividade no setor diminuiu marginalmente".

O setor do mar aumentou o volume de negócios em 5% em 2017 para 4,1 mil milhões de euros, segundo dados publicados esta sexta-feira pelo Banco de Portugal (BdP).

Apesar dos resultados de 2017, o crescimento foi “inferior ao registado em 2016 (6%) e ao observado no total das empresas (9%), cenário que se verificou pela primeira vez desde 2010”, segundo um estudo da central de balanços do regulador.

Além disso, no mesmo documento, o organismo indicou que em 2017, “o setor do mar integrava 3 mil empresas, gerava 4 mil milhões de euros de volume de negócios e empregava 26 mil pessoas, parcelas representativas de 1% dos valores associados ao total das empresas em Portugal para todos os indicadores”.

O BdP indicou ainda que “o número de empresas em atividade no setor diminuiu marginalmente entre 2016 e 2017”.

De acordo com a instituição, 77% das sociedades do setor atuavam nas pescas e atividades conexas, representando 74% do volume de negócios e 75% das pessoas ao serviço do setor, “seguindo-se os transportes marítimos (12% das empresas, 18% do volume de negócios e 14% das pessoas ao serviço do setor) e a construção e reparação naval (11% das empresas, 8% do volume de negócios e 12% das pessoas ao serviço)”, adiantou o BdP.

A instituição garantiu ainda que “o EBITDA do setor do mar aumentou 70% em 2017”, depois de ter caído 19% em 2016. “Para esta evolução contribuiu, de forma significativa, o segmento da pesca e atividades conexas, com um aumento do EBITDA de 226%”, concluiu o estudo.

O banco central analisou ainda a autonomia financeira das empresas desta área e chegou à conclusão que no ano em análise, o rácio de autonomia financeira do setor do mar foi de 49%, “quatro pontos percentuais acima do valor registado em 2016”.

O BdP revelou que a autonomia financeira crescia de acordo com o aumento de tamanho das sociedades, passando de 19% nas microempresas, para 52% nas pequenas e médias empresas e para 56% nas grandes empresas.

O passivo desceu 2% entre 2016 e 2017 e os gastos de financiamento diminuíram 6%.

Citando dados mais recentes, do ano passado, o BdP deu ainda conta de que o setor do mar “agregava, no final de 2018, 2% do montante de crédito concedido às empresas não financeiras pelo setor financeiro residente, percentagem similar às observadas nos finais de 2016 e de 2017”.

Em dezembro do ano passado, “a maioria do crédito concedido ao setor do mar era dirigido ao segmento da pesca e atividades conexas (65%), seguido pelos transportes marítimos (33%) e pela construção e reparação naval (3%)”, indicou a instituição.

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Otimismo com corte de juros para breve leva índices norte-americanos para novos recordes

Os investidores continuam esperançosos de que a Fed se esteja a preparar para um corte nos juros. Alguns dos principais índices de referência registam valores recorde.

Wall Street arrancou em alta a última sessão de uma semana marcada por recordes nos índices, tanto no S&P 500 como no Dow Jones. O otimismo dos investidores relativamente a um corte de juros nos próximos tempos, motivado por declarações do líder da Reserva Federal norte-americana e pelas atas da última reunião do banco central, ajudou a impulsionar as ações.

O S&P 500 e o Dow Jones abriram a sessão em novos máximos históricos. O índice financeiro segue a avançar 0,14% para os 3.004,25 pontos, enquanto o industrial sobe 0,31% para os 27.172,30 pontos. O tecnológico Nasdaq também começou o dia a valorizar, ao subir 0,17% para os 8.209,89 pontos.

O setor financeiro destaca-se nos ganhos, sendo que na próxima semana vários bancos vão apresentar contas. O Morgan Stanley sobe mais de 1%, ao avançar 1,19% para os 44,70 dólares, enquanto o Goldman Sachs sobe 0,51% para os 212,39 dólares e o JPMorgan Chase soma 0,35% para os 114,48 dólares.

Nos ganhos encontra-se também a Ford, depois do anúncio de que vai juntar forças com a alemã Volkswagen para desenvolver veículos autónomos e elétrico. Os títulos da fabricante automóvel avançam 2,16% para os 10,40 dólares nesta sessão.

Para as empresas tecnológicas o dia também é positivo. A Amazon aproximou-se da avaliação de um bilião nesta semana, mas acabou por ainda não atingir a marca. Nesta sexta-feira volta aos ganhos, ao subir 0,62% para os 2.013,50 dólares. A Microsoft, única cotada que é avaliada em um bilião, negoceia também em terreno verde, com as ações a avançar 0,35% para os 138,88 dólares.

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Câmara de Lisboa e IHRU vão investir 239 milhões para dar casa a famílias carenciadas

A Câmara de Lisboa e o Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU) vão investir 239 milhões de euros para reabilitar e construir casas para as famílias mais carenciadas de Lisboa.

A Câmara de Lisboa (CML) e o Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU) vão investir 239 milhões de euros para reabilitar e construir casas para 4.500 famílias mais carenciadas em Lisboa, anunciou esta sexta-feira a vereadora da Habitação, Paula Marques. Numa primeira fase deste acordo, celebrado no âmbito do programa 1º Direito, o investimento será de 70 milhões de euros, e permitirá dar casa a cerca de 1.500 famílias.

“Foi a assinatura de um compromisso, esta é a parte mais fácil. Agora a bola passou quase exclusivamente para o campo da CML. E vamos fazê-lo com grande empenho e vontade de ter resultados”, disse Fernando Medina, após a assinatura do acordo, sublinhando que “este programa vai fazer a diferença” para “muitas pessoas que vão ter a situação melhorada”.

Assinatura do acordo de cooperação para a habitação entre a CML e o IHRU - 12JUL19
Assinatura do acordo para a reabilitação e construção de casas no âmbito do programa 1.º DireitoHugo Amaral/ECO

Este “é um processo complexo”, confessou a vereadora da Habitação, em declarações aos jornalistas, referindo que não funciona como um concurso, ou seja, as pessoas não se podem candidatar.

“Quem tem a decisão efetiva do que é para financiar, dos investimentos e das soluções, é o próprio município”, explicou a secretária de Estado da Habitação, Ana Pinho. A CML vai identificar as famílias e as zonas carenciadas — como bairros — de uma habitação digna e depois indica-as ao IHRU, que entrará com o financiamento, financiamento esse a fundo perdido e que vem do Orçamento do Estado. Da parte da autarquia sairão cerca de 158 milhões de euros, ficando o IHRU responsável por entrar com 81 milhões de euros.

Estes apoios serão dados na nova construção — no caso de imóveis para a autarquia arrendar — e na reabilitação, podendo os proprietários ter direito a verem as suas casas reabilitadas, quer morem nelas ou as arrendem, e tenham baixos rendimentos. Haverá ainda a possibilidade de apoiar na reabilitação de imóveis da Segurança Social — que a CML está prestes a adquirir –, que poderão ser usados para habitação e para residências de estudantes.

Na próxima semana serão assinados os primeiros protocolos específicos, que permitirão arrancar com obras de reabilitação nos bairro Padre Cruz e da Boavista, por exemplo. O documento assinado esta sexta-feira é um acordo-chapéu que abre a porta a que municípios, associações e a cooperativas de moradores e proprietários possam aceder a esta linha de financiamento que está disponível até 2024. Numa primeira fase, entrarão 70 milhões de euros, dos quais 18 milhões virão do IHRU.

O Programa 1.º Direito visa apoiar a promoção de soluções habitacionais para pessoas que vivem em condições habitacionais indignas — precariedade, sobrelotação, insegurança, etc. — e que não dispõem de capacidade financeira para suportar os custos do acesso a uma habitação adequada. Lisboa já é o segundo município a aderir a este programa do Estado, depois de Arruda dos Vinhos. Contudo, haverá mais municípios interessados.

(Notícia atualizada às 16h56 com mais informação)

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PIB e investimento a desacelerar. Um excedente em 2020. Estes são os grandes números do FMI para Portugal

Governo e FMI alinham na antecipação de um desequilíbrio de 0,2% nas contas públicas este ano, mas em 2020, o Governo espera um excedente de 0,3% enquanto o Fundo se fica por 0,1%.

O Fundo Monetário Internacional vê o crescimento português em rota descendente. Dos 2,1% registados o ano passado, a economia deverá arrefecer até aos 1,5% de progressão do PIB, em 2020, de acordo com as previsões da instituição até agora liderada por Christine Lagarde. Previsões mais pessimistas do que as do Executivo que antecipa uma desaceleração do PIB para 1,9% este ano e no próximo.

No âmbito do Artigo IV sobre Portugal, a organização de Bretton Woods também antecipa uma quebra de 2,9 pontos percentuais na evolução do investimento, entre 2019 e 2020. Uma descida quase equivalente à subida antecipada para este ano — de 4,5% para 7%.

Em termos de défice, Governo e FMI alinham na antecipação de um desequilíbrio de 0,2% nas contas públicas este ano, mas em 2020, o Governo espera um excedente de 0,3% enquanto o Fundo se fica por 0,1%. Também na dívida o cenário é o mesmo, o FMI é um ponto percentual mais pessimista do que o Governo para 2020 (FMI esperar 116% do PIB, o Governo 115,2%).

Já ao nível do desemprego, a situação é inversa. António Costa espera que o desemprego desça para 6,3% em 2020, já o FMI é mais otimista e aponta para 5,7%. O Governo só espera ter uma taxa nesse nível (5,6%) em 2022.

Eis os principais números do FMI (em percentagem):

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FMI revê dívida portuguesa em baixa, mas continua mais pessimista que o Governo

Fundo elogia o compromisso no equilíbrio das contas e consolidação orçamental, que tem permitido reduzir dívida. Já vê o rácio em 118,8% este ano, mas mantém a posição: é preciso acelerar a redução.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) está mais confiante na redução da dívida pública portuguesa. Num novo relatório ao abrigo do artigo VI, reviu em baixa as projeções para o rácio da dívida face ao PIB, que vê agora em 118,8% este ano e 116% no próximo.

As novas estimativas representam um redução de 0,5 pontos percentuais na meta para este ano e de 1 ponto percentual no próximo, face aos números de maio. “A dívida pública está numa firme trajetória descendente e deverá atingir valores próximos de 100% do PIB em 2024“, diz o FMI, antecipando uma quebra média de 3% do PIB ao longo dos próximos cinco anos impulsionada pelo excedente primário.

Apesar de mais otimista, o fundo até agora liderado por Christine Lagarde continua a ver um peso maior da dívida na economia do que o Governo português, que projeta um rácio de 118,6% este ano e 115,2% no próximo.

O FMI elogia o compromisso das autoridades portuguesas no equilíbrio das finanças públicas e na consolidação orçamental, que tem permitido reduzir tanto dívida como défice nos últimos anos, tal como permitiu ao país reembolsar antecipadamente todo o empréstimo ao FMI, beneficiar de upgrades do rating e reduzir “substancialmente” os custos de financiamento.

O custo médio da nova dívida atingiu mínimos históricos (em 1,5% em maio) e Portugal nunca emitiu títulos com taxas tão baixas. Em mercado secundário, as yields das obrigações a seis e sete anos tocaram valores negativos na semana passada (sendo que todos os prazos até aos cincos anos continuam atualmente neste patamar, correspondente a cerca de metade da dívida no mercado) e a yield das obrigações a dez tocou o mínimo histórico de 0,28%.

Condições globais e “deslizes” internos podem comprometer juros

“Não obstante estes progressos, os membros da administração expressaram, de forma geral, a necessidade de acelerar a redução da dívida para reconstruir a almofada orçamental e proteger-se contra choques inesperados”, alerta o FMI, que tem expressado esta preocupação. “O elevado nível de dívida pública de Portugal mantém-se uma vulnerabilidade tanto para a sustentabilidade orçamental como para a economia“.

Se o elevado endividamento é um risco para a economia, também a desaceleração da economia é um risco para a redução da dívida. O FMI manteve a projeção de crescimento do PIB inalterada em 1,7% este ano (face à meta do Governo de 2,2%) e 1,5% no próximo, mas alertou que “os riscos para o outlook de crescimento alteraram-se negativamente, refletindo uma posição cíclica moderada, a desaceleração europeia na segunda metade de 2018 e uma série de riscos financeiros, económicos e geopolíticos”.

Um crescimento global mais fraco que o esperado, especialmente na Zona Euro, não só tem um impacto direto em Portugal como poderá reabrir o desvio do produto, gerando um atraso na redução do rácio da dívida pública até 2021, segundo as estimativas do fundo.

“Igualmente, um aperto pronunciado nas condições de financiamento globais, especialmente se combinados com deslizes políticos domésticos, poderão ter repercussões em Portugal, em termos de yields das obrigações e taxas de juro mais elevadas, aumentando o esforço dos balanços dos setores público e privado”, acrescentou o FMI.

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