Impasse entre EUA e China levam Wall Street à quarta semana consecutiva de perdas

Mais um impasse nas negociações entre os Estados Unidos e a China, mais uma semana de perdas na bolsa, a quarta consecutiva. O Dow Jones teve a pior sequência de perdas dos últimos três anos.

A bolsa de Nova Iorque terminou mais uma semana em queda, a quarta consecutiva e a pior sequência em três anos do índice industrial Dow Jones, com os investidores mais pessimistas quanto a uma resolução do conflito comercial entre os Estados Unidos e a China, as duas maiores economias do mundo.

Nem o anúncio formal de que os Estados Unidos vão adiar por seis meses a decisão de agravar as taxas sobre a importação de automóveis e componentes oriundos da União Europeia chegaram para acalmar os investidores sobre a intensificação da guerra comercial.

O Dow Jones fechou a cair 0,89%, a quarta semana consecutiva e a pior sequência em três anos. O tecnológico Nasdaq fechou a desvalorizar 1,04% e o alargado S&P 500 outros 0,59%.

Apesar das boas notícias para o bloco europeu, Donald Trump fez questão de dizer que a União Europeia é pior que a China, só que tem menos impacto porque é uma economia mais pequena.

No que diz respeito à China, a televisão norte-americana CNBC avançou esta sexta-feira que as negociações tendo em vista um acordo comercial com os Estados Unidos estão completamente paradas.

Depois da falta de acordo na semana passada, vários responsáveis norte-americanos, incluindo o Presidente dos EUA, desvalorizaram os resultados e disseram que negociações iriam continuar. Um responsável do Governo chinês passou a mesma mensagem.

No entanto, os responsáveis chineses endureceram o tom esta sexta-feira. De acordo com a imprensa estatal chinesa, a China está disposta a cancelar as negociações, caso os EUA não demonstrem que são sérios nesta negociação.

Um responsável da estrutura superior do Partido Comunista Chinês disse esta sexta-feira, num encontro com empresários de Taiwan, que o impacto da guerra comercial tiraria, no máximo, 1% ao PIB chinês. Isto no curto prazo, já que no longo prazo a expectativa é que o impacto seja irrelevante.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Projeto luso-espanhol apoia investigação e inovação nas empresas em três regiões

  • Lusa
  • 17 Maio 2019

Innoace faz, por exemplo, uma gestão inteligente e uma agricultura de precisão, que usa imagens de satélite para ajudar agricultores a tomar decisões de rega e de fertilização dos solos.

A cooperação em rede na investigação e inovação para melhorar processos e desenhar novos produtos, sobretudo na área agroalimentar, são objetivos do projeto Innoace, que junta organismos das regiões portuguesas Centro e Alentejo e Extremadura espanhola, disse o coordenador.

Francisco Hinojal apontou esta sexta-feira em Faro, na Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve, estes objetivos como as principais metas do Innoace, que dispõe de 4,55 milhões de euros de orçamento e é apoiado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), através do Programa INTERREG V-A Espanha Portugal (POCTEP) 2014-2020.

O responsável explicou que o projeto Innoace “é uma consequência”, porque nasceu a partir da “cooperação transfronteiriça em matéria de investigação e inovação” que vinha a ser feita, desde 2008, nas regiões do Centro e do Alentejo, em Portugal, e da Extremadura espanhola.

“Tudo começou com a criação de uma rede de investigação transfronteiriça, por volta do ano 2008, da convocatório do período 2007-2013, que foi, de uma maneira formal, a primeira vez que foi lançada uma rede de cooperação para as entidades de investigação”, disse o investigador do Centro de Investigação Científica e Tecnológica da Extremadura (CICYTEX).

A rede inicialmente criada também incluiu os Politécnicos de Portalegre, Castelo Branco, Beja ou centros geradores de conhecimento, como o Centro de Apoio Tecnológico Agroalimentar (CATAA) de Castelo Branco ou a Universidade de Évora, com os quais foram feitas “pareceria muito importante” que acabaram por se ver prejudicadas pela crise económica, afirmou.

Este trabalho permitiu, destacou Francisco Hinojal, “afiançar a relação entre investigadores” de ambos os lados da fronteira e pensar num novo projeto, “focalizado na tecnologia da informação e comunicação, mas direcionado para as empresas”.

A chegada do POCTEP 2014-2020 permitiu avançar para o projeto Innoace, que conta com os anteriores parceiros e “incluiu alguns parques científicos e tecnológicos ou incubadoras de empresas, como o Instituto Pedro Nunes, em Coimbra, o novo parque do Alentejo de Ciência e Tecnologia, em Évora”, num total de 14 instituições das três regiões.

Foi assim possível continuar com “a rede de investigação e inovação, mas olhando para as empresas, a maioria no setor agroalimentar”, e iniciar um “processo de empreendedorismo, com base tecnológica”, focado na “investigação e inovação” e com “atividade para melhoria de processos e desenho de novos produtos”, acrescentou.

“Fazemos uma gestão inteligente e uma agricultura de precisão, que utiliza imagens de satélite e ajuda os agricultores a interpretar imagens gratuitas do satélite Sentinel, da União Europeia, para terem mais informação para tomar decisões sobre rega dos seus cultivos ou um uso mais eficiente da fertilização e, com isto, diminuir custos”, exemplificou.

Há também a parte de desenho de produtos, como “queijos de leite crua, mas pasteurizados”, ou “desidratados de fruta, novas bebidas”, através de acordos de cooperação que já foram estabelecidos com 30 empresas, enumerou.

A mesma fonte sublinhou que os produtos desenvolvidos pelo Innoace “não são só para uma empresa”, porque é “desenhada uma fórmula standard e os resultados são partilhados por todos”, com “o objetivo de diminuir riscos e custos de investimento”.

“Conhecem novas possibilidade e podem depois, a partir daí, começar a desenvolver produtos mais próximos da sua área de produção”, precisou, frisando que o Innoace prevê a realização de parcerias até final do projeto, em dezembro deste ano, com 50 empresas.

Como as entidades espanholas têm “mais financiamento”, na ordem dos dois terços, para um terço das entidades portuguesas, há, “como é natural, mais empresas do lado espanhol”, reconheceu.

Francisco Hinojal disse, no entanto, que para o futuro fica “a cooperação transfronteiriça” e a parceria entre “empresas portuguesas e centros espanhóis ou empresas espanholas e institutos portugueses”.

“Isso é o mais importante, porque ao final do trabalho gera-se essa confiança”, destacou, fazendo um “balanço positivo” do projeto, que “só pela cooperação era muito importante”, mas permite também “combinar recursos e ganhar competitividade e escala” nestes territórios.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Benefícios fiscais concedidos pelo Estado custaram 13,1 mil milhões em 2018

  • Lusa e ECO
  • 17 Maio 2019

De acordo com um relatório publicado esta sexta-feira pelo Governo, os benefícios fiscais concedidos pelo Estado ascenderam 13,1 mil milhões de euros em 2018.

A despesa fiscal com o IRS ascendeu a 1.225 milhões de euros em 2018, um aumento de 72,1% face a 2015, sendo parte desta subida devida ao aumento de beneficiário do regime do Residente Não Habitual. O valor global de benefícios fiscais concedidos pelo Estado em 2018 totalizou 13.117 milhões de euros o que equivale a 6,6% do PIB e representa uma subida de 2.393 milhões de euros face a 2015, segundo o Relatório da Despesa Fiscal de 2018, divulgado esta sexta-feira no Portal do Governo.

O documento mostra também que o IVA é o imposto em que valor dos benefícios fiscais concedidos aos contribuintes é mais elevado, mas também mostra que foi no IRS que se observou o maior crescimento relativamente aos anos anteriores.

No caso do IVA, a despesa fiscal – entre taxas preferências e isenções tributárias – ascendeu a 7.925,2 milhões de euros, valor inferior em 0,7% face aos 7.984,2 milhões de euros contabilizados em 2017, mas que supera em mais de 1,7 mil milhões de euros o valor de 2015.

No IRS, o conjunto das deduções, taxas preferenciais e isenções existentes resultaram numa despesa fiscal que em 2018 ascendeu a 1.225 mil milhões de euros, mais 13,4% do que no ano anterior e de mais 72,1% (513 milhões de euros) do que em 2015.

Este acréscimo, de cerca de 513 milhões de euros no período considerado [2015-2018] deve-se fundamentalmente à despesa fiscal resultante de aplicação de taxas preferenciais, que se estima em aproximadamente 703 milhões de euros [em 2018], bem como do aumento significativo do número de contribuintes abrangidos pelo regime de tributação dos residentes não habituais”, refere o documento.

O regime do Residente Não Habitual (RNH) em vigor prevê a aplicação de uma taxa de IRS de 20% aos rendimentos de trabalho contemplados numa lista de profissões de elevado valor acrescentado e a isenção de IRS aos reformados com pensões pagas por um país estrangeiro.

Este regime foi criado em 2009, sendo a sua filosofia idêntica à de outros regimes similares existentes noutros países da União Europeia.

Ainda no âmbito do IRS, a despesa fiscal por via das deduções à coleta subiu de 332 milhões de euros em 2015 para 407 milhões de euros no ano passado, referindo o relatório que o aumento “advém, essencialmente do crescimento do número de pessoas que detém um grau de deficiência igual ou superior a 60%” e do aumento do número de faturas com o NIF do consumidor final que são comunicadas à Autoridade Tributária e Aduaneira (AT).

No ranking dos impostos com despesa fiscal mais elevada seguem-se o IRC (1.117,7 milhões de euros em 2018), o Imposto do Selo (945,3 milhões de euros), o Imposto sobre os Produtos Petrolíferos (485,2 milhões de euros) e o IMI (482,1 milhões de euros).

No caso do Imposto Municipal sobre os Imóveis (IMI), o valor de despesa fiscal estimado para 2018 supera o de 2017 (442,9 milhões de euros), mas é inferior aos verificado em 2015, ano em que foi de 514,4 milhões de euros.

De acordo com o Relatório (que está datado de outubro de 2018) “o decréscimo de 32 milhões de euros no período em causa [2015-2018] deve-se fundamentalmente à redução das isenções tributárias resultantes da extinção de benefícios fiscais temporários relativos ao processo de avaliação geral de prédios urbanos conduzido entre 2012 e 2013, bem como das sucessivas alterações na estimativa normativa dos benefícios fiscais”.

Recorde-se que na sequência daquele processo de avaliação geral dos imóveis foi criada uma cláusula de salvaguarda que evitava que o valor do IMI a pagar pelos contribuintes fosse além de um determinado valor de um ano para outro.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Sondagem: PS na frente com 36%, PSD em segundo com 28% das intenções de voto

  • ECO
  • 17 Maio 2019

Sondagem para a SIC e para o Expresso dá vantagem de oito pontos sobre o PSD. Bloco de Esquerda consegue 9% das intenções voto. PCP e CDS-PP empatados com 8%.

O Partido Socialista continua a liderar as sondagens para as próximas eleições europeias, que se realizam no dia 26 de maio. De acordo com uma sondagem divulgada pela SIC e pelo Expresso, o PS recolhe 36% das intenções de voto, mais oito pontos que o PSD, o segundo partido que reúne mais intenções de voto dos portugueses.

A sondagem realizada pelo Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa (ICS) e pelo ISCTE para o Expresso e para a SIC, dá 28% das intenções de voto ao PSD.

O Bloco de Esquerda surge em terceiro lugar com 9% das intenções de voto, sensivelmente o dobro daquele que foi o resultado do partido liderado por Catarina Martins nas eleições europeias de 2014 e que lhe permitiu eleger apenas um deputado, a novamente cabeça de lista Marisa Matias.

O PCP surge empatado com o CDS-PP em quarto lugar, ambos com 8% das intenções de voto. Caso se concretizasse este resultado, o PCP veria o seu resultado cair em mais de 4 pontos face ao alcançado nas eleições de 2014.

O PSD e o CDS-PP concorreram em coligação nas europeias de 2014. Os dois partidos juntos conseguiram 27,71% dos votos. De acordo com esta sondagem, os dois partidos juntos recolhem agora 36% das intenções de voto.

  • PS: 36%
  • PSD: 28%
  • Bloco de Esquerda: 9%
  • PCP: 8%
  • CDS-PP: 8%
  • PAN: 2%
  • Outros partidos: 5%

De acordo com esta sondagem, 47% dos portugueses admite não votar no dia 26 de maio.

O inquérito foi realizado pelo Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa (ICS) e pelo ISCTE para o Expresso e para a SIC, com base em duas sondagens, a primeira realizada entre 22 de abril e 3 de maio e a segunda entre 7 e 12 de maio. Na primeira foram selecionados 80 pontos de amostragem, contactados 2619 lares elegíveis de onde resultaram 802 entrevistas válidas (uma taxa de resposta de 31%). Na segunda foram selecionados 80 pontos de amostragem, contactados 2597 lares elegíveis de onde resultaram 803 entrevistas válidas (uma taxa de resposta de 31%). A margem de erro máxima associada é de cerca de 3,5%, com um nível de confiança de 95%.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Receitas do passado para estimular a economia já não funcionam tão bem

Um estudo publicado pela Comissão Europeia conclui que a capacidade do Governo de estimular a economia aumentando os gastos públicos ficou significativamente mais limitada durante e após a crise.

A capacidade do Governo português para estimular a economia com um aumento da despesa pública — a forma mais eficiente — diminuiu significativamente durante e após a crise económica e financeira, conclui um estudo de duas economistas publicado esta sexta-feira pela Comissão Europeia. O estudo diz ainda que o aumento do investimento tem um impacto marginal no PIB no curto prazo, como estímulo à economia.

Um estudo sobre os impactos na economia portuguesa de choques orçamentais entre 1995 e 2017, elaborado pelas economistas Elva Bova e Violeta Klyviene e publicado pela Comissão Europeia — mas que não reflete necessariamente as posições oficiais de Bruxelas –, conclui que o aumento do consumo público é a variável orçamental que tem maior impacto positivo no crescimento como estímulo à economia em tempo de crise.

Nas contas destas economistas, entre 1995 e 2017, o PIB português aumentou 1,52 euros por cada euro de aumento do consumo público ao fim de cada ano. Segundo o estudo, este aumento do consumo público tem um efeito tão positivo porque a despesa do Estado está muito concentrada nas despesas com pessoal. Logo, o aumento do consumo público tem como consequência um aumento do rendimento disponível das famílias.

“O rendimento disponível é um canal de transmissão importante através do qual a política orçamental se reflete no crescimento [económico], principalmente através do consumo público”, diz o estudo.

No entanto, este efeito já foi significativamente maior. Até 2008, período em que se iniciou a fase mais crítica da crise, o PIB crescia 15,82 euros por cada euro de aumento do consumo público. A resposta era também ela mais forte no imediato, já que logo no primeiro trimestre se produzia um aumento de 2,42 euros no PIB por cada euro de aumento do consumo público. Incluindo os anos entre 2008 e 2017 nesta análise, a resposta do PIB no primeiro trimestre de aumento dos gastos baixa de 2,42 euros para 0,84 euros por cada euro gasto.

“O consumo público provoca efeitos positivos relativamente grandes e persistentes no crescimento em Portugal. (…) Também concluímos que o multiplicador do consumo público era maior antes da crise financeira, o que evidencia alguma ineficácia nos canais de transmissão da política orçamental durante e após a crise”, dizem as autoras.

O mesmo estudo diz que o investimento público é uma forma relativamente ineficaz de tentar estimular a economia, pelo menos no curto prazo (as economistas só analisam o impacto no PIB de estímulos em seis trimestres consecutivos), já que cada euro gasto a mais em investimento público só levou a um crescimento do PIB, no máximo, de 0,14 euros.

No entanto, a resposta observada neste período temporal pode não refletir totalmente o impacto do aumento do investimento na economia, que tipicamente é de mais longo prazo, e pode estar influenciado pelo elevado investimento público feito através de Parcerias Público-Privadas (PPP) que não são registadas como investimento público, alertam as autoras, que sublinham ainda que o investimento através de PPP tem tipicamente efeitos multiplicadores elevados.

Esta análise aos canais de transmissão da política orçamental para o PIB deixa de fora o efeito imediato do aumento dos gastos que resulta do funcionamento dos estabilizadores automáticos. Ou seja, o aumento automático dos gastos do Estado com subsídios de desemprego e outros apoios sociais, e a perda de receita fiscal que ocorre quando a economia entra em recessão, e que acontecem mesmo que o Governo não tome qualquer medida.

A capacidade de reação destes estabilizadores — cujo funcionamento impede uma queda mais abrupta da economia — também ficou mais limitada após a crise, devido às medidas tomadas antes e durante o resgate que colocaram mais restrições e alteraram os valores de prestações sociais como o subsídio de desemprego, e ainda as mudanças nos impostos.

As duas economistas dizem ainda que, de acordo com a análise que fizeram deste período de 22 anos, o aumento do défice não resultou num aumento das taxas de juro, antes pelo contrário.

“Concluímos que, globalmente, um aumento do défice orçamental é seguido de uma diminuição das taxas de juro, o que invalida o argumento dos chamados bond vigilantes’, que defendem que os investidores compram ou vendem obrigações [de dívida pública] em reação a mudanças na política orçamental”, diz o estudo.

Segundo as autoras, as taxas de juro caem ligeiramente quando o Governo aumenta a despesa, especialmente em investimento público mas também o consumo público. Já quando os impostos diretos, como o IRS, são aumentados, as taxas de juro tendem a aumentar.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Eles criaram o TEM-PLATE da loja do futuro em Marvila

Entre uma Concept Store e uma Galeria, no novo bairro criativo de Lisboa há uma nova experiência de luxo. Veja a entrevista com os fundadores Robby Vekemans e Rune Park.

A entrada remete-nos para o universo da Fundação Prada, em Milão. O Interior para um conceito que nos lembra o Dover Street Market, mas na realidade, a TEM-PLATE surge como uma experiência de retalho de luxo diferenciadora e com uma identidade muito própria.

Depois de percorrerem o mundo, os dois fundadores — o belga Robby Antoine Vekemans e o coreano Rune Park —, escolheram Portugal, mais precisamente Lisboa e o bairro de Marvila, para aquela que é a primeira loja física da marca e com a qual querem explorar territórios fora dos tradicionais caminhos do luxo. A começar na própria localização.

Com um percurso com mais de duas décadas na área do retalho e da moda, Roby e Rune apostam na curadoria de marcas, de moda e acessórios, com foco em edições limitadas e colaborações exclusivas. A curadoria estende-se também a peças de mobiliário e a alguns objetos, criando um conceito que mistura o de concept store e de galeria de arte, e abrindo espaço a uma nova experiência de consumo alinhado com uma nova geração de consumidores de luxo.

Em plena Marvila, um dos novos bairros criativos de Lisboa, o espaço de 800 metros quadrados é minimalista mas, ao mesmo tempo, futurista, projetado pelo gabinete de arquitetura de Berlim Gonzalez Haase, onde até um bar foi desenhado a pensar na experiência dos clientes.

TEM-PLATE, a meio caminho entre uma galeria e uma concept storeFrancisco Nogueira

A estratégia passa por ter na loja física apenas uma parte das coleções que a TEM-PLATE tem presente no seu canal online, acima de tudo peças que despertem a curiosidade e que façam sentido serem vividas enquanto experiência. “Em Lisboa criámos o modelo para o futuro. É um laboratório que abre o caminho para mais exploração. Queremos ver este nosso modelo a espalhar-se para outros destinos inesperados em breve. Alargando o nosso canal de e-commerce com as melhores partes da experiência na loja: informações, contacto com os nossos colaboradores e criando eventos emocionais que apoiem a criatividade local. Queremos estar ao lado de designers e artistas internacionais” explicam os fundadores sobre a inspiração para o projeto.

É por isso que todos os meses haverá espaço para a criatividade de designers, que serão convidados a “reimaginar” o espaço e a experiência da loja. A própria curadoria de marcas reflete essa missão com uma geração de designers emergentes como Marine Serre e Doublet, já vencedores do prémio LVMH, e marcas de luxo com foco na sustentabilidade e com impacto social, na lista estão nomes como Comme des Garçons, Burberry, Loewe, Simons Raf, Thom Browne, Jil Sander, Moncler, Maison Margiela, Yohji Yamamoto, Valextra, Off-White, Jacquemus, Richard Quinn, J.W. Anderson, entre muitas outras.

Os fundadores da TEM-PLATEFrancisco Nogueira

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Conselho das Ordens abre processo contra Berardo. Empresário pode perder a comenda

O Conselho das Ordens Nacionais abriu um processo para avaliar se devem, ou não, ser retiradas as comendas ao empresário Joe Berardo. Em causa as declarações proferidas na comissão de inquérito à CGD.

O Conselho das Ordens Nacionais decidiu esta sexta-feira abrir um processo para avaliar se Joe Berardo continua a ser merecedor dos títulos honoríficos atribuídos por António Ramalho Eanes, em 1985, e Jorge Sampaio, em 2004. A decisão surge após a audição do empresário na comissão de inquérito à recapitalização do banco público e responde ao pedido dos deputados da comissão, que tornaram oficial o coro de críticas contra a postura do empresário perante os deputados.

No comunicado divulgado no site da Presidência, os membros do Conselho explicam que a decisão teve em conta a posição “daquele Órgão de Soberania”, tendo por isso emitido “parecer favorável à instauração de processo disciplinar (…) a José Manuel Rodrigues Berardo, Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique.”

O conselho, que tem Manuela Ferreira Leite como chanceler, decide assim acionar o artigo 55.º da Lei das Ordens Honoríficas Portuguesas, que estipula que deve ser aberto processo disciplinar quando houver conhecimento da violação dos deveres de “defender e prestigiar Portugal em todas as circunstâncias” e “de não prejudicar, de modo algum, os interesses de Portugal”.

Formalmente, a decisão acontece depois do Presidente da Assembleia da República ter remetido ao órgão presidido por Ferreira Leite o parecer da comissão de inquérito à CGD, “que constitui a posição final da AR”, sobre a retirada das comendas a Joe Berardo. Mas a decisão do Parlamento é de quinta-feira, e a reunião extraordinária do Conselho das Ordens fora decidida na véspera, precisamente no dia em que o Presidente da República, por inerência Grão-Mestre de todas as Ordens Honoríficas Portuguesas, fez saber que não via com maus olhos que as comendas atribuídas ao empresário madeirense fossem revistas. Já antes Marcelo Rebelo e Sousa tinha pedido “decoro” e “respeito às instituições”, juntando-se ao coro de críticas ao empresário.

Os passos que se seguem

Ao contrário do que aconteceu com Armando Vara, a quem foi automaticamente retirada a Ordem o Infante por ter sido condenado a cinco anos de prisão efetiva no caso Face Oculta, o processo relativo a Berardo será mais longo.

Manuela Ferreira Leite terá agora que nomear um instrutor do processo, que não pode pertencer ao Conselho das Ordens, mas tem que ser “de grau superior ao do arguido, ou do mesmo grau, se for Grã-Cruz”, como é o caso de Joe Berardo. Ao instrutor cabe redigir a nota de culpa, o que não é sinónimo de condenação, que será entregue empresário para que este possa defender-se das acusações de violação dos deveres dos membros das Ordens, conforme é determinado pela lei.

No caso da nota de culpa ser “julgada procedente, é imposta ao arguido, conforme a gravidade da falta e do desprestígio causado à Ordem, a sua admoestação ou irradiação”. No primeiro caso, caberá a Manuela Ferreira Leite, enquanto chanceler, repreender Berardo “pessoalmente ou por escrito”, já no caso da retirada dos dois graus de comendador, o processo é mais distanciado, havendo lugar à publicação de um alvará em Diário da República.

Joe Berardo é Comendador da Ordem do Infante D. Henrique desde 1985, tendo recendido ainda a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique, em 2004, mas não é o único dos grandes devedores da CGD a ter sido agraciado pela Presidência da República.

(Notícia atualizada às 18H30 com mais informação)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Do modem à fibra, estes números mostram como os portugueses usam a internet

Neste Dia Mundial da Internet, o ECO mostra-lhe alguns números sobre a forma como os portugueses acedem à rede global. E também como a utilizam.

No computador ou no telemóvel, sem fios ou por fibra, a forma como os portugueses acedem à internet mudou muito desde que o acesso era feito com o modem ligado à tomada do telefone. Hoje, os acessos de alta velocidade à rede global são uma realidade para grande parte das famílias e as empresas já se renderam quase que por completo à utilização do ciberespaço.

Neste Dia Mundial da Internet, o ECO preparou uma infografia com alguns dados sobre a forma como esta tecnologia se enraizou na sociedade e está a transformar a economia e o mundo.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Novo Banco arranca ano com prejuízos de 93 milhões

Banco liderado por António Ramalho registou prejuízos de 93 milhões de euros no primeiro trimestre do ano, isto após as perdas volumosas de 1.400 milhões em 2018. Venda de malparado penalizou contas.

Depois de ter fechado 2018 com prejuízos de 1.412 milhões de euros, o Novo Banco voltou a apresentar perdas no arranque de 2019. O banco liderado por António Ramalho registou um resultado líquido negativo de 93,1 milhões de euros no primeiro trimestre. O ano deverá terminar no vermelho, tendo em conta que se antecipa nova injeção de capital do Fundo de Resolução na instituição ao abrigo do mecanismo de capital contingente.

As perdas estão “em linha com o plano estratégico e com os compromissos assumidos com as autoridades europeias”, refere o banco no comunicado de apresentação das contas enviado esta sexta-feira ao mercado.

Tal como fez em relação ao exercício do ano passado, Novo Banco volta a separar as águas entre aquilo que é o negócio bom (Novo Banco Recorrente) e o mau (Novo Banco Legado). Ou seja, apresenta novamente duas contas para permitir que clientes e outros stakeholders tenham uma melhor compreensão sobre o processo de reestruturação em curso.

No que diz respeito ao banco recorrente, foi apurado um lucro antes de imposto de 85,4 milhões de euros, “valor que evidencia uma recuperação face ao apresentado para todo o ano de 2018 (2,2 milhões de euros)”, diz a entidade.

Nesta parte boa, a instituição financeira detida pelo Lone Star (75%) e Fundo de Resolução (25%) destaca ainda o aumento do produto bancário comercial em 14% e que foi suportado pela evolução da margem financeira que cresceu 33,4%, “reflexo das medidas de otimização concretizadas durante o exercício de 2018, nomeadamente as relacionadas com a redução dos custos dos recursos”, leia-se, depósitos.

Já o banco legado (que inclui créditos problemáticos e outros ativos que não geram rendimento herdados do BES) observou um prejuízo antes de imposto de 142 milhões de euros, com o resultado a ser “condicionado pelas provisões para reestruturação e para o projeto de venda de ativos não produtivos em Espanha (projeto Albatroz)“. Adianta que só nos três primeiros meses do ano reduziu o crédito não produtivo em 308 milhões de euros.

Em curso está ainda a venda de duas outras carteiras de grande dimensão: o “Projeto Nata II”, no valor de 3,5 mil milhões de euros e que inclui grande créditos mediáticos em incumprimento como os de José Veiga, Nuno Vasconcellos (Ongoing) ou Joaquim Oliveira (Olivedesportos), tal como avançou o ECO em primeira mão; e o “Projeto Sertórius”, no valor de 500 milhões e que é composto por 200 ativos imobiliários.

Combinando o banco legado e o banco mau, o Novo Banco aumentou a margem financeira durante o primeiro trimestre para os 124 milhões de euros, mas o produto bancário (que inclui comissões e outros resultados financeiros) decresceu para 187 milhões.

No balanço, registou uma estabilização no stock de crédito a clientes, cuja carteira ascendia a 24,76 mil milhões de euros. Os recursos de clientes (depósitos) registaram uma quebra 2% para os 28,1 mil milhões de euros.

(Notícia atualizada às 17h53)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Estas são as cinco novas exposições que se podem ver no MAAT. Uma está no terraço

  • ECO
  • 17 Maio 2019

O Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia, em Lisboa, tem cinco novas propostas.

Um dinamarquês, um francês, dois portugueses em nome próprio e seis promessas abrem a temporada estival do MAAT, ao mesmo tempo que, do outro lado da ponte, na Cordoaria Nacional, decorre a ARCOlisboa.

O que se pode ver no MAAT?

Jesper Just: testando equilíbrios

O artista dinamarquês Jesper Just combina a arquitetura expositiva com as projeções de vídeo na galeria oval do MAAT, numa intervenção site-specific, que poderá ser vista até 2 de setembro.

O resultado obriga o visitante a ajustar-se a condições inesperadas, testando o seu próprio conhecimento do espaço e dos limites do corpo.

Pela primeira vez desde a inauguração do novo edifício, a galeria oval é trabalhada do ponto de vista arquitetónico. Jesper Just criou uma rampa, que pode servir para cadeiras de rodas, e tapou as escadas.

“O trabalho do Jesper é muito performativo. Convoca-nos para uma experiência”, diz a comissária Irene Campolmi. As suas palavras ganham sentido na quase-escuridão e na aparente precariedade do andaime que traça o caminho.

Colaboração com o Kunsthal Charlottenborg de Copenhaga, Servitudes – Circuits (Interpassivities) combina e reencena duas peças inter-relacionadas da produção recente do artista: Servitudes, um vídeo instalação de oito canais apresentado pela primeira vez em 2015 no Palais Tokyo, e Circuits (Interpassivities), uma peça multimédia aqui apresentada, pela primeira vez, num contexto de museu, depois da sua apresentação inicial na galeria do artista na Dinamarca.

Carla Filipe. Amanhã não há arte

Ainda no MAAT, e patente até 9 de setembro, a artista portuguesa Carla Filipe mostra as suas composições gráficas impressas em bandeiras de diferentes tamanhos, prosseguindo o seu trabalho em torno do arquivo e da memória.

Luís Silva, curador, explica que a artista tem colecionado memorabilia do pós-25 de abril de 1974 retirando deles mensagem. “Não há conteúdo político”, diz. O grafismo é usar para criar bandeiras e assim dizer que “todos podem levantar as suas bandeiras”, precisa. No caso dos artistas, refere, os direitos e condições de trabalho e licenças, por exemplo.

Amanhã não há arte título e (também) slogan. “Sugere que sem os artistas, se eles fizessem greve, estes objetos deixariam de existir”.

Prémio Novos Artistas Fundação EDP. Seis novos talentos

São seis os artistas candidatos ao prémio Novos Artistas Fundação EDP:

Isabel Madureira Andrade cria uma conversa com o visitante com o seu painel de 12 telas de cores e texturas distintas.
As fotografias de AnaMary Bilbao dialogam com a pintura de grandes dimensões de Dealmeida Esilva.
Mónica de Miranda usou a bolsa do prémio para investigar um mapa militar de Lisboa que deu origem a várias áreas suburbanas.
Diana Policarpo criou uma instalação de vídeo e som que resume a pesquisa em torno do trabalho de um grupo de mulheres do Nepal que apanham um valorizado fungo utilizado na base de um medicamento.
Henrique Pavão faz um triângulo de viagens — no espaço e no tempo. Atrás da pegada do artista Robert Smithson no México fotografou o hotel que o norte-americano viu degradado e em renovação contrapondo com a passagem do tempo na pirâmide de Yucatán.

As obras dos seis artistas foram escolhidas entre 500 candidaturas. Os projetos têm curadoria de Inês Grosso, Sara Antónia Matos e João Silvério. O vencedor será escolhido por um júri internacional, e anunciado no início de julho. A exposição pode ser vista até 9 de setembro.

O prémio mantém a sua intenção de apoiar e dar visibilidade a novos valores da arte contemporânea nacional, explicou Pedro Gadanho.

Instituído em 2000, distinguiu Joana Vasconcelos, Leonor Antunes, Vasco Araújo, Carlos Bunga, João Maria Gusmão e Pedro Paiva, João Leonardo, André Romão, Gabriel Abrantes, Priscila Fernandes, Ana Santos, Mariana Silva e Claire de Santa Coloma.

Pedro Tudela: Auditório sonoro

A partir de uma peça sonora acompanhada de uma escultura e duas instalações, Pedro Tudela (Viseu, 1962) criou para a sala das caldeiras da Central Tejo a exposição awdiˈtɔrju – transcrição fonética da palavra auditório — remetendo para uma estranheza que é o primeiro passo para entrar neste lugar. Uma coreografia desenhada a partir de um sino mudo pensado para este lugar e outras sete campânulas. Pode ser vista até 13 de outubro.

Xavier Veilhan no terraço

Na quinta fachada do edifício da arquiteta Amanda Levete — o terraço — estão agora Romy and the dogs, uma figura feminina e uma matilha de cães, cinco no total, uma instalação da autoria do artista francês Xavier Veilhan.

“Queríamos usar a perspetiva de quem vem do rio, sem pedestal nem barreiras”, disse junto da obra, enquanto atrás dele, os efeitos eram já visíveis: grupos de pessoas — miúdos e adultos — faziam fotografias sucessivas com estas personagens de gesso e alumínio brancas e lilases brilhantes.

Xavier Veilhan é o primeiro artista a intervir neste espaço do museu, embora fosse, para arquiteta que o pensou, uma possibilidade desde o início. “Sentimos que os turistas ainda não estavam suficientemente sensibilizados para a arte contemporânea e decidimos ir ter com eles”, disse Pedro Gadanho na apresentação. “Decidimos falar com eles frente a frente”. E podem vir a ficar permanentemente.

A inauguração das exposições coincide com a ARCOLisboa, assinalando a primeira vez em que o público deste evento acederá ao MAAT através da nova ponte pedonal que há um ano ainda não estava pronta. A feira de arte realiza-se até domingo na Cordoaria Nacional e ser membro do MAAT dá acesso gratuito ao espaço.

A antevisão, esta quarta-feira, juntou jornalistas portugueses e estrangeiros e também artistas, colecionadores e galeristas, que estão em Portugal para a feira de arte (filha da espanhola ARCO) e foi a última apresentação de Pedro Gadanho enquanto diretor do museu. “Como é a despedida quis que fosse em grande”.

Pedro Gadanho termina em junho o mandato, mas o MAAT ainda não anunciou o nome da pessoa que o substituirá. O arquiteto manter-se-á ligado ao museu como curador

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Polónia castiga Jerónimo Martins. EDP impede maior queda da bolsa

A bolsa nacional encerrou no vermelho pela segunda sessão consecutiva, penalizada pela Jerónimo Martins. A travar uma queda mais acentuada esteve a EDP que somou mais de 2%.

A bolsa nacional encerrou em queda, pressionada pelos títulos da Jerónimo Martins que continua a ser castigada pelo implementação de uma taxa sobre o retalho na Polónia. Lisboa caiu, ainda que menos que as restantes praças europeias, beneficiando do desempenho positivo da EDP.

O PSI-20 encerrou a última sessão da semana a perder 0,21% para 5.118,04 pontos, acompanhando a tendência vivida na Europa, embora com um desempenho menos negativo. O Stoxx 600 encerrou a perder mais de 1%.

A penalizar o desempenho do principal índice bolsista nacional estiveram as ações da empresa liderada por Pedro Soares do Santos que perderam 3,59% para 12,89 euros. Isto acontece depois de, esta quinta-feira, o Tribunal Europeu de Justiça ter decidido pôr fim à suspensão pedida pela Comissão Europeia, dando ao Governo polaco luz verde para aplicar um novo imposto sobre o retalho. Os títulos da cotada nacional chegaram a perder mais de 5%.

Polónia pesa na Jerónimo Martins. Dá novo trambolhão

Ainda no retalho, a Sonae que recuou 1,61% para 0,9155 euros. Nas perdas, destaque ainda para os títulos do BCP que desvalorizaram 0,86% para 0,2524 euros e para os CTT que perderam 1,36% para 2,18 euros.

A travar uma queda mais expressiva do índice estiveram as ações da EDP que somaram 2,07% para 3,256 euros, encerrando em alta pela terceira sessão consecutiva. Ainda no setor, a EDP Renováveis perdeu 0,12% para 8,6 euros, enquanto a a Galp Energia valorizou 0,53% para 14,205 euros.

(Notícia atualizada às 16h53 com mais informação)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Euforia na emissão de dívida do Benfica. Procura atingiu os 118 milhões, o triplo da oferta

A SAD encarnada atraiu quase 5.000 investidores para títulos de dívida que oferecem um juro de 3,75%. Acabou por emitir 40 milhões de euros.

O Benfica emitiu 40 milhões de euros em dívida, numa operação em que a procura atingiu quase 118,5 milhões. Foram quase 5.000 os investidores que subscreveram, atraídos por uma taxa de juro de 3,75%. Os resultados do empréstimo obrigacionista foram conhecidos esta sexta-feira, numa apresentação em que o Benfica tocou o closing bell e a águia Vitória foi à bolsa de Lisboa.

A forte procura, que acabou por superar a oferta em 2,96 vezes, por títulos emitidos já tinha levado a que o Benfica aumentasse o valor do empréstimo obrigacionista para 40 milhões de euros, face aos 25 milhões anunciados no início do período de oferta. “Logo no primeiro dia, a oferta já estava coberta”, explicou Filipa Franco, head of listing da Euronext Lisbon sobre o processo.

“Esta é emissão é um símbolo”, sublinhou o CFO do clube, Domingos Soares de Oliveira. “Fizemos a primeira emissão obrigacionista há 15 anos. Esta é a nona emissão, e quando vemos o entusiasmo dos investidores, é um marco. Nos últimos anos temos vindo a reduzir o custo do nosso financiamento e pela primeira vez baixamos da fasquia dos 4%”, referiu o responsável financeiro.

Este é o juro mais baixo numa emissão do Benfica e fica abaixo do que os investidores pedem por dívida dos clubes rivais. “Cada SAD tem realidades distintas. O que temos sentido é confiança dos investidores. Não sei o que será o futuro ou se haverá subidas, mas os resultados reconhecem a mais-valia da gestão e que esta é uma taxa atrativa considerando o risco da sociedade“, afirmou o CFO.

Benfica encaixa 28,5 milhões de euros

A operação conjuga uma parte (correspondente a 11,5 milhões de euros) em que a SAD do clube da Luz substituiu antigos títulos de dívida emitidos em 2017 e que vencem no próximo ano, por títulos desta nova emissão. Os 580 investidores que decidiram participar ficam a saber quantas obrigações lhes couberam esta sexta-feira.

A outra parte da operação, a que correspondente o montante remanescente, é a emissão de novas obrigações, sendo que este empréstimo gerou um encaixe financeiro bruto de 28,5 milhões de euros. Os novos títulos de dívida devem ser admitidos à negociação dois dias depois. Ou seja, a 21 de maio.

Dívida da SAD recua 21,5 milhões de euros

Soares de Oliveira explicou que o clube fez, antes desta emissão, um reembolso de um outro empréstimo emitido em 2016, no valor de 50 milhões de euros. Nesse reembolso, usou capitais próprios. Assim, com o encaixe financeiro da emissão, a dívida global do clube reduz-se em 21,5 milhões.

“A redução no nosso endividamento é muito relevante”, afirmou o CFO, apontando ainda para a quebra no custo médio da dívida e reforço do financiamento em mercado em detrimento da banca (tem apenas 13 milhões de euros em empréstimos bancários). Acrescentou que o esforço financeiro a que o Benfica será obrigado em 2020 cai assim para 48,5 milhões (contra os anteriores 60 milhões).

Esta operação financeira está a decorrer num momento de grande expectativa no seio do clube encarnado. A equipa principal poderá sagrar-se campeão nacional este fim de semana, bastando para isso pontuar no Estádio da Luz na derradeira partida deste campeonato diante do Santa Clara. “Gostaria de desejar que os resultados desportivos sejam tão positivos quanto os desta operação”, afirmou Isabel Ucha, presidente da bolsa de Lisboa.

(Notícia atualizada às 17h15)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.