Ex-advogado de Isabel dos Santos arguido no Luanda Leaks

  • ECO
  • 26 Junho 2020

Jorge Brito Pereira terá aberto, pelo menos, duas empresas à filha do ex-presidente de Angola.

Jorge Brito Pereira, que chegou a ser chairman da Nos, foi constituído arguido no âmbito das investigações do Luanda Leaks, depois das buscas da Polícia Judiciária realizadas na semana passada numa mega operação em várias localidades do país, revela o Jornal Económico (acesso pago).

Brito Pereira, antigo advogado de Isabel dos Santos foi referido no dossiê Luanda Leaks por ter aberto, pelo menos, duas empresas à filha do ex-presidente de Angola. Advogado tem afirmado que não fez qualquer ato de gestão.

De acordo com o JE, a justiça portuguesa estão suspeitas de branqueamento de capitais e de fraude fiscal relacionadas, entre outras operações, com transferências de mais de 100 milhões de euros da Sonangol para uma consultora no Dubai.

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Hoje é Dia da Libertação. Só a partir de agora deixamos de trabalhar para pagar impostos

  • ECO
  • 26 Junho 2020

Segundo os cálculos da Deloitte, esta sexta-feira é Dia da Libertação, isto é, a partir de hoje os contribuintes deixam de trabalhar para pagar os impostos.

Assinala-se esta sexta-feira o Dia da Libertação, isto é, a meta simbólica no calendário a partir da qual os contribuintes deixam de trabalhar para pagar impostos. Isto de acordo com os cálculos da Deloitte, citados pelo Diário de Notícias.

O conceito tem origem nos Estados Unidos, mas tem vindo a ser calculado internacionalmente. Para apurar em que data se assinala este Dia da Libertação, é preciso comparar o volume de impostos e contribuições pagas relativamente ao rendimento nacional líquido. Este rácio é, depois, traduzido para o conjunto de dias do ano.

De acordo com a Deloitte, face aos impostos e contribuições sociais atualmente exigidas aos contribuintes portugueses, em 2020 foram necessários 177 dias para que as famílias e as empresas liquidassem as suas contas com o Fisco e a Segurança Social, mais 11 do que em 2019. Na comparação europeia, Portugal ocupa o 17º lugar, surgindo a meio da tabela.

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Hoje nas notícias: Luanda Leaks, Prio e impostos

  • ECO
  • 26 Junho 2020

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

Esta sexta-feira é Dia de Libertação dos Impostos. O advogado de Isabel dos Santos foi constituído arguido no caso Luanda Leaks e arranca o processo de venda da Efacec. Champalimaud, Disa e DCC avançam para a compra da Prio, enquanto Bruxelas põe Portugal em tribunal por causa dos usados importados.

Só hoje deixamos de trabalhar para pagar impostos

De acordo com os cálculos da Deloitte, Portugal assinala, esta sexta-feira, o Dia da Libertação dos Impostos, meta simbólica no calendário que indica o dia em que os contribuintes deixam de trabalhar para pagar impostos. Em 2020, foram necessários 177 dias para que as famílias e empresas saldassem as suas contas com o Fisco e com a Segurança Social, mais 11 dias do que em 2019. Na comparação europeia, Portugal ocupa o 17º lugar, surgindo a meio da tabela. Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso livre).

Luanda Leaks. Advogado de Isabel dos Santos constituído arguido

Jorge Brito Pereira, antigo advogado de Isabel dos Santos, foi constituído arguido no âmbito do processo Luanda Leaks, que divulgou o alegado desvio de dinheiro da Sonangol. Na semana passada, a casa do antigo chairman da Nos foi alvo de buscas. Brito Pereira terá criado um offshore no Dubai para onde terão sido desviados mais de 100 milhões de euros em fundos públicos da petrolífera angolana. Leia a notícia completa no Jornal Económico (link indisponível).

Propostas não vinculativas para a Efacec podem ajudar acordo entre bancos

É lançado, esta sexta-feira, o processo de venda da Efacec, cumprindo-se uma das principais etapas: a entrega de propostas não vinculativas. O processo será conduzido pela sociedade financeira StormHarbour. Na semana passada, o CEO da empresa revelou que já tinha recebido cerca de 30 manifestações de interesse na compra da participação da empresária angolana Isabel dos Santos. Ângelo Ramalho adiantou ainda que o caso Luanda Leaks provocou um “bloqueio bancário” que está a paralisar a empresa. Leia a notícia completa no Jornal Económico (acesso pago).

Champalimaud, Disa e DCC avançam para a compra da Prio

Há cinco concorrentes à compra da rede de postos de combustíveis Prio. Para além do grupo Manuel Champalimaud, dos irlandeses da DCC e dos espanhóis da Disa também duas private equities (fundos de investimento) apresentaram propostas não vinculativas. Excluídas ficam os gigantes do setor em Portugal, como a BP e as empresas espanholas Repsol e Cepsa. Leia a notícia completa no Jornal Económico (link indisponível).

CE põe Portugal em tribunal por causa dos usados importados

A Comissão Europeia já tinha ameaçado, agora avançou mesmo com o processo em tribunal contra Portugal por causa dos automóveis usados que são importados para o país. Na base desta ação está a forma como o país tributa os usados importados de outros Estados-membros, estando a CE contra o tratamento desigual que é dado, o que viola os tratados europeus. Portugal recusa-se a alterar a fórmula de cálculo do ISV, invocando razões de natureza ambiental. Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

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UTAO acusa Governo de “intromissão” ao Parlamento com alteração à Lei de Enquadramento Orçamental

A UTAO acusa o Governo de se intrometer no processo legislativo do Parlamento com uma alteração à LEO. A Comissão Europeia diz que está a analisar se mudanças cumprem diretiva de 2011.

A proposta de lei do Governo que altera a Lei de Enquadramento Orçamental (LEO) prevê que a UTAO passe a realizar um estudo a todas as iniciativas legislativas dos deputados que tenham um impacto orçamental superior a 0,01% da despesa pública. Para a Unidade Técnica de Apoio Orçamental esta é uma “intromissão” do Executivo no processo legislativo parlamentar que constitui um “bloqueio” à atividade dos técnicos.

Em causa está a proposta entregue na semana passada, e noticiada pelo ECO, pelo Governo na Assembleia da República para adiar novamente a implementação da LEO de 2015, mas também para fazer mudanças estruturais à nova lei das finanças públicas que visa promover a transparência e a responsabilidade. Num relatório em que arrasa a proposta, apelidando-a de um “retrocesso”, a UTAO critica também uma alteração proposta pelo Executivo que afeta a sua atividade diretamente.

Trata-se da obrigação da UTAO fazer um “estudo de avaliação do impacto” de todas as propostas dos partidos com assento parlamentar, seja fora ou dentro da sede da discussão do Orçamento do Estado, que tenham um impacto orçamental acima de 0,01% da despesa pública, o que corresponde a cerca de 9 milhões de euros com base nos números de 2019. Para os técnicos do Parlamento especialistas em finanças públicas esta “é uma intromissão na organização interna da AR e no próprio processo legislativo parlamentar”.

Mais: “Do ponto de vista político, a UTAO não julga, mas constata alguma surpresa por ver o Governo sugerir uma alteração ao modo como outro órgão de soberania se organiza internamente para participar no processo legislativo”, lê-se no relatório entregue esta quinta-feira à comissão de Orçamento e Finanças. Se aprovado este artigo, a UTAO prevê que “ficará bloqueada e nada mais fará do que avaliação de impacto orçamental”.

“Percebe-se a intenção subjacente a esta proposta, mas o meio escolhido para reduzir substancialmente o número e a dimensão financeira das iniciativas legislativas da AR é completamente irrealista e inadequado“, argumenta a entidade liderada pelo economista Rui Nuno Baleira, argumentando que, desde logo, a UTAO não tem “condições nem vislumbra a possibilidade de as vir a ter a curto prazo” para efetuar esse trabalho. A Unidade tem apenas cinco analistas e “um programa intenso de atividades”, além de não ter acesso a vários dados da administração pública.

Os técnicos do Parlamento dão o exemplo do que aconteceu durante o OE 2020 em que mais de mil propostas foram entregues pelos partidos em poucos dias, além das outras milhares de propostas que surgem fora do âmbito do orçamento ao longo do ano. “Para dar cumprimento a este artigo, nem quiçá dez UTAOs com a escala da atual chegariam, devendo o legislador ter consciência que, em média, várias semanas seriam necessárias para avaliar com seriedade profissional cada proposta, já para não falar no tempo indispensável para os serviço das AP [administrações públicas] fornecerem à UTAO os dados necessários”, apontam.

Comissão Europeia está a analisar se alterações cumprem diretiva de 2011

Questionada pelo ECO sobre a proposta do Governo, porta-voz oficial da Comissão Europeia esclareceu que está a analisar a proposta do Governo à LEO de 2015 para apurar se estas não colocam em causa uma diretiva de 2011.

A Comissão está atualmente em diálogo com as autoridade nacionais portuguesas sobre este assunto como parte da sua análise sobre se a versão da Lei de Enquadramento Orçamental que está em vigor e a que está a ser adiada estão totalmente em linha com os requisitos da diretiva [europeia] sobre o enquadramento orçamental de 2011″, responde um porta-voz de Bruxelas.

Esta diretiva define os princípios básicos das características que as leis de enquadramento orçamental dos Estados-membros têm de ter. Estes requisitos estão desenhados para que os Estados-membros cumpram as obrigações que estão estabelecidas no Pacto de Estabilidade e Crescimento, tanto no défice como na dívida pública.

Isto tornou-se uma matéria de ainda maior importância dada a necessidade de se focar na despesa [pública] orientada para o crescimento que iria ajudar à recuperação económica“, concluiu o porta-voz da Comissão Europeia.

Finanças justificam adiamento da entrega do OE com a necessidade de maior informação

Questionado pelo ECO, o Ministério das Finanças justificou uma das alterações desta proposta de lei, o adiamento da entrega do Orçamento do Estado, com a necessidade de ter acesso a mais informação. “A data de entrega a 1 de outubro inviabiliza a incorporação de indicadores fundamentais para a preparação do OE, atendendo a que estes indicadores apenas estão disponíveis no final de setembro como por exemplo em contas nacionais os dados do primeiro semestre do ano e os dados finais do ano anterior”, responde. Esta é “informação crítica para a elaboração do OE”.

O gabinete de João Leão confirma também que o novo adiamento, tal como noticiado pelo ECO, faz com a implementação integral da Lei de Enquadramento Orçamental” ocorra apenas em 2023. “No entanto, refira-se que parte importante das suas alterações já se encontra em prática”, assinala o Ministério, dando o exemplo da “adoção da contabilidade financeira (inclusive para efeitos da prestação de contas de 2020) e preparação do Orçamento do Estado para 2021 já com as alterações previstas”.

E porquê o adiamento? O Governo volta a justificar, tal como quando adiou em 2018, com a complexidade do processo. “Em 2015, aquando da aprovação da LEO, já era amplamente reconhecido que o seu prazo de aplicação era extremamente ambicioso”, diz, referindo que “a experiência internacional é inequívoca quanto a horizontes de aplicação destas reformas incompatíveis com prazos de 3/5 anos”. “É importante salientar que estas reformas implicam alterações profundas em todos os sistemas de informação das administrações públicas, o que é um processo extremamente exigente”, conclui.

(Notícia atualizada às 11h45 com as respostas do Ministério das Finanças)

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Notícias nos jornais e recursos até prescrever. Os cinco casos de polícia na bolsa de Lisboa

Nos últimos dez anos, foram remetidas quase seis dezenas de comunicações ao Ministério Público pela CMVM. Oito foram arquivadas na fase de inquérito, mas muitas outras foram absolvidas.

Manipulação de mercado e abuso de informação foram os dois crimes da bolsa julgados em Portugal, no ano passado. Na última década, chegaram ao Ministério Público (MP) quase seis dezenas de casos de polícia que envolvem o mercado de capitais, segundo os dados do relatório anual da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

“Em 2019, o Tribunal da Relação de Lisboa proferiu dois acórdãos, em dois processos, um deles em que Tribunal Criminal de Lisboa havia proferido uma decisão condenatória pela prática de crime de manipulação de mercado e um outro em que havia proferido decisão absolutória pela prática de um crime de abuso de informação. Nos dois casos, o Tribunal da Relação de Lisboa confirmou as decisões de 1.ª instância. Na fase de inquérito foi ainda proferida, durante 2019, uma decisão de arquivamento num processo de abuso de informação”, anunciou o supervisor.

As suspeitas encontradas levaram a CMVM a decidir 76 processos de contraordenação, dos quais foram aplicadas 26 coimas no valor de 1,9 milhões de euros. Foram ainda feitas três comunicações ao Ministério Público. Assim, entre 2009 e 2019, foram remetidas 57 comunicações ao MP, com apenas oito a serem arquivadas na fase de inquérito (14%).

“Foi deduzida acusação pelo MP em 24 processos, sendo que em oito desses processos houve acordo de suspensão provisória na fase de instrução. Outros 12 processos terminaram também com acordo de suspensão provisória, implicando a integral devolução das mais-valias obtidas e o pagamento de injunções a favor de instituições de solidariedade social e do próprio Sistema de Indemnização de Investidores (SII), por parte dos arguidos, em número superior ao dos processos”, explica o supervisor.

"Em 2019, o Tribunal da Relação de Lisboa proferiu dois acórdãos, em dois processos, um deles em que Tribunal Criminal de Lisboa havia proferido uma decisão condenatória pela prática de crime de manipulação de mercado e um outro em que havia proferido decisão absolutória pela prática de um crime de abuso de informação. Nos dois casos, o Tribunal da Relação de Lisboa confirmou as decisões de 1.ª instância. Na fase de inquérito foi ainda proferida, durante 2019, uma decisão de arquivamento num processo de abuso de informação.”

Relatório Anual 2019

Comissão do Mercado de Valores Mobiliários

Em 2019, estes foram os casos de polícia em Portugal:

Algo aconteceu, apenas não se sabia o quê

O caso começou, em 2016, quando a CMVM considerou suspeita que nas vésperas de divulgação de informação privilegiada de caráter muito negativo, um investidor tenha vendido toda a participação que tinha. O arguido, especialmente habilitado pelo percurso profissional e pela formação académica especializada, detinha informação privilegiada relacionada com a preparação de um evento que originaria a perda total do valor das ações de uma sociedade emitente. O MP considerou que houve abuso de informação, mas não encontrou provas para o condenar.

“Em finais de dezembro de 2019, o MP proferiu despacho de arquivamento, fundamentando a decisão no facto de que não dispunha de «qualquer elemento adicional que permita, com segurança acrescida, afirmar que o arguido tinha informação privilegiada e que a passou nesta mensagem», apesar de ter considerado que «todos os depoimentos recolhidos nos autos» foram «unânimes a transmitir a ideia de que algo estava para acontecer, apenas não se sabia o qu껓, explica a CMVM.

Trocar de banco para cruzar ordens

Também em 2016, houve novo caso de um investidor — com formação académica na área económica e que tinha até sido administrador de uma entidade supervisionada pela CMVM — acusado de manipulação de mercado. Apesar de o investidor até trocar de intermediário financeiro nalgumas ocasiões para lançar as ordens de compra e venda, o padrão de negociação atípico foi identificado pelo supervisor.

Em 2018, o Tribunal concluiu que o arguido atuou “ciente da ilicitude da sua conduta, e das consequências da sua atuação”, que existiu uma “formação artificial de preços” e que as operações “foram realizadas sem alteração do seu beneficiário económico”. O arguido foi condenado pelo crime de manipulação de mercado, com pena de multa, tendo sido declarada perdida a favor do Estado, a mais-valia auferida. No ano passado, o Tribunal da Relação de Lisboa negou provimento ao recurso interposto pelo arguido, confirmando na totalidade a decisão condenatória.

Colaborador absolvido porque informação vinha nos jornais

A acusação de abuso de informação contra um investidor, especialmente habilitado, designadamente pelo cargo que exercia à data dos factos numa entidade pública e pela formação académica especializada de que dispunha remete a 2017. Também neste caso, o trigger foi a venda de todas ações de uma sociedade no último dia de negociação antes de divulgação de informação privilegiada de caráter muito negativo, permitindo ao investidor evitar a perda total do respetivo investimento. O problema é que o investidor integrava o conjunto de colaboradores encarregue da preparação do evento que originou a perda total do valor das ações da sociedade emitente e a consequente suspensão da negociação.

O MP considerou que o arguido “(…) bem sabia que, enquanto trabalhador do […] se encontrava sujeito a segredo quanto aos factos cujo conhecimento lhe adviesse exclusivamente do exercício dessas funções, estando-lhe vedada a divulgação ou utilização dessas informações”. No entanto, em 2018, o Tribunal Criminal de Lisboa proferiu sentença que absolveu o arguido, entendendo que a “informação (por mais que (…) a mantivesse classificada como sigilosa) era notícia nos jornais… era pública”. Em 2019, o Tribunal da Relação de Lisboa proferiu acórdão, negando provimento ao recurso e confirmando a sentença absolutória.

Assessor vendia… antes de informação ser conhecida

Durante dois anos, um investidor particular comprava ações de uma sociedade e, antes da divulgação de informação privilegiada, vendia, o que permitiu a realização de mais-valias com a subida de cotação provocada pela divulgação da informação. “A análise da CMVM permitiu concluir que o investidor apenas começou a transacionar as referidas ações, após assumir funções de membro do conselho de administração de uma sociedade integralmente dominada pela sociedade”. À data dos factos, exercia, ainda, funções de assessoria da administração da mesma empresa.

Em 2017, o Tribunal Criminal de Lisboa proferiu sentença que condenou o arguido pela prática de quatro crimes de abuso de informação. Em 2018, o Tribunal da Relação de Lisboa considerou que “(…) a sentença efetua uma correta subsunção jurídico-penal dos factos, não existindo razões para considerar não verificados algum dos seus elementos”, confirmando a decisão condenatória proferida em 1.ª instância, apenas revogando a pena acessória de publicação da sentença condenatória. A decisão transitou em julgado no início do ano de 2019.

Banca ganha dez milhões em três dias. Caso prescreveu

Ainda antes, em 2012, a CMVM comunicou ao Ministério Público um caso de indícios de abuso de informação. Um banco comprou ações de uma das cotadas com maior peso no PSI-20, três dias antes da divulgação de informação privilegiada, que provocou uma significativa subida de cotação, gerando uma mais-valia de dez milhões de euros. “À data dos factos, o grupo financeiro a que o banco pertencia detinha informação privilegiada sobre o facto que foi divulgado. As transações tiveram ainda a particularidade de as compras terem sido realizadas em dois negócios bilaterais, tendo sido o banco, enquanto gestor de carteiras de uma empresa de seguros (na qual detinha participação qualificada), a tomar também as correspondentes decisões de venda (decidiu comprar para a sua carteira própria enquanto decidia a venda para a carteira que se encontrava sob sua gestão)”.

Alguns dias depois da divulgação da informação privilegiada, o banco vendeu a quase totalidade das ações que havia comprado, na sua maioria à referida carteira sob gestão (que as recomprou a preço mais alto). Em 2014, o Ministério Público acusou três colaboradores do banco pela prática em coautoria de um crime de abuso de informação. Entre absolvição, recurso, condenação e novo recurso, “foi declarada pelo Tribunal da Relação de Lisboa a prescrição do procedimento criminal, uma vez que haviam já decorrido mais de dez anos e seis meses sobre os factos puníveis“, diz a CMVM. “A decisão condenatória proferida nos autos não produziu, assim, efeitos jurídicos”.

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5 coisas que vão marcar o dia

A ida de Mário Centeno para o Banco de Portugal (BdP) deverá continuar a marcar a atualidade. É também o dia em que se ficará a saber o valor do défice até maio.

É oficial: Mário Centeno, ex-ministro das Finanças e (ainda) presidente do Eurogrupo, está a caminho do cargo de governador do Banco de Portugal (BdP). A confirmação pelo Governo, que já era esperada, surgiu ao final da tarde de quinta-feira. É também o dia em que a Direção-Geral do Orçamento revela o valor do défice das Administrações Públicas até maio.

Reações à ida de Centeno para o BdP

O primeiro-ministro formalizou esta quinta-feira, ao final da tarde, a designação do antigo ministro das Finanças, Mário Centeno, para ocupar o cargo de governador do Banco de Portugal (BdP). Era algo já esperado e que surge num enquadramento em que está em discussão no Parlamento uma lei que pode alterar a forma de nomeação. Ainda antes da formalização, o PSD já tinha sinalizado que, apesar de não concordar com o nome de Centeno no banco central, não irá aprovar uma lei focada numa única pessoa. O tema continuará, seguramente, na ordem do dia, esperando-se reações dos partidos e outros agentes políticos.

DGO revela como vai o défice

A Direção-Geral do Orçamento publica hoje a síntese de execução orçamental referente a maio, o mês do desconfinamento. Até abril, o Estado registou um défice de 1.651 milhões de euros em contabilidade pública. Tratou-se de um agravamento de 341 milhões de euros comparativamente com o mesmo mês de 2019, uma evolução que foi justificada com a queda de 5% nas receitas e aumento das despesas para fazer frente à pandemia.

Estratégia para hidrogénio discutida no Porto

Depois de Lisboa, o Porto. Diversos membros do Governo, entre os quais o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, o ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, e o secretário de Estado da Energia, João Galamba, vão estar no Instituto Superior de Engenharia do Porto, a partir das 10h30, para mais uma discussão em torno da Estratégia Nacional para o Hidrogénio. A sessão “permitirá explorar os desafios e as oportunidades criadas” pela referida estratégia com membros da comunidade cientifica e tecnológica.

Plenário reúne com LEO, IRS e TAP na mesa

Arranca às 9h00 mais uma sessão plenária na Assembleia da República. Os temas são vários e vão da cultura às “injustiças fiscais contra os pensionistas”, passando pelo “reforço da capacidade de resposta da Segurança Social” e até uma alteração ao código do IRS. Em debate vai estar também o dossiê da TAP, entre tentativas de recuperação do controlo da companhia aérea pelo Estado e uma proposta para que o Governo tenha de levar ao Parlamento qualquer injeção de dinheiro na empresa. Outro assunto em discussão é uma alteração à Lei do Enquadramento Orçamental proposta pelo Governo.

Termina prazo para envio de propostas à Efacec

Termina hoje o prazo para a entrega de propostas para a aquisição da participação de 67,2% de Isabel dos Santos na Efacec. Na semana passada, numa entrevista, o presidente executivo da empresa de produtos de energia, sistemas e mobilidade, Ângelo Ramalho, revelou que a administração já terá recebido “cerca de 30 manifestações de interesse”. O grupo está em dificuldades no acesso a financiamento desde que a empresária angolana foi implicada no caso Luanda Leaks, que denunciou alegados esquemas perpetrados por Isabel dos Santos e pela família. A gestora nega todas as acusações.

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PSD quer isenção de mais-valias para alojamentos locais que fiquem dois anos no arrendamento tradicional

Partido propõe que os imóveis de alojamento local que sejam colocados no arrendamento tradicional ou destinados a habitação própria por dois anos fiquem isentos de mais-valias.

O PSD quer trazer alterações ao alojamento local, dando mais benefícios aos proprietários. Numa das propostas de alteração ao Orçamento Suplementar que apresentou, o partido quer que os imóveis de alojamento local fiquem isentos de mais-valias se transitarem para o arrendamento tradicional ou para habitação própria durante, pelo menos, dois anos. A lei atual, proposta pelo Governo, prevê que haja isenção das mais-valias apenas ao fim de cinco anos consecutivos no arrendamento tradicional.

A proposta dos social-democratas, assinada pelos deputados Afonso Oliveira, Duarte Pacheco e Cristóvão Norte, prevê a “possibilidade dos titulares de estabelecimento local poderem colocar os imóveis no mercado de arrendamento, desafetando-os da presente função, sem que se constituam na obrigação de devedores de mais-valias”, desde que o façam por um período mínimo de dois anos.

No Orçamento do Estado para 2020 (OE2020), o Governo decidiu acabar com as mais-valias quando um imóvel deixa de estar afeto ao alojamento local, desde que este se mantenha no arrendamento “tradicional” durante cinco anos consecutivos. Agora, o PSD vem propor uma alteração, reduzindo esse prazo para apenas dois anos, beneficiando os proprietários.

Do lado do PSD, Márcia Passos nota que o partido “já entendia que esta proposta do Governo não fazia sentido antes, mas agora ainda faz menos, numa altura em que o alojamento local está em queda abrupta face à pandemia”. “Não possibilitar ao proprietário a transferência do seu património para outro fim sem o onerar com isso parece demasiado violento”, diz a deputada, ao ECO.

Além disso, o PSD propõe que, durante estes dois anos em que o imóvel deixe de estar afeto a este regime, o registo de alojamento local não caduque, mas apenas fique suspenso, dando ao proprietário a possibilidade de, passado este período, reatar a atividade. O objetivo é dar “maior flexibilidade e autonomia aos titulares, contribuindo para a dinamização do mercado de arrendamento”.

Sobre este ponto, Márcia Passos explica que “esta transferência [do alojamento local] não deve significar a caducidade do registo do alojamento local, mas sim a suspensão do mesmo”. Atualmente, sair do alojamento local implica a perda de registo, sendo necessário pedir um novo caso haja um desejo de voltar. A deputada nota ainda que “nas zonas de contenção o prejuízo é enorme porque as quotas podem estar preenchidas” quando o titular decide regressar ao alojamento local.

Márcia Passos diz que as “expectativas são de que a proposta seja aprovada” e que o PSD entende “que o fim que ela visa é muito equilibrado, incrementando o arrendamento para a habitação que está a precisar de uma ajuda”.

Atualmente, quem tem um imóvel registado como alojamento local e desista dessa modalidade, tem de pagar mais-valias no momento da conversão, ou seja, pagar imposto como se tivesse havido uma venda (a não ser que o imóvel seja afeto ao arrendamento tradicional por cinco anos consecutivos). No momento desta desistência, as Finanças calculam a diferença entre o valor de mercado do imóvel no momento em que este foi registado como alojamento local e o valor no momento da alteração.

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Está a gastar mais dinheiro no supermercado? Não é impressão sua

Sem prejuízo de comerem mais em casa, alguns portugueses sentiram que os preços dos alimentos terão aumentado durante a pandemia. Uma análise do ECO mostra que é mais do que simples perceção.

Alguns portugueses têm a perceção de que os alimentos encareceram durante a pandemia. Será mesmo assim?Pixabay

Todos os dias, milhões de portugueses vão aos hipermercados para abastecer a despensa lá de casa. Ninguém vive sem comer e a pandemia não extinguiu esta espécie de “ritual”. Porém, nem tudo está igual. É preciso usar máscara para prevenir a Covid-19 e as entradas são constantemente controladas por seguranças.

Mas olhando para o talão das compras, muitos consumidores também se aperceberam de que outra coisa terá mudado. Sem prejuízo de estarem a adquirir mais coisas, uma vez que também passaram a consumir mais refeições em casa devido ao confinamento, os preços de alguns produtos aparentam estar mais caros.

Quem acredita ter visto a “fatura” da mercearia a aumentar terá sido surpreendido pela última atualização da inflação pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Segundo o organismo oficial de estatística, os preços em Portugal terão caído no mês do desconfinamento, com o índice de preços no consumidor (IPC) a apresentar o valor de -0,7% em maio. Ou seja, terá havido deflação, isto é, uma redução generalizada dos preços.

Numa primeira análise, os dados parecem desmentir a perceção que muitas famílias tiveram de que as coisas ficaram mais caras nos meses da pandemia. Mas será mesmo assim? O ECO foi procurar saber, afinal, o que se passou para esta perceção se ter instalado entre muitos portugueses.

Um “mergulho” nos dados do INE coloca a descoberto uma realidade de subida generalizada dos preços dos bens alimentares em abril, seguido de recuos em cadeia, ou seja, entre abril e maio. Foi o efeito dos combustíveis que levou o IPC para terreno negativo no mês passado, porque, no que toca aos alimentos, a tendência é mesmo de subida.

É o próprio INE que, em resposta ao ECO, confirma essa subida: “Efetivamente, o IPC apurou em abril um aumento generalizado de preços na maioria das subcategorias da classe dos produtos alimentares e bebidas não alcoólicas, dos quais se destacam os produtos hortícolas e o peixe, crustáceos e moluscos”, afirma fonte oficial do instituto.

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Dados adicionais cedidos ao ECO mostram que, em abril, os preços dos produtos hortícolas subiram 7,72% face a março, enquanto a subcategoria do peixe, crustáceos e moluscos registou um aumento de 3,61%. Em termos homólogos, as subidas foram de 6,48% e de 5,69%, respetivamente.

Não foram, porém, as únicas subcategorias a registarem aumentos no mês em que Portugal registou o pico da pandemia, embora a volatilidade histórica destas componentes da inflação seja um fator a ter em conta. No caso das frutas, os preços subiram 1,56% em abril face a março, e registaram nova subida em maio face a abril, de 6,7%.

Aumento de custos ajuda a explicar

Não é claro o motivo exato por detrás destes aumentos, mas os constrangimentos provocados pelo novo coronavírus na economia ajudam na explicação.

Veja-se o caso dos produtos hortícolas, uma subcategoria que abrange dezenas ou mesmo centenas de diferentes produtos, tais como batata, beringela ou alface. Em declarações ao ECO, Domingos dos Santos, presidente da Federação Nacional das Organizações de Produtores de Frutas e Hortícolas (FNOP), que representa fornecedores de todas as marcas de retalho nacionais, confirma que houve “um aumento dos custos em todos os processos”.

Admite, por isso, que as distribuidoras possam ter puxado pelos preços de alguns produtos de forma a mitigar o impacto nas margens de lucro. Mas nega que esses aumentos se verifiquem do lado do produtor. “Confirmo o aumento de custos na produção. Não há aumento de preço de venda pelo produtor, mas é possível que haja um aumento de preços ao consumidor”, indica, reiterando, ainda assim, não serem aumentos “generalizados”.

Dá como exemplo todo o processo desde a encomenda dos produtos pelas grandes superfícies ao transporte até às prateleiras dos hipermercados. Desde logo, um camionista, no passado, “chegava a central e ele próprio carregava as paletes. Agora, é preciso fazer procedimentos, desinfeção, monitorizar a temperatura corporal. Na própria central, as pessoas estão mais afastadas, algumas têm de fazer turnos”, explica.

Confirmo o aumento de custos na produção. Não há aumento de preço de venda pelo produtor, mas é possível que haja um aumento de preços ao consumidor.

Domingos dos Santos

Presidente da FNOP

No caso das carnes, o cenário é diferente. João Bastos, secretário-geral da Federação Portuguesa de Associações de Suinicultores, garante que o preço no produtor até baixou no período da pandemia.

“Se a carne de porco está mais cara no retalho, não conseguimos encontrar justificações, uma vez que ao produtor o preço baixou (em termos médios) 30% no período compreendido entre a semana 11 e a semana 22 [9 de março a 31 de maio]. Nas semanas 23 e 24 [1 de junho a 14 de junho] já se assistiu à estabilização dos preços, prevendo-se que nas próximas semanas o preço pago ao produtor possa vir a subir mas nunca para níveis sequer próximos dos verificados no primeiro trimestre deste ano”, diz o responsável.

Contas feitas, havendo, o aumento será também no lado da distribuição, acredita: “Se efetivamente houve esse aumento dos preços ao consumidor, só podemos interpretar como um aproveitamento do apelo ao consumo de produtos nacionais para aumentar as margens de lucro na distribuição”, aponta.

O ECO contactou o Continente, que remeteu para a Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED). No entanto, mesmo após insistência, não foi possível obter resposta da associação em tempo útil. Contactada, a Associação dos Comerciantes de Pescado também não respondeu. O grupo Dia, dono de insígnias como o Minipreço, não quis comentar, tal como o grupo Mosqueteiros, dono de insígnias como o Intermarché.

Contactado pelo ECO, o Pingo Doce não respondeu diretamente sobre o aumento de preços patente nos dados do INE. Mas a marca da Jerónimo Martins garantiu, contudo, que “não só manteve os seus preços desde o início da pandemia como até aumentou a sua dinâmica promocional”. “Durante abril e maio, o Pingo Doce lançou uma forte campanha promocional em televisão, com grandes promoções em várias categorias de produtos, ao mesmo tempo que divulgava e promovia os produtos nacionais”, sublinhou.

Certo é que o retalho vive um momento de pressão por causa da pandemia, à semelhança da generalidade das empresas, mas forçado a manter as portas abertas para que os portugueses possam ter comida na mesa. Isto traduz-se em mais custos, mas engana-se quem acredita que as grandes superfícies comerciais saíram beneficiadas de tudo isto. A última atualização do INE mostra que o índice de volume de negócios no comércio a retalho afundou 21,6% em abril, depois de uma queda de 5,6% em março.

Para esta variação negativa contribuiu uma queda de 34,3% nas vendas de produtos não alimentares, enquanto os produtos alimentares caíram bem menos: recuaram 5% em abril, depois de uma subida de 9% em março, mês marcado pelo “açambarcamento” de alguns produtos.

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Citeve já emitiu 2.559 certificados. Mais de metade são máscaras

Em quase três meses, o Citeve já emitiu 2.559 certificados a 1.311 empresas distintas. As máscaras sociais são os produtos mais requisitados, com mais de metade a receberem o "carimbo" de segurança.

A pandemia do novo coronavírus criou uma nova necessidade: o uso de máscara. No Centro Tecnológico Têxtil e Vestuário (Citeve) a corrida em busca da aprovação é uma constante. Em quase três meses, a entidade já emitiu 2.559 certificados a 1.311 empresas distintas. As máscaras sociais são os produtos mais requisitados, com cerca de 60% dos modelos certificados.

Até ao final do dia de terça-feira [23 de junho] já foram emitidos mais de 2.559 certificados, das quais 1.544 foram de máscaras“, sublinha ao ECO, o diretor-geral do Citeve, António Brás Costa. Contas feitas, mais de metade das aprovações foram para estes equipamentos de proteção individual (60,3%).

Já passaram quase três meses desde que o Citeve se juntou ao esforço nacional de combate à pandemia em Portugal. Assim, apesar de as máscaras comunitárias serem os artigos mais procurados para certificação, cerca de 500 dispositivos médicos, bem como 500 outros artigos, como, por exemplo, batas tiveram o “carimbo” de segurança desta entidade.

No total, já mais de 1.300 empresas acederam aos serviços do Citeve, sendo que destas 330 empresas viram aprovados os seus materiais para a produção de máscaras. Segundo o diretor-geral do Citeve, que tem mais de 100 funcionários, este setor passou por várias fases: num primeiro momento era importante “ajudar Portugal” a conseguir ter mais máscaras, já em meados de abril a indústria procurou encontrar alternativas para produtos alternativos, e “quase em simultâneo” as empresas perceberam que poderiam surgir “novas oportunidades de negócio” nesta área.

Quanto ao número de máscaras que estão a ser produzidas em Portugal, Brás Costa considera prematuro ainda avançar com números, ainda assim, está confiante que este setor poderá ter um forte crescimento, destacando que “Espanha, Alemanha, França e os Estados Unidos” poderão ser potenciais mercados de exportação. A opinião é partilhada pelo secretário de Estado Adjunto e da Economia, João Neves, que, em declarações à agência Lusa, afirmou na terça-feira estar seguro de que Portugal “vai ser o principal produtor de máscaras a nível europeu”.

O novo coronavírus chegou a Portugal a 2 de março e com ele chegou o frenesim pela procura de máscaras, geles desinfetantes e álcool, que levaram a que os stocks começassem a ficar escassos e os preços a dispararem. Nesse sentido, o Executivo decidiu limitar a margem de lucro destes produtos em 15%, por forma a evitar preços inflacionados. Posteriormente, o presidente do PSD, Rui Rio, decidiu propor a redução do IVA nas máscaras de proteção e gel desinfetante para a taxa mínima, de 6%, que foi aceite pelo Governo.

Uma semana depois, o primeiro-ministro falava ao país para anunciar a obrigatoriedade de utilização de máscara nos transportes públicos — sendo que neste caso os infratores estão sujeitos a coimas que podem chegar aos 350 euros –, comércio, escolas, bem como “locais fechados em que haja um elevado número de pessoas”. Para o efeito, o Governo assegurou que haveria em abundância estes equipamentos de proteção individual, nomeadamente em supermercados.

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Acionistas da TAP rejeitam dissolução e redução do capital da empresa

  • Lusa
  • 26 Junho 2020

Acionistas da companhia aérea também aprovaram “um voto de confiança aos órgãos de administração e de fiscalização da TAP”.

Os acionistas da TAP rejeitaram a dissolução da sociedade e a redução do capital da companhia aérea portuguesa, “por não se considerar oportuno”, de acordo com informação enviada à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

O comunicado dá conta de que os acionistas da TAP, reunidos em assembleia-geral “exclusivamente através de meios telemáticos”, decidiram “não adotar, por não considerar oportuno, qualquer das medidas previstas no número 3 do artigo 35.º do Código das Sociedade Comerciais”.

Este ponto do artigo 35.º prevê a dissolução da empresa, a redução do capital social para montante não inferior ao capital próprio da sociedade e também a realização pelos sócios de entradas para reforço da cobertura do capital.

Os acionistas da TAP também aprovaram “um voto de confiança aos órgãos de administração e de fiscalização da TAP” e a adesão pela empresa “aos termos da política de remuneração da TAP SGPS, relativamente aos membros dos seus órgãos estatuários, para o exercício de 2020”.

Na terça-feira, o Conselho de Administração da TAP anunciou que iria pedir aos acionistas na assembleia-geral da transportadora para não avançarem com uma proposta que pudesse ter como consequência a dissolução da sociedade ou redução do capital.

De acordo com a convocatória e as propostas publicadas no site da companhia aérea, na altura, para votação na assembleia-geral, no programa original da reunião magna da TAP, que data de 29 de maio, o ponto quatro tinha como objetivo “deliberar nos termos e para os efeitos do disposto no artigo 35.º do Código das Sociedades Comerciais”.

Mas, numa proposta de deliberação posterior, de 15 de junho, assinada pelo Conselho de Administração, a companhia aérea pediu à assembleia-geral para não adotar nenhuma das medidas previstas no artigo 35º. do Código das Sociedades Comerciais.

O órgão de gestão reconhece que “conforme resulta dos documentos de prestação de contas da TAP – Transportes Aéreos Portugueses, SGPS” do ano passado, a sociedade “apresentou um capital próprio negativo no exercício findo em 31 de dezembro de 2019, no montante de 776.557.416 de euros o que mantém a Sociedade na situação prevista nos números 1 e 2 do artigo 35.º do Código das Sociedades Comerciais”.

Por isso, os administradores tinham colocado à consideração da assembleia-geral a possibilidade de se adotarem medidas para a empresa que deixe de estar nessa situação e que poderiam ser, então, a dissolução, redução de capital ou injeção de capital.

No entanto, já este ano, “na sequência da redução temporária da operação da sua maior subsidiária, a Transportes Aéreos Portugueses, S.A., em resultado das restrições impostas pelos vários Estados das geografias em que opera para contenção da disseminação da pandemia global Covid-19, e da consequente deterioração dos seus resultados, a sociedade solicitou um auxílio do Estado Português, sob a forma de empréstimo”, recorda o grupo.

A TAP salientou que este empréstimo “tem como objetivo disponibilizar recursos suficientes para que a sociedade possa fazer face às suas necessidades de liquidez imediatas, tendo em vista a concretização de um plano de viabilidade de longo prazo para a empresa, conforme oportunamente comunicado ao mercado e ao público em geral”.

A Comissão Europeia aprovou em 10 de junho um “auxílio de emergência português” à companhia aérea TAP, um apoio estatal de 1.200 milhões de euros para responder às “necessidades imediatas de liquidez” com condições predeterminadas para o seu reembolso.

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Fed impõe limites aos dividendos na banca

Os testes de stress da Fed mostraram que os bancos terão arcaboiço para sobreviver a crise da Covid-19. Mas decidiu impor limites no pagamento de dividendos para garantir uma maior capitalização.

A Reserva Federal norte-americana (Fed) ordenou que os bancos limitem o pagamento de dividendos aos acionistas, de forma a preservarem capital para enfrentarem a crise gerada pela pandemia. Em simultâneo, o supervisor vai proibir as recompras de ações ao setor durante o terceiro trimestre.

A decisão foi avançada pela entidade em comunicado, numa altura em que os bancos norte-americanos se preparam para anunciar os planos quanto à remuneração acionista. Nos termos agora designados pela Fed, o payout, que representa a percentagem dos lucros a distribuir pelos acionistas, não poderá ser superior à média dos lucros trimestrais dos quatro últimos trimestres.

Os limites aos dividendos na banca norte-americana acompanham a tendência seguida deste lado do Atlântico. O objetivo da medida é garantir que os bancos continuam capitalizados para evitar que a crise gerada pela Covid-19 possa desencadear uma crise financeira. Tal poderia ser ainda mais drástico do que a grande recessão depois da grande crise financeira de 2008.

Quanto aos impedimentos à recompra de ações próprias, o jornal indica que a maioria dos principais bancos norte-americanos já tinha decidido não avançar com essas operações durante o segundo trimestre.

Estas limitações impostas pela Fed surgem no dia em que o supervisor revelou os resultados dos testes de stress ao setor financeiro, no qual analisa a robustez das instituições face a diversos choques económicos. No pior cenário, em que o desemprego se mantenha elevado e a economia não recupere durante vários trimestres, os 33 maiores bancos dos EUA podem sofrer perdas de 700 mil milhões de dólares com defaults nos créditos, aponta na mesma nota.

No entanto, a Fed considerou que o setor financeiro está provavelmente preparado para sobreviver à crise do coronavírus, apesar dos riscos que constituem a possibilidade de a economia viver um período conturbado durante um tempo prolongado.

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Generali destaca-se entre vencedores dos prémios anuais de inovação Efma-Accenture

  • ECO Seguros
  • 25 Junho 2020

A Assicurazioni Generali arrecadou dois dos sete prémios internacionais a concurso na 5ª edição dos EFMA-Accenture Innnovation in Insurance. Índia e África do Sul também inovam em seguros.

Na quinta edição do prémio anual – atribuído em conjunto pela non-profit internacional de banca e seguros (Efma) e a consultora de estratégia (Accenture) para distinguir as melhores ideias e inovações tecnológicas do setor -, a Generali classificou-se em primeiro lugar nas categorias Customer Experience (Experiência do Cliente) e Workforce Transformation (Transformação da Força de Trabalho), assegurando a vitória em duas das sete categorias.

Os prémios – anunciados numa cerimónia transmitida pela web (por causa da pandemia de covid-19) – visam distinguir as melhores inovações tecnológicas no setor de seguros.

A companhia italiana conquistou o primeiro lugar na categoria Customer Experience que distinguiu o projeto Digital Hub, uma experiência omnicanal para clientes, agentes e prospects em todos os pontos de contacto digitais, com uma experiência de utilizador comum e identidade visual única em todos os países. Na categoria Workforce Transformation, o galardão entregue à Generali distinguiu o programa “We LEARN“: A New Way to the Future”, uma iniciativa de requalificação que ajuda os funcionários a desenvolver novas capacidades necessárias para crescer na era digital e apoiar as prioridades estratégicas da empresa.

Citado num comunicado da instituição, Frédéric de Courtois, diretor geral do grupo Generali, comentou: “Estamos verdadeiramente orgulhosos destes prémios, que confirmam a capacidade da Generali se posicionar na fronteira da inovação no setor dos seguros e de responder eficazmente às necessidades dos clientes que estão em constante evolução e que têm grandes expectativas”.

A Generali é um dos maiores fornecedores mundiais de seguros e gestão de ativos. Fundada em 1831, está presente em 50 países do mundo com um total de receitas de prémios de mais de 69,7 mil milhões de euros em 2019. Em Portugal, através da Seguradoras Unidas, detém as marcas Tranquilidade, Açoreana e LOGO.

Nesta edição dos Efma-Accenture Awards, um painel de executivos da indústria elegeu os sete melhores de um universo de mais de 300 projetos candidatos (apresentados por mais de 200 companhias originárias de 45 países) e que foram avaliados em função de três critérios: originalidade; capacidade estratégica para gerar vantagem competitiva e retorno de investimento a longo prazo; e adaptabilidade para uso em outros mercados e países.

Insurtech; apps; serviços e personalização

Segundo comunicado da Accenture, os prémios das outras cinco categorias distinguiram projetos e inovações tecnológicas das seguintes entidades (seguradoras – países):

  • Connected Insurance & Ecosystems Award – Farmitra-Caring Yours (Bajaj Allianz – Índia): Uma aplicação móvel para Android que ajuda os agricultores a gerirem culturas e seguro agrícola.
  • Core Insurance Transformation AwardMIRApply Physician (Munich Re – Alemanha): uma solução digital focada em seguros Vida e reduz os tempos em procedimentos de contratação, gestão e follow up.
  • Insurtech AwardUpcover (Upcover – Austrália): O projeto com o nome da empresa é uma aplicação móvel que fornece soluções simples de pay as you go e coberturas de saúde adaptados aos prestadores de trabalho flexível, da designada gig economy.
  • Product & Service Innovation AwardCyber Safe Family_Digital when Possible, Always Human (Baloise Insurance – Bélgica) : O produto é um seguro de ciberisco adaptado ao cliente com cobertura para navegar na internet, fazer compras online e utilizar as redes sociais.
  • Global Innovator Award – (Discovery – África do Sul): a Discovery arrecadou a distinção de Inovador Global por um conjunto de inovações, nomeadamente “Vitality Active Rewards 2020″ (uma app que ajuda a melhorar hábitos de saúde); “Auto Underwriting,” (projeto que recorre a histórico clínico e testes aos clientes para preenchimento automático de formulários para contratação de apólices no ramo automóvel); “Discovery Life Premium Relief Option,” (desenvolvido no contexto Covid-19 e que permite aos segurados resgatar parte do rendimento acumulado num plano Vida e manter a cobertura intacta) e o “AI Quote,” que facilita procedimentos de gestão aos corretores e a comunicação entre estes e a Discovery.

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