Barkyn aposta em marca própria. Quer aumentar equipa

Ronda de Série A no valor de 5 milhões de euros tem como objetivo apostar no portefólio de produtos próprios e, como explica o fundador da startup, "tornar a experiência imbatível".

A Barkyn, startup que entrega comida personalizada e disponibiliza assistência veterinária de 24 horas, quer continuar a crescer nos mercados do sul da Europa — Portugal, Espanha e Itália — e proporcionar aos clientes “um produto e uma experiência imbatíveis”. Pretende contratar mais 15 pessoas para suportar a expansão, ao mesmo tempo que reforça a aposta na marca própria.

“Queremos alargar o portefólio de produtos próprios — estamos a descontinuar os que não são da nossa marca — e também investir em tecnologia. Queremos aumentar a experiência de omnipresença”, explica André Jordão, CEO e cofundador da Barkyn, em conversa com o ECO.

A Barkyn anunciou esta quinta-feira ter fechado uma ronda de financiamento Série A, no valor de 5 milhões de euros e liderada pela Indico Capital Partners. A ronda, além de possibilitar o alargamento da gama de produtos próprios — que conta com cerca de 30 referências –, vai também aumentar as categorias disponíveis.

O desenvolvimento dos novos produtos é feito dentro de casa nas fases de formulação, engenharia de custos, ingredientes e processos de qualidade. Por isso, apenas a produção da alimentação, snacks, suplementos e farmácia — esta última categoria, a mais recente aposta da startup — é feita em fábricas localizadas sobretudo na Península Ibérica. Na equipa que trabalha os novos produtos, a Barkyn conta com 12 pessoas entre engenheiros, designers e uma veterinária em regime de full time, e ainda com uma rede de 22 veterinários que colaboram com a empresa.

Atualmente, a Barkyn conta com uma equipa de 40 pessoas. Até ao final deste ano, a startup quer contratar mais 15 pessoas — para as áreas de tecnologias, marketing e operações — e ainda premiar os membros que já estão na empresa, assegura André Jordão. “Queremos investir muito em pessoas que já estão connosco, e não só na contratação de novas pessoas”, assinala.

A operar em Itália, Espanha e Portugal, a Barkyn tem como clientes mais de 40 mil famílias e os seus animais de estimação. Em 2020, a startup triplicou a receita no primeiro trimestre, quando comparado com o período homólogo.

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Agência para o Desenvolvimento alerta para falsas iniciativas de internacionalização com fundos europeus

  • Lusa
  • 25 Junho 2020

Agência para o Desenvolvimento e Coesão alertou para a divulgação de falsas iniciativas de internacionalização de empresas para a Europa.

A Agência para o Desenvolvimento e Coesão (AD&C) alertou para a divulgação de falsas iniciativas de internacionalização de empresas para a Europa, através de parcerias luso-brasileiras, com o apoio do Portugal 2020.

“Têm sido divulgadas na internet várias iniciativas destinadas à internacionalização de empresas para a Europa, assentes em parcerias luso-brasileiras, através de um alegado “Hub Portugal”, que contaria com a intervenção do Portugal 2020”, lê-se numa nota publicada no site da AD&C.

De acordo com a agência, esta informação não está enquadrada nos apoios cofinanciados pelos fundos europeus estruturais e de investimento, no âmbito do programa Portugal 2020, podendo assim “eventualmente vir a consubstanciar expedientes de natureza ilícita ou fraudulenta”.

No documento, a AD&C indicou ainda dois exemplos de iniciativas não reconhecidas pelas entidades oficiais Portuguesas.

A primeira diz respeito a uma iniciativa de internacionalização de empresas, através do ‘Hub Portugal’, publicada no site de eventos eventbrite.com.br, que, entretanto, já não se encontra disponível.

Já a segunda, publicada na página online sympla.com.br, faz referência a um webinar sobre o mesmo tema, também através do ‘Hub Portugal’, que foi igualmente eliminada.

A AD&C é responsável pela coordenação da política de desenvolvimento regional e dos fundos da União Europeia.

Com uma dotação global de cerca de 26 mil milhões de euros, o programa Portugal 2020 (PT 2020) consiste num acordo de parceria entre Portugal e a Comissão Europeia, “no qual se estabelecem os princípios e as prioridades de programação para a política de desenvolvimento económico, social e territorial de Portugal, entre 2014 e 2020”.

Os primeiros concursos do programa PT 2020 foram abertos em 2015.

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Empresa têxtil transforma cachecóis em máscaras sociais. 100% do lucro reverte para o Banco Alimentar

A Federação Portuguesa de Futebol reciclou milhares de cachecóis para a produção de máscaras sociais. O total do valor angariado reverte para Banco Alimentar contra a Fome.

A Barata Garcia, empresa têxtil localizada em Barcelos, ajudou a Federação Portuguesa de Futebol a dar uma segunda vida a milhares de cachecóis de apoio à Seleção Nacional, transformando-os em máscaras sociais. 100% do lucro reverte para a Rede de Emergência do Banco Alimentar contra a Fome.

“Todo o valor gerado reverterá na sua totalidade para a Rede de Emergência do Banco Alimentar contra a Fome. Queremos muito que as pessoas deem a sua cara por esta causa e usem a máscara com orgulho nacional, sabendo que todo o lucro gerado irá alimentar famílias carenciadas”, explica o diretor de marketing da FPF, Nuno Moura, na pagina oficial da Federação.

Desde o início da pandemia, a Federação Portuguesa de Futebol já angariou mais de 2,5 milhões de euros em ações de solidariedade.

A presidente da Federação dos Bancos Alimentares contra a Fome, Isabel Jonet, aplaudiu a iniciativa da FPF, valorizando o facto de conciliar a vertente ambiental com a social. “Acho extraordinário que se consiga de uma forma tão inteligente e, aparentemente, tão simples juntar essas duas vertentes numa só iniciativa. Por um lado, há a reciclagem dos cachecóis; por outro, a responsabilidade social, ao fazer reverter para a Rede de Emergência Alimentar os valores da venda das máscaras”.

As máscaras são certificadas pelo Centro Tecnológico Têxtil e Vestuário (Citeve), são produzidas com material reciclado dos cachecóis e estão à venda na loja online da Federação Portuguesa de Futebol.

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Amazon cria fundo de capital de risco de 2 mil milhões para investir em energia limpa

Além deste fundo, a gigante de comércio eletrónico comprometeu-se também em ser neutra em carbono até 2040.

A gigante do comércio eletrónico Amazon anunciou esta semana que vai lançar um fundo de capital de risco no valor de dois mil milhões de dólares com o objetivo de fazer investimentos em “tecnologias sustentáveis e descarbonizadas” para reduzir o impacto das alterações climáticas e apoiar o desenvolvimento sustentável.

Chama-se Climate Pledge Fund e investirá apenas em empresas de setores como os transporte e logística, produção e armazenamento de energia, indústria e materiais, alimentação e agricultura, noticiou a Reuters, depois do Wall Street Journal ter avançado a notícia. A decisão surge depois da Amazon, que entrega cerca de 10 mil milhões de encomendas por ano e gere muitos milhares de metros quadrados de área de transporte e data centers, ter sido alvo de protestos por parte de ativistas ambientais, além da pressões dos seus próprios funcionários, para agir e fazer parte da luta contra as alterações climáticas.

O fundo será administrado pelo grupo de desenvolvimento corporativo da empresa, com a ajuda da equipa de sustentabilidade da Amazon, e terá um mandato claro para apoiar novas tecnologias desenvolvidas para reduzir emissões de gases poluentes, de acordo com a Bloomberg.

Além do fundo, a empresa comprometeu-se também em ser neutra em carbono até 2040. “Cada investimento será avaliado pelo seu potencial de acelerar o caminho para a neutralidade carbónica e ajudar a proteger o planeta para as gerações futuras”, disse o CEO Jeff Bezos em comunicado, citado pela Reuters. Em fevereiro, Bezos tinha já prometido um valor de 10 mil milhões para financiar cientistas, ativistas, organizações sem fins lucrativos e outros grupos de defesa do ambiente.

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Mais de metade das empresas vai demorar 12 meses a retomar níveis de contratações pré-covid

56% dos empresários espera alcançar os níveis de contratação de antes da pandemia dentro de um ano, enquanto que apenas 22% tem expectativas de os alcançar dentro de 3 meses.

Mais de metade dos empresários portugueses (56%) acredita que vai precisar de pelo menos um ano para que os seus negócios retomem os níveis de contratação que tinham antes da pandemia de Covid-19, revela o inquérito da ManpowerGroup. O setor da “Hotelaria e Restauração” é o mais afetado, seguido do “Comércio Grossista e Retalhistas”.

Assim, no que toca às perspetivas de recuperação das contratações, 56% dos empresários espera alcançar os níveis atingidos antes da pandemia do novo coronavírus dentro de 12 meses, enquanto apenas 22% tem expectativas de chegar a eles dentro de três meses. Num universo de 387 empresas portuguesas, quatro em cada dez (41%) preveem retomar os níveis de atividade ainda este ano, ao passo que apenas 11% diz que não vai conseguir recuperar os níveis de contratação anteriores, assinala o ManpowerGroup Employment Outlook Survey,

Duas em cada 10 empresas do Norte dizem que não vão recuperar contratações

Em termos regionais, o Norte é a região mais pessimista, com apenas 27% das empresas a estimar uma recuperação das contratações ainda este ano. Além disso, esta é também a região onde mais empresas (21%) afirmam que não vão conseguir retomar os níveis pré-Covid. Em contrapartida, a região Centro é a mais otimista, com cerca de quatro em dez empresas (42%) a terem a expectativa de recuperar o volume de contratações ainda este ano, enquanto na região Sul esse valor baixa para 39%.

Quanto ao impacto da pandemia, mais de metade das empresas sofreram um impacto na sua atividade superior a 50%, enquanto 30% não registou qualquer alteração no trabalho desenvolvido. Já apenas 10% pararam totalmente. Em contraciclo, apenas 3% diz ter aumentado a atividade.

Nesse sentido, entre os sete setores analisados, a “Hotelaria e Restauração” é o mais afetado, com mais de oito em cada dez empresas desta área (88%) a assumirem impacto negativo na sua atividade, seguido do “Comércio Grossista e Retalhistas”, com 68% e a “Indústria”, com 65%. Em termos gerais, em seis dos sete setores analisados mais de 60% das empresas dizem ter sentido impacto na atividade.

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PS saúda PSD. Quer período de nojo, mas entre privado e público

O PS ficou satisfeito com a confirmação de que a oposição não vai aprovar uma lei focada num cidadão (leia-se, a ida de Centeno para o BdP). Período de nojo deve ser entre privado e público, defende.

O PS está satisfeito com a posição do PSD relativamente ao processo das alterações à forma como é nomeada a figura do governador do Banco de Portugal (BdP). Depois de Morais Sarmento ter garantido que os sociais-democratas não vão aprovar uma lei focada numa pessoa, posição que pode viabilizar a ida do ex-ministro Mário Centeno para o cargo, o deputado socialista João Paulo Correia disse saudar “o regresso do bom senso ao processo”.

“Saudamos o regresso do bom senso a este processo. Hoje pela voz do PSD, nas últimas semanas pela voz dos outros partidos. Mas, acima de tudo, estamos em condições de ter um um processo de especialidade mais tranquilo do ponto de vista da falta de necessidade de legislarmos à pressa, alterando as regras da nomeação do governador do BdP quando está em cima da mesa o processo de nomeação do novo governador, e também porque ceio que há condições para desfocar as novas regras de uma pessoa”, afirmou o deputado do PS.

Nos Passos Perdidos, na Assembleia da República, João Paulo Correia revelou ainda que o PS não é contra um “período de nojo”, desde que este se aplique apenas à passagem de profissionais do setor privado para o setor público. “Não concordamos que exista um período de nojo entre público e público, mas sim entre privado e público. É uma posição que até gera hoje bastante consenso no Parlamento”, indicou, em declarações transmitidas pela RTP3.

Em causa está uma proposta do PAN para que o futuro governador do BdP tenha de passar por um “período de nojo” de cinco anos, e que foi aprovada no Parlamento. Rui Rio, presidente do PSD, chegou a dizer que concorda com essa medida, mas considerou que cinco anos “é um exagero”, apontando, em contrapartida, para uma duração em torno dos três anos. O período de nojo é o nome dado ao período que deve passar entre um profissional transitar de uma para outra função, de forma a evitar eventuais conflitos de interesse, e que é comum em funções mais sensíveis e assentes na confiança.

Com efeito, João Paulo Correia considerou que, nos termos atuais da discussão, o Parlamento podia até “correr o risco de instituir” regras que “violem aquilo que é o princípio” da “independência do exercício de funções do governador do BdP”. E tentou recentrar a discussão em “continuar a garantir que o governador do BdP continua a exercer as suas funções com elevado poder de independência”.

É público que o novo ministro das Finanças, João Leão, considera o seu antigo “chefe”, Mário Centeno, uma excelente opção para o cargo de governador do BdP. Como noticiou o ECO, o nome já terá sido apontado pelo primeiro-ministro, António Costa, ao atual governador, Carlos Costa. Mas a decisão ainda não foi formalmente comunicada à Assembleia da República, pelo que João Paulo Correia não confirmou — mas também não desmentiu.

“Reconhecemos no Dr. Mário Centeno as excelentes condições para cumprir essa função. Foi um excelente ministro das Finanças”, disse o socialista, referindo-se à condução de Centeno para a liderança do banco central português. “É um dos cidadãos portugueses mais bem colocados para ser governador do BdP”, apontou.

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PIB nos Estados Unidos cai 5% no 1.º trimestre do ano

  • Lusa
  • 25 Junho 2020

Taxa de crescimento da economia dos EUA contraiu-se 5% no 1º trimestre deste ano, a contração mais acentuada desde a quebra de 8,4% observada no 4º trimestre de 2008, devido à Grande Depressão.

A taxa de crescimento da economia dos Estados Unidos contraiu-se 5% no primeiro trimestre deste ano, devido aos efeitos negativos da pandemia de Covid-19, revelou esta sexta-feira o Departamento do Comércio norte-americano.

A queda de 5% no Produto Interno Bruto (PIB) registada no primeiro trimestre deste ano foi a contração mais acentuada desde a quebra de 8,4% observada no quarto trimestre de 2008, aquando da pior crise financeira desde a Grande Depressão, salientou aquele organismo federal.

Este indicador espelha apenas duas semanas em que a economia norte-americana esteve parada.

O Departamento do Comércio esclareceu que a queda registada no PIB, entre janeiro e março deste ano, correspondeu à estimativa feita por este organismo há um mês.

Os economistas citados pela Associated Press acreditam que o PIB recuou cerca de 30% no segundo trimestre do ano, a maior contração trimestral já registada, isto é, três vezes superior ao recorde de 10% registado no primeiro trimestre de 1958.

Os analistas, por sua vez, acreditam que a economia norte-americana recuperará na segunda metade do ano.

O painel de economistas que analisa e declara as recessões nos Estados Unidos anunciou em 08 de junho que o país tinha entrado em fevereiro em recessão, encerrando assim a maior expansão económica na história do país, com 128 meses de crescimento ininterrupto iniciado em junho de 2009.

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Bancos já receberam mais de 780 mil pedidos de moratórias. Aprovaram 88%

Desde 27 de março e até ao final de maio, os pedidos de adesão a moratórias de crédito abrangeram 783.749 contratos de crédito. Até essa data, as instituições aprovaram medida em 688.515 contratos.

O número de pedidos de moratórias no crédito já ultrapassou a barreira dos 780 mil. Desde a introdução deste mecanismo que permite suspender o pagamento do crédito a empresas e famílias, os bancos já deram aval a mais de 688 mil, 88% desse “bolo” revela o Banco de Portugal nesta quinta-feira. Mais de metade dos contratos — 56% — que beneficiam de medidas de apoio estão integrados no regime da moratória pública, enquanto os restantes estão abrangidos por moratórias privadas, acrescenta o regulador da banca.

“Desde 27 de março e até ao final de maio, os pedidos de adesão a moratórias de crédito abrangeram um total de 783.749 contratos de crédito. Até essa data, as instituições aplicaram as medidas de apoio previstas nas moratórias a 688.515 contratos, correspondendo os restantes 95.234 contratos a situações que, nessa data, estavam ainda em apreciação ou não preenchiam as condições de acesso“, revela a instituição liderada por Carlos Costa em comunicado.

Estes números são divulgados um dia depois de o Banco de Portugal ter divulgado no seu Relatório de Estabilidade Financeira que os créditos abrangidos pelas moratórias já ascendiam a um total de 39 mil milhões de euros, 22% do total crédito concedido.

Relativamente ao número de moratórias que já foram atribuídas, o regulador adianta que 56% dos contratos que beneficiam de medidas de apoio estão integrados no regime da moratória pública, ascendendo a um total de 385.117 contratos, enquanto os restantes 303.398 estão abrangidos por moratórias privadas.

No âmbito da moratória pública, quase metade dos contratos integrados (171.817) dizem respeito a crédito à habitação, mas a maioria — 213.300 — “envolvem crédito a empresas, a empresários em nome individual (ENI) e a outros clientes”.

Já os contratos integrados nas moratórias privadas respeitam, maioritariamente, a crédito aos consumidores (175.336), enquanto os restantes 128.062 correspondem a contratos de crédito hipotecário.

“Os contratos de crédito celebrados com consumidores (famílias) representam mais de dois terços dos contratos que beneficiam das moratórias (475.215 contratos)” explica ainda o Banco de Portugal. Mais especificamente, 69% do total dos contratos integrados nas moratórias dizem respeito a esse universo, enquanto os restantes são créditos a empresas, ENI e outros.

As moratórias foram introduzidas no final de março, permitindo que as famílias e empresas afetadas pela crise possam suspender temporariamente o pagamento das prestações e/ou juros dos empréstimos sem qualquer penalização. Foi inicialmente prevista uma moratória até ao final de setembro.

Mas já neste mês de junho, o regime público foi alargado até ao final de março do próximo ano e passou a abranger mais clientes e créditos. A extensão da medida foi acompanhada entretanto pela moratória privada protocolada através da Associação Portuguesa de Bancos (APB), com esta a passar, contudo, a ser aplicada apenas para créditos que não cumprirem os requisitos que permitam beneficiar da moratória legal.

(Notícia atualizada às 15h28)

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Receios de “segunda vaga” da pandemia penalizam Wall Street

As bolsas norte-americanas prosseguem a queda da sessão anterior, no dia em que o Departamento do Trabalho revelou que 1,5 milhões de cidadãos pediram subsídio de desemprego na última semana.

As bolsas norte-americanas registam quedas ligeiras, depois do recuo de cerca de 3% observado na última sessão. Os investidores estão a digerir a última atualização ao número de pedidos de subsídio de desemprego ao longo da última semana, que estabilizou em 1,5 milhões, de acordo com o Departamento do Trabalho.

O S&P 500 cai 0,21%, para 3.043,89 pontos, enquanto o industrial Dow Jones cede 0,39%, para 25.347,08 pontos. O tecnológico Nasdaq, que fixou máximos históricos nas duas primeiras sessões da semana, regressa agora a um patamar abaixo dos 10.000 pontos, caindo 0,04%, para 9.905,47 pontos.

Estes fracos desempenhos, que interrompem o rally das últimas semanas, refletem o aumento dos receios de uma “segunda vaga” nos EUA e noutros países do mundo. Concretamente no território estadunidense, alguns estados estão a implementar novas restrições às deslocações e, consequentemente, à atividade económica, perante o acelerar nos novos casos de Covid-19.

O abrandamento na reabertura é também visível no mercado laboral. O número de cidadãos a pedirem subsídio de desemprego manteve-se estável em 1,5 milhões de pessoas, comparativamente com os dados revelados na quinta-feira anterior, mas um número, ainda assim, historicamente elevado. É um sinal de que, enquanto o vírus vai ganhando terreno, geram-se novas barreiras ao regresso à atividade de milhões de trabalhadores.

Face a este cenário, e à semelhança da sessão anterior, as empresas do setor das viagens e lazer estão entre as mais penalizadas. A Wynn Resorts desvaloriza 3,27%, a Norwegian Cruise Lines cede 2,75% e a Carnival Corp cai 2,63%. A plataforma de reservas Trip Advisor perde 0,88%, uma quebra no valor da ação superior a 10% em apenas dois dias.

No setor tecnológico, que se destacou no último rally, a Apple continua a afastar-se do patamar dos dois biliões de dólares. A fabricante do iPhone recua 0,33%. Em simultâneo, a Amazon perde 0,53% e a Microsoft subtrai 0,53%.

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O comércio online: quando o erro e os perigos se encontram à espreita

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  • 25 Junho 2020

Ricardo Azevedo, diretor técnico da Innovarisk Underwritting, reflete sobre os riscos e os perigos a que empresas e utilizadores estão sujeitos com o crescimento do comércio online.

Ao longo das últimas décadas, o comércio online tem vindo progressivamente a ganhar espaço pelo número cada vez maior de pessoas interessadas em efetuar compras através da internet. Esse crescimento acabou por conhecer um aumento muito significativo durante este período de pandemia e quase de um dia para o outro, aquilo que era um ajustamento lento dos padrões de consumo e distribuição, transformou-se no acorrer a uma necessidade premente. Os consumidores, remetidos a uma lógica de confinamento social, viram-se forçados a adquirir online muitos dos seus bens e serviços. Do lado dos profissionais e empresas houve rapidamente que ajustar a forma de distribuir esses bens e serviços por forma a ir ao encontro das necessidades da procura e em última análise, sobreviver.

Que a pressa é inimiga da perfeição, no fundo, todos sabemos. No mundo empresarial, perante a necessidade de compreender problemas, estudar soluções e testar conceitos, não há comparação possível entre dispor de recursos, de um acesso facilitado à informação ou de um tempo alargado para trabalhar todas as etapas de um ciclo de desenvolvimento e ter de fazer tudo isso em contrarrelógio sem o mesmo nível de recursos, queimando etapas e potencialmente colocando em maior risco a qualidade dos processos. Nesse tipo de contexto, com maior naturalidade surgem os erros.

Quando, por exemplo, uma pequena empresa familiar, com recursos próprios, abraça de um dia para o outro o canal de distribuição online e faz as primeiras incursões no mundo das páginas web ou das redes sociais, há algumas armadilhas que se escondem à espreita. Pode ser grande a tentação de fazer uso de imagens descarregadas na Internet, protegidas por direitos de propriedade intelectual. Ou ignorar a importância dos protocolos e boas práticas de segurança, colocando em risco os dados dos clientes.

"Quer estejamos a efetuar uma compra de um eletrodoméstico ou de um bilhete para um espetáculo, quer estejamos no nosso local de trabalho a efetuar uma transação comercial com recurso a meios digitais, é importante que conheçamos as boas práticas e que estejamos atentos.”

Ricardo Azevedo

Diretor técnico Innovarisk Underwritting

Os profissionais do setor das tecnologias de informação podem auxiliar outras empresas no trilhar deste caminho e estão obviamente muito mais capacitados para enfrentar os desafios do online. Mas ao mesmo tempo que este período veio alargar o seu mercado potencial de curto prazo, as particularidades do contexto deste novo tempo obrigou em muitos casos os técnicos a trabalhar para os seus clientes sob uma pressão ainda maior de tempo e de menos recursos. Os riscos envolvidos são diversos e os erros podem tomar proporções elevadas.

Se o portal de vendas online de um cliente ficar indisponível demasiado tempo por um qualquer erro de programação ou por não suportar uma quantidade razoável de visitantes em simultâneo, esse cliente vê as suas vendas seriamente comprometidas e irá provavelmente reclamar do mau serviço e dos prejuízos. E o que aconteceria caso existisse um erro informático ao nível do processamento dos pagamentos online?

Por último, os utilizadores. Quer a nível particular, quer no âmbito profissional, há hoje em dia uma quantidade significativamente maior de pessoas e de número de horas em que essas pessoas estão ligadas em rede. Também aqui o perigo mora à espreita, não só porque o modo súbito e a impreparação com que muitos utilizadores abraçaram uma nova realidade deixaram-no mais premiáveis ao erro, como porque infelizmente este crescimento do digital veio tornar-se num terreno fértil para iniciativas levadas a cabo por pessoas mal-intencionadas que fizeram disparar as estatísticas em torno do cibercrime.

A necessidade de os utilizadores utilizarem aplicações e sites nunca antes experimentados, os obstáculos à comunicação com colegas de trabalho para confirmar informações, encomendas ou dados para pagamento ou a necessidade de utilizar um computador pessoal sem os mesmos sistemas de segurança, tudo isto são aspetos que tornam as pessoas e os sistemas mais vulneráveis aos perigos cibernéticos e que facilitam o trabalho dos hackers. Por isso, quer estejamos a efetuar uma compra de um eletrodoméstico ou de um bilhete para um espetáculo, quer estejamos no nosso local de trabalho a efetuar uma transação comercial com recurso a meios digitais, é importante que conheçamos as boas práticas e que estejamos atentos.

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Ryanair faz queixa à Comissão Europeia por alegado cartel de preços na aviação

  • Lusa
  • 25 Junho 2020

A empresa enuncia que cinco companhias aéreas, em Itália e na Áustria, estão a aliar-se para introduzir tarifas mínimas nos bilhetes de avião, afetando a concorrência.

A Ryanair fez queixa à Comissão Europeia por alegado cartel de preços na aviação, denunciando que cinco companhias aéreas, em Itália e na Áustria, estão a aliar-se para introduzir tarifas mínimas nos bilhetes de avião, afetando a concorrência.

Na conferência de imprensa diária da Comissão Europeia, em Bruxelas, o porta-voz principal da instituição, Eric Mamer, confirmou que o executivo comunitário “recebeu uma carta da Ryanair sobre um alegado cartel de preços”.

Em causa está uma “queixa contra a Alitalia, Air Dolomiti, Neos, Blue Panorama Airlines e Lufthansa” por “violação do artigo 101 do Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia em Itália e na Áustria”, apresentada pela Ryanair à Comissão Europeia e à qual a agência Lusa teve hoje acesso.

Na missiva dirigida à Direção-Geral da Concorrência do executivo comunitário, a Ryanair apela a “uma investigação” relativamente ao comportamento destas cinco companhias, acusando-as de participarem num “esquema de preços”.

E exortou também à “tomada de medidas adequadas” de punição.

“A Ryanair é parte interessada nesta violação da lei da concorrência [europeia] em Itália e na Áustria dado ser uma transportadora aérea concorrente em ambos os Estados-membros”, argumenta a companhia irlandesa.

Com as licenças de que dispõe atualmente, o grupo Ryanair detém uma quota de mercado de 28% em Itália, bem como uma fatia de 15% do setor aeronáutico na Áustria.

Na carta, a transportadora aérea denuncia que as quatro companhias italianas (Alitalia, Air Dolomiti, Neos, Blue Panorama Airlines), “que são independentes e detidas por investidores diferentes”, estão “em conversações relativamente a um preço mínimo para vender bilhetes de avião em Itália”, querendo estipular um “valor aceitável” para ser adotado pelo governo italiano para todas as empresas que operam no país.

Por sua vez, no caso da Áustria, o Governo austríaco anunciou no início deste mês que iria impor um preço de venda mínimo para bilhetes de avião, fixado em 40 euros, para evitar excessos das companhias aéreas em detrimento do ambiente e dos trabalhadores.

Esta medida de Viena vai também abranger a Austrian Airlines, que é detida pelo grupo Lufthansa, assim como a italiana Air Dolomiti.

Além disso, recorda a Ryanair, a Austrian Airlines já foi alvo de um apoio estatal da Áustria no valor de 600 milhões de euros.

“Os preços mínimos para bilhetes de avião propostos por Itália e pela Áustria vão prejudicar, principalmente, as companhias aéreas de baixo custo”, cujo negócio está assente nos preços mais reduzidos, reforça a Ryanair na carta a que a Lusa teve acesso.

E, por isso, a Ryanair conclui estar em causa uma “infração bastante grave” das normas comunitárias de concorrência.

O artigo 101 do Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia refere que “são incompatíveis com o mercado interno e proibidos todos os acordos entre empresas todas as decisões de associações de empresas e todas as práticas concertadas que sejam suscetíveis de afetar o comércio entre os Estados-membros e que tenham por objetivo ou efeito impedir, restringir ou falsear a concorrência no mercado interno”.

Aqui incluem-se práticas de “fixação, de forma direta ou indireta, dos preços de compra ou de venda”, de acordo com a legislação comunitária.

A queixa surge numa altura em que o setor da aviação enfrenta graves dificuldades financeiras e prejuízos de milhares de milhões de euros devido à pandemia de covid-19.

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UTAO arrasa proposta de Leão que remove “pilares” da LEO. É um “retrocesso”

A UTAO critica duramente a proposta do Governo para alterar e adiar novamente a Lei de Enquadramento Orçamental. Para os técnicos do Parlamento, se aprovadas, estas mudanças desvirtuam a lei anterior.

O Governo entregou na semana passada uma proposta de alteração à Lei de Enquadramento Orçamental (LEO) de 2015 onde prevê um novo adiamento da sua implementação e mudanças em alguns pontos, tal como o ECO noticiou. A Unidade Técnica de Apoio Orçamental analisou a proposta de lei e chegou a uma dura conclusão: as alterações desvirtuam o “impulso reformista” da LEO, removem os “pilares” dessa reforma das finanças públicas e representam um “retrocesso”. E poderá levar a “eventuais danos reputacionais internacionais”.

Num relatório de 20 páginas, a que o ECO teve acesso, os técnicos do Parlamento, especialistas em finanças públicas, tecem (poucos) elogios à proposta de lei de João Leão, novo ministro das Finanças e ex-secretário de Estado do Orçamento — onde este tema era gerido –, mas são muitas as críticas que se podem encontrar às mudanças propostas. “A PPL [proposta de lei] traz várias alterações que pioram o enquadramento das finanças públicas e, na opinião profissional da UTAO, estas têm um impacto muito mais expressivo no quadro institucional do que as melhorias acima reconhecidas”, concluem.

Mais: “A serem aprovadas, desvirtuam o impulso reformista da LEO/2015 antes mesmo de esta ter tido oportunidade de ser testada e avaliada. Eliminam em definitivo traves-mestas do enquadramento e voltam a adiar, sem justificação nem plano credível, a concretização de outras traves-mestras”. Na ausência de um documento do Executivo que fundamente a proposta e a urgência pedida pelo Governo — uma das mudanças desta proposta permite que o Orçamento de Estado seja apresentado a 10 de outubro e não a 1 de outubro, sendo que esta sessão legislativa está prestes a terminar e a próxima começa já em cima desse prazo –, a UTAO teme que a discussão precipitada e não informada no Parlamento pelo que sugere “período de discussão informada [e pública] com um painel diversificado de experiências e conhecimentos profissionais relevantes”.

As alterações propostas são tudo menos insignificantes e deveriam justificar um debate público alargado e esclarecido sobre as opções tomadas pelo Governo na PPL”, argumenta a Unidade, assinalando que “infelizmente, não há documentação técnica que fundamente a PPL e o prazo que a AR entendeu atribuir para a discussão e a eventual aprovação do diploma é tão exíguo que acarreta o risco de uma decisão parlamentar com consequências sérias e duradouras para a qualidade das contas públicas não ter em conta vários argumentos que recomendam prudência e reflexão“. A LEO de 2015, que foi aprovada pelo PSD, CDS e PS — partido que agora a quer alterar –, deveria ter sido implementada até 2018 e tem o objetivo de aumentar a transparência orçamental e revolucionar a forma como é feito e gerido o Orçamento de Estado.

Os “pilares” da LEO que o Governo quer tirar. E o dano reputacional internacional

Esta é uma proposta sobre uma lei complexa, decifrada apenas pelos especialistas em finanças públicas, como a UTAO, que refere um a um quais os pilares da LEO de 2015 que o Governo quer derrubar.

Em resumo, são três os pilares que desaparecem: a descredibilização dos limites à despesa, anuais e de médio prazo, através das mudanças previstas para o futuro Quadro Plurianual das Despesas Públicas; a eliminação das demonstrações financeiras previsionais, o que torna “impossível ponderar os efeitos económicos e financeiros da política orçamental“; o retrocesso na transparência orçamental e financeira nos domínios da despesa fiscal e da contabilidade financeira das Administrações Públicas, naquela que é atualmente uma “zona cinzenta na informação sobre as contas públicas”.

Uma das críticas versa também sobre as partes da LEO 2015 que não são eliminadas na proposta do Governo mas adiadas, com a UTAO a duvidar sobre se há garantias de que este será o último adiamento. “A PPL promove novo adiamento na produção de efeitos das normas mais inovadoras e estruturantes da LEO/2015”, diz, referindo que a criação da Entidade Contabilística Estado, dos programas orçamentais correspondentes a missões de base orgânica e às demonstrações financeiras intercalares e de encerramento do exercício económico. “Nenhuma informação acompanha a PPL que permita acreditar que estes adiamentos serão os últimos“, conclui.

Há ainda o perigo de Portugal ter “eventuais danos reputacionais internacionais”, nota a UTAO. Porquê? É que o Governo português tinha recebido financiamento externo e assistência técnica de organização internacionais, como a OCDE e a Comissão Europeia (através do Eurostat), para projetos que agora a Unidade de Implementação da LEO (UniLeo) vai abandonar se esta proposta do Governo for aprovada. “Para além do custo de oportunidade dos recursos nacionais e internacionais já afundado na execução destes projetos, o país deve também acautelar os eventuais danos reputacionais internacionais que poderão emergir, com elevada probabilidade, da eliminação para sempre de traves-mestras da reforma de 2015 e do adiamento, sem justificação plausível apresentada, da concretização de outras peças estruturantes”, remata o relatório.

Mas também há espaço para alguns elogios neste relatório às mudanças propostas pelo Governo. Há “algumas melhorias” que se traduzem no compromisso de o Ministério das Finanças aumentar a informação que disponibilizará na documentação das propostas de Orçamento do Estado. “São inovações bem-vindas, mas com pouco valor acrescentado face ao que a LEO/2015 já obriga“, notam. E a UTAO lamenta que a proposta não aproveite para “reduzir a discricionariedade e a volatilidade intertemporal na classificação pelo Ministério das Finanças do que são medidas de política orçamental a incluir no cenário de políticas invariantes e no cenário final (com medidas novas), nem para criar a obrigação de prestação de contas sobre a concretização das medidas de política novas”.

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