Hoje nas notícias: Escolas, EuroBic e Benfica sob investigação

  • ECO
  • 12 Janeiro 2021

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

Esta terça-feira o destaque vai para a sessão no Infarmed com os peritos de saúde pública e os políticos de onde sairá a recomendação sobre o que fazer neste novo confinamento total em que Portugal vai entrar. O Governo está preparado para fechar escolas, apesar de não querer, se os especialistas o recomendarem. Nota ainda para as suspeitas de prática de corrupção desportiva que recaem sobre o Benfica.

Governo fecha escolas se especialistas o recomendarem

O Governo está preparado para fechar as escolas se os epidemiologistas o recomendarem perante a subida significativa do número diário de infeções, de internamentos e mortes. O objetivo do Executivo é evitar essa medida, tendo António Costa dado sempre sinal de que as escolas vão manter-se abertas uma vez que esse era o entendimento dos peritos. Contudo, na reunião desta terça-feira no Infarmed pode haver um grande consenso sobre o encerramento parcial ou total das escolas. Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso pago)

Banco de Portugal levanta “reservas” sobre ida de Tamraz para EuroBic

O regulador da banca alertou no final do ano passado os acionistas do EuroBic que a Netoil, empresa liderada por Roger Tamraz (que está na corrida para ficar com o EuroBic), prestou informação errada e imprecisa. O Banco de Portugal levantou assim “fortes reservas” à entrada deste empresário na banca portuguesa. O banco central avisou os atuais acionistas de que estes devem proteger a instituição bancária. Até ao momento, o BdP ainda não recebeu uma proposta formal deste negócio. Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

Empresas têm de pedir estatuto “REX” para agilizar exportações no pós Brexit

Portugal tem cerca de 3.800 empresas exportadoras para o Reino Unido, mas são poucas as que têm o estatuto “REX”, o sistema de exportador registado para a certificação da origem das mercadorias. O estatuto REX permite aos comerciantes não pagar direitos de importação no Reino Unido. O bastonário da Ordem dos Despachantes Oficiais, Mário Jorge, diz ser “previsível” que nos primeiros meses deste ano “haja um grande aumento” do número dos pedidos “REX” junto da Autoridade Tributária e Aduaneira (AT). Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado)

Benfica e Vieira investigados por domínio económico e desportivo de clubes pequenos

A Justiça portuguesa está a investigar o Benfica e o seu presidente Luís Filipe Vieira por causa do domínio económico que exerce sobre pequenos clubes como o Santa Clara e o Desportivo das Aves, criando uma dependência. A suspeita do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) e da Polícia Judiciária (PJ) é que o clube vendeu e emprestou jogadores a custo zero a estes clubes para conseguir alegadas vantagens desportivas. Em causa estão indícios da prática de corrupção desportiva. Leia a notícia completa no Observador (acesso pago).

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Empresas precisam pedir estatuto “REX” para agilizar exportações após Brexit

  • ECO
  • 12 Janeiro 2021

São poucas as exportadoras portuguesas que têm o estatuto “REX, o sistema que permite aos comerciantes não pagar direitos de importação no Reino Unido.

Portugal tem cerca de 3.800 empresas exportadoras para o Reino Unido, mas são poucas as que têm o estatuto “REX”, o sistema de exportador registado para a certificação da origem das mercadorias, avança o Público (acesso condicionado).

O estatuto REX permite aos comerciantes não pagar direitos de importação no Reino Unido. O bastonário da Ordem dos Despachantes Oficiais, Mário Jorge, diz ser “previsível” que nos primeiros meses deste ano “haja um grande aumento” do número dos pedidos “REX” junto da Autoridade Tributária e Aduaneira (AT).

O acordo de comércio livre com o Reino Unido prevê direitos aduaneiros nulos e contingentes pautais com isenção de direitos para todas as mercadorias que cumpram as regras de origem adequadas. Para o bastonário da Ordem dos Despachantes Oficiais, “é de todo importante que os operadores económicos portugueses obtenham” esse estatuto REX, porque a adesão a esse sistema permitirá a aposição nas faturas do certificado de origem do produto, afirma ao Público.

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Novos casos, internamentos e mortes. Estes são os números que levam o país a confinar

O confinamento é a "solução possível", apesar de ter "impacto, não há outra alternativa", indicou o médico de saúde pública Ricardo Mexia.

Portugal está a caminho de um novo confinamento. O Governo sempre defendeu que o país não aguentaria, mas o que é certo é que é isso mesmo que vai acontecer, tendo em conta o agravar da pandemia. Recorde de novos casos, de internamentos e de mortes, que vão estar em análise na reunião do Infarmed, onde estarão reunidos políticos e epidemiologistas, explicam a necessidade de voltar a fechar o país num modelo que, diz António Costa, será “muito próximo do que existiu em março e abril”.

Se antes do Natal a pandemia deu tréguas, havendo sinais de que a segunda vaga da pandemia estaria a ser dominada, passado o período festivo a Covid-19 voltou a atacar — numa altura em que o país e o mundo começam ainda a administrar as primeiras vacinas contra o novo coronavírus. E, desta vez, com mais força do que nunca. Vários países fecharam, voltando a aplicar medidas de restrição rigorosas, sendo que Portugal prepara-se para fazer exatamente o mesmo nos próximos dias.

Ricardo Mexia, epidemiologista e presidente da Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública, lembra ao ECO que “não é só o confinamento” que combate a pandemia. Para o médico, a comunicação e o reforço dos meios de resposta à pandemia, como os hospitais, são os pontos-chave neste combate. Na sua opinião, o primeiro tem falhado especialmente: “há uma dissociação da realidade, uma normalização dos números, 10 mil casos e as pessoas acham que não têm de mudar nada”.

No entanto, agora o confinamento é a “solução possível”, apesar de ter “impacto, não há outra alternativa”, reconheceu, acrescentando que o país está “a correr atrás do prejuízo”. Os detalhes só serão conhecidos na quarta-feira, dia em que o Conselho de Ministros se irá reunir. Contudo, nada parece evitar que o país acabe mesmo por “fechar”.

"Há uma dissociação da realidade, uma normalização dos números, 10 mil casos e as pessoas acham que não têm de mudar nada.”

Ricardo Mexia

Presidente da Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública

A ministra da Saúde classificou a fase em que o país se encontra como “mais pesada e mais complexa”, aguardando-se com esperança os efeitos da vacinação. Porém, esses efeitos “só se alcançarão num prazo de vários meses”, como reconheceu Marta Temido, e os números não mentem: estamos na pior fase da pandemia.

Evolução dos novos casos diários

Na última semana (4 a 10 de janeiro) o país somou 56.435 casos, havendo vários dias em que superou a fasquia dos 10 mil novos casos de infeção por Covid-19 no espaço de apenas 24 horas. O mesmo número de infeções pelo novo coronavírus demorou quase seis meses a ser atingido (27 de agosto) após a pandemia se ter iniciado em Portugal (2 de março). A pior semana, antes desta, deu-se em novembro (16 a 22), com cerca de 35 mil novos casos em todo o país.

No início desta semana, 11 de janeiro, o número de casos permaneceu elevado (5.604), apesar de se tratar de uma segunda-feira, onde os números geralmente são mais baixos devido à menor realização de testes ao domingo. Foi mesmo a pior segunda-feira da pandemia.

Casos ativos no último mês

Com este aumento de casos, seria praticamente impossível os casos ativos não crescerem também. Durante o último mês (de 11 de dezembro a 11 de janeiro) os números mantiveram-se relativamente estáveis, entre os 65 e os 75 mil, mas há 13 dias que não páram de aumentar e, na pior semana da pandemia, tiveram um aumento de mais de 20 mil em apenas cinco dias (a 4 de janeiro passaram os 80 mil e a 9 os 100 mil). A 11 de janeiro os casos ativos estavam perto dos 110 mil (109.312).

Evolução dos internamentos no último mês

Um dos fatores que sempre foi considerado fundamental para a imposição de restrições (ou levantamento das mesmas) foi o número de internamentos. Os internamentos não páram de aumentar desde 2 de janeiro, estando já bem perto da fasquia dos 4.000 — sendo que os internados em Unidades de Cuidados Intensivos chegam aos 567. E com eles aumenta a pressão sob os hospitais e os profissionais de saúde. Provavelmente assim continuará, pois como lembrou o epidemiologista Ricardo Mexia, os atuais internamentos e óbitos ainda não refletem “os [mais de] 50 mil infetados da semana passada”.

Evolução dos óbitos diários no último mês

A variável que mais assusta os portugueses — o número de óbitos — não tem dado tréguas. Na última semana (4 a 10 de janeiro) morreram, em média, 98 pessoas por dia, mais 27 pessoas por dia que na semana anterior (28 de dezembro a 3 de janeiro).

Nos últimos quatro dias foram mais de 100 mortos por dia, tendo atingido o pico esta segunda-feira, 11 de janeiro, com 122 mortes por Covid-19 em 24 horas.

Os números da semana passada irão refletir-se ainda nos óbitos e não há nada a fazer. “Já estão infetados, a maioria irá recuperar, mas uma parte vai ter um desfecho negativo”, notou o médico de saúde pública ao ECO, acrescentando que “a situação pode piorar”.

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5 coisas que vão marcar o dia

Governo ouve especialistas sobre a Covid-19 antes de decidir novo confinamento. Candidatos presidenciais em debate na RTP. A dona do Pingo Doce divulga vendas preliminares de 2020.

Com novo confinamento à vista, o Governo e responsáveis políticos reúnem com os especialistas da área da Saúde para avaliar a situação da pandemia de Covid-19 no país. À tarde, o Presidente da República ouve os partidos para discutir a renovação do estado de emergência. Pelas 22h00, a RTP transmite o último debate televisivo entre todos os candidatos à Presidência da República. Há nova reunião entre Executivo e sindicatos da Função Pública para discutir os aumentos salariais dos funcionários do Estado. E a dona do Pingo Doce divulga os resultados das vendas preliminares de 2020 após fecho do mercado.

Governo ouve especialistas sobre a Covid-19

Com Portugal em vias de entrar em novo confinamento, que deverá entrar em vigor a partir das 0h00 de quinta-feira, o Governo e responsáveis políticos reúnem com os especialistas da área da Saúde no Infarmed para avaliar a situação da pandemia de Covid-19 no país, nomeadamente os efeitos da quadra festiva no aumento do número de casos.

E Marcelo ouve partidos sobre estado de emergência

Durante a tarde, o Presidente da República ouve os partidos para discutir a renovação do estado de emergência. Os encontros arrancam às 14h30 com a audiência com a Iniciativa Liberal e só termina depois da reunião com o PS que começa às 18h30. O encontro dá-se numa altura em que o disparo do número de casos pressiona o Executivo a avançar para um novo confinamento.

Candidatos presidenciais em debate

A RTP transmite o último debate televisivo entre todos os candidatos à Presidência da República: Marcelo Rebelo de Sousa, Ana Gomes, João Ferreira, Marisa Matias, André Ventura, Tiago Mayan e Vitorino Silva. O debate tem início às 22h00.

Nova reunião sobre aumentos na Função Pública

Há nova reunião entre Executivo e sindicatos da Função Pública para discutir os aumentos salariais dos funcionários do Estado. Os sindicatos consideram baixa a proposta de aumento de 20 euros para base remuneratória e aumento de 10 euros para salários até 792 euros. Os aumentos propostos pelo Governo custam 41 milhões e abrangem 148 mil trabalhadores do Estado, deixando mais de meio milhão de funcionários com os salários “congelados”.

Dona do Pingo Doce divulga vendas preliminares de 2020

A Jerónimo Martins, que em Portugal detém a cadeia de supermercados Pingo Doce, divulga os resultados das vendas preliminares de 2020 após fecho do mercado. É a antecâmara da apresentação dos resultados do ano passado, fortemente afetado pela pandemia de Covid-19.

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Partidos pedem demissão de Van Dunem. Costa já teve vários ministros no olho do furacão

Antes da ministra da Justiça, já vários ministros do Executivo de António Costa estiveram debaixo de fogo, com os partidos a exigirem a sua demissão.

O primeiro-ministro está atualmente a braços com uma polémica no seu Governo, relacionada com o currículo do procurador José Guerra enviado para a União Europeia. Têm-se multiplicado as críticas à ministra da Justiça, no seguimento do caso, apesar de António Costa reiterar confiança em Francisca Van Dunem. Mas esta não é a primeira vez que um ministro de Costa está no olho do furacão, enfrentando críticas dos partidos e da opinião pública.

Nos últimos tempos os casos têm sido mais frequentes, mas o primeiro-ministro tem segurado os ministros, garantindo que tem confiança nos responsáveis escolhidos para algumas das principais pastas do Executivo.

Francisca Van Dunem envolvida em polémica com currículo com dados falsos

O caso mais recente é o da ministra da Justiça. Em causa está o currículo do procurador José Guerra enviado para a União Europeia, que continha dados falsos. O Governo apresentou José Guerra como o candidato preferencial, mesmo depois de um comité internacional de peritos ter considerado Ana Carla Almeida como a candidata mais indicada para o cargo.

Entre os dados falsos está a referência a que José Guerra era procurador-geral-adjunto, cargo que não ocupou, bem como o papel “de liderança investigatória e acusatória” no processo UGT, o que também não assumiu. O Ministério da Justiça apontou que estes foram “lapsos” e a ministra garantiu que desconhecia o conteúdo da carta enviada a Bruxelas.

No entanto, o diretor da Direção Geral da Política de Justiça (DGPJ), Miguel Romão, que acabou por se demitir do cargo, escreveu um comunicado onde afirmava que Van Dunem tinha conhecimento do conteúdo integral do currículo do procurador José Guerra. Este comunicado, que desmentia então a ministra, foi retirado do site do Ministério da Justiça.

Entretanto, a ministra da Justiça enviou, esta segunda-feira, ao representante português junto da União Europeia uma correção aos erros que constam do currículo do procurador europeu.

Perante todas as informações que têm vindo a público, têm sido várias as críticas dos partidos, tendo chegado mesmo a existirem pedidas de demissão. Esta terça-feira, Rui Rio acusou a ministra de mentir sobre o caso, defendendo que tem de se demitir ou ser demitida. Se António Costa não afastar a ministra, é porque “considera isto um padrão de normalidade”, defendeu o líder social-democrata.

A ministra foi chamada ao Parlamento para justificar a escolha de José Guerra para o cargo, enquanto o PSD avançou com um pedido que visa esclarecer as informações falsas. Aos deputados, Van Dunem admitiu que ponderou a demissão, tendo até falado com o primeiro-ministro, mas acabou por entender que tem “condições para continuar no cargo”. “Vou continuar, embora admita que foram cometidos erros”, reiterou.

Já do lado do primeiro-ministro, António Costa desvalorizou o caso, que apelidou de “lapsos sem relevância”, garantindo que tem em Francisca Van Dunem “total confiança política para o exercício de funções”. O primeiro-ministro defendeu ainda que a ministra “agiu corretamente” neste caso.

Para além da polémica entre os partidos, o caso chegou inclusivamente a levar o desembargador José António Cunha a ameaçar processar a ministra, por ter violado as regras do concurso para a Procuradoria Europeia. O presidente da comarca judicial do Porto defende que era um candidato elegível, mas foi excluído pela ministra sem ter sido notificado de tal, em declarações ao Sexta às 9. Van Dunem argumenta, no entanto, que não violou regras.

Eduardo Cabrita sob pressão depois de morte no aeroporto

O mês passado foi outro o ministro que enfrentou fortes críticas da oposição, após a morte do cidadão ucraniano Ihor Homenyuk, em março, no Centro de Instalação Temporária do aeroporto de Lisboa. Tal como agora, acabou por ocorrer uma demissão, mas não do ministro da Administração Interna, tal como era exigido pelos partidos. Foi a diretora nacional do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), Cristina Gatões, que saiu.

Além disso, foi anunciada uma reforma do SEF, no seguimento do caso. No entanto, muitos partidos não consideraram essa reestruturação suficiente, e insistiram na saída de Eduardo Cabrita. Até Marcelo Rebelo de Sousa sugeriu a saída do ministro, usando a mesma expressão que levou à demissão da sua antecessora. Na altura, “disse que valia a pena pensar se quem, no plano da Administração Pública, exercia funções que tinham conduzido a certo resultado, seria indicada a mudança para essas mesmas pessoas”, explicou Marcelo em entrevista à TVI. “Usei há dias em Belém uma expressão que era paralela a essa num plano diferente”, acrescentou, concluindo, porém, que o resultando foi díspar em ambos os casos. O primeiro-ministro, António Costa, frisou que mantinha “total confiança” no ministro da Administração Interna, segurando Cabrita no Executivo e abrindo uma exceção para falar de política interna no exterior, tendo-se pronunciado em Bruxelas.

O sr. ministro fez o que lhe competia fazer. Assim que houve notícia do caso, mandou abrir um inquérito. O inquérito que mandou abrir foi o que permitiu apurar a totalidade da verdade. Comunicou imediatamente às autoridades judiciárias para procederem criminalmente. E assegurou, com a senhora Provedora de Justiça, um mecanismo ágil para poder ser feita a reparação devida à família por este ato bárbaro que ocorreu por parte de uma força de segurança”, afirmou Costa.

A morte de Ihor Homenyuk levou à acusação de três inspetores do SEF por homicídio qualificado, que estão em prisão domiciliária e cujo julgamento vai começar este ano.

Centeno e a “falha de comunicação” com Costa

Mário Centeno enfrentou algumas polémicas enquanto ministro das Finanças, tendo até recebido desaprovação dos partidos na sua saída, ao transitar para a presidência do Banco de Portugal. Mas um dos maiores casos relacionado com o antigo ministro prendeu-se com o Novo Banco, tendo na base um desentendimento com o primeiro-ministro.

Em causa estava um empréstimo de 850 milhões de euros ao Fundo de Resolução, posteriormente injetado no Novo Banco. Esta operação foi realizada um dia antes de o primeiro-ministro ter dito no Parlamento que não haveria qualquer reforço do empréstimo do Estado ao Fundo de Resolução “até haver resultados da auditoria” em curso.

Na altura, até o Presidente da República se pronunciou, apontando que concordava com o primeiro-ministro, afirmando que, por si, só se faria o empréstimo ao Novo Banco após a auditoria. Entretanto, Centeno admitiu que houve uma “falha de comunicação” com António Costa relativamente a este assunto, apesar de garantir que o primeiro-ministro sabia da injeção, uma vez que a decisão tinha passado pelo Conselho de Ministros.

O então ministro foi assim alvo de críticas por ter avançado com a injeção, sendo que alguns partidos chegaram a pedir a demissão de Centeno. “Mal vai um primeiro-ministro que mantém um ministro que não lhe foi leal, que tem a crítica pública do Presidente da República, que a bancada do PS não defendeu e que diz ser irresponsável fazer o que o primeiro-ministro anunciou”, disse Rui Rio quando exigiu a demissão de Centeno.

Mas, Costa e Centeno estiveram reunidos depois da polémica, num encontro que permitiu, segundo o comunicado do gabinete do primeiro-ministro na altura, esclarecer a “falha de comunicação” que existiu entre ambos. Costa reafirmou aí “a sua confiança pessoal e política” em Centeno.

Ana Mendes Godinho criticada por não ler relatórios e desvalorizar situação nos lares

Numa altura em que a pandemia tem um grande impacto nas empresas e as medidas de apoio ao emprego ganham uma nova dimensão, a ministra do Trabalho tem estado sob pressão. Mas a polémica mais grave ocorreu depois de Ana Mendes Godinho ter admitido, numa entrevista, que não leu o relatório da Ordem dos Médicos sobre um surto num lar em Reguengos.

Esta confissão motivou críticas de vários partidos e até pedidos de demissão. Marcelo Rebelo de Sousa mostrou-se crítico, reiterando que leu os relatórios, e que todos eles “são importantes”. Surgiram também críticas de que a ministra estava a desvalorizar a situação nos lares, por ter dito, na mesma entrevista, que a “dimensão dos surtos não é demasiado grande em termos de proporção”, referindo que são 3% do total dos lares e 0,5% das pessoas internadas em lares que estão afetadas pela doença.

António Costa saiu em defesa de Mendes Godinho dizendo que “não houve das palavras da ministra nenhuma tentativa de desvalorização da gravidade”. “Não vale a pena pedir demissão da ministra”, frisou. “Tem toda a minha confiança, está a fazer um excelente trabalho”, garantiu Costa, apontando, na altura, que estas “polémicas são artificiais”.

Depois de discussão sobre SNS, Marta Temido lida com pandemia

A ministra da Saúde é outro dos membros do Executivo cuja atuação é analisada à lupa pelos partidos. Apesar de os pedidos de demissão de Marta Temido se terem ficado por fações dos partidos — como o PSD-Porto e o PSD-Loures, o eurodeputado Nuno Melo ou o Aliança –, ainda antes da pandemia a ministra, era visada em várias críticas. O Serviço Nacional de Saúde tem ocupado um lugar de destaque nas discussões nos últimos anos, nomeadamente ao nível da Lei de Bases da Saúde.

A remodelação governamental, que ditou a saída da secretária de Estado Jamila Madeira, dividiu o PS e Temido chegou a ser repreendida em público pelo próprio primeiro-ministro numa reunião do Infarmed, o que revela como o nível de pressão do cargo. Até Marcelo Rebelo de Sousa deixou um recado à ministra, sinalizando, numa entrevista, que não existia margem para falhas no plano de vacinação contra a Covid-19, depois de se terem verificado algumas falhas com a vacina da gripe.

Ainda assim o primeiro-ministro tem mostrado confiança política em Marta Temido, apontando, em novembro, que esta “sai reforçada” pela forma como tem assumido a pasta durante a pandemia.

Constança Urbano de Sousa sai depois dos incêndios

Na primeira legislatura de António Costa contaram-se também alguns episódios de alta tensão com ministros, sendo o mais relevante o de Constança Urbano de Sousa. A ministra da Administração Interna na altura dos incêndios, em 2017 que vitimaram 106 pessoas, foi alvo de várias críticas, até do Presidente da República, uma pressão crescente que culminou num pedido de demissão, em outubro.

A então ministra tentou responder às críticas, chegando a apontar que demitir-se não ia resolver nada. O primeiro-ministro foi também reafirmando a sua confiança em Constança Urbano de Sousa. Foi apenas em outubro, cerca de quatro meses depois dos fogos em Pedrógão Grande, e quando o país voltou a ser assolado por uma nova vaga de incêndios, que chegou a demissão.

No entanto, Constança Urbano de Sousa adiantou, na carta de demissão, que pediu para sair após a tragédia em Pedrógão Grande, mas deu tempo a António Costa para encontrar um substituto. O primeiro-ministro ter-lhe-á pedido, na altura, para continuar em funções. Mas perante as críticas de Marcelo, a ministra acabou por avançar com o pedido de demissão formal.

Nessa altura, escreveu: “estão esgotadas todas as condições para me manter em funções, pelo que lhe apresento agora, formalmente, o meu pedido de demissão, que tem de aceitar, até para preservar a minha dignidade pessoal”, numa carta enviada a António Costa. O primeiro-ministro aceitou o pedido, dizendo que a agradecia “a dedicação e empenho com que serviu o país no desempenho das suas funções”.

Azeredo Lopes demite-se um ano depois de Tancos

Outra polémica que acabou por envolver a saída de um dos ministros de Costa foi o caso de Tancos, que também levou à demissão de um chefe do Exército. O assalto aos paióis de Tancos ocorreu em junho de 2017, sendo que cerca de três meses depois foi encontrado o material de guerra desaparecido. Azeredo Lopes apresentou a demissão do cargo de ministro da Defesa em outubro de 2018.

Inicialmente, Azeredo Lopes disse que assumia a “responsabilidade política” após o furto de material de guerra em Tancos pelo “simples facto de estar em funções”. O então ministro demarcou-se da situação, apontando mesmo que “no limite” podia “não ter havido furto”, uma afirmação que motivou várias críticas.

O ex-ministro da Defesa foi constituído arguido no âmbito do processo de Tancos, mas António Costa garantiu ter “total confiança” em Azeredo Lopes. Ainda assim, depois de vários pedidos de demissão dos partidos, nomeadamente do CDS, em outubro, o ministro da Defesa acabou por sair.

Azeredo Lopes justificou a saída para evitar que as Forças Armadas continuassem a ser “desgastadas pelo ataque político” e pelas “acusações” de que dizia estar a ser alvo. “Não podia, e digo-o de forma sentida, deixar que, no que de mim dependesse, as mesmas Forças Armadas fossem desgastadas pelo ataque político ao ministro que as tutela”, referiu Azeredo Lopes, na carta enviada ao primeiro-ministro.

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Há funcionários públicos que só vão receber dois euros de aumento líquido

Há funcionários públicos cujos salários líquidos só sobem dois euros, em 2021, porque grande parte dos aumentos será "absorvida" por impostos e contribuições sociais. Maioria perde 15% com descontos.

O Governo vai aumentar, em 2021, os salários de 148 mil funcionários públicos. As atualizações variam entre dez e 20 euros, mas apenas uma parte desses valores chegará efetivamente à carteira dos destinatários. Segundo os cálculos do ECO, em descontos, a maioria dos trabalhadores do Estado vai perder até 15% das anunciadas atualizações salariais. E há funcionários públicos que verão mesmo mais de 80% do seu aumento “absorvido” pelos impostos e contribuições, recebendo em termos líquidos menos de dois euros dos aumentos prometidos.

Depois de ter a anunciado um aumento de 30 euros do salário mínimo nacional (para 665 euros), o Governo chamou os sindicatos que representam os funcionários públicos para discutir as remunerações praticadas no Estado.

Inicialmente, o Executivo colocou em cima da mesa uma proposta que previa a subida em 20 euros do “salário mínimo” da Administração Pública para 665 euros e um aumento de dez euros do nível remuneratório imediatamente seguinte para 703,13 euros.

Nesse encontro, o secretário de Estado José Couto sinalizou, ainda assim, margem para uma “melhoria ligeira” dessa proposta, o que se acabou por traduzir num alargamento do universo de beneficiário de atualizações salariais em 2021.

Ou seja, este ano, há quatro níveis da tabela remuneratória única da Função Pública que serão aumentados. O quarto nível (na prática, o “salário mínimo” praticado no Estado) subirá 20 euros para 665 euros, isto é, igualando pela primeira vez desde 2018 o salário mínimo nacional. O quinto nível subirá dez euros para 703,13 euros, o sexto nível aumentará também dez euros para 750,26 euros e o sétimo nível crescerá dez euros para 801,91 euros.

Tudo somado, todos os funcionários públicos que hoje recebem menos de 800 euros terão aumentos em 2021, segundo fez notar a ministra Alexandra Leitão. Serão 148 mil os trabalhadores do Estado com atualizações salariais (dos quais cerca de 100 mil com aumentos de 20 euros, de acordo com os dados anteriormente divulgados pelo Governo), uma medida que custará 41 milhões de euros aos cofres públicos.

Em contrapartida, os sindicatos questionaram o Governo sobre o “retorno” que o Estado terá, por via de impostos e contribuições sociais, com estes aumentos — procurando aferir, assim, o custo líquido da medida em causa –, mas o Governo não deu resposta, garantiu aos jornalistas a líder do Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE).

Os cálculos do ECO mostram que, em descontos para a Segurança Social (ou para a Caixa Geral de Aposentações), ADSE e IRS, a maioria dos funcionários públicos “perderá” cerca de 15% dos aumentos prometidos.

É o caso de um trabalhador solteiro, sem dependentes, que esteja no quarto nível da tabela remuneratória. Em 2020, recebia 645,07 euros, todos os meses, em termos brutos. Desse valor, quase 94 euros não chegavam ao seu bolso, sendo “absorvidos” pelos referidos descontos. Ou seja, em termos líquidos, recebia 551,53 euros.

Em 2021, passará a ganhar, também em termos líquidos, 568,58 euros, mais 17,05 euros do que em 2020. Ou seja, dos 20 euros de aumento prometidos para este nível remuneratório, 14,5% (quase três euros) serão “absorvidos” pela ADSE e Segurança Social (ou Caixa Geral de Aposentações).

Neste caso, não se aplica qualquer taxa de retenção na fonte, razão pela qual também os trabalhadores casados (um ou dois titulares), com ou sem dependentes, com este salário terão a mesma fatia do aumento “absorvida” pela ADSE e pelas contribuições sociais.

Há, por outro lado, funcionários públicos aos quais os referidos descontos irão “roubar” uma fatia bem mais significativa dos aumentos. De acordo com as simulações feitas pelo ECO, há um grupo de trabalhadores que sobe de nível nas tabelas de retenção na fonte com os salários aumentados, aumentando, assim, o IRS a pagar mensalmente.

Em causa estão os funcionários públicos casados (um titular), com menos de três dependentes, e que estejam no sétimo nível da tabela remuneratória, isto é, cujo salário subirá de 791,91 euros para 801,91 euros, este ano.

Para estes trabalhadores do Estado, uma grande parte do aumento será “absorvido” pelos descontos mensais. No caso de um contribuinte nessas condições (casado, um titular, na sétima posição da tabela da Função Pública) ter, por exemplo, um filho, a taxa de IRS passará de 1% para 1,8%, o que significa que terá de reter 14,43 euros do salário, em 2021, mais 6,52 euros do que em 2020.

Assim, dos dez euros de aumento prometido, 7,97 euros (6,52 euros de IRS, aos quais se soma o acréscimo da ADSE e das contribuições sociais resultante da subida do salário) não chegarão ao seu bolso, isto é, quase 80% do aumento não será sentido pelo funcionário.

E se esse mesmo trabalhador não tiver filhos? Nesse caso, a taxa de retenção na fonte em 2020 era de 4,8% e passará agora a ser 5,6%. Esse funcionário público passará a descontar, todos os meses, em IRS mais 6,9 euros do que no último ano.

A esse valor soma-se o acréscimo da ADSE e contribuições sociais resultante da subida do salário. Resultado: dos dez euros de aumento (bruto), este trabalhador receberá, em termos líquidos, 1,65 euros, ficando uma fatia de 83,45% da atualização salarial retida nos vários descontos.

Já se esse mesmo trabalhador tiver dois dependentes, quase 87% do aumento é “absorvido” pela ADSE, IRS e contribuições sociais.

Neste caso, o trabalhador passa a ter de fazer retenção na fonte (exigência que não era colocada em 2020), descontando todos os meses 7,22 euros do seu ordenado. No total, “perde” em descontos 123,49 euros do seu salário bruto, todos os meses, isto é, o seu vencimento líquido em 2021 será de 678,42 euros, apenas mais 1,33 euros do que em 2020.

Já para os trabalhadores que estão no quinto e no sexto níveis da tabela remuneratória da Função Pública, a fatia do aumento que ficará retida em impostos e contribuições tende a ser menor, até porque a atualização não é suficientemente expressiva para saltarem de escalão nas tabelas de retenção na fonte de IRS, como acontece com o grupo anterior.

Por exemplo, um funcionário público casado (dois titulares), com dois dependentes e um salário de 791,91 euros descontava, em 2020, 142,54 euros todos os meses (87,11 euros em contribuições sociais, 27,72 euros para a ADSE e 27,72 euros em retenção na fonte de IRS), ficando com uma remuneração líquida de 649,37 euros.

Este ano, terá um aumento de dez euros, passando a receber, em termos brutos, 801,91 euros. Em termos líquidos, receberá 658,37 euros, mais nove euros do que em 2020, ou seja, um euro (quase 10%) do aumento prometido será absorvido pelos impostos e contribuições sociais.

Questionada sobre o impacto dos impostos e contribuições sociais nos aumentos, a ministra da Função Pública deixou a garantia de que nenhum dos funcionários públicos terá, em termos líquidos, um valor mais baixo do que aquele que recebia em 2020, o que se confirma pelas simulações feitas pelo ECO.

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Empresas aguentam novo confinamento? “Impacto vai ser grande”

Portugal vai entrar num novo confinamento. Da hotelaria à restauração, da cultura ao automóvel, do pequeno comércio aos grandes negócios, todos temem o que aí vem.

Estabelecimentos comerciais encerrados na baixa de Lisboa - 07ABR20

Portugal, tal como muitos outros países a nível mundial, está a assistir a um forte aumento do número de novos casos de infeção pelo novo coronavírus. Estão a atingir-se recordes dia após dia, aumentando a pressão sobre o Serviço Nacional de Saúde (SNS), pelo que a solução vai passar por um novo confinamento “muito semelhante” ao de março. E isso vai ter impacto.

O objetivo do Governo é o de travar a pandemia. Procura, com este novo confinamento, proteger a saúde dos cidadãos, mas a medida dura, que António Costa sempre defendeu que não poderia voltar a ser tomada, vai ter um forte impacto na economia. Vai pesar nas contas públicas, mas principalmente vai afetar as receitas de muitos setores de atividade.

Da hotelaria à restauração, à cultura e ao automóvel, do pequeno comércio aos grandes negócios, todos temem o que aí vem. Ao ECO chegam alertas para o impacto avassalador de fechar portas por causa da Covid-19. E alertas para a necessidade de rapidez nos apoios, bem como o lançamentos de novas medidas que ajudem as empresas a superar mais este embate da pandemia.

Restauração com quebras de 70%. Temem-se as insolvências

Os impactos da pandemia nos setores da restauração não são novidade, mas são cada vez mais acentuados e, podem tornar-se dramáticos com o novo confinamento. Com mais de 40 anos de existência, o restaurante “O Edmundo”, situado em Benfica, tem tido quebras de 70% a partir de novembro, em consequência do encerramento aos fins de semana, bem como da redução de horário aos dias de semana para as 22h30. “Tenho 35 empregados e é pouco tempo para faturar. Não chega sequer para as despesas, para pagar os 35 vencimentos quanto mais pagar outros encargos”, lamenta José Martins, um dos três proprietários deste espaço, em declarações ao ECO.

Longe vão os tempos em que este estabelecimento servia, em média, 600 refeições por dia. “Neste momento sirvo 100 refeições”, atira José Martins, acrescentando que nem o take away tem conseguido salvar o negócio, já que representa uma fatia muito reduzida. “Quando havia normalidade, vendia 40 doses para fora, neste momento vendo 10”, explica.

No início da pandemia, “o Edmundo” teve todos os seus funcionários em lay-off “durante dois meses” e até então tem conseguido aguentar à custa das poupanças dos proprietários. Em novembro, a gerência candidatou-se ao programa Apoiar, mas ainda não recebeu quaisquer verbas. “Sozinho, já tinha fechado. Já tinha gasto todas as minhas poupanças de trabalho”, admite. E com este novo confinamento, que deverá determinar o encerramento da restauração, as perspetivas não são animadoras. “O impacto vai ser grande. Posso-lhe dizer que nestes 15 dias vou perder cerca de 40 mil euros“, revela o proprietário.

Apesar de concordar com o novo confinamento, José Martins considera que este “devia ser a 100%”, isto é, “para toda a gente” e defende que o Governo deveria ter anunciado a decisão “com mais antecedência”. Além disso, apela ao Executivo que sejam lançados mais apoios para fazer face ao impacto económico, dado que “quando o dinheiro dos sócios acabar, as empresas não conseguem sobreviver por elas”. Apesar das dificuldades assumidas, para o futuro, o dono de “Edmundo” espera aguentar o negócio “até junho, com este confinamento e estes horários”. “Se chegarmos a junho e não houver soluções é melhor abrir falência”, aponta.

"A questão não é se os meus restaurantes estão preparados para um novo confinamento – que não estão. A questão é saber se as minhas empresas estão preparadas para sobreviver a mais um confinamento — porque se o Estado fizer como no último lay-off, em que ainda estou à espera dos pagamentos dos últimos dois meses, não sei o que poderá acontecer.”

Vítor Sobral

Chef

A situação repete-se no grupo Avillez bem como nos restaurantes do chef Vítor Sobral, com efeitos ainda mais avassaladores. A pandemia levou a que o chef José Avillez tivesse de fechar seis restaurantes e restruturasse as equipas. “O momento dramático que enfrentamos há quase um ano pela propagação do Covid-19, abalou-nos fortemente, bem como a toda a área da restauração, a nível nacional e internacional”, assinala o chef, ao ECO. Nesse contexto, o grupo tem ainda “temporariamente” dois destes seis estabelecimentos encerrados e assegura que tem recorrido “aos apoios disponíveis”, sem, no entanto, mencionar quais.

Ao mesmo tempo, nos restaurantes do chef Vítor Sobral a pandemia originou quebras de faturação entre os 75% os 80%, levando a que ainda 50% dos trabalhadores estejam em lay-off. Com mais de 100 funcionários a seu cargo, em meados de setembro o chef português havia admitido que poderia não ter capacidade para manter a sua estrutura no setor alimentar e da restauração, caso o país fosse forçado a um confinamento equivalente ao do estado de emergência, situação que agora se concretizará.

Nesse sentido, e apesar de “não conseguir estimar um valor” relativamente ao impacto económico que o novo confinamento vai trazer, dá como certo que o lay-off seja alargado a 75% dos seus funcionários. “A questão não é se os meus restaurantes estão preparados para um novo confinamento – que não estão. A questão é saber se as minhas empresas estão preparadas para sobreviver a mais um confinamento — porque se o Estado fizer como no último lay-off, em que ainda estou à espera dos pagamentos dos últimos dois meses, não sei o que poderá acontecer”, crítica.

Nesse sentido, e tal como o dono de “O Edmundo”, pede mais apoios, defendendo que o Governo devia “fixar uma determinada percentagem dos impostos pagos nos últimos 5 anos e retribuir esse valor às empresas”. “Seria a forma mais justa de compensar os que cumprem as suas obrigações fiscais“, aponta.

Ao mesmo tempo, quanto ao novo confinamento que aí vem, o grupo Avillez garante que vai “adotar as medidas que forem anunciadas”, e à semelhança do chef Vítor Sobral, considera que “não é possível avaliar o impacto”, já que não são conhecidos os “detalhes” do plano do Governo. Apesar do “impacto económico grave”, até ao final de janeiro assegura que vai continuar “a preparar refeições solidárias” para apoiar a Junta de Freguesia de Santa Maria Maior e”, em princípio”, “manter o take-away do Bairro do Avillez com serviço de delivery através da Uber Eats”.

Novo lockdown assusta turismo. Setor ajusta-se, mas pede apoios

À semelhança da restauração, também o setor hoteleiro tem sido um dos mais afetados pela pandemia do novo coronavírus, uma vez que Portugal é em grande parte dependente do turismo. Com “mais de metade” dos hotéis Tivoli encerrados, o grupo teve no ano passado resultados dramáticos. “No ano 2020 tivemos um impacto negativo nunca antes vivido, atingimos uma quebra acima de 70% de faturação comparado com ano de 2019″, aponta Miguel Garcia, diretor Regional de Operações e diretor geral do Tivoli Avenida Liberdade, ao ECO.

Na sequência do impacto da pandemia, o grupo recorreu a “vários apoios à tesouraria, fiscais e à manutenção de postos de trabalho” em Portugal, bem como noutros países onde detém operações, revela o responsável. E se o grupo antecipava que o primeiro trimestre deste ano “fosse muito identifico ao último trimestre de 2020”, a verdade é que não contavam “com esta terceira vaga e um novo lockdown“, assinala Miguel Garcia.

Nesse contexto, o grupo sinaliza ainda que “não há outra alternativa senão continuarmos a ajustar-nos às circunstâncias e desafios” que a pandemia tem trazido. Ainda assim, o diretor-geral do Tivoli Avenida da Liberdade teme que a recuperação demore mais tempo do que o esperado e diz que “são necessários mais apoios específicos para o turismo“, uma vez que “nenhuma outra indústria teve tanto impacto quanto o turismo”. “O que mais nos preocupa neste momento é que a recuperação não se inicie no início do segundo trimestre e que se arraste para o terceiro trimestre. Se o plano de vacinações não tiver sucesso globalmente e se rapidamente os países não começarem a controlar a pandemia, tememos que o primeiro semestre esteja totalmente perdido”, avisa.

Alojamento local precisa de apoios que “cheguem efetivamente” ao terreno

O impacto da pandemia no turismo, que travou as viagens e passeios, atingiu em força o alojamento turístico. A Cidadepica, que tem vários espaços de Alojamento Local na zona das Janelas Verdes, já viu uma redução de cerca de 80% do volume de negócios em 2020, situação que deverá continuar agora com o novo confinamento.

Para fazer face à situação, a empresa tentou aceder aos apoios do Governo, mas não eram elegíveis. “São processos demasiado burocráticos que encontram sempre argumentos para deixar de fora a maioria dos players neste setor”, aponta o gerente ao ECO. Mesmo assim, Salvador Chaves da Cunha defende que não são necessários mais apoios, mas sim que os que existem cheguem efetivamente ao terreno e que sejam ampliados os critérios.

Quanto ao futuro, a “expectativa é que as poucas reservas que temos para as próximas semanas venham a ser canceladas”, diz. Perspetivas que se estendem também para os próximos meses. “A nossa expectativa é que não existam muitas reservas nos próximos meses, antes dos efeitos das vacinas poderem ser visíveis no regresso à normalidade”, reitera o responsável por estes espaços de Alojamento Local.

Confinamento “não vai ser fácil” para os ginásios sem mais apoios

Os ginásios encontram-se entre os estabelecimentos que poderão ter de fechar portas no novo confinamento, à semelhança do que aconteceu em março. Mesmo com a experiência que já foi sendo adquirida, “nunca estamos prontos para enfrentar confinamento”, reitera Juan de Río, CEO do Grupo VivaGym, da qual faz parte o Fitness Hut, ao ECO.

O CEO aponta que navegar as novas restrições “não vai ser fácil”, mesmo já tendo passado por isto antes. O foco vai estar em “tentar manter uma boa plataforma online para apoiar membros, tratar dos empregados e na poupança de custos”. O grupo já recorreu a algum financiamento, apesar de não ter recebido apoios diretos do Governo. Ainda assim, não tem dúvidas de que serão precisos mais apoios.

A pandemia tem trazido perda de membros no grupo e em Portugal, bem como um “alto nível de volatilidade”, principalmente numa altura em que as pessoas passaram a tomar mais rápido a decisão de deixar os ginásios. Esta situação é assim um “desafio”, sendo que levou até que o grupo não conseguisse concretizar as cinco novas aberturas de espaços que estavam planeadas em Portugal.

Automóvel teme ficar em situação “muito complicada”

No primeiro confinamento, as vendas de automóveis afundaram a pique — levando a que 2020 tenha terminado com uma quebra de mais de 30% em termos de novas matrículas. Neste segundo confinamento, os efeitos vão sentir-se, mas a dimensão destes “depende do período de duração desta paragem”, diz Hélder Pedro. “O setor teve a segunda maior queda percentual da União Europeia e, a haver nova paragem, a situação será muito complicada para as empresas”, refere o secretário-geral da ACAP ao ECO.

"O setor [automóvel] teve a segunda maior queda percentual da União Europeia e, a haver nova paragem, a situação será muito complicada para as empresas.”

Hélder Pedro

Secretário-geral da ACAP

“Se a situação se prolongar para além dos quinze que estão previstos, a situação das empresas do setor ficará muito complicada”. Hélder Pedro lembra que o setor automóvel “tem um Protocolo Sanitário específico, pelo que consideramos que as empresas cumprem todas as regras sanitárias”. “Compreendemos que a situação do país é muito complicada mas” considera “fundamental que, pelo menos e a exemplo do que se passou em março e abril, continuem como setores essenciais (e que poderão estar abertos) os serviços de reparação automóvel e comercialização de peças nas várias áreas que compõem o nosso setor”.

Antecipando já os efeitos que este “fecho” do país por causa da pandemia poderá vir a ter no setor, a ACAP pede, “para além da rapidez das medidas transversais de apoio às empresas”, que o Governo ponha em marcha “um plano de estímulo à procura, tal como existe em Espanha ou França”, apontando, por exemplo, para o incentivo ao abate de veículos em fim de vida.

Centros comerciais pedem para manter portas abertas. Ou então, querem apoios

Ainda não é certo quais são as medidas exatas para o novo confinamento, mas os shoppings pedem para ficarem abertos. A Associação Portuguesa de Centros Comerciais (APCC) lançou um apelo ao Estado para não exigir uma obrigatoriedade de encerramento da quase totalidade das atividades dos centros comerciais, recordando que o setor já gastou mais de 600 milhões de euros no apoio aos lojistas.

“Acreditamos que o mais prudente seria o Governo permitir que todas as atividades nos centros comerciais continuem abertas, para garantir que os portugueses têm espaços seguros e controlados para atender às suas necessidades”, refere António Sampaio de Mattos, presidente da APCC, citado em comunicado.

A associação sublinha que não foi identificado qualquer surto com origem nestes estabelecimentos comerciais desde o princípio da pandemia. Pede, no entanto, que caso o Governo decida avançar com medidas restritivas, que sejam implementadas ajudas diretas aos lojistas e aos próprios shoppings.

Para lojas, já foi difícil “aguentar o barco”. Agora, serão precisos mais apoios

As lojas poderão também ter de fechar portas neste novo confinamento, segundo admitiu já o Governo. As restrições vão trazer um “impacto negativo” para um setor que já teve dificuldade em “aguentar o barco até hoje”, e vão “ser precisos mais apoios”, defende o sócio gerente do Armazém das Malhas.

“Um novo confinamento prejudica diretamente toda a cadeia, desde a produção até à venda ao cliente final. Terá com certeza um impacto negativo com consequências que ainda não conseguimos prever”, aponta Tiago Luís ao ECO. Nesta altura, os fatores que têm ajudado o negócio são o facto de ter uma presença online e também ter trabalhado para o mercado interno, o que “atenua as perdas”.

Ainda assim, a empresa já teve de recorrer ao lay-off, em março do ano passado, que foi, no entanto “pouco eficaz” e não teve “em conta as necessidades das micro e pequenas empresas”. O Armazém das Malhas teve também apoio da Câmara Municipal de Lisboa através do fundo de apoio às lojas com história.

Um novo confinamento prejudica diretamente toda a cadeia, desde a produção até à venda ao cliente final. Terá com certeza um impacto negativo com consequências que ainda não conseguimos prever.

Tiago Luís

Sócio gerente do Armazém das Malhas.

Mesmo com estas ajudas, para fazer face ao impacto que ainda aí vem, “são precisos mais apoios que ajudem realmente as empresas nas suas necessidades decorrentes desta adversidade”. O responsável defende que os apoios a fundo perdido são “uma das poucas opções viáveis”, ainda que tenha que “ser justo e de acordo com as reais necessidades de cada negócio”.

No teatro, “ordenados estão em risco” e despesas são “difíceis de cobrir”

Outro dos setores bastante afetados pela pandemia tem sido a cultura. Para a Barraca, companhia de teatro, este período trouxe “um grande saldo negativo”, de tal forma que “o dinheiro está mesmo a acabar”, e o novo confinamento veio complicar o cenário. O grupo aponta que “todas as verbas resultantes de apoios e curtas e raras receitas foram aplicadas no pagamento de salários e na enorme carga de impostos que nunca abrandou”.

Tendo em conta a situação atual, “os ordenados estão em risco e as despesas de estreia são muito difíceis de cobrir”, sinaliza o grupo, num post publicado no Facebook. A companhia vai ter de aguardar o levantamento do confinamento para avançar com uma nova data de estreia do espetáculo que estava previsto acontecer.

Para a Barraca, “o público adulto e escolar costuma cobrir anualmente um terço das despesas”, mas o “seu lugar foi preenchido este ano por um enorme vazio”. Ainda assim, todos os empregados receberam os ordenados, sendo que “com um baixíssimo apoio do Estado”, mantiveram “durante todo este ano de catástrofe mundial mesmo aqueles que se encontram pagos a recibos verdes, cujo compromisso com a Companhia se limita à programação temporária”.

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Marcelo junta-se a lista de políticos infetados com Covid-19

  • Lusa
  • 12 Janeiro 2021

É já longa a lista de chefes de Estado e de Governo infetados com a Covid-19. Marcelo junta-se a políticos como Macron, Trump ou Bolsonaro.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, tornou-se o mais recente chefe de Estado infetado com covid-19, depois de outros, como Emmanuel Macron, Donald Trump ou Jair Bolsonaro, terem contraído e superado a doença. Marcelo Rebelo de Sousa teve um teste positivo de diagnóstico ao novo coronavírus, mas está assintomático, e cancelou toda a sua agenda para os próximos dias, anunciou hoje a Presidência da República.

Eis uma lista de chefes de Estado e de Governo que contraíram o novo coronavírus nos últimos meses:

  • Emmanuel Mácron: o Presidente francês foi infetado em dezembro com covid-19, após ter apresentado “sintomas da doença”. Macron recebeu o diagnóstico dia 17 de dezembro, um dia depois de uma reunião presencial, em Paris, com o chefe do Governo português, António Costa, que ficou em isolamento profilático por 14 dias, mas não chegou a contrair o vírus.
  • Donald Trump: O Presidente dos Estados Unidos anunciou a 2 de outubro ter tido um teste positivo para o novo coronavírus, assim como a mulher, Melania. Após um teste negativo ao fim de dez dias, Trump retomou a sua campanha presidencial, considerando-se “imunizado” contra a covid-19.
  • Jair Bolsonaro: Entre as personalidades políticas que testaram positivo para o novo coronavírus está também o Presidente do Brasil, que anunciou estar infetado em 07 de julho. Bolsonaro sempre minimizou a gravidade da pandemia, não usou máscara em várias ocasiões, mesmo quando já estava infetado.
  • Boris Johnson: O primeiro-ministro foi infetado no final de março. Depois de uma semana nos cuidados intensivos e duas semanas de recuperação, o primeiro-ministro britânico voltou ao trabalho no final de abril.
  • O primeiro-ministro eslovaco, Igor Matovic, anunciou em 18 de dezembro estar infetado, uma semana após uma cimeira da União Europeia em Bruxelas em que participara Emmanuel Macron, cuja contaminação fora anunciada na véspera.
  • Sílvio Berlusconi: O ex-chefe de Governo italiano foi hospitalizado durante 10 dias no início de setembro.
  • Ambrose Dlamini: Primeiro-ministro de Eswatini (ex-Suazilândia), de 52 anos, foi o primeiro chefe de governo a morrer de covid-19. Foi hospitalizado na África do Sul no dia 1 de dezembro, mais de duas semanas após o diagnóstico positivo, e morreu alguns dias depois.
  • Giscard d’Estaing: O ex-Presidente francês morreu em 02 de dezembro, aos 94 anos, em consequência da covid-19.
  • O Presidente do Burundi, Pierre Buyoya, morreu a 17 de dezembro em Paris aos 71 anos, vítima de covid-19.
  • Mikhail Mishustin: O primeiro-ministro russo, de 54 anos, anunciou, a 30 de abril, que testara positivo para o coronavírus, o que lançou o alarme no Governo e motivou uma proteção especial do Presidente, Vladimir Putin.
  • Nuno Gomes Nabiam: O primeiro-ministro da Guiné-Bissau anunciou no final de abril que estava infetado.
  • Michel Barnier e David Frost: Diagnosticado em 19 de março, o principal negociador da União Europeia para o ‘Brexit’ retomou os trabalhos em meados de abril. O seu homólogo britânico, David Frost, também esteve infetado pelo novo coronavírus.
  • Alberto II do Mónaco: O chefe de Estado do principado, de 62 anos, anunciou em março que estava infetado e cumpriu uma rigorosa quarentena, tendo superado a doença no último dia desse mês.
  • Carlos de Inglaterra: O herdeiro da coroa britânica, de 71 anos, foi infetado a 25 de março, em pleno pico da pandemia.
  • Nikol Pachinian: O primeiro-ministro arménio anunciou estar infetado em 1 de junho.
  • Jeanine Añez: A Presidente interina da Bolívia recebeu um teste a confirmar estar doente e mais de um terço do seu governo foi infetado.
  • Alejandro Giammatei: O Presidente da Guatemala anunciou que foi infetado em 18 de setembro.
  • Avdullah Hoti: O primeiro-ministro do Kosovo foi infetado no início de agosto.

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.934.693 mortos resultantes de mais de 90,1 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP. Em Portugal, morreram 7.925 pessoas dos 489.293 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

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Segundo teste de Marcelo Rebelo de Sousa dá negativo

O Presidente da República testou positivo ao novo coronavírus e está assintomático. Num segundo teste realizado durante a noite, Marcelo testou negativo, mas mantém-se em isolamento.

O Presidente da República foi diagnosticado com Covid-19. Marcelo Rebelo de Sousa testou positivo ao novo coronavírus pelas 21h40 desta segunda-feira, confirmou fonte oficial de Belém, mas “está assintomático”. Contudo, um segundo teste realizado esta madrugada pelo Instituto Ricardo Jorge deu um resultado negativo.

“Tendo o Presidente da República testado negativo ontem [domingo], e apesar do teste antigénio de hoje [segunda-feira] ser negativo, soube-se agora, às 21h40, que o teste PCR deu positivo”, lê-se numa nota publicada no site da Presidência da República. Numa nota divulgada esta terça-feira, a Presidência revela que “o resultado do teste realizado esta noite pelo Instituto Ricardo Jorge foi negativo”. Haverá ainda um terceiro teste: “O Presidente da República mantém-se em isolamento e aguarda a realização de um teste confirmativo”.

O comunicado inicial indicava que Marcelo Rebelo de Sousa deu conta do diagnóstico “ao Presidente da Assembleia da República”, Eduardo Ferro Rodrigues, ao primeiro-ministro, António Costa, e à ministra da Saúde, Marta Temido.

“Encontrando-se a trabalhar em Belém, aí ficou e ficará em isolamento profilático na zona residencial, aguardando o inquérito epidemiológico”, refere ainda a nota da Presidência.

Marcelo Rebelo de Sousa, que é recandidato ao cargo nas eleições Presidenciais do próximo dia 24 de janeiro, “cancelou toda a agenda para os próximos dias”, a começar pela “sessão com os peritos no Infarmed e a audição dos partidos políticos prevista para esta terça-feira.

Contudo, irá assistir à reunião uma vez na nota desta terça-feira o Presidente da República revela que “enquanto aguarda pelo resultado, bem como pelas subsequentes orientações das autoridades de saúde, o Presidente da República assistirá, por videoconferência, à reunião desta manhã no Infarmed”.

Costa deseja “rápida recuperação”

O primeiro-ministro desejou “rápida e completa recuperação” ao Presidente da República, que testou positivo ao novo coronavírus, adiantando que já falou com o chefe de Estado ao telefone e que manterá com ele “contacto permanente”.

“Tomei conhecimento do teste covid-19 positivo do Presidente da República. Já falámos ao telefone esta noite, pois quis inteirar-me do seu estado de saúde. Manteremos o contacto permanente e desejo-lhe votos sinceros de rápida e completa recuperação”, escreveu António Costa na sua conta pessoal na rede social Twitter.

Charles Michel deseja as melhoras a Marcelo

O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, desejou as melhoras ao Presidente da República, esperando que a recuperação seja “rápida e completa”. “Estou certo de que irá ultrapassar esta fase difícil e juntos venceremos nesta luta contra a pandemia“, escreveu Michel no Twitter esta terça-feira.

(Notícia atualizada pela última vez às 9h42 de 12/01/2021)

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Ford anuncia encerramento de fábricas no Brasil

  • Lusa
  • 11 Janeiro 2021

A Ford vai deixar de produzir automóveis nas três fábricas que tem no Brasil, devido ao impacto da Covid-19. Manterá no país a sua sede regional.

A Ford anunciou que encerrará a produção de veículos nas fábricas no Brasil em 2021 e deverá manter no país apenas um centro de desenvolvimento de produto, um campo de provas e a sua sede regional. A decisão pode provocar o corte de 5 mil trabalhadores no país, de acordo com estimativas da Bloomberg.

Deste modo, a Ford Brasil encerrará a produção nas fábricas de Camaçari, no estado da Bahia, a fábrica em Taubaté, no estado de São Paulo, e uma fábrica na cidade de Horizonte, no Ceará, durante este ano. Os veículos da Ford já fabricados no Brasil serão vendidos até ao fim dos estoques. Na sequência, a empresa encerrará as vendas dos automóveis dos modelos EcoSport, Ford Ka e T4.

A empresa justificou que o fecho ocorre “à medida que a pandemia de Covid-19 amplia a persistente capacidade ociosa da indústria e a redução das vendas, resultando em anos de perdas significativas”.

Jim Farley, presidente e CEO da Ford, afirmou, no mesmo comunicado, saber que “essas são ações muito difíceis, mas necessárias, para a criação de um negócio saudável e sustentável”. “Estamos mudando para um modelo de negócios ágil e enxuto ao encerrar a produção no Brasil, atendendo nossos consumidores com alguns dos produtos mais empolgantes do nosso portfólio global. Vamos também acelerar a disponibilidade dos benefícios trazidos pela conectividade, eletrificação e tecnologias autónomas”, acrescentou.

O fabricante de automóveis norte-americano informou irá promover a colaboração dos sindicatos de trabalhadores e outros parceiros no desenvolvimento de um plano para minimizar os impactos do encerramento da produção.

“Trabalharemos intensamente com os sindicatos, nossos funcionários e outros parceiros para desenvolver medidas que ajudem a enfrentar o difícil impacto desse anúncio”, salientou Lyle Watters, presidente da Ford América do Sul e Grupo de Mercados Internacionais.

“Quero enfatizar que estamos comprometidos com a região para o longo prazo e continuaremos a oferecer aos nossos clientes ampla assistência e cobertura de vendas, serviços e garantia”, concluiu.

A empresa destacou que o fecho das fábricas no Brasil terá impacto de aproximadamente 4,1 mil milhões de dólares (3,3 mil milhões de euros) em despesas não recorrentes, incluindo cerca de 2,5 mil milhões de dólares (2 mil milhões de euros) em 2020 e 1,6 mil milhões de dólares (1,3 mil milhões de euros) em 2021.

Segundo a Ford, “aproximadamente 1,6 mil milhões de dólares será relacionado ao impacto” contabilístico “atribuído à baixa de créditos fiscais, depreciação acelerada e amortização de ativos fixos.” “Os valores remanescentes de aproximadamente 2,5 mil milhões de dólares impactarão diretamente o caixa [tesouraria] e estão, em sua maioria, relacionados a compensações, rescisões, acordos e outros pagamentos”, concluiu a empresa.

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Incerteza política penaliza Wall Street e Tesla cai quase 8%

As bolsas norte-americanas afastaram-se de máximos históricos no dia em que o Congresso avançou com uma nova tentativa para destituir Donald Trump do cargo de presidente dos EUA.

As bolsas norte-americanas entraram na semana a perder valor. Os incidentes políticos e sociais dos últimos dias pesaram no sentimento dos investidores, que aproveitaram os recentes máximos históricos para realizarem mais-valias.

Enquanto o S&P 500 caiu 0,65%, para 3,799,75 pontos, o industrial Dow Jones perdeu 0,31%, para 31.002,46 pontos. Simultaneamente, o Nasdaq derrapou 1,25%, para 13.037,23 pontos, uma queda maior que é justificada com as perdas mais acentuadas por parte de algumas das grandes empresas de tecnologia.

Depois de uma queda superior a 10% no arranque das negociações, o Twitter recuperou parcialmente. Mesmo assim, a rede social encerrou com uma desvalorização de 6,43%. Cada título da empresa vale agora 48,17 dólares, depois da reação negativa dos investidores à decisão da empresa de expulsar permanentemente o presidente dos EUA da plataforma.

Dias depois do ataque ao Capitólio, perpetrado por apoiantes de Donald Trump, o Partido Democrata na Câmara dos Representantes formalizou esta segunda-feira uma acusação ao presidente dos EUA que coloca em marcha a segunda tentativa de destituição do chefe de Estado cessante.

A notícia está a gerar incerteza nas bolsas e a condicionar as negociações. O Facebook perdeu 4,01%, para 256,84 dólares, enquanto a Apple recuou 2,32%, para 128,98 dólares cada ação. A Tesla, que entrou recentemente no S&P 500, pressionou o índice de referência ao cair 7,91%, para 810,45 dólares.

Na indústria, destaque negativo para a Boeing. A fabricante viu os títulos caírem 1,51%, para 206,73 dólares, no rescaldo de um acidente com um avião Boeing 737-500, que tinha descolado de Jacarta (Indonésia) no sábado, com destino a Pontianak.

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Zurich renova rede comercial para responder aos mediadores

  • ECO Seguros
  • 11 Janeiro 2021

A seguradora criou uma nova zona comercial no país para assegurar um melhor acompanhamento dos cerca de 2.500 agentes de seguros com que conta na sua rede de distribuição.

A Zurich Portugal passou a ter quatro áreas de coordenação comercial “para fazer face ao aumento da rede de mediação” o que segundo a companhia implica que “os recursos estejam cada vez mais focalizados e próximos do terreno, de modo a assegurar o adequado acompanhamento dos parceiros de negócio”.

A Zurich passa agora a ter quatro zonas de coordenação comercial. Norte e Ilhas, que inclui as áreas do Tâmega, Grande Porto, Aveiro, Açores e Madeira, terá Jorge Pinto como coordenador. Norte Interior, que abrange Bragança, Vila Real, Beira Interior, Viseu e Minho, será área coordenada por César Lima.

Na região Centro a liderança será de Pedro Dinis e vai continuar a atuar nas regiões de Coimbra, Leiria, Ribatejo e Oeste. A região Sul é coordenada por Pedro Costa, abrangendo a Grande Lisboa, Península de Setúbal, Alto e Baixo Alentejo e Algarve.

A reorganização, que criou mais uma zona de coordenação com parte da antiga zona Norte e das ilhas vai ao encontro, segundo a Zurich, “das oportunidades e desafios do mercado, reforçando a dinâmica comercial” junto da rede de mediação.

A Zurich Portugal conta com cerca de 500 colaboradores, 19 escritórios próprios e uma rede de mais de 2.500 Agentes de Seguros que servem, segundo a companhia, mais de 620 mil clientes.

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