Leão antecipa default das linhas de crédito Covid superior a 16%

Sinistralidade estimada para as linhas de crédito Covid-19 ascende a 1.119,8 milhões de euros, 16% do total de emissões estimadas de contragarantias. Mas João Leão antecipa que o valor será superior.

O Banco Português de Fomento prevê uma sinistralidade de 16,5% nas linhas de crédito lançadas para ajudar a dar liquidez às empresas em tempos de pandemia. Mas o ministro das Finanças antecipa que o nível de default vai ser mais elevado e isso obrigará a rever em alta o impacto nas contas públicas tanto este ano como no próximo.

“Temos dado apoios significativos às empresas, quer no apoiar dos custos fixos do trabalho, quer dos custos fixos das empresas. E um dos apoios tem sido ao nível do financiamento com linhas de crédito massivas com garantia do Estado”, disse esta sexta-feira o ministro das Finanças. “Quer nas contas do Orçamento que vamos fazer para 2021, quer para 2022, os efeitos que isso vai ter nas contas públicas vão ser mais evidentes. Vamos rever bastante em alta, os custos associados a esses apoios que resultam das linhas com garantia do Estado”, revelou João Leão, quando questionado sobre o peso que teria uma eventual execução das garantias pública no âmbito das linhas Covid, na conferência de imprensa após o INE ter revelado que Portugal revistou um défice de 5,7% em 2020.

Vamos rever bastante em alta, os custos associados a esses apoios que resultam das linhas com garantia do Estado.

João Leão

Ministro das Finanças

De acordo com a informação que o Banco de Fomento avançou ao Tribunal de Contas, referente a 30 de setembro do ano passado, para as oito linhas que tinham sido lançadas até então estava prevista uma taxa de sinistralidade média de 16,5%. De fora desta média fica uma linha específica — Produto Garantias Financeiras Covid-19 – que tem prevista uma sinistralidade de 100%.

E, de acordo com as regras, a garantia prestada pelas sociedades de garantia mútua cobre até 90% do capital em dívida e a contragarantia prestada pelo Fundo de Contra Garantia Mútua (FCGM) cobre 100% do montante garantido pelas sociedades de garantia mútua. Isto significa que o Estado, através do FCGM, assume em todas as linhas Covid-19 a totalidade do risco da garantia mútua. E é por isso que eventuais incumprimentos nas linhas acabam por penalizar as contas públicas. Uma possibilidade que agora se irá agravar tendo em conta que o novo confinamento, após o Natal, acabou por ter um impacto mais significativo na economia e terá expressão no cenário macroeconómico definido Programa de Estabilidade que o Executivo vai apresentar ao Parlamento, até 15 de abril.

A sinistralidade estimada para as linhas de crédito Covid-19, bem como as fontes de financiamento previstas para lhe fazer face (dotações de capital no Fundo de Contra Garantia Mútua (FCGM) ou garantias do Estado ao FCGM) ascende a 1.119,8 milhões de euros, 16% do total de emissões estimadas de contragarantias”, revela o relatório do Tribunal de Contas sobre a execução orçamental, dívidas e garantias, publicado no início do mês.

O ECO questionou o Banco Português de Fomento se já tinha previsões de sinistralidade mais recentes, tendo em conta as declarações de João Leão, mas até à publicação deste artigo não obteve resposta.

Para tentar travar os efeitos da pandemia na economia, o Executivo lançou várias linhas de crédito bancário com garantia do Estado, para aumentar a liquidez das empresas. Uma medida que contou com o aval da Comissão Europeia, em março e abril do ano passado, “no quadro temporário relativo a medidas de auxílio estatal no contexto Covid-19, até um limite de 13 mil milhões de euros”, sendo que “está também prevista a possibilidade de que parte dos empréstimos garantidos sejam convertidos em apoios não reembolsáveis em determinados setores, até um montante total de 1,6 mil milhões de euros.

Até 30 de setembro, as informações agregadas mais recentes, foram criadas oito linhas de crédito, que disponibilizam às empresas 8.105 milhões de euros em crédito. E até essa data tinham sido contratados 6,95 mil milhões de euros no âmbito dessas linhas. As garantias (e contragarantias) emitidas totalizavam 5,89 mil milhões de euros, que representavam 85% do total do crédito contratado. O mesmo relatório do Tribunal de Contas revelava que tinham já beneficiado das linhas Covid 47.869 entidades e que a percentagem de garantia varia entre 79% e 90% do crédito contratado.

Desde então, já foram lançadas outras linhas como a de 1.050 milhões de euros para a indústria exportadora, mas que, entretanto, passou a abranger também as empresas de turismo; a linha direcionada para as empresas de montagem de eventos mantém a dotação de 50 milhões de euros ou ainda a linha de crédito de 100 milhões de euros para ajudar as agências de viagens a fazer face aos reembolsos dos valores recebidos para viagens organizadas. Siza Vieira anunciou também a reabertura da linha de crédito para as empresas mais afetadas pelo novo confinamento, disponibilizando para já 400 milhões de euros e, em março, o microcrédito do Turismo de Portugal a pequenas empresas e às empresas encerradas por decisão governamental foi reforçado, pela terceira vez, para 120 milhões de euros.

Além disso, está na calha a criação de um fundo de 750 milhões de euros para emprestar diretamente às empresas que demonstrem não conseguir financiamento junto da banca — uma medida que estava prevista no Orçamento do Estado para o primeiro trimestre deste ano.

Mas, destas novas linhas não é conhecida a previsão de sinistralidade.

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PSD traz Salgado à comissão de inquérito do Novo Banco em momento de “psicanálise”

Durante meia hora, a comissão de inquérito ao Novo Banco teve momento de "psicanálise" (palavras do PCP) depois de PSD e PS trocarem acusações políticas sobre chamada de Carlos Moedas ao Parlamento.

Estalou o verniz na comissão de inquérito ao Novo Banco, com o PSD contestar a chamada de Carlos Moedas (e de outros ex-dirigentes sociais-democratas, como Cavaco, Durão Barroso e Passos Coelho) ao Parlamento, tal como propôs o PS na semana passada. Foi o ponto de partida para um momento de “psicanálise” da comissão e em que até o próprio Ricardo Salgado interveio.

O ex-presidente do BES foi chamado ao debate por Duarte Pacheco. Através do seu telemóvel, o deputado do PSD fez questão de mostrar um clip de vídeo com uma intervenção de Ricardo Salgado na anterior comissão de inquérito à queda do banco para explicar que as audições tidas até agora não trouxeram nenhum elemento novo que justifique a chamada de Moedas e de Passos. Ambos já tiveram oportunidade de responder no outro inquérito. “Vou pedir ao sr. Presidente que faça chegar as respostas de Passos Coelho e Carlos Moedas ao PS. (…) É claro para todos, menos para o PS, que das audições que decorreram não existiram dados novos, com a exceção do relatório Costa Pinto, porque estava no segredo dos deuses“, afirmou o deputado do PSD.

Duarte Pacheco foi mais longe na crítica aos socialistas. Segundo o deputado, o PS pretende ouvir Carlos Moedas por razões eleitoralistas, pois este é candidato do PSD à Câmara de Lisboa. Mas esta comissão quer é “ver a responsabilidade na alienação e depois na gestão do Novo Banco em que o Governo passou consecutivamente cheques de 4 mil milhões sem saber se a conta é devida”, apontou Duarte Pacheco, lembrando o cheque de 600 milhões pedido pelo banco na passada sexta-feira. E “o PS, com medo, querendo fugir à responsabilidade, está a desviar para outros assuntos”, disse Duarte Pacheco, aproveitando para revelar que também ele é candidato do PSD à autarquia de Torres Vedras e está disponível para depor no inquérito ao Novo Banco.

Na resposta, João Paulo Correia disse “repudiar” as palavras do deputado do PSD, que não foram muito diferentes do ataque pessoal à sua pessoa durante fim de semana, notou. “Faço política com lisura”, respondeu. “O PS já explicou as razões para chamar Carlos Moedas. (…) É um exagero brutal dizer que o engenheiro Carlos Moedas não tem nada a ver com esta comissão de inquérito”, disse.

Cecília Meireles (CDS) e Mariana Mortágua (Bloco) chamaram a atenção para o facto de a comissão de inquérito ao Novo Banco estar a tornar-se repetitiva face ao inquérito ao BES e não trazer nada de novo. “Quero secundar a posição de Cecília Meireles. Tenho vindo a alertar para o perigo de termos uma comissão de inquérito igual à do BES. Corremos o risco de tornar a comissão irrelevante”, frisou a deputada bloquista.

Na intervenção a seguir, o deputado comunista Duarte Alves falou num “momento de psicanálise” que a comissão estava a autopromover e sublinhou também a necessidade de se ter em conta quem irá ser chamado futuramente.

No final da discussão, Fernando Negrão deu conta que a audição de Carlos Moedas (o próprio já indicou que pretende ser ouvido) sempre vai avançar, apesar do protesto do grupo parlamentar do PSD.

Nova vaga de audições

Fernando Negrão começou a sessão desta segunda-feira, antes da audição de José Ramalho, ex-administrador do Fundo de Resolução, por fazer um ponto de ordem nos trabalhos da comissão. Ficou decidido que será traduzido apenas um documento em inglês: o contrato de venda do Novo Banco ao fundo Lone Star. Negrão já tinha alertado para os elevados custos de tradução de documentos e os deputados foram contidos.

Ficou ainda decidida a nova vaga de audições para as próximas semanas: Carlos Calvário (ex-BES), Luís Seabra, José Manuel Bernardo e António Brochado Correia (da auditora PwC), Jorge Bleck (Linklaters), Azevedo Neves, Sérgio Monteiro e Carlos Moedas são os nomes que se seguem.

Os deputados também chamaram Carlos Tavares, ex-presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). “Relativamente a Carlos Tavares, tem um princípio relacionado com a Covid: não sai de casa, nem por razões familiares”, revelou Fernando Negrão. Mas Tavares está disponível para prestar depoimento por escrito ou videoconferência, indicou o presidente da comissão de inquérito ao Novo Banco.

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Já há um jogo para desencalhar navio do Canal do Suez

  • ECO
  • 29 Março 2021

Criado pelo designer Eric Wilder, o jogo permite aos jogadores enfrentar o desafio de desencalhar o porta-contentores que bloqueou uma das rotas comerciais mais concorridas do mundo.

O Suez Canal Bulldozer é o nome do jogo que recria a situação caótica vivida no Canal do Suez, no Egito. Criado pelo designer Eric Wilder, o jogo permite aos jogadores enfrentar o desafio de desencalhar o porta-contentores que bloqueou uma das rotas comerciais mais concorridas do mundo.

O jogo é simples: as teclas das setas da esquerda e da direita são usadas para mover uma escavadora para a frente e para trás e a tecla “J” é usada para executar uma “ação” para tentar libertar o navio, explica o Indy100, do The Independent.

No entanto, até ao momento, com o desenrolar do jogo vinha sempre a mesma informação: “Está super bloqueado”. Pode tentar jogar aqui.

Entretanto, o navio já flutua, o Canal foi reaberto e o tráfego marítimo já foi retomado.

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“Liberalização falhou aumento da quota do transporte ferroviário”, diz Pedro Nuno Santos

  • Lusa
  • 29 Março 2021

O ministro das Infraestruturas e Habitação considera que a liberalização no transporte ferroviário “falhou no aumento da quota” deste modo face ao rodoviário e aéreo.

O ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos, disse, esta segunda-feira, que a liberalização no transporte ferroviário “falhou no aumento da quota” deste modo face ao rodoviário e aéreo, numa conferência no âmbito da presidência da União Europeia.

Num discurso na abertura da conferência de lançamento do Ano Europeu do Transporte Ferroviário 2021, o governante questionou a eficácia deste modelo, que abriu aos privados a gestão de linhas ferroviárias um pouco por toda a Europa.

“A política europeia para as ferrovias nos últimos 30 anos sempre foi de abertura e liberalização progressiva do mercado”, disse o ministro, acrescentando que “independentemente da opinião de cada um e da sua posição ideológica é um facto indisputável que [a liberalização] falhou para já em aumentar a quota modal para a ferrovia”.

Segundo Pedro Nuno Santos, é “impossível saber se estas políticas evitaram uma queda maior ou se são responsáveis por manter a estagnação”, referiu, apontando que “o facto de haver agora múltiplas iniciativas para promover o transporte internacional de passageiros mostra que o mercado, que foi liberalizado em 2010 para estas ligações, não está a responder como esperado”.

O ministro concluiu depois que o mercado “não irá, por si próprio, providenciar os serviços que a sociedade considera importantes ou até essenciais”, destacando ainda que não “é garantido que o mercado ferroviário resultante da aplicação dos quatro pacotes ferroviários seja mais aberto e competitivo, visto que já estamos a assistir a movimentos de concentração nos grandes operadores”, às custas dos pequenos, “quer sejam privados ou públicos”.

Pedro Nuno Santos esclareceu que não estava a advogar “o regresso ao modelo anterior, de redes ferroviárias nacionais fechadas, com pouca ligação umas com as outras”, mas defendeu que não é possível avançar “cegamente” com a ideia de que a concorrência do mercado irá “fornecer tudo o que os cidadãos precisem”.

Para Pedro Nuno Santos, a história mostra que “as autoridades públicas são essenciais para assegurar aos cidadãos a acessibilidade e mobilidade de que precisam”, defendendo que os governos “não devem estar limitados em instrumentos para levar a cabo determinadas políticas”.

O ministro recordou ainda que foi o antigo modelo “com os chamados operadores públicos ‘ineficientes’” que permitiu o Trans Europa Express e a alta velocidade ferroviária.

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Resposta económica da UE à crise ascende a pelo menos 3,7 biliões de euros

  • Lusa
  • 29 Março 2021

O executivo comunitário dá conta que a maior fatia deste apoio (2.553 mil milhões de euros) se refere a medidas nacionais de liquidez.

A resposta económica da União Europeia à crise da covid-19 já ascende a, pelo menos, 3,7 biliões de euros, incluindo 2.553 mil milhões de euros em medidas de liquidez e ajudas estatais devido às regras mais flexíveis.

A informação é divulgada pela Comissão Europeia na sua página da internet, na qual observa que “os Estados-membros já adotaram várias medidas orçamentais, de liquidez e políticas para aumentar a capacidade dos seus sistemas de saúde e proporcionar alívio aos cidadãos e setores particularmente afetados” pela crise da covid-19, o que combinado com os apoios das instituições da UE já gerou uma mobilização de pelo menos cerca de 3,7 biliões de euros.

Este montante não tem em conta o Fundo de Recuperação de 750 mil milhões de euros (a chamada ‘bazuca’ europeia) nem o orçamento da União Europeia (UE) a longo prazo de 1,1 biliões de euros, o pacote de ajuda sem precedentes de 1,8 biliões de euros acordado pelos líderes europeus em julho de 2020 e que, em parte, deverá começar a chegar aos países em breve, após a apresentação e aprovação dos planos nacionais de resiliência.

Neste esquema sobre as restantes ajudas mobilizadas para combater os efeitos da crise, o executivo comunitário dá conta que a maior fatia deste apoio (2.553 mil milhões de euros) se refere a “medidas nacionais de liquidez, incluindo regimes aprovados ao abrigo das regras temporárias e flexíveis da UE em matéria de auxílios estatais”.

Em causa está o enquadramento europeu temporário para os auxílios estatais, adotado em meados de março de 2020 e em vigor até final do ano, que alarga os apoios que os Estados-membros podem prestar às suas economias, normalmente vedados pelas regras concorrenciais da UE, traduzindo-se em empréstimos com garantias estatais, subvenções, entre outros.

A segunda maior fatia da resposta da UE à crise gerada pela covid-19 refere-se às “medidas nacionais adotadas ao abrigo das regras orçamentais mais flexíveis”, devido à ativação da cláusula geral de salvaguarda, num total de 524 mil milhões de euros.

No início deste mês, a Comissão Europeia adotou uma comunicação sobre a resposta de política orçamental à crise da covid-19 abrindo a porta à manutenção da chamada ‘cláusula de escape’ do Pacto de Estabilidade e Crescimento também em 2022, e não só até final deste ano como estava previsto, ainda que reserve uma decisão definitiva para maio próximo.

Neste esquema representativo da resposta da UE à crise da covid-19, Bruxelas inclui também as linhas de crédito em condições mais favoráveis do Mecanismo Europeu de Estabilidade (cerca de 240 mil milhões de euros), o fundo de garantia pan-europeu do Banco Europeu de Investimento (até 200 mil milhões de euros) para empresas em dificuldades e ainda o instrumento temporário SURE (de até 100 mil milhões) para suportar regimes nacionais de redução do tempo de trabalho salvaguardando os empregos. Acrescem 70 mil milhões de euros em “apoio orçamental direto da UE”, de acordo com a mesma informação.

Fora deste montante total está o programa de compras de emergência pandémica do Banco Central Europeu, num total de 1.850 mil milhões de euros.

Nas previsões macroeconómicas mais recentes, divulgadas em fevereiro passado, a Comissão Europeia voltou a rever em baixa o ritmo da recuperação económica este ano na Europa, devido à pandemia, estimando que a zona euro cresça 3,8% e a UE 3,7%.

Numa altura de ressurgimento de infeções no espaço comunitário, que já levaram à adoção de novas e pesadas medidas restritivas, o executivo comunitário vai atualizar estas previsões macroeconómicas aquando da divulgação das projeções da primavera, na primeira quinzena de maio, que permitirão ter uma ideia mais clara da evolução da situação económica da UE e da zona euro no corrente ano e no próximo.

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Revista Pessoas: dois anos em 13 capas de revista

Do mês em que a Mercadona ainda preparava o lançamento em Portugal ao assinalar de um ano de pandemia de coronavírus no mundo, foram 13 as capas da Pessoas que passam em revista os últimos dois anos.

Na primeira, a novidade: uma revista de pessoas e para pessoas, “sobre o que realmente importa” e com um nome estrangeiro na capa. A Mercadona ainda planeava a entrada no mercado português quando a equipa de reportagem da Pessoas viajou até Matosinhos para perceber como se prepara um lançamento assim. No caso do gigante espanhol de distribuição, são mais de 5.000 referências, pessoas e marcas que a gigante espanhola trouxe para território nacional: foi este processo que espreitámos na visita aos bastidores.

Mas houve mais: a viagem de dois anos passa pela entrevista com o presidente do Novo Banco. Quase dois anos depois da reestruturação do banco, António Ramalho, que acumula no banco o pelouro dos recursos humanos, falava à revista sobre a nova era e sobre a alteração nos perfis de recrutamento da banca.

Na edição n.º3 da Pessoas, falou-se de turismo e de como o boom a que o país assistia, na altura, estava a deixar vazios na oferta de talento e de mão de obra. “Turismo, como alimentar este boom?” foi a pergunta a que esta edição da revista tentou responder na altura. O setor imobiliário foi o que se seguiu: na Pessoas, tentámos perceber as razões pelas quais as empresas estavam a regressar ao centro das cidades, tentando atrair e reter talento.

A Pessoas n.º 5 foi a primeira com assinatura de artista: Margarida Girão assina a colagem do tema de capa, que fala sobre o regresso à humanização na gestão e nas organizações e a uma realidade em que as pessoas voltam a estar no centro das organizações.

Alexandre Fonseca, CEO da Altice, esteve em destaque na capa da Pessoas n.º 6, a edição de janeiro/fevereiro de 2020. A propósito da comissão executiva da nova geração criada pela Altice Portugal, a revista foi conhecer o programa que integra sete jovens sub-34 e com elevado potencial dentro da organização. E até o CEO tem uma sombra chamada Renata Santos Silva.

Em março do ano passado, há precisamente um ano, a Pessoas lançava no seu número 7 a edição comemorativa do Dia Internacional da Mulher, com uma conversa ao vivo sobre liderança e género. Inclusiva, próxima, sensível, inspiradora: de quantos líderes precisamos mais para perceber que a liderança não é uma questão de sexo mas de ação?

Aqui, nesta altura, a mudança. No mesmo mês, o mundo mudou. Em meados de março, milhões de pessoas em todo o mundo mudaram os seus hábitos laborais: do escritório para casa, as rotinas alteraram-se profundamente sendo o tema da saúde mental um dos que ganhou mais destaque nos últimos meses. Por isso, na Pessoas, explorámos o projeto do Manicómio para falar de bem-estar e saúde emocional. A capa da edição n.º 8 da revista ficou a cargo dos artistas do projeto nacional.

Em pleno processo de adaptação, reinventaram-se dinâmicas de liderança, de comunicação e de processos dentro das empresas. O conceito do “novo normal” foi-se estranhando para depois se entranhar. E, a capa da Pessoas número 9, de julho/agosto de 2020, deu conta desses processos de reinvenção.

Setembro e o regresso ao trabalho refletiu outro dos temas há muito discutidos nas empresas: a sustentabilidade é uma das preocupações das organizações, por questões éticas e, agora, também por temas relacionados com a atração e a retenção de talento. O trabalho que a Pessoas n.º 10 publicou na rentrée dá conta disso mesmo: o coração do talento (também) é verde porque a sustentabilidade atrai e retém o melhor.

Os cursos de “desemprego zero” foram o tema que marcou a edição da Pessoas de novembro/dezembro de 2020. A forma como se planeiam carreiras e se escolhem áreas com “maior saída” profissional tem “ciência”, figurativa e literalmente, atesta o tema de capa dessa edição.

Na última edição antes do nosso segundo aniversário e, em vésperas de assinalarmos um ano de pandemia em Portugal, — em tudo o que isso representou para as pessoas e para as organizações –, contámos, com a ajuda de especialistas, histórias de como o trabalho se tornou “um lugar estranho”. Sem território nem fronteiras definidas, o espaço de escritório foi domesticado. Em casa, o trabalho passou a fazer-se num lugar que serve o conforto, a família e, agora, também as tarefas laborais.

Tudo para vos contar que a nova edição da Pessoas, cuja ilustração é assinada pelo artista português Akacorleone, marca o segundo aniversário da revista. O destaque desta edição especial vai para os vencedores dos Pessoas Awards, uma estreia a que pode agora ter acesso.

Dois anos depois do arranque, a Pessoas continua a crescer. Estas e outras tantas histórias podem sempre ser acompanhadas, em permanência, aqui. Continue desse lado.

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Rendas caíram 1,5% no Porto e mais de 4% em Lisboa. Veja os preços por freguesia

As rendas subiram 5,5% em 2020, mas os efeitos da pandemia são notórios. No Porto e em Lisboa, a maioria das freguesias viu as rendas caírem, com as descidas a chegarem aos 14%.

Nem a pandemia impediu as rendas de continuarem a subir no ano passado, contudo, o aumento foi de apenas metade do observado em 2019. Arrendar uma casa em 2020 ficou 5,5% mais caro, com o metro quadrado a custar 5,61 euros. Contudo, numa análise mais fina, os impactos da crise são ainda mais notórios, com as duas principais cidades do país a assistirem a quebras que chegam aos 14%.

Apesar de ter havido uma subida das rendas a nível nacional, os dados regionais mostram bastante descidas nos valores cobrados no arrendamento. E é nas grandes cidades que se encontram variações negativas expressivas.

Em Lisboa, o metro quadrado do arrendamento fixou-se nos 11,46 euros em 2020, tendo descido 4,2% face a 2019. Há freguesias onde os preços são bem mais elevados, mas também onde os preços caíram acentuadamente, mostram os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE).

Santo António e Misericórdia continuam com a taça de freguesias mais caras da capital. Na primeira, arrendar uma casa custa, em média, 13,83 euros por metro quadrado. Mas os preços desceram 2,9%. Na segunda, a renda média está nos 13,4 euros, equivalente a uma descida de 7,5%. No lado oposto, Santa Clara e Marvila apresentam-se como as mais baratas para arrendar casa: 7,95 euros (-9,9%) e 10 euros (-7,9%) por metro quadrado.

Vejamos um exemplo. Arrendar um T2 com 70 metros quadrados em Santo António poderia custar 968 euros por mês, enquanto o mesmo T2 em Santa Clara custaria 557 euros.

Assim como estas quatro freguesias, houve mais 20 a registarem descidas na renda. As maiores quedas aconteceram em Campo de Ourique (-13,9% para 12,03 euros) e na Estrela (-13,1% para 12,17 euros), mas isso também pode ser explicado pelo baixo número de novos contratos de arrendamento. Pelo contrário, Penha de França e Beato foram as únicas freguesias que viram as rendas subirem: 5% para 11,11 euros e 3,5% para 10,64 euros, respetivamente.

Campanhã viu preços subirem 4,4%. Mas continua a mais barata

Na cidade do Porto, onde as rendas desceram 1,5% para 8,83 euros o metro quadrado, também há freguesias cujos preços ultrapassam a média nacional, mas onde também desceram de forma acentuada. A União das freguesias de Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde continua no topo das mais caras, com um preço de 9,5 euros o metro quadrado, equivalente a uma descida de 4,9% face a 2019, diz o INE.

Imediatamente atrás aparece a União das freguesias de Cedofeita, Santo Ildefonso, Sé, Miragaia, São Nicolau e Vitória, com uma renda média de 9,4 euros (-2,9%) e a União das freguesias de Lordelo do Ouro e Massarelos, com um preço de 9,33 euros (-1,2%).

Contudo, o destaque da Invicta vai para a freguesia mais barata, Campanhã, que foi uma das únicas duas freguesias que viram os preços subir. Em Campanha, o aumento foi de 4,4% para 7,54 euros, continuado a zona mais barata para arrendar casa. Também Ramalde viu as rendas subirem: 3,5% para 8,09 euros por metro quadrado.

Vejamos um exemplo. Arrendar um T2 com 70 metros quadrados na União das freguesias de Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde poderia custar 665 euros por mês, enquanto o mesmo T2 em Campanhã custaria 528 euros.

Em termos de evolução, a União das freguesias de Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde e a União das freguesias de Cedofeita, Santo Ildefonso, Sé, Miragaia, São Nicolau e Vitória observaram as maiores descidas das rendas: -4,9% e -2,9%, respetivamente.

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BDO conclui auditoria aos créditos de Vieira no Novo Banco dentro de um mês

António Ramalho disse que BDO foi a auditora selecionada para auditar créditos da Promovalor, de Vieira, após "conflito de interesses" com outras auditoras. Trabalhos acabam dentro de 4 semanas.

A BDO foi a selecionada para fazer a auditoria aos créditos da Promovalor, o grupo económico de Luís Filipe Vieira, no Novo Banco, sendo que os trabalhos vão ficar concluídos dentro de três a quatro semanas, revelou o presidente do banco, António Ramalho, em entrevista à TVI.

“Toda a gente vai ficar contentíssima em ter a auditoria que não fomos nós que a fizemos, teve de ser a BDO, que acabou por ser a empresa que ficou de fazer a auditoria”, indicou António Ramalho, após o banco ter apresentado prejuízos de 1.329 milhões de euros em 2020.

“Julgo que estamos a três ou quatro semanas de termos essa auditoria”, acrescentou o presidente do Novo Banco.

A empresa de Luís Filipe Vieira é um dos maiores devedores do Novo Banco com uma dívida que ascendia a 760,3 milhões de euros, no final de 2018. O grupo causou à instituição uma perda de 225,1 milhões de euros entre agosto de 2014 e o final de 2018, devido tanto a imparidades como à desvalorização da dívida e dos ativos imobiliários, de acordo com o Correio da Manhã, citando a auditoria especial da Deloitte ao abrigo da lei 15/2019.

"Toda a gente vai ficar contentíssima em ter a auditoria que não fomos nós que a fizemos, teve de ser a BDO, que acabou por ser a empresa que ficou de fazer a auditoria.”

António Ramalho

Presidente do Novo Banco

No fim de 2017, o grupo chegou a acordo com o Novo Banco para a reestruturação da dívida, tendo sido transferidos os ativos para um Fundo de Investimento Alternativo Especializado da Capital Criativo, que tem Nuno Gaioso Ribeiro, ex-administrador do Benfica, como CEO.

Em setembro passado, o Fundo de Resolução pediu ao banco para acelerar a auditoria à Promovalor depois dos atrasos registados no processo.

A auditoria tem duas dimensões: uma parte aborda a concessão e recuperação dos créditos, sendo que esta análise ficou incluída na auditoria especial realizada pela Deloitte e que já foi entregue em agosto do ano passado; e uma outra recai sobre operação de reestruturação do crédito, visando “obter uma opinião sobre os seus méritos, sobre o plano de negócios do fundo que foi constituído, e sobre as expectativas de recuperabilidade associadas”.

O banco defrontou-se com questões de conflitos de interesse sobre esta segunda parte. A PwC teve de ser substituída por outra auditora pois já audita as contas do Benfica, clube presidido por Luís Filipe Vieira. A escolha acabou por recair na BDO, adiantou agora António Ramalho.

“Tivemos um problema de partes relacionadas nas auditorias, ou de conflitos de interesse. Essa auditoria estava entregue a uma auditora que está a fazer uma auditoria de grande dimensão ao banco. Obviamente não devia ser a mesma auditora, foi outra auditora”, disse o gestor.

António Ramalho lembrou que o Fundo de Resolução pede, muitas vezes, auditorias, algumas internas e algumas externas. “Raramente pede para serem externas. Nós neste caso achámos que devíamos fazer a auditoria externamente, ficávamos mais confortáveis a não ser a nossa auditoria interna a fazer a análise de um caso como este, pela notoriedade, pelas características próprias“, disse na entrevista à TVI.

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Receios da banca arrastam Wall Street para o vermelho

O setor bancário está a desvalorizar significativamente por causa dos problemas com um fundo de investimento. Wall Street arranca a semana em terreno negativo.

Os mercados financeiros estão receosos com o potencial impacto negativo dos problemas com a gestora de patrimónios familiares Archegos Capital Management em fundos de investimento. O setor da banca está a registar perdas no início da sessão desta segunda-feira, pressionando os principais índices norte-americanos. Wall Street arranca a semana em terreno negativo.

O Dow Jones cede 0,11% para os 33.035,13 pontos e o S&P 500 perde 0,35% para os 3.960,66 pontos, isto enquanto o Nasdaq desvaloriza 0,42% para os 13.082,98 pontos. Os principais índices norte-americanos estão a cair após terem subido significativamente na passada sexta-feira, tendo fechado em níveis recorde.

Os problemas da gestora de patrimónios familiares Archegos Capital Management começaram na semana passada quando a queda de ações do setor dos media deixaram-na em dificuldades. Os bancos, que emprestam dinheiro à Archegos para investir na bolsa (alavancagem), exigiram um reforço do colateral e, como a gestora não conseguiu fazê-lo, estes começaram a liquidar as suas posições acionistas. No total, foram vendidas ações que valiam mais de 20 mil milhões de euros.

As perdas registadas pela liquidação dessas posições poderão vir a afetar vários bancos de investimento em todo o mundo, a começar pelo europeu Credit Suisse e o japonês Nomura, com ambos a registarem quedas bolsistas superiores a 10% após terem divulgado esta potencial perda. Mas os investidores receiam que o impacto negativo se alastre a outros bancos, nomeadamente os norte-americanos que executaram as ordens de venda dos títulos.

Nos EUA, o Goldman Sachs está a desvalorizar mais de 3% e o JPMorgan Chase cede mais de 1%, por exemplo, com todo o setor bancário a negociar no vermelho. Esta semana, que é mais curta por causa da Páscoa (sexta-feira não há negociação), também terá uma volatilidade acrescida pelo reequilíbrio das posições de fundos de pensões e outros investidores de dimensão significativa uma vez que termina o primeiro trimestre.

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EDP continua a perder clientes no mercado liberalizado de eletricidade, mas ainda tem 75% do total

No início deste ano, a EDP apresentava uma quota de mercado de 75,5%, o que equivale a uma carteira de clientes de certa de quatro milhões de consumidores. 

De acordo com o Boletim do Mercado Liberalizado de Eletricidade, divulgado pela ERSE – Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos, referente a janeiro de 2021, a EDP Comercial foi o comercializador de energia a operar no mercado livre que perdeu mais quota de clientes (-2,7 pontos percentuais) por comparação com o mesmo mês de 2020.

No entanto, no início deste ano a EDP mantinha ainda uma quota de mercado global de 75,5% dos 5,3 milhões de clientes que já mudaram para o mercado liberalizado, o que equivale a uma carteira de clientes de certa de quatro milhões de consumidores.

E se de um ano para o outro a EDP viu cair a sua quota, o contrário aconteceu com a Endesa, que viu subir o número de clientes de 6,6% em janeiro de 2020 para 7,7% em janeiro de 2021, e também com a Goldenergy — que saltou de 1,9% de quota para 2,8%. Já a Galp caiu ligeiramente de 5,2% para 5,1% e a Iberdrola de 6,2% para 6,1%.

De acordo com os dados do regulador, no primeiro mês de 2021, foi a Endesa a empresa que realizou uma maior captação de clientes, tendo ganho cerca de 47% do número de clientes que mudou de comercializador. A Goldenergy e a Galp conseguiram um ganho líquido de cerca de 20% e 15% desses clientes, respetivamente. Destaque ainda para a Meo Energia, com a maior percentagem de captação de clientes face à sua carteira atual.

Em janeiro, e para o conjunto do mercado, 1,5% do número total de clientes trocou de fornecedor, o que representou que cerca de 7% do consumo tenha igualmente passado a ser assegurado por um comercializador diferente. O segmento dos clientes industriais é o mais ativo em intensidade de mudança de comercializador.

No início do ano o mercado liberalizado registava cerca 5,3 milhões de clientes, o que representa um crescimento de 1,7% em número de clientes relativamente a janeiro de 2020. Por seu lado, o mercado regulado registava em janeiro apenas cerca 959 mil clientes, o que representa uma quebra de 0,7% em número de clientes.

Endesa recupera no número de clientes e no consumo

No que diz respeito ao consumo mensal global de eletricidade, em janeiro totalizou 4.960 GWh, cerca de 6,2% acima do mês de dezembro, mas 0,9% baixo do mês homólogo (janeiro de 2020). Para o total do mercado liberalizado a ERSE estima um consumo em base anual de 41.970 GWh, o que se traduz numa quebra de 3,4% no consumo

No mercado regulado, o consumo estimado em base anual é de de 2.292 GWh, representando um crescimento de 2,0% em consumo, relativamente a dezembro de 2020.

Apesar da perda em número de clientes, a EDP ganhou ligeiramente em quota de consumo (0,1 pontos percentuais), enquanto a Endesa foi a que ganhou mais quota quer em número de clientes (1 ponto percentual) quer em consumo (0,9 pontos percentuais), refere o boletim da ERSE.

Em termos de consumo, escreve a ERSE, foi também a Endesa o comercializador que mais quota conquistou no mês de janeiro (cerca de 45%). A EDP aparece de seguida com 33% de ganho de consumo este mês e a Galp com um ganho de cerca de 16% do total de consumo que transitou de comercializador neste mês.

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Uría Menéndez- Proença de Carvalho assessora a Kohlberg Kravis Robert (KKR) em ronda de investimento da Feedzai

A Uría Menéndez - Proença de Carvalho assessorou a Kohlberg Kravis Robert (KKR) na sua participação na ronda de investimento levantada pela Feedzai, empresa de soluções de combate à fraude.

A Uría Menéndez – Proença de Carvalho, assessorou a Kohlberg Kravis Robert (KKR) na sua participação na ronda de investimento levantada pela Feedzai, empresa que desenvolve soluções de combate à fraude de pagamentos e prevenção de branqueamento de capitais com recurso a inteligência artificial e machine learning.

A ronda de investimento foi liderada pela KKR e contou também com a participação de alguns investidores que já detinham participações na Feedzai, como a Sapphire Ventures e a Citi Ventures.

A equipa da Uría Menéndez – Proença de Carvalho que assessorou a KKR neste investimento foi liderada por Antonio Villacampa Serrano (sócio, M&A) e por José António Reymão Nogueira (associado, M&A e Financeiro) e contou com a participação de Frederico Pinho Vieira (associado, M&A).

A empresa portuguesa fundada por Nuno Sebastião, levantou uma ronda de 200 milhões de dólares, liderada pela KKR, que aumenta sua a avaliação para mais de 1.000 milhões de dólares, conferindo-lhe o estatuto de unicórnio. A ronda conta ainda com outros investidores que já tinham participação na empresa, como a Sapphire Ventures e a Citi Ventures, detalha a Reuters.

Em comunicado, a empresa com sede em Coimbra detalha que se trata de uma ronda de investimento de Série D que servirá para acelerar a expansão global da Feedzai e expandir a gama de produtos. “O novo investimento será usado para acelerar a expansão global da companhia, desenvolver a oferta de produtos, reforçar a estratégia de parceiros e o posicionamento como uma das melhores soluções de prevenção e gestão de risco financeiros no mercado”, assinala a empresa.

 

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Canal do Suez reaberto após navio ter sido desencalhado

  • ECO e Lusa
  • 29 Março 2021

Imagens da televisão egípcia mostram o porta-contentores no centro do canal. Autoridades estimam que serão necessário três dias e meio para escoar barcos retidos.

O porta-contentores que bloqueou o Canal de Suez por quase uma semana já está a flutuar totalmente e o tráfego marítimo já foi retomado, segundo testemunhas no local e imagens da televisão egípcia que mostram a embarcação no centro do canal.

O almirante Osama Rabie, presidente da Autoridade do Canal do Suez, proclamou o recomeço do tráfego de navegação no canal”, anunciou a meio da tarde o organismo num comunicado.

Na manhã desta segunda-feira a Autoridade do Canal do Suez já tinha anunciado que o porta-contentores Ever Given tinha começado a flutuar depois de ter estado totalmente encalhado desde a passada terça-feira bloqueando o tráfego naval. O navio já se tinha afastado 102 metros da margem do canal.

O bloqueio provocou um congestionamento da via marítima por onde passa cerca de 10% do comércio mundial. No entanto, o responsável da autoridade do canal, Osma Rabie, revelou que a partir de agora “o canal vai funcionar 24 horas sobre 24 horas” e que serão “precisos três dias e meio para os navios que estão à espera”, que são cerca de 400, começarem a atravessar a passagem bloqueada – processo que já começou.

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