Afinal, quem aumentou mais as comissões bancárias?

  • Rita Atalaia
  • 15 Fevereiro 2018

Comissões, comissões e... mais comissões. Renderam 1.876 milhões aos principais bancos no ano passado, com o BCP a ser o banco que mais arrecadou, seguido da CGD. Quem aumentou mais? O Montepio.

Os bancos têm vindo a aumentar comissões à procura de receitas. Desde as mais simples, como as de manutenção de conta, aos custos relacionados com o crédito à habitação. No espaço de apenas um ano, houve um aumento médio de 5% nas comissões líquidas, mas esta variação esconde aumentos de apenas 3% e outros que chegam aos 15%.

Os cinco principais bancos a operar no mercado nacional captaram 1.876 milhões de euros em comissões durante o ano passado, num bolo em que a maior fatia foi obtida através dos clientes particulares. Houve um aumento de praticamente 100 milhões de euros, levando a que a cada dia que passou as instituições financeiras tivessem obtido 5,14 milhões de euros.

Fonte: Bancos | Valores em euros

O aumento médio nas receitas com comissões foi de cerca de 5%, mas houve quem tenha aumentado muito mais: três vezes mais. É o caso do Montepio. O banco liderado por Félix Morgado definiu no plano estratégico aumentar as comissões como fonte de geração de receita. E foi o que fez: as receitas subiram 15,3% para 117 milhões, “beneficiando da dinâmica comercial na adequação do preçário à proposta de valor do grupo”. Apesar deste aumento, foi o banco que arrecadou menos em comissões.

Fonte: Caixa Económica Montepio Geral

Foram os bancos que menos subiram comissões que conseguiram arrecadar mais dinheiro, o que se justifica pela base de clientes que é bastante superior. O BCP, que aumentou 3,6% as comissões líquidas, foi o que arrecadou mais dinheiro: 666,7 milhões de euros. Uma subida “impulsionada pelo desempenho da atividade internacional, principalmente da operação na Polónia”, de acordo com o banco.

A CGD, que tem estado em foco devido ao aumento das comissões bancárias, nomeadamente para os jovens e os mais idosos, revelou um aumento de 3% das comissões líquidas, para 465 milhões — mas a subida “fica muito aquém” em comparação com os anos da crise e com os concorrentes, disse o presidente do banco público, Paulo Macedo, durante a apresentação dos resultados para 2017.

Espanhóis aumentam mais

Olhando para os bancos espanhóis, os aumentos das comissões rondam os 8%. No caso do Santander Totta, este cobrou 331,1 milhões de euros em comissões em 2017, mais 25,4 milhões do que em 2016.

Quanto ao BPI, o banco liderado por Pablo Forero registou um aumento nas comissões líquidas de 8,3%. Mas nas comissões bancárias, aquelas que são efetivamente cobradas aos clientes particulares, esta subida foi menos pronunciada: 4,4%. Uma evolução que permitiu à instituição financeira arrecadar 180 milhões de euros no ano passado. No total, estas receitas ascenderam a 297 milhões.

Fonte: BPI

Aumentos futuros? Nem todos

Comissões, comissões… e mais comissões. Alguns dos bancos não afastam a possibilidade de virem a aumentar ainda mais o que cobram aos clientes. É o caso do BCP. Na apresentação das contas, Nuno Amado afirmou que as comissões estão “estáveis em Portugal”, mas que estas podem vir a subir este ano. “É possível que em 2018 haja algum aumento de comissões”, disse o presidente da entidade.

É possível que em 2018 haja algum aumento de comissões.

Nuno Amado

Presidente do BCP

No caso da CGD, os clientes entre os 26 e os 29 anos vão deixar de estar isento da cobrança de comissão de manutenção de conta a partir de maio. E quem fizer levantamentos ao balcão com a caderneta vai passar a pagar um euro.

Mas o presidente do banco estatal não prevê mais alterações este ano. “Temos claramente a intenção de aumentar o volume de comissões, mas não de alterar o preçário este ano”, esclareceu o gestor na apresentação das contas, reforçando a ideia de que a instituição financeira “continua a ter o maior número de isentos no país e a não cobrar qualquer valor nos serviços mínimos bancários”.

O Santander Totta deve seguir o mesmo caminho. António Vieira Monteiro afirmou que as comissões do Totta estão num nível “razoável”, garantindo que a instituição financeira não deve avançar com mais alterações neste âmbito. Mas relembrou que é o mercado que vai determinar se o banco volta a mexer nas comissões.

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BPI melhora recomendação do BCP após lucros. Ações aceleram mais de 5%

  • ECO
  • 15 Fevereiro 2018

O BCP ultrapassou as expectativas dos analistas ao apresentar lucros oito vezes maiores que no ano passado. O BPI melhorou a recomendação e as ações estão a disparar.

Após ter superado as expectativas dos analistas ao apresentar lucros de 186,4 milhões de euros relativos a 2017, o BCP viu a sua recomendação melhorada pelos analistas do CaixaBank BPI de “underperforming” para “neutral“. Em resultados, as ações do banco seguem a valorizar mais de 5%.

O banco liderado por Nuno Amado apresentou um saldo positivo de 186,4 milhões de euros, 7,8 vezes mais do que no ano anterior. Estes resultados foram fruto da margem financeira que, segundo o banco, “evidenciou um aumento de 13,1% face aos 1.230,1 milhões de euros apurados em 2016, atingindo 1.391,3 milhões de euros em 2017 devido aos desempenhos favoráveis quer da atividade em Portugal, quer da atividade internacional.”

Alicerçado neste avanço, o BPI elevou a recomendação atribuída ao BCP de “underperform” para “neutral“, mantendo o preço-alvo para finais de 2018 nos 35 cêntimos. As ações estão a aproximar-se desse valor na sessão desta quinta-feira, avançando 5,15% para 32,8 cêntimos.

BCP avança 5% após apresentação de lucros

O BCP é também o grande motor do desempenho positivo do PSI-20 na mesma sessão, sendo que o principal índice nacional avança 1,71% para 5.513,28 pontos.

Ainda que os analistas do banco considerem que os resultados são “positivos”, há um alerta que é deixado: “No entanto, nos próximos anos, os resultados deverão ser desafiados pelos esforços do banco em continuar a apresentar uma redução dos NPA (non performing assets – ativos não produtivos, que não geram retorno).”

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Lucros do BCP puxam pelo PSI-20. Banco sobe 4%

  • Juliana Nogueira Santos
  • 15 Fevereiro 2018

Os lucros do banco liderado por Nuno Amado estão a impulsionar a sessão desta quinta-feira, ao avançar 4%. O PSI-20 avança mais de 1%.

Lisboa acordou esta quinta-feira pintada de verde. Com apenas uma cotada a iniciar a sessão inalterada, o principal índice bolsista nacional avança mais de 1% a par das suas congéneres europeias. A pesar nos ganhos está o BCP, que superou as expectativas dos analistas ao apresentar lucros de 186,4 milhões de euros em 2017.

O PSI-20 avança 1,31% para 5.478,47 pontos, continuando a recuperar do mini-crash da semana passada, que abalou as bolsas um pouco por todo o mundo. O BCP é o título que apresenta uma valorização mais expressiva, avançando 4,59% para 31,88 cêntimos.

O banco liderado por Nuno Amado apresentou, relativamente a 2017, um saldo positivo de 186,4 milhões de euros, 7,8 vezes mais do que no ano anterior. Estes resultados foram fruto da margem financeira que, segundo o banco, “evidenciou um aumento de 13,1% face aos 1.230,1 milhões de euros apurados em 2016, atingindo 1.391,3 milhões de euros em 2017 devido aos desempenhos favoráveis quer da atividade em Portugal, quer da atividade internacional.”

“Estes resultados são considerados positivos, continuando a ser suportados pela redução dos NPE (non‐performing exposures ‐ crédito vencido há mais de 90 dias ou crédito com reduzida probabilidade de ser cobrado sem realização de colaterais)”, apontam esta manhã os analistas do CaixaBank BPI. “No entanto, nos próximos anos, os resultados deverão ser desafiados pelos esforços do banco em continuar a apresentar uma redução dos NPA (non performing assets – ativos não produtivos, que não geram retorno).”

BCP acelera 4% depois dos lucros

A destacar-se nos ganhos está também a Galp Energia, que avança 1,41% para 14,73 euros e a Mota Engil, que ganha 2,46% para os 3,54 euros. Apenas a Ibersol começou o dia inalterada, não tendo negociado nenhuma ação nos primeiros minutos da sessão.

Na Europa, o sentimento também positivo, com o agregador Stoxx 600 a ganhar 0,50%, o espanhol IBEX-35 a avançar 0,74%, o francês CAC-40 a valorizar 1,03% e o alemão DAX a subir 0,53%.

(Notícia atualizada às 8h24 com mais informação)

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Lucro do BCP dispara. Cresce quase oito vezes para 186,4 milhões

O banco liderado por Nuno Amado fechou 2017 com lucros de 186,4 milhões de euros. Um resultado bem mais positivo que o do ano anterior, fruto do crescimento da margem financeira.

Depois de encerrar os primeiros nove meses com lucros de 133 milhões de euros, o BCP aumentou o resultado líquido em mais 53,4 milhões no último trimestre. No total, o banco liderado por Nuno Amado apresentou um saldo positivo de 186,4 milhões de euros, 7,8 vezes mais do que no ano anterior. Desta forma, superou as estimativas dos analistas.

“Em 2017, o resultado líquido alcançou 186,4 milhões de euros, representando um crescimento significativo face aos 23,9 milhões de euros registados no ano anterior, alicerçado no desempenho da atividade em Portugal”, refere o banco liderado por Nuno Amado. A média das estimativas dos analistas consultados pela Reuters apontava para um valor de 164 milhões de euros.

“Na atividade em Portugal, o resultado líquido aumentou 196,3 milhões de euros, face ao valor alcançado em 2016, cifrando-se em 39,0 milhões de euros em 2017, merecendo particular destaque a diminuição das imparidades e provisões. Na atividade internacional, o resultado líquido totalizou 146,2 milhões de euros em 2017”, sendo de 174,6 milhões excluindo o impacto decorrente da aplicação da IAS 29 ao Banco Millennium Atlântico. Assim, “o rácio CET1 fixou-se em 13,2% phased-in e em 11,9% em fully implemented, refletindo acréscimos de 80 e de 224 pontos base, respetivamente

O banco nota que “a margem financeira evidenciou um aumento de 13,1% face aos 1.230,1 milhões de euros apurados em 2016, atingindo 1.391,3 milhões de euros em 2017 devido aos desempenhos favoráveis quer da atividade em Portugal, quer da atividade internacional“. “Esta evolução beneficiou da diminuição do custo de funding, incluindo os impactos positivos derivados do reembolso dos CoCos e da manutenção da descida das taxas de juro dos depósitos, não obstante a diminuição do rendimento da carteira de crédito”.

Mais recursos, mais comissões

Os recursos totais de clientes aumentaram 6,6% em 31 de dezembro de 2017 face aos 66.978 milhões de euros registados em 31 de dezembro de 2016, ascendendo a 71.386 milhões de euros e traduzindo os desempenhos positivos quer da atividade em Portugal, quer da atividade internacional”, nota o banco, acrescentando que “na atividade em Portugal, os recursos totais de clientes evidenciaram uma subida de 5,4%”, alcançando os 51.949 milhões de euros em 31 de dezembro de 2017″.

Ao mesmo tempo que os recursos cresceram, também as comissões aumentaram. “As comissões líquidas aumentaram 3,6% face aos 643,8 milhões de euros registados em 2016, ascendendo a 666,7 milhões de euros em 2017, impulsionadas pelo desempenho da atividade internacional, principalmente da operação na Polónia”, diz Nuno Amado.

“Na atividade em Portugal, as comissões permaneceram em linha com os valores observados no ano anterior (-0,2%), não obstante o registo pontual de um valor mais elevado em outras comissões bancárias no primeiro trimestre de 2016. “O aumento das comissões líquidas em 2017 beneficiou do crescimento quer das comissões bancárias (+2,7%), quer das comissões relacionadas com os mercados financeiros (+7,6%) face aos valores registados em 2016″.

Menos imparidades

Em relação aos NPE (Non Performing Exposure), este indicador diminuiu em 1,8 mil milhões no ano, “cifrando-se em 6,8 mil milhões no final de 2017, claramente abaixo do objetivo anunciado de 7,5 mil milhões”. Houve ainda um crescimento da carteira de crédito performing em Portugal, o que “não ocorria há oito anos”, adiantou Nuno Amado na conferência de imprensa de apresentação dos resultados de 2017.

A imparidade do crédito (líquida de recuperações) diminuiu 44,2% face aos 1.116,9 milhões de euros contabilizados em 2016, fixando-se em 623,7 milhões de euros em 2017, refletindo a evolução favorável da atividade em Portugal e a melhoria do custo do risco do Grupo em 2017 para 122 pontos base, face aos 216 pontos base observados no ano anterior”, acrescenta.

“As outras imparidades e provisões totalizaram 301,1 milhões de euros em 2017, apresentando uma diminuição de 37,4% face aos 481,1 milhões de euros registados em 2016, suportada essencialmente no menor nível de provisionamento relacionado com fundos de reestruturação empresarial, instrumentos de dívida e garantias e outros riscos, não obstante o reforço da imparidade para goodwill e outros ativos”, remata o BCP.

(Notícia atualizada às 17h30 com mais informação)

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Nuno Amado: “É possível que haja algum aumento das comissões em 2018″

  • Rita Atalaia
  • 14 Fevereiro 2018

O presidente executivo do BCP apresentou esta tarde os números para o ano passado. Isto depois de o banco ter revelado um saldo positivo de 186,4 milhões de euros em 2017.

O presidente executivo do BCP explicou esta quarta-feira os resultados financeiros de 2017. Isto depois de o banco ter aumentado o resultado líquido em mais 53,4 milhões no último trimestre. No total, o banco liderado por Nuno Amado apresentou um saldo positivo de 186,4 milhões de euros, 7,8 vezes mais do que no ano anterior. Desta forma, superou as estimativas dos analistas.

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Bolsa de Lisboa disparou 6%, no melhor janeiro desde 2015. Assim irá o ano inteiro?

Diz o ditado que "como vai janeiro, assim vai o ano inteiro". Primeiro mês do ano trouxe ganhos superiores a 6% à bolsa de Lisboa e o melhor janeiro desde 2015. Manterá a exuberância ao longo de 2018?

“Como vai janeiro, assim vai o ano inteiro”. A fazer fé no ditado popular, os investidores têm razões para sorrir com um bom desempenho da bolsa de Lisboa ao longo de 2018. É que o primeiro mês do ano trouxe ganhos superiores a 6% à praça nacional. E coloca-se a pergunta: podemos esperar tal exuberância no ano inteiro?

Até fechou a última sessão do mês a perder 0,51% para 5.663,44 pontos, mas nada que tenha impedido o PSI-20 de alcançar o melhor janeiro desde 2015. No primeiro mês de 2018, o principal índice português avançou 6,09%. Principal contributo: o BCP, que liderou os ganhos com uma impressionante subida de 19,30% desde o dia 1 de janeiro. Logo atrás surgem Sonae Capital e Sonae, com altas mensais de 16% e 14,6%, respetivamente.

Não ficarei surpreendido se o PSI-20 chegar a dezembro a negociar a valores mais altos, já que historicamente as avaliações ainda estão baixas e o índice nacional está longe dos máximos”, diz ao ECO o gestor da corretora XTB, Eduardo Silva. “O ano de 2017 foi bastante bom para o nosso país. Há vários fatores que deverão garantir condições para que Portugal continue a crescer este ano, nomeadamente a recuperação da confiança dos investidores e a estabilidade política”, argumenta o analista.

Este sentimento positivo é partilhado por Albino Oliveira, analista da Patris Investimentos. “A expectativa de um ano de 2018 favorável aos índices de ações é suportada pelo enquadramento macro positivo… e reforçada pelo Plano Fiscal aprovado no final do ano passado nos EUA”, diz o especialista, adicionando mais argumentos à lista que podem potenciar a bolsa de Lisboa. Ou deixar o mercado à beira de um ataque de nervos…

Não ficarei surpreendido se o PSI-20 chegar a dezembro a negociar a valores mais altos, já que historicamente as avaliações ainda estão baixas e o índice nacional está longe dos máximos.

Eduardo Silva

Gestor da corretora XTB

Lembra Albino Oliveira que “múltiplos de mercado encontram-se já num nível relativamente elevado em termos históricos, principalmente nos EUA”, num contexto que foi “agravado pela subida nas yields da dívida de governos que tem sido observada desde o início do ano”.

Por isso, “uma mais forte subida das taxas de juro das obrigações poderá ser vista como um risco para os mercados de ações, principalmente se coincidir com um período de menor otimismo para a evolução da economia global”, alerta o analista da Patris.

BCP liderou os ganhos em Lisboa

Fonte: Reuters

Por cá, foram as ações do BCP a fazer as delícias dos investidores. Dispararam quase 20% à boleia das boas perspetivas que os analistas atribuem ao banco liderado por Nuno Amado. “É uma história de recuperação de resultados”, tinha dito a equipa de research do BPI no final do ano passado. Para o JPMorgan, que vê o título chegar aos 35 cêntimos, o BCP é top pick na Península Ibérica.

Com valorizações de 16% e 14,65%, Sonae Capital e Sonae também beneficiaram do maior otimismo dos analistas. No primeiro caso, há um dividendo que salta à vista — os analistas do BPI dizem que podem subir no próximo ano e subiu a avaliação do título.

Quanto à dona da cadeia de hipermercados Continente, ela está entre as preferidas do CaixaBank BPI para o retalho ibérico, à frente da Jerónimo Martins que se encontra no ranking as maiores valorizações em Lisboa porque, em boa verdade, também beneficia do bom momento económico em Portugal que os analistas argumentam em favor da Sonae.

“O sentimento dos consumidores tem tocado máximos históricos na Ibéria, acionando as unidades de bens mais transacionáveis da Sonae, nomeadamente de bens eletrónicos”, justificou a equipa do BPI. “A perspetiva deverá permanecer positiva, já que o rendimento disponível continuará a melhorar, com o aumento do salário mínimo, desemprego mais baixo, menos impostos e salários mais altos dos funcionários públicos”, vincou ainda.

Em relação à Mota-Engil, são os negócios em África que continuam a puxar pelos títulos da construtora. Somou mais de 8,52% na bolsa depois de engordar a carteira de encomendas na Costa do Marfim.

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Lucros das empresas da bolsa de Lisboa aceleram 10% à boleia da economia

Vem aí a temporada de resultados em Lisboa. Os lucros das grandes cotadas terão acelerado 10%, à boleia do bom momento económico. O ECO preparou um guia para abordar a earnings season nacional.

EDP terminou ano com lucros de quase 1.200 milhões e lidera ranking de resultados em Lisboa.Fotomontagem/ECO

Os lucros das cotadas da bolsa de Lisboa dispararam no ano passado com grande parte das empresas nacionais a recolher frutos da aceleração da economia portuguesa. São muitos os motivos para sorrir à partida para mais uma temporada de resultados no PSI-20. Desta vez até a banca vai ajudar à festa.

De acordo com as estimativas dos analistas sondados pela Reuters, os lucros das cotadas que compõem o índice de referência nacional terão acelerado 9,7% para superarem os 3.500 milhões de euros (ver tabela em baixo). Se há fatores extraordinários que fazem a diferença em algumas contas, o bom desempenho das grandes empresas em 2017 deveu-se, sobretudo, à melhoria das condições económicas em Portugal e lá fora. O argumento é fácil de perceber: quanto maior atividade económica, mais as empresas conseguem faturar. Foi o que aconteceu.

“A valorização a que assistimos parece estar sincronizada com o desempenho das empresas e as perspetivas de crescimento económico doméstico e da zona euro”, refere João Queiroz, diretor de banca online do Banco Carregosa, ao ECO. “Também a melhoria da perceção de risco continua a beneficiar os ativos nacionais”, acrescenta.

A valorização a que assistimos parece estar sincronizada com o desempenho das empresas e as perspetivas de crescimento económico doméstico e da zona euro. Também a melhoria da perceção de risco continua a beneficiar os ativos nacionais.

João Queiroz

Diretor de banca online do Banco Carregosa

É o BPI quem dá o pontapé de arranque na earnings season portuguesa. É já esta terça-feira e os analistas estimam que o banco detido pelos espanhóis do CaixaBank tenha obtido um lucro de 70,5 milhões. Mas, ao contrário dos últimos anos, desta vez o banco já não figura no principal índice português. Pelo que a temporada de resultados no PSI-20 só acontece efetivamente na próxima semana, através da Navigator.

Fonte: Reuters

Serão vários os pontos de interesse para os investidores ao longo dos próximos dois meses em que as cotadas nacionais vão a exame. Até porque os resultados fornecem um bom retrato das empresas e ajudam a antecipar tendências de dividendos. “Será importante para perceber se o bom momento económico se está a materializar nas empresas”, sublinha Salvador Alves, analista da Orey iTrade.

E, neste capítulo, logo na segunda semana acontece um dos habituais pontos altos da temporada de resultados lisboeta. O BCP presta contas e a expectativa dos analistas aponta um disparo de 585% do lucro para 164 milhões, depois de um ano que foi decisivo para o futuro do banco — concluiu o aumento de capital de 1.300 milhões de euros que trouxe a Fosun para a ribalta e com isso pagou o que devia das ajudas prestadas pelo Estado.

“O setor bancário da Europa tem capitalizado com a possibilidade de alteração, a médio prazo, da política monetária do Banco Central Europeu (BCE). Além disso, o BCP beneficia de uma possível recomposição do corpo acionistas e de uma evolução positiva das imparidades, das receitas e respetivas margens”, destaca João Queiroz.

A seguir ao BCP é a vez da Galp e mais boas notícias: os analistas apontam para uma subida de 15% do lucro para 557 milhões de euros, catapultando a petrolífera liderada por Carlos Gomes da Silva para o segundo lugar dos maiores lucros em Lisboa.

EDP, EDP Renováveis, CTT… é só fazer as contas

2017 foi também o ano da família EDP. O seu líder António Mexia viu-se envolvido em casos judiciais e falou-se da possibilidade de estar de saída da liderança do grupo. A mãe EDP tentou a aquisição (um pouco hostil) da sua filha EDP Renováveis e ainda vendeu a Naturgas (em Espanha, por 2,6 mil milhões) e Portgás (à REN, por 530 milhões). Tudo fatores extraordinários que baralharam as contas finais. Como ficaram?

Habituada a ser o rei dos resultados, a EDP terá visto o lucro subir 23,6% para 1,19 mil milhões de euros — representando um terço dos lucros do PSI-20 –, mas os olhos dos analistas vão estar virados para o impacto das duas alienações na redução da pesada dívida da elétrica. Já o resultado líquido da EDP Renováveis terá disparado 270% para 208,6 milhões de euros.

“As receitas e lucros da EDP não parecem constituir uma incerteza tão relevante como o potencial de serviço da dívida”, salienta Queiroz. É que “o elevado grau de endividamento pode impactar a geração futura de lucros e de cash-flows da EDP”, justifica.

No annus horribilis dos CTT, a queda do negócio postal fez mossa nos lucros da empresa: terão recuado 27% para os 46,2 milhões. Foi por causa disto que a administração liderada por Francisco Lacerda anunciou um plano de reestruturação que passa por saídas de trabalhadores e fecho de lojas como forma de posicionar os correios postais para o futuro.

“Mas ambas as medidas custam dinheiro e acresce a elevada regulação por ser um serviço público”, lembra Salvador Alves, considerando que os investidores vão estar atentos à “habilidade [de Lacerda] para cortar custos e para fomentar as alavancas de crescimento”.

Outros dois destaques da temporada vão recair no setor do retalho, que continua sob pressão por causa da digitalização do consumo. Ao que tudo indica, tanto a Sonae (dona do Continente) como a Jerónimo Martins (Pingo Doce) viram os lucros tombarem na ordem dos dois dígitos. Mais intensa será a queda do resultado da Jerónimo Martins, mas há que contabilizar a venda da Monterrroio à Fundação Francisco Manuel dos Santos que fez disparar os resultados do ano passado.

Os investidores vão agora estar atentos a duas coisas essenciais: a habilidade de cortar custos e de fomentar as alavancas de crescimento. De acordo com o plano de reestruturação divulgado em dezembro, a empresa postal terá de fechar agências e despedir colaboradores, ambos custam dinheiro e acresce ainda a elevada regulação por ser um serviço público.

Salvador Alves

Analista da Orey iTrade

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BCP dá quinta sessão de ganhos à bolsa de Lisboa

O JP Morgan Chase melhorou a avaliação sobre as ações do BCP e levou o banco português a disparar mais de 4% esta terça-feira. Subida dos títulos deu quinta sessão consecutiva de ganhos a Lisboa.

A generalidade das bolsas europeias fechou no verde esta terça-feira e a praça lisboeta avançou pela quinta sessão consecutiva, apoiada em ganhos expressivos na banca face a uma melhoria de expectativas em relação às ações do BCP. O Stoxx 600 subiu 0,1% para 402,49 pontos, enquanto os índices francês e italiano remaram em contracorrente.

Mas o PSI-20 voltou a brilhar. Mais propriamente pela quinta sessão consecutiva. A bolsa lisboeta avançou 0,82% para 5.744,83 pontos, à boleia de uma subida do BCP. O banco português valorizou quase 4,4% para cerca de 31,99 cêntimos, depois de o JPMorgan ter escolhido esta ação como top pick, elevando o preço alvo do título para os 35 cêntimos — ou seja, tendo em conta a cotação de fecho desta terça-feira, o banco terá um potencial de valorização de quase 9,4%.

A puxar pelo índice estiveram também as ações da Galp Energia, que recuperaram 0,1% para 16,38 euros por ação, enquanto os restantes pesos pesados, como a Jerónimo Martins, EDP e EDP Renováveis, sofreram perdas ligeiras, abaixo de 0,1%. A ajudar aos ganhos, estiveram ainda a Nos e os CTT, que subiram 0,82% e 0,74%, respetivamente.

A travar uma maior ambição no PSI-20 estiveram nove cotadas — a maior queda foi registada pela Pharol, que derrapou 3,02%, no dia em que comunicou ao mercado que o empresário brasileiro Nelson Tanure reduziu a participação na Oi depois de aprovado o plano de recuperação judicial.

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Lisboa renova máximos de dois anos com o impulso do BCP

  • Juliana Nogueira Santos
  • 22 Janeiro 2018

O JPMorgan empurrou as ações do BCP para as suas "top picks" e para máximos de junho de 2016. O PSI-20 não resistiu e avançou perto de 1%.

O BCP registou, esta segunda-feira, a melhor sessão desde novembro do ano passado. O avanço de 5% do banco liderado por Nuno Amado suportou os ganhos do PSI-20, num dia que também foi de valorização para a Galp. Assim, o principal índice bolsista avançou perto de 1%.

Após o JPMorgan ter colocado o banco liderado por Nuno Amado na lista de “top pick” do setor ibérico, os títulos avançaram 5,06% para 31,99 cêntimos, renovando máximos de junho de 2016. À boleia desta escalada, o PSI-20 também terminou em máximos de novembro de 2015, valorizando 0,98% para 5.744,83 pontos

Lisboa em máximos de novembro de 2015

Para além do gigante da banca, a sessão também foi positiva para as energéticas, em especial para a Galp. A petrolífera avançou 1,36% para 16,38 euros. A elétrica EDP ganhou 0,21% para 2,89 euros, enquanto a EDP Renováveis valorizou 0,71% para 7,11 euros. A REN não ficou para trás, com ganhos de 0,08% para 2,56 euros.

Destaque positivo ainda para a Mota-Engil, que depois de ter ganho um novo contrato na Costa do Marfim para tratamento, acelerou 1,13% para 4,03 euros. O negócio poderá valer até 140 milhões de euros à construtora portuguesa liderada por Gonçalo Moura Martins.

No entanto, também houve baixas nesta primeira sessão da semana. O dia foi negativo para os CTT que perderam 3,41% para 3,51 euros. A retalhista Jerónimo Martins foi a única gigante da bolsa a ceder, caindo 0,31% para 17,50 euros.

O PSI-20 não foi exceção na Europa, com as bolsas a ficarem à margem da incerteza política vivida em terras de Donald Trump. O espanhol Ibex-35 avançou 1%, enquanto o alemão ganhou 0,22%. Em França, o CAC-40 subiu 0,28%. O agregador Stoxx 600 valorizou 0,23%.

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BCP acelera 5% após JPMorgan anunciar que banco é “top pick”

Nuno Amado tem razões para sorrir. Os bancos de investimento continuam a dar boa nota ao BCP. Agora foi a vez de o JPMorgan melhorar a avaliação. Ações disparam mais de 5% na bolsa.

Os ventos continuam a soprar a favor do BCP em 2018. O banco liderado por Nuno Amado apresenta-se com o melhor desempenho na bolsa de Lisboa desde o início do ano e esta segunda-feira teve mais motivos para sorrir: o JPMorgan colocou o título como “top pick” no setor ibérico depois de subir o preço alvo para 35 cêntimos.

Fruto desta nota de research positiva, as ações do BCP revelaram intensa pressão compradora ao longo da sessão. Sinal desse apetite do mercado refletiu-se na valorização de 5,06% do título que fechou a valer 0,3199 euros, a cotação mais elevada desde junho de 2016.

A par do Santander e BBVA, o BCP está entre os preferidos do JPMorgan na banca da Península Ibérica. “O BCP é a nossa maior convicção no quarto trimestre de 2017, já que vemos potencial ascendente para melhorias de capital e redução de malparado”, disse o banco de investimento citado pela Reuters.

“A postura positiva reflete o suporte do ambiente macro e dos preços do imobiliário que baixam o custo do risco; taxas mais elevadas com cada aumento de 100 pontos base nas taxas de juro, traduzindo-se num potencial de subida de 20% a 30% do lucro por ação”, explicam ainda os analistas do JPMorgan.

Neste cenário, o JPMorgan manteve a recomendação de “overweight” no BCP, aumentando-lhe o preço-alvo para dezembro de 2018 dos 0,3 euros para os 0,35 euros, “oferecendo um potencial de subida de 16%”.

Com este desempenho, o BCP passa a cotar-se com uma avaliação de mercado de 4,6 mil milhões de euros.

O banco apresenta contas a 14 de fevereiro. Os analistas estimam que o BCP tenha obtido lucros de 160 milhões de euros no exercício de 2017, um aumento substancial face ao resultado líquido positivo de 24 milhões de euros registado em 2016.

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Bancos passam no teste do BCE. Novo Banco não foi a exame

  • Rita Atalaia
  • 15 Janeiro 2018

CGD, BCP, BPI, Santander e Montepio revelaram os resultados do teste à sua solidez. Todos passaram no exame do BCE. O carimbo de banco de transição deixou o Novo Banco de fora desta avaliação.

O Banco Central Europeu (BCE) levou os bancos europeus a exame. Os portugueses — excluindo o Novo Banco por ser uma instituição financeira de transição — não faltaram à chamada, nem chumbaram no teste. CGD, BCP, BPI, Santander e, finalmente, o Montepio demonstraram, todos, uma solidez acima do mínimo exigido, tendo uns notas melhores do que os outros. E, apesar de não serem obrigados a comunicá-lo, vieram publicamente dar esse sinal ao mercado, procurando conquistar a confiança de investidores e aforradores.

O BPI foi o primeiro a revelar os resultados do Supervisory Review and Evaluation Process, ou simplesmente SREP, ainda em dezembro. Mas, apesar de tal como os restantes bancos do sistema, ter passado, não foi aquele que conseguiu a melhor nota — avaliando o diferencial entre o rácio Common Equity Tier 1 (CET1) faseado apresentado e o mínimo exigido pela instituição liderada por Mario Draghi. Quem brilhou? O BCP. A entidade liderada por Nuno Amado tem um rácio Common Equity Tier 1 (CET1) de 13,2%, face ao mínimo de 8,8125%. Ou seja, fica 4,39% acima dos mínimos impostos.

A CGD, por seu lado, supera as exigências do BCE por uma margem “significativa”, disse o banco liderado por Paulo Macedo quando apresentou o resultado desta avaliação. E confirma-se. A instituição financeira tem um rácio de 13%, mais de quatro pontos percentuais acima do que é pedido pelo regulador.

O BPI, o primeiro banco a apresentar o SREP, pode não ter um diferencial tão elevado como a CGD ou o BCP, mas tem igualmente níveis confortáveis. “Tendo em conta os rácios observados em 30 de setembro de 2017, o Banco BPI cumpre os novos rácios mínimos exigidos em matéria de CET 1 (Common Equity Tier 1), Tier 1 e rácio total”, revelou a entidade, que apresenta um CET1 de 12,5%, faseado, e um rácio total de 13,9%. O mínimo exigido pelo BCE era 8,75% e 12,25%, respetivamente.

O Grupo Santander, onde se inclui o Santander Totta (que tem um CET1 faseado de 16,6%, mas não revelou o mínimo exigido pelo BCE), conseguiu igualmente passar no exame, embora o diferencial face ao mínimo de exigência do BCE tenha sido menor do que o apresentado pelo Montepio, o último a comunicar aos investidores o resultado do teste.

Enquanto o Santander, com um rácio CET1 faseado de 12,18% apresenta uma margem de 3,52 pontos percentuais face aos 8,655% exigidos por Mario Draghi, o banco ainda liderado por Félix Morgado garantiu um diferencial de 3,6 pontos. O banco, agora totalmente controlado pela Associação Mutualista, revelou um CET1 faseado de 13% (só superado pelo BCP), acima do limite mínimo de 9,4%, o mais alto de todos os bancos portugueses que participaram no exame.

O Novo Banco não foi ao teste. O banco liderado por António Ramalho ainda era um banco de transição quando este exame foi feito, pelo que foi dispensado. Ainda assim, o BCE exige que a instituição tenha, durante o próximo ano, um rácio CET1 faseado de 10,5% e um rácio total de 14%, sabe o ECO. Até ao final do ano passado, o banco recebeu mil milhões de euros com a entrada do Lone Star.

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Montepio passa no teste. “Não está previsto aumento de capital em 2018”, afirma José Morgado

O banco passou no teste do BCE que avalia a solidez da instituição financeira, o SREP. Ao ECO, José Morgado afirma: "Não está previsto aumento de capital em 2018".

Supervisory Review and Evaluation Process ou, simplesmente, SREP. Este é o mais recente exame imposto pelo Banco Central Europeu (BCE) aos bancos. E o Montepio passou. Tal como os restantes bancos, também a instituição financeira liderada por Félix Morgado cumpre os requisitos mínimos de capital exigidos pela entidade liderado por Mario Draghi. “Não está previsto um aumento de capital [do Montepio] em 2018”, assegura José Félix Morgado ao ECO.

“Os rácios observados a 30 de setembro de 2017 pela Caixa Económica Montepio Geral encontram-se acima dos novos rácios prudenciais exigidos, considerando os requisitos em termos de Pilar 2 e as demais reservas aplicáveis, quer em termos de CET1 (Common Equity Tier 1), Tier 1 e rácio total”, refere o Montepio num comunicado. O banco liderado por Félix Morgado diz que o o rácio CET1 faseado ficou nos 13% e o rácio total fixou-se nos 13,2%, face ao mínimo exigido pelo BCE de 9,4% e de 12,9%, respetivamente. O rácio phaing in pro-forma – que inclui os chamados os ativos por impostos diferidos, ou DTAs, comparável com os outros bancos – fixou-se nos 13,7%, claramente acima do mínimo exigido. Este regime só está disponível para as sociedades anónimas, estatuto que só agora o Montepio tem. E já terá solicitado ao Ministério das Finanças o acesso àquele regime fiscal.

Além do rácio pro-forma, isto é, incluindo os DTAs, o Montepio vai também avançar nos próximos meses com uma emissão de obrigações imposta pela supervisão europeia, à semelhança do que foi decidido para os outros bancos. E que contará, depois, para o rácio total do banco. O valor ainda não está definido, mas a administração de José Morgado estava a trabalhar numa emissão superior a 200 milhões de euros. A decisão final, claro, caberá ao novo presidente indigitado, Nuno Mota Pinto.

José Félix Morgado – cuja saída da presidência do Montepio já está anunciada para as próximas semanas – não comenta as notícias sobre a entrada da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa no capital do banco detido hoje a 100% pela Associação Mutualista, mas a sua posição acaba por ficar, implicitamente, clara: “Reforçámos os rácios de capital e a posição de liquidez e diminuímos o recurso ao BCE, para um valor inferior a 1,5 mil milhões de euros”. E, sem falar nos resultados de 2017, revela que tem perspetivas positivas em linha com o que se passou nos três primeiros trimestres do ano, com resultados líquidos positivos.

O anúncio do Montepio é feito depois de a Caixa Geral de Depósitos (CGD), BCP, BPI e Totta terem revelado, no final do ano passado, os resultados deste teste à sua solidez. Todos passaram com nota positiva no teste que o BCE realiza para avaliar a situação de uma instituição de crédito em termos de requisitos de fundos próprios e o modo como responde a riscos.

O SREP sintetiza, segundo o banco central, “todas as conclusões retiradas pelas autoridades de supervisão ao longo de determinado ano e dita o ‘trabalho de casa’ das instituições de crédito”. Depois cabe a cada banco decidir se revela o resultado deste exame. Até agora, todas as instituições financeiras têm decidido divulgar.

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