Novabase processa dados do Censo 2017 de Moçambique

  • Lusa
  • 24 Novembro 2017

O levantamento anterior, em 2007, apurou que a população era de 20,8 milhões, projetando o INE que o recenseamento de 2017 tenha registado 27,1 milhões de moçambicanos, um crescimento de 30%.

A empresa portuguesa Novabase tem a seu cargo o processamento de dados do Censo 2017 de Moçambique, anunciou o Instituto Nacional de Estatística (INE) moçambicano.

“A Novabase foi a entidade que oferecia a melhor adequação contratual”, referiu Rosário Fernandes, presidente do INE, citado esta sexta-feira pelo jornal estatal Notícias.

O IV Recenseamento Geral da População e Habitação de Moçambique decorreu de 1 a 15 de agosto e o processamento de dados é feito com base em tecnologia de leitura ótica. O INE prevê que os resultados preliminares possam ser divulgados a 30 de dezembro.

O levantamento anterior, em 2007, apurou que a população era de 20,8 milhões, projetando o INE que o recenseamento de 2017 tenha registado 27,1 milhões de moçambicanos, um crescimento de 30%.

As atividades relativas à fase de análise de dados, que marcam a segunda etapa do recenseamento, serão asseguradas em 29% pelo INE, no período 2015 a 2019, o correspondente a 62 milhões de dólares norte-americanos alocados pelo Banco Mundial, para além dos 2,5 milhões de dólares doados pela Suécia, e 1,7 milhões de dólares da Itália. Há ainda promessa de desembolso de 7,5 milhões de dólares por parte do Canadá, avança o jornal moçambicano. Noruega, Índia, DFID, FUNUAP, UNICEF, FDS Moçambique são outros parceiros que deram a sua contribuição para a realização do censo 2017.

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Direitos de propriedade intelectual da Altice Labs passam para a Altice

Os direitos de propriedade intelectual da Altice Labs (ex-PT Inovação) trocaram de mãos. Passaram da PT Portugal para a holding do grupo, cotada em Amesterdão.

A Altice Labs é a antiga PT Inovação da Portugal Telecom. Tem sede em Aveiro. Na fotografia, Patrick Drahi, fundador do grupo Altice, que detém cerca de 60% da companhia.PAULO NOVAIS/LUSA

Os direitos de propriedade intelectual da Altice Labs, antiga PT Inovação, foram transferidos pela PT Portugal para a holding do grupo Altice, apurou o ECO junto de fontes conhecedoras do processo. A passagem deste ativo para a posse do grupo franco-israelita terá acontecido durante o período em que Cláudia Goya foi presidente executiva da companhia.

A Altice Labs tem sede em Aveiro e é uma avançada unidade tecnológica que emprega mais de 700 engenheiros, a maioria em Portugal. Exporta inovação portuguesa para mais de 35 países onde o grupo franco-israelita está presente. É o polo de desenvolvimento tecnológico da dona da PT/Meo, que estava até agora na gestão direta de Alexandre Fonseca, o novo presidente executivo.

A operação acontece dentro do próprio grupo e, ao que o ECO apurou, terá tido um impacto positivo nas contas da Meo no terceiro trimestre, avaliado em 15 milhões de euros. Entre julho e setembro, com Cláudia Goya aos comandos da operadora portuguesa, a PT/Meo registou receitas de 566,2 milhões de euros, uma queda de 3,1% em relação aos mesmos três meses de 2016. O EBITDA ajustado [lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações] fixou-se em 265 milhões, um recuo de 1,2%.

Além de impulsionar as contas da Meo em Portugal, a transferência dos direitos de propriedade intelectual da Altice Labs para a posse da Altice poderá ter outra justificação. Uma das explicações, adianta uma fonte da companhia que pediu o anonimato, é a agilização dos processos de registo de propriedade intelectual nos diferentes mercados em que opera, uma vez que a totalidade dos mesmos ficará num ambiente de multinacional, ao invés de estar nas mãos de uma subsidiária. Assim, acrescenta, protegerá a possibilidade de poder continuar a aplicar tecnologia nos diferentes mercados em que opera.

O ECO confrontou a Altice com estas informações e remeteu três perguntas: se a empresa confirma que os direitos foram vendidos, qual o montante da operação e qual o impacto financeiro da mesma nos resultados do terceiro trimestre. Mesmo após insistência, a PT/Meo não respondeu às perguntas feitas.

Fonte oficial da empresa limitou-se a dizer ao ECO: “A Altice Labs é o Centro de Investigação e Desenvolvimento da Altice no mundo, com mais de 700 engenheiros que trabalham em inovação e tecnologia. Por isso a Altice Labs está a fornecer, com contratos, soluções, produtos, serviços e tecnologias para todas as afiliadas da Altice no mundo. Por exemplo, fornece tecnologia e expertise para a implementação de fibra ótica nos EUA, assim como para França. A Altice Labs vende, acima de tudo, serviços e soluções para clientes em todo o mundo – mais de 35 países – e é um ativo essencial para a Altice e parte da história, identidade e futuro da Altice em Portugal.”

A nota não desmente, no entanto, estas informações. No mercado, tem sido referido que a operação poderá resultar num encaixe total de 30 milhões de euros para a PT Portugal, um valor que a empresa nega perentoriamente. Questionada sobre se os direitos da Altice Labs foram vendidos por esse valor, fonte oficial da Altice limitou-se a responder: “Não é verdade que se tenham vendido esses direitos por 30 milhões de euros à Altice.” Pelo menos para já. Porque fontes garantem que, apesar dos 15 milhões que já deram entrada na empresa, como apurou o ECO, outros 15 milhões poderão entrar em breve, mas ainda sem garantias.

A PT tem vindo a enaltecer o trabalho que os engenheiros portugueses têm vindo a desenvolver na Altice Labs. Tecnologia com ADN português tem sido usada para ampliar a rede de fibra ótica da operadora no país, mas também em França e nos Estados Unidos. Outras inovações feitas pela PT em Aveiro estão a chegar aos quatro cantos do mundo, através da vasta rede de subsidiárias do grupo Altice, detido pelo multimilionário Patrick Drahi. O laboratório de inovação está também a trabalhar no desenvolvimento de soluções para acelerar a chegada do 5G, a quinta geração de rede móvel que Bruxelas quer começar a lançar já em 2020.

"A Altice Labs vende, acima de tudo, serviços e soluções para clientes em todo o mundo – mais de 35 países – e é um ativo essencial para a Altice e parte da história, identidade e futuro da Altice em Portugal.”

PT/Meo

Fonte oficial

Patrick Drahi é conhecido pelas aquisições de empresas, uma atitude que lhe levou a acumular já mais de 50 mil milhões de euros de dívida. O verniz estalou no momento em que o grupo apresentou fracos resultados do terceiro trimestre no início deste mês, que levantaram dúvidas aos investidores quanto à capacidade da empresa de pagar o avultado passivo. As ações da Altice começaram a cair a pique e já desvalorizaram mais de 50% desde 2 de novembro.

Numa carta enviada aos trabalhadores da PT, a que o ECO teve acesso, Patrick Drahi escreveu: “A nossa dívida está garantida a 85% com taxa fixa e o primeiro reembolso relevante não acontecerá antes de 2022. Quer isto dizer, claramente, que se as taxas subirem ou se as agências revirem a notação da nossa dívida, tal não terá rigorosamente nenhum impacto na empresa nos cinco próximos anos.” Certo é que a S&P reviu mesmo o outlook da dívida da Altice esta quinta-feira, precipitando novamente as ações do grupo em direção ao precipício.

Face aos resultados que o grupo alcançou, aquém do esperado pelos investidores, deu-se uma mudança de estratégia: a da venda de ativos para abater dívida — como a subsidiária na República Dominicana, torres de telecomunicações na Europa e um negócio na Suíça. Para já. A operação de transferência dos direitos de propriedade intelectual da Altice Labs, porém, não deverá ser inserida neste contexto de travagem das compras e venda de ativos.

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PSD vota contra o Orçamento do Estado

Hugo Soares anuncia que o PSD vai votar contra o Orçamento do Estado para 2018.

O PSD vai votar contra o Orçamento do Estado para 2018, anunciou em conferência de imprensa o líder da bancada social-democrata, Hugo Soares. Acusa ainda o Governo de uma postura “autocrática” dada a rejeição das 62 propostas apresentadas pelo PSD.

O responsável lamenta que nenhuma das propostas apresentadas pelo PSD tenha sido aprovada. “Alguém acredita que nas 62 propostas [apresentadas pelo PSD] não haja uma, umazinha, que tenha viabilidade para ser aprovada?“, questiona Hugo Soares. O social-democrata classifica como “autocrática” a ação da geringonça e diz que esta demonstra que “o PS não precisa do PSD para governar nem precisa das soluções que o PSD apresenta”.

O líder de bancada do PSD condena ainda as medidas apresentadas esta quinta-feira relativas aos subsídios de férias. Fala de um “ataque sem precedentes à liberdade de escolha” e lamenta que os trabalhadores deixem de ter a possibilidade de escolher a modalidade de pagamento destes subsídios.

Questionado relativamente à nova localização do Infarmed, Hugo Soares não hesita em dizer “cheira demasiado a incompetência do Governo“, tendo em conta que ainda não se sabem os moldes desta transferência. “Está tudo tão por explicar que até é ridículo fazer um comentário sobre essa matéria”, conclui.

(Notícia em atualização)

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Maioria de esquerda, PAN e CDS reafirmam: duodécimos acabam

  • Margarida Peixoto
  • 24 Novembro 2017

No terceiro dia de debate na especialidade do OE, os partidos reafirmaram o fim do regime de duodécimos dos subsídios de Natal e férias. Mas desta vez o CDS prometeu recuperar a ideia na lei laboral.

Os deputados discutiram esta sexta-feira o Orçamento do Estado na especialidade, pelo terceiro dia consecutivo. O fim do regime de duodécimos dos subsídios de férias e Natal voltou a ser debatido e reavaliado, mas os partidos repetiram a votação da véspera e a decisão manteve-se. Ainda assim, numa declaração de voto o CDS prometeu recuperar o regime, mas na lei laboral.

No primeiro dia tinham sido aprovadas algumas das medidas emblemáticas do OE2018, como é o caso do aumento extra das pensões, o fim do corte de 10% no subsídio de desemprego e o aumento da transparência nas cativações. No segundo dia ficou decidido que o regime de duodécimos também termina para o setor privado — não é só para a função pública — e que a derrama sobe mesmo. As votações correspondentes ao debate do dia de hoje estão agendadas para as 15 horas.

O ECO vai acompanhou o debate desta manhã em direto. Releia as intervenções.

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Turismo cresceu o dobro dos outros setores durante a crise

A riqueza gerada pelo turismo cresceu a um ritmo duas vezes superior à que foi produzida pelos restantes setores da economia nacional.

O setor do turismo tem estado debaixo de fogo pelos efeitos da massificação sobre as zonas com maior procura do país, mas os economistas defendem o seu contributo para a recuperação económica de Portugal. Durante os anos da crise, a riqueza gerada pelo turismo cresceu a um ritmo duas vezes superior à que foi produzida pelos restantes setores da economia nacional, para além de ter criado mais empresas, mais emprego e mais volume de negócios.

Os cálculos são da consultora Augusto Mateus e Associados e constam de um estudo encomendado pela Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT), que foi apresentado, esta quinta-feira, pela economista Sandra Primitivo, durante o 43º Congresso Nacional da APAVT, que este ano decorre em Macau.

No retrato que faz da evolução do turismo entre 2012 e 2016, o estudo conclui que o setor é “sensível aos ciclos económicos”, mas apresenta “uma boa capacidade de recuperação”, bem mais expressiva do que a dos restantes setores. No caso da criação de emprego, por exemplo, o número de pessoal ao serviço das empresas evoluiu, a nível nacional, a uma média de 1,9% entre 2012 e 2016. No turismo, a evolução deste indicador é de 3,3% nesse período.

Já o volume de negócios aumentou, a nível nacional, a uma média de apenas 1,4% nestes quatro anos, enquanto no setor do turismo o crescimento anual médio foi de 5,3%. Por fim, a variação média anual do valor acrescentado bruto do país foi de 3,7% entre 2012 e 2016; a do turismo foi de 7,7%. Dentro do turismo, foi claramente a hotelaria que mais contribuiu para estes números. Nos anos da crise, o valor acrescentado bruto gerado pelo alojamento disparou 15%, o número de empresas aumentou em 22,9% e o pessoal ao serviço cresceu 8%.

Feitas as contas, o turismo respondia, em 2016, por 16% do PIB nacional, entre impacto direto, indireto e induzido. A nível mundial, o turismo representa, em média, 10% da economia.

Agências de viagens geram 2,1% da riqueza do país

O mesmo estudo da consultora de Augusto Mateus conclui que as agências de viagens e os operadores turísticos contribuem com cerca de 2% da riqueza gerada em Portugal. Entre impacto direto, indireto e induzido, as agências de viagens e operadores turísticos geraram um volume total de 3.240 milhões de euros para a criação de riqueza nacional em 2016, o equivalente a 2,1% do PIB.

Além disso, o setor respondeu por 82 mil postos de trabalho. Contudo, fazendo a comparação com o resto da economia, este setor tem uma prestação pior em vários indicadores. Em 2015, as agências de viagens tinham uma autonomia financeira de 29%, quando a média do setor empresarial em Portugal era de 32%, e uma solvabilidade de 41%, quando a média nacional era de 46%. Já a taxa de endividamento estava na casa dos 350%, claramente acima da média nacional, pouco acima dos 310%.

Ainda assim, à semelhança do que aconteceu nos restantes subsetores do turismo, as agências de viagens conseguiram sempre, durante os anos da crise, um ritmo de recuperação muito superior ao da média nacional.

A jornalista viajou a Macau a convite da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT).

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Altice quer três mil milhões de euros pelo negócio na República Dominicana

O grupo Altice espera receber até três mil milhões de euros com a venda do negócio de telecomunicações na República Dominicana. Ao mesmo tempo, estará em cima da mesa a venda de uma revista da SFR.

A Altice espera receber até três mil milhões de euros pela venda do negócio de telecomunicações na República Dominicana, avança a agência Reuters, que cita duas fontes conhecedoras do processo. A venda da subsidiária surge numa altura em que a dona da operadora portuguesa Meo se prepara para alienar ativos como forma de reduzir os mais de 50 mil milhões de euros de dívida que acumula.

O grupo anunciou este mês que iria focar-se em abater o passivo, depois de as ações da empresa terem iniciado uma queda vertiginosa face aos fracos resultados alcançados entre julho e setembro. Desde 2 de novembro, os títulos já afundaram quase 53%. Para acalmar os investidores, anunciou que vai começar a vender alguns ativos já a partir do início do primeiro semestre de 2018.

O negócio da Altice na República Dominicana rendeu à Altice 718 milhões de euros no ano passado, ou 3% da receita total da multinacional. Os três mil milhões de euros que a empresa espera receber pela venda da subsidiária Altice Dominican Republic representam entre sete e oito vezes o EBITDA da companhia, isto é, o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações.

Artemis quer comprar revista da Altice

Esta segunda-feira, o jornal Les Echos avançou também que a Artemis, a holding da família Pinault, está a efetuar diligências no sentido de comprar a revista Point de Vue à SFR, empresa detida pelo grupo Altice. A venda poderia representar uma receita de 15 milhões de euros para o grupo Altice, refere o diário financeiro francês.

A revista semanal Point de Vue é, no entanto, um ativo que se insere no core operacional do grupo, uma vez que a Altice tem vindo a apostar numa estratégia de convergência entre media, telecomunicações e publicidade. Por isso, segundo o jornal, a venda da revista poderá não avançar, uma vez que ambas as companhias estarão em conversações há já vários meses. As ações da Altice estavam a desvalorizar esta sexta-feira. Caíam 3,15% para 7,60 euros.

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Candidatura do Porto à EMA previa investimento de 4,8 milhões de euros por parte do Governo

  • Lusa
  • 24 Novembro 2017

O Governo previa investir 4,8 milhões de euros caso a Agência Europeia do Medicamento viesse para o Porto, revela o documento da candidatura, publicado pelo Conselho Europeu.

O dossiê de candidatura do Porto à Agência Europeia do Medicamento (EMA) dizia que o Infarmed podia colaborar alocando recursos para aquela cidade e que para isso o Governo português investiria 4,8 milhões de euros. O documento, disponibilizado na página da internet do Conselho Europeu que apresenta a documentação de todas as cidades que se candidataram à sede da EMA, nunca é claro quanto à transferência da sede do Infarmed, dizendo que o regulador poderá reforçar a sua colaboração com a agência europeia.

Num excerto de uma entrevista à Antena 1 divulgado esta sexta-feira, o primeiro-ministro afirmou que a transferência da sede do Infarmed para o Porto já estava decidida e era um dos critérios da candidatura da cidade à EMA. O dossiê de candidatura, consultado pela Lusa, refere que “para garantir uma transição efetiva, o Infarmed, o regulador nacional de medicamentos, com uma parceria notável e de longa data com a EMA, terá no local recursos humanos, científicos e técnicos para fortalecer a sua colaboração com a agência”.

A candidatura sublinha ainda a estreita relação já existente entre o Infarmed e a EMA, “materializada nas dezenas de trabalhadores portugueses – admitidos através de processos de candidatura internacionais – a trabalhar para a Agência Europeia, muitos em lugar de topo”. Além de destacar as qualidades da entidade portuguesa reguladora do medicamento, a candidatura sublinha a qualidade dos peritos portugueses e no seu reconhecimento internacional.

"O processo de planeamento e de alocação de recursos visa alcançar, até 2019, a otimização dos tempos de avaliação e um aumento significativo no número de procedimentos que Portugal está apto para avaliar. Para atingir estes objetivos, o governo português investirá 4,8 milhões de euros.”

Candidatura do Porto à EMA

“O Infarmed também tem vindo a reforçar, em número e competências, os seus Comités de Peritos para lidar com os processos de avaliação que serão redistribuídos como resultado da saída do Reino Unido da União Europeia, apoiando a continuidade do negócio da EMA e cumprindo os altos padrões de qualidade que a proteção da saúde pública exige”, refere a candidatura portuguesa. Este reforço da capacidade de avaliação do Infarmed, sublinha o documento, “também se reflete ao nível organizacional”.

“O processo de planeamento e de alocação de recursos visa alcançar, até 2019, a otimização dos tempos de avaliação e um aumento significativo no número de procedimentos que Portugal está apto para avaliar. Para atingir estes objetivos, o governo português investirá 4,8 milhões de euros”.

Estatuto do Infarmed em revisão

O dossiê de candidatura informa que o Infarmed está em processo de revisão do seu estatuto legal e que “o objetivo é fortalecer, afetar e mobilizar as habilidades técnico-cientificas nacionais, a fim de garantir uma participação decisiva e ativa na avaliação de medicamentos, com especial foco em produtos inovadores, dando a autoridade nacional os recurso humanos, científicos e técnicos necessários para esta tarefa”.

“Esta alteração levará a um aumento da sua eficiência no que se refere à participação no sistema regulatório europeu sob a égide da EMA e da Comissão Europeia”, acrescenta, sem nunca clarificar o que significa a colaboração através da alocação de recursos nem mencionar a possibilidade de transferência da sede do Infarmed para o Porto.

O anúncio da transferência da sede da autoridade do medicamento para o Porto, na terça-feira, apanhou os trabalhadores do Infarmed de surpresa e, num plenário realizado na quarta-feira os funcionários mostraram o seu desagrado relativamente a esta possibilidade, com a quase totalidade a manifestar-se indisponível para esta mudança.

Entretanto, a Federação dos Sindicatos da Administração Pública (FESAP) já veio dizer que os trabalhadores do Infarmed não podem ser obrigados a mudar-se para o Porto e que os que aceitarem fazê-lo têm direito a receber dinheiro pelas despesas de deslocação. A lei só permite mobilidade obrigatória até aos 60 quilómetros. A mudança para distâncias superiores, como seria o caso do Porto, só pode ser feita com o acordo dos trabalhadores.

Em declarações na quinta-feira à imprensa, o especialista em legislação laboral Garcia Pereira afirmou que “só com acordo dos trabalhadores esta mudança se pode concretizar” e citou a lei geral do trabalho em funções públicas, segundo a qual a “imposição da mobilidade a mais de 60 quilómetros só é admissível se forem cumpridos um conjunto de requisitos cumulativos, entre os quais, a natureza temporária dessa mobilidade com o prazo máximo de um ano”.

De acordo com Garcia Pereira, “não há fundamento legal para uma mudança com caráter permanente e definitivo e nenhum trabalhador pode ser forçado”. O especialista alertou ainda que, com a recusa dos trabalhadores, “o Estado está obrigado a manter-lhes o vínculo laboral e salarial, mesmo que fiquem sem funções em Lisboa”. Também na quinta-feira, o Governo veio assegurar que a transferência do Infarmed de Lisboa para o Porto será feita com o “devido cuidado” e “acautelando os direitos dos trabalhadores” envolvidos.

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Black Friday. Em terra de descontos, quem compara é rei

  • ECO
  • 24 Novembro 2017

Num universo de tantos descontos, decidir o que comprar e que campanhas aproveitar é difícil. O ECO juntou várias ferramentas que comparam promoções, preços e produtos para que faça melhores escolhas.

Já ouviu falar de Black Fraudes? São os esquemas enganosos que algumas lojas adotam, por ocasião da sexta-feira negra, e que podem agora ser denunciados na plataforma que o Portal da Queixa preparou para este período promocional. Esta tradição norte-americana — caracterizada pelas grandes campanhas de descontos nas 24 horas que sucedem o Dia de Ação de Graças — tem ganho raízes no mercado português e despertado, consequentemente, a promoção de estratégias “menos transparentes”. O novo site da maior rede social de consumidores do país é uma das ferramentas que o ECO reuniu para que faça compras seguras, conscientes e informadas, neste dia negro.

A plataforma Black Friday 2017 surgiu face ao crescente número de reclamações que recebemos todos os anos, na sexta-feira negra“, revelou Pedro Lourenço, fundador e CEO do Portal da Queixa ao ECO. Segundo o responsável, o serviço funcionará como “um guia para os melhores descontos, na sexta-feira mais aguardada do ano”. A plataforma em questão agrega, assim, as campanhas em vigor em múltiplas lojas, concedendo ao consumidor “uma visão panorâmica” das ofertas. Pedro Lourenço considera este trabalho “uma ação pedagógica” e alerta para o link direto presente no site para o Portal da Queixa, onde poderão ser denunciadas fraudes ou esquemas menos seguros.

O Black Friday 2017 é uma plataforma associada ao Portal da Queixa.Portal da Queixa

No primeiro dia, a plataforma — que também permite ter acesso à reputação de cada marca no Portal da Queixa (isto é, rever o seu histórico de reclamações) — teve 100 mil acessos. Lourenço mostra-se contente com o sucesso e garante que o serviço será estendido por algumas semanas. No final, está planeado um trabalho conclusivo sobre o período negro de 2017.

Reclamações movem montanhas

Há alguma falta de transparência em certas campanhas que acontecem na Black Friday“, começa Graça Cabral, da Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor. “O esquema é sempre igual nos períodos de descontos, mas tem ficado muito associado a esta época promocional. Os preços sobem dias antes para depois, na sexta, voltarem ao mesmo“, avança. A pensar nisso, a Deco juntou-se àqueles que acreditam que a palavra mágica é “comparação” e criou um plataforma que permite analisar a evolução do preço de um dado produto, ao longo dos últimos dias.

O comparador de preços da associação permite uma pesquisa pelo link do produto em causa ou pelo nome da loja e designação do artigo. O resultado devolvido é um gráfico que descreve a evolução do preço, nos últimos sete a 30 dias, e um semáforo que aconselha ou desaconselha a compra. Na galeria abaixo pode comprovar que um sinal verde indica um bom desconto, um sinal amarelo assinala pouca diferença de preços (em relação aos 30 dias anteriores) e um sinal vermelho revela que o preço já esteve significativamente mais baixo.

“Não se deixe enganar por falsos descontos. Veja se o preço vale a pena” é o lema deste serviço lançando no início de novembro e que pode ser usado por qualquer consumidor, mesmo que não seja sócio da DECO. Depois deste “período negro de promoções”, o comparador continuará disponível para todos, reservando a associação os comparadores de qualidade apenas para os seus subscritores.

Quem precisa de elfos quando tem estes ajudantes?

À parte dos comparadores de qualidade de telemóveis, tablets e televisões — que a DECO está a disponibilizar excecionalmente, neste período promocional, a todos os consumidores (durante o ano, só os seus sócios têm acesso) — há um universo de críticos mais ou menos amadores à sua disposição. São blogues especializados na análise e opinião da tecnologia à literatura, que lhe podem dar uma mãozinha, no momento de escolher que artigos resgatar, nestes dias negros de promoções.

Para as melhores dicas no campo tecnológico, mantenha debaixo de olho as avaliações do PPLWARE, blogue que, desde 2005, mostra tudo o que são novidades nesse mundo. Em 2016 e em 2017, o prémio para melhor “Blog do Ano”, na categoria Inovação e Tecnologia, foi atribuído a este site. Se estiver à procura de uma segunda opinião no que toca aos produtos da maçã, pode sempre consultar o iClub, um blogue que se diz “feito para os utilizadores de produtos Apple, por uma equipa de utilizadores de produtos Apple”. No ano passado, este site foi um dos nomeados para o prémio referido, na mesma categoria.

Livrarias também cortaram os preços. Faça a sua lista de desejos com ajuda deste blogues.Pixabay

Agora que a Bertrand, a Fnac e a Wook cortaram os seus preços, se estiver interessado em reforçar a sua biblioteca e não souber o que comprar, consulte as opiniões do Acrítico do escritor António Ganhão ou do Marcador de Livros de Maria Magalhães. O primeiro tem como foco predominante a literatura lusófona. O segundo explora nacionalidades mais diversas e oferece, igualmente, entrevistas.

Evite o impulso e controle a sua vida financeira

Natal à porta e subsídio na conta, descontos ao rubro. É esta uma receita para o desastre? O coordenador da Deco aconselha que o consumidor defina exatamente que produto quer adquirir na Black Friday, para não cair em compras por impulso, que lhe podem magoar com seriedade a carteira. Além disso, pode recorrer a aplicações de gestão de finanças pessoais para saber onde anda cada cêntimo seu e evitar gastar mais do que pode. A Boonzi é uma das soluções mais completas, nesse campo.

“No Boonzi, acreditamos que uma boa gestão do dinheiro implica uma visão e preparação do futuro“, explica a aplicação, no seu site. Durante os primeiros 30 dias (a começar, por exemplo, neste período negro de promoções), a utilização deste software criado em 2013 é gratuita. E por falar em compras impulsivas, uma das suas funcionalidades é a gestão da poupança imediata com deteção instantânea dos consumos excessivos (de acordo com as metas previstas pelo utilizador).

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Um dólar é 2,5 vezes mais caro nas ruas de Luanda

  • Lusa
  • 24 Novembro 2017

Comprar um dólar no mercado paralelo e ilegal das ruas de Luanda está a custar cerca de 410 kwanzas (2,10 euros), valor que é duas vezes e meia mais caro do que a taxa de câmbio oficial.

O preço para comprar um dólar norte-americano nas ruas de Luanda manteve-se estável na última semana, mas continua esta sexta-feira a ser transacionado à volta de 410 kwanzas (2,10 euros), duas vezes e meia acima da taxa de câmbio oficial. O custo de cada dólar no mercado paralelo chegou a rondar, após as eleições gerais de 23 de agosto, os 370 kwanzas, quando a taxa de câmbio oficial definida pelo Banco Nacional de Angola (BNA) está há um ano e meio fixa nos 166 kwanzas (85 cêntimos de euro).

“O negócio está a apertar muito nos últimos dias, os fiscais estão a fiscalizar muito”, explicou à Lusa uma das ‘kinguilas’ de Luanda, como são conhecidas as mulheres que se dedicam à compra e venda de divisas. Face à possibilidade de uma forte desvalorização do kwanza a curto prazo, o valor do dólar no mercado de rua de Luanda disparou na primeira semana de novembro até aos 430 kwanzas (2,25 euros), máximos desde janeiro.

Numa ronda realizada esta sexta-feira pela Lusa, foi possível encontrar em Luanda cada dólar a ser vendido entre 400 e 410 kwanzas, em bairros de referência da capital, casos do Mártires de Kifangondo, Mutamba, Maculusso e São Paulo. Só a falta de moeda nacional em circulação, relatam estas ‘kinguilas’, está a travar a subida na cotação da moeda estrangeira.

Este negócio, apesar de ilegal e condenado pelo BNA, representa para muitos, angolanos e trabalhadores expatriados, a única forma de aceder a divisas, face às limitações nos bancos, funcionando a cotação de rua como referência para alguns negócios. O Presidente angolano, João Lourenço, ordenou na segunda-feira, ao novo comandante-geral da Polícia Nacional, comissário-geral Alfredo Mingas, para reforçar o combate ao negócio da venda ilegal de divisas nas ruas, por terem atingido “níveis preocupantes”.

A Lusa noticiou este mês que o dinheiro em circulação em Angola voltou às quebras em setembro, para 434.321 milhões de kwanzas (2.250 milhões de euros) em notas e moedas, depois de em agosto ter atingido o valor mais alto em seis meses. De acordo com o relatório sobre a Base Monetária Ampla do BNA, entre agosto e setembro foram retirados de circulação (física) no país mais 16.702 milhões de kwanzas (86,5 milhões de euros).

“O nosso país encontra-se numa situação económica e financeira difícil, resultante da queda dos preços do petróleo no mercado internacional e da consequente liquidez em moeda externa”, admitiu o Presidente angolano, João Lourenço, na Assembleia Nacional, a 16 de outubro.

Esta conjuntura, recordou, levou as Reservas Internacionais Líquidas (RIL) do Estado – que estão a ser vendidas aos bancos comerciais para compensar a falta de divisas – a “uma preocupante contração acumulada de 46,4%” entre 2013 e o segundo trimestre de 2017, “como consequência dos sucessivos défices das balanças de pagamentos, devido à diminuição do valor das exportações petrolíferas”.

“Neste contexto, impõe-se a tomada de medidas de política necessárias e inadiáveis, de modo a alcançar-se a estabilidade macroeconómica do país, com a pedra de toque no equilíbrio das variáveis macroeconómicas suscetíveis de garantir os equilíbrios internos e externos do país e as condições necessários para estimular a transformação da economia, o desenvolvimento do setor privado e a competitividade”, disse.

Alguns economistas têm apontado, nas últimas semanas, a possibilidade de uma forte desvalorização do kwanza, moeda nacional, face ao dólar norte-americano, possivelmente à volta de 30%, mas João Lourenço não adiantou medidas concretas neste discurso.

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Salário mínimo é alto? Quem paga? E quem recebe?

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 24 Novembro 2017

O debate em torno do aumento do salário mínimo está prestes a começar em concertação social. Quantos trabalhadores ganham o salário mínimo? E quem paga? Veja aqui os números.

O aumento do salário mínimo volta ao debate entre parceiros sociais esta semana. O programa do Governo aponta para uma subida dos atuais 557 euros para 580 euros em 2018, mas as centrais sindicais gostariam de ir mais longe. Quantos trabalhadores ganham esta remuneração mínima? E em que setores tem maior abrangência? Como compara Portugal com o resto da União Europeia? Confira os números.

Quantas pessoas recebem o salário mínimo?

Em junho deste ano, 728,5 mil trabalhadores por conta de outrem, diretores e gerentes abrangidos pela Segurança Social recebiam salário mínimo, indicam dados do Executivo referentes ao Continente. São mais 11,5% face ao mesmo período do ano anterior, ainda que o Ministério do Trabalho note, no mais recente relatório de acompanhamento do salário mínimo, que o crescimento está a abrandar.

A remuneração mínima mensal garantida abrangia então 22,2% dos trabalhadores dependentes e gerentes em junho (mais 1,4 pontos percentuais face ao mesmo período de 2016). O peso tem vindo a aumentar à medida que o salário mínimo também avança. Em janeiro de 2010, por exemplo, o salário mínimo de 475 euros era pago a 12,6% dos trabalhadores e, até setembro de 2014, aquela proporção variou entre os 13% e os 14%. Voltou a subir depois.

Proporção de trabalhadores a receber salário mínimo (Continente)

Fonte: Relatório de Acompanhamento do Acordo sobre RMMG (GEP/MTSSS) Nota: Dados reportam a trabalhadores por conta de outrem e membros de órgãos estatutários abrangidos pela Segurança Social.

Os dados do Ministério do Trabalho também permitem aferir que, do total de contratos de trabalho iniciados no primeiro semestre, 40,7% tinham uma remuneração base igual a 557 euros.

Quem paga e quem recebe salário mínimo?

No seu relatório de acompanhamento, o ministério de Vieira da Silva também apresenta dados que caracterizam o universo de trabalhadores dependentes e gerentes a receber salário mínimo já em abril deste ano. Quem são?

  • Mulheres: 53,6%
  • Entre 35 e 44 anos: 27,3%
  • Com o ensino básico: 67,1%
  • Em microempresa: 48,4%
  • No Norte: 40,8%

Os dados permitem ainda perceber em que atividades económicas a incidência de trabalhadores a receber salário mínimo é significativa:

  • Agricultura, caça e pesca: 40% (compara com 38% em abril de 2016)
  • Alojamento, restauração e similares: 39% (compara com 36% em abril de 2016)
  • Atividades imobiliárias: 31% (compara com 30% em abril de 2016)
  • Construção: 30% (compara com 23% em abril de 2016)
  • Outras atividades de serviços: 29% (compara com 28% em abril de 2016)

E na Europa?

A proclamação do Pilar Europeu dos Direitos Sociais reconhece que todos os países da União Europeia devem ter um sistema de salário mínimo, afirmou já o ministro do Trabalho, Vieira da Silva. Mas isso ainda não acontece. Para já, são 22 os estados-membros que têm remunerações mínimas garantidas. Seis não têm: Chipre (aqui, o Governo fixa salários mínimos para ocupações específicas), Dinamarca, Itália, Áustria, Finlândia e Suécia (nestes países, os salários mínimos são fixados através de acordos coletivos setoriais).

Fonte: Eurostat; Notas: Dados referem-se a julho de 2017, exceto Holanda e Reino Unido (janeiro de 2017); Valores em paridades de poder de compra correspondem a estimativas.

Portugal ocupa o meio da tabela quando a comparação é feita com os restantes estados-membros que têm um salário mínimo. O valor atribuído a Portugal corresponde a 649,83 euros, porque é o que resulta do pagamento de 14 meses em 12.

Tendo em conta as diferenças nos níveis de preços, o salário mínimo português convertido em paridades de poder de compra continua a meio da tabela, mas é ultrapassado pela Polónia.

Para onde caminha o salário mínimo?

O objetivo do Executivo é chegar aos 600 euros em 2019. Para isso, o programa do Governo inscreveu aumentos faseados ao longo da legislatura. Em 2016, a subida foi para 530 euros, este ano atingiu 557 e em 2018 está prevista uma atualização para 580 euros. O ministro do Trabalho já apontou este valor como ponto de partida. A UGT tem vindo a reivindicar uma subida para 585 euros mas já assumiu que 580 euros é a “linha vermelha mínima”. Por seu turno, a CGTP exige uma subida para 600 euros já em 2018, que o presidente da CIP – Confederação Empresarial de Portugal afastou em entrevista ao Jornal de Negócios e Antena1.

Um salário mínimo de 580 euros implica, para as empresas, um desconto mensal de 137,75 euros, cerca de 5,5 euros acima do valor atual. Entre as contrapartidas ao aumento do salário mínimo, o Governo já reduziu a TSU para as empresas afetadas por esta atualização mas a medida foi travada no início deste ano no Parlamento e acabou por ser substituída pela redução do Pagamento Especial por Conta. Falta saber como evolui a negociação este ano.

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Oposição disposta a conversar com partido de Angela Merkel

  • ECO
  • 24 Novembro 2017

A SPD de Martin Schulz, o maior partido da oposição, deu margem para o início de negociações com a CDU de Angela Merkel, com vista à formação de um Governo de bloco central.

Abriu-se uma porta de saída no imbróglio político na Alemanha. O maior partido da oposição mostrou-se disponível para avançar com negociações com o partido de Angela Merkel no sentido de apoiar um Governo de bloco central, indica a Bloomberg esta sexta-feira.

O secretário-geral da SPD, Hubertus Heil, disse que “a SPD está firmemente convencida de que as conversações são necessárias”. “A SPD não vai rejeitar essas conversações”, frisou, depois de uma reunião de oito horas ao mais alto nível do partido, em Berlim.

As eleições de há dois meses no país acabaram por ser inconclusivas. Angela Merkel, vencedora mas sem maioria, viu-se com duas opções: ou formar um Governo minoritário (algo que rejeitou) ou convocar novas eleições. Com as declarações da SPD, o maior partido da oposição da CDU de Merkel, cria-se assim uma nova alternativa.

Segundo a Bloomberg, também Martin Schulz, ex-presidente do Parlamento Europeu e líder da SPD, está sob pressão no seio do partido. Conduziu a SPD ao seu pior resultado desde a Segunda Guerra Mundial no passado mês de setembro e algumas vozes estão a torcer pela sua saída.

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Revista de imprensa internacional

Espanhóis em protesto. Dia de transição no Zimbabué. Uber introduz veículos elétricos na Índia. China combate notícias falsas sobre militares. Roaming mantém-se em Espanha.

Há vários espanhóis em protesto contra uma fundação de um antigo ditador. No Zimbabué, hoje é dia de transição. A Uber pretende introduzir veículos elétricos na Índia. China combate notícias falsas sobre militares e pede ajuda aos cidadãos. O roaming mantém-se em Espanha e não é ilegal.

The Guardian

Milhares de espanhóis em protesto contra fundação de antigo ditador

Mais de 200 mil espanhóis assinaram esta quinta-feira uma petição, apelando ao Governo que proibisse a Fundação Nacional Francisco Franco (FNFF), que glorifica o ex-ditador de Espanha. Os cidadãos exemplificam com outros casos, como por exemplo na Alemanha, se fosse criada uma fundação Hitler, ou na Itália — Mussolini. A maioria dos protestantes é familiar do regime franquista, no poder de 1939 a 1975. Leia a notícia completa no The Guardian (acesso livre, conteúdo em inglês)

Le Monde

Hoje é dia de transição para o Zimbabué

Ao fim de 37 anos de um governo autoritário, o Zimbabué põe um ponto final ao mandato de Robert Mugabe. Após a demissão de Mugabe, o seu sucessor Emmerson Mnangagwa conseguiu chegar ao poder e vai ser nomeado oficialmente numa cerimónia que decorrerá esta manhã e que reunirá no maior estádio da capital mais de 60 mil pessoas. Vários rumores dão conta de que Mugabe não estará presente na cerimónia de eleição de Mnangagwa. Leia a notícia completa no Le Monde (acesso livre, conteúdo em francês)

The Business Insider

China cria plataforma para denúncia de notícias falsas

O Governo chinês lançou esta semana um sistema online onde os cidadãos podem denunciar notícias e conteúdos falsos sobre os militares do exército. O site foi criado para criar um “espaço ciber-militar limpo e brilhante” e também aceita relatórios sobre o uso ilegal da Internet por membros militares. A China é um dos países com as leis de censura da Internet mais rígidas do mundo. Leia a notícia completa no The Business Insider (acesso livre, conteúdo em inglês)

Reuters

Uber avança com parceria para introduzir veículos elétricos na Índia

A Uber vai associar-se à fabricante de automóveis Mahindra e Mahindra para adicionar veículos elétricos à sua plataforma na Índia. As empresas pretendem introduzir no mercado centenas de veículos elétricos, incluindo o e2o hatchback e eVerito da Mahindra, nas cidades de Delhi e Hyderabad, e deixa em cima da mesa a hipótese de se espalhar mais mais cidades. Leia a notícia completa na Reuters (acesso livre, conteúdo em inglês)

El País

O roaming não morreu. Continua vivo em Espanha

Em junho deste ano, a União Europeia anunciou o fim das tarifas de roaming para todos. No entanto, em Espanha, uma operadora telefónica tem estado a cobrar taxas de roaming aos seus utilizadores, e tudo devido às letras pequenas da nova regra. A Comissão Nacional de Mercados e Concorrência (CNMC) autorizou essa cobrança, pois a lei permite cobrar o roaming quando um operador demonstra que não consegue recuperar os custos que possui quando oferece esse serviço. Leia a notícia completa no El País (acesso livre, conteúdo em espanhol)

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