Caderno de encargos para o Orçamento. A lista já vai longa

  • Margarida Peixoto
  • 13 Setembro 2017

A um mês da apresentação do Orçamento do Estado, com a economia a superar expectativas e o défice a baixar, a lista de pedidos para o ministro das Finanças já vai longa.

O ministro das Finanças, Mário Centeno, terá de fazer as contas a todos os pedidos e decidir se há verba para os satisfazer.Paula Nunes / ECO

A um mês de apresentar a proposta de Orçamento do Estado para 2018 na Assembleia da República, Mário Centeno, ministro das Finanças, já tem um caderno de encargos com várias páginas preenchidas. Com a economia a crescer acima do projetado, e garantias por parte do Executivo socialista de que o défice orçamental está sob controlo, os grupos de interesse têm vindo a organizar-se: dia após dia, somam reivindicações — e ameaças de greve — com o objetivo de ver feita a sua vontade. Conseguirá Centeno manter as rédeas do Orçamento?

Em abril, quando apresentou o Programa de Estabilidade, Mário Centeno antecipava um crescimento de 1,8% para o PIB deste ano. Afinal, no primeiro semestre de 2017 a economia expandiu-se a um ritmo de 2,9%.

Do lado do mercado de trabalho, os progressos também são bastante positivos: a taxa de desemprego caiu no segundo trimestre do ano para 8,8%, quando a meta para o conjunto do ano era de 9,9%. Tal como o ECO explicou, por cada ponto a menos na taxa de desemprego, as contas públicas ganham uma folga de 340 milhões de euros.

Os números da execução orçamental já começaram a refletir o efeito dos estabilizadores automáticos: os gastos com prestações de desemprego recuam, enquanto a coleta de impostos engorda. A receita de IRC subiu 18,8% até julho, a coleta do IVA aumentou 6,1%, mas a despesa da Segurança Social com subsídio de desemprego baixou 13,4%. Feitas as contas, o défice melhorou 1.153 milhões de euros nos primeiros sete meses do ano, quando comparados com o mesmo período de 2016. Este é um número que ajuda a formar a perceção da existência de folgas orçamentais, margens para satisfazer a vontade aos vários grupos de pressão.

Greves e contestação

Para além da apresentação de reivindicações, as greves são outro sinal de pressão forte. Na Saúde, a contestação está ao rubro, com os médicos a ameaçarem fazer greve depois das autárquicas e os enfermeiros num braço de ferro com o Governo, a cumprir cinco dias de greve nacional.

E mesmo perante o alerta da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) de que o protesto dos enfermeiros especialistas está irregular (o pré-aviso não terá respeitado os dez dias de antecedência), os profissionais não recuaram e as taxas de adesão têm sido elevadas. Mais: até ameaçam fazer nova greve caso as faltas sejam mesmo marcadas.

Mas não é só na saúde que há pressão: os juízes também prometem fazer greve depois das eleições autárquicas, a 3 e 4 de outubro. Querem terminar a revisão do Estatuto, que dizem ter ficado a meio, protestam por melhores salários e mais condições no tribunais.

O problema é que Centeno terá de escolher bem quais são os grupos de pressão a que vai ceder. Por exemplo, só fazer a vontade aos enfermeiros que estão em greve custa 126 milhões de euros, estima a equipa da ACSS.

Quem quer o quê?

Os enfermeiros e os médicos querem melhores condições contratuais, os juízes querem terminar a revisão dos estatutos, os pensionistas querem mais aumentos extraordinários, os empresários querem pagar menos impostos. O ECO reuniu as reivindicações fundamentais que chegaram à mesa de Mário Centeno, ao longo das últimas semanas.

Função Pública

A Função Pública pede, desde logo, o descongelamento completo das carreiras, sem faseamentos. “Não podemos aceitar nenhum tipo de faseamento nem nenhum tipo de fracionamento nos escalões a que os trabalhadores têm direito,” defendeu José Abraão, da FESAP. Helena Rodrigues, do STE, também já tinha defendido o mesmo, bem como Ana Avoila, da Frente Comum. Quer também aumentos salariais — os pedidos variam entre reivindicações de 2% e de 4% e um subsídio de refeição mais alto, e não tributado. Por fim, os sindicatos dos funcionários públicos argumentam ainda a favor da despenalização das reformas antecipadas de pessoas com carreiras mais longas.

Médicos

As principais reivindicações dos médicos são a redução do número de horas semanais de trabalho no serviço de urgência (os médicos querem fazer menos seis horas por semana, passando de 12 horas para 18 horas); a diminuição do número de horas suplementares que têm de fazer, obrigatoriamente, por ano (de 200 para 150 horas); e a redução do número de utentes por médico de família (de 1.900 para 1.550).

Segundo um documento preparado pelo Governo para as negociações, revelado pelo Jornal de Negócios, só a redução do número de horas semanais no serviço de urgência custaria cerca de 120 milhões de euros por ano, estima o Executivo.

Enfermeiros

Querem ver reconhecida a carreira de enfermeiro especialista, com um vencimento mais elevado para os profissionais que têm esta formação. Segundo o Jornal de Notícias, um enfermeiro em início de carreira ganha cerca de 1.200 euros mensais. De acordo com a proposta do Sindicato dos Enfermeiros apresentada à Administração Central do Sistema de Saúde a 16 de agosto, o valor de entrada de um enfermeiro especialista deveria ser de 2.488,78 euros. Os enfermeiros reivindicam ainda a generalização do horário semanal de 35 horas já que, quando o Governo regressou a este horário, no ano passado, deixou de fora os trabalhadores com contratos individuais de trabalho, regulados pelo Código do Trabalho.

A ACSS fez as contas aos custos destes pedidos dos enfermeiros e estima um impacto anual na ordem dos 126 milhões de euros para os cofres públicos.

Já o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, que não aderiu à greve, mantém o diálogo com o Executivo. Esta terça-feira os dirigentes do SEP reuniram-se com Adalberto Campos Fernandes e, tal como explicou a sindicalista Guadalupe Simões, o objetivo era conseguir aval do Governo para uma valorização automática de duas posições na tabela salarial a todos os enfermeiros especialistas. Esta proposta terá um custo mínimo de cerca de 45 milhões de euros por ano, mostram os cálculos do ECO.

Professores

A FENPROF já entregou ao Governo e a todos os grupos parlamentares um conjunto de propostas e reivindicações para o OE2018. No âmbito do Ensino Básico e Secundário e da educação de infância os professores juntam-se ao pedido de descongelamento das carreiras já no próximo ano, querem condições especiais de aposentação para os docentes, um novo concurso extraordinário de vinculação de professores e que todas as atividades com alunos sejam consideradas para a componente letiva.

Pedem ainda o reforço dos recursos humanos, docentes e não docentes, das escolas; uma redução significativa do número máximo de alunos por turma; o início da desagregação dos mega-agrupamentos; e a aprovação de um regime de gestão democrática para as escolas.

No âmbito do ensino superior e ciência, a FENPROF reivindica “um reforço orçamental significativo para garantir o descongelamento das carreiras, a abertura de concursos e a vinculação de docentes e investigadores”.

Juízes

Numa carta aberta ao primeiro-ministro, publicada no Expresso a 26 de agosto, a presidente da Associação Sindical dos Juízes Portugueses, Maria Manuela Paupério, sublinhou as principais preocupações dos magistrados. Desde logo, os juízes exigem terminar as negociações do Estatuto dos Magistrados Judiciais, que ficaram a meio.

Mas não só: estão preocupados com a falta de meios informáticos adequados para o exercício das suas funções, com a falta de espaço e as más condições dos tribunais, com o impedimento de recorrerem a assessoria e com a falta de acesso a medicina no trabalho. Estas serão reivindicações que deverão estar em cima da mesa das negociações do próximo Orçamento do Estado, uma vez que para serem atendidas é preciso dinheiro público.

Os magistrados marcaram uma greve para 3 e 4 de outubro, dois dias depois das eleições autárquicas.

Pensionistas

Na defesa dos interesses dos pensionistas, PCP e BE têm defendido a despenalização das reformas antecipadas para as carreiras longas — ou seja, para quem tem 60 anos de idade e 40 de serviço. Na Festa do Avante, o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, exigiu aumentos reais para todas as pensões (pediu no mínimo dez euros para todos os pensionistas).

Empresários

O presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), António Saraiva, não tem dúvidas sobre qual é o principal pedido dos empresários para o próximo Orçamento do Estado: “previsibilidade fiscal” sublinhou, em entrevista ao Expresso, publicada a 2 de setembro. Para António Saraiva, seria fundamental uma “melhoria da carga fiscal” para as empresas, com o IRC a descer para os 19%. O empresário nota ainda que, apesar dos progressos feitos com o Simplex, “a burocracia é ainda asfixiante para as atividades económicas.”

A CIP já publicou um documento com 44 páginas, com 14 propostas concretas para o Orçamento do Estado do próximo ano, que pode consultar aqui.

Forças de segurança

Os polícias e militares querem garantir o descongelamento de carreiras já no próximo Orçamento do Estado para 2018. Segundo o Público, nas negociações sobre o Orçamento do Estado para 2018 o Governo tem defendido que os funcionários públicos que já tiveram algum tipo de descongelamento não fazem agora parte das prioridades. Também o primeiro-ministro, António Costa, já tinha avisado, numa entrevista ao Expresso, que o descongelamento será para as carreiras “que não tenham sido objeto de nenhum tipo de descongelamento, sejam carreiras gerais ou especiais.”

Construção

A Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário pede um acordo entre o PS e o PSD para as grandes obras. Em declarações ao Jornal de Negócios, no final da semana passada, Manuel Reis Campos, presidente, defendeu que o próximo Orçamento do Estado deve trazer um entendimento político expresso sobre o grandes investimentos públicos. Além disso, pediu ao Executivo socialista estabilidade fiscal (exceto no adicional ao IMI, que gostaria de ver corrigido), programas de captação de investimento estrangeiro e um impulso à reabilitação urbana alargado à generalidade das cidades.

Indústria

As indústrias do têxtil, metal e calçado pedem menos IRC, para exportar mais, adiantou o Jornal de Negócios, na semana passada. Paulo Vaz, diretor da Associação Têxtil e Vestuário e Portugal, pede a descida mais expressiva, para 10%, enquanto o metal e calçado vão ao encontro da reivindicação de uma taxa de 19%, feita pela CIP.

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5 coisas que tem de saber antes de abrirem os mercados

Do regresso de Portugal aos mercados ao discurso sobre o estado da união de Juncker, passando por dados económicos na Europa e sobre o petróleo, há muito a que os investidores devem estar atentos.

O regresso de Portugal aos mercados para colocar dívida promete chamar a atenção dos investidores a nível nacional. Mas maior interesse ainda promete ter o discurso de Jean-Claude Juncker que abre, esta quarta-feira, a rentrée do Parlamento Europeu, com o discurso anual sobre o estado da União. Na Europa também será conhecida a produção industrial na Zona Euro, bem como a inflação na Alemanha e Espanha. Nota ainda para o Relatório do Mercado de petróleo que a Agência Internacional de Energia divulga.

Portugal volta aos mercados

Portugal regressa aos mercados nesta quarta-feira. O Tesouro português pretende colocar até mil milhões de euros em obrigações do Tesouro (OT) a dez anos. A última vez que Portugal foi ao mercado buscar financiamento nesta maturidade foi há cerca de dois meses, a 12 de julho. Esta colocação surge num contexto mais vantajoso, marcado pelo alívio das yields portuguesas no mercado secundário. No final da semana passada, a taxa a dez anos chegou a recuar abaixo do 2,75%.

Como vai a economia europeia?

Esta quarta-feira serão conhecidos alguns indicadores que poderão dar mais pistas sobre o rumo das economias europeias. Para além da inflação na Alemanha e, em Espanha, em agosto, será ainda divulgada a produção industrial na Zona Euro, em julho, bem como a taxa de desemprego no Reino Unido relativa ao mesmo mês. No que respeita à produção industrial, as estimativas apontam para que esta tenha crescido 0,2%, em junho, o que compara com um decréscimo de 0,6% no mês anterior.

Cimpor apresenta contas

Depois de os acionistas da cimenteira nacional terem decidido retirar as suas unidades de participação da bolsa portuguesa, a Cimpor vai apresentar os resultados relativos ao primeiro semestre deste ano. No primeiro trimestre, a cimenteira revelou um resultado negativo de mais de 34 milhões de euros. Apesar de ainda estar no vermelho, conseguiu diminuir as perdas em mais de seis milhões em comparação com o mesmo período do ano passado. Um abrandamento no Brasil, Egito e Moçambique foi compensado pela recuperação na Argentina e em Portugal.

Comissão Europeia volta ao trabalho com o estado da União

O regresso aos trabalhos da Comissão Europeia dá-se esta quarta-feira, com o presidente, Jean-Claude Juncker a proferir o discurso anual sobre o estado da União. O tema deste ano será “Construir uma Europa das pessoas” com destaque para a evolução do panorama político e económico e a ação da União Europeia em torno de um futuro seguro, próspero e inclusivo. Para além de Juncker, irão discursar também Antonio Tajani, presidente do Parlamento Europeu, Donald Tusk, presidente do Conselho Europeu, Federica Mogherini, Alta Representante da UE para Política Externa e Segurança, e Tibor Navracsics e Věra Jourova, comissários europeus.

AIE dá novas pistas sobre o petróleo

Depois de a OPEP ter confirmado que, em agosto, reduziu a produção de petróleo pela primeira vez desde março, chega a vez de a Agência Internacional de Energia (AIE) divulgar nesta quarta-feira o seu Relatório do Mercado do Petróleo. Este relatório será conhecido depois de nesta terça-feira, Fatih Birol, diretor executivo da AIE ter afirmado que o mercado petrolífero irá encontrar o seu equilíbrio “em breve” devido à “ainda forte” procura. As palavras de Birol e os dados do relatório que será hoje divulgado deverão influenciar as cotações do petróleo.

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Bateria, OLED e Lisboa. A que sabem as novidades da Apple?

Visto em detalhe, o evento da Apple teve pouca novidade. Muitas das novas tecnologias já existiam no mercado. Mas foi bom ver a Apple a lembrar-se do "belo Portugal".

O iPhone X trouxe novidades, mas a maioria já chegou ao mercado pelas mãos de outras marcasApple/D.R.

O evento da Apple foi interessante, mas não trouxe novidades excitantes. Apesar do entusiasmo à volta do iPhone X, a marca não introduziu nada que não existisse já no mercado. Aliás, este topo de gama deve ser visto à luz do stock muito limitado que se antevê para esta primeira fase — vai ser difícil de o encontrar. Ao mesmo tempo, existem dúvidas de que os iPhones 8 e 8 Plus sejam capazes de fazer os fãs largarem os modelos anteriores. Mas nem por isso deixou de ser um evento digno de cobertura.

Desde logo, porque a Apple voltou-se para Lisboa quando quis mostrar as câmaras do iPhone. Apresentou o Bairro Alto e uma foto da Ponte 25 de Abril. E foi o suficiente para pôr borboletas no estômago dos muitos portugueses que assistiam ao evento (incluindo o autor deste artigo). Mesmo que, momentos antes, a empresa tenha anunciado que o novo Apple Watch vai poder ligar-se à rede móvel, a grande novidade do relógio, para dizer depois que só chegará “ao belo Portugal” uma versão mais barata e sem essa função.

Mas falemos dos novos iPhones. Para começar, os rumores voltaram-se a confirmar quase todos. O iPhone 8 terá um ecrã IPS LCD de 4,7 polegadas e câmara de 12 MP com suporte para filmagens em qualidade Ultra HD (4K). Inclui o botão Home com leitor de impressões, tal como o irmão maior, o iPhone 8 Plus. Este último terá um ecrã de 5,5 polegadas com duas câmaras traseiras de 12 MP cada, com melhorias técnicas em relação ao modelo anterior. Os novos iPhones terão ainda áudio stereo, recorrendo ao auscultador de chamadas para emitir som. Passam ainda a suportar carregamentos sem fios, uma tecnologia conhecida por inductive charging, a que a Apple chama agora de Air Power.

Os novos iPhones trarão também o processador A11 Bionic, com seis núcleos. Este será ainda um processador com tecnologia neuronal e terá um núcleo adaptado à inteligência artificial e ao machine learning. Espere um telemóvel bem mais inteligente e capaz de adivinhar o que quer antes mesmo de pedir. Quanto a armazenamento, os iPhones 8 e 8 Plus existirão em versões de 64 e 256 GB, variando no preço. O iPhone 8 começa nos 699 dólares, enquanto o iPhone 8 Plus custará a partir de 799 dólares. Chegam às lojas a 15 de setembro.

As verdadeiras novidades chegam só com o iPhone X e, mesmo assim, apenas no universo Apple. É um telemóvel de marca Apple mas com um desenho diferente de tudo o que a empresa lançou até hoje. O ecrã quase não tem margens e, por isso, é ligeiramente maior: tem 5,8 polegadas. A diferença está na tecnologia, porque é um ecrã OLED. Se tem um iPhone, vai notar a diferença nas cores, que serão bem mais vivas e naturais do que o habitual.

Isto se conseguir pôr as mãos num. Segundo o analista Ming-Chi Kuo da KGI Securities, conhecido pelas suas fontes na cadeia de fornecedores da Apple, só estarão a ser produzidas 10.000 unidades do iPhone X por dia — dará cerca de um milhão de unidades por trimestre, segundo a Business Insider. E isso é muito pouco para o nível de procura que a Apple costuma ter.

Oferta à parte, até porque a Apple poderá acelerar o passo entretanto, conte com uma nova tecnologia de reconhecimento facial para substituir o Touch ID e o botão Home. Na parte da frente, o iPhone X terá uma câmara para selfies e uma câmara de infravermelhos, que detetará o rosto do utilizador para desbloquear o telemóvel ou fazer pagamentos. É segura, garante a marca. Mas não é segura se tiver um gémeo, confessou a empresa. O iPhone X contará ainda com maior capacidade de bateria (até duas horas extra) e terá versões de 64 e 256 GB de armazenamento, com 3G de memória RAM, tal como o 8 Plus. Já o iPhone 8 terá apenas 2 GB. O preço começa nos (prepare-se) 999 dólares. As vendas arrancam mais tarde, a 27 de outubro.

A par do relógio e dos telemóveis, a Apple anunciou a chegada do 4K ao serviço Apple TV, para todos os atuais utilizadores. Falou também de uma placa indutora para carregamentos sem fios, que só chega no ano que vem e permitirá carregar tudo de uma vez: um smartphone, um relógio e os Air Pod, os auscultadores sem fios que a marca apresentou no ano passado e que também receberam aperfeiçoamentos esta terça-feira.

Contas feitas, talvez a grande novidade da Apple neste evento tenha sido ao nível do software. O iOS ainda é o grande elo entre os utilizadores e o iPhone, por ser mais intuitivo e dinâmico. Os novos iPhones virão com a versão 11, que trará também novos emojis animados: com a câmara de infravermelhos, vai poder animar as figuras com o seu rosto e enviá-las aos contactos. Esta já foi eleita a grande novidade, a avaliar pelo feedback nas redes sociais.

Sondagem: iPhone X vs. Galaxy S8

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Recordes positivos nos três índices em Wall Street

  • Marta Santos Silva
  • 12 Setembro 2017

A Apple flutuou no dia da grande revelação do iPhone X, acabando o dia a descer, mas a bolsa norte-americana viu grandes ganhos, com os três principais índices a baterem recordes.

Os índices bolsistas norte-americanos tiveram uma terça-feira feliz: todos os três quebraram recordes, com o principal, o S&P 500, a chegar bem perto do valor simbólico de 2.500 pontos. As prometidas mudanças fiscais de Trump começam a ganhar forma e o medo da semana passada já está longe das bolsas, o que continua a impulsionar os investidores para mais uma sessão a fechar no verde em Nova Iorque.

O S&P 500 subiu 0,34% para os 2.496,48 pontos, muito perto de um novo recorde de número redondo, enquanto o índice tecnológico Nasdaq, no qual se inserem empresas como a Apple, teve um dia positivo com uma subida percentual idêntica que o colocou nos 6.454,28 pontos. O índice industrial Dow Jones subiu, mas um pouco menos: 0,28%, para os 22.118,86 pontos.

A Apple apresentou os seus novos produtos como um novo Apple Watch e o iPhone X, mas a bolsa não reagiu de forma consistente a essa introdução: embora tenha inicialmente disparado para subir mais de 1,5%, a empresa acabou a sessão a cair 0,34%.

Um dos principais impactos na subida desta terça-feira foram os avanços na prometida reforma fiscal de Trump, que parece estar mais próxima. Numa conferência em Nova Iorque, o secretário do Tesouro Steven Mnuchin disse, citado pela Bloomberg: “Não há dúvidas de que a bolsa está na expectativa de que vamos conseguir a nossa reforma fiscal. (…) É nisso que o presidente e o Governo estão focados”.

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Os roteiros do turismo e da qualificação na Estremadura e Ribatejo

  • Filipe S. Fernandes
  • 12 Setembro 2017

De Óbidos a Fátima passando por Santarém, o grande esforço da região passa pelo aumento da qualificações e, por isso, conta com uma grande rede de instituições.

Há 75 anos nasceu em Óbidos a primeira pousada em Portugal. A iniciativa de António Ferro, que então dirigia o Secretariado da Propaganda Nacional (SPN) e que defendia que quando as pousadas deixassem de conhecer o cliente pelo nome mas pelo número do quarto perdiam a sua essência. Hoje gerida pelo grupo Pestana, a Pousadas de Portugal vai triplicar a sua oferta em Óbidos: passa de 17 para 47 quartos até ao final de 2018 num investimento de dois milhões de euros.

Óbidos, despide el verano en este pueblo precioso de Portugal a seis horas de Madrid”, aconselhava recentemente a secção de viagens do site espanhol El Confidencial, que criou uma aura desde que, no século XIII, D. Dinis a ofereceu à sua mulher, D. Isabel, que ficaria conhecida como a rainha Santa Isabel. Para além das formas e das cores, da arquitetura e da obra de Josefa de Óbidos — a freira que despiu o hábito para ser pintora –, da Vila Natal, o Medieval, o Festival do Chocolate é, também, desde 2005 considerada pela Unesco uma Vila Literária. Nela se realiza o festival de literatura de viagens Latitudes e, sobretudo, o Folio, que se vai realizar entre 19 e 29 de outubro, em Óbidos, e terá como tema uma sugestão feita por Marcelo Rebelo de Sousa no ano passado, “Revolução, revolta e rebeldia”.

No entanto, este festival literário viu este ano a verba que lhe era afeta desviada para o surf. Desde que, em 2011, Garrett MacNamara surfou uma onda de quase 24 metros — considerada a maior onda do mundo no chamado Canhão da Nazaré –, que o surf se tornou uma atividade e um recurso turístico estratégico para esta região. Em março deste ano, o Financial Times, publicou um artigo intitulado “Uma onda para surfar na Praia do Norte”, no qual destacava as habitações de luxo localizadas no Oeste de Portugal e dirigidas a compradores que, além do elevado poder aquisitivo, também queiram surfar a maior onda do mundo.

Na Nazaré, o presidente da Câmara, Walter Chicharro, deu à Lusa exemplos do impacto do surf e do turismo com as visitas pagas ao Farol a disparar nos últimos dois anos para 250.000. Os passeios do ascensor passaram de 600 mil passageiros, em 2013, para 900 mil, em 2016, e as vendas de ‘merchandising’ da marca “Praia do Norte” — que não chegavam a seis mil euros em 2014 — ficaram próximas dos 50 mil euros em 2016.

Recentemente, o presidente da câmara de Peniche, António José Correia, estimava em mais de 25 milhões de euros os investimentos que surgiram nos últimos quatro anos e outros novos a caminho, calculados em 3,5 milhões de euros relacionados com o surf no local onde já existem 50 escolas. A etapa de Peniche do mundial de surf é exemplificativa. Durante os dez dias em que a prova decorreu em 2015, os 100 mil visitantes geraram lucros na economia estimados em 10,6 milhões de euros, segundo um estudo encomendado pela câmara.

Por isso, Garret MacNamara dizia na Surf Summit, em novembro do ano passado na Ericeira, que “no princípio olhavam para mim com desconfiança, hoje recebem-me de braços abertos na Nazaré. Assisti ao renascimento da Nazaré e do vosso país”. O surfista não teme a massificação do surf porque este pode ser praticado o ano todo, em contraciclo com a época balnear tradicional em julho e agosto, em que as praias ficam cheias.

A dinâmica turística do Oeste foi muito afetada pela opção em 2007 de não fazer o novo aeroporto de Lisboa na OTA como era previsível até então. Durante a primeira década do século XXI, a possibilidade de um novo aeroporto desencadeou um forte investimento privado para tornar a região Oeste num polo de atração turística. Foram projetados resorts, com o turismo residencial e o golfe a servirem de bandeira para promoverem a região internacionalmente, na tentativa de fazer do Oeste um destino de golfe ao alcance das elites europeias. Os projetos multiplicaram-se como o Praia D’El Rey (200 há) — resort, campo de golfe, moradias turísticas, que hoje é do fundo Aquarius da Oxy –, o Bom Sucesso Design — 270 ha, com hotel, centro hípico, campo de golfe, aldeamentos turísticos de luxo –, o Pérola da Lagoa — 50,9 ha com villas residenciais e campos de ténis –, o Peniche Botado — 45ha de hotel, campo de golfe que pertence ao Grupo MH Hotéis –, o Rio Maior Golden Eagle — com 540 ha, o empreendimento turístico situado na Quinta do Brinçal, perto de Rio Maior, tinha um campo de golfe desde 1994 que encerrou em 2015 –, o então Westin Campo Real — com 82 ha, hotel, moradias turísticas, campo de golfe, passou para as mãos do Fundo Discovery –, e o Hotel Golf Mar, com 220 ha de hotel, spa e campo de golfe.

A tese de mestrado de Sara Pardal, “Repensar o Turismo e o Território no Oeste: Os Impactos da Crise Económico-Financeira”, faria ainda o inventário de projetos como a Quinta da Abrigada (282 ha), hotel e campo de golfe, Rainha Golf & Spa S.I. Hotel, campo de golfe e moradias turísticas, Paimogo na Lourinhã (100 ha), hotel, campo de golfe, Quintas de Óbidos, 57,6 ha com hotel, villas turísticas e centro hípico, Royal Golf & Spa, 130 ha de hotel, campo de golfe e residenciais turísticas, e ainda do Falésia D’El Rey, 200 ha com boutique hotel, campo de golfe e villas.

Recentemente foi inaugurado o West Cliffs Ocean and Golf Resort, com um campo de golfe disponível que representou um investimento do fundo Aquarius de 21,5 milhões de euros, 14,5 milhões aplicados em infraestruturas e o restante nas áreas de golfe. Numa área total de 230 hectares, a intenção é a de avançar com a componente imobiliária de 569 alojamentos ainda em 2017 e, no prazo de três anos, dois hotéis de cinco estrelas – um com 130 e outro com 60 quartos. Apesar das dificuldades com que muitos destes projetos se debatem, hoje a região criou um cluster de campos de golfe muito relevante. O campo West Cliffs junta-se ao Praia d’El Rey, o Bom Sucesso e o Royal Óbidos, que ficam a cinco minutos de distância uns dos outros, que funcionam em rede, tendo pacotes comuns e o cartão Ace (que permite fazer voltas em todos os campos), além de transferes gratuitos para os jogadores se deslocarem entre os vários greens. Existe também um campo de golfe em Santo Estevão (Benavente) que serviu de âncora para o investimento imobiliário na região.

O turismo religioso em Portugal tem a sua capital em Fátima, que é um dos locais de peregrinação católica mais visitados no Mundo, tendo recebido, em 2016, 5,3 milhões de visitantes, muito deles estrangeiros. Em maio de 2017 teve a presença do Papa Francisco, que veio às comemorações do centenário das aparições de Nossa Senhora de Fátima: foi o quarto pontífice a visitar Portugal, depois de Paulo VI (1967), João Paulo II (1982, 1991 e 2000) e Bento XVI (2010). Este conjunto de eventos poderá levar a que o Santuário receba, em 2017, mais de sete milhões de visitantes.

Mas o turismo religioso não esgota as potencialidades e os recursos da região, que conta ainda com Alcobaça, Batalha; Tomar como Património da Humanidade e as grutas como Património Natural, além de Santarém cujo centro urbano antigo constituiu um património monumental notável sendo apelidada de Capital do Gótico.

Os desafios do ensino, qualificação e I&D

Os recursos humanos da região da Estremadura e Ribatejo seguem um padrão de qualificação semelhante à média regional e nacional, que se caracteriza pela predominância de indivíduos com o ensino básico e pela escassez de elementos com qualificação média e superior. Por isso é fundamental para o seu desenvolvimento uma rede de ensino superior, investigação, transferência de I&D e qualificação profissional.

Esta região conta com o Instituto Politécnico Leiria, que conta com mais de 10 mil alunos inscritos, e com o Instituto Politécnico de Santarém. O Instituto Politécnico de Leiria (IPL), criado em 1990, está organizado em diferentes unidades orgânicas de ensino e investigação: Escola Superior de Educação e Ciências Sociais (em Leiria), Escola Superior de Tecnologia e Gestão (em Leiria), Escola Superior de Saúde (em Leiria), Escola Superior de Artes e Design (nas Caldas da Rainha), Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar (em Peniche). Conta também com o Instituto de Investigação, Desenvolvimento e Estudos Avançados (INDEA), a IDD – Incubadora D. Dinis, em Leiria, o OPEN – Oportunidades Específicas de Negócio, na Marinha Grande, o ABC – Apoio de Base à Criatividade, em Óbidos.

O Centro de Transferência e Valorização do Conhecimento (OTIC) é uma unidade do IPL que tem como missão apoiar as empresas através da facilitação e gestão dos processos de gestão de transferência de tecnologia e de conhecimentos entre o meio académico e o tecido empresarial. O Centro para o Desenvolvimento Rápido e Sustentado do Produto e com ligações ativas ao tecido empresarial regional e o globADVANTAGE – Centre of Research on International Business & Strategy, destinada à investigação teórica e aplicada da promoção da competitividade internacional nas áreas dos negócios internacionais e a estratégia corporativa.

Existem ainda na órbita desta instituição várias entidades com algum significado como a Academia Oracle – Oracle Academy.IPLeiria, que tem como objetivo proporcionar a obtenção das certificações OCA e OCP, na área de Administração de Base de Dados Oracle, a LM Academy: powered by Siemens Industry Software, que é um espaço laboratorial orientado para as áreas da engenharia mecânica e gestão industrial, que surge de uma parceria entre a Siemens, a Cadflow e a Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Leiria ou a D. Dinis Business School, uma Escola de Negócios constituída por 19 associados que tem por objetivo promover a aquisição de conhecimentos e competências dos empresários e quadros superiores das empresas, o estudo científico e o desenvolvimento da criatividade e das suas múltiplas aplicações nos diversos domínios da atividade humana.

O Instituto Politécnico de Santarém é uma instituição de ensino superior politécnico público, empenhada na qualificação de alto nível dos cidadãos, reconhecida como polo de desenvolvimento e uma referência na formação, na cultura e na investigação desenvolvidas na região. Criado na década de 70, integra atualmente cinco escolas: Escola Superior Agrária, Escola Superior de Gestão e Tecnologia, Escola Superior de Desporto de Rio Maior, Escola Superior de Educação e Escola Superior de Saúde.

O ISLA-Santarém é uma instituição de ensino superior, prosseguindo a sua atividade, atenta especialmente ao desenvolvimento cultural, científico e técnico da região de Santarém. O ISLA – Santarém complementa o ensino superior público com cerca de trezentos estudantes de cursos técnicos superiores profissionais, licenciatura, mestrado e pós graduação. Há também o Instituto Superior Politécnico do Oeste – ISPO – que fica em Torres Vedras e que resultou da fusão dos Institutos Superiores de Torres Vedras, o ISMAG – Instituto Superior de Matemática e Gestão e o ISHT – Instituto Superior de Humanidades e Tecnologias, que pertence ao grupo Lusófona.

Com grande significado para a economia desta região são também os centros de formação comercial. O CENFIM – Centro de Formação Profissional da Indústria Metalúrgica e Metalomecânica é um centro protocolar de âmbito nacional, que promove a formação, orientação e valorização profissional dos Recursos Humanos do Setor Metalúrgico, Metalomecânico e Eletromecânico. O CENFIM com sede em Lisboa tem 13 núcleos em Portugal, cinco dos quais nesta região: Caldas da Rainha, Marinha Grande, Peniche, Santarém e Torres Vedras. O CENCAL – Centro de Formação Profissional para a Indústria Cerâmica, foi criado em dezembro de 1981. Sediado nas Caldas da Rainha, vocacionado para o setor da indústria cerâmica portuguesa, criou em 2008 uma delegação em Alcobaça. Em 2011 alargou a sua ação ao setor do vidro, com a integração das instalações do CRISFORM, na Marinha Grande.

O For-Mar, Centro de Formação Profissional das Pescas e do Mar faz formação profissional necessária à qualificação, reconversão profissional, aperfeiçoamento e progressão nas carreiras do profissionais marítimos, nos termos legais em vigor, bem como dos outros profissionais dos setores que integram o âmbito da sua atividade e têm unidades operacionais em Peniche e Nazaré.

O COTHN (Centro Operativo e Tecnológico Hortofrutícola Nacional) que fica em Alcobaça e tem como objetivo “promover o desenvolvimento da fileira hortofrutícola nacional, especialmente através da investigação aplicada, melhoria do nível de conhecimentos no setor, aprofundamento da cooperação e das parcerias nas áreas da tecnologia e da organização”, tem como associados instituições do ensino superior como a Escola Superior Agrária de Santarém e a Universidade de Trás-os-Montes (UTAD).

A Associação para o Conhecimento e Economia do Mar (Oceano XXI) é uma associação sem fins lucrativos que tem por objetivo dinamizar o cluster do conhecimento e da economia do mar, promovendo o desenvolvimento de relações de cooperação entre instituições do setor científico, empresas e entidades associativas. No quadro de objetivos traçado, a Oceano XXI prossegue cinco linhas prioritárias que orientam a sua intervenção no curto e médio prazo.

A região tem, além de várias incubadoras a partir do Instituto Politécnico de Leiria, parques tecnológicos como o Obitec que junta a Universidade de Coimbra, a Universidade de Lisboa, o Instituto Politécnico de Leiria e a ETIC – Escola Técnica de Imagem e Comunicação que, às indústrias criativas, junta as áreas estratégicas de agronegócios, bem-estar & saúde, turismo & tecnologia e tecnologias para energia.

A região da Estremadura e Ribatejo

Estas regiões que se configuram grosso modo nas antigas províncias de Estremadura e Ribatejo apresentam, com exceção da região de Médio Tejo — virada mais para o interior — um crescimento de população nas últimas duas décadas. Por exemplo, na região de Leiria, com base nos censos de 2011, a população residente ascendia, em 2011, a quase 517 mil habitantes – 4,9% da população portuguesa – representando uma taxa de crescimento de 2,21% face a 2001, ligeiramente superior ao crescimento registado em Portugal (1,98%). O Oeste tem uma densidade populacional e empresarial superior à média nacional, com indicadores de desenvolvimento económico e de nível de vida superiores aos verificados na generalidade da Região Centro, mas inferiores aos da Região de Lisboa e até às médias nacionais.

A população da Lezíria do Tejo conheceu nos últimos 25 anos um ligeiro acréscimo populacional, atraindo pessoas sobretudo da Área Metropolitana de Lisboa e imigrantes com ênfase para as comunidades brasileira e do leste europeu, embora os concelhos mais interiores como Coruche, Chamusca e Golegã tenham perdido população.

Comum a estas regiões estão dois fatores demográficos mais marcantes da sociedade portuguesa atual: a quebra dos índices de fecundidade que cria o fenómeno do duplo envelhecimento da população, quer pela redução da base da pirâmide, quer pelo alargamento do topo da pirâmide.

O subsistema urbano da Região de Leiria é polarizado por Leiria, Marinha Grande e Pombal e mantém relações preferenciais com Nazaré, Alcobaça, Fátima e Tomar, relacionado-se também com Coimbra, Oeste e Vale do Tejo, e com a metrópole de Lisboa. O Oeste é marcado pela proximidade a Lisboa, até porque é atravessado por um eixo que liga a área metropolitana de Lisboa a Leiria e ao norte do país, materializado pela A8. Articula-se também com o Oeste, através da A8, que liga a CRIL em Lisboa a Leiria, atravessando estes dois distritos.

A região da Lezíria e Tejo, que tem grande parte do denominado Ribatejo, tem uma localização geográfica de intermediação entre subespaços e territórios distintos como a Área Metropolitana de Lisboa, o Oeste, o Médio Tejo e o Alentejo Central. Esta proximidade às várias vias tem permitido que Azambuja, Benavente e Cartaxo sejam cada vez mais industrializados, mas sobretudo têm fixado polos logísticos devido à sua proximidade a vários nós ferroviários e viários como a A1, a A13, a A10, a Linha do Norte.

As transformações recentes do sistema territorial e urbano da Lezíria do Tejo têm favorecido a emergência de dois tipos de dinamismos. Por um lado, os processos de concentração inter e intra concelhios têm espoletado um crescente protagonismo territorial dos centros urbanos de pequena e média dimensão. Por outro, têm vindo a consolidar-se subsistemas territoriais e urbanos, sob a forma de eixos e conurbações, sustentada pelas principais vias de comunicação existentes.

As cidades de Leiria e de Santarém são polos de emprego e de funções administrativas, comércio e serviços. O número de pessoas empregadas neste setor supera dois terços da população ativa da região (68,86%), destacando-se os municípios de Ourém, Tomar, Torres Novas e Abrantes, que, em conjunto, representam mais de 45%.

Quem faz a região Estremadura e Ribatejo

A região Estremadura e Ribatejo engloba as seguintes comunidades intermunicipais e respetivos concelhos. A Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo é formada por Almeirim, Alpiarça, Azambuja, Benavente, Cartaxo, Chamusca, Golegã , Rio Maior, Salvaterra de Magos e Santarém . A Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo contempla Alcanena , Constância, Entroncamento, Ferreira do Zêzere, Ourém, Sardoal, Tomar, Torres Novas, Vila Nova da Barquinha, Mação, Sertã e Vila de Rei enquanto a Comunidade Intermunicipal do Oeste é feita com Alcobaça, Alenquer, Arruda dos Vinhos, Bombarral, Cadaval, Caldas da Rainha, Lourinhã, Nazaré, Óbidos, Peniche, Sobral de Monte Agraço e Torres Vedras. Finalmente segue-se a Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria com Alvaiázere, Ansião, Castanheira de Pêra, Figueiró dos Vinhos, Pedrógão Grande, Batalha, Leiria, Marinha Grande, Pombal e Porto de Mós.

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UE bate máximo histórico na produção de energia eólica

  • Marta Santos Silva
  • 12 Setembro 2017

Foi uma "produção especialmente assinalável, que permitiu a paragem de produção de 60 centrais a carvão equivalentes à maior de Portugal – a central termoelétrica de Sines", escreve uma associação.

Quase um quinto do consumo elétrico na União Europeia (UE) foi abastecido na segunda-feira pela produção eólica, que atingiu um máximo histórico, avança a Associação de Energias Renováveis (APREN), em comunicado.

A associação, que cita dados da WindEurope (Associação Europeia de Energia Eólica), diz que a eletricidade eólica produzida na segunda-feira permitiu abastecer 19,8% das necessidades de consumo da UE, “o que equivale a cerca de 12 vezes o consumo médio diário de Portugal”.

“Uma produção especialmente assinalável, que permitiu a paragem de produção de 60 centrais a carvão equivalentes à maior de Portugal – a central termoelétrica de Sines”, lê-se no comunicado.

Segundo a APREN, o peso da produção eólica no total da eletricidade produzida “atingiu um dos seus máximos históricos no dia 11 de setembro: 1.610 GWh”. A associação destaca ainda “um recorde histórico das centrais eólicas offshore [no mar], 251 GWh, que só por si permitiram suprir um consumo equivalente a 25 milhões de habitações”.

Em Portugal, as centrais eólicas produzem anualmente perto de um quarto das necessidades elétricas nacionais, adianta a APREN.

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Dicas online e offline para encontrar casa em Lisboa ou Porto

A oferta é limitada, mas as opções para encontrar quarto ou casa são muitas em Lisboa ou Porto. Entre apps e formas mais tradicionais, conheça algumas das recomendações e hipóteses em cima da mesa.

É preciso paciência e perseverança para encontrar casa em Lisboa ou no Porto.

Procura casa em Lisboa? Neste início de época escolar, as notícias não são animadoras para quem vem estudar para a capital. Os preços estão a subir e a oferta é limitada. Além do mais, setembro é o mês de maior procura no mercado do arrendamento a estudantes. Vai para o Porto? A situação é semelhante. Nesse sentido, e porque encontrar casa não é tarefa fácil, o ECO reuniu algumas sugestões e conselhos para quem está à procura de teto.

Existem duas grandes formas de encontrar casa ou quarto: as mais tradicionais e também as digitais. Por permitirem fazer buscas sem sair do sofá, estas últimas tendem a ser as mais utilizadas pelos estudantes de hoje. Mas não ponha totalmente de parte os métodos do antigamente: em alguns casos, estão a revelar-se mais eficazes do que as plataformas eletrónicas de arrendamento e podem até ser mais baratos. Comecemos, então, por estes.

Olhe bem para cima

É um tiro no escuro mas, por vezes, revela-se eficaz. Experimente fazer uma visita à zona para onde se quer mudar. Alguns senhorios podem optar por afixar anúncios e números de telefone, sobretudo, nas janelas. Por isso, mantenha os olhos bem abertos. Claro que as afixações em postes e paragens de autocarro já não são tão comuns como antes — aliás, uma das juntas de freguesia de Lisboa, quando contactada pelo ECO, apontou que isso é agora ilegal. Mas não custa nada tentar.

Uma alternativa são os placares em hipermercados como, por exemplo, no Pingo Doce. O espaço é quase um suplemento de classificados mas, pelo meio, pode existir qualquer coisa. Outra hipótese mais plausível são os placares com quartos e casas para arrendar que existem em muitas universidades.

No Instituto Superior de Gestão, em Lisboa, há um perto da papelaria. No Instituto Superior de Economia e Gestão, há um na cantina, logo à entrada. Na Faculdade de Belas-Artes, a cantina também é o sítio onde procurar. Não se esqueça de procurar também nas associações de estudantes. É o caso da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas: há um placar com anúncios junto à associação, na Torre B.

Entenda que não há um “sítio oficial” com este tipo de anúncios. O ECO contactou várias juntas de freguesia de Lisboa, que disseram desconhecer existir algum espaço com este tipo de anúncios na zona. Por isso, em último caso, tente os cafés locais ou centros de cópias, por exemplo. Caso não encontre nada de interessante ou não conheça ninguém, o melhor a fazer é pedir ajuda à tecnologia.

Apps e mais apps

Se nos podemos queixar da pouca oferta imobiliária, o mesmo não podemos dizer acerca de plataformas para encontrar casa. O que não falta são aplicações para telemóvel, sites e outros canais mais informais com anúncios e pedidos para Lisboa e para o Porto.

Uma dessas plataformas é o Idealista, que se destaca por permitir desenhar no mapa a área onde pretende ver os anúncios disponíveis. Além disso, a vantagem é poder filtrar os resultados com base naquilo que procura: defina um intervalo de preços, diga com quantas pessoas quer ficar na mesma casa e se tolera animais de estimação. Mas tenha em mente que quanto mais exigente for, menor será a oferta. No limite, verá um mapa sem qualquer casa ou quarto disponível que corresponda aos seus interesses — por isso, seja flexível. O Idealista pode ser descarregado para telemóveis Android ou iPhones.

Outras alternativas são as plataforma da FixeAds. O Imovirtual permite encontrar apartamentos, moradias, quartos e por aí em diante: selecione o que pretende e escolha a opção “para arrendar”. De seguida, selecione a cidade que tem na mira. Há várias opções e diversos preços. A maioria dos anúncios também tem fotografias. No OLX, o funcionamento é semelhante e há uma opção específica com todos os anúncios de “quartos para arrendar”. Só tem mesmo é de selecionar a cidade, seja ela Lisboa, Porto, ou outra. Experimente ainda o concorrente CustoJusto, que também tem secções dedicadas ao arrendamento imobiliário e alguns anúncios que poderá não encontrar noutros sítios.

A Uniplaces, a conhecida startup portuguesa liderada por Miguel Santo Amaro, é outra das opções. Aliás, muitos dos anúncios da Uniplaces aparecem nas pesquisas que fizer noutros sites. As buscas fazem-se no site da empresa e pode procurar por cidade, bairro, zona ou universidade. Mas tenha em atenção que as modalidades costumam ser de alojamento de curta duração. Leia tudo com atenção antes de avançar com qualquer contacto.

A lista de plataformas é extensa e, às sugestões mais óbvias, juntam-se a CasaSapo (do portal Sapo), a BPI Expresso Imobiliário (do banco BPI e jornal Expresso) e, claro, a Remax e a Era Imobiliária. Uma alternativa menos óbvia para quem vai para Lisboa é o portal da Associação Lisbonense de Proprietários, que também tem alguma oferta.

Também tem sempre o Facebook, onde pode fazer algum pedido mais específico. Os grupos são vários:

Todas as hipóteses são poucas, por isso, recomendamos paciência e perseverança. Ative notificações, estabeleça contactos e — muito importante — visite os locais antes de se mudar definitivamente, para ter a certeza de que o sítio é a escolha ideal. Não tenha receio de questionar e negociar.

Candidate-se a uma residência

Por fim, há uma opção que também não deve pôr de parte: são as residências de estudantes. É comum haver preferência sobre os estudantes com bolsa de estudo, estudantes estrangeiros ou que já se encontravam matriculados na instituição de ensino no ano letivo anterior, mas os períodos de candidatura para novos estudantes arrancam por esta altura. E pode sempre tentar a sua sorte.

A Universidade de Lisboa, por exemplo, tem 18 residências na capital, num total de 865 camas. São 454 quartos no total: 311 duplos, 50 triplos e 93 individuais. Em bruto, há 537 vagas para raparigas e 328 para rapazes. Na Universidade Nova de Lisboa, os estudantes também podem contar com três residências universitárias.

A Universidade do Porto também tem uma vasta oferta de alojamento para estudantes. Mas o melhor a fazer é mesmo contactar diretamente a instituição de ensino para conhecer as possibilidades e condições, assim como os prazos de candidatura, uma vez que cada caso é diferente. Posto isto, acima de tudo, entenda que procurar quarto ou casa em Lisboa exige um pouco de esforço e mobilização. E que, apesar de aborrecido para muita gente, não é um bicho de sete cabeças. Boa sorte!

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Santander oferece obrigações a acionistas do Popular que renunciem a ações judiciais

  • Lusa
  • 12 Setembro 2017

Emissão de obrigações perpétuas vai permitir aos pequenos acionistas e obrigacionistas do Banco Popular participar sem terem de pagar qualquer valor.

O espanhol Santander vai realizar uma emissão de obrigações perpétuas na qual os pequenos acionistas e obrigacionistas subordinados do Banco Popular poderão participar sem terem de pagar qualquer valor, desde que renunciem a colocar ações judiciais. Esta proposta faz parte do folheto da emissão de obrigações registada na espanhola Comissão Nacional de Valores Mobiliários, que começa na quarta-feira e decorre até 7 de dezembro.

Segundo a informação ao mercado, citada pela EFE, os investidores do Banco Popular poderão comprar estas “obrigações de fidelização” do Santander sem que tenham de fazer qualquer desembolso, se aceitarem renunciar a ações legais contra o Banco Santander, o Popular e suas filiais.

Os investidores que podem participar são aqueles – empresas ou particulares – que participaram no último aumento de capital do Banco Popular realizado ainda este ano, antes da resolução, excluindo investidores institucionais, e os obrigacionistas subordinados.

Estas obrigações, a que o Santander chama “de fidelização”, oferecem um juro anual de 1% durante os sete primeiros anos face ao valor nominal, a contar desde 15 de dezembro de 2017, sendo o pagamento trimestral. Já a partir do sétimo ano, o rendimento é calculado de forma mais complexa (ligada a ‘swaps’ financeiros).

Contudo, por várias circunstâncias, o Santander pode decidir não remunerar estes títulos e até amortizá-los a partir do sétimo ano, com a autorização do Banco Central Europeu. Esta oferta tem um valor nominal de 981 milhões de euros.

Caso os investidores do Popular aceitem esta oferta do Santander, a compensação que recebem depende do investimento feito, sendo que o Santander devolverá 100% de qualquer investimento até 100 mil euros e 75% aos que passam esse valor até 500 mil euros.

Quando são investimento superiores, até um milhão de euros, o valor é de 50%.

Assim, apesar de o banco emitir nesta oferta 981 milhões de euros em obrigações, o valor máximo que terá de assumir é 680 milhões.

Os valores têm de ficar depositados na rede do Popular ou do Santander e os investidores manterem uma relação comercial com o banco semelhante a que tinham quando compraram as ações ou obrigações subordinadas.

Em 06 de junho, o Banco Central Europeu (BCE) decretou que o espanhol Banco Popular não era viável e determinou a sua resolução, tendo então o espanhol Santander acordado comprar o Banco Popular pelo preço simbólico de um euro.

Para permitir a compra, o Conselho de Administração do Banco Santander concordou com um aumento de capital de sete mil milhões de euros, garante do capital e das provisões necessárias para que o Banco Popular possa operar com normalidade.

Esta operação tem impacto em Portugal, onde o Santander detém o Santander Totta, pelo que foi conhecido então que o Santander Totta ia integrar a operação do Banco Popular Portugal, incluindo os seus 1.000 trabalhadores.

Em 08 de agosto, no dia em que a Comissão Europeia deu a aprovação final à compra do Banco Popular pelo Santander, fonte oficial do Santander Totta disse à Lusa que o banco ia então avançar com os procedimentos formais para a compra do Popular Portugal e para a fusão legal e das marcas.

Na semana passada, o Santander Totta aprovou a compra da operação em Portugal do Banco Popular, na sequência do resgate do espanhol Banco Popular e aquisição pelo grupo Santander.

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Os novos livros na rentrée da Fundação Francisco Manuel dos Santos

  • ECO
  • 12 Setembro 2017

Três retratos e três ensaios marcam as novas publicações da Fundação Francisco Manuel dos Santos, com temas que gravitam em torno do Ensino Superior, do Futebol, do Turismo e outras questões sociais.

Temas como o Turismo, o Futebol, o Ensino Superior ou mesmo a situação social em Campanhã estão presentes nos seis novos livros publicados pela Fundação Francisco Manuel dos Santos (FFMS). Num evento que contou com alguns dos autores, David Lopes, diretor-geral da fundação, salienta os marcos numéricos conseguidos com as publicações: “Já publicámos nestes últimos oito anos 189 títulos, dos quais evidenciaria a coleção de ensaios com 78, a partir de hoje, e 28 retratos”.

A primeira obra apresentada chama-se “Turista infiltrado” e é da autoria de Bernardo Gaivão. Neste livro, o autor percorre o país de norte a sul sob a perspetiva de um estrangeiro para perceber que retratos levam milhares de turistas de Portugal todos os anos.

Djaimilia Pereira de Almeida escreve sobre crianças com paralisia cerebral no Centro Nuno Belmar da Costa na obra “Ajudar a cair”. Já a jornalista Mariana Correia Pinto faz um retrato de Campanhã, uma zona no Porto marcada pela pobreza e a precariedade. O livro intitula-se “Porto, última estação” e passa-se Rua de Miraflor, pela mão de um assistente social. A autora afirma que o livro consiste numa “viagem por um Porto algo esquecido, por um Porto que está na periferia não só do mapa mas também do pensamento dos portuenses e dos turistas, que dificilmente põem os pés em Campanhã”.

Os novos lançamentos da FFMS incluem dois ensaios no âmbito do Ensino Superior em Portugal. “A Universidade como deve ser”, de António M. Feijó e Miguel Tamen, é a segunda obra da coleção de ensaios escrita a duas mãos. O ensaio tem como base duas razões principais, explica António Feijó. A primeira está relacionada com o facto de os autores estarem ligados à criação da licenciatura em Estudos Gerais; a segunda tem a ver com as ideias partilhadas por ambos sobre o que é e o que deveria ser a instituição universitária.

O livro “O Ensino Superior em Portugal”, escrito por João Filipe Queiró, contempla o ciclo de estudos na sua oferta educativa, no seu funcionamento e nos seus problemas. “Embora o Ensino Superior seja muito falado, é muito pouco conhecido”, observa João Queiró. Temas como as propinas, o processo de Bolonha, e a permanência da sala de aula são alguns dos temas explorados. O diretor de publicações, António Araújo, entende que ambos os livros se complementam e apresentam olhares diferentes sobre a Universidade e todo o Ensino Superior.

O último ensaio, da autoria do jornalista Fernando Sobral, chama-se “Futebol, o estádio global”. A escolha do autor justificou-se pela procura de alguém que pudesse tratar o tema sem demonstrar uma fidelidade a um clube desportivo específico, explica António Araújo. A ideia do livro, conta o seu autor, foi escrever um ensaio fora da “guerra civil” que se vive atualmente no mundo da modalidade. “Tem um aspeto económico, um aspeto desportivo, um aspeto cultural e um aspeto social”, acrescenta.

Quanto às vendas, David Lopes revela que a instituição conta com cerca de 700.000 publicações vendidas. O diretor destacou que cada ensaio da sua coleção tem vendido cerca de 7 000 exemplares, e que as vendas dos retratos ascendem aos 5.000.

De olhos postos no meio digital, a fundação tem publicado as suas edições, ensaios e retratos em formato ebook, e que a próxima aposta serão os audiobooks. A nova estratégia da instituição passará também pela disponibilização das suas obras em espaços de wi-fi gratuitos.

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Juncker faz “o mais importante” discurso sobre o estado da União

Com as negociações para o Brexit em velocidade de cruzeiro, a segurança no topo das prioridades e uma Europa a braços com uma crise de migração, Juncker vai fazer a sua avaliação do estado da União.

Jean-Claude Juncker abre, esta quarta-feira, a rentrée do Parlamento Europeu, com o discurso anual sobre o estado da União. Desta vez, com mais de metade do mandato já concluída, o presidente da Comissão Europeia promete um discurso menos diplomático e mais pessoal sobre o estado da União Europeia. Este, reconhece, será o discurso mais importante do sua passagem pela Comissão Europeia — o próximo será já em jeito de despedida, uma vez que Juncker não planeia recandidatar-se e o seu mandato termina em 2019.

“Pergunto-me a mim mesmo se não deveria aproveitar a oportunidade para dizer o que eu próprio estou a pensar. O discurso de 2017 é, de facto, mais importante do que o de 2018. Por isso, vou partilhar a minha visão sobre as coisas“. Foi desta forma que, no mês passado, em entrevista ao Politico, Jean-Claude Juncker fez a antevisão do seu discurso sobre o estado da União.

É essa visão pessoal que esperam comentadores e analistas políticos, que veem neste discurso a última oportunidade de Juncker de ser recordado para lá da saída de um dos principais Estados membros da União Europeia. Para além desse tema, a segurança, o crescimento da zona euro, a crise migratória e as relações comerciais internacionais deverão ser o foco de Juncker.

Relações internacionais são prioridade

Para lá do Brexit, há mais mudanças a nível internacional que vêm obrigar a União Europeia a repensar a relação com alguns dos principais parceiros comerciais. A mais marcante é a eleição de Donald Trump, que, logo depois de ter tomado posse como presidente dos Estados Unidos, começou a renegociar acordos comerciais, onde se incluem o Acordo de Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento (TTIP, na sigla inglesa), que estava a ser negociado entre a União Europeia e a administração Obama e que, agora, deverá ficar pelo caminho.

Outro dos assuntos abordados por Juncker, salienta o Financial Times (acesso pago), será um maior controlo do investimento estrangeiro na União Europeia, em particular o investimento proveniente da China. O presidente da Comissão Europeia deverá, assim, apresentar medidas que visam uma maior coordenação entre as autoridades nacionais para que seja possível um maior controlo das aquisições em setores como a energia ou a tecnologia.

Brexit perde peso, mas deverá marcar presença

Quando, há um ano, Juncker discursou sobre o estado da União, apenas três meses depois de os britânicos terem dito “sim” à saída da União Europeia, o presidente da Comissão Europeia quis ser “muito honesto” no diagnóstico que fazia: “A nossa União Europeia está, pelo menos em parte, numa crise existencial”.

Um ano depois, as negociações do Brexit já estão em velocidade de cruzeiro e será pouco provável que Juncker volte a centrar o discurso neste assunto, mas o certo que é que o presidente da Comissão Europeia não tem perdido oportunidades para criticar os britânicos, e este discurso não deverá ser exceção. Recentemente, sublinhou que “nenhuma” das posições apresentadas pelo Reino Unido sobre vários assuntos é satisfatória. Meses antes, Juncker optou pelo humor para questionar a importância do Reino Unido na União Europeia. “Estou a hesitar entre o inglês e o francês. Mas fiz a minha escolha. Vou expressar-me em francês porque, lenta mas certamente, o inglês está a perder importância na Europa”, disse.

O futuro da zona euro

O Brexit traz desafios, mas abre portas a uma nova fase da zona euro. Como lembra o Politico, Juncker já defendeu que, sem o Reino Unido, será mais fácil coordenar as políticas e prioridades fiscais do bloco da moeda única. “Quando os britânicos saírem, 85% do PIB da União Europeia virá da zona euro. É urgente questionar como é que a união monetária pode ser acompanhada de uma coordenação mais forte da política económica”, salientou já o presidente da Comissão Europeia.

Entre as novidades, poderão estar novas pistas sobre a criação de um ministro das Finanças europeu, uma figura já defendida por Emmanuel Macron e por Angela Merkel. Outra novidade, aponta o Politico, poderá ser a transformação do Mecanismo Europeu de Estabilidade numa espécie de Fundo Monetário Internacional Europeu, capaz de intervir para resgatar uma economia europeia.

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BEI empresta 300 milhões a Portugal para a reabilitação urbana

O empréstimo do BEI é operacionalizado através do Instrumento Financeiro para a Reabilitação e a Revitalização Urbana (IFRRU). Em causa estão 703,2 milhões de euros de fundos públicos para reabilitar.

Os municípios com planos de reabilitação urbana podem finalmente ter acesso a verbas comunitárias. O Banco Europeu de Investimento vai co-financiar, através de um empréstimo de 300 milhões de euros, estes planos. Para já a instituição com sede no Luxemburgo libertou uma primeira tranche de cem milhões de euros que poderá ser depois alavancada com apoios adicionais dos fundos estruturais.

O ministro das Finanças, Mário Centeno, e o vice-presidente do BEI, Román Escolano, assinaram esta segunda-feira a primeira tranche do empréstimo-quadro que visa dar prioridade “a zonas afetadas pela degradação, com vista à implementação de programas de desenvolvimento urbano sustentável até 2023”. “O empréstimo do BEI proporcionará recursos financeiros em condições vantajosas, tanto ao nível das taxas de juro como da maturidade”, avança o comunicado da instituição liderada por Werner Hoyer.

O ministro das Finanças, Mário Centeno, e o vice-Presidente do Banco Europeu de Investimento (BEI), Román Escolano, assinaram, no Ministério das Finanças, a primeira tranche, de 100 milhões de euros, do empréstimo.

“Prevê-se que possa contribuir para melhorar a qualidade de vida em Portugal, ao reabilitar edifícios destinados a habitação, espaços públicos e infraestruturas, localizados em zonas residenciais, centros urbanos, frentes de água e antigas zonas industriais”, acrescenta a mesma nota. Mas o programa também permite financiar a revitalização de zonas industriais urbanas devolutas, situadas em áreas desfavorecidas e degradadas.

Os edifícios a reabilitar devem estar localizados nas Áreas de Reabilitação Urbana definidas pelos municípios (em centros históricos, zonas ribeirinhas ou zonas industriais abandonadas), ou ser enquadrados por Plano de Ação Integrado para as Comunidades Desfavorecidas. São elegíveis operações de reabilitação integral de edifícios, com idade igual ou superior a 30 anos, ou estado de conservação mau ou péssimo.

O empréstimo do BEI é operacionalizado através do Instrumento Financeiro para a Reabilitação e a Revitalização Urbana (IFRRU) que pretende financiar projetos de eficiência energética, nomeadamente através da renovação dos edifícios. Em causa está não só reduzir as emissões poluentes e atenuar as alterações climáticas, mas também contribuir para a coesão social e aumentar a atração das zonas urbanas, fomentando o crescimento demográfico e económico.

Segundo as estimativas do BEI, a execução do projeto irá implicar a contratação de cerca de 14.000 pessoas durante os trabalhos de construção.

Outra das novidades que este projeto apresenta é que, pela primeira vez, os particulares vão ter acesso aos fundos comunitários para a reabilitação urbana. E a estes 300 milhões do BEI acresce um financiamento de 80 milhões obtido junto do Banco de Desenvolvimento do Conselho da Europa, cujo contrato foi assinado em março. Em causa está um plano de investimento total de até 1.400 milhões de euros.

O diploma publicado em Diário da República com a criação do IFFRU explica que em causa estão 703,2 milhões de euros de fundos públicos para apoiar “a regeneração e revitalização física, económica e social em zonas urbanas”. Às verbas do BEI — inicialmente falava-se de um empréstimo de 500 milhões — acrescem 102 milhões de euros dos fundos comunitários (FEEI).

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Mercer compra portuguesa Jason Associates

  • ECO
  • 12 Setembro 2017

A Mercer anunciou esta terça-feira a aquisição da consultora Jason Associates. Esta ação estratégica resulta de uma relação que tem vindo a ser desenvolvida nos últimos anos entre as empresas.

A Mercer, consultora nas áreas de bem-estar, benefícios, pensões, investimentos e carreiras, anunciou esta terça-feira, em comunicado oficial, acaba de anunciar a compra da consultora portuguesa Jason Associates, que opera no domínio da comunicação, mudança e transformação, gestão de talento, tecnologia e gamificação na área de recursos humanos. Esta ação estratégica resulta de uma relação que tem vindo a ser desenvolvida nos últimos anos entre ambas as empresas.

No comunicado oficial emitido pela Mercer, pode ler-se: “Com esta operação a Mercer e a Jason Associates complementarão os seus serviços e equipas de forma a preencher as áreas em que a sua linha de atuação era menos forte. O resultado será a disponibilização de uma oferta única para os clientes juntando o melhor destas duas consultoras”.

Diogo Alarcão, CEO da Mercer Portugal, acredita que esta operação trará benefícios a todas as partes envolvidas: “Acreditamos ser um triplo win para as respetivas equipas da Mercer, da Jason Associates e, mais importante, para os nossos clientes. Será uma nova jornada e aventura para todos, na qual, seguramente que iremos aprender muito uns com os outros e onde o principal beneficiário serão os clientes”. Acrescenta ainda que, “por outro lado, esta operação fará crescer não só a operação em Portugal, mas em países onde a Mercer e a Jason Associates têm operações”.

Do lado da Jason Associates, o CEO da filial em Portugal, Pedro Brito destaca a relação desenvolvida entre ambas as consultoras: “Nos últimos anos começámos a criar com a Mercer uma relação única com uma fórmula singular ao unirmos as nossas valências, e tornou-se claro que tínhamos uma oportunidade fantástica para dar continuidade à história de sucesso de doze anos da Jason Associates, agora com a Mercer.”

Segundo o mesmo comunicado, a Jason Associates detinha também uma área de negócio de recrutamento que não foi incluída na aquisição e que continuará a funcionar de forma autónoma, mantendo a mesma equipa, embora com uma nova marca.

Fundada em 2004, a Jason Associates é uma empresa portuguesa de consultoria em comunicação, mudança e transformação, gestão de talento, tecnologia e gamificação na área de recursos humanos. A sua equipa conta com cerca de 80 elementos e está presente em várias geografias – Lisboa, Porto, São Paulo, Luanda, Maputo. Implementou também uma série de projetos em vários países tais como Espanha, Reino Unido, Itália, Polónia e Estados Unidos.

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