Estas são as cinco multas mais pesadas já aplicadas pela AdC

A Fidelidade e a Multicare vão pagar uma coima de 12 milhões de euros, valor que fica longe das multas mais pesadas já aplicadas pela AdC. No topo desse ranking está uma multa de 53 milhões de euros.

A Fidelidade e a Multicare vão pagar uma coima de 12 milhões de euros, no âmbito da acusação de cartelização nos seguros de acidentes pessoais, um valor bem inferior àquele que estaria em causa caso o cálculo fosse feito sobre 10% da faturação. Isto porque estas seguradores chegaram a acordo com a Autoridade da Concorrência (AdC), evitando, assim, entrar no ranking das multas mais pesadas já aplicadas pelo regulador. A coima a ser paga pela Fidelidade e pela Multicare fica mesmo abaixo daquela que ocupa a quinta posição dessa tabela. Na posição cimeira desse pódio está a coima aplicada à PT e à ZON por abuso de posição dominante nos mercados grossista e retalhista de acesso em banda larga, tendo essa sanção ultrapassado os 53 milhões de euros.

“Cartel das cantinas” condenado a pagar 14,7 milhões

No quinto lugar do ranking, aparece a multa aplicada pela Concorrência no âmbito do caso que ficou conhecido como “cartel das cantinas”.

Foi em 2009 que a AdC condenou cinco empresas de restauração coletiva (a Eurest, a Trivalor, a Unislef, a ICA/Nordigal e a Sodexo Portugal) ao pagamento de 14,7 milhões de euros por “práticas lesivas de concorrência no mercado das refeições e serviços de gestão e exploração de refeitórios, cantinas ou restaurantes”. Em causa estava um “sistema que garantia a cada empresa a manutenção dos respetivos clientes através da fixação dos preços” apresentados em caso de concurso ou convite à apresentação de propostas.

A Eurest foi, assim, obrigada a pagar 5,2 milhões de euros, a Trivalor 6,7 milhões de euros, a Unislef 1,7 milhões de euros, a ICA/Nordigal cerca de 634 mil euros e a Sodexo Portugal cerca de 357 mil euros. Na altura, o regulador condenou também cinco representantes das empresas arguidas ao pagamento de coimas no valor de 20 mil euros. O denunciante do cartel, por sua vez, foi dispensado da aplicação de qualquer sanção.

“A sanção máxima total que poderia ter sido aplicada neste caso seria de cerca de 38,7 milhões de euros, correspondente a 10% do volume de negócios em 2006 do conjunto das empresas em causa”, recordou, na ocasião, a AdC, tendo acabado por se ter decidido pela aplicação de coimas no montante de “4% do volume de negócios no caso da Eurest, Trivalor e Uniself, de 2,8% no caso da Sodexo, e de 2% no caso da ICA/Nordigal”.

Além disso, a AdC escolheu também não aplicar às empresas a sanção acessória de inibição de privação do direito de participar em concursos.

Farmacêuticas condenadas a pagar 19 milhões

Quatro anos antes dessa sanção aplicada ao “cartel das cantinas”, a Concorrência condenou cinco empresas farmacêuticas (a Abbott, a Bayer, a Johnson & Johnson, a Menarini e a Roche) a pagar uma coima total de cerca de 16 milhões de euros, no âmbito do processo que ficou conhecido como “cartel em 36 concursos públicos de 22 hospitais portugueses”. As arguidas foram também, na altura, condenadas a pagar cerca de três milhões de euros, no quadro do processo “cartel em concurso público de fornecimento de tiras-reagentes do Centro Hospitalar de Coimbra”.

“Dos factos dados como provados pela AdC, resulta claro que as empresas arguidas se reuniram regularmente no âmbito de associações de indústria e trocavam entre si informações sobre preços do Reagente de Determinação de Glicose no Sangue praticados no âmbito dos concursos hospitalares. De facto, as arguidas concertaram-se em numerosas ocasiões, desde 2001 até 2004, para a fixação dos preços por elas a apresentar em propostas de fornecimento do Reagente de Determinação de Glicose no Sangue (tiras reagentes) no âmbito dos concursos hospitalares. Essas concertações tinham como objetivo a subida dos seus preços”, considerou o regulador.

De acordo com a AdC, estas práticas acabaram por prejudicar “gravemente” a concorrência no mercado em causa e resultar em danos económicos entre os 2,4 milhões de euros e os 3,2 milhões de euros para os estabelecimentos hospitalares. “Já nas vendas a farmácias [o dano económico] situar-se-á entre 2.437.680 euros por ano e 10.360.140 euros por ano”, adiantou o regulador.

Por isso, as cinco empresas em causa foram condenadas a pagar cerca de 19 milhões de euros: três milhões de euros (cerca de 658 mil euros cada), no caso relativo ao Centro Hospitalar de Coimbra e 16 milhões de euros, no caso da cartelização em 36 concursos públicos.

No âmbito desse último processo, a multa foi dividida da seguinte forma: 6,8 milhões de euros foram exigidos à Abbott (por 34 infrações), 5,2 milhões de euros foram exigidos à Bayer (por 26 infrações), 5,2 milhões de euros foram exigidos à Menarini (por 26 infrações), 1,3 milhões de euros foram exigidos à Roche (por 34 infrações) e 360 mil euros foram exigidos à Johnson & Johnson (por 36 infrações).

De notar que foi a Johnson & Johnson a entregar à AdC os documentos que permitiram concluir que a “situação ocorrida no concurso aberto pelo Centro Hospitalar de Coimbra não constituía uma situação isolada”.

PT Comunicações condenada a pagar 38 milhões

No terceiro lugar do pódio em causa, está a multa de 38 milhões de euros aplicada pela AdC à PT Comunicações, por abuso de posição dominante na recusa injustificada de acesso à sua rede de condutas no subsolo aos concorrentes TVTEL e Cabovisão.

O processo foi desencadeado por uma queixa da TVTEL, que acusava a PT Comunicações de recusar acesso a infraestruturas da rede básica (nomeadamente condutas) “para efeitos de colocação de cabos e infraestruturas de rede daquela empresa”. Mais tarde, também a Cabovisão acabou por apresentar uma queixa semelhante, levando a AdC a condenar a PT Comunicações.

A empresa contestou a decisão, tendo acabado por ver reconhecida a sua posição pelo Tribunal da Relação, isto é, a juíza entendeu que não ficou provado o abuso de posição dominante da operadora, tendo absolvido a arguida.

EDP e Sonae condenadas a pagar 38,3 milhões

Foi em 2017 que o regulador decidiu condenar a EDP, a EDP Comercial, a Sonae Investimentos e a Sonae MC ao pagamento de uma coima total de 38,3 milhões de euros pela “realização de um acordo restritivo da concorrência, no âmbito da parceria criada para a implementação da campanha comercial ‘Plano EDP Continente’, que decorreu em 2012”.

De acordo com a AdC, as empresas celebraram um pacto de não-concorrência nos setores da comercialização de energia elétrica e de gás natural, bem como da distribuição retalhista de bens alimentares por dois anos, o que “consubstanciou um acordo ilícito de repartição de mercados”.

Recorde-se que, antes de a liberalização chegar aos consumidores domésticos, a Sonae — através da Sodeso, joint-venture com a Endesa — chegou mesmo a concorrer com a EDP, no mercado energético.

E a maior multa de sempre foi…

Corria o ano de 2009 quando a AdC decidiu aplicar a multa mais pesada que até hoje atribuiu. Os alvos desta sanção, que ultrapassou os 53 milhões de euros, foram a PT, a PT Comunicações e a ZON. Em causa estava a fixação “artificial” e “não equitativa” dos preços para os serviços grossista e retalhista de acesso em banda larga, a limitação da produção, da distribuição, do desenvolvimento técnico e do investimento e a discriminação positiva de uma outra empresa do grupo PT, a TELEPAC II.

“Através destes tarifários, as arguidas fixaram artificial e não equitativamente os preços para os serviços grossista e retalhista de acesso em banda larga, tendo induzido artificialmente a alta do preço grossista (por comparação com o preço retalhista) e a baixa do preço retalhista (por comparação com o preço grossista), impedindo, deste modo, um operador alternativo, ainda que igualmente eficiente à empresa retalhista do grupo PT, de obter lucro (prática habitualmente designada por ‘esmagamento de margens’)”, explicou o regulador, na sua decisão, referindo-se aos tarifários “Rede ADSL PT”, “SAPO ADSL.PT – Standard”, “Netcabo Speed On 640”, “Netcabo Speed Use RC” e “Netcabo Speed On 128”.

Além disso, a Concorrência concluiu que o “sistema de descontos constante do tarifário grossista “Rede ADSL PT” resultou na aplicação de condições “desiguais” relativamente a “prestações equivalentes”, o que deu azo à discriminação positiva da TELEPAC II, empresa do grupo PT.

Por fim, a AdC notou: “Os comportamentos das arguidas resultaram em limitações da produção, da distribuição, do desenvolvimento técnico e do investimento no que respeita aos serviços em causa, em prejuízo da concorrência e dos consumidores.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Recuperação europeia contagia bolsa de Lisboa. BCP sobe 2,6%

O sentimento positivo na Europa contagiou a praça lisboeta, que terminou a última sessão da semana a corrigir as perdas registadas depois do Natal. O BCP e a Mota-Engil impulsionaram o desempenho.

Lisboa fecha a última sessão da semana a corrigir, depois de ter entrado em bear market na quinta-feira. A bolsa nacional foi contagiada pelo sentimento positivo na Europa, que recupera das perdas da semana, e também impulsionada pelo desempenho do BCP.

O índice de referência nacional, PSI-20, subiu 1,30% para os 4.647,16 pontos. Das 18 cotadas, cinco terminaram a sessão a descer, uma ficou inalterada, e as restantes ficaram no verde, a maioria das quais com ganhos superiores a 1%. O BCP foi um dos motores do índice, ao somar 2,58% para os 0,22 euros.

A generalidade das praças do Velho Continente terminou o dia pintada de verde, enquanto aguardam a votação do orçamento italiano para 2019 no Parlamento. O índice pan-europeu Stoxx 600 subiu 1,9%, o alemão DAX fechou a sessão a somar 1,71%, o britânico FTSE 100 avançou 2,2% e o espanhol IBEX 35 subiu 1,35%.

Por cá, a liderar os ganhos encontra-se a Mota-Engil, que avançou 3,19% para os 1,55 euros. Também a Corticeira Amorim teve um bom desempenho, ao subir 2,83% para os 8,72 euros. Destaque ainda para o setor do papel, com a Altri a registar uma subida de 2,55%, e a Navigator de 2,19%. No verde ficou também a EDP, que somou 2,02% para os 2,97 euros.

No vermelho, destaque para a Pharol, que afundou 5,15% para os 0,15 euros. A Semapa e os CTT também registaram perdas superiores a 1%, respetivamente 1,54% e 1,30%. A EDP Renováveis ficou também abaixo da linha de água, ao recuar 0,07% para os 7,55 euros.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Novo Banco conclui venda do BES Vénétie à Cerberus

O Novo Banco concluiu a venda da posição de 87,5% que detinha no BES Vénétie a uma empresa do fundo francês Cerberus, anunciou a empresa. Operação melhora rácio do banco em 30 pontos base.

Está concluída a venda da participação de 87,5% que o Novo Banco detinha no francês BES Vénétie, confirmou a empresa num comunicado enviado à CMVM. A subsidiária em França foi vendida à Pomontoria MMB, uma empresa da Cerberus Capital Management.

“O Novo Banco concretizou a venda da participação de 87,5% por si detida do capital social Banque Espírito Santo et de la Vénétie e ativos diretamente relacionados à Promontoria MMB, sociedade constituída em França e subsidiária da Cerberus Capital Management”, lê-se no comunicado. A operação já era conhecida desde o verão, quando foi anunciada a assinatura do contrato de compra e venda. Mas só esta sexta-feira é que a transação se concretizou.

A venda do BES Vénétie “terá um impacto positivo estimado de 30 pontos base no rácio de capital” do banco liderado por António Ramalho, mas não vai ter efeitos na conta de exploração do Novo Banco. Segundo revelou o Jornal de Negócios (acesso pago) a 19 de junho, o BES Vénétie terá custado cerca de 48 milhões de euros ao fundo francês Cerberus.

O Novo Banco informa também que esta foi a última operação de de-risking “prevista para 2018″. Esta quinta-feira, anunciou ter fechado a venda de uma carteira de malparado ao fundo de KKR e à LxInvestmentPartners avaliada em 2.150 milhões de euros, a maior operação deste género feita em Portugal.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Subsídio de Natal por inteiro empurra contas públicas para défice

Em outubro o excedente tinha encolhido para 259 milhões. O pagamento do subsídio de Natal por inteiro à Função Pública em novembro fez deslizar o saldo para um défice de 624 milhões de euros.

O pagamento por inteiro do subsídio de Natal aos trabalhadores da Função Pública em novembro agravou o saldo das contas públicas. Até outubro, o conjunto das Administrações Públicas registava um excedente de 259 milhões de euros. Já nos primeiros 11 meses do ano, as contas voltaram a terreno negativo, com um défice de 624 milhões de euros, ainda assim 1.425 milhões melhor do que há um ano.

Os números foram divulgados esta sexta-feira pelo Ministério das Finanças e estão em contabilidade pública, ou seja, numa ótica de recebimentos e pagamentos.

“A execução orçamental em contabilidade pública das Administrações Públicas (AP) registou até novembro um saldo de -624 milhões de euros, representando uma melhoria de 1.425 milhões de euros face ao período homólogo, explicada por um crescimento da receita (5,4%) superior ao aumento da despesa (3,3%)”, diz o comunicado das Finanças.

No mesmo comunicado, o ministério liderado por Mário Centeno destaca, do lado da despesa, a subida da fatura com com salários, que “cresceu 2,1% na Administração Central, em resultado do descongelamento das carreiras e da reposição do valor de outras prestações, como as horas extraordinárias“, assumindo “particular relevância a despesa com pessoal no Serviço Nacional de Saúde (SNS) que cresce 6%: para além do forte crescimento do emprego, registou-se o aumento do valor pago no SNS pelas horas extraordinárias, horas de qualidade e a criação de um novo subsídio para os enfermeiros especialistas”.

Este detalhe acontece num altura em que o Governo se confronta com greves no setor da saúde, por parte dos enfermeiros por causa das carreiras.

“A despesa com pensões da Segurança Social cresce cerca de 3%, quando corrigida do efeito do subsídio de natal (pago na totalidade em dezembro), e com as pensões da CGA cresce 2,1%”, avança o ministério, acrescentando que “este crescimento reflete o facto de, pela primeira vez na última década, a grande maioria dos pensionistas ter aumentos superiores à inflação e também os aumentos extraordinários de pensões de agosto de 2017 e 2018”.

No comunicado que antecipa informações que a Direção-Geral do Orçamento (DGO) publica esta sexta-feira, as Finanças não referem o peso que os gastos com subsídio de Natal terão na reta final do ano. Mas em momentos anteriores, tinha destacado a importância desta rubrica para as contas públicas.

Este ano o subsídio de Natal foi pago por inteiro aos trabalhadores em pensionistas do Estado em novembro e dezembro, ao contrário do que aconteceu no ano passado em que parte desta despesa foi paga em regime de duodécimos. Esta alteração adiou mais despesa para a reta final do ano. Segundo as Finanças, a despesa com subsídio de Natal está avaliada em quase 3.000 milhões de euros.

A DGO acrescenta, no boletim publicado horas depois, que as despesas com pessoal na administração central e na Segurança Social subiram 1,5% face ao período homólogo. “A inversão do comportamento desta rubrica de despesa, face ao observado em outubro, mês até ao qual as despesas com pessoal decresciam 1,6%, refletiu sobretudo o facto de o pagamento do subsídio de Natal ter ocorrido de forma integral em novembro.”

Os dados referentes a dezembro contarão com o peso da despesa com o subsídio de Natal dos pensionistas.

No comunicado, o Ministério das Finanças destaca ainda a evolução da despesa no setor da saúde (indo além das questões salariais), nas prestações sociais e também em áreas onde tem estado debaixo de fogo por parte da oposição mas também dos parceiros políticos, que apontam falta de aposta nos serviços públicos.

  • A despesa total do SNS aumentou 5,7%, “superando os máximos anteriores ao período do Programa de Ajustamento”. Ao mesmo tempo garante que o SNS não está a acumular dívidas a fornecedores. Os pagamentos em atraso dos hospitais EPE apresentaram uma redução “elevada” de 200 milhões de euros em relação ao ano anterior. Os dados da DGO, publicados horas depois, mostram que face a outubro houve um aumento de 51 milhões de euros nos pagamentos em atraso nestes hospitais,
  • O investimento público na Administração Central subiu 33%, quando excluídas as PPP,
  • As prestações sociais aumentaram 6,9%, excluindo pensões, “em particular em resultado da criação da prestação social para a inclusão e do aumento do abono de família”,
  • Houve também um crescimento significativo da despesa no setor dos transportes públicos: “a Comboios de Portugal tem a despesa a crescer 19,4% e a Infraestruturas de Portugal +10,8%”,
  • A área da Cultura tem um “aumento superior à média, 9,8%, o mesmo acontecendo com as forças de segurança, nomeadamente a Polícia Judiciária, 47,7% e a GNR, 25,6%”.

Do lado da receita, o Governo destaca o bom momento da economia e sublinha que houve uma descida de taxas, tentando assim responder a quem acusa o Executivo de cobrar a carga fiscal mais elevada de sempre. “Até novembro, a receita fiscal do subsetor Estado cresceu 5,4%, destacando-se o aumento da receita do IVA (5,6%), do IRC (11,3%) e do IRS (4,3%). A evolução positiva da receita fiscal, apesar da redução das taxas de imposto, em particular do IRS, reflete o bom momento da economia portuguesa.”

“A receita contributiva, que reflete o pagamento de salários e a evolução do emprego, beneficiou do comportamento do mercado de trabalho, visível no forte crescimento de 7% das contribuições para a Segurança Social”, acrescenta ainda o ministério de Mário Centeno.

Em contabilidade nacional – a perspetiva que interessa a Bruxelas -, o saldo apresentava um excedente de 0,7% do PIB no final do terceiro trimestre. Foi na sequência deste número que Mário Centeno admitiu um resultado final melhor que o previsto.

A 21 de dezembro, o ministro das Finanças admitiu que o défice deste ano passa ficar “ligeiramente” abaixo da meta de 0,7% prevista para o conjunto do ano.

(Notícia atualizada às 18h19 com dados do boletim da DGO)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Fidelidade faz acordo com a Autoridade da Concorrência. Paga 12 milhões de coima por cartel

Acordo alcançado resulta numa coima que representa menos de 1% da faturação. Penalização por cartel nos seguros de acidentes de trabalho poderia chegar a 10% do total.

A Fidelidade e a Multicare, seguradoras do grupo liderado por Jorge Magalhães Correia, chegaram a acordo com a Autoridade da Concorrência (AdC) no âmbito da acusação de cartelização nos seguros de acidentes de trabalho, saúde e automóvel junto do segmento de grandes clientes empresariais. Vai pagar uma coima de 12 milhões de euros, um valor bastante inferior ao que teria de desembolsar caso o cálculo fosse feito com base na faturação total.

Este valor “foi calculado tendo por base os prémios Não Vida da Fidelidade e Multicare em 2017, no valor de 1.585 milhões de euros”, refere a empresa em comunicado interno enviado aos trabalhadores, e a que o ECO teve acesso, sendo o montante acordado inferior a 1% do volume de faturação. A coima máxima poderia ir até 10% do volume de negócios em 2017. Não só o acordo reduz a fatura, como não foram aplicadas sanções a colaboradores ou administradores.

“A AdC, na fixação do montante das coimas em concreto, tomou em linha de conta todos os aspetos de facto e de direito relevantes, designadamente, a colaboração prestada pela Fidelidade e pela Multicare”, refere o organismo liderado por Margarida Matos Rosa, em comunicado.

"A Fidelidade considera ter atuado com vista a evitar a materialização desses riscos, sem o propósito de obter benefícios indevidos e com a plena consciência de que os clientes empresariais visados pela política de reequilíbrio tiveram sempre a possibilidade de aceder, através dos seus agentes e corretores, a diferentes alternativas no mercado para colocação dos seus seguros.”

Fidelidade

O acordo agora alcançado encerra o processo relativamente à Fidelidade e à Multicare, sendo que estas são apenas duas das cinco seguradoras que foram acusadas pela AdC em agosto. Lusitânia, Seguradoras Unidas (antigas Tranquilidade e Açoreana) e a sucursal portuguesa da Zurich Insurance são as outras seguradoras alvo de processo da AdC. O “processo prossegue”, refere a concorrência, sublinhando que o “combate aos cartéis continua a merecer a prioridade máxima da atuação da AdC”.

“A AdC concluiu que são contrários ao direito da concorrência os contactos estabelecidos em anos anteriores entre várias empresas seguradoras, relativamente à renovação de determinadas apólices empresariais que se caracterizavam por ser fortemente deficitárias, em certos ramos”, lembra a Fidelidade.

"A AdC, na fixação do montante das coimas em concreto, tomou em linha de conta todos os aspetos de facto e de direito relevantes, designadamente, a colaboração prestada pela Fidelidade e pela Multicare.”

Autoridade da Concorrência

As trocas de informações entre empresas visaram fundamentalmente os grandes clientes no seguro de acidentes de trabalho, que vinha registando na última década um prolongado desequilíbrio técnico e financeiro. Esta prática foi alvo de denúncia por parte de uma seguradora – a Tranquilidade – levando à abertura da investigação por parte da AdC em maio de 2017. Mas, segundo informação obtida pelo ECO, a acusação de cartel – ou prática restritiva de concorrência, na linguagem jurídica – abrangia um número reduzido de empresas: Inferior a duas por cada mil empresas seguras e com preços deficitários nos ramos de acidentes de trabalho, frotas automóveis e seguros de grupo de saúde.

“A Fidelidade considera ter atuado com vista a evitar a materialização desses riscos, sem o propósito de obter benefícios indevidos e com a plena consciência de que os clientes empresariais visados pela política de reequilíbrio tiveram sempre a possibilidade de aceder, através dos seus agentes e corretores, a diferentes alternativas no mercado para colocação dos seus seguros”, diz a empresa nesse comunicado interno.

Sublinhando que “ao longo de todo o processo assegurou sempre a máxima colaboração com a AdC”, a Fidelidade destaca que “não foram identificadas pela AdC vantagens específicas em termos de potenciais lucros supracompetitivos, ou seja, lucros superiores aos que resultariam da livre concorrência”. No entanto, “adotou medidas internas para reforçar o cumprimento integral das regras de concorrência e a adoção das melhores práticas neste domínio”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Wall Street continua a engordar após perdas do Natal

Os três principais índices norte-americanos continuam a recuperar terreno pela terceira sessão consecutiva, depois da sessão de perdas avultadas na véspera do Natal.

As bolsas norte-americanas estão a valorizar pela terceira sessão consecutiva e caminham no sentido de fechar a última semana completa do ano com ganhos, depois de três semanas seguidas a cair. Desta forma, Wall Street corrige parcialmente as perdas avultadas registadas ao longo do mês de dezembro, mesmo num cenário de paralisação do Governo por falta de acordo entre Republicanos e Democratas.

O índice de referência, S&P 500, avança 0,44%, para perto dos 2.499 pontos, somando uma valorização acumulada nesta semana de cerca de 3,78%. O industrial Dow Jones avança 0,21% e está a cotar nos 23.185 pontos, numa semana em que bateu um recorde ao subir 1.000 pontos numa única sessão (a de quarta-feira). Já o tecnológico Nasdaq, oficialmente em bear market, avança 0,13%, para perto dos 6.587 pontos.

Entre os setores a registarem uma maior valorização está o do petróleo, com as ações das empresas petrolíferas a subirem, em média, 2,44%. Esta subida é registada num dia em que o preço do petróleo recupera 1,37% em Nova Iorque. O contrato de futuros sobre o WTI, para entrega em fevereiro, está a cotar em 45,22 dólares.

A recuperação nas bolsas norte-americanas acompanha também a tendência positiva nas principais congéneres europeias, incluindo Portugal. A valorização dos três principais índices iniciou-se logo após as perdas de quase 3% registadas na véspera do Natal.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Governo alarga até dia 2 de janeiro prazo para contribuintes pagarem impostos

  • ECO e Lusa
  • 28 Dezembro 2018

Por causa das greves e das tolerâncias de ponto, Governo estende até 2 de janeiro o prazo para contribuintes pagarem impostos, nomeadamente os que estão a ser regularizados em prestações.

O Ministério das Finanças alargou até ao dia 2 de janeiro de 2019 o prazo para os contribuintes cumprirem algumas das obrigações fiscais que teriam de ser tratadas até ao final do ano.

O alargamento do prazo para o pagamento de impostos, nomeadamente os que estão a ser regularizados através de planos prestacionais, e para a entrega de declarações está previsto num despacho assinado pelo secretário de Estado dos Assuntos Fiscais (SEAF), António Mendonça Mendes, que determina igualmente a não aplicação de coimas ou liquidação de juros compensatórios aos pagamentos realizados naquela data.

António Mendonça Mendes justifica esta medida com o facto de as tolerâncias de ponto na Função Pública, para os dias 24 e 31 de dezembro, inviabilizarem o cumprimento de obrigações fiscais, como o pagamento de impostos, no último dia do ano.

O encerramento dos serviços locais e regionais da Autoridade Tributária (AT) no dia 31 de dezembro de 2018 “dificulta ou mesmo impede que os contribuintes possam cumprir algumas das suas obrigações, nomeadamente as obrigações de pagamento de impostos”, refere o despacho do SEAF.

De sublinhar que os contribuintes que quisessem fazer face às suas obrigações fiscais, também viram a sua vida complicada pela greve dos funcionários do Fisco que se prolonga até 31 de dezembro e cujos efeitos se fizeram sentir ao nível dos aeroportos, repartições de finanças e portos. “O principal motivo [da paralisação] tem a ver com o não andamento das negociações relativamente à carreira. Há cerca de um mês e meio que o secretário de Estado [dos Assuntos Fiscais, António Mendonça Mendes] nos enviou um documento e nós remetemos uma contraproposta”, disse, na sexta-feira, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos, Paulo Ralha, em declarações à Lusa a 26 de dezembro.

Os trabalhadores da AT cumprem esta terça-feira o terceiro dia de greve e, em declarações à Lusa, o presidente do STI, Paulo Ralha, afirmou que “a grande maioria dos serviços está encerrada e os que não estão encerrados estão com muito pouco pessoal e estão a ter grandes dificuldades para assegurar o atendimento dos contribuintes”.

O documento acrescenta que, perante esta situação, foi determinado “o alargamento do respetivo prazo até ao próximo dia 2 de janeiro de 2019, sem quaisquer acréscimos ou penalidades, não sendo, assim, de aplicar coimas e liquidar juros compensatórios ou moratórios sobre os pagamentos ou obrigações acessórias”.

 

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Fundador da Cloudflare veio a Lisboa para investir em Portugal. Esteve uma hora na fila do aeroporto

O fundador da Cloudflare, uma tecnológica que já é um "unicórnio", veio a Lisboa estudar a hipótese de investir em Portugal. Ficou uma hora retido na fila do SEF e mostrou-se desiludido no Twitter.

Matthew Prince aterrou em Lisboa esta sexta-feira, mas a fila interminável para passar pelo controlo dos Serviços de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) não lhe causou uma boa primeira impressão. A situação não é nova para os milhares de turistas que diariamente cruzam a fronteira para entrar em Portugal. Só que, neste caso, não estamos a falar de um viajante qualquer. É um investidor.

Prince é o cofundador e presidente executivo da Cloudflare, uma tecnológica norte-americana que fornece serviços de segurança para websites na internet. O gestor veio a Portugal explorar a hipótese de investir num novo escritório da empresa em território nacional, mas a fila desiludiu.

“[Aterrei] em Lisboa para investigar a hipótese de abrir um escritório da Cloudflare aqui. A fila de duas horas para passar a imigração não causa uma boa primeira impressão”, escreveu o empreendedor norte-americano, numa mensagem acompanhada por uma fotografia de uma longa fila no Aeroporto Humberto Delgado.

Minutos depois, publicou um vídeo acelerado onde mostra mais um pouco da fila para passar o controlo fronteiriço. A legendar o vídeo, escreveu: “Depois de 11 horas de voos, é muito divertido passar horas nisto.”

Investimento não está em risco, garante Matthew Prince ao ECO

Apesar de poder ser pouco conhecida para a generalidade do público, a Cloudflare presta serviços importantes na área da tecnologia e é um nome famoso entre quem se move nesse setor. No final de outubro, o portal de tecnologia TechCrunch avançou que a Cloudflare está a preparar uma entrada em bolsa que a poderá avaliar em 3,5 mil milhões de dólares.

Contactado pelo ECO, Matthew Prince garantiu que, apesar das queixas, o investimento em Portugal não está em risco: “Uma fila num aeroporto não é suficiente para me assustar. Vamos tomar a decisão com base em vários fatores.” Noutro tweet, corrigiu as declarações iniciais e disse que a fila “durou apenas uma hora” e ainda elogiou a “gestão de expectativas” de quem estava a dirigir a fila.

Ainda assim, este caso ilustra os problemas de falta de capacidade que o aeroporto de Lisboa tem vindo a enfrentar, mas também mostra os efeitos de uma greve de funcionários do SEF que começou na passada quarta-feira e que deverá terminar esta sexta-feira. Os funcionários protestam contra a falta de pessoal nos serviços documentais.

Mostra também a importância das infraestruturas numa economia cada vez mais global, sobretudo num país que tem surfado a onda do empreendedorismo e da tecnologia, como é Portugal.

(Notícia atualizada às 13h53 com a resposta de Matthew Prince ao ECO)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

A manhã num minuto

Não sabe o que se passou durante a manhã? Fizemos um vídeo que reúne as notícias mais relevantes, em apenas um minuto.

O preço por metro atribuído pela banca para a concessão de crédito está em máximos de, pelo menos, uma década. As moradias lideraram a subida, enquanto os apartamentos mantiveram-se inalterados.

  • CaixaBank já comprou totalidade das ações do BPI

A casa-mãe espanhola lançou uma oferta potestativa pelo capital que ainda não detinha. Saída de bolsa aconteceu a 14 de dezembro e, durante um ano, o banco não poderá voltar a negociar.

  • Regime transitório de intermediários de crédito prorrogado

A prorrogação aplica-se àqueles que já exerciam a atividade desde 1 de janeiro de 2018, e que submetam o pedido de autorização junto do Banco de Portugal até ao final do ano.

Diminuição semanal dos preços dos combustíveis, aliada à redução nos impostos poderá levar o preço da gasolina para mínimos de mais de dois anos.

Depois de a ERSE anunciar a descida das tarifas no mercado regulado, várias operadoras do mercado liberalizado revelaram que vão seguir o exemplo. Algumas até baixam mais que os 3,5%.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

GA_P assessora a Gloval na aquisição da Prime Yield

  • ADVOCATUS
  • 28 Dezembro 2018

A Gómez-Acebo & Pombo assessorou, com uma equipa liderada pela Managing Partner do escritório de Lisboa Mafalda Barreto, a Gloval, empresa especializada na avaliação e consultadoria imobiliária.

A Gómez-Acebo & Pombo (GA_P) assessorou, com uma equipa liderada pela managing partner do escritório de Lisboa Mafalda Barreto, a Gloval, empresa especializada na avaliação e consultadoria imobiliária, na aquisição da Prime Yield.

A Gloval, com a aquisição da Prime Yield, empresa portuguesa que presta serviços de realização de estudos, consultadoria e avaliação de bens, e que tem presença em vários países lusófonos, nomeadamente em Angola, Brasil, Cabo Verde e Moçambique, reforça os seus serviços de avaliação e consultadoria imobiliária para fundos de investimento, e passa também a estar presente nos mercados lusófonos de África e da América Latina.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Enfermeiros põem Centro Hospitalar em tribunal para exigir reposicionamento na carreira

  • Lusa
  • 28 Dezembro 2018

OS enfermeiros pretendem “ver reconhecido o direito a que sejam tidos em conta todos os anos de exercício de funções desde a última progressão na carreira".

Mais de 180 enfermeiros do Centro Hospitalar Lisboa Central avançaram com uma ação conjunta em tribunal para exigir o reposicionamento remuneratório e ver reconhecidos todos os anos de trabalho desde a última progressão na carreira, há 10 anos.

Segundo a ação, a que a agência Lusa teve acesso, os enfermeiros do Centro Hospitalar Lisboa Central, que integra hospitais como o São José ou a Maternidade Alfredo da Costa, pretendem “ver reconhecido o direito a que sejam tidos em conta todos os anos de exercício de funções desde a última progressão na carreira” e querem ver terminado o processo de reposicionamento remuneratório.

O réu desta ação é o Centro Hospitalar Lisboa Central. Grande parte destes enfermeiros deste Centro Hospitalar mantêm-se até hoje na primeira posição remuneratória da categoria de enfermeiro e, por isso, a receber a mínima remuneração possível. A última vez que estes profissionais tiveram uma promoção na carreira foi há 10 ou mais anos, indica a ação.

Os enfermeiros “considerem estarem criadas condições para verem ser contabilizados todos os anos de exercício de funções para efeitos de reposicionamento remuneratório”.

Na ação entregue no Tribunal Administrativo do Círculo de Lisboa, os enfermeiros recordam que existem “vários hospitais do Serviço Nacional de Saúde” que já terminaram o processo de reposicionamento remuneratório e reconheceram aos profissionais a atribuição de 1,5 pontos por cada ano entre 2011 e 2014.

Em declarações à agência Lusa, Rogério Alves, o advogado que representa estes enfermeiros, afirmou os profissionais pretendem “a efetivação de um direito que têm, mas que não é reconhecido na prática”.

O advogado recorda que o direito de reconstrução da carreira e de reposição remuneratória resulta da própria lei do Orçamento do Estado de 2018 e tem efeito retroativo.

“Pretendem no fundo ajustar as carreiras ao que a lei determina”, indica Rogério Alves, sublinhando que há um fosso entre o que diz a lei e o que acontece na prática.

Para o advogado, além da discrepância em relação à lei, há ainda discrepância em relação ao que acontece noutros centros hospitalares, que já atribuíram o reposicionamento remuneratório.

“Isto parece absurdo, que os mesmos profissionais em diferentes centros hospitalares tenham situações diferentes”, afirma Rogério Alves, considerando que “além de injusta”, a situação é mesmo ilegal.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

5 ideias que levamos para 2019

O final do ano é momento de balanço e de resoluções. Escolhemos algumas campanhas que marcaram 2018, sem nenhuma ordem em particular, apenas com a intuição que há hot topics que vão continuar em 2019.

Foi polémica, gerou uma onda de protestos nos Estados Unidos com produtos a serem queimados em direto nas redes sociais, as sua ações caíram nos dias seguintes, mas a Nike deixou um forte statement de marca em 2018.

#justdoit

Para os 30 anos do icónico “Just do It”, a marca criou com a Wieden+Kennedy uma campanha com várias estrelas do desporto, entre elas o NFL quarterback Colin Kaepernick, e a assinatura “Believe in something. Even if it means sacrificing everything”. A estratégia arriscada usou uma figura que divide os norte-americanos, desde que o atleta se ajoelhou durante o hino nacional como protesto contra as injustiças raciais e sociais no país.

Mas o engage foi histórico, afirmou o CEO da marca, e teve o targeting certo, já que o público entre os 18 e os 34 anos aplaudiu a posição política da marca. O que se espera é um efeito de “contágio” para 2019, com mais marcas a envolverem-se em questões sociais e com big thinking e bold ideas.

#projectbodyhair

Foi durante décadas um dos segredos mais bem guardados da publicidade e vivemos sempre com a imagem de mulheres que se depilavam sem pelos à vista. Este ano, a marca norte-americana Billie, especialista em produtos depilatórios femininos, estreou uma campanha que mostra mulheres reais a depilarem pelos reais, incentivando-as a depilarem-se quando quiserem e se quiserem.

Mais do que uma campanha e, na era de movimentos como o #bodypositivity, a marca lança também o projeto Body Hair, em nome da liberdade do corpo e da realidade feminina, num tom de protesto contra quem promove retratos irreais da mulher.

#logopower

Serão poucas as marcas que se podem dar ao luxo de cortar literalmente o seu logótipo e, ainda assim, continuarem a ser reconhecidas pelos consumidores. Longe de se tratar de um rebranding, com a campanha “Follow the Arches”, a McDonald’s e a agência Cossette criaram a campanha que transformou os famosos arcos dourados da marca em placas com a indicação para os seus restaurantes, nos arredores de Toronto. Ousada sim mas, também, simples e eficaz. E uma prova da força da marca. A criatividade valeu-lhe o grande prémio na categoria de outdoor no Festival de Criatividade de Cannes.

Também o crocodilo verde da Lacoste, um dos logos mais icónicos na indústria da moda, foi retirado dos polos da marca por uma boa causa. Em parceria com a International Union for Conservation of Nature e com a agência parisiense BETC, pela primeira vez na história da marca o crocodilo foi substituído (mais uma vez não numa estratégia de rebranding) num call to action, chamando a atenção para o tema da biodiversidade e das espécies em risco no mundo. Apresentada durante a Semana de Moda de Paris, a coleção esgotou e reforçou o propósito da marca.

#FCK

No início deste ano, a KFC viu-se obrigada a fechar temporariamente várias lojas porque a cadeia famosa por vender frango ficou, de um momento para o outro, sem frango para vender.

A estratégia de resposta, trabalhada com a agência Mother London, foi um pedido de desculpa aos clientes, num tom sincero mas não tão sério quanto se esperava, marcado um brand voice para a marca e o reconhecimento com vários leões de ouro, na edição deste ano do Cannes Lions. Uma honestidade que se quer continuar a ver nas marcas em 2019, ano em que se acredita que os consumidores irão escolher aquelas que têm coragem para arriscar.

#immaterialfashion

Chama-se The Fabricant, assume-se como uma casa de moda digital, produz coleções e editoriais puramente digitais, mostrando que a roupa não tem de ser física para existir. É um entre vários modelos que já estão a desafiar a indústria da moda, num momento em que chegam ao mercado gerações mais conscientes e, quando o ritmo de produção da fast-fashion é insustentável para o futuro do planeta.

De 2018 para 2019 leva-se a questão do fulfilment, ou seja, a dúvida sobre se conseguiremos ter o mesmo nível de prazer com a moda imaterial que hoje temos com a compra real. Em todo o caso, é apontada como o caminho para a expressão mais criativa de marcas e designers ou, até mesmo, a forma de novas startups surgirem sem necessidade de investir nas primeiras coleções. A lógica é a de ter peças e coleções à venda online ainda antes de serem produzidas.

 

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.