? Cinco minutos à conversa sobre inteligência artificial

Para onde caminha a inteligência artificial? Esta foi uma das perguntas colocadas a Bruno Antunes, head of cognitive computing da Novabase NBA 1,70% , que esteve à conversa com o ECO sobre uma das principais tendências tecnológicas para os próximos tempos. A tecnológica portuguesa tem vindo a apostar nesta área, desenvolvendo tecnologia para setores como o da banca. E tem já na carteira de clientes um “banco de topo” norte-americano, embora se tenha escusado a revelar o nome.

“A inteligência artificial acaba por estar nas nossas vidas diárias de um conjunto de maneiras, através de serviços que, muitas vezes, nem damos conta”, disse o responsável da Novabase, em mais uma edição da rubrica “Cinco minutos à conversa” do ECO, que pode ver no topo deste artigo. É o caso do algoritmo do Facebook que deteta as caras das pessoas em fotografias, ou do “assistente pessoal no nosso smartphone“, como a Siri do iPhone, explicou.

No caso da banca, a inteligência artificial já é capaz de analisar dados e tomar decisões. É disso exemplo a avaliação de risco na atribuição de crédito. Quanto ao que a Novabase desenvolveu, a ideia foi ajudar um banco a “otimizar a análise de informação financeira e de investimento. “Classificamos automaticamente documentos de acordo com um conjunto de tópicos. E disponibilizamos esses documentos aos utilizadores de forma seletiva, com base num sistema inteligente de pesquisa e recomendação”, contou Bruno Antunes.

A tecnologia, de Portugal para os Estados Unidos, permite ainda poupar tempo e recursos. “Isto era um processo moroso e desgastante. Tinham centenas de pessoas que liam os documentos, classificavam-nos e distribuíam-nos. Essas pessoas libertaram-se para tarefas mais complexas ou mais recompensadoras do que, propriamente, estar a fazer aquele trabalho desgastante”, indicou. Por isso, foram alcançados “ganhos significativos de produtividade e de qualidade”, garantiu o responsável da Novabase.

A inteligência artificial acaba por estar nas nossas vidas diárias de um conjunto de maneiras, através de serviços que nós, muitas vezes, nem damos conta.

Bruno Antunes

Head of cognitive computing da Novabase

Outro aspeto tido como fundamental neste campo da tecnologia é a veracidade e integridade dos dados, para que a máquina seja capaz de tomar as decisões certas. Para Bruno Antunes, é um dos muitos desafios trazidos por este tipo de “revoluções”, como foi o caso da internet há mais de duas décadas. Ainda assim, admitiu: “No caso da banca, esses desafios são, certamente, maiores. Mas a experiência diz-nos que é possível resolvê-los.”

Por fim, pode ficar a ideia de que a inteligência artificial chegou para substituir os humanos em tudo. Mais ou menos. O mercado laboral muda com a evolução. “Faz parte”, disse Bruno Antunes. Mas também se “criam novos empregos”. Desta forma, o profissional recomenda que esse “medo” da digitalização seja posto de parte. “É um medo que as pessoas não devem ter. Há coisas em que as pessoas vão ser sempre úteis e importantes”, concluiu.

Cotação das ações da Novabase na bolsa de Lisboa

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Governo trava entrada da Santa Casa no Montepio? Vai “analisar”

  • Cristina Oliveira da Silva e Rita Atalaia
  • 20 Abril 2018

Assembleia da República aprovou projetos de resolução do PSD e CDS para impedir a entrada da Santa Casa no Montepio. Governo diz que vai analisar.

O Governo promete analisar as recomendações aprovadas esta sexta-feira no Parlamento. O objetivo é impedir a entrada da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa no capital do Montepio.

“O Governo irá analisar os projetos aprovados pela Assembleia da República”, afirmou ao ECO fonte oficial do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.

O Governo irá analisar os projetos aprovados pela Assembleia da República.

Ministério do Trabalho

Em causa estão recomendações do PSD e CDS-PP, para que o Governo impeça a entrada da SCML no capital do Montepio. Já o Bloco de Esquerda pede a regulação dos investimentos daquela instituição.

Os projetos de resolução do PSD e do CDS-PP contaram com o voto contra do PS, a abstenção do BE, PCP e PEV, e votos favoráveis do PAN. Foi ainda aprovado um projeto-lei do CDS-PP, apenas com os votos contra do PS, para que sejam alterados os estatutos da Santa Casa. A recomendação do Bloco foi aprovada por unanimidade.

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Techtrends 2018 | Nanotecnologia

  • ECO
  • 20 Abril 2018

A progressiva redução dos equipamentos tecnológicos não é alheia aos avanços conquistado ao nível da nanotecnologia. Uma ciência que lida com unidades mais finas que um fio de cabelo.

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Lesados do Banif questionam disponibilidade de Centeno para acudir Montepio

Os lesados do Banif estranham a disponibilidade do ministro das Finanças, Mário Centeno, em acudir a Associação Mutualista Montepio Geral se for necessário quando não hesitou em liquidar o Banif.

Os lesados do Banif estranham a disponibilidade do ministro das Finanças, Mário Centeno, em acudir a Associação Mutualista Montepio Geral se for necessário, quando há três anos não hesitou em aplicar uma medida de resolução ao banco, “lançando na miséria largos milhares de pequenos obrigacionistas não qualificados”.

Esta semana, Centeno disse ao Jornal de Negócios que “o garante último da estabilidade financeira é o Governo, e dentro do Governo o ministro das Finanças” e, portanto, tem de haver disponibilidade para ajudar a Associação Mutualista, caso seja necessário.

A Alboa, a associação dos lesados do Banif, “estranha as intenções expressas do ministro das Finanças, no sentido de o Governo poder vir a ajudar o Montepio Geral quando há três anos não houve hesitação em decretar a resolução do Banif, isto numa altura em que aquele banco era já pertença do Estado, lançando na miséria largos milhares de pequenos obrigacionistas não qualificados”.

Em comunicado, a Alboa diz que “não pode deixar de exigir, face a tão gritante situação de dois pesos e duas medidas, que o senhor ministro das Finanças, Dr. Mário Centeno, esclareça publicamente as declarações que fez revelando a intenção do Governo de intervir para ajudar o Montepio Geral antes do mesmo Governo promover o justo solucionamento dos lesados do Banif, pondo assim em causa a credibilização nacional e internacional do sistema financeiro e bancário português”.

A Alboa estranha as intenções expressas do ministro das Finanças, no sentido de o Governo poder vir a ajudar o Montepio Geral quando há três anos não houve hesitação em decretar a resolução do Banif, isto numa altura em que aquele banco era já pertença do Estado, lançando na miséria largos milhares de pequenos obrigacionistas não qualificados.

Alboa

Comunicado

“Segundo vários círculos financeiros, o Banif não estaria sequer em situação de falência” quando lhe foi aplicada a medida de resolução, sublinha a associação, lembrando que quando a instituição estava já nacionalizada, “uma agressiva ofensiva comercial conseguiu fazer transferir as poupanças de largos milhares de pequenos aforradores (muitos deles emigrantes) para obrigações do Banif”.

“Essas obrigações, que não foram acauteladas no decreto de resolução e simultânea venda, em condições particularmente vantajosas, dos ativos bons do Banif ao Santander, criou o numeroso grupo dos lesados daquele banco, na sua grande maioria de idade avançada, financeiramente iliterados e de baixa condição económica“, diz a Alboa.

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Saíram mais de 30 colaboradores do BPI desde o início do ano

  • Rita Atalaia
  • 20 Abril 2018

São, ao todo, 34 os funcionários que saíram do banco liderado por Pablo Forero. O presidente do BPI garante que esta diminuição "está dentro do plano" da instituição financeira.

O BPI assistiu à saída de mais de 30 colaboradores nos primeiros três meses do ano, quando a instituição financeira liderada por Pablo Forero registou lucros de 210 milhões de euros, em comparação com um prejuízo de 122 milhões. Segundo o presidente do BPI, esta saída de funcionários está em linha com o plano de cortes do banco, que continua a encerrar balcões em Lisboa e no Porto.

Ao todo saíram 34 pessoas no primeiro trimestre do ano, de acordo com a apresentação dos resultados do BPI para este período. “A saída [dos 34 trabalhadores] está dentro do plano”, garante Pablo Forero quando questionado sobre a redução do número de colaboradores.

"A saída [dos 34 trabalhadores] está dentro do plano.”

Pablo Forero

Presidente do BPI

Além dos funcionários, também o número de agências sofreu uma quebra: fecharam duas no início do ano. Mas estes cortes não vão ficar por aqui. O BPI já comunicou que vai encerrar mais dois balcões no final deste mês, um no Porto e outro em Lisboa, à semelhança do que já tinha feito em março. Será a 27 de abril que vão fechar os balcões Praça da Galiza, no Porto, e o balcão Paço do Lumiar, em Lisboa. A domiciliação das contas dos clientes passará para outros balcões, nomeadamente para as agências Boavista – Júlio Dinis e Lumiar.

Estes cortes são transversais ao setor. Depois de ter fechado 64 balcões no ano passado, a Caixa Geral de Depósitos vai encerrar mais 70 a 80. O número foi avançado pelo presidente do banco estatal, Paulo Macedo, em entrevista ao ECO24. São mais balcões a fechar portas, sendo que estes encerramentos serão muito rápidos. Deverão acontecer até à chegada do verão, disse João Lopes, presidente do Sindicato dos Trabalhadores das Empresas do Grupo CGD (STEC), ao ECO. Em menos de três meses, juntando o Novo Banco, vão desaparecer mais de 100 balcões.

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BPI admite sair de Angola através da colocação do BFA em bolsa

O presidente do BPI diz que o banco está a trabalhar num IPO da posição que detém no BFA. Sobre o Novo Banco acredita que "as coisas vão correr melhor do que o mercado espera".

Pablo Forero, presidente executivo do BPI, que esta tarde apresentou os resultados referentes ao primeiro trimestre do ano, com lucros de 210 milhões de euros adianta que “este foi um bom trimestre para o BPI”.

Para este valor muito contribuiu o lucro líquido da atividade registada em Portugal, que alcançou os 118 milhões de euros, um desempenho que Forero explicou que se fica a “dever à forte atividade comercial e reflete a atividade económica em Portugal, mas sobretudo a boa ação comercial da equipa do BPI”.

O líder do BPI apresentou os resultados do primeiro trimestre do banco, em conferência de imprensa, no Porto.

Já sobre Angola, nomeadamente sobre a intenção do BPI em reduzir o capital no BFA, Pablo Forero adianta: “Estamos a preparar um IPO com as nossas ações no capital do BFA”. O responsável sublinhou que “ainda” estão “a trabalhar no processo” e, por isso, Forero não sabe qual a percentagem que vão alienar. “Ainda não sabemos a percentagem com que vamos ficar em Angola e se vamos ficar”, disse. Recorde-se que o BPI tem agora uma participação de 48,1% no BFA, isto depois de te sido obrigado a alienar 2%, por imposição do Banco Central Europeu, que considerava demasiado elevado o nível de exposição da instituição a Angola.

Estamos a preparar um IPO com as nossas ações no capital do BFA. Ainda não sabemos a percentagem com que vamos ficar em Angola e se vamos ficar.

Pablo Forero

CEO do BPI

Mas o BCE mantém uma recomendação para o banco português diminuir o seu peso no banco angolano, embora não tenha indicado qual a percentagem máxima de capital que o BPI pode deter, nem qual o timing em que esta operação se deve materializar. “Não sabemos o que pensa a Unitel a este propósito”, disse Pablo Forero. E acrescentou: “São operações que demoram muito tempo”.

E depois de o ministro das Finanças não ter fechado a porta à possibilidade de o Novo Banco poder vir a necessitar de uma nova ajuda este ano — “não seria tão corajoso para fazer essa previsão”, disse Mário Centeno –, o ECO questionou Forero sobre essa possibilidade. O CEO do BPI foi taxativo: “Temos de fazer uma contribuição de 14 milhões de euros por ano para o Fundo de Resolução e temos que a pagar até 2046. Se as coisas correrem bem, terminam aí. Se correm mal irão até 2050, eventualmente”.

Ainda assim, Forero adianta: “Acho que as coisas vão correr melhor do que o mercado espera. Este esquema é desenhado pelo Governo e é assim que vai ser”.

Quanto à política de distribuição de dividendos do banco, Pablo Forero disse que o BPI está a trabalhar para que o banco possa distribuir dividendos aos acionistas mas sem avançar se sairão já dos resultados deste ano. “Estamos a trabalhar precisamente para que o banco ganhe mais dinheiro e, portanto, seja possível distribuir dividendos quando for possível. Não há uma decisão tomada, estamos a trabalhar”, disse.

(Notícia atualizada com mais informação)

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Presidente da República quer finanças públicas saudáveis “ao serviço das pessoas”

  • Lusa
  • 20 Abril 2018

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, lembrou que as finanças públicas saudáveis "não são um fim em si mesmo", mas antes "um fim ao serviço das pessoas".

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, lembrou que as finanças públicas saudáveis “não são um fim em si mesmo”, mas antes “um fim ao serviço das pessoas”.

“É evidente que todos sabemos que as finanças públicas não são um fim em si mesmo, são um fim ao serviço das pessoas, como toda a atividade económica, social e política”, afirmou o Presidente da República, na sessão de abertura da conferência Investimento empresarial e o crescimento da economia portuguesa, que decorre esta tarde no auditório da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra.

Marcelo alertou contudo para a importância do controlo orçamental: “A nossa experiência, nalguns casos amarga, demonstrou que se trata de uma realidade instrumental ‘sine qua non’, sem a qual outras virtualidades no domínio económico e social se tornam muito difíceis” ou mesmo “impossíveis”.

“Nunca é demais recordar alguns dos progressos registados nos últimos anos e que fazem de Portugal um caso de sucesso na cena internacional”, destacou Marcelo Rebelo de Sousa, referindo aspetos como o crescimento económico, que, “aferido pelo pela evolução do PIB [produto interno bruto], regista taxas que há muito não se verificavam, impulsionado pelas exportações e pelo investimento”.

Mas “precisamos de crescer mais”, exortou, sustentando que só “com a criação de riqueza podemos elevar a qualidade de vida a que muitas portuguesas e portugueses aspiram”.

O desemprego, “depois de ter atingido níveis historicamente muito elevados”, regista hoje “valores relativamente baixos” e “mantém a tendência descendente, sendo necessário recuar quase 14 anos” para encontrar taxas inferiores às atuais.

Também “o desequilíbrio externo foi parcialmente corrigido”, passando de uma situação de “défice crónico” e “muito elevado” para, “nalgumas das suas dimensões, excedente nas contas externas e sobretudo progressiva e desejável diminuição do endividamento público”.

O Programa de Estabilidade, “apresentado [pelo Governo] este mês, a cumprir-se prevê um excedente nas consta públicas em 2020, no seguimento de uma redução contínua do défice orçamental para valores nunca verificados no período democrático”, sublinhou ainda o chefe de Estado, considerando que se trata de um “percurso iniciado há quase oito anos, com o anterior Governo, e prosseguido, de modo determinado e muito consequente pelo atual [Governo]”.

Paralelamente, reconheceu, “a dívida pública, em percentagem do PIB, depois de um período de aumentos significativos, mantém a trajetória descendente, que deverá manter-se nos próximos anos”.

Mas, sustentou, “as finanças públicas não são um fim em sim mesmo, são um fim ao serviço das pessoas”.

A conferência ‘Investimento empresarial e o crescimento da economia portuguesa’ surge no contexto da conclusão de um estudo desenvolvido por uma equipa de investigadores das universidades de Coimbra (UC) e do Minho (UM).

 

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PCP avança para a revogação imediata da “lei dos despejos”

  • ECO
  • 20 Abril 2018

O partido comunista vai ainda realizar uma campanha nacional pelo direito à habitação com cartazes na rua e sessões de esclarecimento.

O PCP anunciou esta sexta-feira a entrega de um projeto de lei na Assembleia da República para a revogação do Novo Regime de Arrendamento Urbano, introduzido durante o Governo PSD/CDS-PP em 2012, para parar a “lei dos despejos”.

“O grupo parlamentar do PCP agendou para o próximo dia 04 de maio um projeto de lei que propõe a revogação da lei do arrendamento urbano. Consideramos que o que é urgente, neste momento, é travar os despejos, impedir que as famílias possam perder a habitação onde sempre residiram, impedir o encerramento de micro e pequenas e médias empresas e de muitas coletividades”, afirmou a deputada comunista Paula Santos.

A parlamentar do PCP classificou as alterações à legislação efetuadas por sociais-democratas e democratas-cristãos, permitindo a atualização das rendas, como “a lei dos despejos, da então ministra Assunção Cristas [presidente do CDS-PP]” e frisou a sua “consequência: o despejo sumário de famílias” e “um aumento brutal dos valores das rendas”.

“O PCP sempre se opôs a esta lei imposta por PSD/CDS. A liberalização dos valores de rendas conduziu-os a valores incomportáveis para milhares de famílias em muitas zonas do país, em particular nas cidades. Uma lei desequilibrada, que desprotege os direitos de inquilinos e moradores e coloca em causa e precariza o direito à habitação”, disse.

Paula Santos citou como exemplo o caso de uma família a viver num apartamento em Lisboa de 48 metros quadrados e que viu o seu senhorio exigir um aumento de 450 euros para 850 euros mensais.

O PCP, a fim de poder receber mais exemplos específicos, criou um endereço de correio eletrónico especial ([email protected]) e vai realizar uma campanha nacional pelo direito à habitação com cartazes na rua e sessões de esclarecimento, além de uma audição pública sobre o assunto no parlamento em 27 de abril.

A coordenadora do BE anunciou na quinta-feira propostas de alteração legislativa “para terminar com a loucura dos despejos da lei de Assunção Cristas”, prevendo encerrar o balcão de arrendamento, garantir estabilidade dos contratos e controlar os preços.

O PS apresentou também o seu projeto para uma Lei de Bases da Habitação, coordenado pela deputada Helena Roseta, mostrando abertura para que haja contributos de outros partidos e do Governo e outras entidades para melhorar o documento.

A deputada comunista Paula Santos remeteu um posicionamento dos comunistas sobre ambas as iniciativas para quando fossem formalmente apresentadas na Assembleia da República.

Entre as medidas defendidas pelos socialistas está a possível requisição de imóveis que se encontrem devolutos por parte dos municípios, com o objetivo de os colocar no mercado de arrendamento e assim promover esta modalidade, e a promoção do arrendamento acessível, além de apoios a agregados familiares com carências económicas.

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BPI passa de prejuízos a lucros de 210 milhões nos primeiros três meses do ano

  • Rita Atalaia
  • 20 Abril 2018

O banco liderado por Pablo Forero registou lucros de 210 milhões nos primeiros três meses deste ano. Um valor que compara com um prejuízo de 122,3 milhões de euros no mesmo período do ano passado.

O BPI passou de prejuízos a lucros nos primeiros três meses do ano. Registou um resultado positivo de 210 milhões de euros, depois de o banco liderado por Pablo Forero ter apresentado prejuízos de 122,3 milhões de euros no mesmo período do ano passado. E ter assistido a uma queda dos lucros de 313 milhões para 10 milhões no total de 2017. Segundo a instituição financeira, o desempenho no primeiro trimestre deve-se, sobretudo, ao contributo da atividade doméstica, onde se inclui a reavaliação da participação da Viacer.

“O BPI registou nos três primeiros meses de 2018 um lucro consolidado de 210 milhões de euros, que compara com o resultado negativo de 122 milhões de euros no período homólogo de 2017”, afirma o banco num comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários. Para Pablo Forero, presidente da instituição financeira, “este foi um bom trimestre para o BPI”.

"O BPI registou nos três primeiros meses de 2018 um lucro consolidado de 210 milhões de euros, que compara com o resultado de -122 milhões de euros no período homólogo de 2017.”

BPI

Segundo o banco, “para este resultado contribuiu o lucro líquido da atividade registada em Portugal, que alcançou os 118 milhões de euros (+175%), incluindo um ganho de 60 milhões com a reavaliação da participação da Viacer para o valor acordado da venda anunciada em fevereiro de 2018″.

Foi no início deste ano que ficou definido que a família Violas passaria a controlar a maioria do capital da Super Bock. Ficou com 71,5% da Viacer, isto depois de ter acordado a compra da participação na holding ao BPI e ao Fundo de Pensões do banco numa operação avaliada em 233 milhões de euros. Esta venda ainda não está concretizada, mas o banco já refletiu a operação nos seus resultados.

Para este resultado contribuiu o lucro líquido da atividade registada em Portugal, que alcançou os 118 milhões de euros (+175%), incluindo um ganho de 60 milhões com a reavaliação da participação da Viacer para o valor acordado da venda anunciada em fevereiro de 2018.

BPI

Nos primeiros três meses do ano, a margem financeira do BPI cresceu 3,6% para 101,5 milhões de euros, enquanto o produto bancário recorrente aumentou 8,5% para 186 milhões. Para isto contribuiu o crescimento das receitas com comissões bancárias: aumentaram 13% no arranque do ano em comparação com o período homólogo. Isto ao mesmo tempo que os custos caíram 0,5%.

Os rácios de capital também foram reforçados. O rácio CET1, totalmente implementado, situou-se nos 11,4%, enquanto o rácio total ficou nos 13,2%.

Também esta sexta-feira, o banco liderado por Pablo Forero aprovou em assembleia-geral aumentar o número de administradores para 20 em relação aos anteriores 19. Ao mesmo tempo, o BPI aprovou o novo Conselho Fiscal liderado por Manuel Sebastião.

Nesta assembleia-geral foi igualmente aprovado o relatório e contas para 2017, por unanimidade, mas também houve um voto de louvor à nova administração liderada por Pablo Forero. O espanhol substitui Fernando Ulrich na liderança do banco após a compra do BPI por parte do CaixaBank no ano passado.

(Notícia atualizada às 17h32 com declarações do presidente do BPI)

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Autarquias vão poder furar limites de endividamento para combater carências de habitação

A proposta para a Lei de Bases da Habitação prevê a "flexibilização dos limites de endividamento" dos municípios, para "assegurar a capacidade de resposta às situações de carência habitacional.

O Partido Socialista defende que as autarquias possam furar os limites de endividamento fixados na Lei das Finanças Locais quando seja preciso dar resposta a carências habitacionais. Esta é uma das medidas que constam da proposta para a Lei de Bases da Habitação, apresentada esta semana pela deputada Helena Roseta, autora da proposta.

A medida surge no âmbito das políticas públicas de habitação, onde se prevê a “possibilidade de flexibilização dos limites de endividamento” dos municípios. “Com vista a assegurar a capacidade de resposta municipal às situações de carência habitacional, a capacidade de endividamento dos municípios estipulada na Lei das Finanças Locais pode ser majorada, na sequência da aprovação de uma deliberação fundamentada no âmbito do Programa Local de Habitação”, pode ler-se no documento.

A Lei das Finanças Locais determina que a dívida total de operações orçamentais de cada município, incluindo a dívida relevante de entidades participadas pelo município, não pode ultrapassar, em 31 de dezembro de cada ano, 1,5 vezes a média da receita corrente líquida cobrada nos três exercícios anteriores. Assim, por exemplo, para calcular o limite para o ano de 2017, terá de ser apurada a média da receita corrente líquida cobrada nos exercícios de 2014 a 2016.

A lei prevê já três operações excecionais, que não são contabilizadas para o cálculo do limite da dívida: empréstimos destinados a financiar a recuperação de infraestruturas municipais afetadas por situações de calamidade pública; empréstimos destinados ao financiamento da contrapartida nacional de projetos apoiados por fundos europeus; e o montante referente à contribuição do município para o capital do Fundo de Apoio Municipal.

Para além disso, o Orçamento do Estado para 2018 já majorou até 30% o limite de endividamento municipal desde que se trate, exclusivamente, de empréstimos para financiamento de operações de reabilitação urbana.

Este é, também, um pedido já feito pela Câmara Municipal de Lisboa à Assembleia da República. Numa reunião que decorreu na semana passada, o executivo de Fernando Medina aprovou uma moção que, entre outros aspetos, pede ao Parlamento que “legisle no sentido de o investimento na habitação pública ser excecionado dos limites de endividamento do município, quer se trate de reabilitação ou aquisição“.

Lisboa será, de resto, um dos municípios que mais poderá recorrer a este mecanismo, caso a medida venha a ser aprovada. O município de Lisboa não ultrapassa os limites de endividamento, mas registou sempre, nos últimos anos, um montante de dívida superior à média das receitas dos três anos anteriores. Foi só em 2017 que o município conseguiu registar, pela primeira vez, uma média da receita corrente dos últimos três anos superior à dívida, que atualmente totaliza 472 milhões de euros, enquanto as receitas ascendem a 718 milhões de euros.

Por outro lado, Lisboa é uma das zonas do país onde as carências habitacionais são mais graves. Segundo os censos de 2011, do Instituto Nacional de Estatística, mais de 7% dos 52.696 edifícios do município de Lisboa estavam degradados nesse ano.

Ao todo, em Portugal, havia, em 2016, 33 municípios que ultrapassavam o limite da dívida, segundo o Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses. Mas havia cerca de 70 municípios que, não ultrapassando os limites, apresentavam sinais de alerta precoce, isto é, que registavam um valor de dívida total igual ou superior às receitas.

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Impasse: Sindicatos pedem 3% de aumento salarial, mas bancos propõem apenas 0,4%

  • Lusa
  • 20 Abril 2018

As negociações para aumentos salariais dos trabalhadores bancários estão num impasse, segundo a federação sindical ligada à UGT. Sindicatos pedem atualização de 3%, mas bancos propõem 0,4%.

As negociações para aumentos salariais dos trabalhadores bancários estão num impasse, segundo a federação sindical ligada à UGT, que acusa os bancos de terem falhado o compromisso de avaliarem uma nova proposta de aumentos acima dos 0,4% iniciais.

Segundo o comunicado publicado no site do Sindicato dos Bancários do Norte (um dos sindicatos que integra a Febase – Federação do Setor Financeiro), a reunião realizada terça-feira, 17 de abril, “nada trouxe de novo para desfazer o impasse a que as partes tinham chegado”.

A Febase diz que, apesar do compromisso assumido pelos bancos, na reunião anterior, de avaliarem uma nova proposta de aumento salarial, o grupo que negoceia pelos bancos disse, no último encontro, que 2não tinha tido tempo para refletir sobre a sua posição à mesa das negociações”.

Além disso, acrescentou a Federação sindical, o grupo negociador dos bancos “partiu à ofensiva, exigindo [à Febase] uma nova contraproposta por escrito [até à próxima reunião], como prova da sua predisposição para negociar”.

Essa exigência levou a federação sindical a pedir a suspensão dos trabalhos e, no regresso, informou que não entendia a posição dos bancos “dado as negociações já estarem a decorrer, não existindo assim razão para tal ser efetuado por escrito”, considerou.

A reunião terminou com o agendamento de um novo encontro para 9 de maio, com a Febase a acusar no comunicado o grupo negociador pelos bancos de 2intransigência” e “prepotência”.

A Febase tem exigido aumentos salariais de 3%, bem acima dos 0,4% que os bancos propõem, o que justifica a inflação e os ganhos da economia, considerando que os bancos também têm beneficiado do melhor ambiente macroeconómico “como se comprova nos sinais de grande recuperação que têm vindo a dar, percetíveis nos resultados apresentados”.

Em março, o presidente do Sindicato dos Bancários do Norte disse à Lusa que os trabalhadores poderão avançar para manifestações caso os bancos não melhorem a sua proposta de aumento salarial, por considerarem “inaceitáveis” os 0,4% propostos.

“É tempo de os bancários começarem a ponderar ações de luta face a esta intransigência da banca”, afirmou então Mário Mourão.

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Lisboa avança pela quarta sessão. BCP somou 1%

A praça lisboeta encerrou com ganhos ligeiros, apoiada na valorização do BCP que mais do que compensou o deslize dos títulos da Galp.

Foi pouco, mas o suficiente. A bolsa nacional encerrou em alta ligeira, com o PSI-20 a somar a quarta sessão consecutiva de ganhos. O índice nacional terminou com ganhos ligeiros suportado pelo BCP que mais do que compensou o deslize de quase 1% da Galp Energia. A praça nacional acompanhou a tendência das ações europeias que tiveram uma sessão morna.

O PSI-20 encerrou a valorizar 0,11%, para os 5.527,86 pontos, com 12 títulos positivos e apenas seis em queda. O BCP foi o título que mais puxou pelo desempenho do índice bolsista nacional, com as suas ações a somarem 1,19%, para os 28,88 cêntimos.

Mas o principal destaque positivo da sessão recaiu sobre a Pharol. As ações da cotada liderada por Palha da Silva encabeçaram os ganhos do PSI-20, ao somarem 6,22%, para os 21,35 cêntimos. “Os investidores estão confiantes no aumento de capital [da participada brasileira Oi] e apesar da diluição, será compensada com a reestruturação da dívida”, disse Paulo Rosa, trader da GoBulling, para justificar o desempenho do título nesta sessão.

A contribuir para a subida do PSI-20 esteve ainda a Mota-Engil, cujos títulos valorizaram 0,99%, para os 3,555 euros. As energéticas EDP Renováveis e REN também apoiaram a subida, com ganhos de 0,25% e 0,31%, respetivamente, para os 7,905 e 2,562 euros.

Pela negativa, destaque para a Galp Energia, que encabeçou as perdas do PSI-20, a acompanhar o deslize das cotações do petróleo nos mercados internacionais. Foi ainda alvo de um corte de recomendação por parte do Barclays, de “outperform” para “neutral”, com o preço-alvo a baixar de 16,5 para 15 euros. Perante este contexto, as ações da petrolífera perderam 0,99% para os 15,95 euros.

(Notícia atualizada às 16h59 com mais informações e cotações)

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