SoftBank e pares japonesas adiam lançamento de telemóveis da Huawei

  • Lusa
  • 22 Maio 2019

As ondas de choque das sanções dos EUA à Huawei chegaram ao Japão. O SoftBank e a KDDI decidiram adiar o lançamento de telemóveis da marca chinesa, enquanto a NTT Docomo decidiu parar as encomendas.

Dois grandes operadores de telecomunicações japoneses anunciaram esta quarta-feira o adiamento do lançamento de novos smartphones da marca chinesa Huawei, na sequência da decisão de Washington de por o conglomerado chinês na lista negra das exportações. O presidente norte-americano, Donald Trump, decidiu na semana passada proibir as exportações de produtos tecnológicos norte-americanos para determinadas empresas consideradas de risco, tendo em vista a Huawei.

A KDDI e o SoftBank, respetivamente segundo e terceiro maiores operadores no Japão, explicaram que optaram por um adiamento para avaliar o impacto das sanções norte-americanas. Por outro lado, o pioneiro do setor, NTT Docomo, anunciou que “parou as encomendas” de um modelo que previa lançar este verão sem, contudo, declarar que adiaria o lançamento.

O SoftBank tinha inicialmente previsto comercializar um novo terminal Huawei na sexta-feira, mas suspenderam a venda por tempo indeterminado. “Estamos a analisar se os nossos clientes poderão utilizar o equipamento com toda a segurança”, explicou um porta-voz da companhia, Hiroyuki Mizukami, citado pela AFP. A KDDI também assumiu uma decisão similar, tendo a porta-voz da empresa, Reiko Nakamura, explicado que “estão a estudar as repercussões da decisão norte-americana”.

Como consequência imediata do anúncio de Washington, a Google anunciou no domingo que iria cortar as pontes com a Huawei, quando o grupo chinês depende do gigante norte-americano da Internet para o sistema Android, instalado na maioria dos smartphones no mundo. Sem o Android, a Huawei arrisca-se a não conseguir convencer os clientes a comprarem os dispositivos da marca que não podem descarregar aplicações como o Gmail, Maps e YouTube, por exemplo.

Perante a inquietação dos utilizadores e das empresas norte-americanas, os Estados Unidos concordaram em fazer um adiamento de 90 dias antes de impor sanções para que a Huawei e os seus parceiros de adaptem. Presente em 170 países, a Huawei é suspeita de espiar para Pequim, que terá contribuído largamente para a expansão internacional da empresa chinesa.

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Solidão no trabalho: tecnologia alterou relações laborais

  • Ricardo Vieira
  • 22 Maio 2019

A tecnologia liga escritórios em diferentes continentes e põe equipas a trabalhar à distância, mas a nova forma de comunicar contribuiu para o isolamento dos colaboradores.

Globalmente, perto de 70% dos trabalhadores trabalha remotamente pelo menos uma vez por semana, e mais de 50% só vai ao escritório dois ou três dias. Hábitos que estão a alterar drasticamente a forma como colaboradores da mesma organização comunicam e convivem, contribuindo para a solidão ou sensação de isolamento destas pessoas. Não sendo por si um problema de saúde mental, estes sentimentos podem representar fatores de risco.

Apesar do trabalho remoto, pela flexibilidade que oferece, ser valorizado por muitos colaboradores, especialistas de recrutamento da Hays, acreditam que “trabalhar a partir de casa pode ser um fator que contribui para que os trabalhadores se sintam isolados”.

 

Joana Santos, HR Manager da Hays PortugalHays

“Os líderes empresariais precisam de garantir que os trabalhadores remotos vão com regularidade ao escritório, pelo menos uma vez por semana. Isso ajudará a combater qualquer sentimento de isolamento, por interagirem apenas com os colegas por computador ou por telefone”, refere Joana Santos, HR Manager da Hays Portugal, que aconselha os colaboradores a estarem “atentos aos colegas, especialmente aqueles que passam muito tempo longe do escritório, muitas vezes é uma pessoa que pode fazer a diferença”.

Emma Mamo, head of workplace wellbeing na Mind (instituição solidariedade social britânica na área da saúde mental), constata que a solidão e a sensação de isolamento não são um problema de saúde mental, mas podem ser um fator que contribui. “A sensação de isolamento pode contribuir para o desenvolvimento de problemas como a ansiedade e a depressão, enquanto as pessoas que vivem com questões de saúde mental são mais propensas a sentirem-se sozinhas”, diz.

Tão perto e tão longe

Mas mesmo para as equipas que continuam a cumprir horário no mesmo escritório, as relações interpessoais também se alteraram. A explicação, para a Hays, está na “dependência excessiva da tecnologia quando se comunica no local de trabalho [que] pode levar a que os colaboradores se sintam isolados”, já que apesar de mais conectados digitalmente diminuíram as interações presenciais entre colegas.

“Visto que a era digital aproximou colegas de diferentes países, é contraditório que tenha criado um maior distanciamento entre colegas no mesmo local de trabalho. É importante que os profissionais de RH e líderes de negócios identifiquem os colaboradores que possam estar a sentir-se mais solitários, caso contrário, o custo de não o fazer pode ser grande e afetar o desempenho geral da empresa através da baixa produtividade e pouca retenção de talentos” afirma a mesma responsável.

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Nova Advocatus já está nas bancas

  • ADVOCATUS
  • 22 Maio 2019

Já assinou a Advocatus? Agora pode encontrar a edição de maio numa banca perto de si.

A Advocatus de maio já chegou às bancas. Este mês a entrevista ao managing partner da PLMJ, Luís Pais Antunes, faz a capa, onde explica como o escritório lidou com o ataque informático de que foi alvo e com a saída de vários advogados seus para outras firmas. “No contexto de uma crise, qualquer organização deve reagir de imediato”, explica o jurista à Advocatus, numa altura em que uma das maiores sociedades de advogados portuguesa muda de imagem e de escritório, para se fixar na Avenida Fontes Pereira de Melo, em Lisboa.

O negócio deste mês explora os meandros jurídicos da venda do LeiriaShopping ao grupo alemão DWS, numa operação que chegou aos 128 milhões de euros, e que contou com a assessoria jurídica da Garrigues e da Uría Menéndez – Proença de Carvalho. Não perca ainda um artigo de fundo sobre as políticas LGBTI+ nos escritórios portugueses. Estarão algumas medidas implementadas nas sociedades que protejam trabalhadores desta comunidade ou o tema ainda é tabu? Para ler.

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Advocatus Summit. Cibersegurança e gestão do risco reputacional

  • ADVOCATUS
  • 22 Maio 2019

Conheça os oradores do segundo painel da segunda edição da Advocatus Summit, o meeting point de empresas e advogados. Já no próximo dia 28 de maio, na Universidade Católica Portuguesa.

A Advocatus Summit tornou-se no principal evento que liga a advocacia de negócios aos agentes empresariais e da economia. Na sua segunda edição — já a 28 de maio —, a Advocatus Summit irá debater temas tão diversos como o Compliance, NPL, Cibersegurança ou Brexit. Sempre numa lógica que liga a visão legal com as necessidades das empresas.

O segundo painel do dia junta Salvador Palha, CCO da Multicert, Tiago Félix da Costa, sócio da Morais Leitão e André Azevedo, CTO da Microsoft Portugal, para debater o tema Cibersegurança e Gestão do Risco Reputacional.

Pode consultar mais detalhes sobre o evento e inscrever-se aqui.

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Uma em cada dez pessoas de todo o mundo vive sem eletricidade

  • Lusa
  • 22 Maio 2019

Apesar dos avanços dos últimos anos, cerca de 770 milhões de pessoas continuam a não ter acesso à eletricidade. A área mais problemática é a África subsaariana.

Uma em cada dez pessoas em todo o mundo vive sem eletricidade, a maioria das quais na África subsaariana, revela um estudo de cinco organizações internacionais divulgado esta quarta-feira, referindo que a tendência é para uma diminuição muito lenta.

A conclusão consta de uma análise feita pela Agência Internacional de Energia, a Agência internacional de Energias Renováveis, o Banco Mundial, a Organização Mundial de Saúde e a Unidade de Estatísticas das Nações Unidas. Segundo o estudo, 11% da população mundial continua a não ter acesso a eletricidade, apesar dos avanços dos últimos anos, percentagem que representa cerca de 770 milhões de pessoas.

A taxa de eletrificação global, indica o documento, atingiu 89%, com 153 milhões de pessoas a conseguirem ter acesso a eletricidade. Mas, apesar de a tendência ser de diminuição do número de pessoas sem acesso a energia elétrica, as organizações chegaram à conclusão de que o problema será difícil de resolver, pelo que esperam que em 2030 (daqui a pouco mais de 10 anos), a quantidade de pessoas sem este bem ainda se fique pelos 650 milhões.

Segundo refere a Agência Internacional de Energia (AIE), o número de pessoas sem eletricidade diminuiu de 1,2 mil milhões em 2010 para mil milhões em 2016 e 840 milhões no ano seguinte. A evolução foi conseguida, sobretudo, graças aos progressos conseguidos em países como a Índia, o Bangladesh, o Quénia e Myanmar (antiga Birmânia).

No entanto, avisa a AIE, este número não terá uma redução mais séria se não forem adotadas mais ações sustentáveis até 2030, ano de referência para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, fixado pela ONU. Nessa altura, estimam as organizações no relatório, o número de pessoas sem eletricidade ainda será de 650 milhões, sendo que nove em cada 10 estarão na África subsaariana.

De facto, o maior desafio está nessa região, admitem as organizações, lembrando que, em 2017 (último ano em que há dados disponíveis), 573 milhões de pessoas dessa região não tinham acesso a eletricidade. Por outro lado, cerca de três mil milhões de pessoas não têm energia limpa para cozinhar, com uma “imensa maioria” a usar ainda lenha ou carvão, contribuindo para prejudicar a saúde, o meio ambiente e a igualdade de género.

De acordo com os autores do estudo, esse número passará para 2,2 mil milhões em 2030 e, mais uma vez, o problema continuará a centrar-se sobretudo na África subsaariana, embora também afete particularmente a Ásia. “Os progressos são muito lentos para que se consiga atingir o objetivo de acesso universal (de energia limpa para cozinhar) até 2030”, reconheceu uma diretora da Organização Mundial de Saúde, Maria Neira.

Esta responsável defende, no estudo, que sejam adotadas “ações direcionadas” para evitar cerca de quatro milhões de mortes por ano, devido a pneumonia, doenças cardíacas, AVC, doenças pulmonares e cancro causados pela poluição atmosférica dos lares.

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Crise comercial terá afetado vendas da Huawei em Espanha

As grandes marcas de distribuição em Espanha estarão a registar quebras nas vendas de equipamentos da Huawei, de acordo com a imprensa espanhola.

As sanções dos EUA à Huawei e a suspensão da Google ao fornecimento de tecnologia têm resultado em má publicidade para a marca chinesa. Fontes próximas de algumas das grandes cadeias de distribuição em Espanha reportaram quebras nas vendas de equipamentos da marca. A informação foi apurada pelo Cinco Días.

Sem identificar as fontes, o jornal espanhol refere que as quebras estão a ser registadas no mercado espanhol por distribuidoras como a Amazon, El Corte Inglés, Fnac, PhoneHouse, MediaMarkt e Worten, mas também pelas operadoras Telefónica, Vodafone e Orange. Num dos casos, sem referir a marca em concreto, o Cinco Días aponta que as vendas caíram para metade na última segunda-feira face ao mesmo dia da semana anterior.

O ECO questionou a Huawei Portugal sobre se registou uma quebra nas vendas no mercado português, mas ainda não obteve resposta. Contactadas, a Meo, Nos e Vodafone também não responderam a tempo de publicação deste artigo. A informação é particularmente sensível e não foi possível apurar se o mesmo efeito também está a ser sentido em Portugal.

Só uma fonte próxima de uma grande marca de distribuição portuguesa é que aceitou comentar o caso e garantiu ao ECO que “não tem havido menos procura pelo facto de as últimas notícias terem saído para o mercado”: “Para já, não temos sentido qualquer impacto nas vendas”, sublinhou. Reconheceu, contudo, a preocupação que se instalou junto dos portugueses, da qual é reflexo os vários pedidos de informação e esclarecimento feitos pelos clientes nas lojas.

Depois de os EUA terem posto a Huawei na lista negra das exportações na semana passada, tornou-se muito complicado para as empresas norte-americanas manterem negócios com o conglomerado chinês. A primeira medida conhecida foi a da Google, que anunciou uma suspensão no fornecimento de tecnologia à Huawei, nomeadamente o licenciamento da loja de aplicações Play Store no Android, ou mesmo do YouTube, para os novos equipamentos que ainda não foram lançados.

Foi ainda anunciado que os equipamentos atuais, em loja ou em stock, poderão perder o direito às atualizações de segurança que sejam desenvolvidas pela Google. No entanto, os EUA suspenderam a sanção por 90 dias esta terça-feira e a Huawei tem estado a negociar com a tecnológica norte-americana desde então.

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Certificados de aforro captam dinheiro pelo sexto mês consecutivo

As aplicações em produtos de poupança do Estado voltaram a engordar em abril. Os certificados de aforro cresceram pelo sexto mês consecutivo e os do Tesouro tiveram a subida mais lenta em seis meses.

Os portugueses voltaram a reforçar nos produtos de poupança em abril. As aplicações em certificados de aforro cresceram pelo sexto mês consecutivo, enquanto os do Tesouro tiveram a subida mais lenta em seis meses. O saldo global é de um aumento de 82 milhões de euros no investimento em certificados, ainda assim o menor crescimento desde novembro, mês em que as aplicações caíram pela primeira vez em cinco anos.

De acordo com o boletim estatístico do Banco de Portugal, divulgado nesta quarta-feira, o investimento em certificados ascendia em abril a 28.687 milhões de euros, um aumento de 82 milhões de euros face ao mês anterior.

Trata-se da subida mais curta dos últimos seis meses, depois de em novembro se ter registado a primeira saída líquida de dinheiro dos certificados do Tesouro.

Evolução do investimento em certificados

Fonte: Banco de Portugal

Este produto de poupança do Estado foi aliás, o principal responsável pelo menor crescimento das aplicações em certificados registada em abril. O investimento nos certificados do Tesouro aumentou em 71 milhões, para os 16.758 milhões de euros. Seria necessário recuar até novembro para assistir a um pior registo. Naquele mês venceram as primeiras emissões dos Certificados do Tesouro Poupança Mais, com maturidade a cinco anos.

Com a liquidação destes títulos, os Certificados do Tesouro Poupança Crescimento a apresentarem taxas menos atrativas e os certificados de aforro acabam por sair ganhadores.

Se desde aquela ocasião, os certificados do Tesouro apresentam tendencialmente crescimentos de investimentos menos acentuados, pelo contrário os certificados de aforro inverteram face às perdas de aplicações que verificavam há dois anos.

Deste modo, em abril, o mais antigo produto de poupança do Estado cresceu pelo sexto mês consecutivo. Foram mais 11 milhões de euros que permitiram elevar para 11.929 milhões de euros, o montante total aplicado. Em seis meses, os certificados de aforro já captaram 76 milhões de euros.

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Aplicação do regulamento de proteção de dados vai custar 140 milhões de euros por ano às empresas

  • Lusa
  • 22 Maio 2019

"O impacto sobre as empresas da aplicação do regulamento é elevado", afirmou o secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, Tiago Antunes.

A aplicação do Regulamento Geral da Proteção de Dados (RGDP) ao tecido económico nacional vai custar 140 milhões de euros por ano, segundo um estudo preliminar divulgado esta quarta-feira pelo Governo. “O impacto sobre as empresas da aplicação do regulamento é elevado”, afirmou o secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, Tiago Antunes, numa conferência em Lisboa intitulada “A Lei Portuguesa da Proteção de Dados”.

Baseando-se no relatório preliminar de um estudo de “avaliação ex-post”, que examina o impacto do regulamento num período definido após a sua conclusão, com base em inquéritos às empresas, o governante calculou que a aplicação das exigências reforçadas do RGDP vá custar 140 milhões de euros por ano ao tecido económico nacional.

Tiago Antunes defendeu que este custo tem de “ter uma razoabilidade na forma como reverte para a economia” e reafirmou a importância de a lei, que está a ser feita pelo Parlamento, “moderar” a aplicação nacional do regulamento. “O regulamento foi feito a pensar nas grandes multinacionais. Para Portugal muitas das soluções são exageradas. Procuramos algum equilíbrio, moderando na proposta [de lei] alguns excessos”, acrescentou Tiago Antunes.

Entre os excessos do regulamento, o secretário de Estado enumerou as sanções até 20 milhões de euros, ou 4% do volume de negócios. “Este valor pode justificar-se para uma Google, mas o efeito desta coima no nosso tecido empresarial ou no setor público seria enorme”, salientou, lembrando que são milhares as juntas de freguesia que, segundo regulamento, teriam de ter um encarregado de proteção de dados e sujeitar-se àquelas sanções.

O RGDP está em aplicação em toda a União Europeia desde 25 de maio do ano passado, mas em Portugal – tal como na Grécia – aguarda ainda a sua execução por lei nacional que o parlamento ainda não aprovou.

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Empresas norte-americanas na China enfrentam retaliação. Queixam-se de desalfandegamento mais lento

Desalfandegamento mais lento, mais inspeções e atrasos nas aprovações de licenças são as principais queixas das empresas norte-americanas operar na China.

As empresas dos Estados Unidos da América (EUA) na China dizem que estão a sofrer retaliações, na sequência da guerra comercial. Quase metade dos membros da Câmara Americana de Comércio na China, tal como um grupo idêntico em Xangai, afirmam que, além das tarifas recentemente impostas, estão a sofrer outro tipo de retaliações.

Desalfandegamento mais lento, mais inspeções e atrasos nas aprovações de licenças são as principais queixas das empresas norte-americanas a operar na China, avança o Financial Times (acesso condicionado, conteúdo em inglês).

Segundo um inquérito sobre o assunto, cerca de um terço das 240 empresas americanas que fizeram parte da pesquisa dizem que estão a cancelar ou a atrasar investimentos na China, enquanto 40% admite estar a estudar a possibilidade de transferir as suas fábricas para fora daquele país, com o sudeste da Ásia e o México entre os destinos mais prováveis. “Esta estratégia é uma forma racional de muitas empresas se isolarem dos efeitos das tarifas”, conclui o inquérito.

Recorde-se que nas últimas semanas a guerra comercial escalou, com o Estados Unidos a aumentarem as tarifas sobre os 300 mil milhões de euros de importações chinesas e a China a responder com medidas semelhantes, aumentando as tarifas sobre a importação de produtos norte-americanos no valor de 50 mil milhões de euros.

À medida que a disputa se aprofundou, os EUA tomaram medidas contra a fabricante chinesa Huawei. No início desta semana, a norte-americana Google cortou relações com a Huawei. A gigante tecnológica vai deixar de fornecer hardware, software e outros serviços técnicos à Huawei, uma medida que poderá ter implicações severas no negócio de dispositivos móveis da empresa no mercado europeu.

A decisão surgiu depois de o Presidente dos Estado Unidos, Donald Trump, ter colocado a Huawei na lista negra das exportações, tornando praticamente impossível à empresa fazer negócio com as homólogas norte-americanas.

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Reabilitação urbana consolida “tendência de abrandamento” no mês de abril

  • Lusa
  • 22 Maio 2019

O setor da construção continua a registar taxas de crescimento positivas embora no mês de abril apresente uma redução de 2,8% face ao mês anterior.

A reabilitação urbana cresceu 11,5% em abril, em termos homólogos, o que representa uma descida de 1,8% face ao mês anterior, confirmando-se a “tendência de abrandamento”, revelou hoje a Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN).

Com base num inquérito mensal aos empresários do setor da construção que atuam no mercado da reabilitação urbana, realizado pela AICCOPN, referente ao mês de abril, “o índice que mede o nível de atividade continua a registar taxas de crescimento positivas, com uma variação positiva de 11,5%, em termos homólogos”.

“No entanto, trata-se de um registo que representa uma redução de 2,8% face ao mês anterior, consolidando a tendência de abrandamento que se observa ao longo dos últimos meses”, apurou o barómetro da AICCOPN.

Acompanhando a dinâmica do nível de atividade de reabilitação urbana, o índice que mede a evolução da carteira de encomendas das empresas neste segmento do mercado verificou, durante o mês de abril, “um crescimento, em termos homólogos, de 13,6%, e uma redução de 0,9% em termos mensais”.

Relativamente à produção contratada em meses, ou seja, o tempo assegurado de laboração a um ritmo normal de produção, este indicador apontou “um prazo médio ponderado de 7,6 meses”, o que reflete uma redução de 5,9% em abril “face aos 8 meses apurados no mês homólogo de 2018”.

Fundada em 1892, a AICCOPN é uma associação de âmbito nacional que representa cerca de 8.000 empresas do setor da construção civil e obras públicas.

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Endividamento da economia sobe para 356,8% do PIB no primeiro trimestre

O endividamento do setor não financeiro, que inclui o endividamento de toda a economia deixando de fora a banca, somou 724,4 mil milhões de euros.

A economia portuguesa atingiu no primeiro trimestre do ano um endividamento total de 724,4 mil milhões de euros, o equivalente a 356,8% do PIB, revelou esta quarta-feira o Banco de Portugal. Face ao final do ano passado, o endividamento medido em percentagem do PIB aumentou.

Em termos absolutos, o endividamento total da economia está a agravar-se há três meses seguidos. Os dados publicados pelo banco central permitem medir a evolução em percentagem do PIB. Neste caso, o endividamento subiu em relação ao rácio alcançado no final de 2018 (equivalente a 355,7% do PIB). Esta tendência foi diferente da observada no ano passado, quando o endividamento em percentagem do PIB aliviou entre o final de 2017 e o arranque de 2018.

No entanto, face ao primeiro trimestre do ano passado, o endividamento reduziu-se de 367,5% do PIB referentes aos primeiros três meses de 2018 para 356,8% do PIB nos primeiros três meses de 2019.

O endividamento do setor não financeiro inclui o endividamento das empresas do setor público, privado e dos particulares. De fora deste indicador calculado pelo Banco de Portugal fica a dívida das instituições financeiras. Estes valores não estão consolidados entre setores, daí apresentarem valores tão elevados.

Mais de metade do endividamento está no setor privado

O banco central explica que “em março de 2019, o endividamento do setor não financeiro situava-se em 724,4 mil milhões de euros, dos quais 323,3 mil milhões de euros respeitavam ao setor público e 401,1 mil milhões de euros ao setor privado”. Ou seja, 55% do endividamento acumulado neste período estava concentrado no setor privado.

“Relativamente a fevereiro de 2019, o endividamento do setor não financeiro aumentou 1,4 mil milhões de euros”, mostram os dados do Banco de Portugal. Este aumento foi distribuído em incrementos de 900 e de 500 milhões de euros nos endividamentos do setor público e do setor privado, respetivamente.

Também quando medido em percentagem do PIB, o maior contributo para o agravamento do endividamento total da economia resulta do setor público não financeiro (onde o endividamento passou de 157,5% do PIB para 159,3% do PIB), já que o setor privado não financeiro viu o endividamento baixar de 198,3% do PIB para 159,3% do PIB.

“A subida do endividamento do setor público refletiu-se, sobretudo, no aumento do endividamento face ao setor não residente em 1,4 mil milhões de euros, parcialmente compensado pela diminuição do financiamento concedido pelo setor financeiro e pelas próprias administrações públicas”, adianta o banco central.

No setor privado, observou-se um acréscimo do endividamento das empresas privadas em 600 milhões de euros, essencialmente junto do exterior. O endividamento dos particulares diminuiu 100 milhões de euros.

Evolução do endividamento total da economia

Fonte: Banco de Portugal

(Notícia atualizada)

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