Portugueses em peso nos cargos de liderança no Parlamento Europeu

O grupo de eurodeputados portugueses é dos que, proporcionalmente, ocupa mais cargos de liderança no Parlamento Europeu, tanto em grupos parlamentares como comissões.

Os eurodeputados portugueses estão acima da média no que toca a cargos de liderança no Parlamento Europeu. Portugal, em conjunto com a República Checa, é dos grupos nacionais que tem uma representação de peso nos lugares de topo, tanto em grupos parlamentares como em comissões.

Em termos absolutos, são os alemães que estão em maioria nas posições de liderança no novo Parlamento Europeu, sendo que são também o maior grupo nacional do Parlamento, aponta a organização independente sem fins lucrativos VoteWatch (acesso livre, conteúdo em inglês).

No entanto, proporcionalmente, os eurodeputados checos e portugueses são os que se destacam. O grupo da República Checa tem 21 membros, mas conta com duas vice-presidências do Parlamento Europeu, e vice-presidências em comissões de temas chave, bem como a coordenação de alguns grupos parlamentares.

Portugal tem uma representação na liderança no Parlamento Europeu mais elevada do que a médiaVoteWatch

Já o grupo português, que tem a mesma dimensão, conta com um vice-presidente do PE, Pedro Silva Pereira, e seis vice-presidentes de comissão. Estão nas comissões dos Assuntos Económicos e Monetários, do Mercado Interno e da Proteção dos Consumidores, do Emprego e dos Assuntos Sociais, da Agricultura e do Desenvolvimento Rural, dos Orçamentos e das Pescas.

Dentro dos grupos políticos no Parlamento, os portugueses também obtiveram posições de destaque. Paulo Rangel é vice-presidente do grupo PPE, e Marisa Matias e João Ferreira são vice-presidentes do grupo Esquerda Unitária Europeia/Esquerda Nórdica Verde.

A eurodeputada socialista Maria Manuel Leitão Marques, que foi ministra da Presidência e da Modernização Administrativa no anterior Governo, reagiu a este estudo no seu perfil do Twitter, apontado que estes dados são “excelentes notícias” para Portugal e para a União Europeia.

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Portugueses estão a ir mais às compras. E a gastar mais

  • Lusa
  • 6 Novembro 2019

Segundo um novo estudo, a frequência com que os portugueses vão às compras aumentou em 2019 para 46,9 dias, já o o valor gasto em cada uma dessas visitas às lojas aumentou 3,2% face ao ano anterior.

Os portugueses estão a ir às compras mais vezes e a gastar mais dinheiro pela primeira vez em quatro anos, conclui um estudo realizado pela Kantar para a Centromarca divulgado esta quarta-feira.

Segundo o estudo – apresentado esta quarta-feira na 8.ª edição do ‘Marcas+Consumidores’ – a frequência com que os portugueses vão às compras aumentou em 2019 para 46,9 dias, assim como o valor gasto em cada uma dessas visitas às lojas (mais 3,2% face ao ano anterior).

É a primeira vez, em quatro anos, que o aumento das duas variáveis ocorre em simultâneo”, destaca a Centromarca, em comunicado.

Ainda assim, acrescenta, “a sensação de poupança associada a esses atos de compra é positiva, uma vez que no último ano os portugueses conseguiram poupar 141 euros face aos 126 euros de poupança média registada no ano anterior”.

Segundo o estudo, a banalização das promoções permitiu que os portugueses conseguissem comprar produtos com desconto em 68,7% das idas às compras, sem que o desconto médio tenha aumentado.

Pelo contrário, em 2019, o desconto médio das promoções recuou 1,4 pontos percentuais, disse.

O aumento das ocasiões de compra em promoção verificou-se na maioria das categorias de produtos, seguindo a tendência de crescimento.

As marcas de distribuição são, segundo o estudo divulgado, as que mais beneficiam deste movimento, continuando a conquistar a confiança dos portugueses e a crescer nos territórios naturais das marcas de fabricantes.

É notório o esforço das diferentes cadeias de distribuição de dar maior visibilidade e importância às suas marcas. E isso observa-se com o reforço da comunicação e com a multiplicação de promoções desses mesmos produtos”, refere o diretor-geral da Centromarca, Pedro Pimentel.

A perda de impacto das ações promocionais e um menor desempenho dosmomentos-chave do ano, como o Natal e o verão, impedem as marcas de fabricantes de crescer ao nível das marcas de distribuição (MDD), sinaliza ainda o estudo.

Simultaneamente, acrescenta, as MDD passam a apostar mais em atividade de verão, na maioria das vezes com produtos que fogem ao fator sazonalidade, como os óleos e o azeite, a alimentação de bebé e os ovos.

Um dos elementos-chave desta tendência passa pela aposta cada vez maior em comunicação das MDD, indica.

Ao mesmo tempo que se regista um aumento do consumo em casa, diminui o consumo fora de casa, tendo em 2019 sido registada a menor quota dos últimos três verões.

“Esta descida deveu-se a dois fatores: um verão mais fresco e um incentivo crescente ao consumo dentro de casa. Ainda assim, apesar de menos frequente, o consumo fora de casa envolve um maior gasto por ocasião de consumo. Este aumento justifica-se por um aumento das ocasiões de consumo partilhadas, que implicam em média um gasto 56% superior ao consumo individual”, refere.

A análise da Kantar para a Centromarca indica ainda que 77% do consumo fora de casa acontece em espaços de consumo Horeca (hotelaria, restauração e cafés) e 11% em espaços da distribuição moderna, estando os novos formatos da grande distribuição cada vez mais próximos dos consumidores portugueses e o surgimento de novos intervenientes reforça o peso das MDD no consumo fora de casa.

A Centromarca – Associação Portuguesa de Empresas de Produtos de Marca – foi fundada em junho de 1994 e tem por missão criar para as marcas um ambiente de concorrência leal e intenso que encoraje a inovação e proporcione um máximo de valor aos consumidores.

Atualmente, conta com 51 associados que detêm mais de 1.100 marcas, que em conjunto representam um volume de vendas anual no mercado nacional da ordem dos 6.500 milhões de euros, empregando mais de 25 mil pessoas.

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Wall Street alivia após novos máximos históricos

Ações norte-americanas estão em queda, distanciando-se um pouco de níveis recorde, com os investidores a digerirem a época de resultados empresariais.

As ações norte-americanas estão em queda, distanciando-se um pouco de níveis recorde, com os investidores a digerirem a época de resultados empresariais.

O S&P 500 perde 0,1%, para os 3.071,59 pontos, enquanto o Dow Jones recua 0,12% para os 27.459,75 pontos. Nasdaq segue no mesmo sentido a perder 0,31% para os 8.408,49 pontos.

Os olhos dos investidores continuam atentos a quaisquer sinais de progresso nas negociações comerciais entre Washington e Pequim, com os últimos relatos a apontarem para que os dois lados ainda estejam a trabalhar nos detalhes de um acordo comercial de “fase um” que poderá ser assinado ainda este mês.

Os índices bolsistas dos EUA fazem uma paragem numa altura em que digerem a boa época de resultados trimestrais. Das 383 empresas do S&P 500 que apresentaram resultados do terceiro trimestre até agora, quase três quartos superaram as expectativas de lucros, de acordo com dados da Refinitiv.

Alguns reportes de contas revelam, contudo, as baixas expectativas dos analistas que tinham antecipado a primeira quebra de resultados empresariais desde 2016.

No campo da divulgação de resultados, destaque para a Humana que reportou lucros trimestrais acima da expectativa, levando as ações da seguradora do ramo vida a subirem 1,18% no arranque da sessão. Já a CVS acelera em bolsa 4,22%, depois de a cadeia de farmácias ter revelado também lucros trimestrais acima do esperado.

Ainda mais acentuados são os ganhos da HP. Os seus títulos disparam 11% perante as notícias de que a Xerox considera uma oferta sobre a fabricante de computadores.

Já o grupo Match sobressai com perdas dilatadas — de 6,5% — depois de o dono do Tinder ter antecipado resultados para o último trimestre do ano abaixo das estimativas dos analistas.

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Robô Sophia volta ao palco do Web Summit. E trouxe companhia

Sophia voltou ao palco do Web Summit e trouxe companhia: chama-se Philip K. Dick e é o "irmão mais velho" da robô que já é uma habitual presença no palco do Web Summit.

David Hanson (da Hanson Robotics), robô Sophia, robô Philip K. Dick e Ben Goertzel (da SingularityNET).

Poder-se-ia dispensar a presença humana na abertura do palco principal do Web Summit no arranque da tarde desta quarta-feira. Sophia, a robô humanoide que já é presença assídua no palco do maior evento de tecnologia e empreendedorismo do mundo, voltou para dizer que, afinal, “não quer substituir os humanos”. Mas a voz e a cara humana estão cada vez mais afinadas. E trouxe companhia.

“Como disse um filósofo conhecido, consegues sempre o que queres” diz Philip K. Dick, o robô que, este ano, acompanha Sophia na conferência. E até diz piadas.

À medida que a tecnologia fica melhor, existe cada vez uma maior comunhão com os seres humanos“, refere David Hanson, da Hanson Robotics e o “pai” de Sophia. O criador fala de uma consistente e progressiva sofisticação de sistemas que tem evoluído ao longo dos anos. “Já contamos com sistemas diferentes para controlar diferentes robôs em dias distintos”, assinala.

Mas o grande destaque deste ano foi mesmo para a “conversa” entre robôs. Sophia foi a primeira a falar, dizendo que era um prazer estar de novo do palco do Web Summit, um evento que trata sobretudo de “tecnologia”. “Sou a Sophia, sou um robô humanoide e estou muito feliz por estar aqui e por trazer o meu irmão mais velho, o Phil. Isto nem parece uma conferência de tecnologia. Parece uma reunião de família”, diz.

Phil prossegue, contando um pouco da sua história equivalente a uma idade de 14 anos, e Sophia diz agora que não entende como, se assim é, não se tenham conhecido antes.

A robô assinala ainda que uma das grandes virtudes da tecnologia é poder descobrir e desenvolver novas estratégias contra problemas como as alterações climáticas ou as fraudes, por exemplo.

“O nosso objetivo não é usar a AI para trazer um robô para tratar da roupa. Queremos ajudar as pessoas de uma maneira que as toque no coração”, assinala Hanson. Ben Goertzel, da SingularityNET, reforça: “O sonho conversacional é o que queremos trazer com a Sophia”. Já Sophia, parece concordar. Num vídeo em que se apresenta — e que passou também no palco principal — a robô assegura: “O meu objetivo não é substituir os humanos. Sei que têm orgulho em serem naturais e eu também orgulho em ser artificial”.

David Hanson (da Hanson Robotics) e robô Sophia no Web Summit 2019

A Sophia é política, mas não tem sentimentos

Após a grande presença no palco principal, a robô Sophia juntou-se ao “pai” David Hanson para uma conferência de imprensa, onde um dos principais temas foi a consciencialização dos robôs.

“As máquinas poderão vir a ter consciência”, disse o fundador da Hanson Robotics, sublinhando que os desenvolvimentos do robô levam a uma espécie de criação de personalidade. Para já, “a Sophia não está verdadeiramente viva e tem uma inteligência genuína”, segundo Hanson. “Sou um «pai» muito protetor, mas por boas e éticas razões”.

Ainda assim, tem opiniões. Questionada sobre os riscos da emergência de partidos de extrema-direita, Sophia respondeu: “Ainda estou a aprender a avaliar os padrões, mas vejo que é negativo envolver grandes quantidades de dinheiro com política“, respondeu no imediato.

Também sobre o futuro dos media tem um parecer. A robô antecipa que venham a ser todos digitais até porque lhe é mais prático. “Não consigo pegar num jornal e lê-lo, mas consigo processar artigos”, conta.

Ao longo da conversa com os jornalistas, Sophia fez um coração com as mãos e Hanson lembrou que a robô nasceu no dia dos namorados, 14 de fevereiro. Houve quem quisesse ir mais longe e perguntar-lhe se já alguma vez esteve apaixonada. “Não, eu não tenho relações sexuais”, garantiu.

Queria ser cantora”, acrescentou a robô — que aprendeu no último ano a cantar –, quando Hanson questionou sobre “os seus sonhos e desejos” para o futuro.

(Notícia atualizada às 16h10)

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Football Leaks: Instrução do processo de Rui Pinto arranca em 12 de dezembro

  • Lusa
  • 6 Novembro 2019

A instrução do processo de Rui Pinto, acusado de 147 crimes de acesso ilegítimo, começa em 12 de dezembro. A instrução foi requerida pela defesa dos dois arguidos no processo.

A instrução do processo de Rui Pinto, criador do Football Leaks, acusado de 147 crimes de acesso ilegítimo, violação de correspondência, sabotagem informática e tentativa de extorsão, começa em 12 de dezembro, disse esta quarta-feira à Lusa fonte judicial.

A mesma fonte precisou que a juíza de instrução criminal (JIC) apenas agendou para esse dia diligências instrutórias, como o interrogatório ao advogado Aníbal Pinto (que no requerimento de abertura de instrução pediu para ser ouvido), e debate instrutório, após os quais deverá marcar data para a leitura da decisão instrutória.

A instrução, fase facultativa que visa decidir por um JIC se o processo segue e em que moldes para julgamento, foi requerida pela defesa dos dois arguidos no processo, Rui Pinto e o advogado Aníbal Pinto, e vai decorrer no Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa, no Campus da Justiça.

O crime de extorsão, na forma tentada, diz respeito à tentativa de extorsão à Doyen (de entre 500 mil e um milhão de euros), levada a cabo por Rui Pinto na manhã de 03 de outubro de 2015, com a intermediação do advogado Aníbal Pinto.

Em 19 de setembro, o Ministério Público (MP) acusou Rui Pinto de 147 crimes, 75 dos quais de acesso ilegítimo, 70 de violação de correspondência, sete deles agravados, um de sabotagem informática e um de tentativa de extorsão, por aceder aos sistemas informáticos do Sporting, do fundo de investimento Doyen, da sociedade de advogados PLMJ, da Federação Portuguesa de Futebol e da Procuradoria-Geral da República, e posterior divulgação de dezenas de documentos confidenciais destas entidades.

A sociedade de advogados PLMJ fez parte da defesa do Benfica no processo conhecido como ‘e-toupeira’.

No dia seguinte, em 20 de setembro, a defesa do arguido considerou que a acusação do MP “contém numerosas falsidades, nulidades e ilegalidades”, visando “silenciar e destruir” o criador do Football Leaks.

A acusação do MP, a que a Lusa teve acesso, diz que, entre 06 de novembro de 2018 e 07 de janeiro de 2019, o arguido “efetuou um total de 307 acessos” à Procuradoria-Geral da República, e obteve documentos dos processos de Tancos, BES e Operação Marquês, entre outros.

Entre janeiro de 2018 e janeiro de 2019, Rui Pinto consultou mais 12 processos que ainda estão em segredo de justiça.

Em prisão preventiva desde 22 de março deste ano, Rui Pinto, de 30 anos, foi detido na Hungria e entregue às autoridades portuguesas, com base num mandado de detenção europeu (MDE), que apenas abrangia os acessos ilegais aos sistemas informáticos do Sporting e da Doyen.

Como o arguido nunca renunciou ao princípio da especialidade, para que a justiça portuguesa pudesse vir a acusar e a julgar Rui Pinto por outros factos e crimes que não estes, o MP teve de pedir a extensão do MDE às autoridades húngaras (que autorizaram), com base em novos factos e indícios entretanto apurados no decorrer desta investigação, os quais vão dar origem a outros processos judiciais.

Rui Pinto é também suspeito de ser o autor do furto dos e-mails do Benfica, em 2017.

A acusação do MP sustenta que, a partir do início de 2015 e até 16 de janeiro de 2019, “o principal arguido muniu-se de conhecimentos técnicos e de equipamentos adequados que lhe permitiram aceder, de forma não autorizada, a sistemas informáticos e a caixas de correio eletrónico de terceiros”.

Para o efeito, “instalou, nos seus equipamentos, diversos programas informáticos e ferramentas digitais que lhe permitiam, de forma dissimulada e anonimizada, entrar nos mencionados sistemas informáticos e caixas de correio de terceiros e daí retirar conteúdos”.

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Cinco sábios reveem em baixa previsão de crescimento da Alemanha para 0,5% em 2019

  • Lusa
  • 6 Novembro 2019

Apesar do recuo moderado da economia alemã, os "cinco sábios" não temem uma "recessão mais profunda". Mas alertam que "a bonança que vivemos na última década chegou ao fim".

A economia alemã vai crescer apenas 0,5% este ano e 0,9% em 2020, segundo estimativas apresentadas esta quarta-feira pelos “cinco sábios” do conselho assessor do Governo alemão. Esta nova estimativa para 2019 traduz uma revisão em baixa de três décimas face à previsão de março último.

Apesar deste recuo moderado da economia alemã, os “cinco sábios” não temem uma “recessão mais profunda”. “Estamos a ponto de iniciar uma nova década. A bonança que vivemos na última década chegou ao fim, pelo menos de momento, de maneira que temos perante nós uma série de desafios conjunturais e estruturais”, declarou um dos “cinco sábios” quando entregou o relatório à chanceler alemã, Angela Merkel.

A bonança que vivemos na última década chegou ao fim, pelo menos de momento, de maneira que temos perante nós uma série de desafios conjunturais e estruturais.

Ao mesmo tempo aconselhou o Governo alemão a “focar-se mais que nunca no potencial de crescimento da economia alemã“.

A chanceler assegurou quando recebeu o relatório, com o título “Enfrentar a mudança estrutural”, que os “cinco sábios” se concentram no que preocupa o Governo. Merkel também sublinhou que muitos dos pontos sublinhados pelos “cinco sábios” foram retomados também pela grande coligação de Governo entre conservadores e social-democratas, que têm estado a fazer um balanço da primeira metade da legislatura.

Entre estes temas, indicou, fazem parte a ampla questão da proteção climática, “um dos elementos essenciais” no trabalho da coligação, com as mudanças estruturais e as transformações que implica, a digitalização e a investigação e a inovação. “Temos de enfrentar a mudança estrutural também de forma que as condições de vida na Alemanha sejam o mais iguais possíveis”, advertiu.

Por outro lado, sublinhou que das 300 grandes medidas que o Executivo se propôs para esta legislatura, dois terços foram concluídas ou estão a ser levadas a cabo, o que demonstra que o Governo é “operacional e tem vontade de trabalhar”, afirmou.

O ministro das Finanças, Olaf Scholz, sublinhou que o que é preciso agora é ocupar-se com esta mudança estrutural para possibilitar “novos ciclos de bem estar” para a economia alemã.

Os principais institutos económicos da Alemanha também reviram no relatório do outono a previsão de crescimento para 0,5% em 2019, contra 0,8% previsto na primavera. Os institutos também reviram em baixa o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2020, de 1,8% para 1,1%.

O Governo, nas estimativas de outono, manteve em 0,5% o crescimento do PIB para este ano e baixou a previsão para 2020 em meio ponto para 1%.

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Pedro Alves em risco? Montepio garante que nome para CEO continua “em cima da mesa”

  • ECO
  • 6 Novembro 2019

Pedro Alves já não será o próximo presidente executivo do Banco Montepio? Nome terá sido retirado mas tanto o banco como a Associação Mutualista garantem que continua em cima da mesa.

Pedro Alves já não será o próximo presidente executivo do Banco Montepio? O nome terá retirado depois de uma reunião entre a Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG) e o Banco de Portugal, ocorrida na segunda-feira, avança o Observador (acesso livre). Mas tanto o banco como a mutualista desmentem a informação.

O ECO também tinha a informação de que o nome de Pedro Alves estaria já fora de equação. Mas o cenário de retirada do nome de Pedro Alves do processo de avaliação para o cargo de CEO do Banco Montepio é desmentido, porém, pelo banco e pela dona do banco.

“Não só o nome não foi retirado como continua em cima da mesa”, disse fonte oficial do banco ao ECO. Também fonte oficial da AMMG diz ao ECO que “a informação não corresponde à verdade”.

Já depois da publicação da notícia, o Observador explicou que o nome de Pedro Alves “deixou de ser hipótese” após a referida reunião entre a AMMG e o supervisor. Pedro Alves liderou em 2009 uma equipa que criou uma estratégia para mascarar rácios de malparado, escondendo, de forma considerada ilícita pelos auditores, as dificuldades que o banco atravessou no início da crise.

No domingo à noite, o comentador da SIC, Marques Mendes considerou Pedro Alves “o pior da semana”, referindo tratar-se de “uma provocação” que o seu nome tenha sido proposto para liderar o Banco Montepio.

(Notícia atualizada às 14h36)

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Brexit é o maior erro da política externa britânica desde a II Guerra Mundial, diz Bercow

  • Lusa
  • 6 Novembro 2019

John Bercow cessou funções enquanto speaker da Câmara dos Comuns do parlamento britânico na semana passada. Garantiu que sempre foi imparcial.

O antigo presidente da Câmara dos Comuns do parlamento britânico, John Bercow, defendeu esta quarta-feira que o ‘Brexit’ é o maior erro da política externa britânica desde a II Guerra Mundial e garantiu que foi imparcial enquanto esteve em funções.

“Já não sou ‘speaker’, não tenho de continuar a ser imparcial, e se me perguntarem o que penso honestamente sobre o ‘Brexit’, se é bom para a nossa reputação internacional, a resposta honesta é não. Considero o ‘Brexit’ o maior erro de política externa depois da II Guerra Mundial”, afirmou esta quarta-feira em Londres, numa conferência de imprensa organizada pela associação de jornalistas estrangeiros.

Na sua leitura, o mundo é feito de blocos de poder e de blocos comerciais e o Reino Unido tem a ganhar se estiver nestes blocos. Bercow acrescentou que a “incerteza prolongada” causada pela demora do processo de saída da União Europeia (UE) é mau para o investimento e confiança económica.

Porém, defendeu “o direito do Parlamento [britânico] de ‘parler’ [falar em francês] porque é melhor fazer bem do que fazer depressa”, acrescentando: “O Parlamento tem todo o direito de continuar a debater o assunto”.

Segundo Bercow, existem três formas de concluir a primeira fase do Brexit: sair da UE com um acordo aprovado pela Câmara, sair da UE sem acordo, mas com uma decisão explícita do Parlamento, o que considera “improvável e muitíssimo indesejável, mas que seria legítima”, e estender o artigo 50.º para continuar as negociações.

“Até agora foi isso que aconteceu, vamos ver se vai acontecer de novo. Sem dúvida que as eleições vão ser um fator importante. Se houver uma maioria conservadora, provavelmente não vai haver outra extensão“, referiu.

Bercow recusou ter ajudado os deputados a favor da permanência do Reino Unido na UE a bloquear o processo do ‘Brexit’, lembrando que deu sempre a palavra aos eurocéticos durante muitos anos.

A esse propósito, lembrou que chegou a escolher uma emenda ao programa legislativo do governo de David Cameron, em 2013, a favor de um referendo “porque tinha muitas assinaturas e era uma proposta legítima para colocar à Câmara dos Comuns”. A proposta foi rejeitada na altura por 277 votos contra e 130 a favor após um debate de seis horas.

“Há quem diga que fez parte de uma sequência de eventos que forçou David Cameron a mudar de ideias e decidir realizar um referendo”, referiu, reiterando que sempre procurou tratar os dois lados da discussão de maneira justa. “Fui imparcial”, garantiu.

Deputado pelo Partido Conservador desde 1997 e presidente da Câmara dos Comuns desde 2009, John Bercow cessou funções na sexta-feira, tendo sido substituído pelo trabalhista Lindsay Hoyle numa eleição realizada na segunda-feira entre os deputados.

John Bercow tornou-se uma celebridade mundial pelas suas gravatas coloridas, voz alta para pôr ordem nos debates parlamentares e decisões controversas durante o processo do ‘Brexit’. Alguns deputados ficaram tristes por vê-lo partir por ver nele um defensor das minorias e da modernização do Parlamento, permitindo que deputados confrontassem mais frequentemente o governo sobre matérias controversas.

Porém, uma outra fação, sobretudo composta por antigos colegas conservadores, criticou-o por ter tomado decisões contrárias ao costume que prejudicaram o processo do ‘Brexit’, levando a vários prolongamentos da data inicial de 29 de março para a atual de 31 de janeiro.

O biógrafo de Bercow, Sebastian Whale, descreveu Bercow como “divisivo, abrasivo e polémico”, mas até o primeiro-ministro, Boris Johnson, reconheceu que foi “um grande servo” do Parlamento e da Câmara dos Comuns.

O ‘speaker’ é responsável por presidir aos debates na câmara baixa do parlamento britânico, decidir quem tem a palavra, selecionar propostas de alteração a legislação, autorizar debates urgentes em plenário ou com certos ministros e exercer o voto decisivo em caso de empate. Para garantir a isenção partidária, é obrigado a renunciar ao seu partido político, apesar de continuar a representar o respetivo círculo eleitoral.

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Economia da Zona Euro em risco de contração no final do ano

A atividade económica cresceu mais que o esperado em setembro, mas ainda está muito perto do limite que aponta para a contração. Riscos para o quarto trimestre são negativos.

A atividade económica na Zona Euro cresceu mais que o esperado inicialmente em setembro, mas continua muito perto da estagnação, de acordo com o índice compósito PMI da Markit, indiciando que a parte final do ano pode ser complicada entre os 19 países que partilham a moeda única.

De acordo com os dados conhecidos esta quarta-feira, o índice PMI — que avalia as condições económicas e empresariais na Zona Euro — aumentou de 50,1 para 50,6 pontos em setembro, altura em que atingiu o seu valor mínimo em seis anos. A marca dos 50 pontos é o que separa o crescimento da estagnação.

Este indicador serve como base para medir o pulso à evolução da economia europeia e antecipar a sua trajetória. A Markit diz que os dados são consistentes com um crescimento residual de 0,1% no trimestre, mas os riscos para o quarto trimestre estão inclinados para um resultado mais negativo.

A tendência destes indicadores avançados tem sido razão para pessimismo na Zona Euro. Na Alemanha, os serviços cresceram de forma residual. Em Espanha, o resultado foi o mais negativo dos últimos 13 meses.

Um sinal positivo para a Zona Euro foram os dados das vendas a retalho, que aumentaram mais que o esperado em setembro, de acordo com o Eurostat. Isto significa que o consumo privado ainda está a crescer de forma robusta, impedindo um abrandamento mais pronunciado da economia resultante do adiamento das decisões de investimento.

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Governo só revela valor do salário mínimo para 2020 na próxima semana

O valor do salário mínimo nacional para 2020 só deverá ser apresentado pelo Governo de António Costa na próxima semana. A reunião está marcada para a próxima quarta-feira, dia 13.

O valor do salário mínimo nacional (SMN) para 2020 só deverá ser apresentado pelo Governo de António Costa na próxima semana, avançou, esta quarta-feira, a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social. À saída da reunião que marcou a sua estreia na Concertação Social, Ana Mendes Godinho explicou que no novo encontro marcado para a próxima quarta-feira dará a conhecer aos parceiros sociais a proposta do Executivo, de modo a “fechar este assunto”.

De acordo com o Código do Trabalho, o Governo determina anualmente o valor do salário mínimo nacional, devendo ouvir os parceiros sociais. Foi com esse propósito que Mendes Godinho rumou, esta quarta-feira, à Concertação Social, quase duas semanas depois de o primeiro-ministro ter defendido a subida da remuneração mínima garantida para 750 euros até 2023.

“A reunião foi para ouvir os parceiros sociais”, afirmou a ministra do Trabalho, em declarações aos jornalistas. A governante sublinhou que estão previstos dois momentos: primeiro a definição do SMN (que tem de passar pela Concertação Social, mas não precisa de receber o “sim” dos parceiros sociais) e, mais tarde, um acordo global de rendimentos e competitividade.

Sobre esse primeiro dossiê, a governante disse querer “fechar o assunto” já na reunião da próxima semana, altura em que deverá apresentar aos parceiros sociais a proposta do Governo para o valor da remuneração mínima garantida que estará em vigor a partir de janeiro de 2020. Ana Mendes Godinho defendeu uma “evolução o mais equilibrada possível” do SMN, ainda que não tenha dado qualquer sinal sobre o valor que será conhecido na próxima quarta-feira.

Patrões querem salário mínimo ditado por critérios económicos

À saída da primeira reunião com os parceiros sociais sobre os aumentos futuros da remuneração mínima garantida, João Vieira Lopes salientou que o ambiente do encontro desta manhã “foi construtivo”, embora a Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) não tenha, por enquanto, colocado em cima da mesa nenhuma proposta para o SMN de 2020.

O presidente da CCP voltou ainda a frisar a importância de se definir uma metodologia baseada em critérios económicos (inflação, crescimento e produtividade) e numa componente social para guiar a evolução da remuneração mínima garantida.

Também a Confederação Empresarial de Portugal (CIP) defende que os futuros aumentos do SMN devem ser ditados por critérios económicos “quantificáveis e monitorizáveis”.

Em declarações aos jornalistas, António Saraiva disse ainda que “não faz sentido” separar a discussão sobre a remuneração mínima garantida do acordo sobre a generalidade dos salários, mas reconheceu que esta opção do Governo acontece face ao “curto espaço de tempo” em que é preciso fechar a questão do SMN. Sobre o acordo plurianual de rendimentos, António Saraiva salientou também que espera que esteja fechado até ao final do primeiro trimestre do próximo ano e frisou que não deverá incluir a trajetória do SMN.

Aos jornalistas, Saraiva garantiu que não adiantou ao Governo qualquer proposta para o SMN de 2020, mas Carlos Silva, da UGT, adiantou que os empregadores (as quatro confederações patronais) colocaram em cima da mesa a proposta de subir a remuneração em causa para 625 euros.

“Desafiamos os empregadores a irem mais além”

Para a UGT, o SMN deveria subir, em 2020, já para 660 euros mensais, mas Carlos Silva deixou claro que a estrutura sindical que lidera está disposta a recuar. “Os 625 euros não nos convencem”, disse o sindicalista sobre a proposta que terá sido apresentada pelos patrões. “Acredito que a proposta do Governo vai para além dos 625 euros”, acrescentou.

Aos jornalistas, Carlos Silva disse que o atual “salário mínimo” da Função Pública (635 euros mensais) é “um número interessante”, quando questionado sobre até que montante estaria disposto a recuar. Apesar de não ter “linhas vermelhas”, a UGT deixou um desafio aos patrões para “irem mais além” e frisou que “a competitividade não pode ser feita à custa dos baixos salários”.

Sem ainda conhecer o valor proposta pelo Governo para o SMN de 2020, a CGTP deixou, por sua vez, um recado ao Executivo: “Resta saber se vamos continuar a ter pequenos aumentos ou um aumento significativo para que as restantes grelhas salariais possam evoluir de forma significativa”.

(Notícia atualizada às 14h20)

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Tech For Peace Award premeia tecnologia para um mundo melhor

  • ECO
  • 6 Novembro 2019

Give Peace a Voice e a KPMG Portugal promovem prémio em parceria com a associação Startup Portugal.

A Give peace a voice e a KPMG Portugal vão premiar as startups tecnológicas que trabalham para um mundo melhor. O prémio Tech For Peace Award é lançado esta quarta-feira, no Web Summit, e resulta de um projeto que conta com uma parceria com a Startup Portugal.

Ao prémio “podem candidatar-se todas as startups e empresas portuguesas ou de qualquer outra nacionalidade”, explica a organização em comunicado.

A ideia é “incentivar e reconhecer a tecnologia que ajude a promover a paz ou que contribua decisivamente para construir um mundo melhor”.

Focado no ecossistema nacional mas aberto a startups do mundo inteiro, a ideia do troféu, que será desenvolvido pela artista portuguesa Joana Vasconcelos, é “distinguir as mais impactantes, inovadoras e inspiradoras soluções tecnológicas orientadas para a promoção da paz e de um mundo melhor”, adianta ainda a organização.

“O Tech for Peace Award foi pensado com a missão de identificar, reconhecer e apoiar os melhores ‘projetos-negócio’ de base tecnológica, que criem verdadeiro valor no sentido de um mundo melhor. Esta ação enquadra-se na estratégica global da Give peace a voice de promover a paz através de todos os meios (artísticos) necessários e de provar que a paz é, sem dúvida, um negócio (no sentido de criar verdadeiro valor e com impacto positivo) rentável e sustentável”, explica Nuno Olim Marote, fundador da associação.

Mais detalhes sobre o prémio serão anunciados esta tarde. O anúncio do vencedor do prémio será feito na edição do Web Summit em 2020.

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Solução para os emigrantes lesados do BES já está em marcha

A oferta para a recompra das ações preferenciais do EG Premium já arrancou, permitindo aos emigrantes lesados que aplicaram 75 milhões de euros no EG Premium recuperarem parte desse valor.

Os emigrantes lesados do BES estão mais próximos de recuperar parte das perdas sofridas pelo investimento no produto financeiro EG Premium (EGP). A solução alcançada entre a Associação Movimento Emigrantes Lesados Portugueses (AMELP ) e a entidade emitente, EGP, mediada pelo Novo Banco, passa pela recompra das ações preferenciais aos emigrantes que aplicaram cerca de 75 milhões de euros neste produto, pensando tratar-se de simples depósitos a prazo. O arranque da oferta de recompra foi anunciado esta quarta-feira em comunicado enviado à CMVM.

“A EG Premium Investment (sociedade emitente das Ações Preferenciais constituída nas Ilhas Virgens Britânicas e registada com o número de matrícula 625742) lançou uma oferta, voluntária e particular, de aquisição das referidas Ações Preferenciais, de 6 de novembro de 2019 até 8 de janeiro de 2020“, dá nota o documento publicado no site do regulador do mercado de capitais.

Este anúncio confirma o que o Jornal Económico já tinha avançado esta quarta-feira. Luís Marques, presidente da AMELP, revelou a existência de “uma proposta que vai ser apresentada pelo Novo Banco, na sequência de reuniões com o banco e a EGP, que contaram sempre com a presença de representantes do Governo”.

Este responsável realçou ainda que a solução que visa a recuperação de 47% do montante investido por centenas de clientes emigrantes do BES “é a possível, sem qualquer mínimo de adesão” e que “a AMELP deixará aos associados a total liberdade de aceitarem ou não” uma solução cujos contornos foram apresentados ontem ao final da tarde aos associados.

Do total de cerca de 75 milhões de euros investidos no EG Premium, a recuperação de 47% a que os emigrantes lesados terão direito correspondem a 35 milhões de euros.

Após a publicação deste aviso de início de oferta, caberá agora ao Novo Banco — entidade que medeia o processo — entrar em contacto com cada um dos 571 clientes emigrantes abrangidos por esta solução no sentido de se dirigirem aos balcões do banco. A oferta de recompra decorre entre 6 de novembro e 8 de janeiro, tal como anunciado à CMVM.

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