“Não vou ser obstáculo” ao Brexit. May sai se acordo for aprovado

A primeira-ministra britânica indicou aos deputados conservadores que irá entregar a demissão se estes derem o seu aval ao acordo do Brexit.

Theresa May está a fazer tudo para aprovar o acordo de saída ordeiro. Segundo o The Guardian (acesso livre/conteúdo em inglês) e a BBC, a primeira-ministra britânica disse aos deputados conservadores que apresentará a sua demissão se estes garantirem o apoio à proposta de Brexit fechada com a União Europeia.

“Estou preparada para deixar este trabalho mais cedo do que pretendia para fazer o que é certo para o nosso país e o nosso partido”, disse May ao Comité 1922, grupo composto pelos membros do grupo parlamentar do partido Tory. “Ouvi muito claramente o estado de espírito dos deputados conservadores no Parlamento e sei que há um desejo por uma nova abordagem e nova liderança na segunda fase das negociações do Brexit. Não vou ser um obstáculo nesse caminho“, garantiu.

A primeira-ministra britânica tem até o final desta semana para aprovar o acordo, de forma a conseguir uma saída ordenada. May pediu à UE um curto adiamento do Artigo 50º, até 30 de junho, mas Bruxelas preferiu um prazo mais curto, para evitar a participação do Reino Unido nas eleições europeias, que se realizam de 23 a 26 de maio. Por isso, propôs em troca uma saída a 22 de maio, com a condição de que o acordo do Brexit fosse aprovado no Parlamento britânico.

Se a Câmara dos Comuns voltar a rejeitar o acordo, então os líderes europeus dão até 12 de abril para o Reino Unido decidir o que pretende fazer, uma decisão que depois será novamente analisada pelo Conselho Europeu. Theresa May estará a pensar fazer a terceira votação ao acordo, que já foi chumbado duas vezes pelo Parlamento britânico, nesta sexta-feira.

No início desta semana, o Parlamento britânico chamou a si a decisão sobre o Brexit. Aprovou uma proposta que forçou a realização de um debate nesta quarta-feira, para uma série de votos sobre diferentes alternativas, que serão votadas a partir das 19 horas, para o processo de saída do Reino Unido da UE. As moções servem para perceber se existe uma alternativa que alcance uma maioria. O Governo britânico não é obrigado a seguir as moções que recebam votos favoráveis dos deputados, já que são apenas indicativas.

(Notícia atualizada às 18h38)

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Parlamento Europeu aperta regras. Automóveis vão ter de emitir menos CO2

  • Lusa
  • 27 Março 2019

O Parlamento Europeu aprovou novas metas de redução das emissões de gases com efeito de estuda dos automóveis. Vão haver incentivos para a compra de elétricos.

O Parlamento Europeu aprovou esta quarta-feira novas metas para a redução das emissões de dióxido de carbono (CO2) dos automóveis na União Europeia (UE) e incentivos para a venda de veículos de emissões zero e de baixas emissões.

De acordo com a nova legislação, aprovada no hemiciclo de Estrasburgo por larga maioria, com 521 votos a favor, 63 contra e 34 abstenções, as emissões médias de CO2 dos automóveis novos terão de ser inferiores em 15% em 2025 e em 37,5% em 2030, em comparação com os limites de emissões em 2021. Para os veículos comerciais ligeiros os objetivos serão de 15% e de 31%, respetivamente, estabelece a diretiva.

A nova legislação prevê também um mecanismo para incentivar a venda de mais veículos com nível nulo ou baixo de emissões, tais como os veículos totalmente elétricos ou os híbridos recarregáveis, e inclui disposições com vista a dissuadir a fraude em matéria de emissões, abrindo caminho ao desenvolvimento de uma metodologia comum da UE para a avaliação e comunicação de emissões ao longo do ciclo de vida dos veículos.

Estas novas medidas visam ajudar a UE a cumprir o compromisso assumido no âmbito do Acordo de Paris de reduzir as emissões de CO2 em, pelo menos, 40% até 2030. O transporte rodoviário foi responsável por 22% das emissões de gases com efeito de estufa da UE em 2015, com um aumento constante desta percentagem desde 1990. Os automóveis e os veículos comerciais ligeiros representaram 73% das emissões de gases com efeito de estufa do transporte rodoviário em 2015.

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Está aprovado. Palhinhas e loiça descartável acabam em 2021

  • Lusa
  • 27 Março 2019

Foi aprovada no Parlamento Europeu a lei comunitária que proíbe, a partir de 2021, as palhinhas de plástico e outros objetos descartáveis, como pratos, talheres e bebidas.

O Parlamento Europeu aprovou a nova lei comunitária que proibirá a venda de produtos de plástico de utilização única em toda a União Europeia a partir de 2021, já acordada entre representantes da assembleia e do Conselho (Estados-membros).

As novas regras, aprovadas esta quarta-feira por larga maioria no hemiciclo de Estrasburgo, com 560 votos a favor, 35 contra e 28 abstenções, proíbem certos produtos de plástico descartáveis para os quais existem alternativas, como pratos, talheres, cotonetes, palhinhas, agitadores para bebidas, varas para balões, produtos de plásticos oxodegradáveis e recipientes para alimentos e bebidas de poliestireno expandido.

A diretiva estabelece também que os Estados-membros tomem medidas para alcançar uma redução quantitativa de outros produtos de plástico de utilização única, como recipientes para alimentos e copos de plástico para bebidas, incluindo as respetivas coberturas e tampas.

Os Estados-membros terão de assegurar a recolha seletiva de pelo menos 90% das garrafas de plástico até 2029 – estando prevista uma meta vinculativa de, pelo menos, 25% de plástico reciclado para as garrafas a partir de 2025 –, e em 2030 todas as garrafas de plástico terão de respeitar um objetivo de, pelo menos, 30% de material reciclado.

Os toalhetes húmidos (toalhetes pré-humedecidos para higiene pessoal e uso doméstico) terão de ostentar uma marcação na sua embalagem para informar os consumidores da presença de plástico e dos danos causados ao ambiente se não forem deitados devidamente no lixo, o mesmo sucedendo em relação aos produtos do tabaco que dispõem de filtros que contêm plástico.

Os produtos de plástico descartáveis e as artes de pesca abrangidos pela diretiva representam cerca de 70% do lixo marítimo.

Por ocasião do acordo alcançado em dezembro passado entre Parlamento e Conselho em torno da proposta de lei apresentada em maio de 2018 pela Comissão Europeia, a associação ambientalista Zero considerou que o compromisso fica aquém do desejável, embora reconhecendo que é um esforço para reduzir a poluição com plástico.

“Não houve coragem de ir tão longe quanto era desejável, tendo o Conselho cedido ao lóbi do plástico, acabando por enfraquecer o acordo”, apontou a Zero, segundo a qual deveriam ter-se definido quantidades de redução como metas e alargado os prazos de “muitas das medidas”.

De recordar que o Governo português já antecipou o fim das palhinhas e da loiça descartável para 2020.

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Orçamento com excedente de 1.301 milhões de euros até fevereiro. Receitas crescem quatro vezes mais que as despesas

Os resultados da execução orçamental até fevereiro são conhecidos na mesma semana em que se soube que o défice de 2018 foi o mais baixo em democracia.

O Orçamento do Estado deste ano apresentou um excedente de 1.301 milhões de euros até fevereiro, uma melhoria de 1.032 milhões de euros face ao mesmo período do ano anterior, revela em comunicado o Ministério das Finanças. Uma boa notícia sobre a execução do último Orçamento da legislatura na semana em que foi conhecido o défice de 2018, o mais baixo em democracia. Receitas cresceram 10,7%, contra um aumento de 2,7% na despesa.

No comunicado, o ministério de Mário Centeno volta a chamar a atenção para a existência de efeitos que afetam a análise das contas até fevereiro, na ótica da contabilidade pública (a que mede a diferença entre pagamentos e recebimentos).

“A execução dos dois primeiros meses do ano encontra-se influenciada por efeitos que afetam a comparabilidade com 2018, ainda que sem impacto na ótica das contas nacionais, tais como: o alargamento a janeiro de 2019 do prazo de pagamento de impostos nas tesourarias de finanças, com impacto positivo receita (291 milhões de euros); o pagamento em 2018 de juros de swaps, o que implica uma redução em termos homólogos (306 milhões de euros).”

Receita de IVA cresce mais de 17%. Despesa com salários sobe 4,8%

O ministério de Mário Centeno adianta ainda que as receitas fiscais cresceram 13,7% nos primeiros meses face ao mesmo período do ano anterior, com o IVA – o imposto que mais pesa nas receitas fiscais – a subir mais de 17,6%. A cobrança de IRS gerou mais 7% de receita e a de IRC deu origem a mais 33,1%. O ministério salienta que estes resultados acontecem apesar da reforma do IRS e de não ter havido aumentos nas taxas.

As contribuições para a Segurança Social aumentaram 8,3% nos dois primeiros meses, continuando a tendência de aumento dos anos anteriores, que o ministério atribui à criação de emprego.

Do lado das despesas, a tutela destaca o aumento de 4,8% nos gastos com salários, o crescimento de 5,2% nas prestações sociais e a subida de 15% no investimento, quando descontados os gastos com as parcerias público-privadas (PPP).

Face a igual período do ano anterior, as dívidas dos hospitais aos fornecedores recuaram 504 milhões de euros, dizem as Finanças, antecipando informação a publicar pela Direção-Geral do Orçamento.

Centeno acumula bons sinais no défice

O Instituto Nacional de Estatística (INE) revelou terça-feira que o défice do ano passado ficou em 0,5% do PIB, abaixo da meta de 0,7% do PIB assumida pelo Governo em abril. O número saiu ainda melhor do que as perspetivas mais otimistas do ministro das Finanças, que em fevereiro apontava para 0,6% do PIB.

Apesar de ter um ponto de partida mais favorável para este ano, Mário Centeno não dá sinais de querer rever em baixa a meta do défice para 2019, que já coloca o défice em 0,2%, um registo próximo do equilíbrio. O Governo mantém alguma prudência numa altura em que a economia abranda e quando é esperada uma injeção de capital no Novo Banco acima do previsto.

A execução orçamental dos primeiros meses é pouco significativa para que possam ser retiradas conclusões para o conjunto ano. Para já, o Executivo socorre-se dela para sustentar a ideia de que a economia portuguesa pode não sofrer tanto com o abrandamento no bloco do euro.

“As contribuições sociais até fevereiro deste ano estão a crescer 7%, muito, muito acima do que tínhamos projetado para o Orçamento do Estado de 2018 e também para 2019. A receita dos principais impostos está a crescer muito mais do que tínhamos projetado também, de certa forma não sendo até compatível com a desaceleração da economia”, disse Mário Centeno a 16 de março à Lusa.

Em janeiro, a execução do Orçamento do Estado para 2019 arrancou com um excedente de 1.542 milhões de euros, uma melhoria de 751 milhões face ao mesmo mês de 2018.

(Notícia atualizada)

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BCE impulsiona bancos europeus. BCP dispara 3,8%

Draghi sinalizou que a terceira série de financiamento de baixo custo à banca poderá ter condições mais favoráveis se a economia ceder. Os bancos europeus celebraram as declarações.

A banca liderou os ganhos entre as cotadas europeias na sessão desta quarta-feira em bolsa. O presidente do Banco Central Europeu (BCE) sinalizou que a terceira série de financiamento de baixo custo à banca poderá ter condições mais favoráveis se a economia da Zona Euro ceder e impulsionou as ações dos bancos. Em Lisboa, o BCP não foi exceção, tendo valorizado 3,81% para 0,229 euros por ação.

O BCE vai iniciar, em setembro, uma nova ronda de operações de refinanciamento de prazo alargado — TLTRO III — para estimular a economia. O programa de TLTRO era esperado pelo mercado, mas houve desilusão porque o prazo será mais curto que nas anteriores duas séries (cai para dois anos, de três) e o juro será variável. Esta quarta-feira, Mario Draghi garantiu que pretende “preservar as condições favoráveis de financiamento dos bancos e manter uma transmissão eficiente da política monetária através da banca”.

“As nossas decisões garantem que a orientação da política mantém-se acomodatícia face ao outlook de crescimento mais fraco. E o ajustamento dos restantes parâmetros do TLTRO III irão refletir a evolução das condições macroeconómicas“, sublinhou Draghi, no discurso de abertura da conferência The ECB and Its Watchers XX, em Frankfurt.

Juro das Bunds caminha para mínimos recorde

O índice pan-europeu da banca Stoxx Banks ganhou 0,66%, enquanto o índice das 600 maiores empresas europeias subiu apenas 0,01%. O espanhol IBEX 35 subiu 0,52% e o italiano FTSE MIB avançou 0,26%. Em Lisboa, o PSI-20 ganhou 0,46% para 5.161,58 pontos.

Além do BCP, a Pharol também se destacou, com um ganho de 2,25% para 0,19 euros por ação, em reação ao anúncio dos lucros de cinco mil milhões de euros da brasileira Oi em 2018. A Sonae avançou 1,85%, a Galp ganhou 0,75% e a EDP subiu 0,43%. A travar os ganhos estiveram os CTT, que caíram 1,47%, a Jerónimo Martins, que perdeu 1,45% e a EDP Renováveis, que cedeu 0,36%.

O sentimento positivo não foi generalizado as todas as bolsas europeias. O alemão DAX perdeu 0,05% e o francês CAC 40 cedeu 0,12%, numa altura em que se prolongou a fuga dos investidores para dívida. “Têm havido movimentos notáveis no fixed income e poderão ser as expetativas de que, em ambos os lados do Atlântico, a política monetária irá manter-se facilitista que estão a atirar as yields para baixo“, afirmou o head of rates strategy do Rabobank, Richard Maguire, em declarações à Reuters.

A yield das Bunds alemãs a 10 anos continua em terreno negativo, tendo chegado a tocar um mínimo intraday de -0,094%, a apenas 12 pontos base dos mínimos de sempre atingidos em 2016. Em Portugal, o juro da dívida benchmark perde 3,7 pontos para 1,255%, no dia em que o Tesouro realizou uma troca de 619 milhões de euros em dívida para adiar o reembolso em 11 anos.

(Notícia atualizada às 17h)

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Comboios avariados e falta de material levam CP a cortar 3.093 ligações

  • Lusa
  • 27 Março 2019

Número de viagens suprimidas à conta de avarias ou anomalia no material circulante é ultrapassado pelas viagens cancelas por greve: 8.436 ligações.

A CP – Comboios de Portugal suprimiu 12.031 comboios no ano passado, sendo que 8.436 devido a greves na operadora e na Infraestruturas de Portugal, adiantou a empresa em resposta à Lusa.

Além das paralisações laborais, a CP suprimiu comboios por avaria ou anomalia de material (3.093) e outras causas (502), de acordo com os mesmos dados. Segundo a companhia, estas causas não especificadas incluem “situações relacionadas com infraestrutura, acidentes/incidentes, condições meteorológicas”, entre outras.

A CP recordou ainda que, em 2018, “registaram-se 10 dias de greve no setor ferroviário com impacto significativo na operação da CP. Em 2019, até este momento, não se registaram greves com impacto na operação”.

No ano passado, foram realizados 431.120 comboios, adiantou a empresa.

A CP usa o índice de regularidade para monitorização e avaliação dos seus serviços, que consiste no número de comboios programados face ao número de realizados. “Em 2018, esse índice foi de 97,02%”, ou seja, “realizou 97% dos comboios programados”, revelou a empresa.

No início deste ano, a performance melhorou. Em 2019, o índice de regularidade regista uma subida face aos valores do ano anterior, com janeiro a atingir 99,27% e fevereiro a fechar com 99,06%.

De acordo com a transportadora, estes “valores traduzem uma melhoria da ‘performance’ da CP, que fica a dever-se às medidas implementadas para fazer face aos constrangimentos registados ao nível do parque de material circulante, particularmente, no material diesel”.

Estas medidas passam pela contratação de 102 trabalhadores para a EMEF (Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário) “que veio permitir o aumento da capacidade de resposta e, consequentemente, melhorar os níveis de disponibilidade de material da CP”, assim como pelo reforço do parque de automotoras diesel que foram alugadas à espanhola Renfe, com mais quatro composições, sendo que a primeira já está ao serviço.

“A segunda unidade deverá chegar a Portugal nas próximas semanas. A entrega das restantes unidades está prevista para os meses de junho e setembro”, de acordo com a mesma fonte.

Além disso, a CP está a analisar cinco candidaturas para o fornecimento de 22 comboios, pelas empresas Patentes Talgo SLU, Standler Service Nederland, Construciones y Auxiliar de Ferrocarriles, Alstom Transporte e Siemens Mobility Unipessoal. O concurso está avaliado em 168 milhões de euros.

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Ministra assume que deve falhar meta de dar médico de família a todos os portugueses

  • Lusa
  • 27 Março 2019

O objetivo de atribuir um médico de família a todos até ao fim da legislatura não deve ser cumprido. Atualmente, cerca de 600 mil portugueses ainda não têm médico de família.

A ministra da Saúde assumiu esta quarta-feira que não deverá ser possível cumprir a meta do Governo de ter todos os portugueses com médico de família atribuído até ao final da legislatura.

Na audição parlamentar de Saúde, na Assembleia da República, a ministra Marta Temido reconheceu que, para cumprir esse objetivo, era necessário que todos os inscritos para exame final de especialidade de medicina geral e familiar ficassem retidos no Serviço Nacional de Saúde e ainda que não houvesse aposentações de médicos.

“São duas circunstâncias que provavelmente não se concretizarão, mas estamos cada vez mais próximos da meta que fixámos (…). A meta de 100% de cobertura poderá não se conseguir realizar até ao fim da legislatura”, afirmou a ministra no final da comissão em declarações aos jornalistas.

Atualmente, segundo dados oficiais, há perto de 600 mil portugueses ainda sem médico de família. Segundo números apresentados esta quarta-feira por deputados do PSD, o anterior Governo conseguiu passar de 1,8 milhões de portugueses sem médico de família atribuído para um milhão, sendo este o número de utentes sem médico no início da atual legislatura.

A ministra Marta Temido recordou ao PSD que a atribuição de médicos de família a mais portugueses durante o anterior Governo se deveu em grande medida ao aumento dos utentes nas listas de cada médico, passando de 1.550 para cerca de 1.900.

Sobre os concursos médicos que ficam com vagas por preencher, a ministra revelou ainda que há profissionais que preferem a modalidade de contratos de prestação de serviço.

“As preferências individuais são algo que não controlamos. Não me parece que haja nenhum anátema em reconhecer que há preferências individuais”, afirmou Marta Temido aos jornalistas, depois de ter deixado a mesma ideia na comissão parlamentar de Saúde.

A ministra referiu que ainda se regista um crescimento do recurso à prestação de serviços médicos, adiantando que o Ministério “não pode deixar de reconhecer que há opções individuais [dos médicos] que vão no sentido” de manter as prestações de serviço.

Sobre as razões para essa opção, Marta Temido entende que cada caso deverá ter uma justificação concreta, mas assume que as prestações de serviço possam ser mais atrativas em termos financeiros ou dar maior liberdade de organização da vida pessoal.

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Há um novo iOS. O 12.2 dá mais segurança ao iPhone

Já pode descarregar e instalar o novo iOS 12.2 no iPhone ou iPad. A Apple lançou a nova atualização para corrigir mais de 50 falhas de segurança no software dos aparelhos.

Já está pronta a instalar a nova atualização do sistema operativo dos iPhones e iPads, que adiciona algumas novas funcionalidades aos dispositivos da Apple e, mais importante, corrige algumas falhas de segurança descobertas pela marca.

A nova atualização do iOS 12.2 é grande: tem 830 MB. Mas serve para corrigir mais de 50 vulnerabilidades encontradas pela Apple no software dos dispositivos, de acordo com a CNN Business. Uma delas poderia permitir que aplicações maliciosas usassem o microfone do iPhone para gravar áudio. Estas correções são feitas com frequência pelas tecnológicas e não há razão para alarme.

O iOS 12.2 já está disponível para os modelos do iPhone 5S em diante. O download e a instalação podem ser feitos em “Definições -> Geral -> Atualizações de Software”.

Entre as funcionalidades novas estão algumas que não vão estar imediatamente disponíveis em Portugal, como é o caso do novo serviço de assinatura de jornais Apple News+. Mas o pacote traz novos Animojis (emojis animados), ensina novos truques à assistente Siri e melhora as mensagens de áudio, segundo a Forbes.

A Apple anunciou na segunda-feira uma mudança de foco e vai passar a dar mais importância aos serviços do que aos aparelhos físicos, como os telemóveis e os tablets. No já habitual evento de primavera, que a empresa promoveu esta semana, anunciou vários serviços novos no portefólio. Entre eles, uma atualização à Apple TV para passar a concorrer com a Netflix, assim como um cartão de crédito.

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Huawei disponível para colaborar com reguladores europeus para garantir rede 5G

  • Lusa
  • 27 Março 2019

A chinesa Huawei mostrou-se disponível para colaborar com os reguladores europeus na implementação da rede 5G de forma segura. Empresa tem sido acusada de colaborar com o regime chinês.

A chinesa Huawei, sobre a qual têm recaído suspeitas de espionagem em dispositivos de quinta geração móvel (5G), garantiu estar disponível para “contribuir” para a cibersegurança na União Europeia (UE), esperando que a tecnologia “seja um sucesso”.

Na terça-feira, a Comissão Europeia apresentou medidas para os Estados-membros adotarem na implementação do 5G, permitindo-lhes excluir empresas “por razões de segurança nacional”, numa altura em que a fabricante Huawei está acusada de crimes como espionagem industrial.

Reagindo ao documento, o representante da Huawei para as Instituições Europeias, Abraham Liu, sublinha que a companhia “está fortemente comprometida em continuar a trabalhar com todos os reguladores e parceiros para garantir que a implementação do 5G na Europa seja um sucesso”.

“Percebemos as preocupações com cibersegurança que os reguladores europeus têm e, com base num entendimento mútuo, pretendemos contribuir para o quadro europeu de cibersegurança”, acrescenta o responsável, numa declaração enviada à agência Lusa. Abraham Liu adianta que “a Huawei acolhe com satisfação a abordagem objetiva e ponderada da recomendação da Comissão Europeia sobre a segurança no 5G”.

No documento divulgado na terça-feira, Bruxelas argumenta que “as medidas concertadas, adotadas tanto a nível nacional como europeu, devem garantir um elevado nível de segurança cibernética”, já que um ciberataque “afetaria a UE no seu conjunto”. Entre as “medidas operacionais” incluídas na recomendação, está, por isso, a indicação de que “os Estados-membros da UE têm o direito de excluir empresas dos seus mercados por razões de segurança nacional, se estas não cumprirem as normas e o quadro jurídico do país”.

Para o investigar, Bruxelas estipula que “cada Estado-membro deve concluir uma avaliação nacional dos riscos das infraestruturas da rede 5G” até 30 de junho, devendo depois transmitir o resultado, até 15 de julho, à Comissão Europeia e à Agência da UE para a Segurança das Redes e da Informação.

Tendo em conta esses riscos, “os Estados-membros devem atualizar os requisitos de segurança existentes para os fornecedores de rede e incluir condições para garantir a segurança nas redes públicas, especialmente quando concedem direitos de utilização de radiofrequências em faixas 5G”, acrescenta.

Além de atuarem nos seus territórios, os países da UE devem também trabalhar em conjunto, segundo a Comissão Europeia, que defende na recomendação uma “abordagem comum” às ameaças, o que passa pela “troca de informações” com vista a uma “avaliação coordenada dos riscos”. Esta avaliação geral na UE deverá ser feita até 1 de outubro, em coordenação com a Agência da UE para a Segurança das Redes e da Informação.

Bruxelas pede que, até 31 de dezembro, os Estados-membros cheguem a acordo sobre possíveis medidas de mitigação, que podem passar por questões como requisitos de certificação, testes, monitorização, assim como a identificação de produtos ou fornecedores considerados potencialmente não seguros. O executivo comunitário sugere, inclusive, incluir na nova lei de cibersegurança europeia, que entrará em vigor nas próximas semanas, um sistema de certificação que abranja redes e equipamentos 5G.

A Huawei é acusada de espionagem industrial e outros 12 crimes pelos Estados Unidos, país que chegou a proibir a compra de produtos da marca em agências governamentais e que tem tentado pressionar outros, como Portugal, a excluírem a empresa no desenvolvimento das redes 5G. Portugal já disse que não o fará e desvalorizou a polémica.

A Huawei tem também rejeitado as suspeitas, insistindo que não tem backdoors para aceder e controlar qualquer dispositivo sem o conhecimento do utilizador.

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Trabalhadores do Banco de Portugal vão ter aumento salarial de 0,75%

Supervisor anunciou aos sindicatos que vai proceder à atualização dos salários pelo valor de 0,75% com efeitos a partir de 1 de janeiro de 2018.

O Banco de Portugal vai aumentar os salários dos trabalhadores em 0,75%, com efeitos retroativos a 1 de janeiro de 2018, anunciou o supervisor liderado por Carlos Costa aos sindicatos, acompanhando a atualização prevista no Acordo Coletivo de Trabalho do setor bancário.

“O Acordo de Empresa do Banco de Portugal assinado com todos os Sindicatos desde 2009 estipula que o Banco de Portugal atualizará as tabelas salariais tendo por base a atualização que decorre no Acordo Coletivo de Trabalho do setor bancário”, confirmou a instituição ao ECO.

Antes, também a Caixa Geral de Depósitos tinha chegado a um acordo para rever em alta os salários em 0,75%, estipulando um aumento mínimo de 18 euros.

Aos sindicatos, o Banco de Portugal informou há cerca de um mês que o valor da atualização “pretende traduzir uma abordagem da negociação concluída pela Associação Portuguesa de Bancos, no âmbito do Acordo Coletivo de Trabalho Bancários, mais adequada à realidade empresarial do Banco de Portugal e tem como referência os aumentos salariais que tiveram lugar nos três maiores bancos comerciais subscritores daquele acordo coletivo”, segundo revela o Sintaf.

Este sindicato lamentou que o supervisor tenha decidido uma subida salarial que “não cobre a inflação” e que “não tem em conta os ganhos de produtividade alcançados pelo Banco de Portugal nem os resultados alcançados e distribuídos nos últimos anos”.

O Banco de Portugal contrapõe: “Os 0,75% foram aquilo que os sindicatos acordaram com o setor, pelo que o Banco de Portugal apenas aplicou o resultado dessas negociações. Se fosse mais alto seria aplicado de igual modo”.

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Pedro Melo e a saída da PLMJ: “Senti que o meu caminho já não era ali”

Depois de 17 anos na PLMJ, Pedro Melo rumou à Miranda em 2019. Este é um novo capítulo na sua carreira. À Advocatus conta como o Colégio Militar, o contencioso e o desporto são fulcrais na sua vida.

Autor de mais de dez livros e de outras dezenas de artigos, Pedro Melo é atualmente uma das referências da área do direito público e regulatório em Portugal. Com mais de 20 anos de experiência, dos quais 17 na PLMJ, dez deles como sócio, integra desde o início de fevereiro a Miranda & Associados. Uma transferência de peso no mercado da advocacia, logo a abrir 2019. “A Miranda é a sociedade de advogados portuguesa mais internacional. Trata-se de um dado de facto indisputável. Ninguém, seriamente, pode negar esta realidade”, justifica o novo sócio deste escritório.

Pedro Melo, novo sócio da Miranda, diz em entrevista à Advocatus que a transição da PLMJ foi natural e que não olha para trás. A razão da mudança? A internacionalização do escritório.Hugo Amaral/ECO

À Advocatus, revela que o percurso na PLMJ é um capítulo que se encerra agora e é com naturalidade que encara a mudança. “Nunca me neguei a dar o meu contributo ao escritório e fi-lo muitas vezes. Cumpri a minha obrigação de sócio, como os demais. Mas chegou um momento em que senti que o meu caminho já não era ali e decidi virar a página. Foi um ciclo que se fechou. Acontece muito nos dias que correm. Felizmente, sempre tive opções. Na advocacia e fora dela”, explica o jurista, que afirma que nunca foi de olhar para trás.

“Digo muitas vezes: o passado é tão forte que nem Deus o pode alterar. Não vale a pena olhar para trás. É o que é. Ficou lá. Estou completamente de olhos postos no meu futuro e no futuro desta firma”. Sobre os clientes que seguem consigo, não revela, mas mostra-se “muito satisfeito” com as manifestações de confiança que recebeu por parte deles.

Além do dia-a-dia no escritório, Pedro Melo divide ainda o seu tempo entre as aulas que dá na faculdade de Direito da Universidade de Lisboa e o tempo em casa, com os três filhos. Mas não tenciona parar por aqui.

“Ando sempre a pensar em inúmeras coisas que tenho para fazer ou que quero fazer: no trabalho que tenho entre mãos, naquele que queria ter, num artigo que tenho para escrever, numa aula que tenho que dar, numa conferência que se aproxima e que ainda não está preparada…”, revela. É por essa razão que evita olhar para trás. “Se a tudo isto juntar a minha família, com três filhos ainda pequenos… Acredite que me falta mesmo tempo para pensar no passado. É raríssimo”, acrescenta o advogado.

"Nunca me neguei a dar o meu contributo ao escritório e fi-lo muitas vezes. Cumpri a minha obrigação de sócio, como os demais. Mas chegou um momento em que senti que o meu caminho já não era ali e decidi virar a página. Foi um ciclo que se fechou.”

Pedro Melo

Sócio da Miranda e Associados

A decisão de ir para a Miranda prendeu-se muito com a internacionalidade do escritório, presente em mais de dez jurisdições, mas o ambiente também foi crucial para a mudança. “Há aqui um bom clima. As pessoas dão-se bem, os sócios são coesos e saudavelmente ambiciosos. Isso agrada-me muito. Foi assim que fui educado”, conta o advogado, que não fez ainda um mês na casa. “Fui muito bem recebido. Parece que já cá estou há um ano”.

O seu trabalho tem passado, grandemente, pela assessoria jurídica a projetos de infraestruturas em diversos domínios, como o rodoviário, o portuário, o aeroportuário e o ferroviário. Áreas a que acrescem os transportes públicos e a área do direito da energia.

Contudo, nos últimos tempos, os novos projetos têm ficado para trás. “Tenho trabalhado sobretudo em renegociações de contratos de concessão, em contratos de empreitada, em pedidos de reequilíbrio financeiro e em contencioso, fundamentalmente, contencioso arbitral”, conta. Em Portugal, o mercado está muito saturado, explica, “e não é crível que nos próximos anos venhamos a ter muitos mais projetos desta natureza, na área do direito público”.

O Colégio Militar como herança

A influência militar esteve desde muito cedo presente na vida de Pedro Melo. “Passei muitas horas da minha infância e juventude em unidades militares”, conta. Principalmente da parte do pai, antigo oficial de cavalaria. Isso permitiu-lhe conhecer a vida militar “por dentro”. “Uma sorte incomensurável”, classifica o jurista, que seguiu para estudar no Colégio Militar e em cuja carreira pensou que seguiria no futuro, durante muitos anos.

“O Colégio Militar foi do melhor que me aconteceu na vida; o que pode parecer um paradoxo porque nos anos 80 aquilo era muito duro. Depois, toda aquela azáfama, inúmeras atividades diárias, intelectuais, desportivas e de formação militar, revelou-se extraordinária. Esculpiu-me o espírito. Marcou-me”, diz Pedro Melo, num tom saudosista, sobre uma casa que foi decisiva no resto da sua vida porque, de resto, foi através dela que conheceu a sua mulher.

"O Colégio Militar foi do melhor que me aconteceu na vida; o que pode parecer um paradoxo porque nos anos 80 aquilo era muito duro. Esculpiu-me o espírito. Marcou-me.”

Pedro Melo

Sócio da Miranda e Associados

“Comecei a fazer esgrima no Colégio Militar tive a felicidade de poder representar o nosso país em diversos campeonatos. Mais: conheci aí a minha mulher! Também ela uma esgrimista. Se não fosse o Colégio Militar… A minha vida teria efetivamente sido outra”.

Direito foi segunda via

A carreira militar sempre foi praticamente certa para Pedro Melo. No entanto, as suas apetências pareciam apontar para outro lado quando chegou a altura de escolher. “Todos os testes psicotécnicos que à data se faziam, bem como vários dos meus professores me diziam que eu deveria ir para Letras ou para Direito”. E a conselho do pai, seguiu para a Faculdade de Direito, “na dita Clássica”, em 1990.

Em 1995, quando acabou o curso, começou a trabalhar na antiga Pena, Machete & Associados (hoje CMS Rui Pena & Arnaut). Daí saiu para a PLMJ, em 2002 ou 2003, não consegue precisar. Foi aí que a sorte lhe “voltou a sorrir”, e onde acabou por ficar grande parte da sua carreira, até 2018, e onde chegou a sócio e a coordenador do da área de prática de direito público.

Antes disso, passou pela área de direito administrativo, mas também penal, laboral, societário e, “sobretudo, muito contencioso”. Hoje em dia também se dedica ao direito do desporto quando pode, sendo árbitro no TAD. No geral, encara o seu percurso com satisfação. “Creio que é sempre assim na nossa vida, ma combinação de contingências e de decisões”. Para o resumir cita o filósofo José Ortega y Gasset. Já ele dizia, “há quase um século, que nós somos nós e as nossas circunstâncias”.

Do Colégio Militar ficam os valores, as memórias e uma grande “herança”. Foi lá por exemplo que conheceu a mulher, quando fazia esgrima. “Uma sorte incomensurável”, é assim que resume a ligação a esta escola.Hugo Amaral/ECO

A propósito do ataque pirata de que a PLMJ foi alvo recentemente, Pedro Melo conta como a revelação de e-mails entre alguns advogados do escritório e clientes, e outras informações confidencias, o deixou apreensivo. “Fiquei apreensivo, incrédulo mesmo. Acho que o sentimento foi generalizado, mas rapidamente me apercebi de que este tipo de situações vieram para ficar e que serão inevitáveis. Por muito cuidado que se tenha… E há muitos anos que há esse cuidado, pode acontecer. É um risco atual nas nossas vidas”, comenta, preocupado.

Sobre o facto de o ‘hacker’ em causa se ter escudado no estatuto de ‘whistleblower’ para justifcar as suas ações, isto é, na função de delator que expõe possível atividade criminosa, uma figura prevista na legislação europeia, Pedro Melo não tem dúvidas. “Não me venham com essa conversa dos ‘whistleblowers’, estamos a falar da prática de um crime, logo, de criminosos”, sentencia o jurista.

“Não há que ter contemplações. Se for preciso investigar, investigue-se, mas de acordo com os cânones tradicionais previstos na lei e escrutináveis. Se é preciso melhorá-los, melhore-se; mas não podemos ser condescendentes com estas práticas. Não vale tudo”.

Escritórios no futuro querem-se mais internacionais

Sobre os principais desafios das sociedades de advogados para os próximos tempos, Pedro Melo vai direto ao assunto: “claramente, a internacionalização”. “Há muita concorrência no mercado interno e este não é infinito. Acresce que se torna difícil dar carreiras auspiciosas aos advogados mais novos nas circunstâncias atuais. É difícil gerir estas expectativas”, aponta. Quando agora faz a retrospetiva, e olha para a altura começou a exercer, considera que a prática de advocacia hoje em dia torna-se cada vez mais árdua e exigente.

"Personalidades da advocacia de outrora, pessoas de elevado caráter, rareiam. Nisso, a profissão degradou-se imenso. Há muitos escroques.”

Pedro Melo

Sócio da Miranda e Associados

A seu ver, hoje, “há menos tempo para se produzir trabalho com qualidade, o que exige muitas horas roubadas à família. E há menos previsibilidade. Isso gera uma crescente ansiedade nas gerações mais novas”. Soluções? “É preciso estudar e trabalhar mais, não há outra alternativa. O mercado vai encarregar-se de escolher os melhores; não há espaço para gente mediana, muito menos medíocre”, aponta. Algo que pode até nem ser mau, depende da perspetiva “mais ou menos hedonista que se tenha da vida”.

Ainda assim, não deixa de salientar uma certa “vulgaridade” e “videirismo” na advocacia atualmente. “Personalidades da advocacia de outrora, pessoas de elevado caráter, de indiscutível probidade, exemplos para os mais novos, rareiam. Nisso, a profissão degradou-se imenso. Há muitos escroques”, remata.

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David Justino acusa Governo de ter “uma teia de cumplicidades de base familiar”

  • ECO
  • 27 Março 2019

O vice-presidente do PSD acusou o primeiro-ministro de ser o "responsável moral" pela existência de várias ligações familiares entre membros do Governo.

O vice-presidente do PSD, David Justino, acusou o primeiro-ministro de ser “o responsável moral” pela existência de um “familismo” dentro do PS, e afirmou que “há uma teia de cumplicidades de base familiar” no Governo de António Costa. As declarações surgem numa altura em que o Governo tem sido criticado pelas ligações familiares entre vários ministros, secretários de Estado e chefes de gabinete.

Em entrevista à TSF, David Justino disse que “ninguém levantou problemas” por ser “um caso ou outro”. “O problema é que começamos a descobrir que os casos se multiplicam não só ao nível de ministério, mas também ao nível da máquina de suporte ao funcionamento dos gabinetes ministeriais”, atirou o vice-presidente do maior partido da oposição.

“Relativamente a um órgão executivo em que há uma teia de cumplicidades de base familiar no funcionamento desse mesmo órgão, aí já tenho de pôr todas as reservas, não só morais, mas éticas acima de tudo”, disse David Justino, apontando o dedo ao chefe do Executivo, António Costa, por ainda não ter feito “um mea culpa“.

Além das críticas, o social-democrata prometeu que “nunca pertenceria” a um Governo com ligações familiares. E foi ainda mais longe, garantindo que, se fosse líder do Executivo, “nunca aceitaria” a existência de ligações familiares entre ministros.

“Como primeiro-ministro, nunca aceitaria que houvesse relações familiares entre os ministros pertencentes ao mesmo Governo” e que “nos gabinetes ministeriais houvesse elementos familiares não só do ministro responsável mas de outros ministros existentes”, afirmou o vice-presidente do PSD.

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