Sindespor mantém greve. Presidente faz greve de fome

  • Lusa
  • 19 Fevereiro 2019

Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal vai manter a greve em blocos operatórios e o seu presidente anunciou que vai entrar em greve de fome até o Governo voltar às negociações.

O Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (Sindepor) vai manter a greve em blocos operatórios e o seu presidente anunciou que vai entrar em greve de fome até o Governo voltar à mesa das negociações.

Carlos Ramalho disse, esta terça-feira, em Évora, que vai iniciar a greve de fome na quarta-feira às 12h00 junto ao Palácio de Belém, residência oficial do Presidente da República.

O dirigente sindical falava em conferência de imprensa na sede de Évora da UGT, depois de o Ministério Saúde ter anunciado que iriam ser marcadas faltas injustificadas, a partir de quarta-feira, a todos os enfermeiros que adiram à greve.

Esta posição do ministério surge na sequência de um parecer da Procuradoria-Geral da República que considera ilícita a greve dos enfermeiros nos blocos operatórios.

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REN tem luz verde para investir 535 milhões até 2027

  • ECO e Lusa
  • 19 Fevereiro 2019

O Plano de Desenvolvimento e Investimento na Rede de Transporte de Eletricidade 2018-2027 prevê um investimento total de 535,1 milhões de euros.

A REN tem “luz verde” para avançar com os investimentos na rede. A secretaria de Estado da Energia aprovou o Plano de Desenvolvimento e Investimento na Rede de Transporte de Eletricidade, para o período entre 2018-2027, no valor de 535,1 milhões de euros.

“Foi aprovado pela Secretaria de Estado da Energia o Plano de Desenvolvimento de Investimento na Rede de Transporte de Eletricidade para o período 2018-2027”, refere a REN num comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

De acordo com a informação remetida ao mercado, o Plano de Desenvolvimento e Investimento na Rede de Transporte de Eletricidade (PDIRT-E) 2018-2027 tem um montante total de investimento (CAPEX) de 535,1 milhões de euros.

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Rui Rio defende que salário mínimo deve ser igual para todos

  • Lusa
  • 19 Fevereiro 2019

“Nós não podemos discriminar as pessoas, não podemos dizer que os que trabalham no setor privado recebem menos e os do público mais, ou vice-versa”, afirmou o líder do PSD.

O presidente do PSD, Rui Rio, afirmou esta terça-feira que o salário mínimo nacional tem que ser igual para todos, sem discriminar, e disse, ainda, concordar com a posição política do Presidente da República. Marcelo Rebelo de Sousa explicou que promulgou a nova base remuneratória da administração pública nos 635,07 euros porque as “certezas foram superiores às dúvidas”.

O Presidente da República disse que entendeu que “pesava mais um argumento de justiça social que era o não sacrificar aqueles que estão na situação mais difícil dentro da função pública”. “Concordo com a posição política do Presidente da República e repito, é a mesma que eu já disse”, afirmou Rui Rio, que falava aos jornalistas à margem de uma visita ao Hospital de Bragança.

O líder do PSD referiu que o Presidente da República optou por “chamar a atenção, sem vetar”, até porque se vetasse o diploma, as coisas voltavam ao princípio e era “meramente simbólico”. “O salário mínimo nacional é algo que todos nós temos consciência que está abaixo daquilo que é justo e, portanto, tem que ser igual para todos, não podemos discriminar”, salientou.

Para Rui Rio, o “salário mínimo nacional é pouco, é sempre pouco e não é maior porque a economia portuguesa não permite pagar mais, porque quem cumpre as funções, sejam elas quais forem, de uma forma satisfatória merece mais do que 600 euros por mês”.

“Nós não podemos discriminar as pessoas, não podemos dizer que os que trabalham no setor privado recebem menos e os do público mais, ou vice-versa”, frisou.

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Pagar dívidas fiscais a prestações? Governo quer pedidos apenas feitos online

  • Lusa
  • 19 Fevereiro 2019

Proposta do Governo é justificada com o objetivo de introduzir “melhorias na operacionalização dos serviços da administração tributária". Vai ser discutida no Parlamento.

O Governo quer que os pedidos de pagamento de dívidas a prestações passem a ser submetidos apenas por via eletrónica, segundo prevê uma proposta de alteração a vários diplomas fiscais que vai ainda ser discutida no Parlamento.

“Os pedidos de pagamento em prestações contêm a identificação do requerente, a natureza da dívida e o número de prestações pretendido, devendo ser apresentados por via eletrónica, no prazo de 15 dias a contar do termo do prazo para o pagamento voluntário”, refere a proposta de lei.

Esta nova redação elimina a disposição legal que atualmente vigora e que determina que estes pedidos devem ser apresentados nas direções distritais de finanças da área fiscal do domicílio do devedor.

O mesmo diploma prevê também que o pedido para os pagamentos em prestações deve ser apresentado antes da instauração do respetivo processo de execução fiscal.

A redação atual da lei refere que o prazo para o pedido chegar é a que corresponde à data limite de pagamento da nota de cobrança.

Na prática, a nova formulação acaba por dar mais uns dias ao devedor, na medida em que o prazo apenas termina quando o fisco instaurar o processo de cobrança.

Por outro lado, as dívidas de IRS e de IRC até cinco mil e 10 mil euros, respetivamente, podem ser pagas em prestações com isenção de garantia, desde que o requerente não tenha outras dívidas fiscais.

Mas, também aqui estes pedidos têm de ser apresentados apenas por via eletrónica, até 15 dias após o termo do prazo do pagamento voluntária, devendo “conter a identificação do requerente e a natureza da dívida”.

Atualmente, estes pedidos já devem ser apresentados por via eletrónica, mas ainda é possível fazê-lo nos serviços de finanças correspondentes ao domicílio fiscal do devedor.

Em caso de falha do pagamento de prestações de uma dívida em que foi prestada garantia, é alargado de 10 para 30 dias o prazo para a entidade que a prestou efetuar o pagamento da dívida até ao valor da garantia prestada. Findo este prazo, o fisco avança com o processo de execução fiscal.

A proposta do Governo procede à alteração de vários diplomas fiscais sendo justificada com o objetivo de introduzir “melhorias na operacionalização dos serviços da administração tributária e ajustes cirúrgicos” em normas relacionadas com as obrigações declarativas dos contribuintes.

É através deste diploma que o Governo também se propõe alargar em cinco dias o prazo para as empresas entregarem o IVA.

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A tarde num minuto

Não sabe o que se passou durante a tarde? Fizemos um vídeo que reúne as notícias mais relevantes, em apenas um minuto.

Depois do Presidente da República ter promulgado o aumento da base remuneratória da Função Pública, o Ministério das Finanças deu orientações aos serviços para já processarem subida salarial.

Banco liderado por Paulo Macedo cumpre “com uma significativa margem” os rácios de capital exigidos pelo BCE. É um dos passos necessários para o banco voltar a dar dividendos ao Estado.

Carlos Costa pede novos empreendedores para regenerar a economia portuguesa. Mas também recomendou às empresas existentes que distribuam dividendos com base em contas transparentes.

A Sonae Indústria vai encerrar uma unidade de produção na Alemanha. O fecho vai levar a empresa portuguesa a reconhecer uma imparidade que fará afundar as contas do final do ano.

Regulador liderado por João Cadete de Matos aponta o dedo a um comunicado recente dos CTT, no qual diz ter encontrado “informação enganosa”. Polémica diz respeito às reclamações no setor postal.

 

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Dos pontos ao SMN. As três grandes dúvidas de Marcelo sobre os aumentos na Função Pública

Marcelo Rebelo de Sousa deu o seu "sim" ao aumento da base remuneratória da Função Pública, mas disse ter dúvidas sobre diploma, dando até eco a algumas das reivindicações dos sindicatos.

Quase um mês depois de ter sido aprovado em Conselho de Ministros, o aumento da base remuneratória da Função Pública para 635 euros recebeu “luz verde” do Presidente da República. Apesar de ter dito “sim” a esta medida, Marcelo Rebelo de Sousa fez questão de levantar “dúvidas” sobre a “opção política” tomada pelo Executivo de António Costa, fazendo ecoar algumas das reivindicações que têm sido feitas pelos sindicatos.

“Apesar das dúvidas que uma opção política desta natureza sempre suscita, nomeadamente no tratamento similar de situações porventura diversas, na preterição de outros escalões administrativos e na comparação com o salário mínimo nacional, considerando que a não promulgação implicaria mais um sacrifício para uma fração da Administração Pública muito significativa em número e sobretudo em rendimentos recebidos, o Presidente da República promulgou o diploma”, lê-se na nota divulgada no site da Presidência.

Em causa está a concentração dos 50 milhões de euros reservados no Orçamento do Estado para 2019 para valorizações remuneratórias na Administração Pública apenas nos escalões mais baixos. O Ministério das Finanças escolheu, assim, usar esse montante para aumentar a limite salarial mínimo para o valor equivalente à quarta posição da Tabela Remuneratória (TRU), deixando de fora os cerca de “600 mil funcionários” que há dez anos não recebem subidas deste tipo.

Esta medida foi apresentada em dezembro aos sindicatos, tendo gerado fortes críticas e até uma greve geral da Administração Pública.

Poucos dias depois dessa paralisação — e quase um mês após a aprovação do diploma referido em Conselho de Ministros –, o Presidente da República definiu, por fim, a sua posição, dando luz verde ao decreto-lei. Ainda assim, Marcelo Rebelo de Sousa deixou três grandes dúvidas que vão ao encontro de algumas das reivindicações que têm sido feitas pelas estruturas sindicais.

“Tratamento similar de situações diversas”

A primeira preocupação adiantada por Marcelo Rebelo de Sousa é relativa ao eventual “tratamento similar de situações diversas”. Sob esta alçada (e segundo as reivindicações que têm sido feitas pelos sindicatos), cabem pelo menos duas situações: a dos trabalhadores que também chegam à quarta posição da TRU por via da progressão (e não por via administrativa) e a dos trabalhadores que acabaram de entrar na Administração Pública e que passam a receber o mesmo que alguém que tenha feito uma carreira mais longa.

No que diz respeito à primeira situação, estão em causa os funcionários públicos que, reunindo as condições de antiguidade para progredir (dez pontos) chegarão, este ano, à quarta posição da TRU. Gastam, deste modo, os seus créditos, mas ficam na mesma posição remuneratória que aqueles abrangidos pela atualização administrativa da base salarial.

As estruturas sindicais têm defendido que estes funcionários deveriam manter esses dez pontos, permitindo o seu uso na passagem da nova base remuneratória para o escalão seguinte (683 euros).

A propósito dos pontos, quem chegar aos 635 euros pela via administrativa também usa (e perde) esses créditos. De acordo com os sindicatos, esse “apagão” coloca no mesmo nível trabalhadores que tenham acabado de entrar para a Função Pública (e que tenham conquistado apenas um ponto) e funcionários que já tenham uma carreira, por exemplo, de nove anos (e que tenham acumulado, por exemplo, nove pontos).

“Preterição de outros escalões administrativos”

A partir deste ano, a base remuneratória da Função Pública passa para o valor equivalente ao quarto escalão da TRU, extinguindo-se essas três primeiras posições.

Segundo têm defendido os sindicatos, essa concentração devia ser acompanhada por uma revisão da TRU de modo a garantir a hierarquia nas carreiras e a valorizar também os restantes funcionários. O Executivo não tem, contudo, mostrado flexibilidade para satisfazer essa reivindicação.

Apesar desta posição do Governo, Marcelo Rebelo de Sousa nota que a “preterição de outros escalões administrativos” é um dos pontos mais frágeis desta proposta.

“Comparação com salário mínimo nacional”

A remuneração mínima mensal garantida subiu, este ano, de 580 euros para 600 euros. O valor chegou a ser negociado pelo Executivo com os parceiros sociais, mas acabou por fazer caminho sem que fosse conseguido um consenso.

Na mesma noite em que Vieira da Silva anunciou, à saída da reunião da Concertação Social, esse aumento, o Ministério das Finanças colocou em cima da mesa a subida do salário mínimo da Administração Pública para 635 euros, ou seja, 35 euros acima do valor que acabava de ser estabelecido para guiar todo o país.

Na ocasião, o ministro do Trabalho fez questão de sublinhar que essa diferença não coloca em causa o princípio da “universalidade” do salário mínimo, já que o Estado (como qualquer empresa) é livre de definir e negociar a remuneração mínima que considerar adequada.

Esta terça-feira, Vieira da Silva foi ainda mais longe, sublinhando que o Estado nem sequer é o único empregador nacional com um patamar remuneratório mínimo superior ao salário mínimo nacional. “Em 2018, 50% das convenções coletivas que foram acordadas entre sindicatos e patrões fixaram salários mínimos acima dos 580 euros”, disse o governante, lembrando os números que já tinham sido adiantados em janeiro.

Apesar destas justificações, certo é que a comparação entre a base remuneratória da Função Pública e a remuneração mínima garantida nacional constitui uma das três grandes dúvidas deixadas por Marcelo Rebelo de Sousa sobre este decreto-lei.

Ainda sobre este ponto, é importante notar que o Ministério das Finanças avançou aos jornalistas que dos 50 milhões de euros que tinham sido reservados, 20 milhões de euros serão usados para concretizar a atualização dos salários em linha com o novo salário mínimo nacional (600 euros). Os restantes 30 milhões servem para o aumento de 35 euros da base remuneratória em relação ao SMN (quer por via das progressões, quer por via administrativa).

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Anacom acusa CTT de divulgarem “informação enganosa” sobre reclamações

Regulador liderado por João Cadete de Matos aponta o dedo a um comunicado recente dos CTT, no qual diz ter encontrado "informação enganosa". Empresa já reagiu e rejeita as acusações.

A Anacom acusou os CTT de divulgarem “informação enganosa”, no âmbito de uma polémica acerca das reclamações sobre o setor postal registadas em 2018. “Observa-se que o grupo CTT registou no seu sistema interno um aumento de 9% das reclamações recebidas” e “uma redução de 40% dos pedidos de informação recebidos”, reitera o regulador em comunicado. A empresa já reagiu e rejeita as acusações.

A polémica começou na semana passada, quando a Anacom comunicou os dados de 2018 sobre reclamações no setor das comunicações. Segundo o regulador, o setor postal provocou uma subida de 43% no número total de reclamações registadas pela Anacom acerca do setor das comunicações. Sobre os CTT, o regulador concluiu que a empresa recebeu 20 mil reclamações, 87,4% do total do setor postal, e uma subida de 36% face ao registado no ano de 2017.

No entanto, os CTT emitiram, em resposta, um comunicado onde garantiram que a informação da Anacom “é parcial”, pois não engloba “a totalidade das reclamações recebidas por diversos canais de entrada, mas apenas as recebidas através do livro de reclamações e diretamente remetidas à Anacom”.

“Os dados de reclamações divulgados pela Anacom referem-se apenas às reclamações sobre serviços postais apresentadas nos Livros de Reclamações e às recebidas diretamente na Anacom, parciais e distorcidos na sua base comparativa pela utilização do Livro de Reclamações Eletrónico apenas ter tido início em julho de 2017. Refira-se que as reclamações cujo canal de entrada foi o Livro de Reclamações representaram em 2018 apenas 11% do total das reclamações relativas ao serviço postal universal”, defendeu-se a empresa.

Na mesma nota, os CTT disseram ainda que enviaram à Anacom “a respetiva informação, para uma contabilização rigorosa e objetiva da totalidade dos dados relativos ao serviço postal universal”. Mas, seis dias depois, o assunto volta às páginas dos jornais. A Anacom garante que recebeu, esta terça-feira, os “esclarecimentos” que “solicitou” aos CTT. E diz que as informações permitem “confirmar que os CTT divulgaram informação enganosa”.

“No referido comunicado do dia 13 de fevereiro, quer no título Reclamações de Serviços Postais nos CTT diminuem 7% em 2018, quer no texto, ao referir que ‘as reclamações totais de serviços recebidas pelos CTT caíram 7% em 2018 face a 2017’, induzia-se a conclusão de que tal redução respeitaria apenas a reclamações, quando, na verdade, correspondia à soma das reclamações e dos pedidos de informação relativos a serviços postais recebidos pelo grupo CTT”, acusa a entidade liderada por João Cadete de Matos.

“Consideradas separadamente, como não pode deixar de ser, observa-se que o Grupo CTT registou no seu sistema interno um aumento de 9% das reclamações recebidas (e uma redução de 40% dos pedidos de informação recebidos”, frisa a Anacom, confrontando, assim, a posição da empresa liderada por Francisco de Lacerda.

Já depois do comunicado do regulador, os CTT divulgaram uma nova comunicação, onde rejeitam as acusações da Anacom. “Os CTT rejeitam a divulgação de ‘informação enganosa’ e reiteram os dados divulgados no passado dia 13 e complementados esta terça-feira”, indica a empresa, que aponta que “as solicitações dos clientes dos CTT compreendem pedidos de informação e reclamações em sentido estrito”.

Segundo explicam os correios, “os pedidos de informação não são pedidos genéricos sobre os serviços prestados, mas relativos a situações concretas de interação dos clientes dos CTT”. Na prática, corresponde às situações resolvidas, numa primeira abordagem, sem necessidade de diligências posteriores. Este é, aliás o indicador sempre usado na informação trimestral e anual reportada à Anacom e assim aceite pelo regulador”, indica a empresa

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Posto isto, os CTT garantem que o ponto de vista do regulador “não permite ter uma visão global”, pois isola “reclamações e considera apenas as recebidas por alguns canais, dos quais um implementado em meados de 2017”. “Além disso, a Anacom desconsidera o total das solicitações”, conclui a empresa.

Esta notícia surge um dia antes de os CTT apresentarem os resultados financeiros de 2018, e de o presidente da Anacom, João Cadete de Matos, ser questionado pelos deputados no Parlamento acerca da empresa, na comissão de economia. Para esta quarta-feira estava também agendada a discussão de uma nova proposta da esquerda para a renacionalização dos correios, que foi adiada por um dia, para permitir a votação da moção de censura do CDS ao Governo.

(Notícia atualizada às 19h08 com reação dos CTT)

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Bons parceiros e ‘timing’ são a chave para o sucesso na bolsa

Líderes empresariais apontam para obstáculos de operações em mercado. A Euronext considera que a banca ainda não sabe aproveitar oportunidades de negócio apesar do reforço da regulação.

Via Bolsa 2019 - 19FEV19
Nuno Marques, chairman da Vista Alegre, José Maria Rego, CEO da Raize, Alberto Amaral, CEO da Flexdeal e Filipa Franco, head of listing da Euronext Lisbon, falaram sobre o financiamento da economia real com a moderação de António Costa, publisher do ECO.Hugo Amaral/ECO

A escolha do momento, os parceiros certos e a simplicidade das operações são os segredos para o sucesso em bolsa. Na conferência Via Bolsa, organizada esta segunda-feira em Lisboa pela Euronext Lisbon, os CEO da Raize, da Flexdeal e da Vista Alegre apontaram para os vários obstáculos que enfrentaram. Do lado dos intermediários financeiros, ainda há dificuldades em gerir o reforço da regulamentação.

“O contexto atual é muito diferente de há uns anos quando tivemos mais operações e colocações maiores, que tiveram capacidade de captar poupança dos investidores”, afirmou Filipa Franco, head of listing da Euronext Lisbon, num painel sobre financiamento da economia real, moderado pelo publisher do ECO, António Costa.

A regulação sobre os intermediários financeiros é maior, o que Filipa Franco vê como positivo, mas aponta para a forma como os bancos encaram a oportunidade de mercado de uma colocação. “Pode haver um período de ajustamento para os bancos internalizarem a capacidade de fazerem colocações e cumprirem os requisitos”, disse a head of listing.

A escolha dos parceiros foi um dos obstáculos apontados pelas empresas nas operações em bolsa. José Maria Rego, CEO da Raize, conta que — no ano passado, antes da entrada em bolsa — o questionavam sobre a decisão. “Diziam-nos que devíamos estar a levantar financiamento com venture capital e que devíamos era investir em marketing tradicional”, afirmou.

O “receio” que considera existir nos vários players foi o principal desafio que a fintech enfrentou. O maior obstáculo que atravessámos foi conseguir reunir um conjunto de parceiros que estivessem dispostos a fazer a operação”, explicou José Maria Rego. “O pensamento de que o mercado de capitais é só para as grandes limita muito o universo de empresas em que podemos atuar. Temos um mercado muito pequeno e se, em cima disso, temos esse preconceito, é muito difícil”.

Via Bolsa 2019 - 19FEV19
A Flexdeal, liderada por Aberto Amaral, foi a primeira SIMFE a ser cotada na bolsa de Lisboa o que jogou a seu favor tal como a pequena dimensão da empresa.Hugo Amaral/ECO

No caso da Flexdeal, à pequena dimensão acrescentou ainda o facto de ser a primeira da sua espécie. A empresa liderada por Alberto Amaral foi a primeira Sociedade de Investimento para o Fomento da Economia (SIMFE) a ser cotada na bolsa de Lisboa (depois de uma admissão a 24 de dezembro).

“Não foi diferente, mas houve maior intensidade no processo porque era tanto um instrumento novo como uma empresa pequena”, contou o CEO da Flexdeal. Os custos expressivos de uma oferta pública inicial foram também um entrave para a Flexdeal, que acabou por optar com uma colocação privada, menos dispendiosa.

Se todos admitem dificuldades, para a Vista Alegre estas foram demasiado pesadas e a empresa acabou por ter de cancelar uma operação de aumento de capital no final do ano passado. “Uma das grandes lições a tirar é a importância do momento em que se lança a operação. Não dominamos o mercado e é preciso ter sorte”, sublinhou Nuno Marques, acrescentando que os investidores de retalho são particularmente suscetíveis à volatilidade nas bolsas.

O chairman da empresa garantiu ainda que a Vista Alegre voltará a tentar um novo aumento de capital, nos mesmos ou noutros moldes. “Faz parte da estratégia futura. Estamos muito confrontados neste momento no plano de expansão. Estamos a pensar separar em duas fases: refinanciar a dívida que existe e depois preparar uma oferta que poderá ser semelhante à que foi efetuada no início de dezembro ou só com institucionais”, acrescentou.

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CGD passa no teste do BCE. Cumpre rácios de capital “com margem significativa”

Banco liderado por Paulo Macedo cumpre "com uma significativa margem" os rácios de capital exigidos pelo BCE. É um dos passos necessários para o banco voltar a dar dividendos ao Estado.

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) diz que cumpre “com uma significativa margem” os rácios de capital que são exigidos pelas autoridades bancárias europeias a partir de 1 março, o que permite dar mais um passo rumo à distribuição de dividendos ao Estado português.

“Considerando os rácios da CGD em 31 de dezembro de 2018, são já cumpridos, com uma margem significativa, todos os novos rácios exigidos em matéria de CET1 (Common Equity Tier 1), Tier 1 e Rácio Total”, informa o banco liderado por Paulo Macedo em comunicado enviado esta terça-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

A CGD chegou ao final do ano passado com rácios CET1 phased-in e fully implemented ambos em 14,7%, mais de quatro pontos percentuais acima do mínimo que é agora exigido pelo Banco Central Europeu (BCE) nos dois casos.

Já os rácios fully implemented T1 e Total do banco fixaram-se em 15,7% e 17,0%, mais de três pontos acima do que o supervisor exige a partir do próximo mês.

Superar os testes do SPREPsupervisory review and evaluation process, em que o BCE avalia banco a banco e tem em conta variáveis como o modelo de negócio, fundos próprios e liquidez para determinar os requisitos de capital — tinha sido uma das condições enunciadas por Paulo Macedo para que a CGD voltasse a pagar dividendos ao Estado, algo que não acontece desde 2010. Macedo considerou como bastante “plausível” um montante de 200 milhões de euros a entregar ao acionista, isto após ter apresentado lucros de cerca 500 milhões de euros em 2018.

Mas faltam outros passos a dar, como por exemplo, as autorizações do próprio BCE e da Direção-Geral da Concorrência europeia para que os dividendos da CGD voltem a ser uma realidade.

(Notícia atualizada às 17h42)

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CMVM sobre união do mercado de capitais: “É essencial evitar excessos de otimismo”

João Gião alertou para os elevados desafios e para a importância dos próximos meses devido ao Brexit, à incerteza face aos populismos económicos e à desaceleração da economia europeia.

A união do mercado de capitais é essencial para o desenvolvimento europeu e trará benefícios para os investidores, mas os desafios são grandes, na opinião da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). O administrador da entidade reguladora, João Gião, afirmou que o balanço de quatro anos do projeto é “negativo” e alertou para os “excessos de otimismo”.

“Tendo em conta a elevada dependência do financiamento bancário em toda a Europa, as reticências dos bancos em financiar alguns projetos, particularmente os de maior risco, e a urgência de preparar as nossas economias para futuros choques, todos poderão beneficiar com uma maior diversificação de fontes de financiamento, a favor do mercado”, defendeu João Gião.

O administrador da CMVM apontou para os três objetivos europeus do Plano Juncker para a união do mercado de capitais — redução da dependência do financiamento bancário da fragmentação financeira na Europa e do do risco sistémico –, considerando que o seu sucesso se traduzirá em melhores condições para os investidores por toda a Europa, incluindo os de retalho.

Os ganhos potenciais serão tanto maiores quanto mais limitadas estiverem as respetivas economias por um ou vários destes elementos, o que torna o projeto ainda mais importante para Portugal”, afirmou. No entanto, considera que os desafios são grandes e que os próximos meses serão determinantes devido ao Brexit, à incerteza face aos populismos económicos e à desaceleração da economia europeia.

“É essencial que, neste exercício [de definição do futuro da união dos mercados de capitais], evitemos os excessos de otimismo e os voluntarismos. Assim, antes de partilhar um conjunto de iniciativas que poderão fortalecer e conferir ímpeto à União dos Mercados de Capitais, e nas quais a CMVM está envolvida ou empenhada em promover, importa identificar alguns dos principais entraves e desafios que enfrentamos”, alertou.

Criticou que, desde 2014 quando foi formalizado o projeto, os mercados europeus não se desenvolveram “particularmente”, mas também que das 13 iniciativas legislativas previstas no plano de ação inicial da Comissão Europeia para a União do Mercado de Capitais, apenas três conseguiram o acordo do Parlamento Europeu e do Conselho da UE.

Do lado da oferta de financiamento, a fraca cultura de mercado na Europa, a heterogeneidade das leis de insolvência e da justiça (que aumentam o risco para investidores), os traumas das resoluções bancárias e a baixa literacia financeira são os maiores problemas que o regulador vê. Já do lado das empresas, acrescem ainda restrições devido às exigências de divulgação de informação e custos elevados no acesso ao mercado e os enquadramentos fiscais díspares.

Ao nível do investimento de retalho, é necessário continuar a aliviar as barreiras existentes a um mercado único, garantindo de forma tão homogénea quanto possível ao nível europeu mais proteção e responsabilização dos investidores e dos agentes de mercado”, acrescentou. “Finalmente, é fundamental continuar a promover o investimento institucional e atração de investimento direto estrangeiro como forma de dinamizar a economia real. O sistema fiscal poderá ajudar; assim como mais convergência e clareza regulatória na Europa, a par de políticas de promoção de investimento na competência dos governos”.

(Notícia atualizada às 17h15)

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Sonae Indústria fecha fábrica. Faz alerta para forte queda dos resultados

A Sonae Indústria vai encerrar uma unidade de produção na Alemanha. O fecho vai levar a empresa portuguesa a reconhecer uma imparidade que fará afundar as contas do final do ano.

A Sonae Indústria fez um profit warning. Em comunicado enviado à CMVM, a empresa alertou os investidores que vai registar uma forte quebra nos resultados do final do ano passado devido ao reconhecimento de uma imparidade avultada, de oito milhões de euros, com o encerramento da fábrica que detém em parceria com a LaminatePark na Alemanha. O incêndio na Tafisa Canada também vai pesar nas contas.

A “LaminatePark anunciou a intenção de encerrar, no final de 2019, as atividades da sua fábrica em Eiweiler (Alemanha)“, refere a Sonae Indústria, salientando que esta empresa resulta de “uma parceria entre a Sonae Arauco e a Tarkett para a produção e venda de pavimentos laminados de MDF/HDF”. E acrescenta: a decisão tem por base “o fraco desempenho financeiro histórico da LaminatePark”.

Perante este encerramento, “a Sonae Arauco reconheceu uma perda por imparidade nas suas contas consolidadas pela totalidade do valor contabilístico no final de 2018 do investimento no empreendimento conjunto LaminatePark e do seu empréstimo de acionista àquela empresa (não auditado)”. E a Sonae Indústria vai sofrer, também ela, uma perda avultada.

“O impacto desta perda por imparidade nos resultados consolidados da Sonae Indústria é um custo estimado em cerca de oito milhões de euros (não auditado)“, alerta a empresa, aproveitando para dar conta de um outro efeito extraordinário que vai pesar nas suas contas de final do ano passado: o incêndio na maior das suas duas linhas de aglomerado de partículas da Tafisa Canada.

Assim, a Sonae Indústria salienta que, “no âmbito da preparação das demonstrações financeiras de 2018, estima que os resultados do EBITDA do quarto trimestre serão significativamente afetados por uma menor rentabilidade operacional da subsidiária integralmente detida Tafisa Canada”, apontando para um EBITDA Recorrente consolidado, não auditado, de quatro milhões de euros.

Este valor compara negativamente tanto com o trimestre anterior como com o período homólogo. No terceiro trimestre de 2018, a Sonae Indústria tinha registado um EBITDA de 8,6 milhões, sendo que no mesmo período do ano anterior o valor apurado foi de 7,3 milhões. Ou seja, haverá uma quebra entre 45% a 53% que deverá ser revelada ao mercado aquando da apresentação de contas, a 27 de março.

(Notícia atualizada às 17h14 com mais informação)

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Função Pública começa a receber aumentos salariais já este mês. Haverá um processamento extra

  • Lusa
  • 19 Fevereiro 2019

Depois do Presidente da República ter promulgado o aumento da base remuneratória da Função Pública, o Ministério das Finanças deu orientações aos serviços para já processarem subida salarial.

O Ministério das Finanças deu orientações aos serviços para fazerem um processamento salarial extraordinário ainda este mês para assegurar que cerca de 70 mil funcionários públicos recebam o novo valor da remuneração base de 635,07 euros em fevereiro.

O diploma que eleva a base salarial da administração pública para 635,07 euros a partir de janeiro foi promulgado na segunda-feira pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, mas ainda não foi publicado em Diário da República, não estando por isso em vigor, o que significa que os salários de fevereiro, que começam a ser pagos esta quarta-feira, foram processados sem acautelar a nova medida.

“É natural que nem todos os serviços tenham incluído no seu processamento ordinário [de fevereiro] já esta regra, uma vez que a regra não está em vigor porque não foi ainda publicada”, disse a secretária de Estado da Administração e do Emprego Público, Fátima Fonseca, à agência Lusa.

“Para acautelar essa situação e por forma a que os trabalhadores possam, obviamente, sentir expressão direta e concreta desta medida no mais curto espaço de tempo, o Governo está a dar orientações aos serviços para que, na medida do possível, realizem um processamento extraordinário ainda este mês por forma a incorporar a nova regra”, revelou a governante.

Fátima Fonseca explicou que “todos os trabalhadores cujo processamento salarial é garantido pela ESPAP [Entidade de Serviços Partilhados da Administração Pública] terão o pagamento garantido ainda este mês”. Esta entidade é responsável, atualmente, pelo processamento salarial de 55 mil trabalhadores da administração pública, num universo de mais de 600 mil.

Quanto aos restantes trabalhadores de outros setores, a regra será a mesma, mas o pagamento dependerá da capacidade de cada serviço. “A administração pública é muito vasta, para além da administração central temos a administração regional e a administração local que têm calendários e rotinas de processamento distintas no tempo, mas a regra aplicar-se-á de forma uniforme para todos os trabalhadores”, garantiu a secretária de Estado.

Segundo o Governo, a subida da remuneração base da administração pública, que deixa de ser equivalente ao valor do salário mínimo nacional (que este ano é de 600 euros) para passar a ser de 635,07 euros em 2019, irá abranger cerca de 70 mil trabalhadores, com um custo de 50 milhões de euros.

Fátima Fonseca reforçou que “todos os trabalhadores [abrangidos] irão receber com retroativos a janeiro”, seja a nova remuneração paga em fevereiro ou, no caso dos serviços que não o conseguirem processar este mês, mais tarde.

A secretária de Estado disse ainda que reagiu “com toda a naturalidade” à promulgação do diploma pelo Presidente da República, que deu ‘luz verde’ ao decreto-lei com “dúvidas” sobre a opção do Governo.

“O senhor Presidente, obviamente, tem o seu entendimento sobre o diploma. Todos os trabalhadores e todos os atores da nossa sociedade, em particular aqueles que acompanham o mundo laboral, seja público seja privado, terão toda a liberdade para opinar sobre esta opção que o Governo concretizou através desta medida”, declarou a governante.

“Entendemos que é uma medida que cumpre escrupulosamente todas as regras em vigor em termos de estrutura de carreira e de desenvolvimento remuneratório dos trabalhadores e, portanto, com toda a tranquilidade iremos proceder à aplicação do diploma ainda no mês de fevereiro“, reforçou Fátima Fonseca.

O Presidente da República anunciou na segunda-feira a promulgação do diploma, “apesar das dúvidas que uma opção política desta natureza sempre suscita, nomeadamente no tratamento similar de situações porventura diversas, na preterição de outros escalões administrativos e na comparação com o salário mínimo nacional”, que atualmente é de 600 euros.

Marcelo Rebelo de Sousa justificou a sua decisão com o entendimento de que “a não promulgação implicaria mais um sacrifício para uma fração da Administração Pública muito significativa em número e, sobretudo, em rendimentos recebidos”.

Sindicatos reúnem-se com Governo

As estruturas sindicais da função pública foram convocadas esta terça-feira para uma reunião no Ministério das Finanças, na sexta-feira, para discutirem a aplicação do diploma que aumenta a base remuneratória do setor para os 635,07 euros.

A secretária de Estado da Administração e do Emprego Público marcou o encontro com a Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública (FESAP), a Federação dos Sindicatos da Administração Pública e o Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado, após o Presidente da República (PR) ter promulgado o diploma que eleva a base remuneratória na Administração Pública.

A reunião tem como ponto único de agenda a operacionalização deste diploma, que tem sido criticado pelos sindicatos, que não concordam que o aumento da base remuneratória implique a perda de pontos para efeitos de progressão na carreira.

“Não faz sentido que os trabalhadores que estão nesta posição remuneratória percam os pontos que acumularam para progredirem na carreira. Consideramos que isso é inconstitucional e por isso enviámos uma carta ao PR e pedimos reuniões aos grupos parlamentares”, disse à agência Lusa o secretário-geral da FESAP, José Abraão.

O sindicalista manifestou esperança de que a reunião de sexta-feira sirva para esclarecer devidamente esta questão e que “o Governo desista de retirar os pontos aos trabalhadores abrangidos” pela atualização remuneratória, feita na sequência do aumento do salário mínimo nacional para os 600 euros.

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