Boris Johnson suspende votação do acordo, mas diz que não vai negociar adiamento do Brexit

Os deputados aprovaram uma emenda ao novo acordo do Brexit, o que levou Johnson a suspender a votação dos novos termos. Ainda assim, o primeiro-ministro recusa negociar um adiamento da saída.

Os deputados britânicos deram “luz verde”, este sábado, a uma emenda ao novo acordo do Brexit conseguido por Boris Johnson, que suspende a aprovação desses termos até que toda a legislação necessária para a sua aplicação esteja preparada. Em reação, Boris Johnson decidiu retirar das votações o novo acordo negociado entre Londres e Bruxelas, mas adiantou que não irá negociar o novo adiamento do divórcio, a que a lei o obriga. O primeiro-ministro disse que irá, portanto, apresentar a legislação necessária, na próxima semana.

“A votação [do novo acordo] foi esvaziada de sentido”, afirmou o primeiro-ministro britânico, face à aprovação da emenda apresentada por Oliver Letwin com 322 votos a favor e 306 votos contra. Johnson aproveitou a ocasião para frisar que continua a acreditar que o melhor para o Reino Unido é concretizar o divórcio da União Europeia a 31 de outubro e com base no novo acordo. Assim, apesar de ter decidido adiar a votação dos termos negociados com Bruxelas, o líder do Executivo garantiu que não irá negociar um novo adiamento com a União Europeia. “Eu nunca irei negociar um adiamento com a UE, nem a lei me obriga a isso”, disse. “Novos adiamentos seriam maus para o país e para a UE”, defendeu ainda.

Sendo assim e face à emenda aprovada este sábado, Boris Johnson anunciou que, na próxima semana, será apresentada a legislação necessária à aplicação do novo acordo do Brexit; Ou seja, o primeiro-ministro britânico vai agora fazer uma “maratona parlamentar” para tentar passar toda a legislação necessária o mais rápido possível, de modo a que possa levar, por fim, a votos o novo acordo do Brexit, ainda antes da data de saída, evitando pedir um novo adiamento.

Em reação a estas palavras de Johnson, o trabalhista Jeremy Corbyn disse:O primeiro-ministro tem agora de cumprir a lei. Já não pode usar a ameaça de uma saída sem acordo para levar os deputados a apoiar o seu acordo”. O líder da oposição aconselhou ainda o primeiro-ministro a reconsiderar a sua posição em relação ao pedido de um novo adiamento, já que, no mês passado, os deputados britânicos aprovaram uma lei que determinava que, se não houvesse acordo até este sábado (às 23h), o primeiro-ministro teria de pedir um adiamento da saída por três meses.

Esta manhã, Boris Johnson tinha apelado à aprovação do novo acordo, considerando que “é urgente seguir em frente para construir um novo relacionamento” com o bloco comunitário com base nestes novos termos. “Agora está na altura de esta grande Câmara dos Comuns se unir e unir o país”, afirmou o primeiro-ministro britânico, no início da sessão extraordinária deste sábado.

Boris Johnson precisava dos votos favoráveis de 320 deputados para conseguir a aprovação deste acordo, o que se revelou desde cedo uma tarefa complicada. O Partido Democrático Unionista da Irlanda do Norte (DUP), uma das peças chave da equação (já que a questão da fronteira das Irlandas foi um dos maiores entraves nas negociações), revelou que se iria opor ao acordo.

E a maioria da oposição também adiantou que não iria alinhar com Johnson. O Partido Nacional Escocês, o Partido do País de Gales, o partido dos Verdes e o Change UK, que juntos têm 45 deputados, anunciaram que iriam votar contra o acordo. Os líderes dos liberais democratas e dos trabalhistas, Jo Swinson e Jeremy Corbyn, sinalizaram ambos que não iriam apoiar o acordo proposto, mas entre os deputados destes partidos poderá haver surpresas. Por sua vez, os conservadores nem tinham maioria (contando apenas com 288 deputados), nem todos era um ‘sim’ assegurado.

A agravar as tensões, esteve uma emenda apresentada pelo ex-deputado conservador Oliver Letwin, que acabou por ser aprovada. Tal medida serve essencialmente para impedir os eurocéticos de forçar uma saída sem acordo a 31 de outubro, o que seria tecnicamente possível se se aprovasse agora um acordo, mas depois se bloqueasse toda a legislação subsequente.

Perante este desenlace da sessão extraordinária do Parlamento britânico, a porta-voz da Comissão Europeia fez saber, através do Twitter, que Bruxelas está à espera que o Executivo de Johnson informe Bruxelas, o mais rapidamente possível, sobre os próximos passos a tomar.

(Notícia atualizada às 16h11)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Construtoras espanholas dominam obras públicas da ferrovia

  • ECO
  • 19 Outubro 2019

Os espanhóis dominam 70% das grades obras da Infraestruturas de Portugal, o que leva o patrão da Mota-Engil a acusar o país vizinho de protecionismo, ainda que defenda retaliações.

Nas grandes obras da Infraestruturas de Portugal (IP), a quota espanhola é esmagadora: 70%. Ao Expresso (acesso pago), o presidente da Associação de Empresas de Construção e Obras Públicas e Serviços (AECOPS), diz que essa fatia é “desproporcionada, porque nunca existiu reciprocidade no mercado espanhol”. Na mesma linha, o líder da Mota-Engil acusa Espanha de protecionismo, mas não defende retaliações.

Para o líder da AECOPS, esta realidade “deve preocupar mais do que o sector, o próprio país, tal como acontece na banca”, já que está em causa uma espécie de dependência de entidades externas, que faz o país perder “capacidade de decisão e as empresas de afirmação na economia“, sobretudo porque não gozam da mesma abertura no mercado espanhol.

António Mota acrescenta: “Se pudesse também gostaria de ganhar obras em Espanha. Mas, não me deixam“. O presidente da Mota-Engil diz que sempre advertiu para o perigo da ofensiva espanhola. “Em Espanha, só as construtoras espanholas singram. Nem as portuguesas nem a de outros países conseguem ganhar obras”, diz o industrial ao semanário, mas não defende retaliações.

“Não sei as quotas. Mas sei que a obra pública é basicamente ferroviária, e em três concursos de valor conjunto de 300 milhões de euros, nós ficámos com um de 75 milhões de euros e o resto foi para construtoras espanholas. É fazer as contas”, sublinha António Mota. Como as adjudicações refletem descontos de 30% face ao preço-base, estão na verdade em causa 252 milhões de euros e a quota espanhola é de 70%, calcula o Expresso.

Alargando o cálculo a todo o universo (isto é, para além da ferrovia), nas obras acima dos 10 milhões de euros, a quota espanhola vale quase um terço. No que diz respeito aos 122 contratos acima dos 4 milhões de euros (1,3 mil milhões de euros), a quota desce para 20%.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Maria Luís Albuquerque apoia candidatura de Montenegro à liderança do PSD

  • ECO
  • 19 Outubro 2019

Maria Luís Albuquerque considera que Luís Montenegro é "a pessoa mais preparada para assumir o PSD e, mais à frente, a condução do país".

Depois de Cavaco Silva ter lançado indiretamente a candidatura de Maria Luís Albuquerque à liderança do PSD, a ex-ministra das Finanças revela ao Expresso (acesso pago) que apoia Luís Montenegro, considerando-o “a pessoa mais bem preparada para assumir” as rédeas do partido laranja “e mais à frente a condução do país”.

Luís Montenegro transformará o PSD numa efetiva alternativa ao PS“, sublinha Maria Luís Albuquerque, não adiantando qualquer outro ponto sobre a atual liderança do partido.

Face ao “fraco” resultado conseguido pelo PSD nas eleições legislativas de 6 de outubro (27,76% dos votos e 79 mandatos), muitas foram as vozes críticas que se levantaram contra a liderança de Rui Rio, pedindo a sua substituição.

Assim, depois de ter “desafiado” Rui Rio em janeiro, Luís Montenegro aproveitou esta ocasião para voltar à carga e anunciou que será candidato à liderança dos laranjas nas próximas diretas por “uma questão de coerência e convicção”. “Cada um tem de assumir as suas responsabilidades e eu assumo a minha. Serei candidato nas próximas eleições diretas que serão convocadas nas próximas semanas”, avançou o ex-líder parlamentar em entrevista à SIC.

Em defesa do nome de Montenegro saiu Paulo Cunha (autarca mais votado do PSD), mas também Alexandre Gaudêncio (presidente do PSD Açores) e Pedro Duarte. A essa lista junta-se agora Maria Luís Albuquerque.

De notar que, na corrida à liderança do PSD, está também Miguel Pinto Luz, vice-presidente da Câmara de Cascais, que conta com o apoio nomeadamente de Carlos Carreiras (presidente da Câmara de Cascais), José Eduardo Martins e José Matos Rosa.

Outro dos nomes que poderá entrar também na mistura é Miguel Morgado. Quando ao atual presidente social-democrata, Rui Rio, ainda não é certo se virá a recandidatar-se ou não. O líder social-democrata já se reuniu duas vezes com a sua Comissão Permanente e uma vez com a Comissão Política Nacional, mas continua sem dizer quando anunciará a sua decisão sobre esta matéria.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Boris Johnson diz que é “urgente” aprovação de novo acordo do Brexit

  • Lusa
  • 19 Outubro 2019

O Parlamento britânico está a discutir, este sábado, o novo acordo negociado entre Londres e Bruxelas. Boris Johnson apelou à aprovação desses termos, dizendo que é "urgente" concluir Brexit.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, defendeu, este sábado, que é “urgente” concluir o processo do Brexit, aprovando o novo acordo que foi negociado com a União Europeia (UE) esta semana.

É urgente seguir em frente, para construir um novo relacionamento com nossos amigos na UE com base num novo acordo, um acordo que pode curar a cisão na política britânica. Agora está na altura de esta grande Câmara dos Comuns se unir e unir o país“, afirmou, no início de uma sessão extraordinária no parlamento britânico.

O texto, vincou, “permite que o Reino Unido, como um todo, saia da UE a 31 de outubro, de acordo com o referendo [de 2016], enquanto que, ao mesmo tempo, ambiciona uma nova parceria baseada nos laços mais estreitos de amizade e cooperação“.

Um novo adiamento, frisou, também não é desejável pelos restantes 27 estados-membros do bloco. “Distraiu-os dos seus próprios projetos e das suas próprias ambições. E se existe um sentimento que une o público britânico com um número crescente de funcionários na UE, é um desejo ardente fazer concluir o Brexit”, acrescentou.

O líder do Partido Trabalhista, Jeremy Corbyn, confirmou que o principal partido da oposição vai votar contra por considerar que é prejudicial para a economia e para os trabalhadores. “Ele renegociou o acordo de saída e o fê-lo ainda pior. Ele renegociou a declaração política e fê-la ainda pior. Hoje estamos a discutir um texto para o qual não há avaliação de impacto económico e nenhum parecer jurídico associado“, denunciou.

Corbyn acusou o governo de ter “passado as últimas semanas a negociar em segredo para remover do acordo de saída compromissos juridicamente vinculativos sobre os direitos dos trabalhadores e o ambiente”. Na quinta-feira, Boris Johnson concluiu negociações para alterações ao texto, sobretudo no protocolo relativo à Irlanda do Norte, removendo o mecanismo de salvaguarda para evitar uma fronteira física com a vizinha República da Irlanda designado por backstop.

O novo protocolo mantém a província britânica no território aduaneiro do Reino Unido, apesar de ficar alinhada com a leis da UE que facilitam o movimento de mercadorias na ilha inteira, introduzindo processos aduaneiros e fiscais para quando estejam em causa trocas comerciais com países terceiros.

O sistema será aplicado a partir de 2021 por um período de quatro anos, podendo ser apenas cessado se houver uma maioria simples nesse sentido na Assembleia autónoma de Stormont, que está sem funcionar desde as eleições regionais de 2017 devido a divergências entre unionistas protestantes e republicanos católicos.

No acordo mantiveram-se inalterados os capítulos relativos à proteção dos direitos dos cidadãos e da compensação financeira bem como a existência de um período de transição até ao final de 2020 em que o Reino Unido continua sujeito às regras da UE, incluindo a liberdade de circulação de pessoas, e acesso ao mercado único.

Na Declaração Política que acompanha o acordo e que contém orientações para as futuras relações entre o Reino Unido e UE, foram feitas alterações que substituem a ambição de criar uma “zona de comércio livre” por negociar um “acordo de comércio livre”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

CTO da Altice Portugal ganha “Inovador do ano”

  • ECO
  • 19 Outubro 2019

Luís Alveirinho foi distinguido com o prémio "Inovador do ano" no encontro anual que junta empresas de telecomunicações na Holanda.

Luís Alveirinho foi distinguido com o prémio de “Inovador do Ano” no Broadband World Forum, uma reunião anual que junta e distingue as melhores empresas do setor de telecomunicações, em Amsterdão. O Chief Technology Officer (CTO) da Altice Portugal ganhou este prémio entre nove nomeados, representantes de empresas de cinco países, entre as quais operadoras e empresas de telecomunicações do Reino Unido e Estados Unidos.

O Broadband World Forum distingue anualmente personalidades do sector e empresas tecnológicas que se tenham destacado pelo seu trabalho na promoção, desenvolvimento, implementação e inovação no domínio das Redes e Serviços de Banda Larga.

“É um orgulho receber este prémio que dedico à Altice Portugal e aos profissionais de excelência que trabalham todos os dias na nossa empresa, no sentido de fazer de Portugal um país tecnologicamente mais capacitado e avançado. Muito do que é ser inovador vem da paixão pelo que se faz e do ambiente em que se trabalha e, na Altice Portugal, todos os dias coloco o meu empenho e a minha paixão ao serviço de todos os portugueses”, afirma Luís Alveirinho, citado num comunicado da Altice.

Já o CEO da Altice Portugal, Alexandre Fonseca, reconhece que “é com orgulho que a Altice Portugal vê o seu Chief Technology Officer receber o prémio de “Inovador do Ano”. A Altice Portugal está empenhada em continuar o seu percurso de investigação, desenvolvimento e produção tecnológica, sendo inclusivamente o maior investidor em I&D a nível nacional alocando 86 milhões de euros e mais de 700 profissionais em exclusivo a esta área”.

Para a conquista deste prémio terá contribuiu o trabalho de Luís Alveirinho e no projeto de infraestruturação do país que conta já com mais de 4,8 milhões de lares cobertos com fibra ótica e a modernização da rede móvel e ampliação das coberturas.

E quais foram os outros nomeados?

  • Ronan Kelly – ADTRAN (EUA)
  • Julie Kunstler – Ovum (UK)
  • Rahul Patel – Qualcomm (EUA)
  • Sue Rudd – Strategy Analytics (EUA)
  • Trevor Linney – Openreach (UK)
  • Leo Lundy – Imagine Telecom (Irlanda)
  • Alzbeta Fellenbaum – IHS Markit (UK)
  • Christian Gacon – Orange (França)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Antram apresenta aos associados acordo com sindicatos

  • Lusa
  • 19 Outubro 2019

A associação das empresas transportadoras vai apresentar aos associados o novo contrato coletivo de trabalho negociado com os sindicatos.

A Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (Antram) apresenta este sábado aos seus associados o acordo de trabalho negociado com os sindicatos de motoristas, no segundo e último dia de congresso. O advogado da Antram, André Matias de Almeida, disse à Lusa que a apresentação aos associados do novo contrato coletivo de trabalho negociado com os sindicatos de motoristas decorre esta manhã, seguindo-se a sua ratificação.

Segundo a Antram, este acordo será feito sem o Sindicato Independente de Motoristas de Mercadorias (SIMM), que disse só poder dar uma resposta no dia 21 de outubro. Na terça-feira, o Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) e a Antram chegaram a acordo, concluindo o processo de negociação coletiva para o ano de 2019.

“A assinatura final do documento será posteriormente acordada pelas partes, devendo ocorrer até ao final do presente mês de outubro”, de acordo com a informação da Antram, referindo que o texto fechado é o mesmo acordado na segunda-feira com Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans), que atualiza a tabela salarial em 11,1% para os motoristas de pesados.

No texto divulgado pela Fectrans, são consolidados os pontos contidos no memorando de entendimento de 14 de agosto, que atualiza em 11,1% a tabela salarial para os motoristas de pesados, bem como “as principais cláusulas pecuniárias” em, pelo menos, 4%.

“O resultado da negociação traduz-se num CCTV [Contrato Coletivo de Trabalho Vertical] com nova estrutura, que contém uma parte geral e que autonomiza os capítulos referentes ao transporte nacional, outro ao internacional/ibérico e outro sobre as matérias perigosas”, indicou a Fectrans.
De acordo com esta estrutura, foi possível, através da alteração da redação e da clarificação de diversas cláusulas, “evoluir em diversas matérias”.

Entre estes pontos inclui-se a definição de limites nos tempos de trabalho. “Fica claro que todo o tempo, incluindo o de disponibilidade, é pago. Da aplicação deste CCTV não pode resultar uma diminuição da retribuição líquida do trabalhador”, lê-se no comunicado.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Hoje é o Super Sábado. Isto é o que tem de acontecer para haver Brexit

A hipótese de Boris Johnson conseguir concretizar um Brexit com acordo dependerá dos deputados "rebeldes", tanto do seu próprio partido como dos trabalhistas.

O Parlamento britânico vai reunir a um sábado pela primeira vez em 37 anos. A razão? Levar a votos o acordo para a saída do Reino Unido da União Europeia, um processo que já se arrasta há três anos e pode finalmente dar o passo em frente. Mas é preciso que os deputados britânicos aprovem o acordo, algo que Theresa May tentou fazer três vezes e não conseguiu.

Com início esta manhã, a reunião para debater e votar o acordo que Boris Johnson apresenta foi apelidada de Super Sábado pela oposição. Foram quatro as outras vezes em que uma reunião neste dia aconteceu: em 1939, no irromper da Segunda Guerra Mundial, em 1949 para a última sessão do verão, em 1956 durante a crise do Suez e em 1982 devido à invasão das ilhas Falkland.

Desta vez a questão central vai ser o Brexit. Para além da aproximação de 31 de outubro, a data oficial de saída, a urgência prende-se também com uma lei, aprovada pelos deputados no mês passado, que determina que se não houver um acordo até 19 de outubro, o primeiro-ministro tem de pedir um adiamento da saída por três meses.

Boris Johnson rejeitou sempre esta ideia, reiterando que a saída ia acontecer dia 31 de outubro, com ou sem acordo. O primeiro-ministro britânico chegou mesmo a dizer que “preferia estar morto numa vala” a pedir um adiamento. Mas nesta semana, o ministro para o Brexit, Stephen Barclay, garantiu que o Governo iria cumprir a lei que exige um pedido de extensão do Brexit para 31 de janeiro do próximo ano.

Ora, para evitar ter de pedir este adiamento e conseguir avançar com uma saída com acordo, Boris Johnson precisa de 320 votos a favor. Há 650 lugares no Parlamento, mas 11 não são votantes. A dúvida permanece em relação a se vai conseguir ter apoio suficiente, sendo que é mais fácil saber com quem não pode contar.

O Partido Democrático Unionista da Irlanda do Norte (DUP), uma das peças chave da equação, já que a questão da fronteira das Irlandas foi um dos maiores entraves nas negociações,revelou que se irá opor ao acordo. Os unionistas, que têm dez deputados, ficam assim de fora dos votos a favor do acordo que dizem “passar por cima da santidade do acordo de Belfast”.

A maioria da oposição também não vai alinhar com Johnson. O Partido Nacional Escocês, o Partido do País de Gales, o partido dos Verdes e o Change UK, que juntos têm 45 deputados, deverão votar contra o acordo. Os líderes dos liberais democratas e dos trabalhistas, Jo Swinson e Jeremy Corbyn, sinalizaram ambos que não vão apoiar o acordo proposto, mas entre os deputados destes partidos poderá haver surpresas.

Os liberais democratas, no total 19, deverão opor-se em peso ao acordo. Já entre os trabalhistas, que são 244, há deputados que sinalizaram vontade de apoiar o texto, nomeadamente alguns que votaram favoravelmente o acordo de May. O partido deverá impor disciplina de voto, que dita que terão de votar contra, no entanto alguns deputados poderão quebrá-la. As consequências por desrespeitar a disciplina variam.

E o partido de Boris Johnson? Os conservadores não têm maioria, totalizando os 288 deputados. E nem todos são um ‘sim’ assegurado, já que alguns têm visões diferentes do que deve ser o Brexit. Os “espartanos”, 28 deles conservadores que defendem um Brexit mais agressivo, votaram já contra o acordo apresentado por May e poderão agora repetir a rejeição.

Há ainda os independentes, sendo que 21 deles são deputados Tory que foram expulsos por Boris Johnson depois de apoiarem a lei que obriga o primeiro-ministro a pedir uma extensão do Brexit se não houver acordo. Ainda não é certo qual será a orientação de voto destes deputados.

A hipótese de Boris Johnson conseguir entregar o Brexit com acordo depende assim dos “rebeldes”, tanto do seu próprio partido como dos trabalhistas, e dos independentes. A votação será renhida, e se acabar mesmo por ficar empatada, caberá ao speaker, John Bercow, realizar a votação decisiva.

Quando May levou o seu acordo ao Parlamento pela primeira vez perdeu por 230 votos, ao obter 432 votos contra. Cerca de dois meses depois voltou a tentar, e dessa vez a diferença reduziu-se, com 391 deputados a votar contra e 242 a favor. A tendência manteve-se e, à terceira tentativa, o resultado foi ainda mais aproximado, mas continuou a não ser suficiente: 344 opuseram-se ao acordo firmado por May.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Boeing afunda 7% e arrasta Wall Street

As principais praças norte-americanas fecharam a última sessão da semana no vermelho, mas o S&P 500 e o Nasdaq conseguiram registar ganhos no acumulado da semana.

A última sessão bolsista da semana foi vermelha para Wall Street. Penalizada por notícias empresariais negativas para as gigantes Johnson & Johnson e Boeing, bem como por dados económicos fracos vindos da China, as três principais praças fecharam com perdas.

O índice industrial Dow Jones perdeu 0,94% para 26.770,81 pontos, tendo registado perdas no acumulado da semana. Já o financeiro S&P 500 recuou 0,39% para 2.986,12 pontos e o tecnológico Nasdaq cedeu 0,83% para 8.089,54 pontos. Ambos conseguiram, ainda assim, fechar a semana no verde.

A penalizar as bolsas estiveram a Boeing e a Johnson & Johnson. A empresa de aviação afundou 6,8% para 344 dólares por ação, após a Reuters ter divulgado uma troca de mensagens entre dois funcionários que sugere que a Boeing terá enganado a Federal Aviation Administration no que diz respeito a regras de segurança.

Já a Johnson & Johnson, que se viu obrigada a retirar do mercado um produto para bebés onde foi encontrado amianto, desvalorizou 6,2% para 127,70 dólares.

O sentimento dos investidores nos EUA foi ainda castigado pela desaceleração do crescimento económico na China, conhecida esta sexta-feira. O PIB chinês cresceu 6% entre julho e setembro, o que representa o crescimento mais fraco desde 1992. A expansão compara com os 6,2% registados no trimestre anterior e com a estimativa de 6,1% dos analistas consultados pela Refinitiv. A desaceleração do crescimento económico reflete a guerra comercial que dura há 15 meses entre Beijing e Washington.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Santos Silva diz que pedido do PSD para recontar votos dos emigrantes é “picuinhice”

  • ECO
  • 18 Outubro 2019

O ministro dos Negócios Estrangeiros associou a reclamação feita pelo PSD sobre a contagem dos votos dos emigrantes a questões internas do partido. "Não tem nenhum efeito sobre os resultados", disse.

Augusto Santos Silva considera que o pedido feito pelo PSD para a suspensão da contagem dos votos dos emigrantes é uma “picuinhice”. Em declarações ao Sapo24 (acesso livre), o ministro dos Negócios Estrangeiros associou a reclamação, que levou a Comissão nacional Eleições a suspender o envio da lista final dos resultados eleitorais, a questões internas do PSD.

É o que em Portugal se chama uma picuinhice. O país não tem de estar refém das questões internas do PSD“, disse Santos Silva, ao Sapo24. “O PSD acha que os 30 e tal mil votos que foram considerados nulos, porque as pessoas se esqueceram de por a fotocópia do cartão de cidadão, deviam ser considerados não nulos, mas inexistentes. É o que em Portugal se chama uma picuinhice.

A Comissão Nacional de Eleições decidiu esta sexta-feira suspender o envio para Diário da República da lista final dos resultados das eleições legislativas do passado dia 6 de outubro, o que impede a sua publicação, sem a qual o novo Parlamento não pode reunir e o novo Governo tomar posse. A decisão seguiu-se a uma reclamação apresentada pelo PSD, que estava contra a não contagem dos votos dos emigrantes cujos envelopes não continham também uma cópia do cartão do cidadão.

O PSD argumenta que as diferentes mesas de voto tiveram decisões diferentes sobre se estes votos eram considerados válidos ou não. A contagem de votos revelou um aumento do número de votos nulos de 3.071 para 35.331, onze vezes mais que o verificado em 2015.

Este pedido não tem nenhum efeito sobre os resultados, o único efeito que tem é atrasar a publicação dos resultados e a formação do Governo“, acrescentou o ministro dos Negócios Estrangeiros. “Dito isto, o tribunal julgará e o que o tribunal decidir está bem”, acrescentou.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Novo Governo, os mesmos ministros. E a contestação continua

Depois de uma legislatura que ficou marcada por protestos na Saúde e na Educação, Costa decidiu manter nessas pastas dois dos rostos mais contestado do Governo, Marta Temido e Tiago Brandão Rodrigues.

Apesar das fortes críticas dirigidas aos ministros da Educação e da Saúde ao longo da última legislatura, António Costa decidiu manter essas pastas nas mãos de Tiago Brandão Rodrigues e Marta Temido, no novo Governo, uma escolha que não satisfaz alguns dos trabalhadores destas áreas. “É uma afronta e uma provocação“, dizem os professores. Menos ríspidos, os enfermeiros salientam que “há sempre espaço para as pessoas poderem corrigir trajetos“, ainda que não esqueçam os confrontos passados.

Tiago Brandão Rodrigues tomou posse a 26 de novembro de 2011, com 38 anos, tornando-se o ministro da Educação mais jovem de sempre. Durante a legislatura que está agora a terminar, muitas foram as críticas dirigidas a este governante, sobretudo nos dois últimos anos.

Isto já que, no início da vida do Executivo em causa, foram cumpridas algumas das promessas feitas aos docentes — como o descongelamento das carreiras, a reposição dos salários e o fim da prova de avaliação de conhecimentos e capacidades que tinha passado a ser exigida, a partir de 2013, a todos os professores contratados — o que acabou por criar certas expectativas aos docentes. “As coisas começaram com uma luz ao fim do túnel, mas depois o túnel desabou e acabou a luz”, chegou a frisar Mário Nogueira, líder da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), em conversa com o ECO.

Um dos confrontos mais quentes entre Tiago Brandão Rodrigues e os professores foi relativo à recuperação do tempo de serviço “perdido” por estes últimos. Os docentes reivindicavam a recuperação de nove anos, quatro meses e dois dias, mas o Governo insistiu na contabilização de apenas dois anos, nove meses e 18 dias. As negociações chegaram ao fim sem ter sido possível chegar a um consenso e com acusações de parte a parte de intransigência.

Em março deste ano, o Executivo de António Costa publicou, assim, em Diário da República o decreto-lei que “mitiga os efeitos do congelamento” na carreira docente, prevendo a recuperação dos tais dois anos, noves meses e 18 dias (1.018 dias) dos nove anos, quatro meses e dois dias, mas a história estava longe de terminar, uma vez que os partidos pediram a apreciação parlamentar deste diploma.

Em reação, António Costa ameaçou mesmo demitir-se, caso os deputados aprovassem a recuperação integral do período congelado. Perante esta posição do Governo, PSD e CDS-PP, que na especialidade tinham votado a favor da recuperação dos 9A4M2D, recuaram na votação global, levando assim ao chumbo da recuperação integral do tempo “perdido”. O Governo acabou então por aprovar a recuperação de apenas dois anos desse período congelado, frustrando as reivindicações dos sindicatos, que garantem que vão continuar a luta.

De resto, é todo este histórico que leva Mário Nogueira a considerar agora que a continuação de Tiago Brandão Rodrigues na Educação, no próximo Executivo, “uma afronta e uma provocação”. “Alguém que levou o confronto ao extremo em relação aos professores, levou à mesa que devia ser negocial a chantagem e que nos momentos em que era mais importante haver ministro da Educação não existiu”, sublinhou o dirigente da Fenprof.

Nogueira diz que as expectativas são, portanto, “muito baixas” e reforça que a permanência no Governo “não é pelo excelente trabalho” que Brandão Rodrigues desenvolveu. “É uma pessoa que já conhecemos, que demonstrou ser incapaz de dialogar, negociar e enfrentar o protesto, não tendo solução para os problemas. Quem segurou nas pontas do Ministério da Educação nos últimos quatro anos foram os secretários de Estado”, enfatizou o sindicalista.

No mesmo setor, a Federação Nacional da Educação salienta que a continuação de Tiago Brandão Rodrigues “era bastante expectável” e tem uma vantagem: é que já conhece os dossiês e os problemas do setor. “A nós não são as pessoas que nos satisfazem. O que é importante são as políticas que vierem a ser determinadas”, diz o sindicato.

Já para os diretores escolares, o mais importante é saber quem serão os secretários de Estado de Brandão Rodrigues, agora que Alexandra Leitão (até agora secretária de Estado Adjunta e da Educação) vai subir a Ministra da Modernização e da Administração Pública. “Tínhamos uma belíssima relação com o ministro Tiago Brandão Rodrigues, mas para as escolas a alma do Ministério da Educação eram os dois secretários de Estado“, disse à Lusa o presidente da Associação Nacional de Diretores Escolares (ANDE), Manuel Pereira.

E para a Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP), a continuação de Brandão Rodrigues pode ser positiva se tal for “sinónimo de estabilidade nas políticas educativas”.

Oportunidade perdida com recondução de Marta Temido

Ainda que não esqueça o momento em que Marta Temido “apelidou os enfermeiros de criminosos”, Ana Rita Cravo salienta que “há sempre espaço para as pessoas poderem corrigir trajetos, caminhos e formas de estar”.

A bastonária da Ordem dos Enfermeiros aludiu às declarações da ministra da Saúde feitas em dezembro do ano passado em que dizia ter recusado conversar com os enfermeiros em greve, uma vez que isso seria beneficiar “o criminoso, infrator”. Temido acabou por pedir desculpas por tais palavras, mas esse histórico continua a lançar uma sombra sobre a relação entre o Governo e os trabalhadores. Ainda assim, Ana Rita Cravo diz: “Da nossa parte podem contar com disponibilidade para o diálogo mas também para continuar a fazer denúncias sempre que houver uma quebra na segurança da prestação de cuidados de enfermagem”.

Já o bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, considera que a decisão de António Costa de manter Marta Temido na Saúde e Mário Centeno nas Finanças foi uma oportunidade perdida. “Não está a saber aproveitar a oportunidade que os portugueses lhe deram”, declarou.

“Não sei se esta escolha do primeiro-ministro é para ter um Serviço Nacional de Saúde mais forte ou para continuar a ser as Finanças a dominar sobre a saúde dos portugueses. Creio que é a segunda hipótese“, assinalou Miguel Guimarães, sublinhando que Temido “nada fez de significativo” pela Saúde em Portugal.

Por sua vez, o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) saudou a recondução de Marta Temido e demonstrou a sua “total disponibilidade” para “fortalecer e salvar” o Serviço Nacional de Saúde.

De notar que, ao contrário de Tiago Brandão Rodrigues, Marta Temido não fez parte do painel original de ministros de António Costa. Temido só chegou ao Executivo a 15 de outubro de 2018, substituindo Adalberto Campos Fernandes, num momento em que a contestação social tinha tomado conta do setor. Reconduzida agora no cargo de Ministra da Saúde, Marta Temido já tem fixado o primeiro desafio: o Orçamento do Estado para 2019.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Mariana Mortágua diz estar “preocupada” com Ana Mendes Godinho no novo Governo

  • ECO
  • 18 Outubro 2019

Em entrevista à Rádio Observador, a deputada do Bloco de Esquerda afirmou que ficou preocupada com um nome quando viu o alinhamento do novo Governo.

A deputada do Bloco de Esquerda Mariana Mortágua ficou preocupada com um nome, quando viu o novo Governo apresentado por António Costa na terça-feira. Em entrevista à Rádio Observador (acesso livre), considerou que Ana Mendes Godinho teve “posições questionáveis” enquanto secretária de Estado do Turismo.

“Preocupa-me um nome: o da Ministra do Trabalho, Ana Mendes Godinho”, disse Mariana Mortágua, à Rádio Observador, sobre a nova ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social que vai substituir José António Vieira da Silva e que desempenhava funções de secretária de Estado do Turismo no último Governo.

Preocupa-me por um conjunto de posições que teve enquanto secretária de Estado do Turismo e por ser autora de algumas frases polémicas, dizendo, por exemplo, as empresas chinesas para fazerem de nós cobaias. São posições questionáveis quando se tem um cargo de promoção de investimento ou do Turismo porque essa é a mesma lógica que esteve por trás dos vistos gold“, afirmou Mortágua.

Este foi o único comentário da bloquista ao novo Governo, justificando que não queria “fazer futurologia” e preferia analisar “a linha política do Governo”.

Sobre o que já se conhece, especificamente a incapacidade do PS e do BE de chegarem a acordo para renovar a geringonça, Mariana Mortágua lamentou. “Acordo escrito conferia estabilidade do ponto de vista da forma e estabelecia ganhos à partida para a esquerda“, acrescentou, garantindo que apesar disso o BE vai negociar cada lei “com o mesmo empenho que houve em 2015”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Tiros, detidos e feridos em dia de greve na Catalunha

Cerca de meio milhão de pessoas saíram à rua na Catalunha em protesto contra a condenação a penas de prisão dos líderes separatistas. Há pelo menos três detidos e os protestos subiram de tom.

Mais de meio milhão de pessoas ocupam o centro de Barcelona numa grande manifestação convocada pelos sindicatos independentistas contra a condenação dos políticos envolvidos na tentativa separatista de 2017. Os protestos sobem de tom, há pelo menos três detidos e os principais acessos à cidade estão cortados.

As marchas provenientes de cinco localidades catalãs chegaram ao centro de Barcelona e estão a provocar o caos na cidade. Segundo as estimativas da polícia local há 525.000 de pessoas a participarem nos protestos, sendo que a grande maioria se localiza na zona da Gran Vía, avança o El País (acesso livre, conteúdo em espanhol). Há ainda um outro protesto na Via Laietana, onde vários estudantes e pessoas anti-sistema estão a provocar grandes distúrbios.

Neste local há relatos de contentores incendiados, pedras a serem atiradas e até sinais de trânsito arrancados. Os Mossos d’Esquadra, a polícia catalã, dizem estarem a ser lançadas bolas de aço contra as autoridades, pedindo ainda aos habitantes da cidade que se afastem das zonas de confronto. Por outro lado, a agência EFE escreve que pelo menos três estudantes foram detidos na sequência destes distúrbios. Segundo o El Mundo há ainda um polícia ferido.

No dia de “greve geral” da Catalunha, a vida não está fácil para quem precisa de se deslocar na cidade. Há várias estradas cortadas, estações de metro encerradas e a circulação de autocarros é escassa.

Entretanto, o presidente do governo autónomo da Catalunha, Quim Torra, aplaudiu a “força cívica e pacífica do movimento”, demonstrando agrado pelo apoio demonstrado. Por outro lado, o primeiro-ministro espanhol em funções — num vídeo também publicado no twitter — ao referir-se aos atos de vandalismo garante que não haverá “espaço à impunidade” e defendeu o direito à manifestação pacífica.

Ao início do dia a atmosfera era de festa e convívio com pessoas de todas as gerações e com vários cartazes a pedir a “libertação dos presos políticos”. À cabeça da manifestação estava um cartaz com a palavra de ordem “Pelos direitos e liberdades, greve geral” com o logótipo dos sindicatos que convocaram a concentração.

Os independentistas consideram que os condenados pelo Tribunal Supremo são “presos políticos”, enquanto os defensores da unidade de Espanha afirmam que se tratam de “políticos presos”.

Também esta sexta-feira, o ex-presidente do governo regional da Catalunha, Carles Puigdemont, apresentou-se perante as autoridades belgas, em resposta ao mandato de detenção europeu.

Nos últimos quatro dias, grupos de jovens independentistas têm enfrentado a polícia de forma violenta nas ruas do centro da cidade, provocando estragos em montras, esplanadas, contentores e automóveis.

Os movimentos de protesto começaram na segunda-feira, depois ser conhecida a sentença contra os principais políticos catalães responsáveis pela tentativa de independência em outubro de 2017. Os juízes decidiram condenar nove deles a penas até 13 anos de prisão por delitos de sedição e peculato. Depois do anúncio da sentença, os independentistas têm feito cortes de estradas e de linhas de caminho-de-ferro um pouco por toda a Catalunha.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.