Governo flexibiliza regras do programa para apoiar regresso de emigrantes

São introduzidas alterações às regras relativas aos contratos de trabalho, com a eliminação de alguns prazos, mas também aos documentos exigidos ao agregado familiar.

O Governo alterou o programa lançado em julho para ajudar os portugueses emigrados que pretendem regressar ao país, com apoio que pode chegar aos 6.500 euros por família. Em causa estão as regras relativas aos contratos de trabalho e aos documentos comprovativos da situação de emigrante, dos familiares ou do respetivo agregado.

O Programa Regressar “tem como objetivo incentivar o regresso e a fixação de emigrantes ou familiares de emigrantes em Portugal, através de um apoio financeiro a conceder diretamente aos destinatários, bem como da comparticipação em custos de transporte de bens e nos custos de viagem dos destinatários e respetivos membros do agregado familiar, mediante a celebração de um contrato de trabalho em Portugal continental”, explicava a portaria publicada a 5 de julho.

Para beneficiar do apoio era necessário estar fora do país há pelo menos três anos e ter um contrato de trabalho iniciado a partir de 1 de janeiro de 2019. Ou seja, quem tinha contratos celebrados no início do ano até 5 julho devia apresentar os mesmos num prazo de 90 dias a contar da data de abertura das candidaturas à medida e quem celebrava o contrato em data posterior à entrada em vigor da medida tinha, no máximo, 60 dias para o fazer. O legislador concluiu que, por “uma questão de equidade para com os potenciais destinatários da medida”, eliminar estes prazos.

“Agora, por uma questão de equidade para com os potenciais destinatários da medida que, reunindo todas as condições de elegibilidade, não estejam devidamente informados sobre este apoio ao regresso e à integração em Portugal, eliminam-se esses prazos, potenciando assim o alcance deste instrumento de política pública”, pode ler-se em Diário da República.

Outra das mudanças introduzidas é ao nível da documentação exigida para provar a situação de emigrante por parte dos familiares que regressam.

No momento da apresentação da candidatura era necessário apresentar um documento comprovativo da situação de emigrante, dos familiares ou do respetivo agregado familiar, emitido por uma autoridade diplomática ou consular portuguesa. Mas, na prática, verificou-se que, “nalguns casos, os destinatários deste apoio não dispõem de comprovativo emitido por autoridade diplomática ou consular portuguesa, dispondo, contudo, de documentação que comprova, de modo inequívoco, que cumprem este requisito de acesso à medida”, constata o Executivo. Por isso, passam agora a ser válidos para provar o cumprimento destes requisitos “outros documentos que, inequivocamente, comprovem tal ou tais situações”.

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Funcionários do SEF, Finanças e Segurança Social detidos por corrupção na legalização de imigrantes

  • ECO e Lusa
  • 15 Outubro 2019

A megaoperação da PJ envolve, para além das detenções, buscas na Autoridade Tributária e na Segurança Social.

Foram detidas mais de vinte pessoas envolvidas numa associação criminosa que, em troca de subornos viabiliza a legalização de centenas de imigrantes de modo fraudulento. Entre os detidos nesta megaoperação da Polícia Judiciária (PJ) incluem-se dois funcionários da Autoridade Tributária, dois da Segurança Social e uma inspetora do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).

A investigação da Unidade Nacional de Contra-terrorismo da PJ, que já tem mais de três anos, baseia-se nas suspeitas de que os funcionários se deixaram corromper por redes mafiosas, que apostam na exploração e no tráfico de imigrantes, que seguem para outros países do espaço Schengen, depois de Portugal servir de porta de entrada na Europa, avança a TVI24 (acesso livre).

A operação da PJ desta terça-feira, presidida por juízes e magistrados do Ministério Público, envolve, para além das detenções, buscas na Autoridade Tributária e na Segurança Social, bem como domiciliárias e em escritórios de advogados. São cerca de 240 os inspetores da PJ no terreno.

O papel dos funcionários públicos no esquema será de intervenção nos sistemas informáticos, para manipular e falsear informações sobre contratos de trabalho fictícios, para os títulos de Autorização de Residência. Alguns têm também o poder de acelerar os processos de legalização.

O ministro da Administração Interna adiantou esta terça-feira de manhã, em declarações à RTP3, que a funcionária do SEF que foi detida já o tinha sido em 2018 e desde esse momento estava suspensa de funções. Eduardo Cabrita escusou-se a dar mais detalhes sobre a Operação por ser competência das autoridades judiciárias.

Em comunicado, o SEF adiantou que “a funcionária detida no âmbito da operação havia já sido constituída arguida no âmbito de um processo crime instaurado pelo SEF e alvo de um processo disciplinar comum, devido aos fortes indícios da prática dos crimes de corrupção passiva, abuso de poder e falsificação de documentos”.

O ministro considerou ainda que este caso não mancha a imagem do SEF e que “a migração ilegal e o tráfico de seres humanos é algo que deve ser combatido”. “O SEF é a força que nos aeroportos deteta casos de tráfico de crianças, o SEF é uma entidade que na frontex, salva vidas e protege as fronteiras europeias, é uma referência europeia. O SEF é um motivo de orgulho para Portugal”, atirou o ministro da AI, à margem da reunião do centro de operações da Autoridade Nacional de Proteção Civil.

No decorrer desta operação foram também detidos três advogados, que estarão envolvidos na estrutura por dominarem os trâmites legais, e pessoas que estão inseridas nas comunidades de imigrantes, que fomentam a vinda de mais pessoas. Todos os envolvidos respondem por crimes de associação criminosa, corrupção ativa ou passiva, auxílio à imigração ilegal e falsificação de documentos, entre outros. Os detidos vão ser presentes ao juiz na próxima quarta-feira.

(Notícia atualizada com mais informação às 13h20)

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Navigator dispensa S&P e Moody’s após trocar obrigações por crédito bancário

Papeleira diz que não se justificava manter ratings das agências e os custos associados após reestruturar dívida através de reembolsos das obrigações e da contratação de financiamento bancário.

A Navigator NVG 1,39% decidiu dispensar as agências de notação de risco Standard & Poor’s e Moody’s por considerar que já não se justificava manter os ratings atribuídos pelas duas agências e os custos associados, isto depois da reestruturação da sua dívida financeira levada a cabo nos últimos anos.

Em causa está o facto de a papeleira liderada por João Castello Branco ter procedido, em 2015 e 2016, aos reembolsos das obrigações com vencimento em 2020 e que haviam sido colocadas no mercado. Em contrapartida, contratou novos financiamentos junto da banca nacional e internacional, “com significativa redução dos custos e extensão das maturidades”.

Ou seja, com esta reestruturação, a empresa do setor do papel trocou a dívida que tinha emitida no mercado, e que implica ter uma avaliação de risco de parte das agências de notação, por dívida contraída junto de instituições bancárias.

Por essa razão, a Navigator “decidiu que não se justificava manter a notação de rating atribuída pela agências Standard & Poors e Moody’s e os custos associados”, informou num comunicado partilhado esta segunda-feira na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Um rating é uma classificação de crédito que avalia o risco de incumprimento de emissões de dívida de uma empresa ou país. O rating é atribuído por agências de classificação de risco, como a Moody’s, a Standard & Poor’s, a Fitch ou a DBRS. Essa classificação é feita através de notações representadas por letras (AAA, BBB, CCC ou D) e sinais aritméticos (+ e -) de acordo com o nível de risco de cada país ou empresa.

É com base no rating que os investidores decidem o risco que estão disposto a aceitar para comprar títulos de dívida de uma empresa ou de um governo. Quanto maior for o risco associado, maior será a taxa de juro exigida pelos investidores.

http://videos.sapo.pt/7oZRouHPE6B9rdYV0eCU

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Enfermeiros obrigados a devolver 2.000 euros em salários

  • ECO
  • 15 Outubro 2019

Cerca de 200 enfermeiros estão a ser chamados pelos hospitais, por ordem do Ministério da Saúde, para devolverem os aumentos salariais resultantes do descongelamento das progressões na Função Pública.

Cerca de 200 enfermeiros estão a ser chamados pelas administrações dos hospitais, por ordem do Ministério da Saúde, a devolver os aumentos salariais que resultaram do descongelamento das progressões das carreiras na Função Pública, iniciado em 2018. Está a ser pedido a estes profissionais a devolução de 1.950 num ano e meio.

A notícia é avançada esta terça-feira pelo Jornal de Notícias (acesso pago), que adianta ainda que o número de enfermeiros que poderão ter de devolver estes aumentos salariais “indevidos” ascenderá a um universo de mais de 20 mil profissionais.

Foi uma fonte do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses que forneceu esta estimativa, dado que vários hospitais do país já notificaram os profissionais do entendimento do Governo. Porém, só quatro centros hospitalares começam este mês, ou já estão a descontar, o valor dos aumentos entregues desde janeiro de 2018.

Os enfermeiros estão a ser obrigados a restituir os aumentos salariais na sequência de uma circular da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), datada de fevereiro deste ano, mas que só agora começou a ser aplicada pelos hospitais de Trás-os-Montes e Alto Douro, Guimarães, Penafiel e IPO do Porto.

A ACSS justifica que o reposicionamento da tabela salarial dos enfermeiros, ocorrido entre 2011 e 2015, já contou como progressão e que deve ser reiniciada a contagem de pontos. Sem pontos, os enfermeiros ficam inelegíveis para o descongelamento em curso. “Os pontos são contados a partir da última alteração de posicionamento remuneratório do trabalhador”, lê-se na circular da ACSS.

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Reutilização é a verdadeira alternativa ao plástico descartável

  • Lusa
  • 15 Outubro 2019

Em Bruxelas, por exemplo, são evitados todos os anos 1.500 quilos de resíduos de embalagens através da iniciativa “Tiffin”, embalagens reutilizáveis em metal para “take away”.

A alternativa aos produtos de plástico descartáveis tem sido outros produtos também descartáveis, mas a melhor solução passa pela reutilização, indica um relatório divulgado esta segunda-feira, que dá exemplos de sucesso.

O documento, “The Reusable solutions: How governments can help stop single-use plastic pollution”, é da responsabilidade das coligações “Break Free From Plastic Europe” (movimento global criado em 2016) e “Rethink Plastic Aliance” (aliança de organizações não governamentais europeias), duas organizações a que a associação ambientalista portuguesa Zero pertence.

O relatório, citado pela Zero, garante que a reutilização é a verdadeira alternativa ao plástico descartável e que pode ser aplicada a pratos, copos, utensílios e embalagens de bebidas e take away descartáveis.

Segundo o documento citado pela Zero, na busca de alternativas ao plástico muitas das soluções encontradas até agora não são mais do que a substituição de um produto descartável por outro da mesma natureza.

O relatório dá como bons exemplos de reutilização o copo “ReCup”, que é usado em cerca de três mil estabelecimentos em mais de 450 cidades na Alemanha, onde é pago um depósito pelo copo que é devolvido mediante entrega num dos estabelecimentos da rede.

Em Bruxelas são evitados todos os anos 1.500 quilos de resíduos de embalagens através da iniciativa “Tiffin”, embalagens reutilizáveis em metal para “take away”, e na Alemanha 99% das garrafas de bebidas de vidro são devolvidas para reutilização.

Iniciativas que privilegiam a reutilização e que têm um impacto positivo precisam de ser apoiadas com políticas públicas, diz a Zero no comunicado, no qual acrescenta: “Promover as soluções reutilizáveis permitirá a Portugal reduzir de forma significativa a poluição resultante da utilização do descartável, reduzirá os custos dos municípios com a limpeza do espaço público e promoverá o emprego local”.

No comunicado a Zero propõe que se legisle no sentido de tornar obrigatória a utilização de pratos, copos e outros utensílios reutilizáveis nos restaurantes, sempre que o consumo seja feito no local, estabelecendo-se como objetivo a redução do consumo de copos e recipientes para comida descartáveis (take away) de 50% até 2025 e 80% até 2030.

Entre outras medidas a Zero propõe ainda que sejam introduzidos sistemas de depósitos para embalagens e utensílios reutilizáveis, que se comecem a taxar soluções descartáveis, e que os descartáveis sujeitos a restrições não sejam substituídos por outros descartáveis, como substituir o plástico pelo bambu.

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Maló ainda tem direito ao dinheiro das patentes

  • ECO
  • 15 Outubro 2019

Paulo Maló reclamava um crédito de 2,6 milhões, no âmbito do PER das clínicas dentárias com o seu nome. Mas esse crédito não foi reconhecido. Contudo ainda tem direito ao dinheiro das patentes.

Paulo Maló, fundador da Malo Clinic, é um dos credores da sua própria empresa, que deixou com uma dívida superior a 70,8 milhões de euros. O empresário reclamou um crédito de 2,6 milhões, que não lhe foi reconhecido no âmbito do Processo Especial de Revitalização (PER). No entanto, o dentista tem ainda direito a receber dos tratamentos que desenvolveu e patenteou.

Os tratamentos, ao nível da implantação dentária, são o All-on-four e o CAD CAM. O pagamento destes direitos está a ser negociado pelo fundo de investimento que acabou por ficar com o negócio da Malo Clinic — o fundo Atena Equity Partners, segundo adianta o Correio da Manhã (link indisponível).

No processo, Paulo Maló poderá ver executado o seu património pessoal. O médico e empresário deu avales pessoais para cobrir os financiamentos das suas empresas, garantias essas que serão alvo de processos de execução por parte do Novo Banco. “Será um processo semelhante ao que foi desenvolvido no caso Berardo”, disse uma fonte ao diário.

A listagem provisória do administrador judicial indica que existem créditos no valor de 54,9 milhões de euros, suportados por vários tipos de garantias, e 15,6 milhões de créditos comuns. A SAD do Sporting e o Banco Nacional Ultramarino encontram-se entre os credores comuns. O grupo Maló vai pagar, no total, 27 milhões de uma dívida superior a 70 milhões.

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Terrenos cadastrados podem ser regularizados sem multa

  • ECO
  • 15 Outubro 2019

Os proprietários de terrenos situados em concelhos onde já há cadastro geométrico poderão fazer registo ao abrigo da nova lei sem terem de pagar multas. Poderão fazê-lo num prazo de 4 anos.

Os proprietários de terrenos localizados nos concelhos que já dispõem de um Cadastro Geométrico de Propriedade Rústica (CGPR) também poderão regularizar os registos prediais ao abrigo da nova lei que veio estender o cadastro simplificado a todo o país e sem terem, por esse registo, de suportar o pagamento de quaisquer coimas.

O novo regime “aplica-se a todos os municípios que dispõem de Cadastro Geométrico da Propriedade Rústica ou cadastro predial em vigor”, referiu fonte oficial do Ministério da Justiça ao Jornal de Negócios (acesso pago). Em causa, estarão os prédios rústicos e mistos com área igual ou inferior a 50 hectares, segundo prevê a lei.

O prazo para proceder ao registo ao abrigo da nova lei sem pagar multa é de quatro anos, indo até agosto de 2023.

O jornal lembra que o cadastro simplificado arrancou em dez concelhos em regime piloto, nomeadamente nos que foram mais afetados pelos incêndios em 2017, mas já foi entretanto alargado a todo o país. Contudo, a nova lei, criada para incentivar os proprietários a identificarem as localizações e os limites dos seus terrenos, deixou dúvidas em alguns serviços do registo predial porque na região sul do país, onde está praticamente completo o CGPR e as propriedades estão já devidamente delimitadas.

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Papeleiras recuperam 1%. BCP dá gás à bolsa de Lisboa

Navigator e Altri estão a recuperar esta manhã, depois de terem estado a cair mais de 3% na sessão anterior. BCP e Jerónimo Martins ganham 1% e dão ânimo à bolsa nacional.

As atenções dos investidores continuam centradas na Navigator e Altri, duas cotadas com perfil exportador e por isso mais sensíveis a notícias que podem influenciar o andamento da economia mundial, como a guerra comercial ou o Brexit. Depois das quedas acentuadas nas últimas sessões, as duas papeleiras estão hoje a recuperar fôlego e em valorização.

Enquanto a Navigator avança 0,92% para 3,286 euros, as ações da Altri somam 1,86% para 5,465 euros. São 16 as cotadas que estão em alta no arranque da sessão, colocando o PSI-20, o principal índice português, em alta de 0,57% para 5.003,4 pontos.

No chamado grupo dos pesos pesados também há subidas acentuadas a registar. São os casos do banco BCP, que tem as ações a ganharem 1,46% para 0,1952 euros, da petrolífera Galp, que sobe 0,74%, e da retalhista Jerónimo Martins, cujos títulos valorizam 1,00% para 15,13 euros.

Papéis da Navigator valorizam 1%

Lisboa segue a tendência positiva de outras praças importantes na Europa. O Stoxx 600, índice de referência europeu, está a avançar 0,5% na abertura. O dia também começou com ganhos nas bolsas de Paris (+0,80%) e Frankfurt e Madrid (avançam ambas em torno de 0,70%). Há um tema que vai marcar o dia: a cimeira entre o Reino Unido e os países da União Europeia que, segundo os analistas do BPI, “poderá determinar o desfecho para o longo e atribulado processo do Brexit”.

“O impacto de uma saída ordenada do Reino Unido da União Europeia será significativo nas ações inglesas e na Libra, mas limitado nas ações europeias. Este possível impacto contido é explicado pelo facto de os gestores europeus não terem ajustado as suas carteiras com vista a protegerem-se de um eventual Brexit sem acordo”, referem os analistas.

Acrescentam ainda que, “desta forma, a evolução das conversações sino-americanas e a earnings season americana deverão captar a atenção dos investidores do Velho Continente”.

(Notícia atualizada às 8h26)

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Hoje nas notícias: défice, enfermeiros e igualdade

  • ECO
  • 15 Outubro 2019

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

O governador do Banco de Portugal alerta para que o país deve manter a credibilidade na redução da dívida. Os enfermeiros poderão ter de devolver cerca de dois mil euros em salários, mas irão recorrer aos tribunais. Portugal foi dos países da União Europeia que mais progrediu na igualdade de género, apesar de continuar abaixo da média comunitária. Veja estas e outras notícias que marcam as manchetes nacionais.

Em crise, “Portugal tem margem” para ter défice, “mas tem de ser credível” na redução da dívida

O governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, diz que o país tem margem para expandir a política orçamental e registar défices para combater uma crise económica, mas considera que o país deve manter a credibilidade na trajetória descendente da dívida. “Tem margem para o fazer, mas tem de ser credível quanto à trajetória futura da dívida em termos de rácio do PIB”, afirmou Carlos Costa em entrevista ao Negócios.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

Estado obriga enfermeiros a devolver dois mil euros em salários

Cerca de 200 enfermeiros estão a ser chamados pelas administrações dos hospitais, por ordem do Ministério da Saúde, a devolver os aumentos salariais que resultaram do descongelamento das progressões das carreiras na Função Pública, iniciado em 2018. Está a ser pedido a estes profissionais a devolução de 1.950 num ano e meio.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso pago).

Portugal mais perto da Europa na igualdade entre homens e mulheres

O progresso de Portugal na igualdade de género destaca-se entre os Estados-membros da União Europeia. Em 12 anos, o país subiu sete lugares no Índex de Igualdade de Género, para ficar na posição 16.ª no ranking deste ano. Entre 2015 e 2017, nenhum país convergiu tanto, mas mesmo assim Portugal ainda continua abaixo da média comunitária. Enquanto a UE marca 67,4 pontos, em 100, Portugal conta 59,9 pontos.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago).

Maló tem direito ao dinheiro das patentes

Paulo Maló, que foi afastado da rede de clínicas de medicina dentária que fundou, terá direito ao dinheiro das patentes. O médico e empresário reclamou um crédito de 2,6 milhões, que não lhe foi reconhecido no âmbito do Processo Especial de Revitalização. No entanto, o dentista tem ainda direito a receber dos tratamentos que desenvolveu e patenteou ao nível da implantação dentária. O pagamento destes direitos está a ser negociado pelo fundo de investimento que acabou por ficar com o negócio da Malo Clinic — o fundo Atena Equity Partners.

Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso pago).

MP acusa Ivo Rosa de falta de bom senso no caso Tancos

O Ministério Público apontou o dedo a Ivo Rosa por não ter tido bom senso na investigação no caso Tancos. O juiz terá atrasado a investigação da Polícia Judiciária (PJ) à Judiciária Militar, ao não autorizar a quebra do sigilo telefónico. Um ano depois, Ivo Rosa decidiu que o seu tribunal não era competente.

Leia a notícia completa no Jornal i (acesso pago).

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Ana Catarina Mendes vai ser a nova líder da bancada do PS

  • ECO e Lusa
  • 15 Outubro 2019

Ana Catarina Mendes vai substituir Carlos César como líder parlamentar do PS e José Luís Carneiro substitui Ana Catarina Mendes como secretário-geral adjunto do PS.

O secretário-geral socialista, António Costa, vai propor a dirigente Ana Catarina Mendes para o cargo de presidente do Grupo Parlamentar do PS, substituindo nestas funções Carlos César, disse à agência Lusa fonte oficial deste partido. E naquela que pode ser vista como uma reorganização do partido antes de escolher o Governo, Costa também já escolheu o até agora secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Luís Carneiro, vai substituir Ana Catarina Mendes nas funções de secretário-geral adjunto do PS.

Ana Catarina Mendes assumiu desde dezembro de 2015 até agora as funções de secretária-geral adjunta do PS e nas últimas eleições legislativas foi cabeça de lista dos socialistas no círculo de Setúbal.

Na última legislatura, enquanto “número dois” da direção do PS, Ana Catarina Mendes coordenou as campanhas deste partido nas vitórias que obteve nas eleições autarquias (2017), nas europeias (maio deste ano) e nas legislativas do passado dia 6.

Ana Catarina Mendes, que integra o chamado “núcleo duro” da direção de António Costa desde novembro de 2014, vai ser votada para a liderança parlamentar na primeira reunião da bancada socialista da nova legislatura, tal como José Luís Carneiro.

Ora a escolha de José Luís Carneiro para “número dois” da direção do PS, significa que o dirigente socialista não vai integrar o próximo Governo socialista liderado por António Costa, já que este lugar foi precisamente introduzido em dezembro de 2015 para separar as esferas governativa e de direção partidária.

José Luís Carneiro, de 48 anos, é licenciado em Relações Internacionais, mestre em Estudos Africanos, foi chefe de gabinete do Grupo Parlamentar do PS entre 2000 e 2002 na liderança de Francisco Assis, tendo mais tarde sido eleito deputado do PS. Agora, enquanto secretário-geral adjunto, terá a seu cargo a preparação do PS para as autárquicas do outono de 2021, revela o Público (acesso condicionado), já que o partido poderá ter dificuldades em manter o atual número de câmaras depois do resultado histórico conseguido nas últimas eleições autárquicas — 159 câmaras.

Presidente da Câmara Municipal de Baião entre 2 de novembro de 2005 e 23 de outubro de 2015, o ainda secretário de Estado das Comunidades Portugueses foi um dos elementos do “núcleo duro” do anterior líder do PS, António José Seguro.

Entre outras funções, foi presidente da Associação Nacional dos Autarcas Socialistas entre 4 de janeiro de 2014 e 23 de outubro de 2015 e liderou a Federação Distrital do Porto do PS (a maior deste partido no país) entre 16 de junho de 2012 e 4 de março de 2016.

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Em crise, “Portugal tem margem” para ter défice, “mas tem de ser credível” na redução da dívida

  • ECO
  • 15 Outubro 2019

Governador do Banco de Portugal diz que o país tem folga para poder expandir a política orçamental, mas isso não pode significar o fim do compromisso na redução da elevada dívida pública.

O governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, diz que o país tem margem para expandir a política orçamental e registar défices para combater uma crise económica, mas considera que o país deve manter a credibilidade na trajetória descendente da dívida.

“Tem margem para o fazer, mas tem de ser credível quanto à trajetória futura da dívida em termos de rácio do PIB. Se essa margem for usada de forma que comprometa a sustentabilidade – isto é, não um uso temporário, mas permanente –, se não houver um crescimento”, afirmou Carlos Costa em entrevista ao Jornal de Negócios (acesso pago), onde abordou apenas questões económicas.

O governador adianta que, em Portugal, a “política orçamental está muito dependente dos níveis de endividamento público”. Os últimos dados apontam para uma dívida pública de 252 mil milhões de euros em agosto, com o rácio face ao Produto Interno Bruto (PIB) a baixar previsivelmente para os 119,3% no final deste ano.

Segundo Carlos Costa, Portugal “tem não só de satisfazer as regras orçamentais da União Europeia, mas sobretudo continuar a ser credível do ponto de vista dos mercados, o que significa que é possível que haja alguma capacidade para acomodar os impactos de uma crise económica através do funcionamento dos estabilizadores [automáticos]”.

“Mas não temos margem para uma política orçamental tão ativa como, por exemplo, a Alemanha”, sublinhou.

Na mesma entrevista, o governador do banco central português disse ainda que o Banco Central Europeu (BCE) fez o que tinha a fazer no sentido de usar a ferramenta da política monetária para animar a economia. E esclareceu que o apelo de Mario Draghi, presidente do BCE, para que sejam os países a avançar agora com estímulos orçamentais significa que “a política monetária acomodatícia é necessária, mas já não chega” e precisa de ser complementada pela política orçamental.

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Altice Portugal impugna em tribunal decisão da Anacom para o 5G

A Altice Portugal considera que o prazo definido pela Anacom para começar a libertar a faixa dos 700 MHz, ocupada atualmente pela TDT, é "impossível" de ser cumprido. Decide avançar para tribunal.

A Altice Portugal vai impugnar no Tribunal Administrativo a decisão da Anacom sobre os direitos de utilização da frequência Televisão Digital Terrestre (TDT), uma condição do processo de implementação do 5G em Portugal. Qual é a consequência imediata? Fica em causa o calendário definido pelo regulador das telecomunicações para a libertação da chamada “faixa dos 700 MHz”, que é uma parte do espetro eletromagnético que vai alojar o 5G, mas está atualmente ocupada pela TDT. O regulador queria ter este trabalho concluído até 30 de junho de 2020, mas a dona da Meo considera que a data é “impossível de cumprir”, estimando que o processo se arraste até à terceira semana de julho de 2020. Esta decisão já foi comunicada pela empresa à Anacom, ao Governo e até ao Presidente da República.

Numa decisão final, publicada a 8 de outubro, o regulador apontou o início dos trabalhos entre a terceira semana de janeiro e a primeira de fevereiro. A Altice garante “ter já desencadeado as ordens de encomenda junto dos seus fornecedores para os novos equipamentos, necessários para a migração de frequências”, de forma a libertar a faixa ocupada pela TDT, mas as encomendas vão levar quatro meses a estarem concluídas. Assim, estima que só esteja em condições de iniciar a mudança da TDT na segunda semana de fevereiro.

“A Altice Portugal rejeita veementemente quaisquer responsabilidades por eventuais atrasos no processo”, refere a empresa, apontando algumas condicionantes, como é o caso da “ocorrência de fenómenos meteorológicos adversos”. “A data de 30 de junho de 2020 [para concluir a libertação da faixa do espetro] não é possível de ser atingida”, garante a empresa.

O processo de migração da TDT vai obrigar os portugueses a terem de sintonizar novamente os aparelhos, algo que pode ser feito sem custos, no menu do descodificador ou da própria televisão, no caso dos aparelhos mais modernos. Também não é necessário aderirem a TV paga, nem sequer deslocar a antena. A intenção da Anacom é a de que o processo comece “de sul para norte” e termine nas regiões autónomas dos Açores e da Madeira.

Perante esta decisão de impugnação através dos tribunais, estão lançadas as bases para um atraso no processo de migração e, consequentemente, no lançamento do 5G em Portugal. A Anacom deu à Meo flexibilidade para “estabelecer o calendário e o ritmo dos trabalhos”, mas apenas “dentro dos limites definidos”. Para a operadora, contudo, “apesar de a Anacom afirmar a flexibilidade do calendário por ela decidido, a Altice Portugal considera o mesmo bastante vulnerável face a potenciais atrasos ou imprevistos”.

A Altice Portugal é a responsável pela gestão do serviço de TDT em Portugal. Ainda que se prepare para tentar a impugnação, a mesma não é garantida e está dependente da decisão do Tribunal Administrativo.

Depois da publicação desta notícia, o presidente executivo da Altice Portugal sugeriu na rádio TSF que o presidente da Anacom, João Cadete de Matos, deveria demitir-se. “Algo vai muito mal com a regulação do setor das comunicações em Portugal. Quem tem essas responsabilidades deve ponderar seriamente sobre a sua posição e sobre o mal que está a fazer a este setor em Portugal e daí tirar as suas ilações”, afirmou.

O ECO também contactou a Anacom, no sentido de obter uma reação a estas informações. Encontra-se a aguardar resposta.

O 5G é a próxima geração da rede móvel, proporcionando uma maior quantidade de dispositivos ligados em simultâneo e com velocidades de acesso muito mais elevadas do que as registadas na atual rede 4G (LTE Advanced). Esta tecnologia é vista como crítica para a competitividade do país, uma vez que servirá de base a evoluções como os carros autónomos e o streaming de vídeo em muito alta definição e a 360 graus, por exemplo.

No entanto, as operadoras em todo o mundo têm-se mostrado apreensivas em investir já no 5G, dada a pouca quantidade de terminais (smartphones) capazes de suportar este tipo de conectividade. Além disso, o comprimento de onda do 5G é menor (isto é, a frequência é maior) e este tipo de radiação eletromagnética não penetra tão facilmente em obstáculos, o que obriga a uma rede com maior capilaridade e, consecutivamente, mais investimento por parte das empresas de telecomunicações.

Outro desafio para as operadoras prende-se com o preço das licenças. Alguns países europeus já realizaram leilões de frequências e os preços das licenças têm sido elevados. Em junho, o Estado alemão arrecadou 6,6 mil milhões de euros com a venda de licenças 5G, um investimento que forçou a Vodafone a cortar os dividendos pagos aos acionistas, algo que aconteceu pela primeira vez na história da companhia.

Há muito que a Comissão Europeia definiu o calendário para o 5G. A intenção do executivo de Jean-Claude Juncker é que, em 2020, todos os Estados-membros da União Europeia tenham pelo menos uma cidade com cobertura 5G. Neste sentido, o diferendo entre a Altice e a Anacom não ameaça diretamente a agenda de Bruxelas, mas poderá representar um risco.

Correção: O comprimento de onda no 5G é menor, o que explica o facto de estas ondas não penetrarem tão facilmente em obstáculos. Uma versão anterior indicava que o comprimento de onda seria maior.

(Notícia atualizada às 11h12 com declarações do CEO da Altice Portugal)

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