Eurogrupo com avaliação muito positiva da situação pós-programa em Portugal

  • Lusa
  • 10 Outubro 2019

O relatório da décima missão de acompanhamento pós-programa a Portugal é "muito positivo”, disse o comissário europeu dos Assuntos Económicos, Pierre Moscovici.

Os ministros das Finanças da zona euro concordaram que o relatório da décima missão de acompanhamento pós-programa a Portugal é “bastante positivo”, tendo o Governo dado conta ao Eurogrupo de desenvolvimentos mais recentes que considera cimentarem essa ideia.

Em declarações aos jornalistas, o secretário de Estado das Finanças, Ricardo Mourinho Félix – que representa Portugal nas reuniões do Eurogrupo, presididas pelo ministro Mário Centeno – indicou que “a avaliação que é feita pelas autoridades é bastante positiva sobre o caminho que Portugal fez, quer ao nível do crescimento económico, da criação de emprego, da estabilização do sistema financeiro, e em particular da redução acentuada do crédito malparado, mas também ao nível da consolidação orçamental”.

É claramente um relatório pós programa muito positivo”, concordou o comissário europeu dos Assuntos Económicos, Pierre Moscovici, naquela que foi a sua última conferência de imprensa após um Eurogrupo, dado a próxima reunião ter lugar em novembro, já com a nova Comissão Europeia liderada por Ursula von der Leyen em funções.

Mourinho Félix adiantou que, além da discussão sobre as conclusões da décima missão de acompanhamento pós-programa, que decorreu entre 14 e 19 de junho passado, em Lisboa, informou o Eurogrupo “sobre os desenvolvimentos recentes, já depois da avaliação, nomeadamente ao nível da revisão das contas nacionais, e que vieram revelar um crescimento mais forte do que aquele que era estimado anteriormente”, o que faz de Portugal o segundo país com maior crescimento no seio da zona euro, a seguir à Irlanda, “e dois anos, e possivelmente um terceiro ano este também, de convergência com a zona euro”.

“Informei também os meus colegas sobre desenvolvimentos mais recentes a nível da redução do crédito malparado e dei nota que Portugal tem hoje de facto uma avaliação de investimento por parte de todas as principais agências de rating com ‘outlook’ positivo, e do recente ‘upgrade’ por parte da agência DBRS”, apontou.

O secretário de Estado acrescentou que “também foi assinalado” o pagamento antecipado que Portugal fará na próxima semana, de dois mil milhões de euros, ao Fundo Europeu de Estabilização Financeira – dos empréstimos concedidos no quadro do programa de ajuda externa (2011-2014) -, que considerou “mais um contributo para uma redução da despesa em juros” e melhoria das necessidades de financiamento.

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Costa ganhou. E agora quais são os desafios para os próximos quatro anos?

O PS saiu reforçado nas eleições de domingo mas vai negociar à esquerda para garantir o apoio parlamentar de que precisa para aprovar leis. Veja os desafios que o próximo Governo tem pela frente.

O PS venceu as eleições legislativas de domingo mas falhou a maioria absoluta. António Costa está a negociar à esquerda para tentar o apoio parlamentar de que precisa para aprovar leis na Assembleia da República. O Executivo a que Marcelo Rebelo de Sousa dará posse terá várias provas para superar. Um deles é o abrandamento económico que todas as instituições antecipam. Mas há mais. Veja aqui alguns dos desafios que o próximo Governo terá de enfrentar.

Abrandamento económico. Como viver com ele?

Se as previsões das principais instituições se confirmarem, o Governo que sai das eleições deste domingo enfrentará um cenário de abrandamento económico. A Zona Euro, para se destinam cerca de dois terços das exportações portuguesas, já atingiu o seu pico de crescimento e, do outro lado do Atlântico, os sinais que chegam vão no mesmo sentido. As autoridades monetárias dos dois lados já começaram a adotar medidas para estimular as economias dos dois blocos. A indefinição quanto ao Brexit e o aumento das tensões comerciais entre os EUA e a China, com a imposição de tarifas à compra de produtos, estão na origem do corte de previsões que as instituições internacionais têm feito. Se a economia portuguesa crescer menos do que o PS previu, os socialistas não querem deixar cair as medidas que inscritas no programa eleitoral e preferem deixar deslizar o défice orçamental.

Estabilidade política para governar

Depois de uma legislatura inédita, cujo Governo saiu do Parlamento e aguentou-se até ao fim, apesar de ter o apoio de dois partidos à esquerda até então fora do arco da governação, a estabilidade política ganhou um novo significado em Portugal. No entanto, com as eleições de domingo o desafio volta a colocar-se. O PS venceu, mas sem maioria. No último dia de campanha, Costa pediu mais força para o PS para não ficar “de mãos atadas” e com “prazo contado de dois anos”. A estabilidade política é vista por todos como um fator essencial para aplicar medidas para melhorar a economia e a vida dos portugueses. António Costa no discurso de vitória sublinhou que os portugueses gostaram da geringonça e é sua vontade reeditá-la. Não só com os parceiros dos últimos quatro anos (Bloco e PCP), mas também PAN, que conseguiu eleger quatro deputados, e Livre que elegeu uma. Depois de reunir com todos estes partidos, na quarta-feira, António Costa garante que não há portas fechadas e assegura que é “agnóstico quanto à forma” como firmará o acordo que visa garantir estabilidade ao longo dos próximos quatro anos.

Um novo aeroporto e aposta na ferrovia

A Portela está há muito identificada como esgotada. O Montijo foi o local escolhido para avançar com a construção do novo aeroporto. Uma localização escolhida ainda pelo Governo de Pedro Passos Coelho a que António Costa optou por dar continuidade. Mas há fortes críticas pelo impacto que a nova infraestrutura poderá ter. A avaliação do impacte ambiental deverá estar concluída até final de outubro. Além disso, é necessário concluir até ao fim da legislatura os investimentos previstos no Plano Ferrovia 2020, onde se inclui, por exemplo, o investimento previsto no corredor interior norte, no corredor interior sul, e no corredor norte-sul. Mas, tal como Pedro Nuno Santos admitiu no Parlamento, o programa vai sofrer novos atrasos. “Vamos poder ser responsabilizados por atrasos e sabemos que isso vai acontecer”, disse o ministro das Infraestruturas recusando imputar responsabilidades ao seu antecessor, Pedro Marques. O investimento na ferrovia — e nos transportes públicos em geral — é uma forma de atingir um desafio ainda mais lato: “Em 2030 Portugal conseguir uma redução de 40% das emissões de CO2, a partir do setor dos transportes”, como António Costa, elencou em Paredes, no início de setembro.

Presidência da UE e outros compromissos internacionais

Ao longo da legislatura, Portugal tem um conjunto de desafios internacionais pela frente. O principal é a presidência portuguesa da União Europeia, no primeiro semestre de 2021, na qual África será uma “prioridade”, inclusivamente, será organizada uma cimeira UE-África. É a quarta vez que Portugal assume a presidência do Conselho Europeu (em 1992, 2000 e 2007), constituído pelos chefes de Estado e de Governo da UE. Além disso, uma prioridade para Portugal, segundo António Costa, será completar a União Económica e Monetária (UEM).

Mas o continente africano terá também todas as atenções voltadas para si, no âmbito das cimeiras da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, que se realizam em 2020 e 2022, um período no qual Angola será o próximo país a assumir a presidência rotativa da CPLP, seguindo-se a Cabo Verde. Há também um novo secretário-executivo: o embaixador português Francisco Ribeiro Teles. A mobilidade no espaço lusófono tem sido um objetivo difícil de atingir, que poderá começar pela mobilidade académica e cultural deve ser o ponto de partida de um processo difícil de facilitação da livre circulação de pessoas no espaço lusófono.

Será ainda durante a legislatura que agora se inicia que se realiza a Conferência Mundial sobre os Oceanos, em Portugal em 2020, tal como sublinhou Marcelo Rebelo de Sousa numa mensagem de apelo ao voto a 5 de outubro. A Assembleia da República que sair das eleições de domingo “vai coincidir com realidades tão relevantes quanto os debates essenciais nas Cimeiras Ibero-Americanas – também em 2020 e 2022 – e os mandatos de portugueses em organizações cruciais”.

Fechar o Portugal 2030

A legislatura começa com um novo colégio de comissários europeus a iniciar funções. Portugal tem uma nova comissária encarregue dos fundos comunitários e da Política de Coesão. Assim que as perspetivas financeiras ficarem fechadas será possível perceber qual a dimensão do envelope financeiro que vai caber a cada país. Em cima da mesa, para Portugal, está um corte de 7% na Política de Coesão e de 15% no segundo pilar da Política Agrícola Comum, ou seja, o desenvolvimento rural. O passo seguinte será fechar o Acordo de Parceria com a Comissão Europeia, um documento onde ficarão definidas as linhas gerais de como o dinheiro poderá ser utilizado. Por exemplo, se os investimentos públicos em estradas são elegíveis para obter apoios comunitários, se os investimentos feitos pelas grandes empresas são elegíveis, mesmo aqueles que incidem sobre a inovação. Depois é necessário definir os regulamentos dos diferentes programas operacionais. E o último passo é lançar os concursos para que o dinheiro chegue efetivamente à economia. De sublinhar que no Portugal 2020, que teve início em 2014, o primeiro concurso só foi lançado no final de 2015 dada a demora e a complexidade das negociações com Bruxelas.

Reduzir a dívida. Meta dos 100% em 2023, se conjuntura ajudar

Nos últimos quatro anos, Portugal procurou ser um país de “contas certas”. Conseguiu fazê-lo num contexto de crescimento económico acelerado, apresentando défices cada vez mais reduzidos, apontando mesmo para um excedente em 2020. Vai deixar de aumentar o endividamento nos mercados para colmatar as falhas nos orçamentos, abrindo a porta à redução da dívida, que continua a ser uma das mais elevadas do mundo, à luz do PIB.

Em termos nominais, Portugal deve cerca de 250 mil milhões de euros, isto depois de já ter saldado uma parte do empréstimo internacional contraído em 2011, livrando-se da fatura pesada dos juros exigidos pelo Fundo Monetário Internacional. Agora, prepara-se para começar a liquidar outra “fatia” dessa dívida, estando previsto um pagamento antecipado de dois mil milhões de euros ao FEEF. Este será um dos primeiros passos para que o saldo em dívida do país comece, efetivamente, a baixar. Um pagamento que deverá acontecer entre 15 e 17 de outubro.

Mário Centeno pretende colocar “Portugal na Liga dos Campeões” com dívida pública abaixo de 100% do PIB, como previsto para 2023 no Programa de Estabilidade. A meta está fixada, mas o abrandamento económico global pode ser uma ameaça. Para já, a ajudar estará a política monetária do Banco Central Europeu, que promete manter os juros baixos durante mais tempo. Com taxas de financiamento inferiores, perto de 0%, reduzir-se-á drasticamente a fatura com os juros da dívida, ajudando às tais “contas certas” que permitirão acelerar a redução da dívida.

Terminar a revisão das carreiras da Função Pública

A palavra de ordem que marcará os próximos quatro anos da Administração Pública deverá ser “revisão”. Um dos maiores desafios que o próximo Governo enfrentará será, desde logo, a continuação (e conclusão) da revisão das carreiras ainda não revistas. No seu programa eleitoral, os socialistas prometeram avançar nesse processo — tão reivindicado pelos sindicatos — com uma “discussão transparente e baseada em evidências, para harmonizar regimes, garantir a equidade e a sustentabilidade, assegurando percursos profissionais assentes no mérito dos trabalhadores”.

Também na Função Pública, o PS quer revisitar o modelo de progressão das carreiras especiais (nas quais se integram um terço dos trabalhadores do Estado), uma vez que uma fatia considerável (cerca de terços) dos gastos com progressões ficam nestas carreiras onde é o tempo o fator determinante para avançar.

A terceira área de revisão poderá ser a recuperação do tempo de serviço congelado das carreiras especiais. Na legislatura que agora termina, o Governo de António Costa recuperou dois anos, nove meses e 18 dias dos nove anos, quatro meses e dois dias “perdidos” por estes funcionários. Para o PS, esta pasta está fechada, mas para o BE e para o PCP — partidos com os quais os socialistas querem renovar a solução política — insistem na recuperação integral.

Lei de Bases da Saúde à espera para fechar PPP

A Lei de Bases da Saúde foi promulgada no final da legislatura, mas nem tudo ficou fechado. Quando lhe deu luz verde, Marcelo Rebelo de Sousa deixou claro que o documento não fechava a porta às Parcerias Público-Privadas. No entanto, esta foi uma questão que ficou para resolver na próxima legislatura e logo no início. A nova lei começa a produzir efeitos no início de novembro e o Governo terá depois 180 dias para regular o modelo de participação dos privados na gestão do Serviço Nacional de Saúde.

A Lei de Bases da Habitação e a reabilitação do património público

No âmbito da habitação, o ponto quente da próxima legislatura será a Lei de Bases da Habitação. O documento, aprovado em julho com os votos contra do PSD e do CDS, afirma que todos têm direito à habitação e promete trazer mudanças significativas à vida dos proprietários e dos inquilinos. O principal desafio para o PS neste campo vai ser pôr em prática esta nova lei que prevê, entre outras coisas, a reabilitação de imóveis devolutos do Estado para arrendamento acessível, a entrega da casa ao banco para saldar dívidas e a penalização do assédio no arrendamento.

Outra meta que os socialistas têm pela frente, e que, de certa forma, está inserida na Lei de Bases da Habitação, é o aumento do parque habitacional público para 5%, estando este atualmente nos 2%. Assim, a ideia é reabilitar imóveis que o Estado tem abandonados por todo o país e convertê-los em arrendamento acessível. Na lista estão vários edifícios emblemáticos, como o antigo Hospital Miguel Bombarda e o antigo quartel do Cabeço da Bola, ambos em Lisboa. O objetivo? “Dar resposta à classe média em situação de dificuldade de acesso à habitação”, lê-se no programa eleitoral do PS.

A reforma que colocou o Governo contra o Banco de Portugal

A reforma da supervisão financeira morreu na praia na reta final da legislatura que termina com as eleições deste domingo. E o caderno de encargos passa para o próximo Governo. Apesar de não ter saído do Parlamento foi sempre considerada essencial pelo Executivo, logo desde o início da legislatura. Em cima da mesa estão medidas como a retirada da função de resolução bancária ao Banco de Portugal bem como a alteração de algumas regras como a nomeação do governador do Banco de Portugal que passa a ter um mandato de cinco anos, mas sem possibilidade de renovação. A reforma abriu uma frente de batalha entre o Banco de Portugal e o Ministério das Finanças sobre os novos poderes da Inspeção-Geral de Finanças na fiscalização atividade do banco central.

Revisão da Constituição

“Se isto não merece uma revisão constitucional, não sei o que mereça uma revisão constitucional.” Foi na convenção programática do PS, realizada no Pavilhão Carlos Lopes em julho, que o líder do partido colocou em cima da mesa a possibilidade de haver uma mexida na Constituição na legislatura que arranca agora depois das eleições de 6 de outubro. Na altura, o líder dos socialistas comprometeu-se com a ideia de mexer na Lei Fundamental de forma a permitir que possam ser criados tribunais especiais de instrução e julgamento dos casos de violência doméstica.

Resta saber se António Costa conseguirá reunir uma maioria de valor reforçado para poder mexer na Lei Fundamental. Irá sempre precisar do apoio da direita, nomeadamente do PSD, já que a esquerda toda junta não alcança os dois terços necessários. Rui Rio já mostrou no passado abertura a uma possível alteração da Constituição para rever o sistema de Justiça, embora na altura não se estivesse a referir à temática da violência de género.

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Revista de imprensa internacional

  • ECO
  • 10 Outubro 2019

BCE terá avançado com compra de ativos apesar de objeções internas, sendo ainda conhecido que um deputado do Ciudadanos usa residência não habitual em Portugal para pagar menos impostos em Espanha.

Esta quinta-feira fica a saber-se que a retoma do programa de compra de ativos do BCE não terá sido uma decisão tão consensual, mas também que houve um deputado do Ciudadanos que usou o regime fiscal para residentes estrangeiros não habituais em Portugal para pagar menos impostos em Espanha. Os EUA ponderam um pacto cambial com a China como parte de um acordo parcial, isto quando a economia britânica contraiu 0,1% em agosto.

Financial Times

Draghi avançou com compra de ativos pelo BCE apesar de objeções internas

O Banco Central Europeu (BCE) anunciou em setembro a retoma do programa de compra de ativos, uma decisão que terá sido tomada apesar da oposição de responsáveis internos, segundo revela o Financial Times, nesta quinta-feira. De acordo com o jornal britânico, o comité de política monetária, o qual integra tecnocratas do BCE e os responsáveis dos 19 bancos centrais da Zona Euro, terá desaconselhado a recuperação daquele modelo de estímulos numa carta enviada a Mario Draghi e a outros elementos do conselho de governadores dias antes da decisão. A informação foi confirmada por três membros do conselho.

Leia a notícia completa no Financial Times (acesso pago, conteúdo em inglês).

El Economista

Deputado do Ciudadanos usa residência não habitual em Portugal para escapar a impostos em Espanha

Marcos de Quinto, deputado e responsável pela área económica do espanhol Ciudadanos, terá usado o regime fiscal para residentes estrangeiros não habituais em Portugal para reduzir substancialmente a sua fatura de impostos sobre o rendimento de 2018 em Espanha. A notícia é avançada pelo El Economista, que explica que Marcos de Quinto adquiriu uma casa ao abrigo deste regime fiscal destinado a estrangeiros com elevados rendimentos, tendo vivido em Portugal apenas cerca de três meses.

Leia a notícia completa no El Economista (acesso livre, conteúdo em espanhol).

Bloomberg

EUA ponderam pacto cambial com a China como parte de um acordo parcial

A Casa Branca estará a planear um pré-acordo cambial com a China, segundo revelaram à Bloomberg fontes próximas das negociações. O acordo cambial, que terá sido previsto para o início deste ano antes das negociações comerciais terem falhado, fará parte daquilo que a Casa Branca considera poder vir a ser a primeira fase de um acordo com Pequim. A ideia é que este acordo inicial seja seguido por mais negociações sobre questões centrais, como propriedade intelectual e transferências forçadas de tecnologia.

Leia a notícia completa na Bloomberg (acesso condicionado, conteúdo em inglês).

The Guardian

Economia britânica encolhe em agosto

A economia britânica contraiu 0,1% em agosto, o primeiro registo mensal que aponta para a economia a encolher desde abril, e o primeiro já com Boris Johnson como primeiro-ministro, notícia o jornal britânico The Guardian. O resultado foi ligeiramente mais negativo que o esperado para o mês de agosto, com os analistas a apontarem para uma estagnação na evolução mensal do Produto Interno Bruto britânico.

Leia a notícia completa no The Guardian (acesso livre, conteúdo em inglês).

Business Insider

Maioria dos norte-americanos não sabe que o Facebook é dono do Instagram e do WhatsApp

Um estudo revelou os fracos conhecimentos digitais dos norte-americanos. Um inquérito levado a cabo pelo Pew Research Center, citado pelo Business Insider, identificou que se a maioria dos adultos consegue responder de forma correta a questões relacionadas com esquemas de phishing ou sobre cookies em sites, noutras áreas o grau de conhecimento é mais fraco. Por exemplo, apenas 29% dos adultos consegue identificar o WhatsApp e o Instagram como sendo empresas detidas pelo Facebook.

Leia a notícia completa no Business Insider (acesso livre, conteúdo em inglês).

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Governo considera “favorável para Portugal” chave de afetação do orçamento para zona euro

  • Lusa
  • 10 Outubro 2019

A chave de afetação do futuro instrumento orçamental da Zona Euro vai ter em conta a população de cada país, mas também o Produto Interno Bruto (PIB) per capita.

O Governo considera que a chave de afetação acordada na última madrugada pelo Eurogrupo relativamente aos fundos a serem concedidos ao abrigo do futuro instrumento orçamental para a convergência e competitividade na zona euro é “favorável para Portugal”.

“No que diz respeito à questão da afetação dos fundos dentro do instrumento orçamental, a chave de afetação dependerá da população, mas também daquilo que é o PIB [Produto Interno Bruto] ‘per capita’, e isso é algo que gostava de assinalar e que é particularmente bom e favorável para Portugal”, declarou o secretário de Estado das Finanças, no Luxemburgo.

Ricardo Mourinho Félix falava aos jornalistas pouco depois de o presidente do Eurogrupo e ministro das Finanças, Mário Centeno, ter dado conta, em conferência de imprensa, do acordo alcançado na última madrugada pelos ministros das Finanças da zona euro sobre “todos os elementos críticos da governação e financiamento” do novo instrumento orçamental para a convergência e competitividade da zona euro.

Segundo o secretário de Estado, as modalidades de definição de afetação dos fundos “são favoráveis no sentido em que levam em conta, por um lado, a população enquanto indicador que diz respeito à dimensão dos países, mas, por outro lado, o PIB per capita”.

“O PIB ‘per capita’ é um indicador daquilo que são os graus de desenvolvimento e de bem-estar de cada um dos países e, portanto, Portugal aí, tendo um PIB ‘per capita’ que é ainda mais baixo do que a média da zona euro, beneficia nesse sentido, e (…) no seio daquilo que é a discussão das recomendações para a área do euro, o programa nacional de reformas e também as recomendações específicas por país, tem os instrumentos financeiros para que possa levar a cabo essas reformas e esses investimentos, e, por essa via, convergir e aumentar os seus níveis de rendimento e de bem-estar”, declarou.

Mourinho Félix considerou que este novo orçamento para a zona euro, que deverá entrar em vigor em 2021, com o próximo quadro financeiro plurianual da União Europeia (2021-2027), “é um instrumento que é importante para Portugal, mas também para todos os países da área do euro”.

“Pretende promover, por um lado, a convergência entre os países, e nesse sentido apoiar as reformas estruturais e investimentos que permitam aumentar aquilo que são os níveis de rendimento dos países, investindo na investigação, no desenvolvimento, na educação, nas infraestruturas. Mas, por outro, [pretende] dar condições para que cada um dos países da área do euro e a área do euro com um todo seja cada vez mais competitiva à escala global e possa por essa via internacionalizar-se”, observou.

O governante acrescentou que “Portugal tem feito esse caminho de internacionalização, com um aumento muito significativo daquilo que é o peso das exportações na economia portuguesa, e é esse o caminho que é importante que Portugal continue a trilhar”.

“E, portanto, nesse aspeto este instrumento é mais um instrumento que favorecerá uma via de desenvolvimento que deve ser continuada e que promove o crescimento do rendimento e nível de bem-estar dos portugueses”, completou.

Pouco antes, na conferência de imprensa do Eurogrupo, Mário Centeno regozijou-se com o acordo alcançado na última madrugada no Luxemburgo sobre questões que ainda estavam em aberto em relação ao novo instrumento orçamental da zona euro.

“Há apenas dois anos, uma capacidade orçamental para a zona euro era um projeto puramente académico. Ontem [quarta-feira] à noite, depois de 11 horas de negociações, tornámo-lo realidade, na forma do instrumento orçamental para a zona euro, o chamado BICC (sigla em inglês de ‘budgetary instrument for convergence and competitiveness’). Em dezembro de 2018, lançámos o BICC; ontem à noite, o BICC finalmente aterrou”, declarou.

No futuro executivo comunitário, que deverá entrar em funções em 1 de novembro, a comissária responsável pela implementação do instrumento orçamental será Elisa Ferreira, enquanto titular da pasta da Coesão e Reformas. Em 14 de junho passado, no Luxemburgo, os ministros das Finanças haviam já acordado as principais linhas de um orçamento para a zona euro, deixando, contudo, em aberto questões fundamentais, tais como a sua dimensão e financiamento.

Uma semana mais tarde, numa cimeira do Euro em Bruxelas, os chefes de Estado e de Governo saudaram “os progressos alcançados no Eurogrupo sobre o reforço da União Económica e Monetária”, mas instaram os ministros das Finanças a concluir os trabalhos com alguma celeridade, de modo a ser possível ‘fechar’ um compromisso global em dezembro próximo.

Especificamente sobre o instrumento orçamental, os líderes solicitaram ao Eurogrupo “que informe rapidamente sobre as soluções adequadas para o financiamento”, apontando que estes elementos deveriam ser acordados “como uma questão prioritária, de modo a que se possa definir a dimensão do instrumento orçamental no contexto do próximo quadro financeiro plurianual” (2021-2027).

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“Ubers” geram mais de três mil empresas desde janeiro

  • Lusa
  • 10 Outubro 2019

Nasceram, até 30 de setembro, 3.209 empresas com atividade relacionada com o setor dos TVDE, o que representa um crescimento de 120% face a igual período do ano passado.

O setor do transporte ocasional de passageiros em veículos ligeiros gerou mais de três mil empresas nos primeiros nove meses de 2019, representando um crescimento de 120% face ao período homologo, foi divulgado esta quinta-feira.

De acordo com um barómetro da consultora Informa ao setor dos Transporte de Passageiros em Viaturas Ligeiras Descaracterizados (TVDE) nasceram, até 30 de setembro, 3.209 empresas, o que representa um crescimento de 120% face a igual período do ano passado.

Esta subida, refere o Barómetro, coincide com a promulgação da Lei 45/2018 que regula a atividade de transporte individual e remunerado de passageiros em veículos descaracterizados a partir de plataformas eletrónicas.

O distrito de Lisboa regista o crescimento mais significativo destas novas empresas, embora o mesmo se tenha vindo a alargar a outros distritos como o Porto, Setúbal e Faro.

Em 2018, ano em que foi alcançado o valor máximo na constituição de novas empresas em Portugal, de acordo com a consultora, os maiores crescimentos tinham-se verificado nos setores do alojamento e restauração e nas atividades imobiliárias.

Até final do terceiro trimestre deste ano, estes dois setores viram nascer menos novas empresas que no período homólogo, com reduções de -4,9% nas Atividades imobiliárias e de -0,2% no Alojamento e restauração.

A descida neste setor deve-se sobretudo à queda no subsetor do ‘alojamento de curta duração’, já que a restauração e restante hotelaria regista uma subida em novas empresas, ainda que ligeira.

De acordo com a consultora, esta dinâmica empreendedora tem contribuído para um “tecido empresarial pulverizado”, com uma “enorme quantidade de empresas muito pequenas”, com as sociedades unipessoais a representarem nos nove primeiros meses do ano 2019 mais de metade das novas empresas.

Em Portugal operam atualmente quatro destas plataformas internacionais, que ligam motoristas de veículos descaracterizados e utilizadores, através de uma aplicação online descarregada para o telemóvel – as estrangeiras Uber, Cabify, Bolt e Kapten.

Segundo a lei 45/2018, o início da atividade de operador de TVDE está sujeito a licenciamento do Instituto da Mobilidade e dos Transportes, licença essa que será válida por 10 anos.

Para ser parceiro e poder ter automóveis ao serviço das plataformas, é obrigatório constituir uma empresa, pois a lei só permite a atividade a “pessoas coletivas”.

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FC Porto volta aos lucros. Competições europeias permitem resultado positivo de 9,4 milhões

A SAD do Futebol Clube do Porto voltou aos lucros. Depois de prejuízos de 28 milhões no ano anterior, na última época registou um resultado positivo fruto dos prémios das competições europeias.

A SAD do Futebol Clube do Porto voltou aos lucros. Depois de prejuízos de 28 milhões no ano anterior, na última época registou um resultado positivo de 9,4 milhões de euros fruto dos prémios das competições europeias que mais do que duplicaram. Receitas do acordo com a Altice também ajudaram às contas do clube liderado por Pinto da Costa.

De acordo com o comunicado enviado à CMVM, a SAD registou um resultado líquido consolidado positivo em 9,47 milhões, “que se destaca dos 28,4 milhões de euros negativos apresentados no exercício homólogo”. O EBITDA “apresenta um valor bastante positivo em ambos os exercícios, alcançando agora os 73,8 milhões”.

“Apesar do acréscimo dos custos, os resultados operacionais excluindo resultados com passes de jogadores aumentaram significativamente, atingindo agora os 25,7 milhões, pelo crescimento das receitas operacionais”, diz a SAD portista.

No campo das receitas, o Porto destaca o “aumento das receitas obtidas pela excelente performance do FC Porto na edição 2018/2019 da UEFA Champions League”, que passaram de cerca de 30 para 80 milhões de euros. Também aponta para o “início da contabilização do contrato celebrado com a Altice, em dezembro de 2015, para a cedência de direitos de transmissão televisiva”.

Olhando para os resultados com transações de passes de jogadores atingem os 42,6 milhões de euros, um valor ainda assim inferior aos 50 milhões alcançados na época anterior”, nota o Porto.

Ativo encolhe, mas passivo cai mais

A SAD do Porto revela que o ativo total líquido reduziu-se em 52,75 milhões de euros face a 30 de junho de 2018, atingindo agora os 373,3 milhões, “fundamentalmente devido à diminuição do valor em caixa e outros ativos financeiros”. No entanto, o passivo também apresentou uma quebra, mas os capitais próprios continuam negativos.

Houve uma “redução do passivo em 56 milhões, que se situa agora nos 408,1 milhões, essencialmente devido à diminuição do valor global dos empréstimos, em 56,8 milhões, o que representa uma diminuição de 20%, face a junho de 2018, do passivo remunerado do grupo”, nota a SAD. Assim, considerando ativo e passivo, o capital próprio da SAD passou a ser negativo em 34,8 milhões, inferior aos -38,1 milhões registados um ano antes.

(Notícia atualizada às 10h52 com mais informação)

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Vestager usa resolução do BES como exemplo. Garantiu-se a estabilidade, mas ainda é preciso limpar legado

Comissária europeia da Concorrência usou o exemplo do BES, resolvido em 2014, para mostrar como bancos podem ser liquidados com ajuda estatal para garantir estabilidade do sistema financeiro.

Falando numa conferência do Conselho Único de Resolução, em Bruxelas, a comissária europeia Margrethe Vestager usou o BES como exemplo de banco liquidado com ajuda do Estado que preservou a concorrência e conteve as perdas para os contribuintes.

O BES foi alvo de uma medida de resolução em agosto de 2014, tendo sido dividido em dois: o BES mau, que está em processo de liquidação, e o Novo Banco, para onde foi transferida a “parte boa”. Já passaram cinco anos desde essa resolução e o Estado já teve de garantir apoios na ordem dos oito mil milhões de euros ao Novo Banco, incluindo já os empréstimos ao Fundo de Resolução que tem de injetar dinheiro no Novo Banco no âmbito do mecanismo de capital contingente.

Esta quinta-feira, este caso foi referenciado no discurso de Margrethe Vestager, na abertura da Conferência do Conselho Único de Resolução, em Bruxelas, perante uma plateia repleta da responsáveis de bancos e jornalistas europeus.

A comissária europeia deu vários exemplos de como os Estados-Membros podem ajudar os bancos, usando dinheiro dos contribuintes, no sentido de preservar a estabilidade financeira, mas garantindo ao mesmo tempo que as condições de concorrência não sejam distorcidas.

“Sob as regras bancárias europeias, os Estados Membros podem decidir ajudar os bancos a atingir necessidades de capital se as condições económicas se agravarem mais do que o esperado — como precaução. Neste contexto, o controlo da ajuda do Estado assegura que os bancos que recebem esse apoio são profundamente reestruturados. Tomem o Monte dei Paschi como exemplo. O banco apresentou um plano de reestruturação amplo para restaurar a sua viabilidade e preservar a concorrência”, começou por dizer.

Logo depois mencionou o caso BES, que não teve outra alternativa que não a sua resolução, entre outros bancos que seguiram o mesmo rumo em Itália e Chipre.

“Noutros casos, os bancos em questão estavam para lá de poderem ser recuperados. As nossas regras permitem aos Estados Membros garantir ajuda estatal para ajudar-lhes a saírem do mercado de uma forma ordenada. E para que os seus ativos se tornem parte de instituições maiores e mais saudáveis. A Comissão concedeu ajudas de liquidação a bancos, por exemplo, nos casos do Banco Espírito Santo em Portugal, os dois bancos italianos na região de Veneto, e o cipriota Cooperative Bank“, disse.

“Em todos estes casos, os acionistas e os investidores participaram no custo para reduzir o fardo para os contribuintes e, em todos estes casos, a estabilidade financeira foi preservada“, destacou Margrethe Vestager.

"A Comissão concedeu ajudas de liquidação a bancos, por exemplo, nos casos do Banco Espírito Santo em Portugal, os dois bancos italianos na região de Veneto, e o cipriota Cooperative Bank. Em todos estes casos, os acionistas e os investidores participaram no custo para reduzir o fardo para os contribuintes e, em todos estes casos, a estabilidade financeira foi preservada.”

Margrethe Vestager

Comissária europeia

A comissária abordou ainda a questão do impacto das falências nos pequenos investidores. “Os bancos em questão não lhes disseram a verdade sobre o risco dos produtos que foram lhes vendidos. Quando isso foi o caso, trabalhámos com os Estados Membros no sentido de encontrar soluções para ajudar a fazer face às consequências sociais do misselling (vendas fraudulenta). Nesse sentido, as vítimas do misseling poderão receber uma compensação pelos danos que sofreram”, explicou a responsável.

No BES, quase 2.000 lesados do BES receberam já cerca de 200 milhões de euros do mecanismo que lhes permite recuperar parte dos investimentos, que funciona como uma compensação financeira acordada entre a associação que representa os lesados do banco, o Governo, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o Banco de Portugal e o Novo Banco.

Continuar esforço de limpar malparado

Na sua intervenção, Vestager referiu ainda que a Europa precisa continuar lidar com o legado do malparado, porque “um banco com elevados montantes de créditos maus não pode desempenhar totalmente o seu papel no financiamento da economia”. A comissária sublinhou que já foi feito um longo caminho neste sentido, mas é preciso manter esse esforço de redução dos NPL (non-performing loans).

“Juntos, já atingimos muito nos últimos cinco anos na redução do stock de malparado. Os níveis de NPL caíram para mais de metade. Mas em alguns países os níveis continuam a ser elevados”, notou a comissária que vai fazer parte do próximo Executivo europeu. “Isto significa que os nossos esforços conjuntos devem continuar. Temos trabalhado com os Estados Membros em torno de uma série de soluções que não envolvem ajuda estatal”, disse.

O problema do malparado atinge todos os países, mas Portugal tem dos níveis mais elevados na região. Segundo o Banco de Portugal, os bancos portugueses têm nos seus balanços cerca de 23,4 mil milhões de euros em crédito malparado, o que representa um rácio de 8,3% face ao crédito total.

*O jornalista viajou a Bruxelas a convite do Conselho Único de Resolução

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eCompensa arranca em janeiro. Plataformas vão ajudar a saldar dívidas

  • ECO
  • 10 Outubro 2019

Plataformas informáticas onde as várias entidades poderão fazer entre si a compensação de créditos e de débitos chegam a 1 de janeiro.

O eCompensa está a chegar. Depois da aprovação em Conselho de Ministros no verão, esta medida, que faz parte do iSimplex 2019, foi agora criada, podendo as plataformas informáticas onde as várias entidades poderão fazer entre si a compensação de créditos e de débitos arrancar a partir 1 de janeiro.

“Estas plataformas eletrónicas permitirão definir compensações em cadeia, envolvendo várias entidades e aumentando as possibilidades de compensação, em rede, de créditos que por regra não teriam relação entre si”, lê-se no regulamento publicado esta quinta-feira, 10 de outubro, em Diário da República. O sistema prevê:

  • Compensação voluntária de créditos

“É uma forma de extinção de obrigações em que o devedor paga a sua dívida utilizando um crédito que possui sobre o credor (por exemplo, a pessoa A deve 100 à pessoa B, sendo que B também deve 20 a A. Assim, A terá de pagar 80 a B, ficando compensados na plataforma 20)”, lê-se no Diário da República.

  • Compensação multilateral

“Numa compensação multilateral estarão envolvidas mais do que duas partes. Por exemplo, a pessoa A deve 100 à pessoa B, sendo que B deve 100 à pessoa C e C deve 100 a A. Assim, analisando, em rede, os créditos devidos, os mesmos também podem ser cedidos e extintos por compensação, saldando-se todas as dívidas até ao valor da mais baixa”, acrescenta.

A ideia que esteve na base da criação destas plataformas é a de “reduzir a existência de crédito malparado e assegurar um recurso menor a mecanismos de endividamento”, garantindo que o saldar de dívidas facilite a gestão das tesourarias, nomeadamente das empresas.

A adesão a estas plataformas, que são credenciadas pelo Centro Nacional de Cibersegurança (CNCS) e fiscalizadas pela Agência para a Modernização Administrativa (AMA), é voluntária e será permitida a qualquer pessoa, singular ou coletiva.

Contudo, tem custos. A remuneração da entidade gestora é paga, de forma equitativa, pelas entidades participantes envolvidas, não podendo exceder 1% do montante objeto de compensação.

Três respostas sobre o eCompensa

O que vai mudar?

As pessoas, singulares ou coletivas, passam a poder extinguir as suas dívidas, através do eCompensa, que é composto por plataformas eletrónicas.

Estas plataformas eletrónicas permitirão definir compensações em cadeia, envolvendo várias entidades e aumentando as possibilidades de compensação, em rede, de créditos que por regra não teriam relação entre si.

Estas plataformas eletrónicas são credenciadas pelo Centro Nacional de Cibersegurança (CNCS) e fiscalizadas pela Agência para a Modernização Administrativa (AMA).

A adesão a estas plataformas é voluntária e será permitida a qualquer pessoa, singular ou coletiva, que tenha em Portugal número de identificação de pessoa coletiva ou número de identificação fiscal.

Podem ser objeto de compensação através do eCompensa, os créditos originados por ato ou negócio, inseridos voluntariamente na plataforma e comprovados através de documentos, desde que o credor e o devedor sejam participantes da plataforma.

Que vantagens traz?

Este decreto-lei, ao criar este mecanismo de extinção de dívidas, garante maior eficiência na compensação de créditos.

Visa reduzir a existência de crédito malparado e assegurar um recurso menor a mecanismos de endividamento.

Quando entra em vigor?

Este decreto-lei entra em vigor no dia 1 de janeiro de 2020.

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União Europeia retira Suíça da lista “cinzenta” de paraísos fiscais

  • Lusa
  • 10 Outubro 2019

Lista "cinzenta" de paraísos fiscais agrupa todos os maus alunos em matéria fiscal que assumiram compromissos ainda não cumpridos.

Os 28 Estados-membros da União europeia (UE) retiraram hoje a Suíça da denominada lista “cinzenta” de paraísos fiscais, considerando que o país cumpre todos os compromissos de cooperação tributária”, foi anunciado.

A Suíça fazia parte da lista denominada “cinzenta” que agrupa todos os maus alunos em matéria fiscal que assumiram compromissos ainda não cumpridos, desde o início de seu estabelecimento pela UE em 05 de dezembro de 2017.

“Se a Suíça sai desta lista, é um sucesso para mim. A melhor lista é a mais curta”, afirmou o comissário europeu para os Assuntos Económicos, Pierre Moscovici, durante uma conferência de imprensa no Luxemburgo.

Em contrapartida, a ONG Oxfam, que luta contra a evasão fiscal, lamentou esta decisão tomada pelos ministros das Finanças da UE, segundo a AFP.

“A Suíça aboliu os regimes fiscais preferenciais, mas ainda oferece às empresas incentivos fiscais importantes e taxas baixas. Isso continuará provavelmente a atrair empresas que procuram evitar pagar a justa parte do imposto”, declarou a Osfam num comunicado.

A Suíça tinha adotado uma reforma fiscal em outubro de 2018, mas a implementação e entrada em vigor foi adiada devido à realização de um referendo. As alterações entraram agora em vigor e serão aplicadas a partir de 01 de janeiro de 2020.

Além da Suíça, outros quatro países também saíram da lista ‘cinzenta’, designadamente a Albânia, a Costa Rica, as Maurícias e a Sérvia, refere num comunicado a UE na sequência de uma reunião dos 28 ministros das Finanças da Europa no Luxemburgo.

Os emirados Árabes Unidos e as ilhas Marshall saíram, por outro lado, da lista negra dos paraísos fiscais, que agrupa os países e territórios considerados como “não cooperativos”, ou seja que não assumiram qualquer compromisso de boa conduta em matéria fiscal.

A lista “negra” inclui mais “maus alunos” do que a lista “cinzenta”, uma vez que até agora não prometeram qualquer alteração à UE.

A lista “negra” inclui Samoa Americana, Belize, Fidji, Guam, Omã, Samoa, Trinidad e Tobago, Ilhas Virgens Americanas e Vanuatu.

Os ministros das Finanças da UE elaboraram pela primeira vez estas duas listas (‘negra’ e ‘cinzenta’) há pouco menos de dois anos, após vários escândalos, incluindo os Panamá Papers e LuxLeaks, para melhor combater a evasão fiscal das multinacionais e das grandes fortunas.

As sanções contra os países da lista ‘negra’ são bastante limitadas: está simplesmente previsto congelar os fundos europeus que poderiam ter recebido.

(Notícia atualizada às 10h35 com mais informação)

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“Habemus deal”. Eurogrupo chega a acordo para orçamento do euro

Depois de uma longa discussão que acabou cinco minutos antes da meia-noite, o Eurogrupo chegou a acordo sobre o desenho do futuro orçamento para o euro. Países terão de co-financiar 25% dos projetos.

O Eurogrupo chegou a acordo para a criação de um orçamento para a Zona Euro, com uma capacidade financeira mais reduzida do que o idealizado inicialmente, com o instrumento a ser reservado para programas de reformas e investimento que estejam ligados às prioridades definidas pela Comissão Europeia e que terão de ser co-financiados em 25% pelos próprios.

“Habemus deal”, foi como Mário Centeno anunciou que os ministros chegaram a acordo, depois de dois anos a negociar, e apenas a cinco minutos da meia-noite no Luxemburgo, onde se reuniram.

Na conferência de imprensa desta manhã, Mário Centeno anunciou que os ministros das Finanças do euro “chegaram a acordo em todos os elementos críticos da governação e financiamento” deste instrumento e explicou que os Estados-membros que quiserem aceder a este financiamento terão de apresentar propostas durante a primavera no contexto do Semestre Europeu. Estas propostas têm de consistir em programas de reformas e investimentos que estejam ligados aos seus Planos Nacionais de Reformas e em linha com os orçamentos nacionais.

Quem determinará a orientação geral do instrumento será o Eurogrupo, mas a implementação e a gestão do instrumento ficará a cargo da Comissão Europeia.

Aliás, será a Comissão Europeia a fazer a análise inicial das propostas apresentadas pelos Estados-membros, podendo depois ser avaliadas pelos comités respetivos e pelo Eurogrupo, se necessário.

Para que as propostas dos Estados-membros que querem aceder ao financiamento do instrumento sejam aprovadas, estas têm de estar ainda alinhadas com as prioridades definidas nas recomendações específicas por país da responsabilidade da Comissão Europeia, e aprovadas pelo Eurogrupo.

Prioridade para países mais pobres

Segundo o ministro das Finanças, pelo menos 80% dos fundos deste instrumento serão alocados tendo em conta a população do país e o PIB per capita invertido, ou seja, os países com PIB per capita mais baixo face à média europeia e maior população.

O critério usado para distribuir pelo menos 80% dos fundos por Estado-membro vai ser a população e o inverso do PIB per capita. Temos em conta o tamanho do país, medido pelo número de cidadãos, e é orientado para os países que têm maiores necessidades de convergência”, disse Mário Centeno.

No entanto, alertou Mário Centeno, este não é um instrumento para promover a convergência. Como tal, os países mais ricos também podem aceder ao fundo, desde que as suas propostas cumpram os requisitos, esperando-se que possam ter acesso a pelo menos 70% das suas contribuições.

Os países que conseguirem financiamento através do instrumento, terão no entanto de pagar 25% do custo das propostas.

Esta taxa de co-financiamento poderá ser cortada para 12,5% em caso de uma crise financeira, por exemplo, de forma a garantir que investimento e as reformas estão protegidos num cenário económico mais adverso. Historicamente, o investimento é uma das primeiras despesas reduzidas num cenário de crise das contas públicas.

Financiamento, a questão mais espinhosa

Sempre foi a questão mais complicada, e o resultado final demonstra isso mesmo. O instrumento que agora foi aprovado no Eurogrupo está longe da visão de Emmanuel Macron de um orçamento para a Zona Euro, no seu plano de aprofundamento da União Económica e Monetária.

Para já, o que fica definido é que a dimensão financeira do instrumento será definida no contexto do orçamento da União Europeia, tendo em conta para já a parcela que os países do Euro contribuem para o Programa de Apoio às Reformas.

As mudanças que serão efetuadas nos regulamentos deixarão ainda em aberto a possibilidade de os países que participarem neste instrumento – os que fazem parte da Zona Euro, estando a Suécia e a Dinamarca a estudar se também participam – fazerem contribuições maiores no futuro, nomeadamente em tempos de crise.

Aliás, o próprio instrumento tem prevista a possibilidade de se usarem até 20% dos fundos de forma mais flexível para apoiar os países em desafios específicos e para responder a mudanças no ciclo económico.

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Bolsa de Lisboa sobe pelo 2.º dia. Mota-Engil volta a brilhar

A praça nacional está em alta, em linha com as pares europeias. Na sessão lisboeta, o BCP e a Jerónimo Martins animam, enquanto a Mota-Engil volta a brilhar com a conquista de novos contratos.

A bolsa nacional está em alta pelo segundo dia consecutivo, acompanhando as pares europeias que registam ganhos ligeiros. A grande maioria dos títulos do PSI-20 está em alta, com a Mota-Engil a voltar a destacar-se pela positiva. BCP e Jerónimo Martins dão fôlego ao índice lisboeta.

O PSI-20 arrancou a sessão a somar 0,08%, para os 4.925,10 pontos, ganhos que entretanto aceleraram para valores próximos de 0,50%, num dia em que o europeu Stoxx 600 avança 0,01%.

O sentimento positivo das bolsas europeias acontece depois de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter afirmado que existem “muito boas possibilidades” de chegar a um acordo comercial com a China, antes das negociações com representantes do país asiático em Washington.

Por cá, a puxar pela praça lisboeta estão as ações do BCP e da Jerónimo Martins. Enquanto os títulos do banco avançam 1,53%, para os 19,29 cêntimos, as da retalhista somam 1%, para os 15,20 euros.

Entre as maiores subidas estão ainda as ações da papeleiras, com a Altri a avançar 1,36%, para os 5,20 euros, e as da Navigator a ganharem 1,1%, para os 3,116 euros.

Contudo, o principal destaque positivo da sessão recai sobre a Mota-Engil que continua a beneficiar em bolsa da conquista de novos contratos no valor de 327 milhões de euros.

Neste âmbito, destaque para o facto de caber à Mota-Engil a construção dos 195 apartamentos do edifício residencial Infinity, em Lisboa, da Vanguard Properties. O contrato de 77 milhões de euros, junta-se a outros dois, desta feita em África

Em bolsa, as ações da construtora valorizam 2,12%, para os 1,831 euros.

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Caixa Geral de Depósitos arresta obras de arte da casa de Berardo em Lisboa

  • ECO
  • 10 Outubro 2019

O arresto acontece no seguimento da tentativa do banco público de recuperar uma dívida do grupo Joe Berardo na ordem dos 50,2 milhões de euros.

A Caixa Geral de Depósitos avançou com o arresto do recheio de obras de arte da casa de Joe Berardo em Lisboa, na Avenida Infante Santo, avança o Correio da Manhã Acesso condicionado). Entre as obras estarão quadros, esculturas e outros bens, com um valor global estimado em milhares de euros.

O arresto acontece no seguimento da tentativa do banco público de recuperar uma dívida do grupo Joe Berardo na ordem dos 50,2 milhões de euros.

Os quadros, as esculturas e os outros bens permanecem na residência de Berardo, mas estão identificados como bens arrestados, tendo sido fotografados e identificados no auto do arresto realizado pelo agente de execução.

A apreensão visa garantir que o bens não desapareçam e que serão, se for o caso, utilizados no pagamento da dívida à CGD. Joe Berardo não comentou o arresto, adianta ainda aquele jornal.

O arresto do recheio da casa de luxo na Av. Infante Santo surge no âmbito de um processo judicial interposto pela CGD na Madeira. Em janeiro deste ano, o Tribunal Judicial da Comarca da Madeira condenou a Metalgest, empresa do grupo Berardo, a pagar uma dívida de cerca de 50,2 milhões de euros.

Foi no âmbito desse processo que a CGD também arrestou, em meados de junho último, dois imóveis em Lisboa: a casa onde Berardo reside e um apartamento na Lapa.

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