Além das duas casas, Tribunal arresta mais bens de Joe Berardo

  • ECO
  • 28 Junho 2019

O Tribunal de Lisboa arrestou dois apartamentos de Joe Berardo no valor de quatro milhões de euros. Mas não se ficou por aqui: arrestou, ainda, ações, títulos, contas e fundos de investimento.

Além de ter arrestado duas casas de Joe Berardo, o Tribunal tomou medidas semelhantes em relação a ações, contas, títulos e fundos de investimentos do empresário madeirense. Em causa está o pagamento das dívidas de Berardo à Caixa Geral de Depósitos (CGD).

De acordo com a informação avançada esta sexta-feira pela SIC Notícias, para conseguir o arresto, o tribunal “teve em conta declarações do próprio Berardo ao Tribunal Constitucional de que era proprietário do apartamento da Infante Santo, em Lisboa”.

Esta quinta-feira, o mesmo canal noticiou que o tribunal arrestou dois apartamentos de Berardo, em Lisboa, no valor de quatro milhões de euros. O arresto foi feito a pedido da Caixa Geral de Depósitos (CGD), a quem o comendador deve mais de 300 milhões de euros.

Em causa está um apartamento na Lapa, avaliado em 1,5 milhões de euros, e que está em nome da Atram, uma sociedade imobiliária criada por Joe Berardo. É também esta empresa que detém outro apartamento na Avenida Infante Santo, um T5 avaliado em 2,5 milhões de euros. O Correio da Manhã já tinha avançado que a Atram é presidida pelo próprio comendador, embora não seja acionista direto da sociedade.

As casas, bem como as ações, contas, títulos e fundos de investimento, foram arrestadas pelo Tribunal da Comarca de Lisboa para pagar as dívidas de Joe Berardo à CGD. Segundo a estação televisiva, o tribunal usou um mecanismo legal pouco usual para avançar com o arresto, recorrendo à figura da desconsideração da personalidade jurídica coletiva para provar que os dois imóveis são, efetivamente, propriedade do empresário.

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Força Aérea liberta espaço aéreo em Sintra para facilitar operação no aeroporto de Lisboa

  • Lusa
  • 28 Junho 2019

Estão, assim, "reunidas condições para que, do lado da navegação aérea, a operação no Aeroporto Humberto Delgado tenha melhorias significativas já no próximo verão", disse o Ministério.

A NAV – Navegação Aérea de Portugal e a Força Aérea acordaram esta sexta-feira a libertação de “espaço aéreo militar de Sintra para a atividade civil”, que irá facilitar a operação do aeroporto Humberto Delgado, segundo o Governo.

Em comunicado, o Ministério das Infraestruturas e Habitação (MIH) revelou que este entendimento, na sequência de uma resolução do Conselho de Ministros de 12 de junho, será concretizado através da “celebração de uma nova carta de operações entre estas duas entidades”.

A tutela indicou que esta nova carta irá viabilizar “a implementação de novos procedimentos de navegação aérea na aproximação a Lisboa, com o designado sistema point merge, favorecendo uma eficiente sequenciação das aeronaves nas chegadas”.

Graças a esta alteração estão, “reunidas condições para que, do lado da navegação aérea, a operação no Aeroporto Humberto Delgado tenha melhorias significativas já no próximo verão IATA 2020, com reflexos nos movimentos controlados”, garante o MIH.

No mesmo comunicado, o Executivo reconheceu “o esforço e o empenho da Força Aérea Portuguesa e da NAV Portugal no trabalho que tem sido desenvolvido no processo de expansão da capacidade aeroportuária da região de Lisboa e, em particular, na gestão dos fluxos de aeronaves militares e civis, sem comprometer a atividade de cada uma das instituições”.

A tutela acredita que foi, com este acordo, “dado mais um passo decisivo para aumentar a capacidade aeroportuária com o projeto de infraestruturas de ampliação do Aeroporto Humberto Delgado e de construção de um novo aeroporto complementar na Base Aérea n.º 6, no Montijo”.

Num comunicado separado, a NAV especificou que este acordo “faz parte de um plano gradual de aumento de capacidade do sistema aeroportuário de Lisboa, permitindo à NAV Portugal implementar, já a partir de abril de 2020, um sistema mais eficiente de encaminhamento de tráfego aéreo”, ou seja, o sistema point merge.

Além disso, a entidade afirmou que o entendimento esta sexta-feira atingido “vai permitir a utilização, pelo tráfego civil, de parte do espaço aéreo sob responsabilidade militar, sendo o primeiro passo de um plano de restruturação do espaço aéreo nacional”.

No passado dia 21 de maio, o MIH anunciou que os vários agentes envolvidos na operação do aeroporto estavam a trabalhar no reforço de meios na segurança, processamento de bagagens e automatização, entre outras medidas, para fazer face ao verão.

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Autoridade da Concorrência condena Futrifer a multa de 300 mil euros por cartel

  • Lusa
  • 28 Junho 2019

De acordo com o regulador, a empresa participou "num cartel que incidiu sobre concursos públicos de manutenção ferroviária durante o período 2014-2015".

A Autoridade da Concorrência (AdC) condenou a Futrifer – Indústrias Ferroviárias e um dos seus administradores ao pagamento de coimas de 300 mil euros por participação num cartel que atuava na manutenção ferroviária, segundo um comunicado.

O regulador revelou esta sexta-feira, na mesma nota, que a sociedade em causa participou “num cartel que incidiu sobre concursos públicos de manutenção ferroviária durante o período 2014-2015”, recordando que este processo abrange, no total, cinco empresas de manutenção ferroviária que “combinaram apresentar propostas acima do preço-base de um concurso lançado pela Infraestruturas de Portugal (IP), com o objetivo de levar esta última a pagar um valor superior ao que tinha estipulado para o concurso, em prejuízo dos recursos públicos”.

A AdC lembrou ainda que, “num outro concurso, as mesmas empresas combinaram repartir entre si os lotes a concurso, manipulando os resultados do concurso e subvertendo a concorrência”.

Ainda assim, a entidade “concluiu o processo antecipadamente em relação à Futrifer – Indústrias Ferroviárias, S.A., e a um dos seus administradores, devido à colaboração da empresa, que admitiu a participação no cartel e abdicou da litigância judicial, num procedimento de transação”.

O mesmo comunicado destaca ainda que “duas outras empresas e dois diretores tinham já sido condenados pela AdC – em dezembro de 2018 e abril de 2019 –, com recurso a este procedimento, ao pagamento de coimas no valor de 1.271.885,58 euros, pela participação na mesma infração”.

A Concorrência refere-se à Sacyr Neopul e à Mota-Engil, que viram a AdC aplicar coimas de 365,4 mil euros e 906,5 mil euros, respetivamente.

No mesmo comunicado, a AdC salienta que, “relativamente às restantes duas empresas ainda sob investigação, bem como a dois titulares de órgãos de administração e direção, contra os quais foi adotada pela AdC uma nota de ilicitude (comunicação de acusações) em 13 de setembro de 2018, o processo prossegue”.

Em setembro do ano passado, a AdC anunciou que tinha adotado “uma nota de ilicitude contra cinco empresas de manutenção ferroviária dos grupos Mota-Engil, Comsa, Somague, Teixeira Duarte e Vossloh, por constituírem um cartel em concursos públicos lançados pela Infraestruturas de Portugal, em 2014 e 2015”.

Em causa estão alegadas irregularidades praticadas pelas sociedades Fergrupo – Construções e Técnicas Ferroviárias, S.A., Futrifer – Indústrias Ferroviárias, S.A., Mota-Engil – Engenharia e Construção, S.A., Neopul – Sociedade de Estudos e Construções, S.A. e Somafel – Engenharia e Obras Ferroviárias, S.A, juntamente com seis titulares de órgãos de administração e direção.

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Marta Temido desvaloriza polémica sobre PPP. Diz que “há aspetos muito mais importantes” na Lei de Bases da Saúde

Ministra da Saúde falava sobre a Lei de Bases da Saúde depois de o PS ter anunciado que não aceita renegociar com as regras do PSD e de Rui Rio dizer que "não é muleta da geringonça".

As parcerias público-privadas (PPP) são o ponto de discórdia que tem impedido a aprovação da proposta de Lei de Bases da Saúde, mas a ministra da Saúde desvaloriza a questão. Marta Temido afirmou que muitos outros aspetos da lei mais relevantes, no dia em que PS e PSD afastaram ainda mais posições.

“Não se trata de fechar a porta” às PPP. Neste momento, na proposta de lei há aspetos muito mais importantes“, afirmou Marta Temida, em declarações transmitidas pela RTP3, questionada sobre as PPP.

A ministra inscreveu uma norma que previa o fim destas parcerias numa proposta enviada aos partidos à esquerda. No entanto, este texto acabou por ser classificado como documento de trabalho e o PS excluiu a norma sobre o fim das PPP da negociação. A ministra explicou agora que o Governo tem “preferência pela gestão pública, mas há situações excecionais” que justificam a necessidade de manter os acordos para as parcerias com hospitais privados.

É esta posição que tem gerado fortes críticas do Bloco de Esquerda e o PCP. Assim, a existência de PPP determinaram uma quebra nas negociações entre os partidos à esquerda e o partido do Governo, que se virou para o PSD. Esta sexta-feira, também as conversações entre PS e PSD chegaram a um impasse.

O PS não aceitou revisitar os pontos apresentados por Rui Rio para chegar a acordo na Lei de Bases da Saúde. Para os socialistas, os temas que os sociais-democratas queriam rever iriam reabrir “um debate com alteração e revisão de 22 bases”, e não apenas de três bases, como alegava o PSD.

“Esta posição do PSD não é uma verdadeira negociação, é sim a tentativa de reabertura do debate da Lei de Bases da Saúde para deixar em vigor a atual Lei“, disse Jamila Madeira, deputada socialista, em conferência de imprensa. Desta forma, o PS já transmitiu ao PSD que “não está disponível para seguir esse caminho”, adianta.

Já o PSD reagiu pela voz do presidente do partido, dizendo que “ou o PS nunca esteve de boa-fé nisto, ou se esteve de boa-fé achava que o PSD estava aqui para ser muleta da geringonça quando a geringonça não consegue funcionar”. “Não estamos aqui para fazer fretes”, completa Rui Rio.

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UE e Mercosul fecham acordo histórico de integração após 20 anos de negociações

  • Lusa
  • 28 Junho 2019

Os dois blocos concluíram, finalmente, negociações para um Acordo de Associação Estratégica que criará uma das maiores áreas de comércio livre do mundo.

A União Europeia (UE) e o Mercosul fecharam esta sexta-feira um Acordo de Associação Estratégica que criará uma das maiores áreas de comércio livre do mundo. Depois de 20 anos de negociações, os dois blocos concluíram negociações para um acordo sem precedentes na relação entre a Europa e a América Latina, anunciou o Governo argentino, que detém a Presidência do Mercosul.

O acordo alcançado em Bruxelas integra um mercado de 770 milhões de habitantes com cerca de 100.000 milhões de euros em comércio bilateral de bens e de serviços.

“O acordo garante os principais objetivos traçados pelos países do Mercosul ao melhorar as condições de acesso de bens e serviços para as nossas exportações ao mesmo tempo que permite um tempo de transição para a abertura comercial de bens e serviços dos europeus”, indica o comunicado do Mercosul. “O acordo transcende os fins meramente comerciais”, destaca.

Pela transição negociada, o acordo será aplicado de forma gradual para a adequação das economias do Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai à concorrência internacional. Para os países do Mercosul, os prazos de transição nos seus setores mais sensíveis variam de 10 a 15 anos enquanto para a União Europeia os prazos são imediatos.

O acordo foi fechado depois de 48 horas de intensas negociações entre diversos ministros dos países do Mercosul e a Comissão Europeia, reunidos em Bruxelas. Os representantes dos dois blocos mantinham estreitos contactos com os líderes europeus e sul-americanos reunidos na Cimeira do G20 em Osaka, Japão.

Desde 1999, o Mercosul e a União Europeia mantêm um acordo de comércio livre. As negociações foram interrompidas em 2004 e retomadas em 2010, mas ganharam velocidade a partir de 2016, quando o Mercosul começou a sair do seu confinamento comercial e à medida que os Estados Unidos consolidavam uma postura protecionista na relação com o mundo.

Os sul-americanos vendem, principalmente, produtos agropecuários. Já os europeus exportam produtos industriais, como peças para automóveis, automóveis e farmacêuticos. Os países europeus que mais resistiam a um acordo eram a França, Bélgica, Irlanda e Polónia receosos da concorrência agropecuária do Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.

Pelo lado do Mercosul, Argentina e, sobretudo, Brasil mantinham resistência quanto a uma abertura industrial dos seus setores mais sensíveis.

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Mota Amaral é o instrutor de processo que pode vir a retirar condecorações a Joe Berardo

Mota Amaral será instrutor do processo aberto contra Joe Berardo, sendo responsável por redigir a nota de culpa a partir da qual o empresário deverá apresentar a sua defesa.

João Bosco Mota Amaral foi o nome escolhido por Manuela Ferreira Leite como instrutor do processo disciplinar instaurado pelo Conselho das Ordens Nacionais contra Joe Berardo. Ao antigo presidente da Assembleia da República cabe redigir a nota de culpa que pode levar à retirada das condecorações atribuídas ao empresário.

Será a partir desta nota de culpa, que não é sinónimo de condenação, que Joe Berardo poderá apresentar a sua defesa relativamente às acusações de violação dos deveres dos membros das Ordens. O empresário de origem madeirense é Comendador da Ordem do Infante D. Henrique desde 1985, tendo recebido ainda a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique, em 2004.

Em causa estão as declarações e o comportamento de Joe Berardo perante os deputados da Comissão de Inquérito à gestão da Caixa Geral de Depósitos que, de acordo com os deputados, “podem constituir matéria relevante para ser avaliado se o senhor Berardo cumpriu ou não cumpriu as obrigações e os deveres que tem perante o país”.

Segundo nota divulgada no portal da Presidência da República, o histórico social-democrata foi nomeado por despacho da chanceler do Conselho das Ordens Nacionais, Manuela Ferreira Leite. A lei das Ordens Nacionais determina que a chanceler escolha como instrutor do processo alguém que não pode pertencer ao Conselho das Ordens e que seja “de grau superior ao do arguido, ou do mesmo grau, se for Grã-Cruz”.

É o caso de Mota Amaral que é membro da mesma ordem com que foi condecorado Joe Berardo e também com o grau máximo, a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique, o que constitui um requisito para ser instrutor do processo.

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Fundo de Garantia de Depósitos tem (um pouco) menos dinheiro para proteger poupanças dos portugueses

No total, o fundo tem 1,16 euros para cobrir cada 100 euros de depósitos, uma redução face ao ano anterior explicada pelos prejuízos em 2018. Há 52 mil milhões depositados nos bancos sem garantia.

O Fundo de Garantia de Depósitos (FGD) registou prejuízos de 3,4 milhões de euros em 2018 e, por essa razão, passou a ter menos recursos financeiros para fazer face aos depósitos que cobre: tem 1,16 euros para cada 100 euros de depósitos.

“A relação entre os recursos próprios do FGD e os depósitos efetivamente cobertos pela garantia situou-se em 1,16%, refletindo uma redução de 0,02 pontos percentuais face ao ano anterior”, lê-se nas contas apresentadas esta sexta-feira pela entidade que é gerida por Luís Máximo dos Santos.

Os recursos próprios do FGD ascendiam a 1.543 milhões de euros no final de 2018, o que traduz uma redução de 3,1 milhões de euros face ao ano anterior. “A variação registada em 2018 é essencialmente justificada pelo resultado negativo do exercício (-3,4 milhões de euros)”, explica o fundo.

O prejuízo foi, no entanto, mitigado “pelo recebimento das contribuições anuais (0,3 milhões de euros)”, nota. Os bancos contribuíram no ano passado com 337 mil euros, sendo o principal contribuinte do fundo com um total de 1.186 milhões de euros.

O FGD estava responsável por garantir 132.561 milhões de euros em depósitos dos portugueses. Este montante corresponde a 72% do total de depósitos, que totalizavam os 184.557 milhões de euros.

Distribuição dos depósitos elegíveis por intervalos de montantes depositados

Ou seja, há cerca de 52.000 milhões de euros “desprotegidos” nos bancos por as contas onde estão depositados apresentarem um saldo acima dos 100 mil euros (o limite máximo da garantia do fundo) — em 2017 eram 48.000 milhões que estavam fora da garantia do fundo.

Recorde-se que o FGD garante o reembolso da totalidade do valor global dos saldos em dinheiro de cada depositante, por instituição de crédito participante, até ao limite de 100 mil euros.

Este fundo, criado em 1992, é acionado em caso de falência de uma instituição financeira, levando os restantes bancos do sistema a injetar o montante necessário para permitir a que os clientes do banco em falta possam reaver as suas poupanças no prazo de 15 dias — reduz-se para sete dias no caso de montante abaixo dos 10 mil euros.

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Famílias com dois filhos prejudicadas na dedução das propinas no IRS

  • Lusa
  • 28 Junho 2019

O deputado comunista já expôs o problema ao ministro das Finanças, que disse que as Finanças vão avaliar a situação e uma eventual solução.

As famílias com dois filhos inscritos no ensino superior público e que pagaram as propinas em prestações estão a ser prejudicadas no reembolso do IRS, devido à mudança do referencial contabilístico da administração pública, alertou o deputado comunista Paulo Sá.

O deputado expôs o problema ao ministro das Finanças, Mário Centeno, na reunião de Comissão de Orçamento e Finanças de quarta-feira, que disse então que as Finanças iam avaliar o que estava em causa e eventual solução.

O problema prende-se com as deduções das propinas que os alunos do ensino superior público pagaram em 2018, isto para aqueles que pagaram em prestações, o que pode levar a uma perda de mais de 200 euros no reembolso do IRS. Para os que pagaram as propinas de uma vez não há qualquer problema na dedução dessas despesas de educação, ou seja, a referida alteração contabilística da administração pública não tem qualquer impacto na dedução da despesa com propinas no IRS.

Este impacto negativo apenas se sente no IRS deste ano e daqui em diante o problema deixará de se colocar, na medida em que o valor integral das propinas passa a ser assumido no ato de inscrição no novo ano letivo.

A Lusa contactou o Ministério das Finanças, mas até ao momento não obteve resposta.

Um dos casos a que a Lusa teve acesso está a acontecer com alunos do Instituto Superior Técnico (IST), devido à entrada em vigor em 2018 do novo Sistema de Normalização Contabilístico para a Administração Pública (SNC-AP), mas que poderá estar a verificar-se com alunos de outras universidades públicas.

Com as mudanças do referencial contabilístico, se até 2018 as propinas eram registadas no momento do seu pagamento, no ano passado passaram a ser registadas aquando da assunção do compromisso. O problema é que esta mudança, que devia ser apenas contabilística, tem uma implicação fiscal para as famílias com dois filhos no ensino superior.

Por exemplo, até à mudança do sistema, numa propina de 1000 euros, um aluno que pagava 300 euros no momento da inscrição (primeiro semestre letivo) e 700 euros no ano seguinte até junho (segundo semestre letivo) e depois no ano letivo seguinte pagava mais 300 euros de inscrição, tinha no total do ano 1000 euros de despesas com propinas para abater ao IRS.

Numa família com dois filhos a frequentar o ensino superior, as despesas totais com propinas ascendiam a 2000 euros, o que lhes permitia reduzir 600 euros ao imposto. Recorde-se que cada família pode deduzir ao IRS 30% dos gastos com educação até ao limite de 800 euros.

Com a mudança das regras contabilísticas mesmo para os alunos que só pagaram uma parte da propina no início do ano letivo 2018/2019 (setembro ou outubro), o sistema assumiu que tinham pago a totalidade dos 1000 euros nesse momento. Ou seja, o sistema considerou que pagaram 1700 euros de propinas em 2018 (os 700 euros efetivamente pagos em 2018 referente ao ano letivo 2017/2018 e os 1000 que o sistema assumiu no início do ano letivo 2018/2019).

A alteração não tem impacto fiscal negativo numa família só com um filho a pagar propinas, mas tem impacto no caso de uma família com dois filhos no ensino superior. Neste caso, esta família que antes deduzia ao IRS 600 euros pelas propinas dos dois dependentes, com as novas regras contabilísticas viu-se confrontada com uma despesa total de propinas de 3.400 euros num único ano – o que resultaria numa redução de IRS de 1.020 euros. Mas, como a dedução máxima anual tem um teto de 800 euros, houve 220 euros da dedução que foram perdidos.

“Os agregados familiares com filhos no ensino superior não devem pagar mais de IRS por uma mera mudança do referencial contabilístico”, disse Paulo Sá à Lusa, que defendeu que o Governo faça uma norma transitória para o ano de 2018.

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“PSD não é muleta da geringonça”, diz Rui Rio. Sociais-democratas votam contra Lei de Bases da Saúde

Para Rui Rio, o PS deu uma "desculpa de mau pagador" para não avançar com as negociações sobre a Lei de Bases da Saúde. "É preferível que a Lei de Bases chumbe e fiquei como está”, diz.

Perante a rejeição do PS das condições apresentadas pelos sociais-democratas para negociar a Lei de Bases de Saúde, Rui Rio diz que “o PSD não existe para ajudar o Governo” e adianta que “é preferível que a [proposta da] Lei de Bases chumbe e fique como está”. O presidente do PSD reitera ainda que “isto é uma vitoria da ala radical de esquerda do PS sobre a ala moderada do PS”.

Relativamente à ação dos socialistas, Rio diz, em conferência de imprensa, que “ou o PS nunca esteve de boa-fé nisto, ou se esteve de boa-fé achava que o PSD estava aqui para ser muleta da geringonça quando a geringonça não consegue funcionar”. “Não estamos aqui para fazer fretes”, completa Rui Rio, que classifica a justificação dos socialistas para não aceitar as condições como uma “desculpa de mau pagador”.

Questionado sobre se já disse ao grupo parlamentar para votar contra o texto final, na reunião do grupo de trabalho que se debruça sobre a Lei de Bases da Saúde, a 2 de julho, o líder social-democrata diz que “nem é preciso dar indicação”. “É preferível que a Lei de Bases chumbe e fique como está”, acrescenta o presidente do PSD.

Rui Rio garante que a intenção do partido nestas negociações não era uma “revisitação total da lei” e que o que está em causa era, por exemplo, fazer referência aos cuidados continuados e pedir o reconhecimento ao direito aos cuidados paliativos. “É demais pedir isto?”, questiona o líder social-democrata.

(Notícia atualizada às 18h30)

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Trimestre negativo trava ganhos no ano. Subida de 9% deixa PSI-20 na cauda da Europa

O índice fechou o trimestre negativo, mas o saldo do ano é positivo. A Jerónimo Martins é a estrela do semestre. Bancos centrais poderão manter o ímpeto no resto ano, mas há incerteza.

A bolsa de Lisboa fecha a primeira metade do ano com saldo positivo, mas o percurso foi tudo menos linear. O arranque do ano foi de correção após a forte tendência vendedora de dezembro, enquanto o segundo trimestre foi de desvalorização. Para o próximo semestre, os bancos centrais poderão dar impulso, mas a geopolítica internacional será decisiva.

“O desempenho do PSI-20 foi positiva neste primeiro semestre, apesar de termos assistido a algum arrefecimento no segundo trimestre, com destaque para a desvalorização que ocorreu no mês de maio. Em todo o caso, uma performance acima dos 8% no período não deixa de ser positiva e vai em linha com a do mercado espanhol”, afirma Pedro Barata, gestor da GNB Gestão de Ativos.

O PSI-20 acumula um ganho de 8,58% desde o início do ano, apesar da desvalorização de 1,33% no trimestre, após ter fechado a sessão desta sexta-feira a subir 0,68% para 5.137,47 pontos, elevando para 1,85% o ganho acumulado em junho. Este é o melhor primeiro semestre do índice de referência nacional desde 2017, quando o índice subiu mais de 10%.

O gestor da GNB GA aponta para as taxas de juro negativas, a recuperação da economia portuguesa e a evolução positiva dos outros mercados desenvolvidos como os principais fatores que influenciaram o PSI-20. No entanto, lembra que “no resto da Europa, os mercados têm estado mais fortes com rentabilidades perto do dobro das conseguidas pelos dois mercados ibéricos“.

Comparando com as principais pares, o PSI-20 fica na cauda da Europa. O índice pan-europeu Stoxx 600 acumula um ganho de 13,87% no semestre, após uma valorização de 0,60% nesta sessão. O alemão DAX subiu 1,09% este ano e 16% nesta sessão, enquanto o francês CAC 40 valorizou 0,93% e 16%, respetivamente. Apenas o espanhol IBEX-35 valorizou menos que Lisboa, com uma subida de 0,56% na sessão e 7% no semestre.

Com CTT em mínimos e Jerónimo em alta, potencial está na Altri

“As perdas avultadas dos CTT e as desvalorizações ligeiras de pesos-pesados como a Galp e a Navigator acabaram por arrastar o PSI-20. O núcleo exportador do PSI-20 foi penalizado pela escalada da guerra comercial entre EUA e China”, explicou Steven Santos, gestor do BiG – Banco de Investimento Global.

Os CTT lideraram as perdas no índice, acumulando uma desvalorização de 28,17% desde o início do ano. As ações, que fecharam a valer 2,11 euros após um ganho de 2,42% esta sexta-feira, tocaram esta semana mínimos históricos nos 2,06 euros. O último golpe foi uma auditoria da Anacom que deu à empresa 40 dias úteis para separar gastos da atividade postal e bancária, mas a cotada tem sido pressionada, há vários meses, pelos lucros em queda, pelo processo de reestruturação e pelas dificuldades do banco em competir com os gigantes do setor.

Mas a operadora postal não foi a única cotada a fechar o semestre no vermelho, com destaque para as exportadores. As papeleiras Navigator e Semapa desvalorizam 6,72% e 5,65%, enquanto a petrolífera Galp Energia cede 1,96%.

Jerónimo Martins dispara 37%

No polo positivo, a Jerónimo Martins foi, sem dúvida, a estrela em termos de valorização positiva no primeiro semestre. A elevada atratividade da Polónia, o principal mercado da Jerónimo Martins, e a posição de liderança da retalhista no país justificam o desempenho positivo em bolsa. A Polónia vive uma época dourada de crescimento económico e o motor é, precisamente, o consumo privado, impulsionado por um vasto mercado interno e pelos aumentos salariais”, destaca Santos.

A retalhista disparou 37,28% desde o início do ano, tendo fechado a sessão desta sexta-feira a valer 14,16 euros. Nenhuma outra cotada do PSI-20 registou ganhou destas dimensões, mas também o BCP (18,47%), a Mota-Engil (18,32%) e a Corticeira Amorim (13,11%) se destacaram positivamente. A EDP e a EDP Renováveis — que souberam neste trimestre que afinal não iam ser compradas pela China Three Gorges — valorizam 9,61% e 16%, respetivamente.

Bancos centrais podem impulsionar, mas geopolítica traz incerteza

À parte dos ganhos ficou a papeleira que mais ganhou nos primeiros meses do ano e é, por isso mesmo, a cotada em que o gestor do BiG vê maior potencial. “Depois de registar uma correção expressiva de 25% desde março, a Altri poderá ter espaço para recuperar no resto do ano, especialmente se ocorrer um recuo na atual guerra comercial, que retrai o comércio global e afeta as exportadoras”, disse sobre a empresa, que valoriza 5,26% no ano.

De forma geral, ambos analistas antecipam que o PSI-20 mantenha o sentimento positivo nos próximos meses, especialmente devido à mudança na postura do bancos centrais. Com a Reserva Federal dos EUA e o Banco Central Europeu (BCE) a apontarem para a necessidade de estímulos adicionais, poderá ser a política monetária a impulsionar as bolsas europeias.

No entanto, há fatores de incerteza. Apesar de a nível doméstico em Portugal o foco estar nas eleições legislativas em outubro, é o domínio internacional que preocupa os gestores. A guerra comercial entre EUA e China aparece à cabeça da lista de riscos, mas não é única. Brexit, tensões no Médio Oriente com impacto no petróleo (e consequentemente na Galp) e a desaceleração económica também irão determinar o sentimento nas bolsas.

“Sendo o mercado português um mercado periférico, estará sempre condicionado à evolução dos outros mercados mundiais mais representativos. Para estes, a expetativa para o segundo semestre continua a ser positiva, mas com alguma volatilidade fruto não só da evolução das taxas de juro, mas também de alguma incerteza política”, acrescentou Pedro Barata, do GNB GA.

(Notícia atualizada às 17h30)

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Global Media falha pagamento de salários aos trabalhadores

Fonte oficial da Global Media diz que "a questão está ultrapassada", indicando que o processamento salarial já foi feito, mas os trabalhadores ainda não viram o seu ordenado cair na conta.

Todos os meses, a Global Media paga os salários aos trabalhadores no último dia útil do mês. No entanto, esta sexta-feira (dia em que os colaboradores deveriam receber o ordenado referente a junho) isso não aconteceu, pelo menos até agora. “Até esta hora, ainda nenhum trabalhador recebeu o salário de junho”, afirma Miguel Marujo, delegado sindical do Global Media Group (GMG) ao ECO.

Neste momento, “há informações contraditórias”. “Há quem diga que os trabalhadores com conta no BCP ainda vão receber hoje e os outros segunda-feira, mas também tivemos a informação de que os trabalhadores iam receber uns segunda-feira, outros terça-feira”, explica o delegado sindical. “Nem nisto são claros”, continua.

De acordo com uma fonte oficial do Global Media Group, “a questão está ultrapassada”, tendo já sido feito o processamento salarial. Contudo, a mesma fonte não adiantou qual foi o motivo do atraso nos pagamentos dos salários aos trabalhadores.

Segundo Miguel Marujo, durante a manhã, foi enviado um email às direções editoriais com um pedido de desculpas aos trabalhadores, justificando o atraso nos pagamentos com um eventual problema no processamento dos salários. “É um pedido de desculpas envergonhado (…) desta vez, esqueceram-se de enviar um email geral a todos os trabalhadores”, critica.

O delegado sindical aponta, ainda, que esta postura da administração, liderada por Daniel Proença de Carvalho, tem sido “repetida” nos últimos meses. “Uma atitude de profundo desrespeito para com os trabalhadores”, remata.

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El Corte Inglés em Portugal atinge recorde de vendas

Há 17 anos em território nacional, o El Corte Inglés alcançou o volume de negócios mais alto de sempre. Vendas ultrapassaram os 500 milhões de euros.

As contas estão feitas e o resultado não podia ser mais animador para o El Corte Inglés em Portugal. A empresa, em atividade no país há 17 anos, conseguiu alcançar um volume de negócios que representa o valor mais alto de sempre, avança esta sexta-feira o El Corte Inglés em comunicado.

No ano passado, o volume de negócios da espanhola El Corte Inglés em Portugal cresceu 5,6%, atingindo o valor recorde de 506.004.260 euros. O EBITDA, por sua vez, cresceu 12%, atingindo os 57 milhões e os resultados, depois de pagos 11,3 milhões de euros em impostos, aumentaram para 29 milhões de euros.

Contudo, o que também cresceu foram os custos e as despesas de exploração, que se fixaram nos 448 milhões de euros, traduzindo-se num aumento de 4,7% face ao exercício anterior.

Para a empresa, estes resultados são “muito positivos” e resultam da aposta na “modernização e melhoria dos espaços, bem como do alargamento de serviços e oferta”, lê-se no comunicado. Para já, o El Corte Inglés em Portugal pretende continuar “empenhado em reforçar a omnicanalidade”, ao mesmo tempo que continua “a afirmar-se como local de eleição para os produtos portugueses de qualidade e a montra preferencial para as principais marcas de luxo internacionais”.

a nível global, o grupo espanhol aumentou o seu volume de negócios 1,1%, para 15.783 milhões de euros, enquanto o EBITDA atingiu os 1.075 milhões de euros, mais 2,2% do que no ano anterior. O lucro líquido consolidado melhorou 27,7% face ao exercício passado, alcançando os 258,2 milhões de euros.

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